O PROFISSIONAL DO FUTURO - Unisinos · 2018-11-16 · de trabalho estável passaram a ser...

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Como ser protagonista no mercado de trabalho? Se você é aquela pessoa que ainda espera pelo plano de carreira, determinado pela empresa ou organização, saiba que está na hora de mudar os seus conceitos. Pelo menos é o que aponta o especialista em carreira Rafael Souto, que esteve na Unisinos Porto Alegre, no dia 13 de março, oportunidade na qual compartilhou suas experiências no Unisinos HUB – evento que visa discutir sobre temas que impactam diretamente a dinâmica das organizações de diferentes áreas do mercado.

A atividade busca oportunizar aos profissionais o conhecimento sobre os cursos de Especialização, MBA, MBE e Pós-MBA da Unisinos, além de promover

networking entre os participantes e o diálogo com articuladores e coordenadores.

No segundo encontro desta edição do Unisinos HUB, em sua explanação, Souto destacou o que se espera do profissional do futuro, quais as tendências para a carreira e o trabalho em um mundo em constante transformação.

Fundador e diretor-geral da Produtive – empresa que há 22 anos trabalha com transição de carreira de executivos – ele ressaltou a importância do profissional conhecer-se, para saber aonde quer chegar, e das empresas, em ajudar no desenvolvimento de pessoas.

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// O PROFISSIONAL DO FUTURO:Tendências para a carreira e o trabalho num mundo em constante transformação.

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Souto começou explicando a evolução do trabalho, como se configura esse novo cenário e como o indivíduo lida com essas transformações. “Uma das premissas que eu trabalho é que poucas atividades são extintas, a maior parte delas se transformam”.

Para tanto, ele divide o mundo do trabalho em três eras: a era do emprego, nos anos 60, a empregabilidade, na década de 90, e a trabalhabilidade, a partir dos anos 2000.

Ele conceitua como a era do emprego, aquela em que os indivíduos ficavam na empresa a vida toda e a carreira era gerida pela organização. Nos anos 90, no entanto, isso começou a mudar. “As pessoas que tinham uma relação de trabalho estável passaram a ser reestruturadas. As mudanças exigiram que as pessoas começassem a olhar para o mercado. Aquele ‘boom’ seguro da era do emprego começava a terminar”, pontua.

Por isso, a partir dessa década, aumentou a competitividade e o investimento em formação. “Outro dado importante é o plano real, que permitiu que os indivíduos começassem a pensar sobre carreira.” De acordo com o especialista essa fase da empregabilidade, porém, também começa a ser questionada em um mundo digital,

com a aceleração das transformações, que se vê já no século 21. “Os modelos tradicionais passam a ser colocados em xeque”, explica.

Nesse sentido, começa-se a pensar na capacidade do profissional de ser produtivo na economia. “A ideia da trabalhabilidade é o indivíduo construindo a capacidade dele de ser produtivo na sociedade”, frisa.

Além disso, a organização passa a pensar os modelos de desenvolvimento. “A maior parte das pessoas ainda tem a mentalidade na era do emprego e a era da trabalhabilidade exige um novo pensar. Vou estudar para ter trabalho, o emprego é uma opção”, destaca.

A outro dimensão, segundo Souto, é que o profissional não pode pensar em um plano de carreira gerido por alguém. “A empresa, o RH ou o chefe não mais farão como era na época de emprego um plano de sequenciamento. Eu preciso ser o protagonista da minha carreira. Eu preciso me adaptar as transformações e buscar os meus espaços”.

Para Souto, essa mudança de mentalidade, entretanto, não é fácil. “Vemos muito isso quando a gente lida com transição de carreira. A pessoa que vai buscar uma

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// UM NOVO OLHAR PARA O MERCADO DE TRABALHO

recolocação e que só pensa em emprego formal deixa muitas oportunidades de trabalho porque tem um modelo fechado”, opina.

“Qual a minha visão de trabalho e o que eu estou fazendo para buscar isso?”, indaga. Ele destaca que nesta era é preciso pensar, projetar além do emprego e trabalhar o protagonismo. “Eu tenho que buscar alternativas a carreira é minha responsabilidade. Estrutura e cargo é uma consequência. Se eu tenho uma reflexão sobre o que eu busco, se eu me conheço e trabalho os meus pontos de desenvolvimento, eu tenho muito mais possibilidade de abraçar as oportunidades que forem surgindo”, ressalta. Dentro dessa perspectiva, Souto questiona acerca dos pilares de carreira. Ele destaca o escritor Jeremy Rifikins – que dentro de suas teorias, apontava para um desaparecimento do emprego até

2020. Sua teoria, porém, não se confirmou. “Eu acho que o emprego sempre terá espaço. O ponto é pensar só sobre emprego que me parece uma dimensão equivocada.”

Instigando aos presentes, e partindo desse pressuposto, Souto – que é colunista do Jornal Valor Econômico, das Revistas Exame, Você S/A e Women’s Health, com contribuições na Zero Hora – questiona: “O único jeito de produzir na sociedade é sendo empregado?”. Desse modo, ele aponta como solução pensar em alternativas. “Por isso é preciso pensar além da ideia fixa do emprego formal”, pondera.

Ele destaca que, hoje, não existe mais plano de carreira organizacional. “Cabe à organização mostrar opções, sugerir para a pessoa projetos, áreas, mas o sequenciamento linear terminou”.

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Souto começou explicando a evolução do trabalho, como se configura esse novo cenário e como o indivíduo lida com essas transformações. “Uma das premissas que eu trabalho é que poucas atividades são extintas, a maior parte delas se transformam”.

Para tanto, ele divide o mundo do trabalho em três eras: a era do emprego, nos anos 60, a empregabilidade, na década de 90, e a trabalhabilidade, a partir dos anos 2000.

Ele conceitua como a era do emprego, aquela em que os indivíduos ficavam na empresa a vida toda e a carreira era gerida pela organização. Nos anos 90, no entanto, isso começou a mudar. “As pessoas que tinham uma relação de trabalho estável passaram a ser reestruturadas. As mudanças exigiram que as pessoas começassem a olhar para o mercado. Aquele ‘boom’ seguro da era do emprego começava a terminar”, pontua.

Por isso, a partir dessa década, aumentou a competitividade e o investimento em formação. “Outro dado importante é o plano real, que permitiu que os indivíduos começassem a pensar sobre carreira.” De acordo com o especialista essa fase da empregabilidade, porém, também começa a ser questionada em um mundo digital,

com a aceleração das transformações, que se vê já no século 21. “Os modelos tradicionais passam a ser colocados em xeque”, explica.

Nesse sentido, começa-se a pensar na capacidade do profissional de ser produtivo na economia. “A ideia da trabalhabilidade é o indivíduo construindo a capacidade dele de ser produtivo na sociedade”, frisa.

Além disso, a organização passa a pensar os modelos de desenvolvimento. “A maior parte das pessoas ainda tem a mentalidade na era do emprego e a era da trabalhabilidade exige um novo pensar. Vou estudar para ter trabalho, o emprego é uma opção”, destaca.

A outro dimensão, segundo Souto, é que o profissional não pode pensar em um plano de carreira gerido por alguém. “A empresa, o RH ou o chefe não mais farão como era na época de emprego um plano de sequenciamento. Eu preciso ser o protagonista da minha carreira. Eu preciso me adaptar as transformações e buscar os meus espaços”.

Para Souto, essa mudança de mentalidade, entretanto, não é fácil. “Vemos muito isso quando a gente lida com transição de carreira. A pessoa que vai buscar uma

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recolocação e que só pensa em emprego formal deixa muitas oportunidades de trabalho porque tem um modelo fechado”, opina.

“Qual a minha visão de trabalho e o que eu estou fazendo para buscar isso?”, indaga. Ele destaca que nesta era é preciso pensar, projetar além do emprego e trabalhar o protagonismo. “Eu tenho que buscar alternativas a carreira é minha responsabilidade. Estrutura e cargo é uma consequência. Se eu tenho uma reflexão sobre o que eu busco, se eu me conheço e trabalho os meus pontos de desenvolvimento, eu tenho muito mais possibilidade de abraçar as oportunidades que forem surgindo”, ressalta. Dentro dessa perspectiva, Souto questiona acerca dos pilares de carreira. Ele destaca o escritor Jeremy Rifikins – que dentro de suas teorias, apontava para um desaparecimento do emprego até

2020. Sua teoria, porém, não se confirmou. “Eu acho que o emprego sempre terá espaço. O ponto é pensar só sobre emprego que me parece uma dimensão equivocada.”

Instigando aos presentes, e partindo desse pressuposto, Souto – que é colunista do Jornal Valor Econômico, das Revistas Exame, Você S/A e Women’s Health, com contribuições na Zero Hora – questiona: “O único jeito de produzir na sociedade é sendo empregado?”. Desse modo, ele aponta como solução pensar em alternativas. “Por isso é preciso pensar além da ideia fixa do emprego formal”, pondera.

Ele destaca que, hoje, não existe mais plano de carreira organizacional. “Cabe à organização mostrar opções, sugerir para a pessoa projetos, áreas, mas o sequenciamento linear terminou”.

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// É PRECISO SE ADAPTAR ÀS TRANSFORMAÇÕES

Para tanto, ele fala das tendências de carreira em nuvem e carreira linear. “A estrutura linear é aquela que nós temos do organograma e que eu acho que não vai sucumbir totalmente. Nós, enquanto indivíduos precisamos pensar na nossa carreira além do linear, o que eu chamo de arquitetura em nuvem, que é a ideia de trabalhar em projetos, movimentos laterais, e eu conheço várias empresas que já vem trabalhando nesse binômio”, diz.

Conforme Souto, essa perspectiva de carreira em nuvem, pode servir para aumentar a rede interna do profissional, aumentar sua capacidade de percepção de coisas que ele não conhece. “Me parece que caminhamos para uma estrutura híbrida”, sublinha, destacando que isso exige um novo olhar do líder. “A pessoa vai se devolver e fazer as suas escolhas em conjunto com a organização”.

Ele divide esse núcleo de desenvolvimento de carreira em seis pilares: satisfação pessoal, saúde física e emocional, finanças, reputação, networking e competitividade. “Satisfação é o meu propósito, o que eu gostaria de fazer, quais os meus interesses”.

O segundo pilar é, segundo Souto, que não existe mais a divisão que separava a vida pessoal do trabalho. “Para um líder é importante saber como está a situação de vida do indivíduo.”

Um bom pilar financeiro é uma chave para o desenvolvimento ou uma transição da carreira. “A minha reputação pode ser abalada pela organização que eu trabalho. Cuidado ao fazer escolhas”.

O Networking, por sua vez, pode ser dividido em interno e externo, e é fundamental para mover a carreira. “O interno é a habilidade que eu tenho de construir redes na empresa. É gastar tempo em marketing pessoal, elemento chave para o desenvolvimento profissional. O externo é rede que eu estabeleço com pessoas de fora da organização. Quem cultiva um bom networking externo terá mais facilidade de se recolocar no mercado de trabalho”.

Em relação à competitividade, Souto cita o professor da MIT Center for Collective Intelligence Thomas Malone, quando diz que as carreiras ficaram tão sofisticadas que as atividades profissionais são altamente especializadas e nós precisamos trabalhar a competitividade olhando para uma figura chamada “T”, ou seja, as carreiras mais competitivas são formadas por pessoas que tem um core mais

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definido (área mais vertical do t) e uma visão sistêmica, como, por exemplo, um profissional de vendas e marketing com uma visão sistêmica de outras áreas como RH, área jurídica. Ele completa: “Quanto mais sólido o core e minha visão global, mais competitivo eu sou. Sem visão sistêmica eu fico isolado”, pontua.

Nesse sentido, ele pergunta: “Como eu direciono minhas estratégias de conhecimento?”. Segundo Souto, uma forma é o networking e, citando o professor americano Mark Savickas, ele menciona quatro dimensões de adaptabilidade de carreira.

“A primeira é a consideração do futuro. O que está acontecendo? O que eu devo pensar? A segunda dimensão é o controle, ou seja, o indivíduo tem clareza que a responsabilidade do futuro é dele.

A terceira é a curiosidade, que eu considero o motor do conhecimento profissional e a chave para desenvolver a adaptabilidade de carreira e última dimensão que é a confiança. O indivíduo confia que pode fazer e essa confiança é favorecida pelo ambiente de trabalho”, explica. Para ele, diálogo de carreira é a melhor estratégia organizacional para trabalhar o desenvolvimento.

Souto encerrou sua fala compilando em algumas primícias do que ele chamou de “manual de sobrevivência” para o futuro: a trabalhabilidade, o protagonismo, a arquitetura em nuvem, os pilares, a adaptabilidade e o diálogo de carreira.

Conheça os cursos da Nova Pós da Unisinos. MBAs, Especializações, Pós-MBAs e Mestrados Profissionais com a formação ideal para responder às suas necessidades e exigências do mercado de trabalho. As matrículas estão abertas até 30/03.

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