O quotidiano na obra de Cesário Verde

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Diogo Ferreira 1104

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Page 1: O quotidiano na obra de Cesário Verde

Português – 11.º Ano

Trabalho realizado por: Diogo Ferreira

Page 2: O quotidiano na obra de Cesário Verde

A questão social – um ponto de partida

“Eu não sou como muitos que estão no meio de

um grande ajuntamento de gente e completamente

isolados e abstractos.

A mim o que me rodeia é o que me preocupa.”

Questão à qual o poeta se propõe a desenvolver

Desigualdades sociais

Indiferença

Transformação social

Page 3: O quotidiano na obra de Cesário Verde

Contextualização histórico-social

IMPRESSIONISMO

Década de 60 do século XIX

Máximo apogeu em França

Relação com a máquina fotográfica

Reprodução fiel do mundo visível

Cenas do quotidiano

Page 4: O quotidiano na obra de Cesário Verde

A representação do real

O quotidiano burguês

Captar a vivacidade e a atmosfera alegre desta

popular dança de jardim

A interpretação da vida popular parisiense

Page 5: O quotidiano na obra de Cesário Verde

A poesia do quotidiano de Cesário Verde“ Naquele piquenique de burguesas,

Houve uma coisa simplesmente bela;E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.Foi quando tu, descendo do burrico,Foste colher, sem imposturas tolas,A um granzoal azul de grão-de-bico

Um ramalhete rubro de papoulas.Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o sol se via;E houve talhadas de melão, damascos,

E pão-de-ló molhado em malvasia.Mas, todo purpuro, a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro das papoulas!”

Pintura impressionista

Poetização do real

O artista diligencia fixar a “impressão” que as coisas lhe deixam na sensibilidade, numa

infinitesimal fração de segundo.

O real quotidiano com as suas emoções

Page 6: O quotidiano na obra de Cesário Verde

A poetização do real“Dez horas da manhã; os transparentes

Matizam uma casa apalaçada;Pelos jardins estancam-se as nascentes,E fere a vista, com brancuras quentes,A larga macadamizada. “

“E rota, pequenina, azafamada,Notei de costas uma rapariga.”

Uma visão geral do ambiente seguida de uma perspetiva

de um caso particular

“Faz frio. Mas, depois duns dias de aguaceiros,Vibra uma imensa claridade crua.De cócaras, em linha os calceteiros,Com lentidão, terrosos e grosseiros,Calçam de lado a lado a longa rua.”

Focalização num grupo social específico

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“Sentimento de um ocidental”

“AVÉ-MARIASNas nossas ruas, ao anoitecer,Há tal soturnidade, há tal melancolia,Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresiaDespertam-me um desejo absurdo de sofrer.

O céu parece baixo e de neblina,O gás extravasado enjoa-me, perturba;E os edifícios, com as chaminés, e a turbaToldam-se duma cor monótona e londrina

Batem os carros de aluguer, ao fundo,Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!Ocorrem-me em revista exposições, países;Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!

Semelham-se a gaiolas, com viveiros,As edificações somente emadeiradas:Como morcegos, ao cair das badaladas,Saltam de viga os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates, aos magotes,De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

E evoco, então, as crónicas navais:Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

E o fim de tarde inspira-me; e incomoda!De um couraçado inglês vogam os escaleres;E em terra num tinir de louças e talheresFlamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.

Num trem de praça arengam dois dentistas;Um trôpego arlequim braceja numas andas;Os querubins do lar flutuam nas varandas;Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!”

Page 8: O quotidiano na obra de Cesário Verde

O poeta deambula pela cidade de Lisboa passando pelo cais junto ao Tejo e pelas ruas limítrofes

Descrição

EspaçoPessoas que passam ou trabalham

AmbientesSensações/ Impressões

Visão impressionista

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