o Segredo Da Piramide Cap III

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Referência: GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide - para ma !eoria mar"is!a do  #ornalismo. $or!o Alegre, %c&ê, '()*. pp. +-). Ref.: %'(/ CAPÍTULO III O jornalismo como forma de conhecimento: os limites da visão funcionalista  O ensaio de Ro0er! E. $ar1, p0licado nos Es!ados 2nidos em '(34, no  %&e American 5ornal of 6ociolog7 n.8 3+ da 2ni9ersidade de &icago' , foi referido como ma das a0ordagens fncionalis!as mais in!eressan!es para nossas re;e"<es. =ol!emos a ele.  N>o por acaso, o a!or inicia ci!ando o ?l@sofo illiam 5amesB , para di s! ing ir d as formas de con&ecimen!o: Co con&ecimen!o deC e Co con&ecimen!o acerca deC. $ara e"plicD-las !ranscre9e as pala9ras do pr@prio ?l@sofo:  CE"is!em das espc ies de con&ecimen!o ampl a e pra!i camen!e dis!ing9eis: podemos c&amar-l&es respec!i9amen!e con&ecimen!o de !ra!o e con&ecimen!o acerca de . . . Nos espri!os e possem algma capacidade de falar, por mnima de e se#a, e"is!e, 9erdade, algm con&ecimen!o acerca de !do. As coisas, pelo menos, podem ser classi?cadas e referidas s ocasi<es de se aparecimen!o. as, em geral, an!o menos analisamos ma coisa e an!o menor o nJmero de sas relaK<es e perce0emos, menos sa0emos acerca dessa coisa e mais do !ipo de !ra!o a nossa familiaridade com ela. As das espcies de con&ecimen!o, por!an!o, como o esp ri!o &man o pra !ic amen!e as e" er ce, s>o !er mos rela!i9os. Is! o , a mesma idia de ma coisa pode denominar-se con&ecimen!o acerca dessa coisa, em confron!o com ma idia mais simples, o de !ra!o com ela em comparaK>o com ma idia dela ainda mais ar!iclada e e"plci!aC.  Logo, Co con&ecimen! o deC o Ccon&ecimen!o de !ra!oC aele e, rela!i9amen! e a m sa0er mais comple "o e a0 s!r a!o, n>o l !r apassa o aspec!o fen omêni co, e emana do so familiar, da imedia!icidade da e"p eriência e do &D0i!o e l&e correspo nde. N>o m con&ecimen!o prodido por aler procedimen!o formal, anal!ico o sis!emD!ico. %al Ccon&ecimen!o deC Mo Cde !ra!oC - como di $ar1 - pode ser conce0ido como

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Referência:

GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide - para ma !eoria mar"is!a do #ornalismo. $or!o Alegre, %c&ê, '()*. pp. +-). Ref.: %'(/

CAPÍTULO III

O jornalismo

como forma de conhecimento:

os limites da visão funcionalista

  O ensaio de Ro0er! E. $ar1, p0licado nos Es!ados 2nidos em '(34, no %&e American 5ornal of 6ociolog7 n.8 3+ da 2ni9ersidade de &icago' , foireferido como ma das a0ordagens fncionalis!as mais in!eressan!es paranossas re;e"<es. =ol!emos a ele.

  N>o por acaso, o a!or inicia ci!ando o ?l@sofo illiam 5amesB , paradis!ingir das formas de con&ecimen!o: Co con&ecimen!o deC e Cocon&ecimen!o acerca deC. $ara e"plicD-las !ranscre9e as pala9ras do pr@prio?l@sofo:

  CE"is!em das espcies de con&ecimen!o ampla e pra!icamen!e

dis!ing9eis: podemos c&amar-l&es respec!i9amen!e con&ecimen!o de !ra!oe con&ecimen!o acerca de . . . Nos espri!os e possem algma capacidadede falar, por mnima de e se#a, e"is!e, 9erdade, algm con&ecimen!oacerca de !do. As coisas, pelo menos, podem ser classi?cadas e referidas socasi<es de se aparecimen!o. as, em geral, an!o menos analisamosma coisa e an!o menor o nJmero de sas relaK<es e perce0emos,menos sa0emos acerca dessa coisa e mais do !ipo de !ra!o a nossafamiliaridade com ela. As das espcies de con&ecimen!o, por!an!o, como oespri!o &mano pra!icamen!e as e"erce, s>o !ermos rela!i9os. Is!o , amesma idia de ma coisa pode denominar-se con&ecimen!o acerca dessacoisa, em confron!o com ma idia mais simples, o de !ra!o com ela em

comparaK>o com ma idia dela ainda mais ar!iclada e e"plci!aC.

  Logo, Co con&ecimen!o deC o Ccon&ecimen!o de !ra!oC aele e,rela!i9amen!e a m sa0er mais comple"o e a0s!ra!o, n>o l!rapassa oaspec!o fenomênico, e emana do so familiar, da imedia!icidade dae"periência e do &D0i!o e l&e corresponde. N>o m con&ecimen!oprodido por aler procedimen!o formal, anal!ico o sis!emD!ico. %alCcon&ecimen!o deC Mo Cde !ra!oC - como di $ar1 - pode ser conce0ido como

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ma forma de a#s!amen!o orgânico o adap!aK>o, e represen!a aacmlaK>o e, por assim dier, a fs>o de longa srie de e"periências. Cessa espcie de con&ecimen!o pessoal e indi9idal e fa cada m de n@ssen!ir-se 9on!ade no mndo e escol&e o no al es!D condenado a9i9erC.3 $or o!ro lado, o Ccon&ecimen!o acerca deC seria formal, prod!o de

ma a0s!raK>o con!rolada e cri!eriosa, is!o , l@gico e !e@rico. 6egndo oa!or, essas das formas de con&ecimen!o s>o gêneros Me n>o CgrasCdiferen!es e, por!an!o, possem fnK<es sociais dis!in!as. N>o o0s!an!e,ad9er!e, pode-se pensar nm con!no en!re !odas as espcies decon&ecimen!o. CNm con!no dessa na!rea - a?rma $ar1 - a no!cia !emlocaliaK>o pr@priaC.+ Ela n>o proporcionaria m con&ecimen!o sis!emD!ico enem a re9elaK>o de fa!os de ordem &is!@rica, mas apenas a als>o a mCacon!ecimen!oC.

  omo forma de con&ecimen!o, a no!cia, segndo $ar1, n>o cidaessencialmen!e nem do passado nem do f!ro, mas do presen!e. C$ode-se

dier e a no!cia s@ e"is!e nesse presen!eC, E prossege: CEssa alidade!ransi!@ria e efêmera da pr@pria essência da no!cia e es!D in!imamen!eligada a !odos os o!ros carac!eres e ela e"i0e. %ipos diferen!es de no!cias9i9em m perodo diferen!e de !empo. Na mais elemen!ar de sas formas, orela!o de ma no!cia m mero lampe#o a annciar e m acon!ecimen!oocorreC.

  O aspec!o mais impor!an!e, em0ora si!ado nm con!e"!o !e@ricolimi!ado s ca!egorias fncionalis!as, a indicaK>o do a!or so0re a CfnK>oCe e"erce a no!cia em relaK>o aos indi9dos: CNa 9erdade, a no!ciarealia, de cer!o modo, para o pJ0lico, as mesmas fnK<es e realia apercepK>o para o indi9doP is!o , n>o somen!e o informa comoprincipalmen!e o orien!a, in!eirando cada m e !odos do e es!Dacon!ecendoC.*

A notícia como função or!nica

  er!amen!e, par!indo dos presspos!os !e@ricos e ado!a, $ar1 n>opoderia ir alm da fnK>o orgânica da no!cia e da a!i9idade #ornals!ica, eme pese algmas pis!as n>o despre9eis e ele oferece. Ele acei!a a

classi?caK>o CpragmD!icaC so0re o con&ecimen!o fei!a por illiam 5ames, oe comprome!e sas concls<es.

  O Ccon&ecimen!o de !ra!oC - indicado por $ar1 como pon!o inicial docon!no onde se localia a no!cia - n>o m CgêneroC de con&ecimen!o epossa ser conce0ido a-&is!oricamen!e, fora das relaK<es concre!as dedominaK>o e alienaK>o. Qa maneira como $ar1 o de?ne implica,ine9i!a9elmen!e, m de!erminado con!eJdo. %ra!a-se daela esfera da 9ida

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co!idiana na al a CprD"is !ili!DriaC con?gra os fenmenos da 9ida socialcomo se fossem dados na!rais e e!ernos, o mndo dapsedoconcre!icidade.) $or isso, a di9is>o sgerida por 5ames, e assmidapor $ar1, red!ora, pois sp<e ma espcie de Csenso commC isen!o decon!radiK<es in!ernas, c#a fnK>o seria somen!e reprodir e reforKar as

relaK<es sociais 9igen!es, in!egrar os indi9dos na sociedade.

  O pon!o de referência inicial do con!no onde se Iocalia ocon&ecimen!o #ornals!ico cons!i!i, de fa!o, m CgêneroC e n>o apenas mCgraC de a0s!raK>o. No en!an!o, o aspec!o cen!ral desse gênero decon&ecimen!o a apropriaK>o do real pela 9ia da singlaridade, o se#a, pelarecons!i!iK>o da in!egridade de sa dimens>o fenomênica. N>o simplesmen!e, como er o a!or, ma espcie de con&ecimen!o, e facada m de n@s sen!ir-se a 9on!ade no mndo e escol&e o no al es!Dcondenado a 9i9erC.( O con!eJdo a!ri0do por $ar1 o de m con&ecimen!oelemen!ar e, ao mesmo !empo, Cposi!i9oC nos !ermos em e foi de?nido por

Ags!e om!e.'4

  6e 9erdade e o gênero de con&ecimen!o prodido pelo #ornalismocorresponde, em cer!o sen!ido, s Cmesmas fnK<es e realia a percepK>opara o indi9doC, essa comparaK>o n>o pode ser le9ada s Jl!imasconseSências. Na percepK>o indi9idal, a imedia!icidade do real, o mndoenan!o fenmeno, o pon!o de par!ida. No #ornalismo, ao con!rDrio, aimedia!icidade o pon!o de c&egada, o resl!ado de !odo m processo!cnico e racional e en9ol9e ma reprodK>o sim0@lica. Os fenmenos s>orecons!rdos a!ra9s das di9ersas lingagens poss9eis ao #ornalismo emcada 9eclo. onseSen!emen!e, n>o podemos falar de macorrespondência de fnK<es en!re o #ornalismo e a percepK>o indi9idal, massim de ma simlaK>oC dessa correspondência. a par!ir dessa simlaK>oe srge propriamen!e m gênero de con&ecimen!o, pois enan!o se !ra!arda relaK>o imedia!a dos indi9dos com os fenmenos e po9oam oco!idiano, da e"periência sem in!ermediaK>o !cnica o racional ins!i!dasis!ema!icamen!e, o e !emos realmen!e a percepK>o !al como apsicologia a descre9e.'' Ter dier, m gra de!erminado de con&ecimen!o,m n9el de a0s!raK>o elemen!ar.

  An!eriormen!e, indicamos o processo de rei?caK>o e se desen9ol9e

com o fndamen!o mercan!il das relaK<es sociais no capi!alismocon!emporâneo. $orm, nem a percepK>o indi9idal nem o Csenso commCs>o n9eis de apropriaK>o sim0@lica ali!a!i9amen!e &omogêneos, li9res dascon!radiK<es pol!icas, ideol@gicas e ?los@?cas e perpassam a sociedadede classes em se con#n!o.

  E"is!e, de fa!o, na percepK>o indi9idal ma predominância do aspec!oCposi!i9oC Mno sen!ido com!eano do fenmeno o da coisa. No Csenso

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commC &D ma &egemonia do C0om sensoC, is!o , das noK<es e implicamma apreens>o fncional e orgânica do mndo !al al ele se apresen!a. asa insensa!e e se apodero das massas na eda da Uas!il&a, na FranKa de'*)(, o na !omada do $alDcio de In9erno, em '('* na RJssia, n>o seprodi no pa!amar da !eoria o da ciência, em0ora am0as !en&am

cmprido se ins0s!i!9el papel. A Cinsensa!e re9olcionDriaC das massas&manas e se !ornam, de repen!e, pro!agonis!as das grandes!ransformaK<es &is!@ricas nascem de elemen!os e"plosi9os e es!>ola!en!es, em0ora normalmen!e s0ordinados, no in!erior do processo depercepK>o e das noK<es e formam o Csenso commC nas sociedadesdo!adas de an!agonismo de classes.

  A par!ir de !ais elemen!os po!encialmen!e e"plosi9os e a!ra9essam!odas as dimens<es da prodK>o sim0@lica de ma prD"is socialmen!edilacerada e srge, de m lado, o recon&ecimen!o da ideologiaespon!ânea das classes dominadas e, de o!ro, a possi0ilidade de e"pans>o

da ideologia re9olcionDria a par!ir daela.'B

  Ao n>o compreender essa es!>o, Ro0er! E. $ar1 aca0a de?nindo ocon&ecimen!o prodido pelo #ornalismo com m mero re;e"o emprico enecessariamen!e acr!ico, c#a fnK>o somen!e in!egrar os indi9dos noCs!a!s oC, si!D-lo e adap!D-lo na organicidade social 9igen!e. O #ornalismo!eria, assim, ma fnK>o es!ri!amen!e Cposi!i9aC em relaK>o sociedade ci9il0rgesa, !omada es!a como referência ni9ersal. Qa mesma maneira eele !oma a noK>o de illiam 5ames so0re o Ccon&ecimen!o de !ra!oC como mgênero de sa0er a!ra9s do al o indi9do reprod a si mesmo e aosis!ema, ele sp<e e o #ornalismo ma forma de con&ecimen!o erealia socialmen!e as mesmas fnK<es. No!a-se, claramen!e, e o concei!ode con&ecimen!o, !an!o nm caso como no o!ro, es!D limi!ado ao sesen!ido 9lgar de Cre;e"oC s0#e!i9o de ma relaK>o meramen!e operacionalcom o mndo, de ma in!er9enK>o es!ri!amen!e manipla!@ria.

  %al acepK>o, como so0e#amen!e sa0ido, foi !ransformada nmaca!egoria Crespei!D9elC da epis!emologia pelo posi!i9ismo e !ransladada paraa sociologia por QSr1&eim. En!re!an!o, se !omarmos o con&ecimen!o como adimens>o sim0@lica do processo glo0al de apropriaK>o cole!i9a da realidade,poderemos conce0er o #ornalismo como ma das modalidades par!cipes

desse processo e, igalmen!e, a!ra9essado por con!radiK<es. ar" #D indicode forma ine9oca e a a!i9idade prD!ico-cr!ica dos &omens es!D nocoraK>o do pr@prio con&ecimen!o e, por isso mesmo, n>o se podees!a0elecer ma con!raposiK>o a0sol!a en!re s#ei!o e o0#e!o, en!re apercepK>o e a coisa o, se preferirmos, en!re a a!i9idade social e prod omndo &mano e os concei!os e des9endam o ni9erso: CO defei!ofndamen!al de !odo o ma!erialismo an!erior - inclsi9e o de Feer0ac& - es!Dem e s@ conce0e o o0#e!o, a realidade, o a!o sensorial, so0 a forma do

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o0#e!o o da percepK>o, mas n>o como a!i9idade sensorial &mana, comoprD!ica, n>o de modo s0#e!i9oC.'

  opor!no assinalar ai, em0ora de passagem, e essa !endênciaem redir os fenmenos &is!@ricos concre!os ao se papel CorgânicoC no

in!erior do sis!ema social, !al como fe $ar1 em relaK>o ao #ornalismo,encon!ra algm paralelo em 9Drias corren!es da !radiK>o mar"is!a,especialmen!e no e !ange s de!erminaK<es consideradassperes!r!rais. Em L1Dcs !emos o concei!o pro0lemD!ico de CfalsaconsciênciaVV, e se op<e a Cconsciência de classeC, en!endida como CareaK>o racional adeada e, des!e modo, de9e ser a!ri0da a masi!aK>o !pica de!erminada no processo de prodK>oC.'3 omo sgere Adam6c&aW, a consciência e e"is!e realmen!e passa a ser ma CfalsaconsciênciaC, enan!o e a consciência e n>o e"is!e como algo efe!i9ono con#n!o da classe !orna-se a C9erdadeiraC consciência de classe.'+

  Resl!a desse enfoe e a consciência realmen!e e"is!en!e, e podeser de!ec!ada empiricamen!e nos indi9dos em si!aK>o normal, !em apenasm papel fncional de reprodK>o da sociedade. No!ras pala9ras: aconsciência re9olcionDria nasce de ma possi0ilidade o0#e!i9a dada pelaes!r!ra e sas con!radiK<es, mas n>o cons!i!da Mpelo in;"o da !eoria eda aK>o de 9angarda a par!ir dos elemen!os e con!radiK<es originDrias esim como algo e"!erno e an!eriormen!e #D e"is!ia em sa pleni!de. Adial!ica assim ins!arada pressp<e ma concepK>o on!ol@gica de na!rea&egeliana, is!o , so0 a gide e a precedência do concei!o, o al spos!oem sa forma pra an!es da dinâmica concre!a da realidade.

  A ca!egoria cen!ral da cr!ica da cl!ra 0rgesa fei!a pela Escola deFran1fr!, especialmen!e por Adorno e Hor1&eimer, e sgeriram ae"press>o CindJs!ria cl!ralC, a idia de maniplaK>o. No capi!alismodesen9ol9ido, !odas as manifes!aK<es cl!rais, ores!radas pela 0a!!amercan!il, !ornar-se-iam plenamen!e fncionais ao sis!ema de dominaK>o.

  $or o!ro lado, a !ese de Al!&sser so0re os Caparel&os ideol@gicos deEs!adoC, enfocando o mesmo pro0lema so0, o ânglo das ins!i!iK<es epreser9am a dominaK>o de classe, o desen9ol9imen!o l@gico da concepK>os!alinis!a de e a 0ase cria a speres!r!ra para ser9i-la. En!endendo a&is!@ria como m Cprocesso sem s#ei!oC, Al!&sser conce0e as classessociais como CfnK<esC do processo de prodK>o e, em conseSência, osCaparel&os ideol@gicos de Es!adoC s>o correias de !ransmiss>o e se mo9emnm Jnico sen!ido: do !odo para as par!es.' N>o de se es!ran&ar,por!an!o, e =ladimir Hdec, #ornalis!a e professor !c&eco a?rme e aa!i9idade #ornals!ica de9e ser &armnica com Cas leis o0#e!i9as dodesen9ol9imen!o socialC, es!a0elecendo desse modo ma fncionalidade decarD!er es!ri!amen!e ideol@gico do #ornalismo com leis na!rais de progresso

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&is!@rico.'*

  6e o papel do #ornalismo, para Hdec, se insere nma perspec!i9adinâmica, mesmo assim ele se !orna m epifenmeno da ideologia o docon&ecimen!o cien!?co. N>o admi!ido como m modo de con&ecimen!o

do!ado de cer!a a!onomia epis!emol@gica e, em 9ir!de disso, m aspec!oda apropriaK>o sim0@lica da realidade, o e implica algma margem dea0er!ra para a signi?caK>o e ele 9ai prodindo.

A sini"cação como #ro$a$ilidade e li$erdade

  Tando $ar1 relaciona a no!cia com a pol!ica, ele parece l!rapassar anoK>o do #ornalismo como m fenmeno orgânico do sis!ema socialconsiderado em sa posi!i9idade: C6e 0em in!imamen!e ligada a am0as, ano!icia n>o His!@ria nem pol!ica. N>o o0s!an!e, o ma!erial e possi0ili!a

a aK>o pol!ica, dis!ingida de o!ras, formas de compor!amen!o cole!i9oC.')O pro0lema e o se concei!o de pol!ica es!D, como os demais, no adrode ma concepK>o fncionalis!a, o e l&e re!ira aler dimens>o!ransformadora e propriamen!e &is!@rica. as se colocarmos a a?rmaK>o de$ar1 no con!e"!o !e@rico da prD"is, !omando a &is!@ria n>o apenas como&is!oriogra?a e sim como m processo de a!oprodK>o on!ol@gica do gênero&mano, e !omarmos a pol!ica como a dinâmica dos con;i!os em !orno daali?caK>o da prD"is social, o #ornalismo 9ai se re9elar so0 no9a l. =aiaparecer, en!>o, em se po!encial desalienan!e e &maniador.

  Tando as c&amadas !endências Cp@s-mar"is!asC do pensamen!ocon!emporâneo'( caem na !en!aK>o de faer a apologia das CpeenascomnidadesC como Jnico meio dos indi9dos reencon!rarem saCa!onomiaC, essas corren!es es!>o spondo e a li0erdade indi9idal ema!ri0ir signi?caK>o aos fenmenos, e emana da par!icipaK>o imedia!a nasinglaridade do mndo 9i9ido, n>o pode encon!rar scedâneo. A idia0Dsica e o indi9do n>o pode ser s#ei!o efe!i9o e in!egral a!ra9s dasmediaK<es criadas pelo apara!o !cnico-cien!?co a e d>o o nome, emalgns casos, de C&e!eronomiaC em oposiK>o Ca!onomiaC, e seriarealiD9el a!ra9s da 9i9ência imedia!a.B4

  %ais concepK<es es0arram, em primeiro lgar, nas e9idências de mmndo &mano #D ni9ersalmen!e cons!i!do, c#o comple"o de mediaK<esn>o parece pass9el de regress>o.B' Em segndo lgar, como indico ar", a&manidade s@ se coloca pro0lemas ando, po!encialmen!e, #D e"is!em ascondiK<es para eacionD-los. A imprensa, e mais in!ensamen!e os meiosele!rnicos de comnicaK>o de massa, represen!am os !ermos dessaeaK>o. O #ornalismo, como es!r!ra espec?ca de comnicaK>o e da seorigina, inserida no processo glo0al do con&ecimen!o, a modalidade por

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e"celência e, no dier de =iole!!e orin, encerra 9ir!des c#a in!ensidadepoderD m dia ri9aliar com a #D con&ecida dimens>o de ses C9ciosC. $orisso, a me!Dfora da Caldeia glo0alC de cL&an, e"prgada de !odas asso0reposiK<es e ilaK<es de carD!er p0lici!Drio-imperialis!a e l&e a!ri0i oa!or, de9e ser cri!icamen!e recperada pelo pensamen!o &manis!a e

re9olcionDrio.BB

  nessa perspec!i9a e o #ornalismo se imp<e, de maneira anglar,como possi0ilidade dos indi9dos em par!icipar do mndo media!o pela 9iade sa feiK>o dinâmica e singlar, como algo sempre incomple!o, a!ri0indosigni?caK<es e !o!aliando de maneira permanen!e como se es!i9essem9i9endo na imedia!icidade de sa aldeia.

  O con!eJdo dinâmico implci!o na idia de singlaridade, confere macarac!ers!ica e9anescen!e no!cia. Qo pon!o de 9is!a es!ri!amen!e

 #ornals!ico, realmen!e Cnada mais 9el&o do e ma no!cia de on!emC, se

n>o for reela0orada com no9os dados cons!i!indo o!ra no!cia: a de &o#e.

  Assim, a impor!ância de m Cfa!oC enan!o no!cia o0edece a cri!riosdiferen!es em relaK>o aos !iliados na &ierariaK>o fei!a pelas ciênciassociais o na!rais, de m lado, e pela ar!e de o!ro. Nas ciências, os fa!os oe9en!os s>o rele9an!es medida e 9>o cons!i!indo a ni9ersalidade.BTan!o ar!e, os fenmenos e a comp<em s>o signi?ca!i9os na e"a!aproporK>o de sa am0igSidade enan!o realidades irrepe!9eis Msinglarese, ao mesmo !empo, enan!o represen!aK>o Csens9elC da ni9ersalidadesocial onde &is!oricamen!e es!>o si!ados e com a al es!>oine9i!a9elmen!e comprome!idos.B3 O #ornalismo n>o prod m !ipo de

con&ecimen!o, !al como a ciência, e dissol9e a feiK>o singlar do mndoem ca!egorias l@gicas ni9ersais, mas precisamen!e recons!i!i asinglaridade, sim0olicamen!e, !endo consciência e ela mesma se dissol9eno !empo. O singlar , por na!rea, efêmero. O #ornalismo !ampocoela0ora ma espcie de represen!aK>o c#o aspec!o singlar ar0i!rDrio,pro#e!ado so0eranamen!e pela s0#e!i9idade do a!or, !al como acon!ece naar!e, onde o !pico o ei"o fndamen!al de con!a!o com a realidade. Oprocesso de signi?caK>o prodido pelo #ornalismo si!a-se na e"a!acon!e"!ra en!re das 9ariD9eis: l as relaK<es o0#e!i9as do e9en!o, o gra deampli!de e radicalidade do acon!ecimen!o em relaK>o a ma !o!alidade

social consideradaP B as relaK<es e signi?caK<es e s>o cons!i!das no a!ode sa prodK>o e comnicaK>o.

O sujeito e o o$jeto: a du#la face do real

  A comple"idade do fa!o #ornals!ico decorre da con!radiK>o ineren!e prodK>o do pr@prio mndo social. Essa con!radiK>o nasce da relaK>o

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a"iomD!ica do s#ei!o com o mndo o0#e!i9o, na mesma medida em e ao0#e!i9idade 9ai cons!i!indo o s0s!ra!o e confere realidade a!oprodK>o do s#ei!o. Logo, aler gênero de con&ecimen!o !an!ore9elaK>o como a!ri0iK>o de sen!ido ao realP assim como a pro#eK>os0#e!i9a n>o pode ser separada da a!i9idade prD!ica, a re9elaK>o das

signi?caK<es o0#e!i9as n>o pode ser separada da a!ri0iK>o s0#e!i9a de msen!ido a!i9idade.

  a dimens>o o0#e!i9a da singlaridade e diferencia o #ornalismo daar!e. Esse compromisso priori!Drio com a singlaridade o0#e!i9a impede e opar!iclar possa cris!aliar-se - pelo menos em regra - enan!o ca!egoriaes!!ica, como ocorre na prodK>o ar!s!ica. Na ar!e, o par!iclar resl!a dema sn!ese na al a s0#e!i9idade se imp<e como a!o essencialmen!e li9redo criador. $or o!ro lado, a e"igência da singlaridade em man!er-se como!al e impede o #ornalismo de !ornar-se ma forma de con&ecimen!ocien!?co o mero epifenmeno da ciência. as , !am0m, a margem

colocada ao s#ei!o para a!ri0ir sen!ido a!i9idade social e, por!an!o, paraa!ri0ir signi?cado aos fenmenos o0#e!i9os, e si!a o #ornalismo nacon!e"!ra referida an!eriormen!e, is!o , fren!e ela dplicidade Co0#e!i9a-s0#e!i9aC dos fa!os e ele !ra0al&a.

  O carD!er espec?co dessa CdplicidadeC, no caso do #ornalismo, es!Dni!idamen!e 9inclado, ao mesmo !empo, com ne"os de pro0a0ilidadeMan!i!a!i9as e de li0erdade Mali!a!i9as em relaK>o ao !odo social. $aradisc!ir essa especi?cidade necessDrio clari?car a manifes!aK>o dessefenmeno no dia a dia do #ornalismo.

  C6e o inesperado e acon!ece - ad9er!e $ar1 - n>o o !o!almen!einesperado e srge na no!cia. Os acon!ecimen!os e ?eram no!cia nopassado, como no presen!e, s>o realmen!e as coisas esperadas, assn!oscarac!eris!icamen!e simples e comns, como nascimen!os e mor!es,casamen!os e en!erros, as condiK<es das col&ei!as, a gerra, a pol!ica e o!empo. 6>o es!as as coisas esperadas, mas s>o ao mesmo !empo as coisasimpre9is9eis. 6>o os inciden!es e acasos e srgem no #ogo da 9idaC.B+

  $arece e a impor!ância social da informaK>o so0re m e9en!o,admi!indo-se as premissas disc!idas acima, depende de das 9ariD9eisfndamen!ais: a 0ai"a pro0a0ilidade do e9en!o descri!o e, alm disso, ainserK>o ali!a!i9a do referido e9en!o na !o!alidade social emdesen9ol9imen!o. Ao indicar e Cn>o o !o!almen!e inesperado e srgena no!ciaC, cer!amen!e o a!or es!D recon&ecendo, pelo menos, ains?ciência do enfoe pro0a0ils!ico.

  A inserK>o ali!a!i9a a e es!amos nos referindo s@ poss9el pore&D ma dimens>o s0#e!i9a da prD"is, pois n>o a sociedade, em si mesma,

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e possi ma essência !eleol@gica, mas precisamen!e os &omens enan!oseres pensan!es.B Qisso decorre e as possi0ilidades do desen9ol9imen!o&is!@rico n>o se e"pressam apenas pela pro0a0ilidade mas, em sefndamen!o especi?camen!e &mano, pela li0erdade de opK>o dosindi9dos. Ao n9el mais concre!o, pela aK>o e o con;i!o das classes e grpos

sociais. $or!an!o, o Cpreferencial sis!êmicoC para an!i?car a pro0a0ilidadede m e9en!o e sas cone"<es de ampli!de e radicalidade com o !odo socialn>o es!ri!amen!e o0#e!i9o, nem Jnico. Ele 9aria segndo os diferen!espro#e!os sociais inscri!os como poss9eis na concre!icidade do presen!e. EmconseSência, a alidade de ma informaK>o en9ol9e e"a!amen!e a!o!alidade do social Mo e implica ma pro#eK>o escol&ida como referência!e@rica. $or isso, a noK>o de sis!ema redcionis!a ando aplicada sociedade. Re!ira a &is!oricidade do processo social a par!ir de premissaso0#e!i9is!as.

  Ao eiparar realidades on!ol@gicas de ordens dis!in!as, o se#a, as

mDinas de informar e os organismos 0iol@gicos com a sociedade &mana,es!D faendo implici!amen!e ma opK>o ali!a!i9a e n>o er o n>oconsege re9elar. Es!a opK>o, na!ralmen!e, pela sociedade posi!i9amen!econsiderada, is!o , al&eia a!oprodK>o de sa pr@pria essência.

  A es!>o da alidade da informaK>o e decorre, como 9imos, das0#e!i9idade e da li0erdade e a &is!@ria encerra, l!rapassa a noK>o desis!ema e se liga ao concei!o de !o!alidade concre!a, ao !odo considerado emprocesso de !o!aliaK>o o0#e!i9a e s0#e!i9a.B*

  O signi?cado social de ma informaK>o #ornals!ica es!D in!imamen!e

relacionado !an!o ao aspec!o an!i!a!i9o an!o ao ali!a!i9o. 2m e9en!ocom pro0a0ilidade pr@"ima de ero #ornalis!icamen!e impor!an!e mesmoe n>o es!e#a 9inclado s con!radiK<es fndamen!ais da sociedade. $ore"emplo, m &omem e consegisse 9oar sem aler !ipo de aparel&o oins!rmen!o.

  2m e9en!o de ele9ada pro0a0ilidade, como no9as pris<es pol!icas no&ile de $inoc&e!, signi?ca!i9o e impor!an!e em 9ir!de de seenraiamen!o amplo e radical nm processo e e"pressa !endências reaisdo desen9ol9imen!o social. A signi?caK>o desse fa!o, seria desnecessDrioacrescen!ar, depende !am0m do aspec!o s0#e!i9o: a solidariedade ooposiK>o as !endências e possi0ilidades nas ais os e9en!os es!>o inseridos.Ai en!ra n>o s@ a margem de impor!ância e ideologicamen!e a!ri0daaos fa!os, como !am0m m espaKo de!erminado de ar0!rio ideol@gico paraa pr@pria signi?caK>o em !ermos ali!a!i9os. As no9as pris<es no &ile de$inoc&e!, para os #ornais do go9erno c&ileno, podem signi?car e o regimees!D dispos!o a Cman!er a ordem e a segranKa dos cidad>osC. $ara m #ornalli0eral podem represen!ar Cmais m a!o de ar0!rio de m go9erno sem

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legi!imidadeC. Nas pDginas de m #ornal de eserda podem signi?car eCes!D se ampliando a resis!ência re9olcionDria do po9o c&ilenoC.

  Em e pesem algmas sges!<es cria!i9as de Ro0er! E. $ar1, as 0asesfncionalis!as do referencial !e@rico e ele ado!a e, inclsi9e, sas opini<es

e"plci!as so0re a CfnK>oC da no!cia, n>o dei"am aler dJ9ida so0re ocon!eJdo conser9ador e limi!ado de sas concepK<es. CA fnK>o da no!cia -di $ar1 - orien!ar o &omem e a sociedade nm mndo real. Na medida eme o consege, !ende a preser9ar a sanidade do indi9do e a permanênciada sociedadeC.B) En!enda-se, e9iden!emen!e, o Cmndo realC como a formapela al ele es!D es!r!rado no presen!e. A CsanidadeC, compreenda-secomo ma men!alidade compe!i!i9a, mesin&a e consmis!a. $orCconser9aK>o da sociedadeC en!enda-se a preser9aK>o do capi!alismo e doCmodo de 9ida nor!e-americanoC.

 

 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 

No!as de Rodap

' $ar1, Ro0er! E. A no!cia como forma de con&ecimen!o: m cap!lo dasociologia do con&ecimen!o. In: 6%EINUERG, &arles, Morg. eios decomnicaK>o de massa. 6>o $alo, l!ri", sYd. p. ')-)+.

B illiam 5ames M')3B-'('4 foi m ?l@sofo e psicologo nor!e-americano,principal represen!an!e da corren!e denominada Cpragma!ismoC, ma das9arian!es do Cempirismo radicalC. 5ames considera9a e as dimens<es

ma!erial e espiri!al s>o apenas dois aspec!os de ma realidade cons!i!dapela Ce"periênciaC, de c#a premissa re!ira9a a idia de CaK>o J!ilC comoJnico cri!rio poss9el para a 9erdade.

5AE6, illiam. Apd: $ARZ, Ro0er! E. Op. ci!., p.').

3 $ARZ, Ro0er! E. Op. ci!., p.'(.

+ I0idem, p.'*3.

I0idem, p.'*+.

* I0idem, p.'*.

) CM. . .a prD"is !ili!Dria imedia!a e o senso comm a ela corresponden!ecolocam o &omem em condiK<es de orien!ar-se no mndo, de familiariar-secom as coisas e mane#D-las, mas n>o proporcionam a compreens>o dascoisas e da realidadeC Mp.'4. CNo mndo da psedoconcre!icidade o aspec!ofenomênico da coisa, em e a coisa se manifes!a e se esconde, considerado como a essência mesma, e a diferenKa en!re o fenmeno e a

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essência desapareceC Mp.'B. In: ZO6IZ, Zarel. Qial!ica do concre!o. Rio de 5aneiro, $a e %erra, '(*. M=ale assinalar e o concei!o depsedoconcre!icidade de Zosi1, medida e !en!a e"plicar pelo 9isepis!emol@gico os processos prodidos no !erreno da ideologia, !orna-se0as!an!e disc!9el. $referimos considerar e esse concei!o n>o possi o

alcance e o a!or l&e a!ri0i.

( $ar1, Ro0er! E. Op. ci!., p.'(.

'4 M=er: Qiscrso so0re o espri!o posi!i9o, especialmen!e o i!em =II, pp.'-. O%E, Ags!e. om!e. 6>o $alo, A0ril l!ral, '(*).

'' O !ermo percepK>o !omado, ai, como aela apreens>o imedia!a doreal e fornece os elemen!os e, a!ra9s da generaliaK>o em maior omenor gra, 9>o cons!i!ir os concei!os e as idias mais a0s!ra!as.

'B GENRO FILHO, Adelmo. A ideologia da arilena &a. In: %eoria e $ol!ica.

6>o $alo, Urasil Qe0a!es, '()+. p.(-)).

' AR[, Zarl \ ENGEL6, Friedric&. %e"!os. 6>o $alo, ed. 6ociais, '(*+. 9.',p.'').

'3 L2Z]6, Georg \ 6HAFF, Adam. 6o0re o concei!o de consciência declasse. $or!o, Escorpi>o, '(*. Madernos O &omem e a sociedade, p.).

'+ Idem, p.'B.

' Em '(*, nm !e"!o in!i!lado No!a so0re os aparel&os ideol@gicos de

Es!ado, Al!&sser !en!a responder s cr!icas e a!ri0ram aos sesconcei!os cer!a dimens>o Cfncionalis!aC, alegando e em se ensaio de'((Y*4 ele s0lin&a9a o carD!er Ca0s!ra!oC de sa anDlise e pn&ae"plici!amen!e no cen!ro de sa concepK>o a l!a de classes. M=er:AL%H266ER, Lois. Aparel&os ideol@gicos de es!ado. B.ed., Rio de 5aneiro,Graal. pp. '4(-B). Qe fa!o, Al!&sser recon&ecia a e"is!ência de con!radiK>onos CAIEC, se#a em 9ir!de da so0re9i9ência das ideologias an!igas o daemergência das no9as, assim como a?rma9a a Cprimaia de l!a de classesso0re as fnK<es e o fncionamen!o do aparel&o de Es!ado, dos aparel&osideol@gicos de Es!adoC. MOp. ci!., pp.'4(-''4. as a es!>o de fndo e!ais con!radiK<es s>o e"!eriores ao concei!o Ca0s!ra!oC - como ele mesmo

admi!i - de Aparel&os Ideol@gicos de Es!ado. 6>o realidades sociais de?nidaspelo se aspec!o n>o-con!radi!@rio, o e impede de apreendê-lasconcre!amen!e na sa dinâmica in!rnseca. ais !arde, nm !e"!o da!ado de'(*B, VElemen!os de a!ocr!icaV, Al!&sser c&ega a recon&ecer m dosaspec!os fndamen!ais de se e9oco !e@rico: a oposiK>o en!re ciência eideologia. Essa oposiK>o es!D na 0ase do concei!o de CAIEC e do se carD!erCorgânico-fncionalis!aC. as Al!&sser n>o 9ai mais longe. M=er: Al!&sser,

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Lois. Respos!a a 5o&n LoisYElemen!os de a!ocr!icaY6s!en!aK>o de !eseem Amiens. Rio de 5aneiro, Graal, '(*). M$osiK<es '.

'* H2QE, =ladimir. O e #ornalismo^ Lis0oa, amin&o, '()4. Mol. Nossondo p.33.

') $ARZ, Ro0er! E. Op. ci!., p. '*.

'( $odemos ci!ar nesse campo, ornelis as!oriadis, Andr Gor, I9an Ili!c&,Qaniel o&n-Uendi! e !an!os o!ros. As !eses mais proeminen!es do c&amadoCp@s-mar"ismoC es!>o localiadas nma con;ência de !rês corren!es: mmar"ismo com acen!o a!oges!ionDrio, a !radiK>o anaris!a e osmo9imen!os paci?s!as e ecol@gicos.

B4 =er Ili!c&, I9an. A con9i9encialidade. Lis0oa, Eropa-Amrica, '(*PGOR_, Andr. Ades ao prole!ariado: para alm do socialismo. Rio de 5aneiro,ForenseY2ni9ersi!Dria, '()B.

B' O pr@prio as!oriadis recon&ece as conseSências glo0ais de aler!ipo de regress>o das forKas prod!i9as, o e apon!a a dimens>o !@pica depropos!as desse gênero:C preciso le9ar em con!a e n>o &D pra!icamen!enen&m o0#e!o de 9ida moderna e de m modo o de o!ro, dire!a oindire!amen!e, n>o implie ele!ricidade. Essa re#eiK>o !o!al !al9eacei!D9el - mas preciso sa0ê-lo e preciso diê-loC. In: A6%ORIAQI6,ornelis \ OHN-UENQI%, Qaniel. Qa Ecologia a!onomia. 6>o $alo,Urasiliense, '()'. pp.B+-.

BB 6o0re as concepK<es de cL&an, Enens0erger o0ser9o:

CIn!i!i9amen!e, pelo menos, consegi maior discernimen!o das forKasprod!i9as dos meios de comnicaK>o do e !odas as comiss<es ideol@gicasdo $26 em sas in!erminD9eis resolK<es e dire!ries. Incapa de formlaraler !eoria, cL&an n>o consege dar sen!ido a se ma!erial,es!a0elecendo-o como denominador comm de ma reacionDria do!rina desal9aK>o. 6e 0em e n>o se#a se in9en!or, pelo menos foi o primeiro ee"pressamen!e formlo ma ms!ica dos meios de comnicaK>o, ms!icaessa e !ransforma em fmaKa !odos os pro0lemas pol!icos, ildindo sessegidores. A promessa dessa ms!ica a sal9aK>o da &manidade a!ra9sda !ecnologia da !ele9is>o, e precisamen!e dessa e se pra!ica &o#e em dia.

O in!en!o de cL&an, ao !en!ar 9irar ar" pelo a9esso, n>o e"a!amen!ealgo de no9o. $ar!il&a, com ses nmerosos an!ecessores, da decis>o desprimir !odos os pro0lemas da 0ase econmica, e do in!i!o idealis!a deminimiar a l!a de classe no al celes!e de m 9ago &manismo. %al e alm no9o Rossea - d0il re;e"o, como !odas as c@pias - proclama oe9angel&o dos no9os primi!i9os, con9idando 9ol!a a ma e"is!ência !ri0alpr-&is!@rica na Valdeia glo0alV, se 0em e em m n9el mais ele9adoC. In:EN_EN6UERGER, Hans-magns. Elemen!os para ma !eoria dos meios de

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comnicaK>o. Rio de 5aneiro, %empo Urasileiro, '(*). MUi0lio!eca %empo2ni9ersi!Drio p.''. =er !am0m: FINZEL6%EIN, 6idne7. cL&an: a ?loso?ada insensa!e. Rio de 5aneiro, $a e %erra, '((.

BQe9e-se faer ma resal9a para a discss>o e se !ra9a em !orno da

An!ropologia, so0re sas !endências ni9ersalian!es e par!iclaris!as.esmo ando a an!ropologia 0sca a recons!i!iK>o espec?ca de realidadessociais par!iclares, ela parece faê-lo a!ra9s de m processo !e@rico e9isa apreender a concre!icidade dos fenmenos es!dados por mmo9imen!o de dpla direK>o: de m lado, a especi?caK>o do o0#e!o, de o!roa re9elaK>o das ni9ersalidades e o compem in!imamen!e. A! a &is!@ria,e precisa faer o mais comple!o in9en!Drio dos acon!ecimen!os singlares,de9e faê-lo so0 o prisma da ni9ersaliaK>o dos concei!os e ca!egoriascapaes de es!a0elecer ne"os e dar sen!ido aos fa!os. CQisseram e a fsicase ocpa da eda dos corpos, e om0a das edas dos corpos singlares, aeda de cada fol&a a cada o!ono. enan!o a &is!@ria se ocpa dos fa!os

singlares. m erro, pois, o e corresponderia eda de cada fol&a n>o o acon!ecimen!o &is!@rico, como por e"emplo, o casamen!o no sclo [=II oem o!ros, mas sim o casamen!o de cada m dos sJdi!os de Ls [I= . . . Ora,a His!@ria se ocpa disso !an!o an!o a Fsica da eda de cada m doscorpos . . .C In: =E`NE, $al. O in9en!Drio das diferenKas Y His!@ria esociologia, 6>o $alo, Urasiliense, '(). p.+B.

B3

B+

B

B*

B)