O Sesimbrense - Edição 1163 - Junho 2012

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Página 5 ANO LXXXVI • N.º 1163 de 1 de Julho de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC) Página 12 Edifícios com História Página 10 En ArtesanalPesca avança com fábrica de congelados de peixe Finisterra encerra com sucesso mas também com dúvidas quanto ao futuro Em entrevista ao nosso jornal, o presidente da Câ- mara Municipal de Sesimbra confirmou que não estão Página 8 Associativismo Hóquei Luís Sénica vence no Benfica, Artur Pereira treina o Sporting Página 11 “Não estão previstos quaisquer despedimentos” Hotel do Mar Um investimento superior a 3 milhões de euros está prestes a nascer no porto de abrigo de Sesimbra: uma moderna fábrica de congelados de peixe que permitirá valorizar as capturas de sardinha, carapau e cavala, à semelhança do que a ArtesanalPesca já está a fazer para o peixe- espada preto. O Festival de cinema concebido por Carlos Sargedas encerrou com discursos de sucesso e votos de continuidade, mas o seu criador diz que se não houver apoios poderá levar o certame para outro lado. previstos despedimentos na Câmara Municipal, pois as exigências da troika deverão ser cumpridas apenas com as saídas voluntárias, final de contratos a prazo, ou por reforma. Na mesma entrevista, Augusto Pólvora faz o balanço das obras em curso e outros temas de actualidade. Moda Eloisa Santos promove desfile de moda Empresas “O Velho e o Mar” na vanguarda da restauração A Praça da Califórnia foi palco de um desfile de moda de Eloisa Santos. Uma das suas imagens de marca são os fatos carnavalescos, e foi de certo modo por causa do Car- naval que se dedicou à cria- ção de moda: nas Escolas de Samba foi-se interessando e aprendendo a pouco-e-pouco. Depois de anos a trabalhar como pescador e na venda de peixe porta-a-porta, José Filipe investiu em peixarias e, mais tarde, no restaurante O Velho e o Mar, que é hoje uma referência da gastronomia sesimbrense. Em entrevista exclusiva revela-nos o seu no- tável percurso. Luís Sénica, o sesimbrense que se tem destacado no Hóquei em Patins, venceu o Campeonato Nacional de Hóquei em Patins, como trei- nador da equipa do Benfica, confirmando a sua notável carreira no hóquei nacional. Artur Pereira é outro ho- quista da escola sesimbrense em destaque: passa a ser o novo treinador do hóquei do Sporting, clube em que jogou durante dois anos, no escalão de júniores. Segundo o jornal Record, Artur Pereira assinou por três temporadas e terá como objectivo a manutenção no principal escalão. Na apre- sentação Artur Pereira de- clarou: “É a concretização de um sonho. Assim que fui convidado, nem hesitei. Tudo farei pelos objetivos e lutarei sempre pelas vitórias. O que prometo é trabalho”. Jornal de Sesimbra retoma publicação O Jornal de Sesimbra fez sair a sua edição de Maio, declarando o seu director, Eduardo Cunha Cruz, que a suspensão se fez apenas “por um período que permitisse equilibrar a situação económi- ca e financeira” da Coopera- tiva de Comunicação e Cultura de Sesimbra, garantindo que o jornal não acabou. Esta declaração contrasta com a de João Capítulo, sub- director daquele jornal, em Abril passado, no sentido de que a suspensão seria, no mínimo, duradoura. Carlos Sargedas é o novo presidente dos Rotários Uma situação algo invulgar nos Rotários, dado que Carlos Sargedas já antes presidira aos destinos daquela organi- zação, mas que talvez se expli- que devido a alguns problemas do clube, com presidentes que não chegam a concluir os mandatos e abandonos ou suspensões de actividade. Página 4 Página 12 Página 9

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ANO LXXXVI • N.º 1163 de 1 de Julho de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC)

Página 12

Edifícios com História

Página 10

Ensino

ArtesanalPesca avança comfábrica de congelados de peixe

Finisterra encerra comsucesso mas também comdúvidas quanto ao futuro

Em entrevista ao nosso jornal, o presidente da Câ-mara Municipal de Sesimbra confirmou que não estão

Página 8

Associativismo

Hóquei

Luís Sénica vence no Benfica, Artur Pereira treina o Sporting

Página 11

“Não estão previstos

quaisquer despedimentos”

Hotel do Mar

Um investimento superior a 3 milhões de euros está prestes a nascer no porto de abrigo de Sesimbra: uma moderna fábrica de congelados de peixe que permitirá valorizar as capturas de sardinha, carapau e cavala, à semelhança do que a ArtesanalPesca já está a fazer para o peixe-espada preto.

O Festival de cinema concebido por Carlos Sargedas encerrou com discursos de sucesso e votos de continuidade, mas o seu criador diz que se não houver apoios poderá levar o certame para outro lado.

previstos despedimentos na Câmara Municipal, pois as exigências da troika deverão ser cumpridas apenas com

as saídas voluntárias, final de contratos a prazo, ou por reforma. Na mesma entrevista, Augusto Pólvora faz o balanço

das obras em curso e outros temas de actualidade.

ModaEloisa Santos promove desfile de moda

Empresas“O Velho e o Mar” na vanguarda da restauração

A Praça da Califórnia foi palco de um desfile de moda de Eloisa Santos. Uma das suas imagens de marca são os fatos carnavalescos, e foi de certo modo por causa do Car-naval que se dedicou à cria-ção de moda: nas Escolas de Samba foi-se interessando e aprendendo a pouco-e-pouco.

Depois de anos a trabalhar como pescador e na venda de peixe porta-a-porta, José Filipe investiu em peixarias e, mais tarde, no restaurante O Velho e o Mar, que é hoje uma referência da gastronomia sesimbrense. Em entrevista exclusiva revela-nos o seu no-tável percurso.

Luís Sénica, o sesimbrense que se tem destacado no Hóquei em Patins, venceu o Campeonato Nacional de Hóquei em Patins, como trei-nador da equipa do Benfica, confirmando a sua notável carreira no hóquei nacional.

Artur Pereira é outro ho-quista da escola sesimbrense em destaque: passa a ser o novo treinador do hóquei do Sporting, clube em que jogou durante dois anos, no escalão de júniores.

Segundo o jornal Record, Artur Pereira assinou por três temporadas e terá como objectivo a manutenção no principal escalão. Na apre-sentação Artur Pereira de-clarou: “É a concretização de um sonho. Assim que fui convidado, nem hesitei. Tudo farei pelos objetivos e lutarei sempre pelas vitórias. O que prometo é trabalho”.

Jornal de Sesimbra retoma publicação

O Jornal de Sesimbra fez sair a sua edição de Maio, declarando o seu director, Eduardo Cunha Cruz, que a suspensão se fez apenas “por um período que permitisse equilibrar a situação económi-ca e financeira” da Coopera-tiva de Comunicação e Cultura de Sesimbra, garantindo que o jornal não acabou.

Esta declaração contrasta com a de João Capítulo, sub-director daquele jornal, em Abril passado, no sentido de que a suspensão seria, no mínimo, duradoura.

Carlos Sargedas é o novo presidente dos Rotários

Uma situação algo invulgar nos Rotários, dado que Carlos Sargedas já antes presidira aos destinos daquela organi-zação, mas que talvez se expli-que devido a alguns problemas do clube, com presidentes que não chegam a concluir os mandatos e abandonos ou suspensões de actividade.

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2O SESIMBRENSE | 01 DE JULHO DE 2012

Editorial

Pescas - Maio

Farmácias de Serviço

nBombeiros Voluntários de SesimbraPiquete de Sesimbra: 21 228 84 50Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74nGNRSesimbra: 21 228 95 10Alfarim: 21 268 88 10Quinta do Conde: 21 210 07 18nPolícia Marítima 21 228 07 78nProtecção Civil (CMS)21 228 05 21nCentros de SaúdeSesimbra: 21 228 96 00Santana: 21 268 92 80Quinta do Conde: 21 211 09 40nHospital Garcia d’Orta - Almada21 294 02 94nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra21 268 73 45nPiquete de Águas (CMS)21 223 23 21 / 93 998 06 24nEDP (avarias)800 50 65 06nSegurança Social (VIA)808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra212 289 300nNúmero Europeu de Emergência112 (Grátis)nLinha Nacional de Emergência Social144 (Grátis)nSaúde 24 808 24 24 24nIntoxicações - INEM 808 250 143nAssembleia Municipal21 228 85 51nCâmara Municipal de Sesimbra21 228 85 00 (geral)800 22 88 50 (reclamações)nJunta de Freguesia do Castelo21 268 92 10nJunta de Freguesia de Santiago21 228 84 10nJunta de Freguesia da Quinta do Conde21 210 83 70nCTTSesimbra: 21 223 21 69Santana: 21 268 45 74

Contactos uteisnAnulação de cartões

SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços)808 201 251217 813 080Caixa Geral de Depósitos21 842 24 24707 24 24 24Santander Totta707 21 24 24 21 780 73 64Millennium BCP707 50 24 2491 827 24 24BPI21 720 77 0022 607 22 66Montepio Geral808 20 26 26Banif808 200 200BES707 24 73 65Crédito Agrícola808 20 60 60Banco Popular808 20 16 16Barclays707 30 30 30

Farmácia Bio-Latina 212 109 113 Avenida da Liberdade, nº. 238 Quinta do CondeFarmácia da Cotovia 212 681 685Avenida João Paulo II, 52-C, CotoviaFarmácia de Santana 212 688 370Estrada Nacional 378, Santana Farmácia Leão 212 288 078Avenida da Liberdade, 13, SesimbraFarmácia Liz 212 688 547Estrada Nacional 377, Lote 3, AlfarimFarmácia Lopes 212 233 028 Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

Com o apoio:

Em relação ao mês de Abril, anterior, houve um grande aumento de produção e valores vendidos na lota.

Em quilos pescou-se cerca de mais meio milhão! E nos valores totais 1 milhão e 400.000 euros!!!

Tínhamos razão quando no passado mês falámos na fé e esperança dos pes-cadores solicitando ao seu Padroeiro Senhor Jesus das Chagas que não os esquecesse e “Ele”, numa manifestação de agradecimento, retribuiu, a adoração que desta classe piscatória tem recebido.

A Artesanal foi a mais destacada arte mas também o Cerco se apresentou com grande melhoria com uns dias de boa produção de Besugos que já há algum tempo andava arredada das suas redes.

No jornal de Abril houve uma entrevista com o Sr. Secretário do Mar que elogiou Sesimbra e os seus pescadores para quem citou ser exemplo a seguir noutros

Acentuada Melhoria

centros piscatórios.Apesar deste elogio continuamos

a sentir, fortemente, o aperto deste P.O.P.N.A. que embora fosse bem-inten-cionado, não resultou pela desatenção nos problemas sociais que provocou e por não se ouvirem pessoas credíveis e bem posicionadas nesta área, isentas, e melhor preparadas para a defesa deste MAR rico de espécies e que tão mal tem sido aproveitado.

Neste jornal, sempre estivemos na defesa intransigente dos valores de que dispomos neste Costa mar ninguém nos ouviu. Não estudamos Biologia, mas temos a experiência de saber feito do con-tacto com a pesca e pescadores, durante uma vida, mas, infelizmente, sem poder impedir os erros que ainda se praticam nos mares inibindo o desenvolvimento das espécies e o corpúsculo das pescas.

Pedro Filipe

O Sesimbrense possui, desde 2008, uma página na Internet, onde têm sido publicados os textos da edição impres-sa, a qual é igualmente disponibilizada em formato PDF – embora apenas alguns dias após a saída do jornal, para garantir a precedência na respectiva leitura aos nossos assinantes.

O conjunto destes textos constitui já uma preciosa fonte de consulta para quem, na Internet, busca informações sobre Sesimbra.

Mas a página virtual d’O Sesimbrense beneficiou agora de uma profunda re-modelação, como é referido na página 16 desta edição. Para além de uma apresentação mais sugestiva e de uma consulta mais facilitada, vamos aumen-tar a frequência das notícias, de modo a garantir a actualidade noticiosa, que era mais difícil apenas com o ritmo de publicação mensal.

Como regra geral, as notícias serão colocadas na página da Internet com um desenvolvimento reduzido, reser-vando-se para a edição impressa o seu desenvolvimento. Desta forma, O Sesimbrense procurará complementar a actualidade informativa, em cima do acontecimento, com a qualidade informativa, desenvolvendo as notícias de acordo com as regras do bom jor-nalismo, duas ideias fortes da nossa linha editorial.

Apesar da renovada página estar em linha ainda há muito poucos dias, já se verificou um significativo acréscimo de visitas diárias, facto que pode ser com-

provado por todos, já que o respectivo contador de visitas se encontra visível.

* * *Através de reportagens e artigos de

opinião, O Sesimbrense tem vindo a demonstrar, ao longo dos últimos anos, a grande vitalidade do sector das Pes-cas em Sesimbra. Mas, neste aspecto, temos vindo a “falar sozinhos”, porque continua a a ser dominante o discurso dos que constantemente lamentam uma suposta decadência das Pescas, assegurando que “A Pesca é o Passado e o Turismo é o Futuro”.

A novidade é que, agora, foi um membro do Governo, o Secretário de Estado do Mar, através da entrevista exclusiva que publicámos na nossa anterior edição, que veio reforçar a ideia defendida pel’O Sesimbrense, dizendo mesmo que “é preciso seguir o exemplo de Sesimbra”. Juntemos a isto o incan-sável dinamismo da ArtesanalPesca, e vejmaos quem tem razão.

Uma boa notícia desta edição é a do regresso às bancas do Jornal de Sesimbra, e com promessa de continui-dade. Sou assinante, e dedicado leitor, daquele periódico – como, aliás, de toda a imprensa local – e estou convencido que a existência do Jornal de Sesimbra é muito importante para a qualidade da nossa imprensa, da nossa cultura, e da nossa democracia.

João Augusto Aldeia

Actualidade e Qualidade Informativa

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O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 20123

ONDULAÇÕES 117Eduardo Pereira

Quando abordo questões relacio-nadas com a Comunidade Europeia, constituída hoje por 27 países, vem-me sempre à memória a imagem da vida de uma grande família com muitos filhos. Com efeito, esta Europa é a maior e a mais importante das grandes famílias de povos e, como tal, se comporta. Por isso mesmo o seu papel poderia ser bem melhor se já tivessem decidido aplicar na Europa, políticas de maior solidariedade entre todos os cidadãos europeus, de todos os seus vários países.

Nas minhas Ondulações do início do passado mês de Maio, alertei os leitores de O Sesimbrense para a necessidade, e para a urgência, dos países europeus reafirmarem, a sua determinação em garantir a maior soli-dariedade, em todas as novas acções como, por exemplo, no combate à crise europeia e à “recuperação” da Grécia. Estamos a falar de membros da família com mais ou menos meios e a escolher como os vamos socorrer, isto é, como vamos repartir os meios pelos vários filhos. Devo confessar que me sinto, apesar de tudo, moderada-mente optimista, nas minhas análises. Aliás, estou convencido que esta crise europeia foi a última grande crise do meu tempo de vida, “consentida” pelos europeus. A forma como foi conduzida esta luta e os resultados conseguidos, que começam agora a ser divulgados, garantem-nos, por um lado, que as crises e o desenvolvimento se tornarão cada vez menos circunscritos a um ou outro país, na medida em que, por efeito de contaminação, muito dificil-mente, os outros países o permitirão. Tirando partido deste período de tempo em que temos estado, por um lado, a dar combate à crise europeia e, por

outro, à recuperação da Grécia, teria sido da maior importância que os parti-dos políticos gregos tivessem levado o debate das grandes questões políticas envolvidas – educação, juventude, justiça, trabalho e emprego, ambi-ente, agricultura, transportes, saúde, desporto – entre outras, a um debate aberto com outros partidos de toda a família europeia, abrindo e alargando, o campo do debate destas questões e facilitando o debate e o encontro das melhores soluções.

Apesar de tudo, numa Europa que se tem deixado envelhecer politicamente, é surpreendente a determinação que os socialistas franceses utilizaram e que os conduziu à expressiva vitória parlamentar e presidencial nas urnas. E que dizer duma Europa a deixar-se envelhecer politicamente, do com-portamento dos gregos e do rigoroso controlo anímico que os seus políticos souberam, exemplarmente, garantir nos últimos anos.

Milhões de cidadãos, dos vinte e sete países europeus, acompanharam os passos que foram dados em toda a Europa, preocupados com as conse-quências que cairiam sobre a Grécia, se fosse obrigada abandonar a Comu-nidade e a refugiar-se na sua moeda nacional, cada vez mais desvalorizada e num cenário de possível contami-nação da situação a outros países europeus, nomeadamente, a Portugal, à Espanha e à Itália. Todos os cenários avançados para resolver a situação não foram sequer postos em cima da mesa. Não passaram disso mesmo, de cenários que poderão, agora, vir a ser revistos pelos órgãos nacionais gregos competentes, uma vez que são conhecidos os resultados expressos nas urnas no dia 17 de Junho.

Comemorou-se no dia 5 de Junho o Dia Mundial do Ambiente, dia que foi assinalado pela Câmara Municipal com uma visita ao Obser-vatório de Aves da Lagoa Pequena.

Esta visita contou com a participa-ção do Presidente da CMS, Augusto Pólvora, a Presidente da Assembleia Municipal, Odete Graça, o Vereador Francisco Luís, o Presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, entre outro convidados que aceitaram o convite e quiseram cel-ebrar este dia junto da Natureza.

Inserido no Dia Mundial do Ambiente, houve também uma visita à Herdade da Mesquita numa zona que integ-ra o projecto da Mata de Sesimbra. Na zona visitada a Casa da Mesquita faz exploração de areias, das quais resultaram grandes escavações com crateras de grandes dimensões, que agora dão lugar a lagoas azuis ro-deadas de vegetação. Esta requali-

Dia Mundial do Ambiente

ficação do território está inserida no Plano de Gestão Ambiental e começou a ser realizada em Janeiro de 2004.O plano de recuperação ainda não está terminado, mas já são bastante notórias as diferenças. Esta zona conta agora com cerca de 27.000 árvores e arbustos. Mais um espaço verde que, a médio pra-zo, poderá dirigir-se ao público com di-versas actividades ligadas à Natureza.

João Farinha, responsável pelo Ob-servatório da Lagoa, e que fez a visita guiada, referiu que a Lagoa de Albu-feira é a mais profunda de Portugal, muito rica em espécies, sendo este um dos observatórios com mais visitas.

Este espaço natural está divi-dido em três circuitos, onde se pode ver variadíssimas espécies; a melhor altura para a observação é de manhã, e no Inverno. O lo-cal está aberto ao público, pagan-do-se apenas um valor simbólico.

Teresa Carvalho da Silva

Herdade da Mesquita

O novo Centro de Saúde da Quinta do Conde continua encerrado, ape-sar da respectiva obra ter sido con-siderada concluída em Março último.

O Presidente da Junta de Fregue-sia da Quinta do Conde, Vítor An-tunes, referiu, em declarações a’O Sesimbrense, que das inúmeras “des-culpas” que têm sido apresentadas pelo Governo, “desta vez, tem a ver

com a empresa de electricidade EDP”.Ao longo destes últimos anos a Quinta

do Conde tem “lutado” para ter um novo estabelecimento de saúde para assistir as necessidades da populosa freguesia. Ví-tor Antunes afirmou ainda que a manuten-ção deste encerramento “é um insulto aos 30.000 habitantes da Quinta do Conde”.

Teresa Carvalho da Silva

Novo Centro de Saúdeda Quinta do Conde

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4O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 2012

Decorreu entre os dias 1 e 10 de Junho mais uma edição da Feira Festa na Quinta do Conde, que contou com uma forte participação da população.

Segundo Afonso Esteves, da Comissão da Feira Festa, esta edição “superou as expectati-vas, devido ao bom programa artístico, que acabou por chamar mais pessoas”.

Nomes como os de Toy, Ro-mana, Filipe Pinto, foram alguns dos artistas que integraram o programa que a Feira Festa conseguiu desenvolver. Para além do programa artístico,

Feira Festa com muita animação

contou com os tradicionais car-rocéis, barraquinhas de comidas e bebidas, com a participação de quarenta e dois stands ligados ao comércio local do Concelho, número, que subiu significativa-mente em relação ao ano ante-rior, em que tinham participado vinte e cinco stands.

Um dos pontos altos da festa, e para a encerrar, foi o espéc-taculo de fogo-de-artifício, que a organização fez questão de incluir no programa, pois “é sempre uma coisa que as pes-soas gostam”.

Teresa Carvalho da Silva

Decorreu entre os dias 26 de Maio e 10 de Junho últimos, a Quinzena do Peixe Espada-Preto em Sesimbra. Esta iniciativa con-tou com o apoio de vários restau-rantes da Vila, que apresentaram menus especiais desta espécie.

Este ano, entre as várias iniciativas associadas, desta-cou-se o workshop de con-fecção de Peixe Espada-Preto no Restaurante O Canhão II, que teve lugar no Sábado, 10 de Junho, último dia da edição.

Este pequeno workshop con-tou com a presença de doze pessoas, que “arregaçaram as mangas” para aprender a cozinhar várias especialidades.

Quinzena do Peixe Espada-Preto

Começou com uma apresen-tação da actividade piscatória, que incluía um vídeo, e contou com a presença de um membro da ArtesanalPesca para agregar mais alguma informação e expli-car os procedimentos da captura.

Na cozinha, onde a maioria dos participantes nunca tinha entrado, prepararam-se algu-mas especialidades, que depois serviram de refeição aos par-ticipantes. A Chefe Albertina Pie-dade adiantou-nos então, que as especialidades foram: Cata-plana; Panadinhos com farinha de milho; Filetes, e Rolinhos com banana e sementes de sésamo.

Teresa Carvalho da Silva

Quando é que surgiu a ideia de criar a primeira peixaria?

Foi há cerca de 20 anos, depois de ter sido pescador e de vender peixe “porta-a-porta” na Quinta do Anjo. Naquela al-tura o Julião fez-me a proposta para ficar com o espaço na rua 31 de Janeiro e decidi arriscar. Inicialmente tinha apenas uma pequena arca com peixe con-gelado, uma vez que em termos de volume de vendas era o peixe fresco que tinha mais saída.

E a ideia de abrir um novo estabelecimento?

Primeiro fiz obras na peixaria, aliás tive alguns problemas com a Câmara porque naquela altura, o estabelecimento nem alvará tinha. Para não me fecharem o negócio, chegámos a acordo. Trabalhei durante um ano e pas-sado esse tempo fiz as obras.

Naquela altura houve neces-sidade de analisar o negócio em si. Como sou uma pessoa com muita ambição e gosto de estar por cima dos negócios, acabei por arriscar e ficar com a peixaria da rua Serpa Pinto.

E na Cotovia?Estrategicamente, decidi falar

com o proprietário da peixaria Lizandro. Após algumas nego-ciações, fiquei com o espaço e com os seus clientes assíduos. Sem qualquer concorrência, e com uma marca bastante forte, tudo corria bem, mas sempre

Depois de anos a trabalhar como pescador e na venda de peixe porta-a-porta, José Filipe Batalha Pinto investiu em peixarias e, mais tarde, no restaurante O Velho e o Mar, que é hoje uma referência da gastromia sesimbrense: um caso de sucesso a justificar uma entrevista.

com consciência de que mais tarde ou mais cedo novas peixarias poderiam aparecer, principalmente nos novos edifícios, por-tanto não poderia estar ali muito tempo, teria que investir já! Acabei então por alugar o es-paço onde estamos hoje.

Qual é o segredo do seu negócio em termos das peixar-ias?

Não existe segredo, acho que o mais im-portante é apostar na qualidade e no respeito pelos clientes. Na minha opinião essas são as duas peças fundamentais para o sucesso de qualquer negócio.

O facto de ter uma peixaria foi um motivo impulsionador para abrir no ramo da restau-ração?

Quer dizer, o restaurante apa-receu quase por como um ca-pricho. Na peixaria já não havia muito para inventar. Para evoluir tinha que ser noutro sector. De facto sempre fui um “homem do peixe” e como aquela localiza-ção era excelente, simplesmente aconteceu! Hoje em dia estamos bem, cada vez melhor, esta-mos aqui há seis anos, somos muito jovens numa casa com

cinquenta anos, com qualidade, com sorrisos e respeito pelos clientes.

Em termos de gestão, é um one man show ou tem alguns “braços direitos”?

A gestão é praticamente minha. Na área comercial tenho que escolher pessoas em quem confio. Sozinho não se con-segue fazer nada, quanto temos as pessoas certas ao nosso lado é meio caminho andado. Se fal-harmos, o responsável sou eu. No entanto, quando atingirmos o sucesso, o mérito é de todos.

Em termos de crise general-izada, tem sentido a crise no seu negócio? Qual a perspec-tiva que tem para o futuro?

Tenho dificuldades em re-sponder a essa pergunta. Te-mos sido surpreendidos. As coisas têm mudado com uma rapidez total que às vezes é difícil acompanhar, temos que mudar, e adaptar-nos, e há pes-soas que não estão preparadas para essa mudança repentina.

Jovita Lopes

Zé Camarão: da pesca à restauração

“Ao Reminho pela Borda d’Água” é o título do novo livro, de António Cagica Rapaz, o primeiro publicado após a sua morte, em Dezembro de 2009.

Ao reminho pela borda d’água

É constituído quase essencial-mente por crónicas publicadas nos jornais O Sesimbrense e Jornal de Sesimbra, e também na revista Sesimbra Eventos

– constituindo, de certa forma, uma sequência do livro “No-venta e Tal Contos”, publicado em 2000.

A recolha e organização dos textos do novo livro coube a Pedro Martins e a Margarida Caleiro, e inclui ainda um pre-fácio de António Reis Marques, do qual retiramos o seguinte parágrafo, que sintetiza mag-nificamente a arte de Cagica Rapaz:

“Fabuloso contador de histórias, a sua maestria da pa-lavra revelava-se, entre o sonho e a realidade inerentes às coisas da vida, na peculiar atenção que dedicava ao quotidiano da

vida local, tornando fascinante o discurso sobre pequenos nadas, na reconstituição de ambientes paisagísticos e humanos, de quadros típicos em vias de de-saparecimento ou na biografia de ignorados heróis das vidas simples. E tudo isto temperado com aquele seu particular e fino toque de ironia.”

Na mesa da sessão de lan-çamento estiveram presentes o actor João Vasco, Pedro Mar-tins, e o presidente da Câmara, Augusto Pólvora, que falaram detalhadamente sobre livro e autor, tendo Augusto Pólvora revelado que a Câmara vai atri-buir o nome de António Cagica

Rapaz a uma rua que surgirá no interior do Bairro Infante D. Henrique, em Sesimbra, actual-mente em obras.

António Cagica Rapaz iniciou a sua colaboração com o jornal O Sesimbrense em 19 de Maio de 1963, publicando o poema SESIMBRA/COIMBRA, com a epígrafe “brincando às serena-tas”: um cotejo 15 quadras onde se propõe: “Procurar / Duma ma-neira singela / Entre Sesimbra e Coimbra / Saber qual a mais bela”. Contava então apenas 18 anos, e era estudante na cidade que rivalizava em beleza com a sua terra natal.

JAA

José Filipe também é conhecido pela alcunha familiar, que não hesitou em empregar nas suas peixarias. Teria esse facto sido importante para o negócio?

Isso é engraçado, porque eu não sou o Zé Camarão, Zé Camarão era o meu pai. Quando estive na Quinta do Anjo, estive sozinho, e quando voltei é que ele deixou de andar ao mar e me veio ajudar. É engraçado, porque conheciam o meu pai, foi um meio estratégico, e acabou por funcionar.

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O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 20125

Como estão a decorrer as obras nas ruas e espaços públicos da vila de Sesimbra?

Estão a decorrer dentro do previa-mente programado. Contamos até ao fim do ano ter todas as obras nas ruas e espaços públicos concluídas com exceção da Rua Aníbal Esmeriz que será concretizada depois de concluída a obra do edifício.

Mantém-se a prevista interrupção das obras durante a época balnear?

Em Julho e Agosto serão interrom-pidas algumas das obras, que serão retomadas em Setembro, conforme previsto e anunciado.

E as obras nos edifícios, nomeada-mente na Fortaleza?

A obra da Casa do Bispo deverá ficar concluída em Agosto e a 1ª fase da Fortaleza está a decorrer conforme programado. Nesta 1ª fase serão total-mente recuperadas as muralhas e ter-raços interiores da Fortaleza e a fachada virada para a Rua da Fortaleza incluindo os respetivos vãos. Esperamos iniciar ainda este ano a 2ª fase da Fortaleza que deverá estar concluída até final de 2013 e que inclui a recuperação integral de todos os edifícios e a instalação do Museu do Mar e das restantes valências

Entrevista com o Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra

O agravamento da situação financeira do País tem tido evidentes reflexos na vida económica do município de Sesimbra e da sua Câmara, como O Sesimbrense tem vindo a espelhar nas suas edições. Simultaneamente, desenvolve-se no concelho um extenso programa de obras de valorização, quase integralmente financiadas por fundos comunitários e, numa parte menor, por empréstimos bancários, que também registaram alguns problemas. Sobre estes assuntos ouvimos directamente Augusto Pólvora, presidente da Câmara Municipal.

previstas. Quanto ao edifício da Rua Aníbal Esmeriz, a obra está atrasada em relação ao previsto mas esperamos ob-ter autorização do Programa Operacio-nal de Lisboa para a prorrogar por mais alguns meses concluindo-a em 2013.

A nova Escola de Sampaio abrirá no próximo ano letivo?

Abrirá no próximo ano lectivo embora não seja certo que tal aconteça em Setembro. Admitimos face ao atraso das obras, da responsabilidade da empresa adjudicatária, que a sua abertura ocorra apenas em Janeiro depois das férias natalícias.

A Câmara decidiu recentemente anular um empréstimo de 1 milhão de euros que tinha pedido para algu-mas obras – mas essas obras serão realizadas na mesma?

Uma das obras – a Estrada dos Murtinhais - que tem um financiamento parcial do POVT para a componente de saneamento está em curso e será con-cluída. A outra obra que diz respeito à requalificação das infra-estruturas eléc-tricas da AUGI da Ribeira do Marchante na Quinta do Conde, está para já adiada, sendo a sua programação ponderada aquando da preparação do Orçamento para 2013.

A Câmara de Sesimbra recorrerá ao empréstimo que o Governo aprovou recentemente, coma designação de programa de Apoio à Economia Local?

A Câmara decidirá depois de analisar as condições concretas em que o em-préstimo será disponibilizado.

Tem sido debatido na Assembleia Municipal o problema das dívidas de munícipes à Câmara Municipal – como está a decorrer essa cobrança?

A cobrança está a decorrer conforme previsto com recurso muito significativo a planos de pagamento em prestações por parte dos devedores.

Como estão a decorrer as vendas do novo edifício para habitação social na Rua Conselheiro Ramada Curto?

De momento estão ainda por vender 3 apartamentos, dois dos quais proprie-dade da Câmara, depois de esgotada a lista dos mais de duzentos candidatos à aquisição. As enormes dificuldades colocadas pela banca ao financiamento prejudicaram enormemente este pro-cesso de venda a custos controlados. Recentemente decidimos na Câmara por unanimidade desburocratizar as condições de venda no sentido de dar celeridade ao processo. Manter-se-á no entanto a exigência de os compradores

serem naturais, residentes ou trabalha-rem no concelho há mais de 1 ano, bem como a impossibilidade de revenda pelo prazo de 20 anos, havendo direito de preferência a favor do município.

Entre as medidas da troika contam-se a da redução de funcionários das Autarquias e também do número de serviços municipais e cargos diri-gentes. Como está a decorrer esse processo. Vai haver despedimentos?

No último ano reduzimos o nº de trabalhadores em 4,5% sem recurso a qualquer despedimento. Esta redução resultou quer de aposentação de vários funcionários quer do fim de contratos a prazo que legalmente já não podiam ser renovados e ainda da saída voluntária de alguns trabalhadores, que foram à procura de melhores condições sala-riais nalguns casos fora do país. Este ano manter-se-á a redução por via das aposentações. Não estão previstos quaisquer despedimentos. Quanto à redução de serviços e dirigentes ela será concretizada se legalmente exigida em-bora discordemos frontalmente dessa opção da troika e do Governo, que terão um impacto financeiro residual e não contribuirão em nada para a melhoria dos serviços públicos.

João Augusto Aldeia

A Associação Cultural e Desportiva da Cotovia comemorou o seu 22º aniversário, com uma cerimónia onde estiveram presentes a Câmara Munici-pal, a Assembleia Municipal, a Junta de Freguesia do Castelo, a Federação das Colectividades e a Associação de Futsal.

Perante uma sala cheia – aspecto que foi destacado pela generalidade dos ora-dores como prova de pujança em termos de associativismo – os vários oradores destacaram o papel do associativismo para a comunidade, felicitando a ACDC pelo trabalho desenvolvido

Fernando Almeida, Presidente da ACDC, agradeceu a associados, atletas e colaboradores, agradecimento que estendeu aos pais pela “dedicação e entrega e confiança que em nós de-positam”. Destacou as parcerias com a Câmara de Sesimbra e Junta de Freg-uesia do Castelo, a quem agradeceu todo o contributo prestado, bem como a diversas entidades empresariais.

Destacou que a ACDC está a trabalhar “no limite da nossa capacidade”, mas também que existem oportunidades para o crescimento, ainda que “sem colocar em causa as capacidades financeiras da Associação”.

Augusto Pólvora, presidente da Câma-ra de Sesimbra, destacou a ACDC como “uma associação jovem mas dinâmica, e com um enorme potencial, por estar numa das áreas mais dinâmicas da freguesia do Castelo, pois para aqui vem muita gente jovem, de Sesimbra

Associação Cultural e Desportiva da Cotovia

O Grupo Desportivo de Alfarim come-morou o seu 36º aniversário com uma ses-são solene realizada no passado dia 5 de Junho.

Contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Au-gusto Pólvora, e da Junta de Freguesia do Castelo, Francisco de Jesus, com convida-dos, amigos e ainda representantes asso-ciativos.

Nas várias intervenções falou-se tam-bém das dificuldades que têm atravessa-do, e fez-se um balanço da época.

Inserido nas comemorações, houve ainda no dia 16 de Junho a Gala Gímnica, que teve lotação esgotada, e no dia 30 de Junho o Sarau de Encerramento das Acti-vidades referentes à Época 2011/12.

36ºAniversário GD Alfarim

e de outras áreas do concelho, e até de fora do concelho”, e também porque naquela zona se concentra “a maior parte do parque escolar do concelho de Sesimbra”.

Falou no facto da ACDC ter começado “por andar com a casa às costas, mas em boa hora, com a ajuda da Câmara e de outras entidades, e com trabalho muito duro na 1ª fase, e ao mesmo tempo que desenvolviam outras actividades”, mas terem conseguido erguer as suas instalações.”

Destacou também o papel dos actuais corpos sociais, que “pegaram nesta

Associação em condições difíceis, con-seguindo recompor a situação financeira, ao mesmo tempo que mantinham a sua actividade e até a aumentaram”.

Referiu não estar a Câmara “em condições de manter o nível de investi-mentos que fizemos em anos recentes nesta área, que foi muito forte, até porque há um conjunto de outros investimentos, como o do saneamento da freguesia do Castelo, pelo que a disponibilidade financeira tem de estar dirigida para ou-tras áreas.” Apontou pois para a neces-sidade de se “rentabilizar ao máximo as infraestruturas desportivas existentes.”

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6O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 2012

Realizou-se no dia 13 de Jun-ho, pelas 19 horas, um arraial popular nos Largos do Município e Eusébio Leão, organizado pelo Agrupamento de Escolas de Sesimbra – Castelo Poente.

De entre as diversas inicia-tivas, destacaram-se os jogos tradicionais e as bancas para venda de produtos confec-cionados pelos alunos, bem como produtos alimentares que tinham à venda, que esgotaram todos.

Outro atractivo desta festa, foi a quermesse intitulada “Arraial Solidário”, que teve como objec-tivo a recolha de bens e produ-tos que posteriormente serão

Arraial Popular no Stº. Antónioentregues ao Banco Alimentar. Segundo Jesus Cunha Aldeia, membro da organização deste evento, na recolha de alimen-tos “apenas se conseguiram duas caixas com alimentos”, no entanto, referiu que “quanto ao resto” os produtos esgotaram e correu tudo “muito bem”.

Para além das tradicionais barraquinhas com jogos e ven-das, houve a actuação dos alunos inseridos neste agrupa-mento escolar. Destacaram-se também três marchinhas popu-lares formadas pelos alunos, e uma formada pelos pais, auxili-ares e professores.

Teresa Carvalho da Silva

Comemorou-se a 31 de Maio o Dia do Pescador, marcado pela cerimónia de atribuição de diversas distinções.

Esta cerimónia realizou-se em Sesimbra pela 4ª vez, sendo as embarcações com mais elevado volume de vendas, em cada arte de pesca, que são agraciadas. Também o pesca-dor mais idoso em actividade foi distinguido, como referimos na nossa anterior edição

O Presidente da CMS, Au-gusto Pólvora, salientou a im-portância “valorizar cada vez mais o trabalho do Pescador para que possa vir a ser reco-nhecido”. Adiantou também que em 2011 houve um aumento de 10% de vendas em lota, face ao ano precedente, bem como um aumento de 40% nas quanti-

Dia Mundial do Pescadordades, e que desde Janeiro a Maio do corrente ano, o porto de Sesimbra se encontrava em 1º lugar a nível Nacional, quer em descargas, quer em vendas.

Augusto Pólvora destacou uma redução bastante signifi-cativa dos pescadores no activo, nomeadamente na pequena pesca costeira, onde essa redução atingiu os 40%. Por outro lado, houve um aumento de 10% dos pescadores da faixa etária jovem, dado este que o Presidente da Câmara consi-derou bastante interessante.

Entre os discursos e a home-nagem, procedeu-se também a entrega das distinções que foram recebidas por familiares, mestres e donos das embar-cações.

Teresa Carvalho da Silva

Santos PopularesNas comemorações dos

Santos Populares, Sesimbra encontra-se com diversas ruas e largos enfeitados: ruas Antó-nio Augusto de Aguiar (do Saco) e a dos Pescadores, e os lar-gos Eusébio Leão e da Fonte Nova. Na marginal também há um larginho enfeitado da auto-ria do Bota no Rego e frente à Sociedade Musical Sesimbren-se. Das marchas populares faremos reportagem na nossa próxima edição.

No passado dia 12 de Junho saiu o prémio de jackpot acu-mulado do Totoloto, no valor de 2.450.237 euros, repartido por três apostadores, sendo

1º prémio Totolotosai a um Sesimbrense

um deles sesimbrense.Este sortudo pescador se-

simbrense, segundo informa-ção que chegou à redacção, ganhou um total de 815.079

euros. O boletim foi registado no nosso anunciante Pedro Filipe, do nosso regular cola-borador Pedro Filipe, que se situa na Avenida da Liberdade, em Sesimbra.

A este estabelecimento já calhou entregar quase todos os prémios, com excepção do Euromilhões: esperemos que seja para breve!

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O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 20127

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8O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 2012

O investimento numa grande unidade fabril de congelados, anunciado pela ArtesanalPesca por ocasião da festa do 25º aniversário desta organização de produtores, em Dezembro passado, vai avançar ainda este ano.

Com um custo previsto de três mil-hões de euros, a fábrica destina-se à congelação e embalagem de peixe, essencialmente de espécies pelágicas, como a sardinha, o carapau e a cavala.

Neste momento já se ultimam os preparativos em termos de projecto, e a obra poderá arrancar em breve. O novo edifício fabril ficará junto às actuais ins-talações da Artesanal, no lado poente: veja-se a imagem de baixo.

Numa entrevista com Manuel José Pólvora, responsável pela Artesanal-Pesca, e com Carlos Macedo, técnico daquela organização, soubemos que era preferência da empresa a localiza-ção da nova unidade numa zona mais próxima da lota, permitindo que tivesse mais 5 metros de largura, mas também porque “é ao pé do cais que faz falta, para diminuir a distância de transporte desde o barco”.

O investimento terá uma compartici-pação do PROMAR, a fundo perdido, no valor de cerca de um milhão e 200 mil euros. A banca financiará cerca de um milhão de euros, e a empresa colocará o restante.

A nova unidade terá uma capacidade de armazenamento para mil toneladas, na camara de congelados, com um sistema sofisticado de empilhamento, que permitirá aceder com facilidade a qualquer embalagem armazenada.

A maquinaria de congelados será concebida para 10 toneladas/hora. A unidade terá um tanque com 19 me-tros, para lavagem e início do processo de congelação, a qual se processa ao longo de um túnel, com diversas fases de congelação.

No final desta cadeia de produção ficam as zonas de pesagem e embala-gem, com 3 balanças, sendo todo o processo altamente automatizado.

Outra possibilidade de embalagem é a de colocação do peixe em caixas de cartão, de 10 ou 20 kg. Mas também haverá uma de peixe fresco, equipada com duas balanças, em caixas de esferovite.A vantagem da

ArtesanalPesca avança com fábrica de congelados

A ArtesanalPesca até já adquiriu, e tem em funcionamento, uma das máquinas de pesagem e embalagem automática que ficarão na nova fábrica. Durante a nossa visita, pudemos ver em funcionamento a ensacagem automática de postas de peixe-espada preto, em embalagens de 700 gramas – mas estando a máquina preparada para embalar qualquer outra quantidade.

A possibilidade de embalar quantidades menores de uma espéciemais cara, como é o caso do peixe-espada preto, poderá facilitar a sua aquisição pelos consumidores.

contratualizaçãoÀ semelhança do que aconteceu

com o peixe-espada preto, a celeb-ração de contratos entre os barcos e a ArtesanalPesca poderá ser muito importante para a negociação subse-quente com as grandes superfícies distribuidoras de alimentos. Segundo Manuel José Pólvora, essa hipótese seria a melhor, e nesse sentido já se fizeram alguns contactos. A maioria das traineiras encontra-se associada na outra organização de produ-tores, a Sesibal, mas isso não será impedi-tivo de que se es-tabeleçam

os referidos contratos. A construção da nova fábrica poderá

durar sete ou oito meses, pois tratam-se de estruturas prefabricadas.

As obras deverão começar já em Julho, com a maquinaria a ser instalada no final, podendo a unidade começar a laborar no início de 2013.

Ameaça das alterações climáticas

Recentemente a imprensa divulgou informações científicas no sentido de que as variações de temperatura, asso-ciadas a alterações climáticas, poderão estar a fazer diminuir a quantidade de sardinha na nossa costa. Manuel José Pólvora duvida desta ameaça: “Eu não creio. A sardinha tem as suas épocas, talvez agora com as águas mais frias, não esteja tão bem, mas a semana passada já houve muita em Matosin-hos. Há um estudo que diz que havia menos desova na costa, mas também já houve tempo em que se dizia que não se apanhava mais sardinha, e de-pois veio tanta sardinha que teve que se deitar fora. Depende dos anos. Se formos a fazer um historial, nuns anos não havia, noutros havia muita”.

Manuel José Pólvora recorda tam-bém as fotografias de há algumas décadas, onde se vêem as traineiras de Sesimbra carregadas de sardinha, mas chama a atenção para que “Hoje, há traineiras que trazem, cada uma, 40 ou 50 toneladas para terra, mais que o conjunto das traineiras que havia antigamente.”

Vale a pena valorizar a cavala?

Ultimamente tem-se falado muito na necessidade de valorizar a cavala, es-pécie rica em termos alimentares, mas a que os consumidores não dão muito valor. Trata-se de uma valorização que tem os seus riscos, pois se uma empresa gasta dinheiro a promover uma espécie, todas as outras empre-sas que vendem o mesmo peixe vão beneficiar dessa valorização, mesmo sem ter contribuído para a promoção. E o consumidor pagará mais caro!

Manuel José Pólvora chama ainda a atenção para outro aspecto: se se valoriza muito a cavala, depois apare-cem os controlos de quotas de União Europeia.

A ArtesanalPesca, no entanto, não tem estado parada no que respeita à cavala: “Estamos a tentar, com fabricantes de conservas, para que façam mais cavala. Neste momento já vendemos muita congelada, solta, e também está servir para isco, porque antigamente iscava-se mais com sardinha, mas hoje, como a sardinha tem um preço maior, isca-se mais com a cavala.”

C a r l o s M a c e d o refere outro as-pecto de

enorme importância: a criação de uma marca. A ArtesanPesca já deu um passo nesse sentido com a criação do seu logotipo e está atenta a esta dimen-são da comercialização, apesar de as grandes superfícies, neste momento, preferirem vender o peixe num género de “linha branca”.

Carlos Macedo adianta ser este um nicho importante: “Em termos da divul-gação do produto, tem um efeito que às vezes não conseguimos medir, mas que é muito maior do que indica o vo-lume de vendas”. Dá como exemplo a conserva de peixe-espada preto, criada pela ArtesanalPesca em associação com José Nero: “Em termos da nossa quantidade de produção representa quase nada, mas tem um efeito muito grande de notoriedade”.

A excelência da pesca sesimbrense

A possibilidade de congelar o peixe e de negociar a sua venda, através de contratos, com as grandes superfícies, permite uma valorização do peixe, superior à que acontece quando os barcos chegam à lota e têm de vender, na hora, as capturas. Esse é o drama da pesca, quando não pode esperar para negociar a venda do seu produto em melhores condições.

A existência duma rede de frio, para defender a pesca das contingências da venda na hora, é uma solução advo-gada há muitas décadas, mas nunca as autoridades construíram essa rede de frio, para além de uma pequena capa-cidade de congelação da Docapesca.

Finalmente, foram os pescadores, através desta sua organização, que começam a construir a rede de frio prometida há tantos anos.

Recordemos que este investimento da ArtesanalPesca não é o primeiro na rede de frio, pois no já no ano de 2010 fizeram um importante in-vestimento nesta área, conforme foi dado a conhecer pelo nosso jornal.Enquanto o país e a generalidade dos sectores económicos se afundam na crise económica, o sector da pesca de Sesimbra resiste e continua a in-vestir, mostrando, como já aconteceu noutras épocas de dificuldades, que tem capacidade para ultrapassar os problemas. É um aspecto a que o jor-nal O Sesimbrense tem dado o devido destaque, nem sempre compreendido pela comunidade, que prefere con-tinuar a falar apenas dos problemas e ameaças – que também existem – que pairam sobre o sector.

João Augusto Aldeia

Indicadores da nova fábricaCusto: 3 milhões de euros:

União Europeia: 1.200 mil euros Banca: 1 milhão de euros ArtesanalPesca: 800 mil euros

Aréa coberta: 2 mil m2

Câmara de Congelados: Mil ton.

Processamento: 10 toneladas/hora

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O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 20129

A ideia inicial não era a de construir um hotel, mas sim uma grande vivenda familiar, para férias de uma família alargada e de amigos, no antigo vale do ribeiro de Telheiros, a poente da vila de Sesimbra, na encosta sobranceira ao arraial das armações da empresa Loureiro & Filhos. Mas a ideia de João Alcobia, proprietário da empresa de móveis JALCO, evoluiu depois para a construção de uma unidade hoteleira, cuja necessidade há muito se fazia sentir, pois o Hotel Espadarte era insu-ficiente para a procura turística então existente.

O arquitecto escolhido foi Conceição Silva, especializado na construção de vivendas de luxo, e que também se dedicava à concepção de móveis, tendo já feito uma exposição na casa JALCO, em 1953.

Para o investimento, João Alcobia agregou os irmãos Gonçalves – José e Manuel – donos do Diário de Notícias e Companhia Nacional de Navegação.

O pedido de construção foi feito no início de 1962, mas a documentação de Conceição Silva indica que o projecto data de 1956. Na memória descritiva diz que se pretendia “a integração da construção no terreno e no ambiente característico da região”, com “uma solução racional que se adaptasse

perfeitamente ao terreno, não lhe destruindo a sua actual forma”.

Esta solução adoptada por Con-ceição Silva rompia com o modelo tradicional doas construções hoteleiras, normalmente edifícios de marcada verticalidade; em vez desse figurino “moderno” e pretensamente “universal”, Conceição Silva integrava um movi-mento que valorizava as referências nacionais e regionais.

Tratava-se apenas duma primeira fase, que se resumia ao “baluarte” dominado pela construção em madeira, da zona de bar e refeições, e a 4 pisos de quartos que acompanhavam a inclinação do terreno, em “escada” - veja-se a imagem de cima.

A solução adoptada para o Hotel do Mar pode muito bem ter sido influencia-da pela ideia original, de uma moradia familiar extendida. Ocupando a encosta poente do vale de Telheiros, os 62 quar-tos, que em vez de varandas tinham pequenos logradouros ajardinados, orientavam-se para sudeste, com uma esplêndida vista sobre a baía e a vila.

A obra foi entregue à ERG, uma em-presa já com obra em Sesimbra (bairro Infante D. Henrique, cine-teatro João Mota), e que viria a construir ainda os blocos Porto de Abrigo e do Moinho, estes do mesmo aquitecto. Nessa firma destacava-se, na especialidade de engenharia, o eng. José Lampreia, responsável pelo andamento da obra.

Logo em Outubro desse mesmo ano foi erguido o “pau de fileira”, as-

Edifícios com história (VI)

Hotel do Mar

sinalando a conclusão da estrutura do edifício. A inauguração teve lugar no ano de 1963.

Para além da original concepção, o Hotel contava ainda com mobiliário decorações concebidos especialmente pelos dois criadores – Conceição Silva e João Alcobia – os quais ainda hoje embelezam a unidade hoteleira, que parece um museu dos anos 60 sem que, no entanto, deixe de manter um

Conceição Silva e SesimbraSão várias as obras do arquitecto

Conceição Silva em Sesimbra: o Ho-tel do Mar, os blocos Porto de Abrigo (“Erg”) e do Moinho, muito citados como referências da arquitectura portuguesa.

Mas ele projectou outros edifícios e soluções urbanísticas para a vila, incluindo um arranjo para o largo da Marinha. Foi também autor de um projecto de edifício a localizar no cimo do morro do Macorrilho, que nunca se chegou a construir.

Também elaborou um plano de urbanização para a zona da Ass-senta, sobranceira ao porto de abrigo, para onde propunha a localização da comunidade piscatória: uma espécie de “gueto” que retiraria os pescado-

res da vila, e que felizmente nunca se concretizou.

Após a revolução de 1974 criou uma organização política, o Movimento Dina-mizador Empresa/Sociedade (MDE/S), tendo como objectivo a “dinamização da actividade empresarial e melhoria das condições de vida dos portugueses”. Em 1975 foi vítima de um atentado, após o que fixou residência no Brasil.

A Câmara de Sesimbra chegou a criar um Prémio de Arquitectura Conceição Silva, mas que ficou esquecido logo após a primeira ronda. Recentemente foi-lhe atribuído um nome de rua, pre-cisamente a artéria a nascente da “Erg”, entre o novo quartel da GNR e a descida para a Prainha, ou seja, a estrada que cobre o antigo ribeiro de Palames.

Continua na página seguinte

ar acolhedor e familiar.O sucesso da unidade hoteleira,

particularmente junto de turistas es-trangeiros, justificaria o alargamento do Hotel, passado pouco tempo. Os apartamentos espalharam-se em con-cha ao longo ao vale, tendo ao centro uma piscina descoberta, que se pode ver na imagem de cima, em construção. A inauguração desta segunda fase teve lugar em 15 de Agosto de 1966, no

mesmo dia em que foi inaugurada a ponte Salazar (hoje 25 de Abril), sobre o Tejo. Américo Tomás, presidente da República, ficou no hotel de 14 para 15, e depois de o inaugurar, foi dali que partiu para a inauguração da ponte.

Sob a piscina foi construída uma grande discoteca, ricamente decorada, mas que sofria de deficiências que di-taram uma vida curta: pela sua posição central ao empreendimento, apenas se podia aceder por um longo túnel, provocando problemas de humidade e inviabilizando o seu acesso por outras pessoas que não os hóspedes

Uma grande coluna central dava-lhe um ar original, mas limitava a visibili-dade de qualquer espectáculo que ali se realizasse, e as várias pistas de dança, segmentando a clientela, já de si escassa, impediam que se criasse o ambiente efusivo característico das pistas dos anos 60.

Hóspedes selectosSegundo Óscar Silva, actual director

geral, mas que aqui trabalha desde 1968, a clientela era altamente sele-cionada, desde logo pelos preços: “O preço era aquele! Não havia descontos nem conversas”.

As épocas eram bem definidas: entre Maio e Outubro esgotavam, e mesmo assim era preciso fazerem-se reser-vas com muita antecedência: “Faziam reservas para o verão com 6 meses de antecedência! E quando chegava a Março, estavam fechadas”.

A maioria da clientela era de “ingle-ses e alemães, da ordem dos 70%”, e uma estadia típica durava duas a três semanas: eram as “férias grandes”. Os hóspedes portugueses tinham algum peso, da ordem dos 20%, e o resto eram outras nacionalidades: “clientes espanhóis quase não existiam”, mas sim alguns nórdicos.

Com uma tal procura, nem havia ne-cessidade de intermediários: a maioria das reservas era feita directamente, até por telegrama e carta. “A Agência Abreu, por exemplo, andou 8 anos para

aqui entrar” – diz Óscar da Silva. Ao encanto da vila, quase exclusivamente piscatória, juntava-se o charme do Hotel: “Era uma coisa distinta, bonita, muito diferente do habitual”.

Algumas celebridades por aqui passaram: Óscar da Silva recorda a cantora Mireille Mathiew, ou o antigo primeiro-ministro inglês Anthony Eden

A necessidade de criar mais espaço para as refeições levou à construção, em 1971, do “hexágono”, como restau-rante, junto à estrada marginal, mas que nunca foi muito bem aceite pelos hóspedes, que consideravam que era um tratamento de “2ª”, relativamente ao restaurante superior, e acabou por ser desactivado.

O choque do 25 de AbrilAs revoluções podem ser muito

românticas ou muito importante para a vida política dos povos, mas não se recomendam para o Turismo: a seguir a Abril de 1974 o fluxo turístico quase parou, deixando o sector em maus lençóis.

Como aconteceu com outras uni-dades, foi o alojamento de refugiados das ex-colónias portuguesas – conhe-cidos então como “retornados” – que veio salvar a hotelaria sesimbrense. Aconteceu o mesmo com o Hotel do Mar - “Isso, realmente, foi o que deu jeito para aguentar.”

Segundo Óscar Silva, foram dos últimos hotéis de Portugal a aceitar retornados. Foi em Outubro de 1975, e prolongou-se até Maio de 1977: “Inicialmente não ficou totalmente ocu-pado pelos retornados, colocámos um separador ali em baixo e eles ficaram na parte de baixo: 60 e tal quartos, e ainda o hexágono como restaurante, mas não tinham acesso às piscinas e jardins, nem ao bar”. Mais tarde foram obrigados a alojar retornados também na parte superior, embora tenham reservado sempre alguns apartamen-tos, nos pisos de cima, para turistas.

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10O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 2011

Pedro Mesquita é o novo responsável da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista em Sesimbra, tendo obtido 69,8 % dos votos. A este cargo concorreu ainda João Capítulo, que averbou os restantes 30,2%.

Em função desta votação, a aquela Comissão Política ficou com 15 mandatos da lista de Pedro Mesquita, e 6 mandatos da lista de João Capítulo.

Não houve qualquer lista concorrente ao Secretariado e Mesa da Assembleia-Geral de Militantes da Secção de Sesimbra, pelo que os actuais detentores destes cargos se manterão em funções.

Para o Secretariado da Secção da Quinta Conde concorreu apenas uma lista, liderada por Genoveva Purificação, e para a Mesa da Assembleia-Geral de Militantes desta Secção da Quinta Conde apenas a lista de Américo Gegaloto, actual vereador do PS no Executivo municipal.

Madalena Alves Pereiravence Federação

Madalena Alves Pereira, com 60,4 % dos votos, der-rotou o ex-ministro Eduardo Cabrita na disputa pela Fed-

eração de Setúbal do Partido Socialista, um resultado que é interpretado pelos analistas políticos como uma derrota do “socratismo”.

Os resultados desta votação em Sesimbra, no entanto, deram a maioria a Eduardo Cabrita, com 51,6% dos votos. Na votação para eleição de delegados ao próximo Congresso, a lista de Sesimbra afecta a Eduardo Cabrita elegeu 2 delegados, e apenas um para a lista apoiante de Madalena Alves Pereira.

Nas eleições para a Federação Distrital das Mulheres Socialistas a vitória coube a Helena Domingues, com 53,9% dos votos, derrotando Maria José Esteves. Em Sesimbra, no entanto, foi a lista desta última que averbou mais votos: 50% do total.

Algumas das reuniões do Movimento das Forças Armadas, ou de sectores do MFA, tiveram lugar no Hotel do Mar. A mais visível de todas terá sido a da redacção do Plano Económico de Emergência, em finais de 1974. Óscar da Silva recorda-se que foi reservado um piso do hotel, com 6 quartos, só para esse fim. Nos trabalhos estiveram, entre out-ros, Melo Antunes e Rui Vilar, mas também Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Gonçalves; ainda que este último só viesse de vez em quando: entrava pela porta de baixo, conversava um pouco e ia-se embora, não aparecia muito”.

O Plano Económico de Emergência ainda foi debatido pelas Assembleia do MFA, mas rapida-mente foi ultrapassado pelos acontecimentos. Em 11 de Março de 1975 teve início o Verão Quente, passando a dominar o sector gonçalvista, com um forte programa de nacionalizações. Mas em 25 de Novembro desse ano vingariam as teses do grupo de Melo Antunes, acabando por ser res-gatadas algumas das ideias do Plano Económico de Emergência redigido em Sesimbra.

João Augusto Aldeia

Continuação da página anterior

O Plano Melo Antunes e a bota de Otelo

Um Turismo diferenteO turismo, entretanto, mudou muito. Os preços das

viagens reduziram-se, a concorrência – em zonas turísticas e em unidades hoteleiras – aumentou, os preços baixaram muito. Outra mudança importante foi a da alteração das épocas e, sobretudo, a redução das estadias:

“Actualmente, fins-de-semana de três dias, ou de uma semaninha, já é muito bom!” diz-nos Óscar da Silva. As épocas também deixaram de ser tão bem definidas como antigamente. E o padrão das clientela mudou radicalmente: “Antes a nossa clientela era a que tinha poder de compra, mas essa clientela deixou de ser tão grande, as coisas misturaram-se mais, a classe média aumentou, e também começaram a diversificar as suas opções. E nós começámos a ver as tendências, começámos a abrir à abrir à Espanha, por exemplo”. Os espanhóis, que antes quase não existiam no Hotel do Mar, são hoje em grande número.

Entretanto o Hotel mudou de dono, adquirido por Al Baker, um investidor árabe hoje com outros inter-essesna região – como é o caso da Mata Norte, na Herdade da Apostiça.

Foi já Al Baker quem decidiu a ampliação para uma terceira fase do Hotel, que se prolongou para o lado poente. Esta construção já nã tem o mesmo padrão orgânico, colado ao terreno, das fases iniciais mas, ainda assim, o novo edifício mantém algumas características valorizadoras, como o facto de dispor de salas para congressos no piso superior, com vista para o mar, algo pouco vulgar em unidades hoteleiras. Actualmente o Hotel tem um total de 160 quartos padrão e 8 suites, uma delas Presidencial.

Pedro Mesquita é o novo responsável do PS em Sesimbra

Após o período em que esteve em consulta pública, a Câmara Municipal de Sesimbra aprovou o novo Regulamento de Trânsito, a que fizemos referência na nossa anterior edição. Américo Gegaloto, vereador do Partido Socialista, votou contra o novo Regulamento, essencialmente com base em dois argumentos. Por um lado, e porque não foram feitas previsões sobre o número de cartões de residente e de actividade, poderá acontecer que estes venham a ocupar, gratuitamente, um significativo número dos lugares tarifados, anulando os objectivos do novo regulamento e provocando a ausência de lugares de estacionamento para visitantes.

Outra objecção de Américo Gegaloto é sobre a restrição a sentido único da marginal poente e da rua Humberto Delgado, forçando o trânsito a circular com maior intensidade em vias sensíveis, como a rua

Câmara aprova Regulamentos de Trânsito e dos Horários Comerciais

Ramada Curto, onde se localiza a Escola Navegador Rodrigues Soromenho. O vereador do PS preferia a manutenção da circulação em dois sentidos, não só na marginal poente, mas também na marginal nascente, entre a Fortaleza e o hotel Sana.

Em alternativa, Américo Gegaloto sugeriu a criação de parques de estacionamento dissuasores na fregue-sia do Castelo, associados a um sistema de vai-vem.

Na mesma reunião foi aprovado, por maioria, o novo regulamento sobre Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos Comerciais e de Prestação de Serviços, com abstenção do vereador do PS.

Ambos os regulamentos foram apreciados pela Assembleia Municipal na sua reunião de 29 de Junho, sobre a qual poderá ler notícia circunstanciada na nossa página Internet.

O Jornal de Sesimbra fez sair a sua edição de Maio, com a declaração do seu director, Eduardo Cunha Cruz, de que a suspensão se fez apenas “por um período que permitisse equilibrar a situação económica e financeira da cooperativa” proprietária, garantindo que o jornal não irá acabar.

Esta declaração contrasta com a de João Capítulo ao nosso jornal, em Abril passado, no sentido de que a suspensão seria, no mínimo, duradoura. João Capítulo, que é sub-director do Jornal de Sesimbra, acrescentara mesmo ser sua convicção de que também os restantes jornais locais seguiriam o destino do desaparecimento, devido ao agravamento das condições económicas de subsistência deste tipo de publicações.

Como é norma do nosso jornal, só publicámos a

Jornal de Sesimbra retoma publicaçãonotícia da suspensão do Jornal de Sesimbra, após confirmação por mais de uma fonte. Depois de termos recebido uma informação, de fonte fidedigna, sobre a suspensão da publicação, contactámos a sua redacção, pedindo para falar com o Director. Não estando este presente, falámos com uma jornalista, que se limitou a confirmar que o jornal não se publicara desde a edição de Fevereiro deste ano, dizendo que não podia adiantar mais nada. Finalmente falámos com o sub-director, cujas declarações reproduzimos, estando longe de adivinhar que iríamos deparar com um problema de opiniões divergentes no interior da publicação.

Em todo o caso, saudamos o regresso deste nosso colega da imprensa local, e fazemos votos para que supere as dificuldades sentidas.

O Governo tem em discussão uma proposta de agrupamento de escolas que, a ser concretizado, no caso de Sesimbra, levaria a juntar o Agrupamento de Escolas do Castelo com a Secundária de Sampaio.

O Conselho Geral daquele Agrupamento emitiu um parecer sobre esta possível agregação, parecer pedido pelo Governo como parte do processo de discussão. O parecer alerta para as “consequências negativas” desta eventual agregação: por não estar prevista na Carta Educativa, porque o modelo actual permite uma gestão eficaz e eficiente, porque haverá perda de identidade das comunidades educativas, bem como dificuldade de coordenação para um tão elevado número de docentes.

O Agrupamento de Escolas do Castelo considera ainda que a agregação colocaria em causa a “ga-rantia de princípios pedagógicos, de democracia, de cidadania, de igualdade de direitos e de autonomia, bem como a capacidade de intervenção das escolas e agentes educativos”, e ainda a “desumanização da vida das escolas”, pelo que emitiu parecer des-favorável.

Parecer desfavorável quanto à agregação de escolas

A Liga Operária Católica / Movimento de Trabalha-dores Cristãos promoveu em Sesimbra, de 7 a 10 de Junho, um seminário internacional, com o tema: “Pelo direito ao trabalho digno para todos”.

Entre as conclusões do referido seminário – que foram transcritas na íntegra pelo nosso colega Raio de Luz – contam-se a preocupação de que as mudanças ocorridas no trabalho possam configurar um retrocesso civilizacional, nomeadamente devido ao crescimento do trabalho precário e do desemprego: “o trabalho está a perder o seu lugar de realização humana e de desenvolvimento social e a empregabilidade está hoje restrita apenas a uma parte daqueles que estão aptos e submissos a adaptar-se à flexibilidade e à mobilidade”.

Outra preocupação da LOC/MTC é o do enfraqueci-mento das leis laborais. “provocadas em boa parte pelos mercados especulativos que tem levado a “políticas de austeridade desastrosas”.

Sendo o trabalho “fonte de dignidade, de valor e de reconhecimento, é factor de inclusão e de compromisso social; é condição integradora numa sociedade solidária e organizada, em que cada um faz parte de um todo”.

Outra das conclusões é a de que “é importante repoliti-zar discursos e propostas, porque a política é e continua a ser um instrumento de intervenção democrática à qual é urgente dar-lhe uma dimensão internaciomal”.

Seminário Internacional sobre o Trabalho

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O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 2012 11

Integrada no festival Finisterra, realizou-se no dia 30 de Maio, a Conferência Internacional Turismo. Entre apresentações, destacou-se Eduardo Teixeira, professor de turismo da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, e Fernando Santos, produtor do programa Cruzeiros.

Eduardo Teixeira salientou “que de facto, o turismo é um instrumento muito importante”. Para que haja crescimento, existem factores essenciais, tais como: procura de novas épocas; diversificação de mercados; surgimento de novos mercados; honestidade; garantia ao cliente da qualidade e imagem; defesa de recursos.

Eduardo Teixeira mostrou também que o turismo é um factor que contribui bastante para a economia de qualquer país, e que em Portugal tem que se continuar a apostar com tudo o que aqui há para oferecer.

Finisterra: Arrábida Film&Art Festival

Conferência Internacional de Turismo

Depois da intervenção sobre o tema “Turismo de Cruzeiros“ tivemos oportunidade de entrevistar Fer-nando Santos:

Qual a importância de participar neste festival?Um festival de cinema é sempre uma boa oportuni-

dade para se apresentar as últimas produções quer dos produtores, realizadores, sobretudo voltado para a área do turismo, e isso ajuda naturalmente a promover as cidades, os locais. Associado a isso de facto há todo um comércio que é muito importante, e que o apoio recíproco que é feito e que se pode desenvolver à volta dos festivais de cinema poderão se rum contributo muito importante. Assim, as Câmaras Municipais apoiem não só nas palavras, mas que apoiem também nos actos, as organizações que tanto dão para que possa acontecer um festival de cinema, o que nem sempre de facto acontece. Muitas vezes estão a agradecer mas depois na altura de dar nem sempre dão.

De que maneira está o turismo de cruzeiros em Portugal, dada a situação de crise que se vive?

O turismo de cruzeiros tem vindo a crescer de uma

Turismo de cruzeiros em Portugal

Foto Carlos Sargedas

forma exponencial nos últimos anos em Portugal. Nós temos em Portugal cinco portos de cruzeiro, temos mais de meio milhão de pessoas a chegar a Lisboa, e também ao Funchal - que já terá recebido 530 mil pessoas no passado ano. A Lisboa também vieram cerca de 510 mil pessoas.

Isto é um grande desenvolvimento, e um grande aporte de turistas. Quem faz um cruzeiro que está cinco, seis horas numa cidade, acaba por querer voltar uma segunda vez para conhecer melhor. No fundo, o que acontece é que vão sublinhar alguns pontos de interesse e que vão permitir que as pessoas voltem novamente.

Depois temos o porto de Leixões, que está em de-senvolvimento; o porto de Portimão, que é o único do Algarve, e no fundo é a primeira porta de entrada no Mediterrâneo; e temos também os Açores, que no fundo é um porto muito importante.

Prevejo que ao final deste ano, possamos ter cerca de 55 mil pessoas a fazer cruzeiros, valor esse que aumentou cerca de 40% face a 2008, e de facto está a crescer: o valor do cruzeiro está a baixar, os navios têm cada vez mais actractividades, mais actividades, e acho que é uma forma muito interessante de se fazer viagens.

“Os cruzeiros contribuem de forma impression-ante para o desenvolvimento do turismo”

Muitas vezes não são olhados como um parente principal, e devem ser olhados como parente principal.

Sesimbra poderia acolher cruzeiros?É um tópico que tem sido debatido em várias áreas.

Eu considero que não é fácil, sobretudo ter navios de cruzeiro com duas, três mil pessoas, e para Sesimbra parece-me mais adequado um turismo náutico, com embarcações de luxo, mais pequenas, mas nunca navios de cruzeiro. Porque de facto implica um conjunto de infraestruturas, uma promoção de tal forma elevada, que o seu retorno seria daqui a muitos anos, e mesmo assim com muitas dificuldades. Portanto, o turismo de cruzeiros, vejo com muita dificuldade, mas um turismo náutico, de luxo, de grandes iates, ai sim, Sesimbra tem todas as condições para que isso possa acontecer.

Teresa Carvalho da Silva

a) Categorias “Temáticas”

Turismo Religioso 1º lugar: “The Icon of Uros”

Turismo Montanha 1º lugar: “Arrábida”

Praia Mar 1º lugar: “A Ilha”

Viagens 1º lugar: “Flamenco Spiritual”

Destinos1º lugar: “Beauty Of Symlicity” e 1º lugar: “Marrocos 1

Mergulho 1º lugar: “Escape to tahiti and her islands

Natureza e Vida Selvagem: 1º lugar: “Mondego”

Locais na História 1º lugar: “The Palladiens”

b) Categorias Técnicas:

Melhor Documentário: 1º ,lugar “The Palladians” Melhor Divulgação / Promoção1º lugar: “Flamenco Spiritual” Melhor Publicitário 1º lugar: “Marrocos 1” Melhor Fotografia; 1º lugar: “China Landscape China’s Horizons”

Melhor Música / Banda Sonora;1º lugar: “The Palladians” Melhor Guião / Argumento1º lugar: “The Palladians” Melhores Efeitos Visuais e Pós – Produção1º lugar: “The Palladians” Inovação / Criatividade1º lugar: “Styia- Green Heart Of Austria” Melhor sonorização1º lugar: “The Palladians”

GRANDE PRÉMIO DO FINISTERRA: Filme: “The Palladians”

O realizador e produtor italiano que venceu o Finis-terra, esteve em Sesimbra durante os dias do Festival, oportunidade que aproveitámos para lhe fazer uma entrevista.

Os seus filmes poderiam ser produzidos aqui em Sesimbra?

Claro que sim. Eu desejava que isso acontecesse. Foi por isso que eu vim, e isto parece-me fantástico.

Quais são as atracções que vê aqui?Eu não sei ainda. Eu estou fascinado com o Cabo

Espichel e tenho observado, e vou ver durante estes dias o que procuro.

O que é necessário para produzir aqui? Finan-ciamento? Promoção?

Tudo isso junto, mas primeiro que tudo uma boa ideia.

Porque aceitou o convite para vir ao Finisterra?Porque sou fascinado pela imagem que tenho do

território e sou muito curioso, então quis vir. O que pensa de Portugal? Já cá esteve antes?Eu adoro Portugal. Já cá estive algumas vezes

quando era jovem, fiz uma viagem em mota de norte a sul. Já tive várias vezes em Lisboa, no Porto e em Coimbra. Eu gosto das pessoas.

E Sesimbra? Qual a sua primeira impressão?Eu cheguei aqui com o pôr-do-sol. E tenho tido uma

boa primeira impressão e espero completar com o resto que tenho para ver e para juntar a impressão que tenho tido.

O vencedor do Finisterra - Guido Cerasuolo

Sabemos que produz também documentários. O que prefere? Grandes produções ou documen-tários?

Ter a liberdade de fazer os dois. Quando se pode escolher o que podemos fazer é muito bom.

Teresa Carvalho da Silva

Foto Carlos Sargedas

Os discursos no encerramento do Finisterra foram unânimes quanto ao sucesso organizativo da iniciativa de Carlos Sargedas, traduzido em vários indicadores: quantidade de filmes a concurso e de países representados, qualidade dos convidados que acompanharam o evento, qualidade de várias das películas a concurso.

No entanto, poucos dias depois, o jornal regional Sem Mais reproduzia declarações de Carlos Sarge-das colocando a hipótese do Finisterra ir para outras paragens, caso não obtivesse os apoios necessários na zona em que nasceu, e criticando apoios prometi-dos e que falharam.

O Sesimbrense contactou directamente Carlos Sargedas sobre esta eventualidade, que começou por desvalorizar a notícia do jornal Sem Mais, dizendo “fazer questão que o Finisterra se mantenha sempre em Sesimbra, é aqui que ele nasceu e é aqui que ele faz sentido”. No entanto, logo a seguir acrescentou que “se não houver condições, em termos financeiros, de vir para aqui, logicamente eu não vou deixar morrer isto, e vou à procura de outros destinos”, e adiantou ter havido quem tenha prometido apoios, e que depois falhou: “mas depois apareceram no fim para ficar na fotografia”, lamenta Carlos Sargedas: “houve muita gente que não acreditou no projecto”.

Ainda assim, disse já ter tido uma “primeira con-versa” com a Câmara de Sesimbra, que se mostrou “susceptivel de acompanhar no próximo ano, pelo que tudo indica que nos vamos manter aqui.”

Sargedas adiantou que o Finisterra custou “uma nota preta”: “só em termos de Sesimbra o orçamento foi de 50 mil euros, e o festival todo já ultrapassou os 100 mil”. Grande parte dos apoios veio da restaura-ção, mas também dos hotéis da vila, e sobretudo do Hotel do Mar, que disponibilizou 17 dormidas durante quase uma semana, e além disso ainda “tapou todos os buracos deste festival.”

Como novidade, Sargedas revelou-nos que “para o próximo vamos apostar no facto, desconhecido para muitas pessoas, que a construção de algumas das caravelas dos Descobrimentos foi feita aqui.”

Sucesso no presente, dúvidas quanto ao futuro

Já Fernando Santos, optou por partilhar a experiên-cia em turismo de cruzeiros.

Salientou que a maior parte das pessoas pensa que o “o cruzeiro é um produto de elite, mas na verdade não é nada”, e que tem havido cada vez mais procura. Mostrou dados estatísticos que assim o confirmam: nove em cada dez pessoas querem repetir a experiên-cia. São “boas emoções e sensações”.

A plateia colocou uma questão muito pertinente, questionando se seria possível incluir Sesimbra na rota dos cruzeiros. A resposta foi negativa no sentido que vê com muita dificuldade “implementar cruzeiros em Sesimbra. No entanto, há uma grande probabi-lidade e capacidade para receber embarcações de luxo com maior porte”.

Teresa Carvalho da Silva

Filmes premiados no Finisterra:

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12O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 2012

Desfile de Moda e Fantasia enche de magia a Praça da Califórnia

Rotary Club de Sesimbra

No passado dia 9 de Junho realizou-se a cerimónia da en-trega da Carta Constitucional ao Rotaract Club de Sesimbra, celebrada com um jantar em Sesimbra, que contou com a presença de amigos e com-panheiros dos Clubes Rotários e Rotaractistas de vários pon-tos do país.

O contentamento com o surgimento do Rotaract em Sesimbra foi bastante visível nos discursos de Cátia Tomé, representante da governadoria para a formação do Rotaract; João Cotralha , representante do governado para as no-

Rotaract – Entrega da Carta Constitucional

vas gerações; Felícia Costa, Vice-presidente da CMS, que felicitou o novo clube, e Fi-delino Pereira, Presidente em exercício em substituição de António Cambim, que manifes-tou o seu contentamento com o nascimento do Rotaract “que veio agora surgir com força su-ficiente para passar das ideias às acções”.

Cláudia Cação, Presidente do Rotaract Club de Sesimbra referiu “ter sido um prazer ter conseguido ultrapassar todas as metas para o nascimento e crescimento deste novo club”.

Teresa Carvalho da Silva

Rotary tem novo presidente

Para comemorar os 20 anos dos rotários de Sesimbra, assinalados em 2011, esta associação teve agora opor-tunidade de mostrar uma exposição fotográfica sobre os últimos dez anos da sua ac-tividade, mostrando as várias iniciativas que foram ajudando e promovendo.

Na inauguração, estiveram presentes vários membros do Rotary Club de Sesimbra, como também o Paste Gov-ernador Jorge Reis Oliveira,

Exposição 20 anos do Rotary Club de Sesimbra

que outorgou a Carta Con-stitucional aos Rotários em Sesimbra e José Coelho, o actual Governador.

Fidelino Pereira, Presidente prestes a cessar funções, proferiu algumas palavras de agrado acerca do trabalho e companheirismo desenvolvi-dos ao longo dos tempos.

A exposição esteve patente no átrio da Biblioteca Municipal de Sesimbra entre os dias 19 e 30 de Junho.

Teresa carvalho da Silva

Carlos Sargedas tomou p o s s e , n o p a s s a d o d i a 25 de Junho, do cargo de Presidente do Rotary Club de Sesimbra. Trata-se de uma situação algo invul-gar, pois os Rotários não cos tumam reconduz i r a mesma pessoa neste car-go em períodos de tempo curtos, e Carlos Sargedas já presidira aos Rotários de Sesimbra no período de 2003/04.

Esta s i tuação deve-se ao facto de terem ocorrido, em anos recentes, alguns problemas com esta orga-nização, como é o caso de pres identes que não chegam a concluir os res-pectivos mandatos anuais (caso de António Matias e de António Cambim), ou de abandonos da organização ou simples suspensão de actividade.

Do programa de acção apresentado por Car los Sargedas destacam-se um ciclo de conferências na mensais (no 1º sábado de cada mês), Programa Men-sal de Rádio na Sesimbra FM (1ª sábados de cada mês manhã), uma “Sardi-nhada Rotária” (Agosto de 2012), um Torneio Futebol de P ra i a (Se tembro de 2012), ou ainda um pro-jecto de apoio à luta contra a pol iomiel i te , com uma campanha de angariação de fundos.

Entre os projectos que mantêm a cont inu idade, destacam-se a Universi-dade Sénior do Rotary , as Bolsas de Estudo Pa-trocinadas, a distribuição de Cabazes de Natal , a cont inuação de apo io à escola das Fontainhas da Quinta do Conde e à saúde Materno In fant i l a t ravés dos centros de saúde.

Carlos Sargedas é o novo presidente do Rotary Club de Sesimbra

No passado dia 9 de Junho a Praça da Califórnia foi palco de um desfile de moda e fantasia da autoria de Eloisa Santos. Roupas de uso diário e fatos de Carnaval foram apresentados por jovens modelos femininos de Sesimbra – Eloisa também concebe roupa para homem, mas é à roupa feminina que se dedica mais.

Eloisa Santos já é conhecida por outras criações que apre-sentou ao longo dos últimos anos, embora só se tenha radicado em Sesimbra há uma década. Devido à profissão do seu pai – o talentoso jogador José Albano – residiu em diver-sas localidades: Chaves, Santo Tirso, Espinho, Porto, Queluz, Campo Maior.

Uma das suas imagens de marca são os fatos carnavale-scos, com uma elaboração fantástica. Foi de certo modo por causa do Carnaval que se dedicou à criação de moda: começou por participar nas Escolas de Samba e foi-se interessando e aprendendo a pouco-e-pouco.

Na execução das suas cria-

ções, encarrega-se apenas da parte que envolve trabalho manual: “faço o corte e peque-nos trabalhos: fraldas, rebordo, apliques, faço os pormenores todos, mas não costuro, prefiro dar à costureira.”

Passados alguns anos, e em-bora não sendo o seu principal trabalho, Eloisa Santos aplica o tempo disponível nesta sua paixão. Uma característica do seu trabalho é a de que, perante uma encomenda, chega a con-ceber 3 ou 4 propostas, para que as pessoas possam escolher.

O facto de não ter uma loja, um espaço de contacto com potenciais clientes, tem limitado um pouco a sua actividade cria-tiva, que, até aqui, acumulava com outra actividade profis-sional, e por isso decidiu abrir loja própria: “O problema era que as pessoas queriam vir ter comigo e não tinham onde, por isso é importante ter aloja para as pessoas terem um ponto de referência; não tive muito sucesso antes por causa disso.”

O desfile teve, não só o intuito de mostrar as suas criações, mas também de dar a conhecer a sua loja e “mostrar um pouco de quase tudo” o que ali vai disponibilizar, e que abrange maquilhagens, pinturas faciais, unhas de gel, organização de festas (convites, brindes, ani-mação), pintura em tecido: um pouco do tudo o que passa pelo mundo mágico da imaginação e do trabalho manual.

Uma reportagem fotográ-fica do desfile pode ser vista na página do fotógrafo David Caretas no Facebook. A loja da Eloisa localiza-se na Rua da Caridade, nº14, em Sesimbra, encontrando-se já aberta ao público.

Teresa Carvalho da Silva

No passado dia 23 de Junho teve lugar o 27º Encontro dos Urban Sketchers Portugal – desenhadores à vista, que partilham a paixão pelo desenho rápido, um género de apontamentos paisagísticos. O Encontro teve início no Castelo de Sesimbra, mas alguns sketchers também se deslocaram a outros pontos do concelho, como o Cabo Espichel.

Urban Sketchers

Foto David Caretas

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O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 201213

Faleceu Carlos Veríssimo de Figueire-do, mais conhecido dos sesimbrenses como o Padre Carlos Veríssimo: tinha completado há pouco os 91 anos (nascera em Sesimbra a 14 de Março de 1921), encontrando-se já há muitos anos retidos na sua casa da rua Eça de Queiroz, por motivos de saúde.

Carlos Veríssimo foi ordenado Padre no ano de 1944, depois de ter fre-quentado os seminários de Santarém, Almada e Olivais. Em 1958 assumiu a responsabilidade de Capelão da Força Aérea, funções que desempenhou até ao ano de 1976, tendo desempenhado duas comissões de serviço em Angola: a primeira desde 1967, e a segunda desde 1972.

Foi pároco de S. Miguel e Santo Estêvão, em lisboa, Professor na Uni-versidade Católica (entre 1978 e 1996), e membro do Tribunal Eclesiático do Patriarcado de Lisboa (entre 1979 e 2001), tendo regressado a Sesimbra neste mesmo ano de 2001.

O Padre Veríssimo foi o autor da frase inscrita no monumento de homenagem aos Pescadores, na marginal de Ses-

Padre Carlos Veríssimo (1921-2012)

imbra: “Aos pescadores, a quem o mar se curva e a terra aclama”. Foi também o autor do livro “Rezas Antigas do Povo de Sesimbra – Laudas à Minha Terra”, compilação de orações antigas, um “devocionário popular”, com base na recolha de rezas guardadas na memória de sesimbrenses tais como Maria Joana Pinto, Emília dos Santos Mendes, e out-ras. Inicialmente publicadas nas páginas do Jornal de Sesimbra, comentadas pelo Padre Carlos Veríssimo, foram depois reunidas em livro publicado pela Câmara Municipal.

O Padre Carlos Veríssimo celebrou as suas Bodas de Ouro Sacerdotais em 1994, ocasião em que sobre ele es-creveu o Padre Carlos Alberto: “Dotado de grande sensibilidade artística, encon-trou no desenho, na caricatura, na ilumin-ura, na poesia, no teatro, na música, no canto, vastos espaços, sem prejuízo da sua actividade sacerdotal, que soube preencher com perfeição, tendo criado discípulos, como o iluminurista Bérnard Guedes, o cantor Fanhais, os maestros Fernando Carvalho, António Leitão, e outros.” Nesta mesma ocasião foi-lhe atribuída pela Câmara Municipal de Sesimbra a medalha de Mérito Municipal – Grau Prata.

“Sacerdote dos sete ofícios”, chamou-lhe Pedro Martins, num texto em que destaca a sua colaboração nas páginas do Jornal de Sesimbra, onde “se des-dobra por géneros tão diversos quanto o são a notícia e a crónica de eventos religiosos, o memorial de marcantes figuras – religiosas ou não – do concelho ou da região, a recolha etnográfica das antigas rezas de Sesimbra, o sermão ou o ensaio sobre as tradições religiosas populares dos sesimbrenses”. O Padre Carlos Veríssimo veio ainda a colabo-rar nas páginas da revista “Sesimbra Eventos”.

A Liga dos Amigos de Sesimbra e o jornal O Sesimbrense curvam-se perante a memória deste notável sesimbrense.

Maria da Conceição Morais Matias faleceu aos 63 anos, após doença prolongada.

Natural de Sesimbra, foi uma das fundadoras, em Janeiro de 1975, do núcleo local do Movimento Democrá-tico de Mulheres, intervindo desde então, e com profunda dedicação, na luta pela emancipação da mulher. Nesse ano também participou nas Comissões de Moradores da vila de Sesimbra.

Militante do PCP desde 1977, foi desde então e até 2005, sucessi-vamente eleita para as Autarquias locais, quer para a Junta de Freguesia de Santiago – à qual presidiu, nos mandatos 1980-1982 e 1994-1997 – quer para a Assembleia Municipal de Sesimbra, à qual também presidiu, no mandato de 1986-1989.

Pertenceu à Direcção do Sindicato dos Rodoviários do Sul e ao Secre-tariado da União dos Sindicatos do Distrito de Setúbal, onde assumiu a responsabilidade do Departamento de Mulheres.

Representou a Organização de Mulheres Comunistas na Comissão para a Igualdade e os Direitos das Mulheres. Participou desde a primeira hora na constituição da Rede das Mu-lheres Autarcas Portuguesas (REMA), estrutura para a qual foi eleita Vice-Presidente.

Foi funcionária do Partido Comu-nista Português desde 1983, ano em que passou a integrar a Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS), de cujos organismos execu-tivos fez parte durante vários anos, assumindo, entre outras tarefas, a responsabilidade pelas Organizações Concelhias do Seixal e de Sesimbra do PCP e pela área específica da luta das mulheres. Foi também membro do

Conceição Morais (1949-2012)

Comité Central do PCP desde 1983. O Partido Comunista Português,

em cujas fileiras trabalhou quase até aos últimos dias, emitiu uma nota de imprensa onde destacou Conceição Morais como uma “ mulher e camarada de alegria contagiante. Comunista, um exemplo de relacionamento fraterno e profundamente humano, associado a uma inquebrantável combatividade e firmeza na luta social e política pela democracia, pela liberdade e pelo socialismo. “

O seu funeral realizou-se no dia 25 de Julho, tendo estado em câmara ar-dente na Casa Mortuária de Sesimbra, seguindo depois para o Cemitério da Quinta do Conde, onde teve lugar o acto da cremação.

À família de Conceição Morais, a Liga dos Amigos de Sesimbra e o jornal O Sesimbrense apresentam sentidos pêsames.

A Paróquia de Santiago em Sesim-bra, tem procurado renovar a devoção da Via-Sacra em tempo de Quaresma. Para o efeito, tomou a iniciativa de lan-çar o desafio a catorze artistas sesim-brenses para a criação de outros tantos quadros da Via-Sacra a reproduzir em azulejo a serem colocados nas ruas de Sesimbra. Desta forma pretendeu-se celebrar o Jubileu do Ano 2000, “tor-nando presente a pessoa de Cristo na

Texto e fotos de Vitor Sousa Lopes

Quadros da Via-Sacra em azulejos

Sesimbra, 21 de Abril de 2000: Uma história por contar Quando encontramos a D. Noémia

em 2000, a minha vizinha tinha as “lá-grimas nos olhos” e o rosto enrugado mas luminoso. Acabava de percorrer com devoção o caminho da Paixão pelas ruas de Sesimbra, com início no adro da Igreja Matriz até ao Largo do Movimento das Forças Armadas. Nesse ano celebrava-se o Jubileu do Ano 2000 “mobilizando todos os cris-

tãos para a glorificação da Santíssima Trindade, da qual tudo procede e para a qual tudo se orienta no mundo e na história”.

Passaram 12 anos. O rosto da vi-zinha Noémia está menos luminoso do que então, os 90 anos não perdoam, mas não tem lágrimas nos olhos, seca-ram de lá para cá.

Um registo que perdura

Para quem acha que painéis de azulejos são apenas algo tradicional e antiquado, percorrer as várias ruas de Sesimbra pode ser um abrir de olhos.

Alguns dos artistas de Sesimbra têm vindo a mostrar ideias inovadoras ten-do como base a cerâmica. Os trabalhos que aqui quisemos mostrar, inserem-se na família da iconografia religiosa. O gosto pelo envolvimento decorativo, e por uma pintura liberta e exuberante, sempre ajustada aos espaços arqui-tectónicos, é transmitida à obra de um modo espontâneo e criativo.

Os quadros da Via-Sacra

Estes painéis de azulejos são a cere-ja em cima do bolo da Exposição “Per-correndo a Via-Sacra”, apresentada ao público no espaço do Auditório Conde de Ferreira, entre 15 a 23 de Abril de 2000. A exposição mostrava os quadros originais que pretendiam dar a conhe-cer, por antecipação, as peças de cada autor.

Todo o processo de trabalho de trans-por todos os desenhos para os azulejos e sua cosedura deveu-se a André Sem-blano, cujos seus trabalhos nos últimos

Os artistas que foram convidados a pintar os 14 painéis de azulejos figu-rando os passos da Via-Sacra foram:

1ª Estação - Joaquim Diogo; 2ª Es-tação - Ilda Gomes; 3ª Estação - Joa-quim Martelo; 4ª Estação - Tiago Ro-drigues; 5ª Estação - José Westeman; 6ª Estação - António Ratinho; 7ª Esta-ção - João Pereira; 8ª Estação - João Manão; 9ª Estação - Álvaro Bizarro; 10ª Estação - Anabela Marques; 11ª Estação - Ricardo Marques; 12ª Esta-ção - Manuela Marques Vicente; 13ª Estação - Maria Manuela Gomes; 14ª Estação - André Semblano.

comunidade e no mundo”. A Câmara Municipal de Sesimbra

apadrinhou a iniciativa desde a primei-ra hora, assumindo a responsabilidade dos aspectos burocráticos inerentes à reprodução em azulejo e a sua coloca-ção nas paredes dos arruamentos da vila.

Na Sexta-feira Santa desse já lon-gínquo dia 21 de Abril, eram inaugura-dos na ocasião os referidos quadros.

1ª Estação

14ª Estação

anos tem-se desenvolvido no sentido de uma percepção do espaço urbano como integração de múltiplas perspectivas.

Nasceu em Lisboa em 1968, mas é em Sesimbra, onde vive desde 1974, que se dedica inteira e exclusivamente à arte como Artesão modelando o Bar-ro, Cerâmicas e pintura em Azulejo.

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14O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 2012

Com apenas dois caminhos de acesso à Herdade do Cabeço da Flauta, o trânsito “decorrerá nos moldes do ano passado”, vai haver a orientação no estacio-namento, holofotes no parque de estacionamento, e para quem não se quiser dirigir com o carro até à zona do festival poderá optar por outras soluções.

Para além dos tradicionais autocarros que circulam na região, haverá também circuitos ocasionais desde Lisboa e estação de Coina.

Junto à rotunda do Marco do Grilo há estaciona-mento, e um “sistema de navetas”, isto é, autocarros próprios que só circulam entre o estacionamento e o recinto, garantindo uma alternativa para chegar ao local. Durante o dia, a TST disponibiliza autocarros gratuitos para a praia.

* * *O campismo abre no dia 3 “de modo a diluir o fluxo

de chegada ao festival”. As portas ao público vão abrir nos três dias a partir das 16 horas.

Teresa Carvalho da Silva

18º Super Bock Super RockNos próximos dias 5,6 e 7 de Julho realiza-se pela

terceira vez consecutiva na Herdade do Cabeço da Flauta (Lagoa) mais uma edição do festival Super Bock Super Rock.

Pelo Palco Principal vão passar nomes como Peter Gabriel, Incubus e Lana del Rey, que alia a música a um cenário natural único.

Território Natural com melhoriasSegundo a Câmara Municipal de Sesimbra, “houve

um cuidado especial com o território, visto que se trata de uma zona sensível num território protegido”. O terreno encontra-se “mais bem tratado, tanto no campismo, como no recinto, ambos os locais estão mais limpos e as árvores estão tratadas”.

Uma das apostas da organização este ano foi a colocação de “um prado” para a minimização do pó na zona do palco principal, @Meco e zona da alimentação. A colocação desta vegetação foi feita pela empresa GreenChallenge.

Em toda a área do festival vai haver uma “reorga-nização do campismo”, que vai ser mais extenso, reforço das estruturas de higiene e recolha de lixo e ainda a colocação de mais chuveiros.

No que diz respeito à segurança, mais uma vez, vai funcionar “a articulação entre as várias forças de segurança, para que não hajam incidentes”, Francisco Luís, vereador com o pelouro da Protecção Civil disse que a Protecção Civil Municipal irá acompanhar de

perto, junto das outras autoridades, tudo o que se vai passar.

Novo caminho pedonal de acesso à praia

É uma novidade nesta edição, foi criado um caminho pedonal para a Lagoa de Albufeira para que as pessoas não circulem pela estrada.

Gestão de tráfego e estacionamento

A Docapesca organizou, no passado dia xxx, um debate sobre a valorização do pescado e a fuga à lota. Contando com a presença do Secretário de Estado do Mar, no debate foram apresentadas várias visões do problema, desde a ideia de que são as crescentes dificuldades que o sector da Pesca enfrenta (aumento de custos de produção, quotas de pesca) que levam à fuga à lota, até às sugestões para aumento de pe-nalizações, ou mesmo de alteração da forma de leilão, actualmente feito em contagem decrescente, e que passaria a ser crescente.

Entre as informações prestadas no debate, o vereador José Polido indicou que a Câmara de Sesimbra está a tentar organizar uma iniciativa equivalente à que existe no sector da agricultura com o Cabaz PROVE. O objec-tivo será o de “tentar que os pequenos pescadores se organizem e consigam valorizar o pescado, e ao mesmo tempo obter peixe a mais acessível para o consumidor.”

O vereador Polido fez também uma análise económi-ca do preço médio de diversas espécies piscícolas, ao longo dos últimos anos, comparando com o preço médio dos combustíveis, concluindo que a pesca “está a perder atractividade”. Destacou ainda o facto da pesca, tal como é praticada por muitas artes de Sesimbra, não ser uma actividade predatória: “Sesimbra não é uma comunidade dessa natureza.”

Manuel Pinto de Abreu, Secretário de Estado do Mar, referiu ter tomado nota de “18 factores que foram referidos como sendo importantes para a valorização do pescado”, para concluir que a solução está em encontrar um “preço justo” para o peixe: “Temos que atacar é este problema”.

O Governante informou ainda que, no dia anterior, tinham tomado uma posição contra a proposta de reforma da Politica Comum de Pescas, devido a dois pontos com que o Governo não concorda: a definição de “rendimento máximo sustentável”, e o as propostas sobre eliminação das rejeições: “os calendários pro-postos não permitem que o nosso sector deixe de ter dificuldades.”

Quanto ao “preço justo”, considerou ser uma “missão praticamente impossível, mas vamos tentar.”

Docapesca debate a fuga à lota

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O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 201215

Vai ser notícia!

DESPORTO

Torneio de Futsal

Grupo Desportivo de Alfarim

Inicio: 2 de Julho

“Final Four” de Apuramento de Campeão Nacional de Hóquei em Pa-tins – categorias de Juvenis e Infantis da época 2011/2012.

7 e 8 de Julho

Grupo Desportivo de Sesimbra

EVENTOS

Férias Jovens2 a 28 de Julho Sesimbra, Sampaio, Quinta do Conde e Alfarim

Super Bock Super Rock 5,6 e 7 de Julho Herdade de Cabeça do Flauto

VII Jornadas Medievais13,14 e 15 de JulhoCastelo de Sesimbra

2ª Grande Concentração do Sesimbra Motoclube15 de Julho Concentração no Pingo Doce da Carrasqueira às 9h

Carnaval de Verão21 de Julho às 22h na Avenidas dos Náufragos

Encontro Europeu de Baterias 27,28 e 29 de Julho

TeatroOlhando o Céu estou em todos os Sé-culosSábados e Domingos até 15 de SetembroEspaço das Aguncheiras

Realizou-se no passado dia 7 de Junho, pelas 14 horas, o I Sarau do Associativismo de Sesimbra que teve lugar no Pavilhão Municipal de Sampaio, onde cada associação apresentou um esquema referente às modalidades praticadas.

I Sarau do Concelhode SesimbraRealizou-se no dia 9 de Junho, na praia da Lagoa

de Albufeira, a 16ª edição do Circuito Vestal de surf, bodyboard e skimboard.

O campeonato foi organizado pelo Surf Clube de Sesimbra em parceria com a marca Vestal. Teve a participação de oitenta e três atletas nas categorias de open, feminino, sub-18, sub-16 e sub-14.

Nesta 1ª etapa destacam-se os primeiros lugares nas três modalidades atribuídos a Robertson Gonçalves e Teresa Gomes no surf, Bruno Franco no bodyboard, e Simão Pinto e Maria Filipa Pinto no skimboard.

O bom tempo e as condições do mar permitiram que as provas decorressem como estava previsto.

Teresa Carvalho da Silva

16ª edição do Ciruito Vestal

Foto Surf Club de Sesimbra

No passado dia 17 de Junho realizou-se o 2º pas-seio de btt – Rota do Samba, da responsabilidade do GRES Batuque do Conde.

Um dos objectivos desta actividade é a divulgação da associação, no entanto o mais importante foi a confrat-ernização com os amigos, associados, ciclistas e todas as pessoas que quisessem ter um dia bem passado.

Para além do circuito em bicicleta, que teve início no Largo da Junta na Quinta do Conde e com uma paragem obrigatória no Castelo de Sesimbra. Aí houve uma surpresa para os participantes com uma actuação da escola de samba, um momento inesperado mas que foi considerado bastante agradável.

A iniciativa terminou na Quinta do Conde com um almoço que contou com a presença de cerca de 75 participantes.

Teresa Carvalho da Silva

2º Passeio de BTT Rota do Samba

A Quinta do Conde recebeu no passado dia 10 de Junho o 1º Prémio Juvenil de Ciclismo, que contou com cerca de cem participantes e onze equipas a nível Nacional.

As equipas que participaram dividiram-se em quatro escalões: benjamins, iniciados, infantis e juvenis, de ambos os sexos, e verificou-se ainda a participação de cadetes femininos.

Na classificação colectiva o 1º lugar coube à equipa ACD Milharado, o 2º lugar ao Centro de Cilcistas Azeitonenses e o 3º lugar foi atribuído à equipa Crédito Agrícola/ Alcobaça C.C.

Teresa Carvalho da Silva

1º Prémio Juvenil de Ciclismo

A atleta de orientação do Grupo Desportivo União da Azoia, Alice Silva, foi campeã Nacional na categoria de veteranos nas competições de média e longa distância, que se realizaram entre os meses de Abril e Junho.

Campeã Nacional de Orientação

Foto Grupo Desportivo União da Azoia

A atleta de canoagem do Clube Naval de Sesim-bra, Carolina Marquês, vai representar Portugal no Campeonato Europeu de Jovens que se vai realizar entre os dias 12 e 15 de Julho em Montemor-O-Velho.

Após ter sido Campeã Nacional de Juniores, no passado mês de Junho, ter ganho o Campeonato Nacional de Kayak-mar e a Taça de Portugal de Maratona, conseguiu também o apuramento para a Selecção Nacional e assim ir ao Europeu.

É a primeira vez que Carolina participa num Campe-onato Europeu, no entanto, já participou numa regata internacional na Polónia onde obteve o 6º lugar.

Teresa Carvalho da Silva

Carolina Marquês no Europeu de Canoagem

Campeões Nacionais de Canoagem

Nos passados dias 9 e 10 de Junho realizou-se o Campeonato Nacional de Kayak-mar e o Clube Naval de Sesimbra foi campeão.

Obteve quatro classificações em primeiro lugar, nas categorias de veterano, sénior feminino, júnior feminino e em k2 misto.

Foram os atletas Guilherme Cabral, Sofia Coelho e Carolina Marquês que em embarcações mono-lugares receberam o 1º lugar, e João Ruivo e Sofia Coelho em k2 misto.

Realizou-se nos dias 15,16 e 17 de Junho a 2ª edição da Regata Festival de Sesimbra organizada pelo Clube Naval.Contou com a participação de 40 embarcações. Decorrendo num dia esplendoroso, a regata proporcionou uma

imagem magnifica da Baía de Sesimbra.Na classificação geral, foi a embarcação Funbel, do Clube Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada, que venceu

esta edição. Está já em preparação uma nova edição da Regata Festival de Sesimbra.

Regata Festival de Sesimbra

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16O SESIMBRENSE | 1 DE JULHO DE 2012

O SESIMBRENSE

A página d’O Sesimbrense na Internet acaba de ser integralmente renovada, com um visual mais atraente e uma distribuição das notícias de mais fácil consulta. Em poucos dias, esta melhoria traduziu-se num significativo acréscimo de visitas diárias.

Mas as alterações não se resumem ao aspecto visual: vamos aumentar a frequência das notícias, seguindo a regra geral de que, nesta página, terão um desenvolvimento reduzido ao essencial, reservando-se para a edição impressa um maior desenvolvimento dessas mesmas notícias.

Esta página, que existe desde 2008, foi concebida com a ajuda da Escola

Secundária de Sampaio, através do es-tágio de alunos seus na nossa redacção. No caso desta mais recente remodelação, o excelente trabalho de programação foi levado a cabo pelos alunos Luciano Ro-drigues e Marco Pais, no âmbito de um estágio na nossa redacção, coordenado pelo professor Nuno Gonçalves. Tam-bém foi feita a remodelação específica de anúncios, trabalho executado pela aluna Joana Figueiras, num estágio co-ordenado pelos professores Roque Braz de Oliveira e Ana Completo : para todos eles e para a Escola de Sampaio, o nosso sincero agradecimento.

A página tem o endereço:osesimbrense.com.pt

Página renovada