o Signo Linguístico
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07/11/2013
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O SIGNO LINGUÍSTICO
DISCIPLINA: ELEMENTOS LÓGICOS E
LINGUÍSTICOS EM ORGANIZAÇÃO E
REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
Professora: Roberta Caroline Vesu Alves
Linguística e gramática
Modalidades da linguística
LINGUÍSTICA
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LINGUÍSTICA
Investigação cientifica da linguagem verbal; seu
objeto de estudo é a linguagem (PETTER).
APESAR DISSO, a Linguística compreende os estudos
da linguagem, que tem como base de manifestação a
língua.
Saussure estabelece a Linguística enquanto ciência,
determina a língua como objeto da Linguística.
DIFERENÇAS ENTRE LINGUÍSTICA E
GRAMÁTICA
LINGUÍSTICA:
estudo das línguas;
descreve a estrutura e funcionamento das línguas;
não preocupa-se em ser prescritiva – recomendar
e prescrever formas corretas e incorretas.
Exemplo: observa, registra, descreve e explica
expressões como: “nóis vai no cinema”, “eu vi
ela”, “nois fiquemos cuma baita de uma reiva”,
“despois” etc.
(MORAES)
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DIFERENÇAS ENTRE LINGUÍSTICA E
GRAMÁTICA
GRAMÁTICA NORMATIVA: prescreve regras do
“bem falar” (regras gramaticais corretas para a
comunicação por meio da língua):
Fonologia: estudo dos fonemas e letras.
Morfologia: composição dos vocábulos e classes
de palavras.
Sintaxe: relação entre as palavras de uma
oração e orações de um período.
(MORAES)
MODALIDADES DA LINGUÍSTICA
ESTUDOS DESENVOLVIDOS NA LINGUÍSTICA:
Gramática comparativa;
Linguística histórica;
Linguística descritiva.
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Gramática comparativa - história
Nasce no fim do século XX, com a descoberta do
sânscrito, língua sagrada da Índia, pelo inglês
Willian Jones, em 1786.
Esse conhecimento revelou um fato extraordinário: a
origem comum entre o sânscrito, o grego, o latim, as
línguas germânicas, eslavas e célticas, na língua
anterior denominada indo-europeia.
Franz Bopp no século XIX estabelece os métodos de
pesquisa da gramática comparativa.
(MORAES)
Gramática comparativa - estudo
“é um método de comparação de formas
linguísticas para descobrir as línguas que têm
origem comum e as que não têm”.
“Este método permite relacionar línguas distantes
no espaço, muitas vezes, mas de origem comum e
separar línguas geograficamente próximas, mas
que não se relacionam pela origem.”
(MORAES)
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Gramática comparativa - estudo
Exemplos de línguas:
Inglês britânico e norte americano – usados em
diferentes continentes (pertencem à família indo-
europeia, germânica ocidental - surgiu nos reinos anglo-
saxônicos da Inglaterra);
Inglês – Americano
Inglês – Britânico
Tradução
airplane aeroplane avião
analyze analyse analisar
apartment flat apartamento
bathroom toilet banheiro
behavior behaviour comportamento
catalog catalogue catálogo
candy sweets doces
cell phone mobile phone telefone celular
cookies biscuit biscoito
color colour cor
downtown town centre centro da cidade
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Gramática comparativa - estudo
Exemplos:
Espanhol (família indo-europeia, itálica, românica,
que evoluiu do latim) – compreende as línguas
oficiais de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia,
Costa Rica, Cuba, Dominica, El Salvador, Equador,
Espanha, Estados Unidos (no Novo México),
México etc.
Verbo Tú
(Espanha
e outros
países)
Vos
(Argen-
tina)
Vosostros
(Espanha)
Usted
hablar hablas hablás habláis habla
comer comes comés coméis come
poder puedes podés podéis puede
UOL educação
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Gramática comparativa - estudo
Línguas que tem origem do Latim: francês,
italiano, espanhol, português etc.
Exemplo de palavras com som semelhantes:
alemão vater, o inglês father e o latim pater
(podem ser semelhantes por coincidência ou
empréstimo entre as línguas).
Linguística histórica - história
Os estudos comparativistas entre as línguas foram
se deslocando para estudos da evolução das
línguas, originando no final do século XIX a
linguística histórica, que foi desenvolvida
incialmente por linguistas neogramáticos, de origem
alemã (MORAES).
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Linguística histórica - estudo
Estudo das mudanças fonéticas entre as línguas,
procurando estabelecer leis sobre a evolução dos
sons de uma língua (MORAES).
Exemplo: pronúncia do interior de São Paulo em
determinada época do século XX de alto, falta e
salto: arto, farta e sarto.
Linguística descritiva - história
Nasce com os estudos da linguística sincrônica e
diacrônica propostos por Saussure em 1916,
segundo a publicação sobre seus três cursos,
“Curso de linguística geral”.
O curso de Saussure foi publicado três anos
após sua morte, por dois alunos, Bally e
Séchehaye, que compilaram as anotações de
suas aulas (MORAES).
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Linguística - estudo
“linguística diacrônica (= linguística histórica),
que estuda os diferentes estados de uma língua, na
sua evolução pelo tempo;”
“linguística sincrônica (ou descritiva), que estuda
a língua num dado momento de sua história,
desligada da noção de evolução.”
(MORAES)
O que é objeto de estudo
Objeto de estudo da Linguística
OBJETO DE ESTUDO - CIÊNCIA
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Objeto em uma ciência
Um mesmo material pode servir de objeto a mais de
uma ciência. Por exemplo: o homem é material de
estudo de várias ciências biológicas, que encaram o
homem sob prismas diferentes:
Fisiologia – funcionamento dos órgãos;
Anatomia – constituição estrutural e partes do
corpo;
Genética – hereditariedade.
Esse aspecto particular é o que determina o objeto
de cada uma dessas ciências. (MORAES).
OBJETO DA LINGUÍSTICA
“A linguística encara as línguas como mecanismos ou
estruturas. Cada língua é encarada como um sistema
de signos vocais, de que os homes se servem para se
comunicar” (MORAES).
“A Linguística estuda fundamentalmente o mecanismo
(estrutura) e o funcionamento das línguas. Este é seu
objeto” (MORAES).
A LÍNGUA É O OBJETO DE ESTUDO DA
LINGUÍSTICA.
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Língua – sistema de signos.
Linguagem – faculdade de
comunicação por meio da língua.
LÍNGUA E LINGUAGEM
LÍNGUA – SISTEMA – ESTRUTURA
Comparação da língua com um relógio:
O relógio é um instrumento para marcar o tempo;
A língua é um instrumento para os homens se comunicarem;
O relógio é um mecanismo, um conjunto de peças interligadas, interdependentes que formam um estrutura;
A língua constitui uma estrutura porque contém partes interligadas e interdependentes – o estudo dessas partes da língua e seu funcionamento constitui o objeto da Linguística.
(MORAES)
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Pontos de vistas de estudos da língua
Sub sistemas linguísticos:
Sistema fonológico: estudo dos fonemas e letras (sons).
Sistema morfológico: composição das menores
unidades linguísticas portadoras de significados.
Sistema sintático: relação entre as palavras em uma
oração.
Sistema lexical: conjunto de palavras de uma língua.
Sistema semântico: estudo do significado das
palavras.
(próxima aula)
LÍNGUA NÃO É NOMENCLATURA
A língua não é o reflexo de um mundo objetivo
totalmente organizado, com cada coisa contendo seu
nome. Se fosse assim, bastaria para aprender uma
outra língua, conhecer os novos nomes das mesmas
coisas (exemplo: port. livro, esp. libro, fr. livre, ing.
book, al. buch, etc.).
Esta aparente correspondência entre as línguas
ocorre, mas, em muitos outros casos isto não é
verdade.
(MORAES)
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LÍNGUA NÃO É NOMENCLATURA
“Por exemplo: há em português, bosque, lenha,
madeira, três palavras que designam três coisas
diferentes. O francês designa estas três coisas com
uma só palavra: bois.” (MORAES).
LÍNGUA NÃO É NOMENCLATURA
Exemplos:
em francês rio tem duas denominações, uma para
rio que desemboca no mar, e outra para rio que
desemboca em outro rio: rivière e fleuve.
esquimós têm mais de dez nomes para neve.
Portanto, a análise da realidade não é a mesma
para falantes de diferentes línguas
Isso também prova que as línguas não são
nomenclaturas.
(MORAES)
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LINGUAGEM
A linguagem é a capacidade ou faculdade humana
de se comunicar por um sistema de signos (língua).
Também, é o conjunto de todos os pontos de vista,
descritivos ou explicativos de aspectos linguísticos,
psicológicos, sociológicos, semiológicos, ideológicos,
sob os quais pode-se considerar a língua.
(Dictionaire de la Linguistique de Georoge Mourin).
LINGUAGEM
A linguagem permite o homem ter a capacidade
de ordenar o mundo e categorizá-lo (FIORIN,
2002).
Categorizar significa que a linguagem permite
classificar e ordenar as coisas do mundo segundo
a cultura e o conhecimento de um grupo de
pessoas.
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Pontos de vistas de estudos da linguagem
Psicológicos: emoções e funcionamento do aparelho
cognitivo (meios de aquisição de conhecimento).
Sociológicos: determinados grupos de pessoas e
culturas estabelecem os modos de falar (pronúncia) e
significados segundo o que sua cultura acredita;
exemplo:
Lenda indígena sobre a origem do fogo: um
guerreiro transformado em pássaro foi roubar as
chamas do sol.
Pontos de vistas de estudos da linguagem
Semiológicos: ciência que estuda diferentes
sistemas de signos (verbais e não verbais).
Ideológicos: pensamentos ou visões de mundo
voltados para ações sociais, principalmente,
políticas, que podem resultar em instrumento de
dominação.
Exemplo: Eugenia - “seleção artificial das espécies”
para aprimorar a população humana (casamento
seletivo - proibição com pessoas com problemas
mentais, doenças contagiosas ou hereditárias) - nazismo
- holocausto - ódio racial.
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Saussure
Benveniste
Hjelmslev
SIGNOS LINGUÍSTICOS
O que é signo?
Signo: algo que se refere ou toma o lugar de outra
coisa em nossa mente.
Promove a representação de algo para
expressarmos o que é um objeto ou um fenômeno.
Tem a função de promover a compreensão e a
comunicação sobre algo a que se refere.
Pode fazer parte de um sistema de signos para fins
de comunicação, como por exemplo, o sistema da
língua.
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Em uma área especializada, o conceito é um elemento
de significação do termo, que representa um objeto da
realidade empírica (realidade observável) (CAMPOS,
2011).
Conceito e termo podem ser considerados elementos do
signo na linguagem documentária.
Também é uma unidade de pensamento, por isso,
necessita de um símbolo linguístico adequado para
designá-lo e para ser comunicado (palavra/termo).
Definição: representação do conceito por um
enunciado, que o especifica.
SIGNO LINGUÍSTICO - TERMINOLOGIA
Denominações correspondentes
SIGNIFICANTE:
Imagem acústica (impressão psíquica do som);
Som da palavra (língua falada);
Expressão escrita – palavra escrita (língua escrita) - Termo.
Plano de expressão (Hjelmslev) – nova concepção.
SIGNIFICADO:
Conceito;
Ideia;
Sentido;
Unidade de
conhecimento.
Plano de conteúdo
(Hjelmslev) – nova
concepção.
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O SIGNO LINGUÍSTICO
Segundo Ferdinand de Saussure (1857-1913).
Segundo Émile Benveniste (1902-1976).
Segundo Louis Hjelmslev (1899-1965).
SAUSSURE
Linguista e filósofo suíço, professor da Universidade
de Genebra, estabeleceu no século XX a Linguística
enquanto ciência.
1916: publicação do “Curso de linguística geral” de
Saussure.
Estabelece a linguística sincrônica e diacrônica, o
signo diádico (conceito e imagem acústica), além das
dicotomias que explicam as teorias linguísticas.
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SIGNO LINGUÍSTICO - SAUSSURE
Refere-se a uma realidade extralinguística – o
significado corresponde a algum conceito (ideia,
independente de sua forma linguística).
Não existe uma relação direta da palavra com as
coisas do mundo, mas sim do significante com os
conceitos. (PIETROFORTE, 2002).
Os conceitos são representações mentais de
unidades de conhecimento, que contém características
de um objeto, fenômeno, ideia, processo etc.
A palavra lobo é um signo, que tem um conceito
associado a uma sequencia de vogais e
consoantes, que forma a imagem acústica /lobo/.
O conceito de lobo consiste em: mamífero
carnívoro, da família canidae, que habita
grandes regiões da Europa, Ásia e América do
Norte. (PIETROFORTE, 2002)
SIGNO LINGUÍSTICO - SAUSSURE
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Formado pela união do significante (imagem
acústica) e significado (conceito), que são
componentes do signo linguístico e elementos que
formam o sistema da língua (PIETROFORTE, 2002).
Juntos produzem significação: permitem comunicar
sobre algo e fazer com que algo seja
compreendido.
SIGNO LINGUÍSTICO - SAUSSURE
“O signo linguístico une não uma coisa e uma
palavra, mas um conceito e uma imagem acústica.
Esta não é o som material, coisa puramente física,
mas a impressão (empreinte) psíquica desse som, a
representação que dele nos dá testemunho de
nosso sentidos.” (SAUSSURE, 1999, p. 80).
SIGNO LINGUÍSTICO - SAUSSURE
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Signo: entidade psíquica de duas faces
(SAUSSURE, 1999).
Imagem
acústica
Conceito
SIGNO LINGUÍSTICO - SAUSSURE
Signo: combinação do conceito e imagem acústica, mas,
no uso corrente pode designar apenas a imagem
acústica (exemplo: arbor, que exprime o conceito de
árvore). A ideia da parte sensorial implica a total
(SAUSSURE, 1999).
arbor
“árvore”
arbor
SIGNO LINGUÍSTICO - SAUSSURE
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CARACTERÍSTICAS DO SIGNO LINGUÍSTICO
O signo linguístico é arbitrário – “o laço que une o
significante ao significado é arbitrário”, não tem
relação natural com a realidade;
Assim, a ideia de “mar” não está ligada por
relação alguma interior à sequencia de sons m-a-r
que lhe serve de significante;
Arbitrário não quer dizer que o significado
dependa da livre escolha de quem fala, mas
depende de um grupo linguístico.
(SAUSSURE, 1999)
Imotivado – arbitrário em relação ao significado.
Arbitrário – as palavras formam um sistema autônomo
independente do que nomeiam (não existe uma razão
aparente para um significante estar relacionado a um
significado). Cada língua determina seus significantes
- exemplo: “mesa” (português); “table” (inglês).
O signo linguístico é arbitrário = cultural.
Convencional – o significado do signo depende de
um contrato social (convenção) entre os falantes de
uma língua natural ou de especialidade.
SIGNO LINGUÍSTICO - CARACTERÍSTICAS
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Significante relativamente arbitrário: ocorre
em palavras derivadas ou compostas, por
exemplo: Maçã e macieira.
As linguagens visuais possuem uma relação
motivada entre o significante e o significado,
ou seja, não é totalmente arbitrária. Exemplo:
significante justiça (FIORIN, 2002).
O símbolo de justiça não poderia ser
substituído por outro, um carro, por exemplo,
porque existe um vínculo natural entre o
símbolo e seu significado (SAUSSURE, 1999).
SIGNO LINGUÍSTICO - CARACTERÍSTICAS
O significante desenvolve-se no tempo (linearidade) devido a sua natureza auditiva, representando uma extensão que é mensurável em uma só direção (em linha). Por isso, seus elementos se apresentam um após o outro por meio do som e também pela escrita (SAUSSURE, 1999).
Linearidade do significante: os sons são produzidos um de cada vez; diferente da linguagem visual, como a pintura, que apresenta todos seus elementos de uma só vez. (FIORIN, 1999).
Exemplo: PESCADOR.
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O pescador, de Tarsila do Amaral – arte moderna
Imutabilidade do signo: “Se, com relação à ideia
que representa, o significante aparece como
escolhido livremente, em compensação, com
relação à comunidade linguística que o emprega,
não é livre: é imposto” (SAUSSRE, 1999, p. 85).
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Mutabilidade do signo: “O tempo, que assegura a
continuidade da língua tem um outro efeito, em
aparência contraditório com o primeiro: o de
alterar mais ou menos rapidamente os signos
linguísticos e, em certo sentido, pode-se falar, ao
mesmo tempo, da imutabilidade e mutabilidade
dos signo” (SAUSSURE, 1999, p. 89).
SIGNO LINGUÍSTICO - CARACTERÍSTICAS
SIGNO LINGUÍSTICO - CARACTERÍSTICAS
Mutabilidade do signo: as alterações fonéticas,
de sentido, ou outras, acabam por ocasionar um
deslocamento da relação entre significante e
significado, estabelecida anteriormente. Mas,
movidas por forças sociais, que atuam sobre a
língua (SAUSSURE, 1999).
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SIGNO LINGUÍSTICO - CARACTERÍSTICAS
Denotação e conotação: modos de entender as
alterações semânticas e significados (FIORIN, 2002).
DENOTAÇÃO: signo cujo plano de expressão é um
signo: olho – órgão da visão.
CONOTAÇÃO: acrescenta um segundo conteúdo ao
signo denotado: olho de gato – chapinha que
reflete a luz em pequenos postes na estrada para
indicar o limite da estrada. REQUER a relação entre
o significado do signo denotado e o novo
significado (traço em comum).
Principais características da conotação
Metáfora: “é o acréscimo de um significado a outro,
quando entre eles existe uma relação de semelhança,
uma interseção” (FIORIN, 2002, p. 66). Existem traços
comuns (características comuns) entre os dois
significados. Também, produz sentido figurado por
meio de comparações. Exemplo:
Seus olhos são luzes brilhantes.
As luzes brilhantes olhavam-me (verdadeira
metáfora: substituição de olhos por luzes brilhantes).
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Metáfora
“Amor é fogo que arde sem se ver.
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.”
(Luís Vaz de Camões).
Fogo: mantém seu sentido próprio (calor e luz, produto
da combustão de matérias inflamáveis); possui sentido
figurado de paixão, excitação, sofrimento.
Principais características da conotação
Metonímia: “é o acréscimo de um significado a outro,
quando entre eles há uma relação de contiguidade, de
coexistência, de interdependência”. O termo contém
outro significado devido a alguma semelhança.
Exemplo:
O homem foi à Lua (alguns astronautas foram à Lua.);
A balança penderá para teu lado (a justiça ficará ao
teu lado.).
Também é uma figura de linguagem, que emprega um
termo no lugar de outro, devido a sua semelhança ou
associação de significado.
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Principais características da conotação
Sinédoque: similar à metonímia, contém uma
relação de inclusão entre os dois significados,
indicando um a parte e o outro o todo. Exemplo:
Parte pelo todo: Várias pernas passavam
apressadamente (pernas no lugar de pessoas);
Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo
(cálice no lugar de líquido).
BENVENISTE
Linguista nascido na Síria, mas estudou na França.
Foi aluno de Saussure, trabalhou no Collège de
France como professor de linguística.
Principal obra: Problemas de Linguística Geral I e
II, com a seleção de artigos escritos ao longo de
mais de vinte e cinco anos.
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SIGNO LINGUÍSTICO - BENVENISTE
Analisa o signo linguístico segundo Saussure e as dicotomias. Verifica, conforme Saussure, que a linguagem contém características marcadas da dualidade opositiva, por exemplo:
Articulatória e acústica;
Som e sentido;
Indivíduo e sociedade;
Língua e fala;
Material e não substancial;
Memorial (paradigmático) e sintagmático;
Identidade e oposição;
Sincrônico e diacrônico.
SIGNO LINGUÍSTICO - BENVENISTE
Para Saussure, o signo é naturalmente arbitrário ou imotivado, portanto, não apresenta ligação natural com a realidade, apenas com o que é determinada por convenção para o conceito.
O signo é arbitrário porque o significado não tem ligação com a realidade = afirmação falseada pelo uso inconsciente de um terceiro termo que não estava compreendido na definição inicial, a realidade.
Exemplo: para explicar a arbitrariedade, demonstrando que em uma língua existe boi e em outra oks, é necessário compreender a realidade que essas palavras se referem.
(boi em inglês: ox; boi em alemão: ochse). (BENVENISTE, 1991)
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SIGNO LINGUÍSTICO - BENVENISTE
Benveniste (1991), também estabelece que a união entre significante e significado não é arbitrária, e sim necessária:
“O conceito („significado‟) “boi” é forçosamente idêntico na minha consciência ao conjunto fônico („significante‟) boi. Como poderia ser diferente? Juntos os dois foram impressos no meu espírito; juntos evocam-se mutuamente em qualquer circunstância. Há entre os dois uma simbiose tão estreita que o conceito „boi‟ é como que a alma da imagem acústica boi. O espírito não contém formas vazias, conceitos não nomeados” (BENVENISTE, 1991, p. 55-56).
SIGNO LINGUÍSTICO - BENVENISTE
Saussure diz: “Psicologicamente, excetuando-se sua
expressão por meio das palavras, o nosso pensamento
é apenas uma massa amorfa e indistinta. Filósofos e
linguistas concordaram sempre em reconhecer que, sem
o concurso dos signos, seríamos incapazes de distinguir
duas ideias da maneira clara e constante. Tomando em
si mesmo, o pensamento é como uma nebulosa em que
nada é necessariamente delimitado. Não há ideias
preestabelecidas e nada é distinto antes do
aparecimento da língua.” (BENVENISTE, 1991, p. 56).
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SIGNO LINGUÍSTICO - BENVENISTE
“O significante e o significado, a representação
mental e a imagem acústica são, pois, na realidade
as duas faces de uma mesma noção e se compõem
juntos como o incorporante e o incorporado”
(BENVENISTE, 1991, p. 56).
Para o falante, o signo encobre e comanda a
realidade, ele é a realidade.
Benveniste (1991, p. 56), afirma que o signo
linguístico não é arbitrário, mas somente neste caso
é arbitrário: “O que é arbitrário é que um signo,
mas não outro, se aplica a determinado elemento
da realidade, mas não a outro.”
Maçã, mas não banana, se aplica a determinado
elemento da realidade (maçã), mas não banana.
SIGNO LINGUÍSTICO - BENVENISTE
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HJELMSLEV
Linguista dinamarquês, que propôs com Hans
Jorgen Uldall, a teoria estruturalista da
Glossemática, e a Escola de Copenhague. A
linguagem na glossemática compreende tanto as
linguísticas, como as não linguísticas.
SIGNO LINGUÍSTICO - HJELMSLEV
Hjelmslev incorpora a noção de valor no conceito
de signo e muda a concepção do conceito de
signo linguístico de Saussure, quando afirma que
um signo linguístico contém plano de expressão e
plano de conteúdo. (FIORIN, 2002).
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SIGNO LINGUÍSTICO - HJELMSLEV
O signo linguístico para Hjelmslev une uma forma de
expressão a uma forma de conteúdo e cada uma
contém uma matéria e uma substância.
ERC: expressão em relação ao conteúdo que une duas
formas, que se manifestam por duas substâncias.
(FIORIN, 2002)
Também contém uma relação de dependência entre
seus elementos, conforme a figura a seguir baseada
em Hjelmslev e Nöth (2005):
S
I
G
N
O
S
I
G
N
O
Forma de conteúdo
Forma de expressão
Substância de expressão
Matéria de expressão
Substância de conteúdo
Matéria de conteúdo
Baseado em Hjelmslev e Nöth (2005)
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Matéria: pensamento amorfo
Matéria de expressão: “potencial fonético de
articulação vocal humana, que é usado
diferentemente para formar os sistemas fonológicos
das línguas naturais do mundo”.
Matéria de conteúdo: “potencial de comunicação
gráfica usado para formar sistemas de escrita ou o
potencial de comunicação gestual do qual
linguagens gestuais fazem uso”.
(NÖTH, 2005, p. 62)
Substâncias: sons e conceitos
Substância: gerados pela forma e não preexistem
sem ela (sempre depende da forma):
Substância de expressão: sons.
Substância de conteúdo: conceitos.
Os sons p/b surgem da oposição de sons
surdo/sonoro.
O conceito homem se opõe ao de mulher, mas
ambos são seres humanos.
(FIORIN, 2002)
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Forma: regras que determinam
semelhanças e diferenças
Forma corresponde ao que Saussure denomina de valor: um com junto de diferenças.
Forma de expressão: diferenças fônicas e suas regras combinatórias.
Forma do conteúdo: diferenças semânticas e suas regras combinatórias.
Conjuntos de diferenças definidos por valor, conforme seus traços característicos e opostos, como também ao que confere identidade.
(FIORIN, 2002)
Forma de expressão: diferenças fônicas e suas regras combinatórias.
Diferenças entre p/b: o primeiro contém o traço (característica) de /surdez/ e o segundo o traço de /sonoridade/.
Forma do conteúdo: diferenças semânticas e suas regras combinatórias.
Homem/mulher, ambos tem o traço humano, mas se distinguem pelos traços característicos de /masculinidade/ e /feminilidade/. Homem: contém dois valores, um para ser “humano” e outro para “ser humano do sexo masculino”.
(FIORIN, 2002)
Forma: regras que determinam
semelhanças e diferenças
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Segundo Adam Schaff (1968),
citado por Fiorin (2002).
CLASSIFICAÇÃO DOS SIGNOS
CLASSIFICAÇÃO DOS SIGNOS
Adam Schaff (1968), propôs uma classificação
que abrange todos os tipos de signos enquanto
unidades que contém uma relação entre uma
expressão e um conteúdo (FIORIN, 2002).
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Signos quanto a intenção comunicativa
Signos naturais: fenômenos da natureza que são
veículos e um outro fenômeno natural (exemplo: onde
há fumaça – expressão – existe fogo – conteúdo).
Signos artificiais: produzidos para fins de
comunicação, resultantes de acordos e convenções
(exemplos: palavras, sinais de trânsito, pintura,
escultura etc). (FIORIN, 2002).
Signos artificiais – função de
interpretação de diferentes linguagens
Signos verbais: interpretam todas as linguagens (os
signos de outras linguagens não podem interpretar o
signo linguístico, pois, por exemplo, nem tudo que é
expresso verbalmente pode-se expressar visualmente.
Exemplo: amor e dor);
Signos com expressão derivativa: provocam uma reação
conforme um acordo pré-estabelecido:
Sinais: levam o homem a fazer ou não algo, exemplo:
apito do juiz em jogo de futebol.
Signos substitutivos: representam alguma coisa, por
exemplo: uma foto, uma maquete etc. (FIORIN, 2002).
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Signos substitutivos – divididos
conforme a natureza do significado
Signos substitutivos stricto sensu (sentido estrito): o significante expressa um significado concreto, exemplo: auto retrato, planta arquitetônica de uma casa. Refere-se a algo do mundo material.
Símbolos: elemento concreto que representa um abstrato, segundo uma convenção. Refere-se a algo do mundo subjetivo que não pode ser visto, por isso precisa de uma representação por um símbolo, exemplo: balança símbolo da justiça; sentimentos; classificações com tipos de alguma coisa: religião.
(FIORIN, 2002).
REFERÊNCIAS
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FIORIN, J.L. Teoria dos signos. In: FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à
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