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Confiança
Respeito pelas
Pessoas e pelas
Instituições
Enfoque no cliente
Vocação na Excelência
Ética e responsablidade
O Sistema Financeiro e a Reforma da
Regulação Financeira
Do Sistema Bancário
em Especial e dos
Novos Instrumentos
Financeiros
28 de Setembro de 2010
2
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Agenda
1.Na origem da reforma da regulação
2.Regulação Financeira
Medidas adoptadas
Alterações regulamentares
Basileia III
3.Consequências e Conclusões
3
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Na origem da crise...
A regulação não foi o único problema
“(...) A crise económica internacional que temos vindo a atravessar, sendo
largamente devida a falhas de regulação dos mercados financeiros, tem a sua
raiz também em desequilíbrios estruturais dos mercados energéticos, assim
como na insustentabilidade crescente dos padrões de consumo das famílias e
das empresas nos países mais desenvolvidos . . . (...)”
Fonte: Relatório do Orçamento do Estado 2010, caixa 11
“(...) A crise teve diversas causas: houve alguns bónus absurdos para uma
excessiva tomada de risco; houve um grande desenvolvimento de produtos
exóticos; houve falhas nas práticas e sistemas de gestão de risco; [e] regras
prudenciais e uma filosofia de regulação de mercado (...) que falharam na
identificação e na correcta actuação sobre os perigos da excessiva alavancagem
e da transformação de maturidade (...) confiando que a suposta eficiência e
racionalidade dos mercados produziria sempre bons resultados. (...)
Fonte: Adair Turner, chairman da Autoridade dos Serviços Financeiros, UK
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Na origem da crise...
O crescimento da dívida pública e privada
Fonte: FMI, BEA
5
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
CDS outstanding - global ($ trn) Crédito securitizado nos EUA ($bn)
Fonte: Banco Central Europeu.
Na origem da crise...
A inovação financeira
• Nos países desenvolvidos assistiu-se a uma rápida inovação em matéria de produtos financeiros e à
massificação de instrumentos complexos
• Os mercados de Credit Default Swaps (CDS) e de produtos securitizados são os exemplos mais
emblemáticos:
• O montante de CDS outstanding cresceu de menos de $1trn em 2001 para $60trn em 2007
• Ainda incipiente em 1990, o montante de crédito securitizado nos EUA veio a atingir perto
de $700bn no início da crise financeira
6
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
A crise económica provocou ondas de impacto sucessivas nos mercados financeiros ao longo dos últimos 3 anos:
Fase 1 Constatação de problemas: procura de instrumentos de dívida pública e saída de activos tóxicos e complexos;
Fase 2 Problemas sistémicos: colapso do sistema financeiro em alguns países, com corrida aos depósitos e incumprimento;
Fase 3 Suporte à economia: resposta dos estados e bancos centrais para suportar sector privado e sistema financeiro;
Fase 4 Dificuldades financeiras dos Estados: aumento dos défices e dívida pública
Fase 5 Cepticismo: incerteza sobre planos de suporte aos Estados (intervenções do FMI/UE e especulação sobre fim da UEM)
As quatro fases da crise
(Prémios de risco soberanos face a referência de mercado - swaps 10 anos)
-2
0
2
4
6
8
10
Jun-0
7
Set-
07
Dez-0
7
Mar-
08
Jun-0
8
Set-
08
Dez-0
8
Mar-
09
Jun-0
9
Set-
09
Dez-0
9
Mar-
10
Jun-1
0
Set-
10
Alemanha
França
Itália
Espanha
Holanda
Bélgica
Austria
Grécia
Irlanda
Portugal
1 2 3 4 5
Na origem da crise...
As fases da crise nos mercados financeiros
7
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Na origem da crise...
O crescimento da dívida pública e privada
Dívida1 pública e privada por país
% do PIB
1) “Dívida” definida como crédito total
2) Taxa Crescimento Média Anual, utilizando sempre que possível o período mais longo possível
3) Mesmo excluindo crédito externo por bancos britânicos, o rácio britânico dívida/PIB é o maior de todos à excepção do Japão
4) 1992-2000
Fonte: McKinsey
Crescimento agressivo
Crescimento moderado
Crescimento baixo ou negativo
5.2
0.5
4.2
3.9
3.1
0.3
3.5
7.4
0.8
157
19
93
83
64
7
28
70
150
17
3.3
1.2
4.3
1.2
2.9
5.6
0.3
0.6
4.1
-
1.5
3.9 978.94Portugal
Coreia do Sul
Suíça
Espanha
Canadá
Itália
Japão
Alemanha
França
Reino Unido3
Estados Unidos
2000-081990-00
TCMA2, %Variação p.p.
2000-08
120
150
180
210
240
270
300
330
360
390
420
450
480
0604022000989694921990 2T.09
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Na origem da crise...
O crescimento da dívida privada e pública - consequências
Desvio de
recursos do
sector privado
para o público
(actuais e
futuros)
Aumento da
transferência da
riqueza criada
para o exterior
(dívida externa)
Menor
competitividade
• Nível da
despesa
pública
• Crescimento
da despesa
privada
• Fraco
crescimento
económico
Aumento
do Stock e
relevância
da Dívida
Privada e
Pública
Aumento do
Custo de
Financiamento
Aumento
dos
Impostos
Famílias
Empresas
Estado
Restrições
à
despesa
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Alguns incentivos perversos nos mercados (financeiros e outros)
A nível de políticas
monetárias ou
governamentais
Baixas taxas de juro e liquidez disponível nos mercados
Pressões e incentivos governamentais para o aumento do crédito
Previsões macro económicas incorrectas
Análises de rating com significativas deficiências (o modelo de
negócio?)
Desiquilíbrios internacionais: crédito disponível pelos exportadoresA nível de mercados
Bolhas especulativas e “exuberância irracional”
No seio das
organizações
Pressão para resultados de curto prazo (versus resultados de LP?)
Remunerações dos gestores (bónus dos executivos)
Modelos de governance com pouca transparência para o mercado
Fonte: Carlos Albuquerque – IDEFF – Novembro 2009
12
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Agenda
1.Na origem da reforma da regulação
2.Regulação Financeira
Medidas adoptadas
Alterações regulamentares
Basileia III
3.Consequências e Conclusões
13
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
O estado actual dos sistemas financeiros
As medidas de suporte da parte dos Bancos Centrais
Coordenação entre Bancos Centrais para a circulação de liquidez em mercados
internacionais
Aquisição directa de activos (dívida seleccionada) em mercados secundários
Fonte: BCE
Eurosistema US Reserva Federal
Evolução e composição do Balanço dos Bancos
Centrais Unidade
Triliões
de euros
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Usado Disponível Usado Disponível Usado Disponível Usado Disponível
Portugal 0 2 0 3 10 0 0 0 0 0 12
Area Euro 1 1 1 5 18 2 0 0 3 1 27
EUA 2 5 0 2 4 0 5 2 11 1 26
Medidas de Suporte ao Sistema Bancário (Out 08-Fev 10; % PIB)
Empréstimos
Recapitalizações Suporte a Activos
Planos para o
SectorSuporte Directo
aos Bancos
Comprometimento
Total
Planos para o
SectorSuporte Directo
aos Bancos
Garantias
*
Fonte: BCE
* Valores apresentados não têm em consideração a redução (no OE2010) do limite máximo de garantias concedidas para os € 9,1 mil M, nem o
aumento do capital social da CDG realizado por recurso à dotação orçamental relativa à Iniciativa para o Reforço da Estabilidade Financeira.
O estado actual dos sistemas financeiros
As medidas de suporte da parte dos Governos
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Garantias do Estado utilizadas pela banca portuguesa para financiamento nos
mercados internacionais não chegaram a ser accionadas
Há mais de um ano que os bancos não recorrem a este mecanismo
Novos critérios para a concessão de garantias:
Agravamento do custo (passa a depender do rating de cada instituição e do prazo de
financiamento pretendido)
Obrigatoriedade de apresentação de um estudo de viabilidade da parte das instituições
(caso responsabilidades garantidas representem >5% do total de responsabilidades e
montante total superior e a € 500 M)
Processo de “phasing out” dos regimes de emissões com garantias do Estado
recomendado pela Comissão Europeia
O estado actual dos sistemas financeiros
As medidas de suporte da parte dos Governos
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Avaliação das medidas
Financiamento da economia
Taxa de Crescimento do Crédito Área Euro
vs Portugal
Empréstimos a Residentes (tvh %)
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
Jan-99 Jan-09
Área do Euro Portugal
Rácio de Crédito Vencido das Soc. Não
Financeiras
(Portugal, % do Total)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
2005 2006 2007 2008 2009
Financiamento à economia, com
abrandamento menos intenso dos
empréstimos do que o verificado na
média da área do euro, não obstante
adversidade dos mercados
Agravamento da condição financeira
das empresas, com impactos na
estrutura de activos das instituições
financeiras
Maior exigência ao nível da análise de
risco e selectividade na concessão de
crédito
Novo contexto em que o risco surge
associado aos segmentos da
actividade bancária tradicional
(volumes, margens, incumprimento)
Fonte: BCE, BdP, Mbcp - GE-Ec
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Agenda
1.Na origem da reforma da regulação
2.Regulação Financeira
Medidas adoptadas
Alterações regulamentares
Basileia III
3.Consequências e Conclusões
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Alterações Regulamentares
“A crise económica de 2007/2010 marcou o retorno do Direito ao
palco dos eventos planetários. A Ciência Económica – ou parte
dela – previu a crise, embora não tenha anteolhado as suas
consequências e a sua dimensão. Mas não foi convincente ou não
teve meios para impor as medidas de regulação e de controlo que
a poderiam ter contido… Quanto ao Estado: relegado para o
segundo plano por uma Filosofia da desregulação, ele foi
subitamente solicitado, por todos os lados, para acudir ao que
parecia o implodir do sistema de mercado…”
Fonte: Prof. Doutor António Menezes Cordeiro – Revista de Finanças Públicas e Direito Fiscal – Ano III – Março 2010 - Almedina
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Fonte: Banco de Portugal (Apresentação Governador BP na Conferência da Reuters/TSF – 11/12/2009)
Alterações regulamentares no sector bancário
20
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Alterações regulamentares no sector bancário
•Revisão “Standards contabilísticos”
•Tributação adicional especifica para a Banca
•Supervisão comportamental
•Obrigações de reporte adicionais
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Agenda
1.Na origem da reforma da regulação
2.Regulação Financeira
Medidas adoptadas
Alterações regulamentares
Basileia III
3.Consequências e Conclusões
22
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Basileia III
Aumentar a qualidade e a consistência do capital
Alterações dos
requisitos
mínimos de
capital
(rácios legais)
• Common equity (CE): aumento progressivo de 2% para 4,5%, após deduções, até 2015
• Tier 1 (CE + outros instrumentos): aumento progressivo de 4% para 6%, até 2015
• Rácio de conservação de capital (RCC), adicional de 2.5% sobre CE, implementação faseada, 2016-19
(capital inferior a CE+RCC coloca restrições na disposição de resultados)
• Rácio capital contracíclico (RContr): entre 0% e 2,5% do CE ou outros instrumentos financeiros com
característica de absorção total de perdas, com implementação dependente de fase do ciclo de crédito
por sistema financeiro e funcionará como uma extensão do RCC (em fase de discussão; as autoridades
locais serão responsáveis pela aplicação)
• Rácio de Leverage (RL): Está em teste um rácio não ajustado do risco de 3%. Implementação definitiva
apenas esperada para 2017/2018.
• Instituições com relevância sistémica deverão cumprir com requisitos adicionais ainda não especificados
(rácios superiores; capital contingente; e dívida convertível)
• As novas regras deverão ter efeito a partir de 2013, após a transposição para o ordenamento jurídico
doméstico (CE de 3,5%; Tier I de 4,5% e Total de 8,0% em 2013)
• Período de transição entre 2013 e 2019, com exigência faseada dos novos requisitos (rácios, deduções e
qualificação de instrumentos)
• Instrumentos financeiros que deixem de classificar como non-common ET1 ou T2 serão reconhecidos de
forma decrescente ao longo de um período de 10 anos. Instrumentos com incentivo a remissão
antecipada desclassificam a partir da primeira data de vencimento (cria diferenciação entre step up e no
step up)
• Rácios de leverage e liquidez definidos e implementados apenas após período de observação
• Autoridades nacionais poderão escolher acelerar o processo de transição
Acordos de
transição (apenas
aplicáveis aos
instrumentos em
vigor até à
publicação do
Acordo)
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Basileia III
Requisitos de capital propostos (valores no final do período)
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Basileia III
Período de transição
Mensagem: Os bancos em Portugal
não terão dificuldade em
preencher os requisitos, numa
conjuntura de actividade normal
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Basileia III
Impacto nos requisitos ao capital proposto
Bancos Portugueses
(Aprox.)
Níveis de alavancagem crescentes
E
activos com menor peso em termos de risco
Em muitos bancos os activos disponíveis para
trading representam mais de metade do
balançoi
Fonte: BANKING ON THE STATE, Piergiorgio Alessandri & Andrew G Haldane
Bank of England, November 2009 – Obtido no site do Banco de Inglaterra
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Basileia III
Pontos em Aberto: Requisitos contra-cíclicos
Existem outras variáveis macroeconómicas para
controlo da pró-ciclicidade
Existem outras medidas prudenciais que visam o
controlo deste tema: testes de stress, p.e.
Momento de implementação destes “buffers”
baseados em indicadores avançados é crucial
(período de crescimento do ciclo de crédito)
Período de observação e transição mais extenso
Diferenciação por forma a evitar a penalização de
bancos que não exibam um elevado crescimento de
crédito em fases de crescimento excessivo de crédito
nas economias em que operam
Equilíbrio entre o
propósito de
obtenção de
maiores níveis de
capital e liquidez
no futuro e a
não-afectação da
recuperação do
sistema financeiro
e das economias
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Agenda
1.Na origem da reforma da regulação
2.Regulação Financeira
Medidas adoptadas
Alterações regulamentares
Basileia III
3.Consequências e Conclusões
28
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Conclusão
Um sistema à prova de crises?
Aceitar a nova normalidade derivada desta reforma...
Resultados e volumes da Banca mais baixos
Aumento do custo de crédito
Financiamento da Economia
Alteração do modelo de negócio
Basileia III e outras medidas de actuação sobre instituições sistémicas são
importantes para a resiliência dos sistemas financeiros... mas não
suficientes (ou perfeitas)
31
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Conclusão
Um sistema à prova de crises?
Aceitar a nova normalidade derivada desta reforma...
Resultados e volumes da Banca mais baixos
Aumento do custo de crédito
Financiamento da Economia
Alteração do modelo de negócio
Basileia III e outras medidas de actuação sobre instituições sistémicas são
importantes para a resiliência dos sistemas financeiros... mas não
suficientes (ou perfeitas)
33
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Consequências da nova regulamentação para o sector bancário
A nova regulação implicará um aumento do custo de
capital, uma redução da alavancagem e do peso do sector
nas economias e uma diminuição da rentabilidade que
não voltará a atingir os elevados números que conheceu
nos últimos 15 anos…
Fonte: Banco de Portugal (Apresentação Governador BP na Conferência da Reuters/TSF – 11/12/2009)
34
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Conclusão
Um sistema à prova de crises?
Aceitar a nova normalidade derivada desta reforma...
Resultados e volumes da Banca mais baixos
Aumento do custo de crédito
Financiamento da Economia
Alteração do modelo de negócio
Basileia III e outras medidas de actuação sobre instituições sistémicas são
importantes para a resiliência dos sistemas financeiros... mas não
suficientes (ou perfeitas)
36
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Conclusão
Um sistema à prova de crises?
Aceitar a nova normalidade derivada desta reforma...
Resultados e volumes da Banca mais baixos
Aumento do custo de crédito
Financiamento da Economia
Alteração do modelo de negócio
Basileia III e outras medidas de actuação sobre instituições sistémicas são
importantes para a resiliência dos sistemas financeiros... mas não
suficientes (ou perfeitas)
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Financiamento da economia
Estrutura típica de financiamento externo das empresas portuguesas
Utilização de Fontes de Financiamento por parte do Sector Privado
(% do PIB) 1998 2007 1998 2007 1998 2007
capitalização bolsista 51 56 63 85 145 144
valor obrigações vivas cotadas 4 3 54 81 107 168
empréstimos bancários 84 153 92 145 49 63
Fonte: BCE, Cálculos Próprios
Portugal Area do Euro EUA
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Conclusão
Um sistema à prova de crises?
Aceitar a nova normalidade derivada desta reforma...
Resultados e volumes da Banca mais baixos
Aumento do custo de crédito
Financiamento da Economia
Alteração do modelo de negócio
Basileia III e outras medidas de actuação sobre instituições sistémicas são
importantes para a resiliência dos sistemas financeiros... mas não
suficientes (ou perfeitas)
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Maior standardização
Quota de mercado vs volumes
Oferta condicionada pelo reequílibro das finanças das famílias
Relacionamento vs Commodity /Utilities
Repercussões no negócio bancário
Reformulação de paradigmas e modelos de negócio
Retalho
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O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Nos relacionamentos com os Clientes
A. Acções mais importantes nos
relacionamentos entre Instituições e Clientes
+ 1. Reforço das políticas e normas de prevenção
do branqueamento de capitais (AML e CTF),
Fraude e Abuso do mercado;
2. Políticas de transparência com
standardização informação a Clientes (mais
disclousure) e aplicação rigorosa da DMIF;
3. Políticas de limitação de preços e definição
de produtos em serviços de grande
massificação;
4. Incremento da supervisão comportamental;
5. Envolvimento das autoridades no tratamento
de reclamações com reforço dos poderes de
mediação.
+
+
+
+
Bancos são considerados como “utilities” para os
Clientes mais próximos do conceito de Retalho
Fonte: Carlos Albuquerque – IDEFF – Novembro 2009
41
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Menores rentabilidades vs complexidade
Redução de alavancagem
Restrições às estruturas baseadas em offshores
Maior controlo do ultimate beneficial owner
Restrições ao planeamento fiscal agressivo
Maior ênfase na oferta de valor “wealth management”
Repercussões no negócio bancário
Reformulação de paradigmas e modelos de negócio
Private Banking
42
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Centro da crise
Desaparecimento / Consolidação / Rentabilidade
Desalavancagem
Descontinuação de certos negócio
Restrição de liquidez
Redução do Risco
Advisory
Estado
Empresas
Estrutura de capital
Modelos de negócio
Fusões e Aquisições
Triunfo do relacionamento sobre o produto – banca de empresas
Repercussões no negócio bancário
Reformulação de paradigmas e modelos de negócio
Banca Investimento
43
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Conclusão
Um sistema à prova de crises?
Aceitar a nova normalidade derivada desta reforma...
Resultados e volumes da Banca mais baixos
Aumento do custo de crédito
Financiamento da Economia
Alteração do modelo de negócio
Basileia III e outras medidas de actuação sobre instituições sistémicas
são importantes para a resiliência dos sistemas financeiros... mas não
suficientes (ou perfeitas)
44
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Regulação bancária, informação assimétrica e protecção do sistema
Moral hazard
Adaptado de Mishkin, Frederic S., “The Economics of Money, Banking and Financial Markets,8th Edition, 2007, Page
285-287
A Rede de Protecão
Estatal e
a garantia dos depósitos
Selecção adversa
To big to fail
Movimentos de
consolidação
Restrições em activosRetrições em activos e
Requisitos de capital Requisitos de Capital
Idoneidade e competência
Grau de “contágio”
Supervisão sobre
accionistas e gestores
Gestão de Risco
Requisitos de
“disclousure”
Protecção dos
consumidores
Restrições à
concorrência
Heads I win, tails the taxpayer loses (O banco e os depositantes?)
Quem mais quer menos deveria querer
Aumenta o moral hazard para os maiores bancos e para investidores
Maiores e mais complexas estruturas: TBTF, risco sistémico e
governance
Restrições em investimentos. Diversificação. On e off balance. Reduzir
risco.
Basel I e Basel II – requisitos de capital baseados no risco
Restrições em investimentos. Diversificação. On e off balance. Reduzir
risco.
Objectivos, solidez financeira, transparência, cumprimento e
“resiliência”
Sistema de Controlo
Interno
Informação, compliance, performance, Risk Office, Compliance,
Auditoria
Informação e controloO free-rider. Regras de contabilidade uniformes. Relatórios de risco
públicos.
Limites à entrada e
actividade
Protecção da rendibilidade. Protecção do sistema. E-banking. Mais
custos?
Informação pré, contratual e
pós vendaStandardização. Comoditização. Ênfase na supervisão comportamental.
47
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Avaliação das medidas
Viabilidade de longo prazo do sistema financeiro
2009
Benchmark 2011
Stress 2011
Stress + Choque Div. Soberano
Teste de Stress
(Rácio Capital Tier 1, em %)
EU (*) Banco 1 Banco 2 Banco 2 Banco 3 Banco 4
Requisito mínimo=6%
As críticas aos stress tests:
I. Só considera choques de risco soberano ao nível do trading book. Mas os dados fornecidos pelo CEBS
sobre a exposição ao risco soberano permite efectuar testes incluindo haircuts para títulos
soberanos presentes no banking book bem como no trading book.
II. As condições dos stress tests não foram muito exigentes, conduzindo a que poucos bancos não
cumprissem com os requisitos de capital, especialmente se comparados com a experiência nos EUA.
Contudo, é de referir que desde 2009 muitos bancos europeus já foram suportados pelos respectivos
Governos.
III. Os resultados do Citi (considerando choques soberanos no banking book): o défice de capital elevou-
se para os € 15 mil M em 24 bancos. Se o equity Tier1 a 6% fosse usado (mais exigente que o
utilizado nos testes americanos - T1 = 6% e equity T1 = 4%) o défice de capital ascenderia aos € 63
mil M. Ainda assim bancos portugueses passariam no teste.Fonte: BdP; BCE
(*) 91 banks
48
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Capitais Tangíveis no total de Activos
Tangíveis
(%, 2008)
0
2
4
6
8
10
12
BG PL
RO EE
LV
MT SK SI CZ
LT
HU PT FI
ES
GR
CY IT AT
SE DK
LU IE UK
BE
FR
NL
DE
EU
Dom
.Banks
Fore
ign B
anks
Basileia III
O sistema financeiro português antes das novas regras
Rácios de Capital
(Tier I /RWAs, final de 2009)
0
2
4
6
8
10
12
EUA Area do Euro Portugal
2009
2008
Fonte: FMI, BCE-CSB
Basileia III procura robustecer o sistema financeiro por forma a que seja possível a remoção das
medidas extraordinárias provenientes dos Governos, sem afectar o normal financiamento das
economias que ainda se encontram debilitadas, tendo ainda em consideração os diferentes
pontos de partida de cada país.
Os rácios de capital na generalidade dos sistemas bancários melhoraram ao longo de 2009
(retenção de resultados, aumentos de capital, efeitos de reavaliação benignos).
Em Portugal, os rácios não ajustados do risco comparam favoravelmente com os Estados Membros.
49
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Basileia III
Pontos em Aberto: Gestão de Liquidez
Proposta de introdução de dois rácios específicos para monitorização de risco de liquidez:
2. Net Stable Funding Ratio (“NSFR”): visa incentivar estabilidade de liquidez de longo prazo (min
1 ano), por via de incentivo (penalização) para as Ifs deterem maior componente de financiamento
de longo prazo e reduzir a vulnerabilidade ao financiamento em mercados por grosso (WSF)
1. Liquidity Coverage Ratio (“LCR”): assegurar que uma IF tem recursos altamente líquidos
suficientes para acomodar um período de stress extremo com duração de 1 mês
Activos Líquidos de Elevada Qualidade Ponderados
Saída Líquida de Fundos num período de 30d
>=100%LCR:
Dinheiro; reservas, Div.
Publica; Divida diversa com
haircut, ....
Depósitos (7.5%); Unsecured
WSF (7.5% a 100%); utilização
de linhas de crédito
Recursos financeiros estáveis disponíveis
Recursos financeiros estáveis requeridos
>=100%NSFR:
Capital (100%); passivo >1yr (100%);
depósitos estáveis <1yr (85%);
Corporate WSF (50%)
Titulos AA >1 yr (5%); dívida corp
(20%); Acções, ouro, Corp Bonds > 1yr
(50%); empréstimos >1yr 85%)
50
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Basileia III
Pontos em Aberto: Gestão de Liquidez… algumas preocupações
Preocupação nova -> regulador demonstra maior prudência na abordagem ao tema
Implicações na capacidade de concessão de crédito de longo prazo (habitação e
investimento estruturante)
Pressupostos sobre a liquidez futura de activos poderão constituir um incentivo
macro-prudencial indesejado ao assumir simultâneas liquidações de larga escala
por parte de instituições com maior crédito titularizado -> menos crédito
concedido ao retalho e às empresas
Diferenciação para economias com menor crédito titularizado
Impacto no financiamento à economia
51
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Basileia III
Impacto potencial no sector
•As propostas de Basileia III afectarão os níveis de capitalização e liquidez do sector financeiro.
•Para o sector europeu, estimam-se necessidades de capital adicionais equivalentes aos resultados retidos nos últimos 11
anos.
Impacto potencial em capital das novas propostas – Bancos globais
Fonte: UBS (Setembro 2010).
estimativas
52
O Sistema Financeiro e a Reforma da Regulação Financeira
Regulação…Além de Basileia III
A Directiva de Requisitos de Capitais é constituída por duas directivas: a Directiva (2006/48/EC – “taking up and
pursuit of the business of credit institutions”) e a Directiva (2006/49/EC – “capital adequacy of investment firms and
credit institutions”), formalmente adoptadas em Junho de 2006. É sobre estes documentos que recaem as alterações
propostas.
Alterações à directiva sobre requisitos de capital - Área do Euro (CRDs)
Directiva 111/2009
CRD II
(16.Set.2009):
Directiva do Parlamento Europeu e do conselho que altera regulações anteriores de 2006 e
2007 relativas no que diz respeito aos bancos em relação de grupo ou instituições
centrais, determinados aspectos dos fundos próprios, a grandes riscos e a disposições
relativas à supervisão e à gestão de crises.
Proposta p/Directiva
(CRD III)
(28.Out.2009)
Proposta para uma Directiva do Parlamento Europeu alterando directivas de 2006 relativas
a requisitos de capital para as carteiras de trading, securitizações e políticas de
remuneração.
Proposta p/Directiva
(CRD IV)
(Fev.2010)
Trabalhos em curso para a apresentação de uma proposta para uma Directiva que altera a
definição de capital, rácios de liquidez, rácios de endividamento, reservas especiais
de capital e quadro regulatório particular para instituições classificadas como
sistemicamente relevantes.
Iniciativas regulatórias adicionais:
•Supervision (ESRB/EBA+EIOPA+ESMA)
•CRA
•AIFM
•CCP
•Derivativas (CDS)
•Deposit Guarantee System
•Crisis management and resolution framework
•Taxation of banks/resolution fund
•Accounting practices
•Exit Strategy
Exemplo do CEBS - CPs