O SUL O lEflSTAMUSICAImemoria.bn.br/pdf/146633/per146633_1879_00001.pdf · No sábio dizer de Elie...

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Transcript of O SUL O lEflSTAMUSICAImemoria.bn.br/pdf/146633/per146633_1879_00001.pdf · No sábio dizer de Elie...

Ml

*Anno I. Sabbado, 4 de Janeiro, 1879. N. 1.

lEflSTA MUSICAImmmk %xü^üm.

Editores: .Axtlmr ISTapoleâo & Miguez. '<¦.*

i^Este semanário é publicado aos Sabbados eássigna-se na casa dos Srs. Akthub NapoleXo * Mioüez, Rua dos Ourives n. 89.Preços de assinatura: — Corte,um anno 10$, semestre 6$, trimestre 4$000. Províncias, um annõ 12$, semestre 7$000.

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òb outros, em que já a pratica nos possa indicar o melhormeio de satisfazer o gosto dos nossos leitores.

; Todos os melhoramentos, todas as innovações e pro-gressós serão apostos em pratica no limite das nossasforças, para; o% que estamos dispostos a empregar osmaiores oxforços e a receber os conselhos,de todos quese interessem pela vida o prosperidade da Revista Mu-

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falta de uma folha, _que jatasseespecialmente das questões demusica e bellas-artes^ era por to-dps^conhecida. ^ Ê^St

Eor circumstancias que tfaOrnosé dacfó apreciar, nunfca sé tratoude preencher esta sensível lacuna,que nem mesmo o nosso pequeno

e modesto desenvolvimento artístico podia, por fôrmanenhuma, justificar.

Os paizes, ainda mesmo os mais atrazados neste ramode conhecimentos, têm um ou mais órgãos especiaesque sé occupão da arte, já cuidando no seu progresso edesenvolvimento, já registrando os commettimentosartísticos dos seus filhos, para o que achão insuffioientes,pelo limitado espaço que dedicão a esta secção, os

4jornaes políticos, noticiosos ou humorísticos.Não nòs illudimos com as pretenções de supprir de

remédio infallivel este mal. O que podemos asseveraré que, o'que nos falta em forças e competência, sobeja-nos em diligencia e boa vontade.

Escolhemos para a redacção deste semanário artísticoas pennas que, até hoje, com mais felicidade se têm occu-pado de assumptos artísticos e musicaes, e cercar-nòs-hemos sempre de escriptores que, mais do que a elo-quencia e os primores de linguagem, possuão o conhe-cimento profundo da matéria de que se occupão.

O primeiro numero da Revista Musical que hoje pu-blicamos não é de certo o que poderáõ vir a ser todos

sical.

1Í0TAS BIOGEAPHIOAS 3. -. .

-e

••li: S ¦ íi-; ¦; v .-- »V* CARLOS GOMES.

umprb a Revista Musical mui grato dever ini-ciando os esboços biograpbicos dos mais notáveismúsicos e maestros brasileiros e portuguezes,que pretende publicar, pelo do laureado Maestro

Brasileiro Carlos Gomes.Ha poucos dias, Ferreira de Menezes dizia enthusias-

ticaménte : — Feliz Carlos Gomes 1E demonstrava, entre o hurnour e o sarcasmo, que

elle era mais feliz do que o rei e do que seus|ministros.Não e difficil, mercê de Deus, nos tempos «^que ora

correm, ser mais feliz do que reis e ministros : o que édifficillimo é ser o mais feliz dos operários da gloria daPátria' e de sua própria immortalidade !

Carlos Gomes penetrou ousadamente no templo daGloria ; abriu seguro o livro da Immortalidade e<n'elleescrevêo —Guarany—Fosoa-^-Salvator Rosa — Ma-ria Tüdor e tantas obras immorredouras quantosatinos de vida conceder-me o Omnipqtente—.

Ah I Indubitavelmente!De todos nós— míseros idealistas—, que vivemos e

morremos a correr após essa rosea nuvem, que chamamGloria ; de todos nós, só elle tem segura a Immorta-lidade ; só elle pôde exclamar avante :

O SUL O

"•Mi ¦•¦Se *¦ •¦¦-.

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Non omni8 moriar, multaque pars mei Vitábit Libiti-nam.

Sim ! A mór parte de tua bella alma, Carlos Gomes,perdurará séculos e séculos, e fará as delicias das ge-rações vindouras em melodias e harmonias sempiternas.

Para nós o esquecimento, a dupla morte, alóm do tu-mulo. Muito felizes se os vindouros quizerem dizer :— Foi um dos poucos de seu tempo a comprehenâ,er CarlosGomes !

Nascêo Antônio Carlos Gomes na auspiciosa cidadede Campinas.

No sábio dizer de Elie de Beaumont, Campinas é ocentro attractivo da grandiosa província de S. Paulo,como Pariz é o centro attractivo da França.

Em Campinas convergem já trez vias férreas, que aconstituem o primeiro empório agrícola e industrial daprovíncia de S, Paulo ; tem diante de ei um futuro im-menso no infallivel prolongamento de suas vias férreaspelo Sudoeste de Minas Geraes, e pelo Sul das provin-cias de Goyaz e de Matto Grosso.

E' n'esta cidade, que ora cresce mais do que qualqueroutra do Brazil, que approuve ao Omnipotente mandarnascer o primeiro gênio musical não só da America doSul como de todo o Novo Mundo.

Teve lugar esse fausto acontecimento a 13 de Junhode 1839, dia da festa de S. Antônio, que dêo ao Mães-tro seu primeiro nome, reduzido em família ao caroappellido de Tônico.

W Carlos Gomes filho legitimo de Manoel José Gomese de D. Fabiana Jaguary Gomes. São ambos de raçamixta, índia e portugueza ; d'essa admirável raça, que,na douta opinião de Couto de Magalhães, produzio oRegente Feijó e faz dá província de S. Paulo a maisactiva e a mais progressista de todo o Brazil.

O pai de Carlos Gomes foi prolífico a lembrar o reiPriamo ; H&sou-se quatro vezes ; da primeira mulhernão teve filhos ; da segunda teve doze ; da terceira— a mãi de Carlos Gomes — teve oito ; da quarta seisfilhos!

Um total de 26 filhos, fora os mortos logo depois denascer.

Quando, em 1871, de volta da Itália, o illustre Mães-tro visitou sua idolatrada Campinas, ahi encontrou umairmãa de 51 annos e outra de 4 annos de edade...

Na família de Carlos Gomes o talento musical é umapropriedade innata, como o perfume na família botânicadas Myrtaceas.

Ao pai de Carlos Gomes deve a cidade de Campinasseus progressos musieaes desde 1814. EfFectivãmenteManoel José Gomes era o mestre da Banda Musical de

Campinas ; simultaneamente seu professor e seu com-positor.

Ainda hoje José Pedro de S. Anna Gomes, irmãomais velho de Carlos Gomos, seu melhor protector eseu amigo devotado, ao qual foi dedicada a magistralopera Fosca, é o primeiro professor de musica de Cam-pinas e o Eegente da Orchestra do seu theatro.

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II

A mais longínqua reminiscencia de Carlos Gomesrefere-se á entrada do Imperador em S. Paulo, em suaprimeira viagem de 1845.

O presidente mandara vir todas as bandas marciaesda província ; á frente d'ellas apresentou-se a regidapelo pai de Carlos Gomes.

O ^Ilustre velho incorporou todos os filhos na banda ;cada um com seu instrumento : a Carlos Gomes, de 6 a7 annos, só competiram .. osferrinhos.

Na marcha festival repicavam os sinos de todas asigrejas de S. Paulo enthusiasticamente ; o Tônico jamaisouvira estrepito igual ; vinha andando embevecido aolhar para as torres e perdeu ò compasso da marcha...

Carlos Gomes e Santa Anna Gomes, — !tonico eJucá — eram os predilectos do velho ; seu bello coraçãode pai lhe predizia que tinha n^lles duas glorias desua família e de sua pátria.

'¦£ *Ensinou-lhes rabeca — o instrumento-rei ; de todos

o que melhor transmitte ao auditório os apaixonadossentimentos do artista ; algumas vezes melhor mesmodo que a vóz humana.

Mas —Tônico—, por um favor especial do bom Deus,possuía, como seu contemporâneo o menino Tatti, ma-ravilhosa voz de Soprano Sfogato.

Foi assim, que o menino Carlos Gomes principiou poradquirir, em toda a província de S. Paulo, reputaçãode cantor, muito antes de ser conhecido como rabe-quista e compositor de modinhas.

Seus primeiros triumphos foram obtidos nas festas deigreja, com orchestra regida pelo velho Gomes.

Depois todos os salões de Campinas e das cidades deS. Paulo disputaram o prazer de ouvir esse prodigiosomenino, que lutava em vóz com as mais celebres can-toras, e que, por vezes, revelava no canto, sentimentosíntimos, filhos das primeiras cellulas cerebraes, quetinham depois de difFerenciar as melodias immortaes daFosca e do Güarany.

Essa maravilhosa voz durou apenas cinco annos ;principiou aos onze e terminou aos dezeseis annos deidade ; isto é, de 1850 a 1856.

Como devia ser bello vêr e ouvir esse lindo moretino,como dizem as Milanezas ; de enorme e buliçosa cabeçade negrissimos e abundantes cabellos ; com olhos

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grandes, rasgados, um pouco egypciacos quasi semprea desprender soentelhas ; com rasgada boca ; alvis-simo8 dentes ; enchendo as naves dos templos e a am-plidào das salas, com sua voz fresca, argentina, infantil,a gorgeiar e a trinar, simples e naturalmente, como sefosse um passarinho!

Dr. A. R.(Continua).

NOTICIÁRIO ESTRANGEIRO

A opereta Le Pont d'Avignon de Charles Grisart subio pelaprimeira vez á scena no theatro Bouffes Parisiens.

O libretto, segundo a opinião de um jornal francez, já de si nadaofferece de interessante; fallando com sinceridade, póde-se até dizerque é um trabalho verdadeiramente mediocre.

Se o libretto não é bom, parece que também a musica não lhequiz ser infiel; Grisart acompanhou a má producção do escriptor eproduzio uma opereta que, comquanto tenha mérito, não conseguiocaptivar a attenção dos parisienses.

" Este compositor, diz o critico francez, estreiou perfeitamente,ha annos, com a Memnon.

Depois escreveu outras operetas mais ou menos felizes até quechegou a dar á luz & Pont oVAvignon que de original não sabemos oque tinha. "

Exceptuando um duo do Io acto, uma walsa, um romance do2o acto e um quintetto que não passa de uma parodia do septiminodos Huguenotes, os trechos restantes passaram desappercebidos.Aproveitando a lettra do libretto diz o jornal francez :

Sur le pont oVAvignon,On y.... glisse....

No oitavo concerto official do Trocadero appareceram no pro-gramma duas peças musicaes que attràhiram a attenção dos assis-tentes: uma symphonia, de E Padilhe, e a marcha do Boi deBoheme, de Laurent de Billé.

Ambas foram applaudidas, notando-se verdadeiro merecimentonos dous trabalhos, sobretudo na symphonia, em que, a par da escolasevera que o autor seguio, nota-se muita originalidade na distri-buiçào dos cantos pelos instrumentos da orchestra, sobretudo aosde sopro.

*

As operas que actualmente estão sendo cantadas nos theatrosde Pariz: Propheta^Hamlet, Haydée, Diamants de Ia couronne,Mignon, Pré aux Clercs, Africana, Estrella do Norte e uma nova quejá subio à scena, Les Amants de Veronet do marquez dlvry.

O ministro da instrucção publica e bellas-artes prepara umprojecto, segundo o qual os programmas dos cursos de musica e dedeclamação serão modificados.

Ao mesmo tempo crear-se-ha muitos cursos: de historia litte-raria, musical e dramática.

Foi muito applaudida em Lisboa a opera de Verdi, Forza deiDestino. Todos os cantores e o director de orchestra receberamprovas da maior sympathia, e Biancolini foi bastante festejada norataplan.

O Roberto do Diabo foi muito bem cantado.*

Appareceu ha pouco na Itália um moço, Leo D'Ageni, de 24annos, que tem uma excellente voz de contralto.

Leo DAgeni canta perfeitamente as partes de Romeo, Orsino eSiebel. E' um bom recurso para os emprezarios.

*

Parece que Do Sanctis é o tenor que está contractado paracantar na cidade do Porto, e também para o theatro de S. Carlos deNápoles, nas próximas estações do carnaval e da quaresma.

*

Wiziak e Bolis cantam no Lyoeu de Barcelona.

A ceremonia celebrada em Notre-üame no dia do anniversariode Thiers foi grandiosa e commovente.

A organisação musical foi confiada ou antes devida a Cv Ver-voitte.

Era um exercito de 2.500 executantes. Só contrabaixos havianada menos de 20. O director em chefe da orchestra era Vervoitte;além deste havia mais Sellenick que dirigia os artistas da guardarepublicana, Danhanser e Pessard os alumnos das escolas, sopranose contraltos, collocados de maneira que cada director podesse seguircom a vista os movimentos do regente Vervoitte. A' parte algumasleves faltas que naturalmente se dão com estes ajuntamentos demilhares de pessoas, a parte musical correu perfeitamente.

Dous trechos da missa eram devidos á penna do regente Ver-voitte.

Executou-se também o allegretto da symphonia em lá de Bee-thoven. Thiers era um apaixonado deste trecho e sempre que podiafazia-o executar.

Júlio Zarebski executou ultimamente nos salões Comettant-Mangeot diversas peças no piano de dous teclados inversos. Des-culpando alguns senões pôde dizer-se que Zarebski obteve umverdadeiro successo.

*

O barão Von-Derwies, o rico o celebre amador não se contentaem ter uma excellente orchestra paga de seu bolço. Acaba actual-mente de inaugurar uma serie de representações lyricas no theatrodo seu castello de Lugano.

A inauguração realizou-se com o Baile de Mascaras, cujospapeis principaes couberam a membros de sua familia.

Contractou também vários artistas notáveis e ensaia-se presen-temente a opera russa de Gllnka, Ávida pelo Czar.

Acaba de morrer o ultimo descendente masculino de Gluck.Era o capitão Fernando vou Gluck.

Em Bruxellas canta-se com applauso a Africana e a Mi-reille.

Em Londres ha uma nova empreza de opera ingleza.*

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Em Oassel começaram as representações das operas de Mozai-ipela Idomenée.

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Em Arnstadt guarda-se religiosamente o celebre órgão de Bach,inaugurado por este eminente musico, em 1707.

Acaba de receber alguns concertos, respeitando comtudo a suaprimitiva construcção.

*

Em Roma foi friamente recebida a nova opera de Sebastiani :Raffaelo e Ia Fornarina.

O compositor tem talento, mas não acompanha o modernismona arte.

A opera Pré au Clercs já foi representada em Pariz 1,20ovezes.

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Diz 11 mondo artístico, de Milão :" Em um concerto de beneficência effectuado em Buenos-Ayres

o pianista Alfredo Napoleão fez ouvir uma sua composição sobrea Aida, que causou admiração aos entendidos e despertou grandeenthusiasmo no publico. „

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Saint-Saens está em Lyon para fazer representar a sua novaopera: Stefano Marcellò. A primeira representação reaiisar-se-han'este mez.

A sociedade dos Quartettos, escripturou para seis concertoso pianista Saint-Saens.

*

O celebre concertista Sivori perdeu, ha pouco, o seu irmãoJosé Sivori.

Na faehada do palácio do príncipe Filangien, era Nápoles,será collocada uma lapide indicando a ultima habitação deSaverio Mercadante.

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A Oazzetta Musicale de Ricordi diz :" Não é verdade o que dizem alguns jornaes francezes.

Verdi não está escrevendo nenhuma opera. „*

Para o espectaculo de gala no theatro S. Carlos, de Nápoles,por occasião dá visita dos soberanos estava destinado o Quar.any.

Morreu o tenor Marini.

No grande theatro de Lyão os celebres Huguenotes deMeyerbeer forara vencidos pelos... Sinos de Gorneville. Degustibusnon est disputandum !

Em Paris vai ser representada a Morte Civil, de Giacometti,traduzida por A. Vitu, do Figaro.

*

Está sendo muito àpplaudido em S. Petersburgo o baixo Or-dinas, que ha annos, esteve no Rio de Janeiro. O distincto artistatem conquistado applausos nos Huguenotes e no Propheta.

Em Trieste o Thannhauser de R. Wagner teve um êxito ex-traordinariamente favorável desde a symphonia até o ultimo acto.

*

Antonin Proust publicou no seu relatório theatral a sommadas despezas effectuadas desde a abertura da nova Opera paraa reconstituição das differentes peças do repertório :

La Juive ,FavoritaGuilherme TellHamletHuguenotes

- FaustoDon Juan ,FreyschutzRobertoProphetaReine de GhypreAfricanaCoppélia ( bailado )..La Source ( bailado)

190.171116.813141.179153.122173.851187.699181.515105.459189.707224.497277.157289.57042.84781.45*.

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As receitas theatraes durante as exposições de 1860 e de 1878,do Io de Maio a 31 de Outubro foram :

Opera : total das receitas :

Em 1867......XjIII lu IO •••••••••••••••••••••••• •

Differença a favor de 1877...Opera comique :

• • • • •

Em 1866XjIII X O i O • •••••••• ••••••••••

Differença a favor de 1878..

• • • •

fr. c.1.147.183.892.082.667.16

935.057.27

1 fr. c.856.057.65946.295.59

90.237.59

Apresentaram-se em Pariz 204 concorrentes á admissão nasaulas de canto do Conservatório : 94 homens e 110 mulheres.

O jury admittio 16 d'aquelles e 22 d'estas. Dos concorrentes(57) que se apresentaram à admissão para as aulas de violino,foram admittidos 11 nas aulas superiores, 9 nas elementares. Paraa aula de violoncello foram admittidos 5 dos 9 candidatos.

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Mignon, opera dé Ambroise Thomas foi em Novembro cantadapela 500a vez, na Opera-Comique.

*

Aos exames de admissão ás aulas de piano do Conservatórioapresentaram-se 207 concorrentes 42 moços e 165 moças. Foramadmittidos 9 íTaquelles e 11 d'estas (ensino superior). O numero dosalumnos admittidos nas aulas elementares ainda não era conhecido.

Os compositores de musica candidatos á cadeira, vaga pelamorte de François Bazin, são por ordem alphabetica, os Srs. :Adolpho Blanc, Ernesto Boulanger, Júlio Massanet, EdmundoMembrée, Camillo Saint-Saens.

Blanc, nascido em Manosque em 1828, é conhecido principal-mente como compositor de musica clássica ; Boulanger, nascidoem Pariz em 1815, escreveu les Sabots de Ia marquise e muitasoutras operas cômicas ; Massenet, nascido em Montand (Loire), em

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1852, é autor de Don César de Bazan% do Roi de LaJiore, deErinnyes, de Marie-Afagdeleine, d'Eve, de muitas aberturas, etc. ;Membrée, nascido em Valenciennes em 1820, compôz Page, êcuyer,capitaine, François Villon, VEsclave, e les Párias ; Saint-Saens,nascido em Pariz era 1835, tem Ia Princesse jaime, le Timbred'argent, Samson ei Dalila, muitos poemas symphonicos, e cantatas(les Noces de PromêlJiêe, Ia Danse macabro, le Rouel tfOmphale,etc.) uma missa de Bequiem, numerosas composições de musica decâmara e por ultimo a sua nova opera Stefano Marcello.

*

Falla-se que o escolhido foi Massenet.

À MUSICA NA AMBSIOA

ANTES DA DESCOBERTA DE CHRISTOVÃO COLOMBO

Na primeira sessão do Congresso Internacional dosÀmericanistas, que se realisou em Nancy, Oscar Co-mettant e erudito musicographo francez, lêu uma me-moria com este titulo que, sendo de interesse geralpara todos os povos que se interessão pela historia epropressos da arte musical, para nenhum outro ó ellade maior interesse e, digamos infelizmonte : de maiornovidade do que para os brasileiros.

A Revista Musical dando a traducçào d'esta me-moria, publicada no compte-rendu das sessões do Con-gresso Internacional dos Àmericanistas ; obra de queexistem no Brazil rarissimos exemplares, respeita oseu programma, pondo os seus leitores ao facto de tudoquanto possa ter directa ou indirectamente relaçãocom a musica.

A memória que se segue não só interessa pela curió-sidade do assumpo e pela elegância e amenidade queOscar Commettant dá a todos os seus escriptos, como éde grande licção para todos, quer como amadores demusica quer simplesmente como brazileiros :

Bis pois a memória a que alludimos e que estamoscertos o leitor apreciará com a sua penetração e cri-te rio proverbiaes :

dentar escrever a historia da musica na Americaantes das viagens de Colombo e de Yespucio seriatarefa tão incerta,—digamos melhor,—tão impossivel,como querer escrever a historia do homem n'èsta vastaparte do globo a que chamamos o Novo Mundo. Narealidade, o Novo Mundo, podia muito bem ser ummundo habitado ha muito tempo pelo gênero humano,como a Ásia, que segundo o maior numero dos sábios,achava-se ligada ao continente americano, antes que oscataclysmas houvessem mudado o globo, deslocando osmares.

O nosso trabalho não tem as pretençoes de quererdizer o impossivel nem explicar o que por sua natu-reza é inexplicável. Não ultrapassará os limites deuma memória baseada sobre os materiaes raros rela-tivos á musica da velha America e que lograrão escaparao feroz vandalismo dos conquistadores fanáticos doMéxico e do Peru.

A musica ó mais natural ao homem do que a lin-guagem. No homem, a musica ó um producto espontâneo ;já não acontece outro tanto á linguagem, que, nos povoscivilisados, é o resultado dos esforces e do laboriosotactear de muitos séculos. Curcio contou seis grandesestádios na evolução da linguagem aryana.

Quantos séculos correspondem a cada um dos estádios,perguntou um celebre philologo ? E elle respondeu :

" E' o que nunca se poderá exprimir por algarismos.Mas o facto mesmo da sua suecessão está averiguadopela sciencia.

Quem poderá dizer o numero de milhares dê~âmros,de que careceu o homem, passando pelas transmutaçõesinfinitas das labiaes, das dentaes, das gutturaes, dassibilantes, das líquidas, etc, para chegar á articulaçãoque é a conquista da consoante e o attributo mais glo-rioso do gênero humano.

" — E' ella, exclama um sábio com enthusia&mo,é a consoante que fez o homem sem rival, que oseparou para sempre da animalidade. Mas, acerescentouem seguida, não se creia em todo o caso, que elle foimuito além das faculdades distribuídas a muitos outrosseres viventes. "

E' verdade que o philologo que acabamos de citarestá em contradição com muitos illustres sábios e espe-ciai mente com o autor de uma obra coroada pela Aca-demia e que tem o seguinte titulo : Memória sobre aorigem psychologica e philosophica dos sons articulados eda ortoplionia.

Para o autor d'esta memória, os sons articulados sãotão naturaes ao homem como os gritos dos animaes quebalão, mugem, mião, sibiljão, ladram ou que gorgeião.Na verdade, a sciencia não é muitas vezes senão a artede congecturar e a contradicção é o seu attribuladodomínio.

Diga-se o que se disser da consoante, o que é indis-cutivel para todos porque todos podem achar-lhes asprovas pela mais simples observação, é que a musicanão teve inventor. Se ella se transformou n'uma artecompleta pela sabia união da voz aos instrumentos quenos modernos europeus fizerão da musica a arte porexcellencia,— pôde dizer-se que em toda parte em queexistirão homens existirão também cantos e instru-mentos. As primeiras manifestações de sentimento nascrianças não são outra coisa do que melodias no estado

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rudimentar. Muito tempo antes de pensar, por conse-quencia, do fallar. — porque para nÓ3 a linguagem e opensamento são equivalentes,— a criança experimentasensações que exprime por inflexões vocaes. O grito, oriso e o pranto participam directaraento da musica.Nos momentos de tranquillidado, a criança no berço fazouvir uma espécie de gorgeio que não é mais do que acanção no estado embryonario com que exprime aalegria.

(Continua)

" LES AMANTS SE VERONE "

vJhe\ct com-Ko^ta jtelo- @Wí>aAa/icez è'o%-Vu,

A mais significativa homenagem que pôde receber a obra primade um grande poeta é o exforço de grande nuraeio de compositorespara a revestirem com as galas da musica.

A arte divina tem a pretenção de possuir essa linguagem dosdeuses, única que podo dar neste mundo uma idéia do que ha demais belio, ethereo e perfumado no coração do homem, e que a pa-lavra fallada ou escripta não pôde revelar inteiramente.

Como de razão uma tal homenagem competia de direito ao maiorpoeta dos tempos modernos, e provavelmente de todos os tempos.

Esse poema de immenso amor a que Shakespeare pôz nomeRomeo e Julieta attrahiu a attenção de muitos compositores, cadaum dos quaes imaginava poder dar á intenção do poeta a sua maiscompleta expressão.

Benda escreveu um Romeo em 1772 ; dez annos depois segue-sea opera de Schwamberg sobre o mesmo assümpto ; em 1789 appa-rece Marescaichi, em 1790 Rurabing.

Em 1792 Delayrae introduz Romeo na scena franceza, e umanno depois Steibelt ahi encontra ainda motivo para HBuarmelhoropera; depois vem Ziugarelli. Em 1816 Guiglielmi faz ainda novaopera sob a mesma inspiração ; seguem-se em 1826 Vaccai, em 1830Bellini. Depois vem o bello intermédio symphonico de Berlioz ; om1865 o Romeo de Marchetti, e em 1867 o de Gounod.

Poderia alguém pensar que tudo o que o assümpto podia inspirarde boa musica estava esgotado e com razão. Todos esses composi-tores tiveram momentos felizes. .

Zingarelli entre outros escreveu a ária Ombra adorata, quedepois foi introduzida na opera de Vaccai e ficou famosa principal-mente pela execução da grande Malibran, a ponto de levantar emtodu a Europa um coro unisono de admiração.

E' necessário notar que em quasi todas as operas antigas o papelde Romeo era feito por um contralto, o até por um soprano comoaconteceu quando as duas irmans Judith e Giulia Grisi cantavamJulieta e Romeo.

Pois bem, tanta musica e tanto triumpho ainda não pareceramsufficientes ao assümpto e ha vinte annos o Marquez dlvry tentouainda urna nova opera que desde 1867 figurava nos catálogos dos ar-mazens de musica, sem poder conseguir fazer-se representar.

Ainda que dispondo de numerosas sympathias- na sociedademais influente de Pariz o raarquez d'Ivry encontrava sempre ine-xoraveis os directores de theatro, ate o momento em que elle poude

seduzir Capoul, o exoellente tenor, a quem elle foz cantar ao pianoa parte de Romeu, e que por tal fôrma ficou encantado pela musicaque, nu falta de uma scena franceza, quiz ir cantal-a em Inglaterra.

O grande inconveniente que se achava & opera era o assümptoque tantas vezes havia sido tratado. Desesperava-se de attrahir aattenção publica com a décima edição dos amores dos amantes deVerona.

Os amigos do compositor aconselhavam-n'o a que escrovesaeoutra cousa e fizesse como Victor Hugo que, vendo rejeitado pelacensura a sua Marion Delorme, a atirava dentro de uma gaveta, ese assentara logo a escrever o Ernani.

Mas o marquez d'Ivry tinha confiança na sua obra e conseguiuleval-a à scena nos últimos mezes do anno passado.

O êxito justificou plenamente a sua expectativa e dos seusamigos ; e o mais é que, emquanto o Polieute de Gounod era seve-ramente verberado pela critica, a composição do marquez dlvry, queprimeiro se apresentara com o pseudonymo de Bichard dlvry, eracalorosamente elogiada.

Até o momento de ser representada a nova opera Les amantsde Yèrone, foi tão tocada e retocada, polida e repolida, que ficouprofundamente diversa da sua fôrma original.

Já tivemos oceasião de ouvir alguns trechos de notávelbelleza. E' de esperar que mais cedo ou mais tarde tenhamos oceasiãode ouvir no Rio de Janeiro a nova opera, qne tanto agradou emPariz. Então será oceasião de darmos sobre ella um juizo fun-daméntado.

Lsporrllo.

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.¦"¦ THEATROS E CONCERTOS

Le Petit Duo, (O Duquezinho). — Das ultimas pro-ducções de Ch. Lecocq é esta certamente uma das quemais patenteão a finura melódica e os sãos princípiosmusicaes do seu author.

Alliaiido^aos estylo faceto de que foi creador Offen-bacb, uma certa distineção de fôrma até então desço-nhecida n'este gênero, grangeou Lecocq uma popula-ridade que nem mesmo o seu predecesor jamais ultra-passou.

Sem pretendermos collocar esta musica fora daorbita a que pertence, achamos comtudo nas evoluçõesde que ella dá incontestável demonstração, nestesultimos tempos, uma evidente tendência a apurar-se eabster-se do certas vulgaridades rasteiras. Ainda bem!

Lecocq, musico de incontestável merecimento, longede se deixar arrastar pelas scenas as mais exagerada-mente cômicas dos seus libretos, busca sempre não seaffastar das boas doutrinas da arte, dando todavia á suamusica, a verve e espirito buffo que lhe é inherente.

Logo no começo do primeiro acto temos um coro bemcaracterístico e modelado nas fôrmas de Lulli o creadorda opera franceza.

Adivinhão-se os pagens com suas elegantes cabel-leiras de rabicho, calção e meias de seda, espada á

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cinta e chapéu de trez bicos debaixo do braço gracio-samente acompanhando as jovens da corte nos diversospassos langorosos e cadeates das dansas daepocha.

Seguem-se os mimosos couplets :" Je Vaime "

que canta o petit Duc. As peças, porém, mais dignasde attonção são o coro dos mesmos pagens.

"11 a Voreille ôcwse"

cheio de frescura e elegância, e a scena da lição decanto a qual abre o 29 acto, verdadeira jóia que por sisó dá cabal idéa do merecimento do compositor.

Seria longo enumerar todas as peças que se distin-guem n%sta graciosa partitura ; apoutaremos apenascomo particularmente dignas de menção o Rondo dacamponeza e os couplets.

" Hèla8 elle a raison " *

ambos no 2° acto.Mencionaremos ainda o duetto do 3° acto entre o

petit Duc e sua joven esposa e o coro" Fas de femmes "

que produz excellente eíFeito.A' Sra. D. Emilia Adelaide Pimentel coube o fazer

ouvir pela primeira vez no Rio de Janeiro esta peçacom uma magnífica traducção do talentoso escriptorEduardo Garrido.

Foi á scena na noite de 24 do mez passado com umamise-en-scène que faz honra ao bom gosto da empre-zaria.

Quanto á execução pela lado da musica é natural quedeixasse alguma cousa a desejar, bem que alguns corosfossem cantados com mimo e justeza.

Pelo lado dramático não temos senão a fazer elogios.Tanto a Sra. Felicidade como a Sra. Gertrudes inter-

pretaram os seus papeis com muita propriedade etalento, sendo também credores de elogios os Srs. Pere-grino e Mattos.

Auguramos auspiciosa carreira ao Duquezinho.

INSTRUMENTOS

Nliliche. — Está annnnciada para hoje a primeira re-presentáção d/esta opereta na Phenix Dramática.

Niniche foi traduzida pela hábil penna de ArthurAzevedo.

E' quanto basta para recommendar a peça ao pu-blico, que tantas vezes tem admirado o joven es-criptor.

A musica da Niniche é alegre, inspirada e mostra queo seu auctor, Marius Boullard, occupa logar honrosoentre os successos de Offenbach e de Lecocq.

ESTUDO RETROSPECTIVO

Parece-nos, não eó curioBO, como instructivo, o estudo retrospe-ctivo de diversos instrumentos desde a sua creação.

E' preciso, para isso, grupar, segundo a idade, todos os specimensde cada gênero de instrumentos e acompanhar, por uma serie progres-siva de modelos, o typo estudado até boje.

Tomando, por exemplo, os instrumentos metallicos de sopro,póde-se partir da trombeta írallo-romnna de bronze, achada perto deOrléans e das trombetas dos XVI e XVII séculos até oa instrumen-tos de A. Sax.

Era seguida, analysando as flautas romanas, descobertas emPompeia, chegamos a adoptar chaves e o próprio systema Boehmaos instrumentos de madeira, com ou sem palheta hoje tão usados.

Se n'este estudo deve proceder-se por analogia, não é menoscerto que é aos instrumentos de embocadura que cabe o direito deprioridade. Com effeito, em algumas ilhas da Oceania os naturaesfazem instrumentos com diversas qualidades de conchas, de cocosetc, até mesmo flautas com ou sem orifícios ; em quanto que ignorama arte de esticar uma corda sonora.

Assim, começaremos pelos instrumentos de sopro, dividindo-os,para o nosso estudo retrospectivo, em instrumentos de sopro : de 1*e de 2* cathegoria.

Ia CATHEQORIÀ

O primeiro instrumento d'esta cathegoria que, antes de outros,desperta a attenção, é a trombeta de bronze achada em Neuvy-en-Sullias (Loiret) dentro de um túmulo de tijolos. Este objecto esteveha pouco, exposto no Trocadero, em companhia de outros de maiorvalor archeologico, como por exemplo, um cavallo de bronze, em cujabase se lê uma dedicatória ao deus Rudiobus, feita por personagensceltas.

A trombeta exposta no musêo de Orléans, por occasião dasfestas do centenário de Joanna d'Arc, não tem toda a extensão pri-mitiva ; parece, comtudo, que a verdadeira regulava pela da famosatrombeta descoberta na Dinamarca.

Esta trombeta bem como a antedente era em ré meio tomdifferente do das cometas de cavallaria em mi bemol, e que porconseqüência tocariam em unisono com as buzinas de ca^a. Estasduas trombetas correspondiam ao typo da tuba dos romanos.

(Continua).

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