O território

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SOBRE ESPAÇO E PODER, AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO Bruno Alves Girleno Oliveira Galileu Oliveira Iranildo Acelino Francieude

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SOBRE ESPAÇO E PODER, AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO

Bruno Alves

Girleno Oliveira

Galileu Oliveira

Iranildo

Acelino

Francieude

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• A geografia política tradicional definiu o território como espaço concreto em

si, apropriado por um determinado agente ou grupo social, tendo em vista que

a noção de apropriação empregada no conceito ilustra a existência de uma relação

de poder construída pelo homem sobre um espaço delimitado.

• A expressão do controle e do comportamento em um determinado território

é chamada de territorialidade.

TERRITÓRIO

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• Para Friedrich Ratzel, geógrafo alemão fundador da geografia política enquanto

disciplina da ciência geográfica, mais particularmente como um ramo da geografia

Humana, a apropriação duradoura, perene do território é capaz de construir vínculos

e identidades de forma que um povo não possa mais ser compreendido, concebido

sem seu território, pois tais identidades estariam ligadas aos atributos do espaço

ocupado.

• O pensamento de Ratzel esteve muito vinculado ao projeto de construção do

estado nacional alemão e à legitimação do expansionismo territorial do Reich.

Isso tanto explica quanto exemplifica porque o conceito de território foi tão

fortemente associado a um referencial politico do estado. Falar em território

significava, praticamente, falar em território nacional. Tanto a Geografia quanto

a Ciência política assim restringia o conceito tendo em vista o estado como o detentor

do poder por excelência.

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A renovação crítica do pensamento geográfico propôs uma interpretação diferente,

mais ampla do que a proposta pela geografia clássica, do conceito de território. Nela, o

território não é o espaço concreto em si, mas as relações de poderes parcialmente

delimitadas que operam sobre uma base, um substrato material referencial.

• Diferente da proposta de Ratzel, a constituição dos territórios não depende de um

longo enraizamento para a construção de identidades e relações de poder. Os

territórios podem ser construídos e dissolvidos rapidamente ou seja, tendem a ser

mais instáveis do que estáveis.

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ESPAÇO/PODER AUTONOMIA/DESENVOLVIMENTO

Na primeira parte, ocupa-se da conceituação teórica de território, postulando que este seria

Fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a partir das relações de poder.

Destaca-se a alusão à Hannah Arendt , e define também o que seria poder, em contraposição

à violência e dominação, principalmente. Partindo daí, vem essa análise da confusão que se

faz entre ‘território e território nacional’, com o preenchimento da escala temporal que

comporta, podendo ser de caráter permanente ou periódico.

O conceito de Autonomia é a qualidade de um território ou a organização desse mesmo em

estabelecer com liberdade suas próprias leis ou normas. O conceito difere da soberania, uma

vez que o estado soberano tem pleno poderes sobre si próprio, em termos de representação

diplomática internacional. Enquanto já na autonomia os poderes não são plenos. O termo

‘autonomia’ é usado para indicar a concessão de poder por parte de um governo central em

favor de um governo em nível regional ou local, segundo o princípio da subsidiariedade, ou

por, na época do antigo regime, fazer a passagem da sucessão de um território a um herdeiro

legítimo.

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As grandes metrópoles modernas, do ‘primeiro’ mundo como do ‘terceiro mundo’, com

toda sua complexidade , parecem conter os exemplos mais interessantes e variados de

tais ‘territorialidades flexíveis. Debrucemo-nos sobre alguns desses exemplos.

Esta aborda as territorialidades, e consequentemente os territórios, configurados nesta área

por dois segmentos da prostituição, a saber, o das prostitutas (prostituição exercida pelo

gênero feminino), e o segmento da prostituição exercido pelos travestis, enfatizando os

principais aspectos dessas territorialidades. Assim, o trabalho segue um delineamento,

inicialmente de cunho teórico, onde se enfatiza o espaço urbano como um espaço passível de

leituras de diversos ângulos, sendo possível a identificação neste espaço da cidade com a

formação de diversos territórios, contrapondo-se a ideia que identifica o território apenas a

uma delimitação física e ao controle exercido pelo Estado-nação no âmbito dessa delimitação,

mas que além dessa identificação, podemos falar em diferentes territórios estabelecidos por

diversos agentes e em escalas diferenciadas no tempo e no espaço, com caráter cíclico, sendo

mais fluido e instável. E posteriormente apresenta os resultados da pesquisa, onde

apresentamos as territorialidades da prostituição configuradas na área como um exemplo que

ratifica a existência desses territórios que se diferenciam dessa territorialidade exercida apenas

pelo Estado-nação, e que se configuram por e a partir de relações de poder que possibilitam

a existência de territórios com características mais diferenciadas.

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Outra territorialidade sumamente é o tráfico de drogas no rio de janeiro. As

repercussões do tráfico aparecem como problema global na maior parte dos

países. Atualmente, o tráfico de drogas realiza a lavagem em quantidades

incalculáveis de dólares, através do sistema financeiro mundial. A partir de

1970 foram enviados para o presídio da Ilha Grande, litoral do Rio de Janeiro,

guerrilheiros de esquerda, mas, também, sequestradores e assaltantes de

bancos, sem inclinações políticas de esquerda, permitindo uma troca de

conhecimento entre eles. Esses presos comuns, depois constituíram o

Comando Vermelho. De tal contexto resultou o narcotráfico nos morros do Rio

de Janeiro. Analisando-se o comportamento dos contraventores envolvidos

com o trafico de drogas pode-se discernir, nos morros, os territórios

comunitários, fragmentados, liderados por grupos rivais de narcotraficantes, os

territórios de esconderijo ou de refúgio, os territórios das fugas e os territórios

representados pelas ruas que antecedem à subida para os morros do Rio de

Janeiro. Altamente pulverizada, ela constrata vivamente com a estrutura

territorial característica de organizações mafiosas ou mesmo do jogo do bicho.