O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte...

21

Transcript of O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte...

Page 1: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori
Page 2: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador

Aline Arana 1

Helena Midori Kashiwagi 2

RESUMO:

O uso de imagens é muito significativo no ensino da Geografia. A forma como são percebidas as paisagens, as cidades e a sociedade nos ajudam a compreender as ações que as transformaram ao longo do tempo. A Geografia tem se utilizado cada vez mais de diversos recursos em seus estudos. Usamos a tecnologia como o Google Maps, mas também utilizamos outros como as artes, o cinema, a música, e a literatura nas pesquisas sobre o espaço geográfico. Esta proposta de estudo busca contribuir para a ampliação do debate sobre o uso de novos recursos didáticos no ensino de Geografia e como a utilização desses meios inovadores nos permitem realizar relações interdisciplinares, como Geografia e Arte. Esta proposta de estudo busca contribuir para a ampliação do debate sobre o uso de novos recursos didáticos no ensino de Geografia e como a utilização desses meios inovadores nos permitem realizar relações interdisciplinares, como Geografia e Arte.

Palavras-chave: Paisagem. Percepção. Arte. Espaço Geográfico. Aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

O uso de imagens é muito significativo no ensino da Geografia. A forma

como são percebidas as paisagens, as cidades e a sociedade nos ajudam a

compreender as ações que as transformaram ao longo do tempo.

A Geografia tem se utilizado cada vez mais de diversos recursos em seus

estudos. Usamos a tecnologia como o Google Maps, mas também utilizamos outros

1 Professora de Geografia da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná. Graduada em Geografia. Especialista em História e Geografia Paranaense. Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/SEED). 2 Professora da Universidade Federal do Paraná – Setor Litoral. Graduada em Arquitetura e Urbanismo. Mestre e Doutora em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPR. Professora colaboradora e orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/SEED).

Page 3: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

recursos oriundos das artes, o cinema, a música, e a literatura nas pesquisas sobre

o espaço geográfico.

Esta proposta de estudo busca contribuir para a ampliação do debate sobre

o uso de novos recursos didáticos no ensino de Geografia e como a utilização

desses meios inovadores nos permitem realizar relações interdisciplinares, como

Geografia e Arte.

O trabalho buscará mostrar como a aprendizagem no Ensino Médio pode ser

inovadora e estimulante tornando o aluno um sujeito ativo na compreensão do seu

mundo, sendo capaz de contribuir positivamente com ele. A proposta de realizar

relações interdisciplinares entre a Geografia e Arte busca mostrar uma nova

abordagem nas análises das paisagens geográficas retratadas em pinturas ou por

meio de fotografias.

Na atualidade é cada vez mais difícil se obter a atenção dos alunos para os

conteúdos referentes às matérias. Os conteúdos se tornam um amontoado de

assuntos defasados distantes da realidade do aluno. Sendo assim o professor

sempre está em busca de alternativas para melhorar o processo de ensino-

aprendizagem. E a interdisciplinaridade e o uso de tecnologias pode fomentar uma

mudança nessa realidade a partir de novas práxis pedagógicas.

Utilizar novos recursos didáticos como a Fotografia e Pintura no ensino da

Geografia, para se compreender as transformações no espaço geográfico do Estado

do Paraná ao longo de um determinado período é o objetivo do trabalho, auxiliando

na compreensão da importância do estudo da Paisagem na Geografia; estimulando

a percepção do espaço pelos alunos e discutindo as diferentes formas de olhar um

mesmo lugar e as suas interrelações.

A fundamentação teórica foi embasada na interface dos aportes teóricos da

Geografia e Arte para a compreensão da contribuição das Artes, em especial da

Fotografia e da Pintura, para as análises da paisagem e do espaço geográfico.

Nesse sentido, apresentamos a relação das Artes Visuais e Geografia, depois

discorremos sobre a retratação da paisagem na pintura, a paisagem fotográfica e a

paisagem geográfica.

Page 4: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

2. ARTES VISUAIS E GEOGRAFIA

Atualmente o homem nos centros urbanos é exposto a um grande volume de

imagens que estimulam a sua percepção visual numa velocidade enorme. Não

percebendo detalhes, acontecimentos que são retratados por essas imagens.

Nesse sentido, na prática do ensino as artes visuais permitem aos alunos

realizarem uma abordagem mais subjetiva dos temas, não ficando presos a certos

mecanismos e discursos. As obras de arte, por exemplo, retratam momentos da

sociedade em que o artista estava inserido, e, sendo em alguns casos a única fonte

de referência visual de determinados acontecimentos ou de momentos do processo

de mudanças de uma paisagem.

Para Claval (2004) mesmo sendo uma visão parcial do real, uma imagem é

uma linguagem que constitui possibilidades várias para o ensino. Sabemos,

também, que o uso de diferentes linguagens no ensino contribui para a construção

das noções ou conceitos que levam a compreensão do conhecimento, no caso,

geográfico.

Por esse motivo que a análise da paisagem geográfica a partir de um viés

mais artístico retoma a importância do ensino teórico associado à prática. E nesse

sentido, Vygotsky (1998, p.72) destaca que a experiência prática tem mostrado que

o ensino, exclusivamente, de conceitos teóricos é de certa forma infrutífero. Por

exemplo, um professor que utiliza essa prática, geralmente, não obtém qualquer

resultado, exceto o verbalismo vazio, ou seja, uma repetição de palavras que simula

um conhecimento dos conceitos correspondentes, mas que na realidade oculta um

vácuo.

A associação de recursos didáticos práticos no ensino da Geografia, como a

Fotografia e a Arte, permitem analisar os elementos subjetivos de uma paisagem.

Nesse contexto, Myanaki (2003) ressalta a importância dos registros subjetivos de

uma paisagem, pois permitem revelar a marca e matriz da cultura de uma

sociedade.

A paisagem retratada em qualquer dos campos das Artes Visuais reflete o

cotidiano de uma sociedade, em um determinado espaço, em um dado momento,

possibilitando diferentes interpretações de significados e representações nela

inseridos. Por essa razão que a paisagem constitui-se em um dos mais antigos

Page 5: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

objetos de estudo da Geografia, tendo sido investigado sob diversas óticas e áreas

de conhecimento.

Nessa perspectiva das Artes Visuais, entendemos que o estudo da

paisagem geográfica a partir da Arte é uma oportunidade do aluno vivenciar

experiências novas de aprendizagem, estimulando-o a descobrir outros pontos de

vista sobre um mesmo objeto.

2.1. A PAISAGEM RETRATADA NA PINTURA

Na visão de Cauquelain (2007) a paisagem tem seu nascimento por volta de

1415, em vários países. A paisagem (termo e noção) nos viria da Holanda,

transitaria pela Itália, se instalaria definitivamente em nossos espíritos com a longa

elaboração das leis da perspectiva e triunfaria de todo obstáculo quando, passando

a existir por si mesma, escapasse a seu papel decorativo e ocupasse a boca de

cena. Tais asserções são perfeitamente aceitáveis quando se trata apenas da

pintura, isto é, da apresentação de ele elementos paisagísticos na moldura de um

quadro. A invenção da perspectiva é justamente o nó da questão.

Ao fixar a ordem de apresentação e os meios de realizá-la em um corpo de

doutrina, a perspectiva tida como "legítima" justifica o aparecimento da paisagem no

quadro: com efeito, de início encontramos na pintura - ou nos intarsia (marchetarias)

as severas arquiteturas das "cidades ideais". Elas não passam de praças desertas,

de esquinas de edificações, de recortes de janelas, de arcos que se abrem para

outros traçados, de monumentos de diversas formas, que parecem ser um repertorio

para a construção. Cidades-esboço, de núcleo estrito, sem nenhuma vegetação nem

arbustos, sema emoção desordenada dos corpos, nem a emoção, tempestuosa, das

nuvens. Ao longe, na ponta-seca do olho, o ponto de fuga.

A perspectiva - que é passagem através, abertura (per-scapere) - alcança o

infinito, um "além" que sua linha evoca. Mas é um além nu, uma geometria, o

número de uma busca. A sensualidade esta ausente, assim como o acaso, mas eles

logo vão voltar a cena e exercer ao seu encanto: aqui, uma planta se apoiara sobre

um balcão; ali, o pináculo aéreo de uma árvore atrás daquele muro; enfim, um mar

que, bem na linha do horizonte, vira como um falar tentador do absoluto. A paisagem

parece se instalar timidamente, hesitar, vacilar, para depois se afirmar. E nessa

Page 6: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

poética da pintura que a paisagem geográfica é retratada e reconstituída a partir da

perspectiva do olhar de cada indivíduo (CAUQUELAIN, 2007).

2.2. A PAISAGEM FOTOGRÁFICA

Dada a importância do trabalho com fotografia para o ensino de Geografia,

Dantas (2007, p. 4) afirma que:

“... o educador ao manusear as fotografias como fermento das práticas educativas, não vê somente a leitura que foi feita de um tempo, de uma pessoa, de um objeto. Compreende também, a topografia dos espaços, dos olhares. Se imiscui na trama explicita que secreta histórias indizíveis, reconhecendo o passado, o presente, mas também a transcendência como condição para projetar o futuro.”

A Geografia analisa os processos espaciais suas dinâmicas mecânicas e

simbólicas, culturais e materiais. Ao analisar a fotografia e repensar o espaço ali

registrado estamos relacionando as formas de utilização do espaço, descrevendo as

maneiras como o homem explora e transforma a natureza em recurso para atender

às suas necessidades (DANTAS, 2007).

Para Dantas (2007), a Geografia possui um conjunto de ideias e conceitos

que podem ser apreendidos, entre outras formas, pela imagem fotográfica. Mas é

preciso lembrar que tal potencialidade exige do leitor saber olhar, fazer as relações,

construir os conceitos.

Nesse contexto, acreditamos que a fotografia como recurso pedagógico está

ao alcance de qualquer docente e discente que possua um celular. O aluno ao

observar as suas fotos, é estimulado a analisar e criticar o objeto que lhe chamou a

atenção e foi registrado. Também a refletir sobre os motivos que o levaram àquela

fotografia, as cores que ali se encontravam, o local, e outros detalhes que surgem

em segundo e terceiro planos. Por meio da fotografia é possível despertar um olhar

mais crítico, além do que está ali presente, no qual cada aluno desenvolverá um

ponto de vista diferente. No estudo da paisagem, a fotografia pode ser considerada

um recurso importante na análise e observação das transformações da paisagem.

Na visão de Dantas (2007) a fotografia permite outras análises além da

Pintura, pois ela permite experimentá-la por meio de registro em diferentes ângulos,

cores, tratamento de imagem, planos em perspectiva, no qual o observador é o

Page 7: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

próprio autor. Um observador das intervenções humanas, das transformações do

espaço geográfico ou ele mesmo um agente transformador dela.

2.3. A PAISAGEM GEOGRÁFICA

Segundo Claval (2004), os geógrafos se interessaram pelo estudo da

paisagem desde que a disciplina foi constituída. O termo paisagem surgiu no século

XV, nos países baixos como o nome de landskip, se referindo aos quadros que

mostravam a natureza como vista de uma janela. Outros nomes denominavam a

paisagem como Landschaft, landscape ou paesaggio, e seus sentidos também se

ampliaram.

O significado de paisagem para os primeiros estudiosos estava atrelado ao

termo natureza. Mesmo sendo um termo anterior a constituição da Geografia como

ciência, os geógrafos se interessavam em descrever a natureza das paisagens que

percorriam (CLAVAL, 2004, p.16).

De acordo com Claval (2014, p.323) a paisagem é na maioria dos casos, um

reduto não planejado da atividade humana. A partir do momento em que a paisagem

se torna um objeto de contemplação e é valorizada por razões estéticas, as relações

dos grupos com o espaço mudam de natureza. Às preocupações com

funcionalidades econômica e social e as mensagens simbólicas localizadas

acrescentam-se a uma dimensão simbólica global.

As paisagens trazem a marca das culturas e, ao mesmo tempo, as

influenciam (BERQUE, 1984). As sociedades não tem existência fora do meio em

que se instalaram. Os homens e o espaço que fizeram são as duas faces de uma

mesma realidade e devem ser apreendidos pelo mesmo procedimento intelectual. É

assim que o estudo das paisagens constitui um dos capítulos fundamentais da

geografia cultural – aquele que estuda a mediação pela qual os grupos humanos

asseguram sua posse sobre o espaço e submetem-se a sua influência. (BERQUE,

1990, 1995)

Para Bloomfield (2008) a própria ideia de paisagem é um contruto

sociocultural que se estabelece a partir de uma certa concepção do espaço vinda do

Renascimento, no ocidente, que afeta, até hoje, a todos.

Page 8: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

3. METODOLOGIA

A pesquisa teve como principal característica a teoria aliada à ação, pois os

alunos experimentaram um novo olhar sobre o espaço. Além de percebê-lo eles

produziram por meio de fotografias e desenhos novas formas de percepção.

Sendo assim realizamos uma pesquisa ação, na qual houve uma

intervenção na prática no decorrer do processo de pesquisa e não apenas em um

processo final (ENGEL, 2000).

Os alunos estudaram paisagens paranaenses e a construção do espaço

geográfico nelas representado. Eles conheceram o trabalho de um pintor, Alfredo

Andersen, que retratou paisagens paranaenses. Depois os alunos fotografaram

paisagens e as relacionaram com a evolução ocorrida nesses espaços geográficos.

A percepção do pintor e a dos alunos foi discutida para que eles compreendessem

as mudanças que aconteceram ao longo do tempo.

3.1. ENCAMINHAMENTO DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS

Para auxiliar na implementação do projeto foram desenvolvidas algumas

atividades com os alunos. Por meio de uma Unidade Didática (UD) tendo como linha

de estudos as Tecnologias e suas linguagens no ensino da Geografia, abordamos o

tema do uso de Arte no ensino de Geografia, na forma de uma proposta de análise e

discussão de obras de arte, e a sua relação com o espaço geográfico, visando tornar

o estudo da Geografia na escola mais interessante aos alunos. Assim, foram

propostas 4 atividades nesta UD, são elas:

• Atividade 1 – Percepção - Caixa das sensações;

• Atividade 2 – Um novo olhar;

• Atividade 3 – As obras de arte e o espaço geográfico;

• Atividade 4 – As fotografias.

As atividades tinham como objetivo preparar os alunos. Provocar o olhar do

aluno para a Arte, despertar a percepção das imagens e dos lugares à sua volta.

Elas foram planejadas para conduzir o aluno a um novo mundo: despertamos suas

sensações, em seguida mostramos como ele olha os objetos e como ele pode

diversificar esse olhar. Depois por meio das pinturas observamos outros olhares,

refletimos sobre as obras concebidas em épocas distintas, técnicas diferentes e com

Page 9: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

mensagens diversas. E por fim, constatamos o nascer de um novo olhar, mais

curioso, mais crítico, intuitivo e perspicaz.

Na primeira atividade, Percepção – Caixa das sensações o objetivo foi de

estimular o aluno a perceber melhor o mundo que o cerca. Segundo Tuan (1980),

percebemos as coisas que nos cercam através dos nossos sentidos, e selecionamos

certos acontecimentos, dos quais lembramos com facilidade, enquanto que outros

esquecemos por completo, como se nunca tivessem ocorrido. Por isso enxergamos

e percebemos as coisas de formas distintas, a não ser que sejamos levados a

observá-las de uma mesma forma.

Sendo assim o estímulo aos nossos sentidos ocorreu por meio de uma caixa

de papelão contendo itens como aromas, gostos, texturas e sons.

Com os olhos vendados utilizamos os 5 sentidos e descobrimos quais os

elementos que estavam na caixa.

Os itens foram manuseados e verificados, observe as figuras 1 e 2, depois o

aluno não falou com ninguém, e registrou em uma folha de papel, seguindo a

sequência, o que percebeu.

Em seguida 2 ou 3 alunos falaram sobre o que escreveram. Ao confrontarem

suas respostas, percebemos como todos enxergam o mundo à sua maneira, e de

como imaginaram uma coisa no início, com os olhos vendados. E depois com a

revelação, perceberam algumas diferenças em seus julgamentos.

FIGURA 1: ATIVIDADE 1 – CAIXA DAS SENSAÇÕES

FONTE: A AUTORA (2017).

Page 10: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

FIGURA 2: ATIVIDADE 1 – CAIXA DAS SENSAÇÕES

FONTE: A AUTORA (2017).

Na segunda atividade – Um novo olhar, construímos com os alunos um olhar

mais crítico para uma obra de arte, tanto uma fotografia como uma pintura. Primeiro

foi necessário um resgate do olhar do aluno para os objetos, para as paisagens. Os

alunos trouxeram fotografias de objetos e paisagens que gostam. Cada um trouxe

duas fotos, e juntos observamos as imagens, falamos sobre as cores dominantes, os

planos, o enquadramento, o significado da fotografia para ele (a), e durante essa

discussão esses termos foram explicados. Foram apresentados aos alunos algumas

fotografias famosas como as de Henry Cartier-Bresson, fotógrafo francês, um ícone

do século XX. Depois assistimos a um trecho de filme. O filme se chama “O artista e

a modelo”3, com duração de aproximadamente 3 minutos, nesse vídeo o aluno

observou o despertar do olhar de uma pessoa sobre uma gravura, indo além do que

era mostrado.

Na terceira atividade, o objetivo foi refletir como as obras de arte e o espaço

geográfico se relacionam, assim como são influenciados período histórico.

Realizamos uma breve leitura do capítulo de introdução do livro a História da Arte,

de Gombrich (1990), para que o aluno compreendesse o que é a Arte, e de que

maneira ela nos ajuda a perceber melhor o que vemos e sentimos. O texto nos faz

compreender a Arte de forma simples, nos aproximando dela, e quebrando tabus

que a tratam como algo pertencente apenas aos intelectuais.

3 Ficha do filme: DVD – O artista e a modelo, Espanha- França, 2013, 105 minutos, preto e branco. Gênero: Drama. Direção: Fernando Trueba.

Page 11: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

Segundo Gombrich (1990):

Na verdade, não creio que haja motivos errados para gostar de uma estátua ou quadro. Uma pessoa pode gostar de uma paisagem por lembra-lhe sua terra natal, ou de um retrato por parecer-se com um amigo – e não há nada errado nisso. Diante de um quadro, é inevitável de que nos venham à mente mil e uma coisas que influenciam aquilo de que gostamos e de que não gostamos; se essas referências nos ajudam a apreciar aquilo que vemos, não há com o que se preocupar (GOMBRICH, 1990, p. 21).

A partir dessa leitura aproximamos o aluno da Arte e comentamos que o

termo Arte pode assumir muitos significados em diferentes tempos e lugares. Depois

iniciamos a análise de nove obras famosas, de artistas de épocas diferentes, figuras

de 3 a 11. Observamos a obra em si, o que víamos, descrevemos a cena, o contexto

histórico no qual ele foi pintado e o que estava implícito, ou seja, o que não

percebemos.

FIGURA 3: CASA DOS LOUCOS

FONTE: GOYA (1812).

FIGURA 4: O JURAMENTO DOS HORÁCIOS

FONTE: DAVID, JACQUES LOUIS (1784).

Page 12: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

FIGURA 5: O BALANÇO

FONTE: FRAGONARD (1766).

FIGURA 6: A CATEDRAL DE ROUEN EM TEMPO NUBLADO

– FONTE: MONET, CLAUDE (1892).

FIGURA 7: A CATEDRAL DE ROUEN EM PLENO SOL

FONTE: MONTET, CLAUDE (1893).

Page 13: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

FIGURA 8: SAUDADE

FONTE: ALMEIDA JUNIOR (1899).

Em seguida assistimos um trecho do filme “A moça com brinco de pérola”4,

sobre a vida do pintor Vermeer, no qual ele mesmo preparava seus materiais. Esse

trecho de filme pretendeu mostrar aos alunos como era a vida de um pintor, como

ele produzia seus materiais, as dificuldades, a época. Após assistirmos o trecho os

alunos comentaram sobre os pintores e artistas de hoje. Depois foi solicitado aos

alunos que citassem artistas paranaenses e obras que eles conheciam.

Os nomes lembrados foram Poty e Alfredo Andersen. Em seguida foi dado

ênfase às obras de Alfredo Andersen, o artista que foi trabalhado no projeto. As

análises, figuras 9 a 11, foram mais detalhadas. Pois, o objetivo era mostrar aos

alunos uma Curitiba diferentes dos dias de hoje, a casa de Andersen onde os dois

primeiros quadros foram pintados, localiza-se próxima ao Shopping Muller, onde

hoje é o Museu Alfredo Andersen. E a Casa Laforge fica no centro de Curitiba.

Assim sendo, fica evidente as transformações do espaço geográfico no decorrer do

tempo, e como podemos identificar nas obras essas mudanças.

As obras de Andersen mostram o dia a dia de uma família, seu cotidiano. A

figura 9 representa o dia a dia de um lar, como Buchmann (2000) comenta, “Coisas

que são invisíveis, como o amor e a intimidade do lar. Acontecem todos os dias e

que parecem não aparecer”. Na cena temos duas moças costurando, elas estão no

fundo da cena, e podemos perceber três planos; o primeiro com o móvel e o tapete,

o segundo com a moça na máquina de costura e o outro com a moça sentada ao

4 Ficha do filme: DVD – Moça com brinco de pérola, EUA/Reino Unido/França, 2004, 100 minutos, colorido. Gênero: Drama/Biografia. Direção: Peter Webber

Page 14: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

fundo, bordando. As duas estão concentradas em seus afazeres, observe que as

cores nos mostram que já é final de tarde, pois as duas estão banhadas pela luz do

sol. A figura central é a moça na máquina de costura, ela direciona nosso olhar para

o centro da tela, mas o móvel e a outra moça constituem a estrutura do quadro.

Alfredo Andersen pode ser considerado impressionista, haja visto que ele aproveita

a luz do dia em suas pinturas, transformando as cores conforme a luz muda.

(GRAÇA, 2000)

FIGURA 9: VIDA LABORIOSA

FONTE: ANDERSEN, ALFREDO (sem data).

Enquanto que a figura 10, temos duas mulheres de idade avançada ao ar

livre, em atividade cotidiana. Uma delas está no lado direito do quadro, com trajes

escuros e lenço na cabeça. Ela segura entre as mãos uma peça de roupa. A outra

localiza-se no centro do quadro, com um vestido claro, mãos na cintura, enquanto

parece conversar com a companheira. As duas estão embaixo de um guarda sol, na

base temos o que parece uma grande lata. Atrás delas um varal com roupas

penduradas, e a frente delas temos uma bacia com roupas. A vegetação alta rodeia

as mulheres e o varal. A obra não possui data e parece mostrar a esposa de

Andersen no quintal de sua casa. Novamente uma cena íntima, que mostra um dia à

tarde, as cores são intensas devido ao Sol, provavelmente era um dia quente. No

entanto observe a leve diferença entre as cores que estão embaixo do guarda sol, e

as que estão fora de seu alcance. As figuras em pé formam duas linhas verticais na

Page 15: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

tela, uma à esquerda e a outra central. O olhar de uma delas está fixo no chão,

enquanto a outra a observa. Temos quatro planos: o da bacia, as mulheres, a

vegetação e o varal. (GRAÇA, 2000)

FIGURA 10: LAVANDO ROUPA

FONTE: ANDERSEN, ALFREDO (1934).

Na figura 11 temos a representação de um jardim interno de uma casa, na

escada que dá acesso aos fundos da mesma, pois podemos ver o portão no lado

esquerdo, e outra edificação. Temos uma mulher que desce a escadaria com uma

sombrinha na mão. Há uma varanda repleta de folhagens de diferentes tipos. Em

primeiro plano temos porções de gramado e pequenas plantas. A casa pertencia à

família Laforge, o seu dono era uma personalidade de destaque da empresa “Força

e Luz”, no início do século XX. A casa situava-se na Avenida Visconde de

Guarapuava, onde hoje está localizado o Instituo de Criminalística do Paraná. O

quadro retrata a tranquilidade e os gostos da classe burguesa curitibana do início do

século XX. Três elementos fazem com que nosso olhar seja direcionado são eles: o

portão à esquerda, a janela escura à direita e a mulher ao centro. A presença de

linhas como o corrimão, a varanda e as folhagens fazem com que nosso olhar

caminhe pelo jardim. Temos três planos: o jardim, a casa e o portão ao fundo.

(GRAÇA, 2000)

Page 16: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

FIGURA 11: RESIDÊNCIA DA FAMÍLIA LAFORGE

FONTE: ANDERSEN, ALFREDO (1912).

A última atividade teve como objetivo mostrar aos alunos como sua

percepção em relação à paisagem e o espaço ao seu redor foi sendo alterado e

construído. Eles realizaram novas fotografias, e depois comparamos com as tiradas

no início do projeto. Observamos as diferenças entre as fotos, e como o uso dos

conteúdos e ferramentas que eles aprenderam alterou suas percepções.

4. GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR)

Houve um trabalho paralelo ao desenvolvido na escola pelos professores

participantes do Projeto de Desenvolvimento Educacional – PDE - Paraná, realizado

pela Secretaria de Educação, foi o Grupo de Trabalho em Rede – GTR, que é parte

integrante da formação dos professores participantes do PDE, sendo realizado no

ambiente virtual de aprendizagem Moodle da Secretaria da Educação do Estado do

Paraná, e tendo como público-alvo: professores da disciplina de Geografia da rede

estadual de ensino do Paraná, que totalizaram em 20 participantes.

O objetivo deste GTR foi propor aos professores participantes, a utilização

da Arte no Ensino de Geografia como uma metodologia aliada para o estudo das

alterações da paisagem e compreensão do espaço geográfico. Para tanto, foi

disponibilizado o material didático contendo artigos, vídeos, imagens e atividades.

Durante o GTR, que apresenta carga horária de 64 horas, houve discussões,

através da ferramenta Fórum, em que os professores participantes foram instigados

quanto ao uso da Arte no ensino da Geografia.

Page 17: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

Alguns professores indicaram outros materiais (textos, revistas e vídeos)

ligados ao tema, além de compartilharem experiências utilizando a Arte como

recursos em suas aulas como: desenhos, grafites, esculturas e livros de arte.

Os professores participantes avaliaram positivamente a implementação do

projeto, destacando que os uso desses recursos e do olhar das Artes sob a

transformação do espaço geográfico, principal objeto de estudo da Geografia

estimulam o aprendizado. Para eles, adequar à metodologia e os recursos

audiovisuais de forma que haja a comunicação com os alunos, é também, uma

forma de fazer da aula um momento propício à aprendizagem.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio dessa pesquisa contribuímos para a inovação no Ensino de

Geografia e fomentamos a discussão sobre o uso das tecnologias em sala de aula e

a importância de se buscar a interdisciplinaridade.

As diferentes áreas, no caso Arte e Geografia, possuem pontos em comum e

até pontos complementares, que podem e devem ser utilizados para tornarem as

aulas mais interessantes e significativas.

Os resultados inspiram mais ações voltadas à novas formas de ensinar e

aprender Geografia e outras disciplinas. Por meio das fotografias, pinturas e vídeos

sobre Arte conseguimos abordar novas formas de analisar a paisagem e as

transformações no espaço geográfico. O olhar sobre as pinturas destacou o uso das

cores, a composição, os planos e a técnica utilizada. Além disso as obras foram

realizadas em épocas diferentes e cujos contextos também diversos, e com essa

relação com a história foi possível mostrar ao aluno que as entrelinhas são

importantes. Elas nos ajudam a compreender melhor os fatos e a observar

diferentes pontos de vista sobre um mesmo objeto ou acontecimento.

Ao final do trabalho conseguimos perceber a mudança na compreensão e no

olhar dos alunos para objetos, fotografias, obras e as relações que conseguiram

estabelecer a partir da observação. E assim transferir esse conhecimento para as

aulas de Geografia e o estudo da paisagem. Eles evoluíram com o trabalho e

verificamos como é importante o uso de novas abordagens em nossas aulas, elas

estimulam nossos alunos à novos caminhos, novas percepções. Devemos investir

Page 18: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

cada vez mais em novos métodos de ensinar, em aulas mais significativas que

construam novas formas de aprendizagem.

Page 19: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

REFERÊNCIAS

ARALDI, A. R. Construção do conhecimento através da interdisciplinaridade In. REGO Nelson, SUERTEGARY Dirce, HEINDRICH Álvaro Orgs. Geografia e Educação: Geração de Ambiências. Porto Alegre: Universidade/UFRGS, 2000.

BLOOMFIELD, Tânia Bittencourt. Paisagens urbanas e lugares: uma abordagem de Geografia cultural para a intervenção urbana polaroides (in)visiveis, de Tom Lisboa, em Curitiba, (2008)

CALLAI, H. C. O Ensino de Geografia: Recortes espaciais para análise. In CASTROGIOVANI, A. C.; CALLAI, H.C.; SHÄFFER, N.O.; KAERCHER, N.A.; (Orgs) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre. Editora da UFGRS, 1998.

CAUQUELAIN, ANNE. A invenção da Paisagem. São Paulo: Martins, 2007

CLAVAL, P. A paisagem dos geógrafos. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Org.) Paisagens, textos e identidade. Rio de Janeiro: Ed.UERJ, 2004. p. 13-74.

CLAVAL, Paul. A Geografia Cultural. 4 edição. Florianópolis. Editora da UFSC, 2014.

DANTAS, E. M. O ensino de geografia e a imagem: universo de possibilidades. In: IX Colóquio Internacional de Geocrítica: Los problemas del mundo actual soluciones e alternativas desde la geografia y las ciências sociales. Anais eletrônicos... Porto Alegre, 28 de mayo – 1 de junio de 2007. UFRGS. Disponível em http://www.ub.es/geocrit/9porto/eugenia.htm Acesso em: 18/07/07.

ENGEL,G.I. Pesquisa-ação. Educar, Curitiba, n.16, p.181-191.Editora UFPR, 2000.

GOMBRICH, Ernest. História da Arte. São Paulo: Brasiliense, 1990.

GRAÇA, O. R. O Desenvolvimento de um conteúdo educativo voltado para a

formação de apreciadores da linguagem visual no Museu Alfredo Andersen.

115f. Dissertação (Mestrado Arte Educação) – Setor de Educação, Universidade

Federal do Paraná, Curitiba, 2000.

Page 20: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

MYANAKI, J. A. Paisagem no Ensino de Geografia – Uma estratégica didática a partir da arte. São Paulo, USP/FFLC, 2003.

ORTIGOZA, S. A. G. Paisagens do consumo: São Paulo, Lisboa, Dubai e Seul. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

TEIXEIRA, A. L. Ensino de Geografia – O Uso da Arte e da Literatura como uma proposta Interdisciplinar. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/ensino-de-geografia-o-uso-da-arte-e-da-literatura-como-uma-proposta-interdisciplinar/16747/>.Acesso em : 8 de Setembro de 2015.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

REFERÊNCIAS das figuras 3 a 11

GOYA (1812) Casa dos loucos. Disponível em: <http://homoliteratus.com/sombras-de-goya-iluminacao-da-arte-e-da-escrita>. Acesso em: 25/10/2017.

DAVID, Jacques Louis (1784). O juramento dos Horácios. Disponível em: < http://www.doispensamentos.com.br/site/?p=680> Acesso em: 25/10/2017.

FRAGONARD (1766) O balanço. Disponível em: < https://www.studyblue.com/notes/note/n/test-2-pictures/deck/14162423> Acesso em: 25/10/2017.

MONET, Claude (1892) A catedral de Rouen em tempo nublado. Disponível em: <http://www2.escolainterativa.com.br/canais/02_arte_estudo/paginas/artes-visuais/romantismo-impressionismo.asp> Acesso em: 25/10/2017.

MONET, Claude (1892) A catedral de Rouen em pleno sol. Disponível em: <http://www2.escolainterativa.com.br/canais/02_arte_estudo/paginas/artes-visuais/romantismo-impressionismo.asp> Acesso em: 25/10/2017.

ALMEIDA JUNIOR (1899) Saudade. Disponível em: < http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca-pt/default.aspx?mn=545&c=acervo&letra=A&cd=2335> Acesso em: 25/10/2017.

Page 21: O uso de Arte no ensino de Geografia: Uma proposta de Ensino … · 2018. 4. 30. · O uso de arte no ensino de Geografia: uma proposta de ensino inovador Aline Arana 1 Helena Midori

ANDERSEN, Alfredo (sem data) Vida laboriosa. Disponível em: <https://artebrasileirautfpr.wordpress.com/2013/03/15/alfredo-andersen/#jp-carousel-741> Acesso em: 25/10/2017

ANDERSEN, Alfredo (1934) Lavando roupa. Disponível em: <https://artebrasileirautfpr.wordpress.com/2013/03/15/alfredo-andersen/#jp-carousel-741> Acesso em: 25/10/2017

ANDERSEN, Alfredo (1912) Residência da Família Laforge. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c5/Alfredo_Andersen_-_Resid%C3%AAncia_da_Fam%C3%ADlia_Laforge.jpg> Acesso em: 25/10/2017