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Revista Odontológica de Araçatuba, v.34, n.1, p. 09-13, Janeiro/Junho, 2013 9

O USO DO ARCO FACIAL PARA O CORRETOPOSICIONAMENTO DOS MODELOS NO ARTICULADOR

THE USE OF FACE BOWS FOR CORRECT REPRODUCTION OF THE MODELSPOSITIONING IN THE ARTICULATOR

Humberto Gennari Filho1

RESUMOÉ apresentada a principal característica para que o plano de cera possa ser definido deforma conveniente preenchendo os requisitos estéticos e funcionais de uma prótese total.A seguir é demonstrado todos os passos da montagem do arco facial e a transferência doplano de cera orientado, da boca do paciente para o articulador considerando os requisitosnecessários para tal fim.Esta seqüência tem por finalidade instruir e alertar aqueles que trabalham com próteses,da necessidade da utilização dos arcos faciais para reprodução correta do posicionamentodos modelos no articulador.

Unitermos: Prótese total, modelos, articuladores.

a colocação dos dentes artificiais.O primeiro passo, após a construção do plano

de cera superior, é levá-lo à boca para determinar suaaltura que deve ser estabelecida com base nocomprimento do lábio. Assim, para lábios longos, oplano de cera deverá ficar aquém do tubérculo do lábioem repouso; para os lábios curtos ultrapassá-loligeiramente e, para os lábios de comprimento médiopermanecer na mesma altura. Esta é uma condiçãoque pode ser alterada conforme a necessidade,podendo aumentar ou diminuir a altura do plano decera, observando se não há comprometimentoestético. Swenson15 (1947) acrescenta que a alturado plano oclusal na região anterior é influenciada nãosomente pela altura do lábio, mas também pelovolume e altura do rebordo residual, quantidade deespaço intermaxilar e o ângulo da guia incisal. Telleset al.16 (2003) confirma que nos indivíduos dentados otubérculo do lábio superior pode ficar acima (20%),ao nível (43,3%) ou abaixo (36,0%) da linha imagináriaque passa pelas comissuras com os lábios emrepouso. O tipo de lábio (arqueado, reto ou caído)pode determinar diferenças no posicionamento e aténa escolha do tamanho dos dentes artificiais.O suporte deve ser analisado pela relação dasuperfície vestibular do plano de cera com o lábio.Devemos considerar que ao perder os dentes areabsorção óssea é inevitável, e que este osso perdidopode influenciar no posicionamento correto dos dentesartificiais. Portanto a quantidade de cera adicionadaà superfície vestibular do plano é essencial paramanter o lábio em sua posição original não alterandoa fisionomia do paciente. Para isso é necessárioaperfeiçoar o senso crítico para saber distinguir o

INTRODUÇÃOA “orientação” do plano de cera superior refere-

se aos ajustes das superfícies vestibular e oclusalcom o objetivo de estabelecer as característicasestéticas e funcionais do mesmo de forma a adequarestas superfícies às particularidades faciais de cadaum. Assim, ao considerarmos as característicasestéticas devemos analisar a altura do plano de cerae o suporte dado por ele em relação ao lábio e poroutro lado, nas características funcionais, analisara relação da superfície oclusal do plano de cera comos planos que servirão de referência para melhorar adissipação das forças que incidirão sobre a dentadurae auxiliar na determinação da trajetória condílica, nosregistros extra-orais.

Se considerarmos que um indivíduo ao perderos seus dentes perde também toda a referência queos mesmos davam tanto para o posicionamentomandibular como à sustentação dos tecidos faciais,podemos imaginar a dificuldade de reposição, frenteà falta de parâmetros. Portanto, quando se pretenderepor o que foi perdido deve-se considerar assuposições, deixando-se levar pelo bom senso, queassociado ao conhecimento científico, permite preveros acontecimentos.

Telles et al.16 (2003) cita que oreposicionamento correto dos músculos orbicularesé essencial para a recuperação estética do pacienteedentado. Com esse objetivo, dois fatores igualmenteimportantes devem ser observados: (1) acompensação para a perda alveolar, na fase demoldagem, com o espessamento adequado da flange

labial da prótese e (2) o contorno correto doplano de cera para dar suporte à musculatura e facilitar

1 - Professor Titular da Disciplina de Prótese Total da Faculdade de Odontologia de Araçatuba

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momento de melhor sustentação estética, tendo emvista a variação da quantidade de cera de um pacientepara outro.

Do ponto de vista funcional o plano decera superior deverá ter a sua superfície oclusalajustada em relação a um plano de referênciadenominado plano protético, determinado por linhastraçadas na face do paciente desde a porção medianado tragus até a asa do nariz em ambos os lados.Este plano coincide com outro plano cefalométricodenominado plano de Camper, determinado por pontoscraniométricos desde o porion até espinha nasalanterior. O objetivo deste traçado é permitir que atravésde desgaste da superfície oclusal do plano sejaestabelecido um paralelismo com o plano de Camper(Protético) lateralmente e, anteriormente com a linhabipupilar. A razão disto esta no fato de que a superfícieoclusal dos dentes naturais mantém um “certoparalelismo” com o plano de Camper e que o tecidoósseo estaria arranjado para receber forçasperpendiculares a ele (Camper). Assim, na prótesetotal os dentes artificiais seriam montadosconsiderando-se esta mesma situação parapreservação do tecido ósseo remanescente. Saizar14

(1972) cita muito bem que as linhas e planos dereferências mais utilizadas para reabilitar asdimensões e aparências fisionômicas carecem dematematização. O dentista deve habituar-se aconsiderá-las com atenção para apreciar as alteraçõescom respeito às normas anatômicas, dando àsreabilitações orais, dentro do possível, formas,posições e relações anatomicamente corretas eesteticamente satisfatórias.

Para conferirmos o paralelismo do plano de ceraao plano protético, traçado na face do paciente,utilizamos um instrumento denominado Régua de Foxque permite esta observação com certa facilidade.Caso necessite remover cera do plano podemosutilizar uma espátula aquecida que será friccionadasobre a superfície a ser desgastada até que se atinjamos objetivos propostos.

É necessário solicitar ao paciente que sorriapara que se analise a associação dos aspectosestéticos e funcionais do plano de cera. A observaçãoda superfície onde estarão os dentes anteriores é defundamental importância para que os mesmos não semostrem inclinados em relação à linha bipupilar. Aomesmo tempo observar se a inclinação do plano naregião posterior esta correta, caso contrário aparecerádente em demasia e associar a superfície vestibulardo plano com a comissura labial para a observação docorredor bucal, representado pelo espaço entre estasduas superfícies. Em muitas situações a superfícievestibular do plano de cera, de canino aos molares,permanece muito inclinada abrindo ou fechando esteespaço, comprometendo seriamente o fator estético.

Tomadas estas providências, o próximo passocorresponde à transferência da base de prova com oplano devidamente orientado, para o articulador.

MONTAGEM DO MODELO SUPERIOR NOARTICULADOR

ConsideraçõesA montagem do modelo superior no articulador

é um passo de fundamental importância na construçãodas próteses totais. O seu posicionamento espacialé um fator mecânico que deve ser sempre estimado,se considerarmos a existência das guias posteriores(condilares) e anterior (incisal) que exercem influênciasobre o modelo e dentes, todas as vezes que se realizadeterminado movimento. Pensando dessa maneira,não se deve nunca posicionar um modelo superior,no articulador, diferentemente da relação que existeentre a maxila e o maciço crânio-facial para quedurante os movimentos funcionais da mandíbula, estenão tenha trajetórias diferentes daquele. Isto só épossível com a utilização de um dispositivo doarticulador denominado Arco facial que tem as funçõesacima citadas.

Christiansen5 (1959) já declarava que o uso doarco facial é um assunto muito controvertido. Muitospesquisadores, entre eles Craddok & Symmons8

(1952), afirmavam que o tempo economizado por nãousar o arco facial poderia ser gasto em outrassituações que proporcionassem mais benefícios parao paciente. No entanto, Lazzari e Collett10 em 1955listaram uma série de vantagens do uso do arco facialdemonstrando a importância do registro do eixo deabertura e sua transferência para o articulador,prevendo erros resultantes da orientação imprópria dosmodelos. Weimberg17 (1961), avaliando a montagemde modelos com arco facial concluiu que esta fase éum passo essencial nas reabilitações, mostrando ograu de precisão dos arcos faciais arbitrários naconstrução de próteses completas. Castle4 (1998)confirma que o tempo gasto para transferir um modelocom o auxílio do arco facial representa uma pequenaquantidade de tempo em comparação ao requeridopara realizar os ajustes em uma prótese ondenenhuma transferência foi realizada.

Assim, é necessário que se considere um pontoa nível condilar do lado esquerdo, outro do lado direitoe um terceiro ponto na sela do nariz ou forame infra-orbital, dependendo do tipo do articulador.

Se utilizarmos dispositivos do tipo Whip Mix,Bio-Art ou Gnatus, ao conectarmos as olivas do arcofacial nos condutos auditivos e o posicionador nasalna sela do nariz, estamos estabelecendo uma posiçãoespacial para o arco facial que servirá de referênciapara a montagem do modelo no articulador. O arcofacial de montagem rápida (quick mount) é desenhadopara utilizar o meato acústico externo como um meiode localização automática do eixo arbitrário derotação. Assim, o posicionador nasal que determinaa posição vertical do arco facial, estabilizando-o, formao terceiro ponto anterior de referência noestabelecimento do plano eixo-orbital.

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Gold & Setchell9 (1983), investigando areprodutibilidade de modelos maxilares em doisarticuladores semi-ajustáveis através da transferênciacom arco facial arbitrário do tipo Snow (Dentatus) eWhip-Mix, observaram que a variação da posição domodelo raramente excedeu 1.0mm em qualquerdos três planos espaciais, caracterizando ser umprocedimento clínico seguro e exato. Angyal &Keszthelyi1 (1993), citam em trabalho semelhante, nãohaver nenhuma diferença entre os registros com osdois tipos de arcos faciais sugerindo que os mesmosresultados clínicos podem ser alcançados por estesinstrumentos.

Em 2004, Assunção et al.2 avaliaram asvariações na orientação espacial de modelos maxilaresmontados em articulador semi-ajustáveis, a partir deuma montagem aleatória e de dois diferentes sistemasde transferência com arco facial arbitrário do tipo“Quick mount”. Os resultados mostraram que autilização do arco facial, proporcionou montagens comorientação espacial mais real, se comparada àsmontagens aleatórias.

Nagy et al.12 (2002), comparando a localizaçãodo eixo de rotação da mandíbula, anatômica ecinematicamente, concluiu que a predeterminação doeixo a 10 mm à frente do tragus, no plano eixo orbital,proporciona localizações dentro das normas clínicas.

Pesquisas têm investigado se a reprodutibilidadedo posicionamento do modelo maxilar sofre ou nãoinfluência do operador. Neste contexto, Choi et al.6

(1999) analisaram a variabilidade da montagem demodelos maxilares com um grupo de dentistas queusaram um arco facial arbitrário do tipo Whip-Mix. Osresultados mostraram que não houve nenhumadiferença significante na orientação espacial nasdireções verticais e horizontais, mas com diferençano sentido linear (antero-posterior). Neste mesmosentido, ASSUNÇÃO et al.3 (2000), estudando ospossíveis erros de montagem do modelo superior emarticulador, através do trabalho individual de trêsprofissionais utilizando um arco facial arbitrário(Dentatus) concluíram que, apesar das diferenças nasmontagens não terem sido estatisticamentesignificantes, elas ocorreram, e são suficientes paraprovocar alterações oclusais.

Técnica de montagem do arco facialA seqüência consiste em adaptar uma lâmina

de cera rosa nº7 dobrada ao meio, no garfo do arcofacial de tal forma que permaneça imóvel para que oplano de cera seja fixado nele com cera fundida. Pode-se também lançar mão dos garfos que se prendemaos planos pela sua superfície vestibular.

O conjunto é levado à boca e o paciente ésolicitado a segurá-lo firmemente com os polegares paraque se inicie a conexão com o arco facial, como segue:

a) todos os parafusos do arco facial devem estarliberados para permitir livre movimentação de suaspartes

b) introduzir a junta universal no cabo do garfoe levá-la até próximo ao plano

c) adaptar as olivas nos condutos auditivosexternos esquerdo e direito

d) apertar os três parafusos sobre o arco facialpara estabilizar sua abertura

e) ajustar o terceiro ponto (relacionador nasal)de tal forma que sua superfície convexa se encaixeperfeitamente na superfície côncava da sela do nariz

f) aplicar leve pressão no relacionador parapromover o tracionamento anterior do arco facialpermitindo que as olivas se aproximem de forma maisconveniente possível do eixo real de rotação damandíbula

g) apertar o parafuso do relacionador nasal etodos da junta universal, para imobilizá-la.

h) observar na região anterior do arco facial ostraços que limitam a distância intercondilar em pequena,média e grande e que são dependentes da colocaçãodas olivas no interior dos condutos auditivos. Daí anecessidade de uma observação cuidadosa para nãoincorrer em erros que possam alterar esta distância,que já é estabelecida por média. Telles16 (2003) destacaa importância desse registro, citando a relação existenteentre a anatomia dental com os movimentos realizadosno articulador, para que não haja discrepância entre estee a prótese instalada na boca.

i) ir à frente do paciente e observar se o arcofacial não esta inclinado mais de um lado que do outro.Isto pode ser feito pela observação de sua porçãoanterior com a linha bipupilar. Se for constatadainclinação, certificar-se do posicionamento das olivasno conduto. O arco facial pode assumir tal posição,se houver assimetria facial.

Dessa forma, o conjunto garfo + arco facial +plano de cera já pode ser retirado da face para serconectado ao articulador. Para este procedimento énecessário que o mesmo seja preparado através dealguns ajustes como segue:

a) as guias condilares do lado esquerdo edireito deverão estar inclinadas em 30º, caso contrárioo arco facial também se posicionará de forma inclinadaem relação ao plano referencial (Frankfort).

b) as guias condilares estando em 30º farãocom que os pinos de conexão com o arco facialpermaneçam a 6 mm do eixo real do articulador paracompensar a distância do conduto auditivo externoao eixo real da mandíbula, no paciente.

c) a trajetória condílica lateral ou Ângulo deBennet poderá estar em 15º ou em 0º. Como nestemomento não há movimento, a angulação não iráinfluenciar em nada.

d) a distância intercondilar no articulador deveser ajustada neste momento, pois já conhecemos adistância intercondilar do paciente. Os articuladoresdo tipo Whip mix (8500) e similares foram concebidosde tal forma que as esferas condilares são semi-ajustáveis em direção lateral, para permitir a regulagemda distância intercondilar em três posições. A distância

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pequena que mede 96 mm entre as duas esferascondilares, a média que mede 110 mm e a grande,124 mm. Assim, ajustam-se inicialmente as esferascondilares, no corpo do articulador e a seguir as guiascondilares. Uma observação importante neste momentoé o íntimo contato entre as partes sendo que as esferasdeverão estar tocando o teto e a porção posterior dasguias, não permitindo nenhum movimento, para que oajuste seja qualificado como correto.

Conexão com o ArticuladorAs olivas serão conectadas aos pinos existentes

nas guias condilares. Deve-se observar, como regra,que o ramo superior do articulador descanse sobre ahaste transversal do arco facial para que a relaçãomodelo/articulador seja a mesma entre a maxila/crânio.Neste instante, o ramo superior do articuladorrepresenta o plano de Frankfort e as relações entre oramo e o modelo serão as mesmas entre o plano decera com o plano de Frankfort. Apertar os parafusosdo arco-facial para estabilizá-lo no articulador.

Saizar14 1972 salienta que este plano é muitorelacionado às atividades da prótese, sendo que omesmo passa pelos bordos superiores dos condutosauditivos externos (porion) e pelos bordos inferioresdas órbitas (infraorbitais). Através deste plano é quepodemos estabelecer a verdadeira posição ereta dacabeça, determinada pelo seu paralelismo com oplano horizontal. O plano oclusal forma com o planode Frankfort um ângulo de aproximadamente 10ºdivergente para a região anterior. Assim, podemosdizer que o plano protético diverge do plano deFrankfort em 10º.

Chow et al.7 (1985), citam que em muitosarticuladores semi-ajustáveis, o plano horizontal o qualo modelo maxilar é orientado, corresponde ao Frankfortou o seu equivalente mais próximo, o plano eixo-orbital. No entanto em alguns indivíduos o plano deFrankfort pode não corresponder ao plano horizontalo que resultaria em uma orientação incorreta dosmodelos no articulador. Na pesquisa, os autoresencontraram variações de +11° e -2° reconhecendoque, dependendo do grupo étnico estudado, podemocorrer tais variações.

Por outro lado, Ricketts13 (1981) afirma que avariação na anatomia do ouvido pode contribuir paraum erro de transferência com o arco facial.

Preparo do modeloO modelo deve ser preparado para ser fixado

no articulador. Este preparo compreende o desgastede sua base, se observarmos que o mesmoapresenta-se com muito volume o que, em algunscasos, não permite o fechamento do articulador. Alémdisso, deve-se considerar também que estes modelosvolumosos podem representar problemas durante ainclusão em mufla, por não se adaptarem corretamentea ela e que, se os mesmos já estiverem montadosem articulador, seu desgaste não poderá ser

executado, pois perderá a referência com o mesmo.Assim, o modelo superior é adaptado à base de prova,isolado com vaselina sólida tanto na base como nassuperfícies laterais sem exagero, e na seqüência, ogesso pedra é vazado. A consistência deste gessodeve ser tal que permita o vazamento sem grandesescoamentos laterais. Aguarda-se o tempo necessáriopara a presa final do gesso (40 minutos) e o arcofacial é removido do articulador permanecendounicamente o modelo e o plano de cera.

O tratamento prévio dos modelos de gesso(secos ou hidratados), a proporção água/pó influenciamde forma significativa na precisão de montagem. Foramobservadas diferenças nas distâncias entre os ramossuperior e inferior do articulador, com elevação do pinoincisal ou o afastamento das esferas condilares de suasrespectivas cavidades, quando os modelos estavamúmidos.

Lopes et al.11 (2003), investigaram ocomportamento dimensional de dois tipos de gessos,comparando o grau de alteração de posição demontagem do modelo superior em articulador semi-ajustável com e sem hidratação prévia. Concluíramque as menores alterações ocorreram com o gessoespecial com modelos hidratados e com gesso pedra,com modelos secos.

Assim, considerando a importância da precisãoda montagem dos modelos no articulador para queeles assumam a mesma posição dos maxilares emrelação ao maciço crânio-facial, e sabendo dainfluência da quantidade de água e da composiçãoquímica do gesso nas alterações da posição dosmodelos, cabe-nos o alerta para evitar que estasocorrências alterem a posição de oclusãoexcessivamente.

ABSTRACTIt presented the main features so that the wax plancan be conveniently filling the aesthetic and functionalrequirement of a denture. The steps of face bowmounting and wax plan transfer form the mouth to thearticulator, considering the necessary requirement forthis purpose are shown.This sequence aims to instruct and warn those whowork with dentures about the needs of using face bowsfor correct reproduction of the models positioning inthe articulator.

UNITERMS: Complet Denture, models articuleters.

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ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:

Humberto Gennari FilhoDepartamento de Materiais Odontológicos e

PróteseFaculdade de Odontologia de Araçatuba (Unesp)

[email protected]