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OÁSIS #167 EDIÇÃO PORTUGAL, SUDESTE ASIÁTICO, PICO DA BANDEIRA O fascinante mundo das viagens CÃES E HOMENS: UM CASAMENTO DURADOURO Eles são mesmo nossos melhores amigos AUTISMO O que sabemos O que nos falta saber MASDAR A CIDADE DO DESERTO UMA MIRAGEM QUE SE TORNA REALIDADE

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Oásis#167

Edição

Portugal, sudeste asiático, Pico da Bandeira

o fascinante mundo das viagens

cães e homens: um casamento

duradouro Eles são mesmo nossos

melhores amigos

autismoo que sabemos

o que nos falta saberMasdar a cidade do deserto

Uma miragEm qUE sE torna rEalidadE

2/50oásis . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

A ecocidAde de MAsdAr, perto de Abu dhAbi, no Golfo pérsico, provA que o hoMeM, lAnçAndo

Mão de suA inteliGênciA, criAtividAde e esforço, pode encontrAr solução pArA quAse tudo e

sobreviver coM conforto eM quAlquer luGAr

o s milionários árabes do petróleo não torram seus bilhões apenas nos hipódromos e cassinos de alto bordo. Parte da grana, às vezes, é usada para cumprir

objetivos bem mais importantes. Este é o caso do emirado de abu dhabi. na virada do milênio, seus xeiques decidiram inves-tir num projeto inteiramente novo: a construção de uma inteira ecocidade, sobre as areias escaldantes do deserto. E assim sur-giu Masdar.

trata-se de um milagre da mais alta tecnologia: uma ecocida-de duradoura e inteligente, na qual o transporte público é feito por viaturas automáticas que não poluem e que não precisam de motorista; onde a energia é produzida por concentradores solares; a água é obtida por dessalinização; a arquitetura é super arrojada e revolucionária, lançando mão tanto das tecnologias mais modernas quanto das soluções tradicionais que deram cer-to. Esta é, por exemplo, a receita que foi usada para que Mas-

oásis . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

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dar tivesse uma ventilação natural. os arquitetos recorreram à tradição árabe multissecular das mucharábias, painéis perfurados que produzem sombra refrescante, ao mesmo tempo em que passagem a passagem a quantidade justa de luz.

na nossa matéria de capa, o jornalista norte-americano dan Baun descreve em detalhes sua visita a Masdar. E contagia o leitor com a surpresa e o deslumbramento que experimentou. Sua reportagem prova, mais uma vez, que lançando mão de sua inteligência, criatividade e esforço, o homem pode encontrar solução para quase tudo e sobreviver com conforto em qual-quer lugar.

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aMASDARA CIDADE DO DESERTOUma miragem que se torna realidade

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As paredes das construções são transparentes ao máximo, porém dispõem de controles de entrada de luz diurna

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asdar parece uma mi-ragem. De longe, a ci-dade parece um grande edifício multicolorido erguido no horizonte. A ilusão deve-se em parte à sua situação singular:

perto do aeroporto de Abu Dhabi, do ou-tro lado da rodovia do Golfo Pérsico, numa parte muito inóspita do deserto.

Masdar está separada do centro de Abu Dhabi por 30 quilômetros de planície, na qual se espalham enormes edifícios e pa-lácios distribuídos numa planta urbana quadriculada de ruas e avenidas de seis vias, enormes… e vazias. Uma aberração urbana como ainda não tinha visto em ne-nhum outro lugar.

Mas a ilusão também tem a ver com den-sidade populacional. Projeto urbanístico estimado entre 18 e 22 bilhões de dóla-res, Masdar deverá abrigar cerca 40 mil habitantes numa área de pouco mais de 5 quilômetros quadrados. Será a ecocidade mais ambiciosa do mundo. Nela, os veícu-los serão proibidos. Os visitantes terão de deixar os veículos num parque de estacio-namento gigante ao norte da cidade.

Enquanto estaciono, um ocidental com aspeto bem cuidado, de terno escuro ape-sar do calor, sai da sombra para se apre-sentar. Stephen Severance, americano de 45 anos, é o gestor do programa. Chegou a Masdar há quatro anos, após ter trabalha-do algum tempo no gabinete de consulto-ria Booz Allen.

M

Masdar é um milagre da tecnologia surgido no meio do deserto. em construção perto do emirado de Abu dhabi, este projeto de uma ecocidade duradoura e inteligente é o mais ambicioso do mundo. viaturas ecológicas automatizadas, concentrador solar, arquitetura revolucionária... Masdar é um modelo de inovação tecnológica

Por: DAn BAun - DA revistA PoPulAr science, novA York

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em toda a área urbana de Masdar espaços abertos foram deixados para praças e jardins

Veículos sem fumaça nem condutor

Ele me conduz por entre as fileiras de carros parados. Chegamos diante de portas de vidro fumê. Num so-pro, elas se abrem para um átrio de mármore. Atrás de outras portas envidraçadas nos espera o serviço do Trânsito Rápido Personalizado - Personal Rapid Transit, ou PRT. São pequenos veículos brancos sem condutor que garantem um transporte ecológico.

Severance e eu nos sentamo frente a frente, a por-ta deslizante se fecha e, a uma velocidade um pouco inferior a 25 quilômetros hora, a pequena nave com

rodas penetra numa ca-verna gigantesca. Avança quase sem ruído sobre pneus de borracha, se-guindo imãs enterrados no solo e recorrendo a sensores de proximidade para evitar as colisões.

Originalmente, o PRT deveria servir toda a ci-dade, faz saber Severan-ce. Mas teria sido preciso arranjar tanto espaço por baixo dos imóveis que toda a cidade teria de ser erguida sobre pilares de 6 metros de altura. O cen-tro da cidade, que ocupa

aproximadamente 1 quilômetro quadrado, foi cons-truído desse modo, sobre pilares, mas sobreelevar todo o conjunto seria demasiado caro. Até o momen-to, a escolha das infraestruturas de transporte não foram determinadas. Poderão ser ônibus elétricos ou pequenas viaturas solares.

Uma cidade com emissão zero

Enquanto o nosso veículo desliza para a sua vaga no estacionamento, uma voz eletrônica lembra para que não esqueçamos os nossos objetos pessoais. Entramos na praça do terminal, por baixo do Instituto Masdar, e subimos uma grande es

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Panorama aéreo de Masdar

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Apesar de suas dimensões limitadas, Masdar oferece uma gastronomia internacional de primeira linha

cadaria em forma de caracol que nos con-duz a um pátio exterior, ao nível da rua.

Meia dúzia de edifícios de médio porte erguem-se lado a lado, separados por um estreito labirinto de pátios ligados en-tre si. Severance me leva para visitar uma estranha série de lojas que constituem o bairro comercial de Masdar: um restau-rante de sushi, um café, um minimercado, uma agência de viagens, uma agência de telefones celulares, etc.

O governo desse minúsculo estado do sul do Golfo Pérsico se lançou numa aventura que nenhum outro país tentou: construir a partir do nada uma cidade com emissão zero de carbono, que não produza resídu-os, num recanto inexplorado do deserto. Masdar deverá ser uma experiência, um campo onde se poderiam testar em larga escala tec-nologias limpas e projetos de energia renovável. A universidade local, especializada em tecnologias dura-douras e parceira do Instituto de Tecnologia de Mas-sachusetts (MIT), deverá ser uma grande incubadora de ideias, ao mesmo tempo em que uma frota de via-turas elétricas, sem condutores, transportará as pes-soas pela cidade.

No projeto original, todos os edifícios deveriam ser cobertos por enormes telhados fotovoltaicos. Os pri-meiros esboços parecem coisa de ficção científica.

Dispensar a energia fóssil

Ao longo dos anos, o projeto se concretizou. Habita-ções, escritórios e lojas com alta eficiência energética foram saindo da terra. Em 2009, a Agência Interna-cional para as Energias Renováveis escolheu a impro-vável opção de instalar a sua sede em Abu Dhabi.

Em 2011, os 70 alunos do primeiro curso de mestrado do instituto de Masdar obtiveram seus diplomas. Em 2012, a Siemens, gigante alemã das tecnologias,

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em Masdar, ruas e praças são projetadas para oferecer o máximo de sombra

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certas praças públicas de Masdar lembram o conceito de oásis no meio do deserto

rua de Masdar

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efetuou no local os últimos retoques da sua nova sede para o Médio Oriente. Foi nesse momento que a expe-riência - de início, pouco mais do que um gesto nobre - adquiriu outra importância: um modelo de desenvol-vimento duradouro em grande escala.

Mas nem mesmo uma cidade assim futurista, posta no mundo graças à vontade de alguns e ao dinheiro do pe-tróleo, está imune às vicissitudes do presente. A crise financeira de 2008 obrigou os arquitetos a reverem as suas ambições em baixa.

O orçamento foi reduzido em cerca de quatro bilhões de dólares e os engenheiros tiveram de renunciar a al-gumas das suas ideias mais inovadoras. Os complexos telhados solares foram substituídos por áreas de plan-tas de energia solar situadas na periferia da cidade. O sistema de transporte PRT, pensado originalmente para toda a cidade, ficará reduzido ao centro.

Além disso, no projeto inicial pensava-se em dessali-nizar a água através do recurso à energia solar, mas descobriu-se que a água dos poços era três vezes mais salgada do que a do mar. Dessalinizá-la exigiria, por-tanto, muito mais energia. Diante do problema, a utili-zação da água será severamente controlada.

Campeã da energia solar

Em resumo, comparados com a audaciosa aventura que Masdar deveria ter sido, os novos planos poderão decepcionar. Mas existe um capítulo no qual Masdar não tem direito a erro: o da eletricidade de origem

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Bairro de residências urbanas em Masdar. As casas têm design revolucionário

solar. O emirado de Abu Dhabi, onde a temperatu-ra chega aos 50 graus centígrados e onde cada gota de água tem de ser dessalinizada, consome tanto gás natural para gerar eletricidade que se tornou um dos maiores importadores da região. Com Masdar, o país tenta justamente provar que é capaz de criar eletrici-dade, dispensando as energias fósseis como aquelas derivadas do petróleo e do gás.

Entre os diferentes projetos solares aqui desenvolvi-dos, o principal é uma central de concentração situa-da a 150 quilômetros da cidade. Vou até lá no segundo

dia da minha estada.

A central é composta por 192 coletores de forma alongada, com 100 metros de compri-mento por 6 de largura, cons-tituídos por espelhos cilindro--parabólicos. Um tubo de aço revestido de vidro, que trans-porta óleo sintético, corre ao longo de cada coletor. As bom-bas elétricas demoram cinco minutos para encaminhar 4 litros de óleo de uma extre-midade do coletor até a ou-tra, fazendo-o depois retornar através de outro coletor; bas-tam esses cinco minutos, sob a irradiação concentrada do Sol, para aquecer o óleo a uma

temperatura que ronda os 400 graus centígrados. Os tubos atravessam seguidamente uma piscina de água.

O calor transforma a água em vapor que move uma turbina e esta, por sua vez, um gerador elétrico. O óleo resfriado é reenviado para os coletores a fim de ser aquecido de novo. Pistões hidráulicos geridos ele-tronicamente orientam os espelhos para acompanha-rem a trajetória do sol no céu.

A tecnologia solar concentrada dá passos de gigante. No ano passado permitiu produzir cerca de 2 gW - energia elétrica suficiente para abastecer dois mi

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As incríveis luminárias de Masdar foram projetadas para produzir luz à noite e sombra durante o dia

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uma outra visão quase alucinante do meio urbano de Masdar

lhões de lares - e os projetos em curso deverão garantir uma pro-dução quatro vezes mais eleva-da.

Um projeto de investigação em si mesmo

É ainda pouco, em comparação com outras fontes de energia renovável, como a fotovoltaica (que gerou 20 vezes mais ele-tricidade no mundo no final de 2010) e a eólica (100 vezes mais). Mas a energia solar con-centrada tem os seus pontos fortes. Dessas três fontes, é a única capaz de criar calor, com o qual, além de se produzir ele-tricidade, é possível fazer muitas outras coisas, como dessalinizar a água. E contrariamente às centrais foto-voltaicas, as instalações solares de concentração tam-bém fornecem energia barata durante a noite, pois a armazenam sob a forma de calor e não requerem ba-terias dispendiosas.

Quanto mais tempo aqui permaneço, mais compre-endo que cada elemento desta cidade é um projeto de investigação em si mesmo. Revestido por uma fa-chada de aço, o Instituto Masdar é uma confusão de mesas atulhadas de material eletrônico, de máquinas e de painéis de vidro cobertos de algoritmos rabisca-dos com canetas-marcador grosso. Cada laboratório

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concentra-se num tipo particular de tecnologia. No laboratório de bioenergia e ambiente, os alunos de-senvolvem combustível microbiano capaz de gerar eletricidade a partir do tratamento dos resíduos.

No laboratório de tecnologias inteligentes para veícu-los elétricos e sistemas automotores são concebidas redes integradas que interligam condutores e veícu-los à rede rodoviária e às condições de circulação. Há também os que estão trabalhando em inteligência artificial, em nanomateriais, no armazenamento na-notecnológico da energia ou ainda nas células solares.

O principal projeto do Instituto: o Beam Down Solar

estrutura de tetos em Masdar fotografados do alto

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A água, apesar de sempre presente, é um artigo precioso em Masdar

Thermal Concentrator, gigantesca torre de espelhos plantada na orla da cidade. Não apenas permite con-centrar radiação solar para produzir calor, mas, um dia, servirá para decompor a luz segundo diferentes comprimentos de onda, permitindo realizar experiên-cias científicas, produzir energia térmica e gerar ainda mais energia.

Produzir o máximo de sombra

Numa tarde escaldante, encontro Stephen Severance num banco de pedra do centro de Masdar. Quero ter uma ideia da vida nesta cidade do futuro. Estou im-pressionado com a calma reinante: nenhum ruído de buzina, de motor ou de sirenes. Depois reparo na tem-peratura, muito mais amena que em Abu Dhabi. Esta-mos abrigados do sol.

Severance me conta que as construções, densas, fo-ram concebidas para fazerem o máximo de sombra umas sobre as outras e também sobre os pátios que as separam. Os transeuntes podem sentar-se por alguns instantes sem sofrer com o calor e os edifícios reque-rem menos climatização. Somos igualmente refresca-dos por uma viva corrente de ar.

Severance me indica, do outro lado do pátio, uma torre oca apoiada em pilares de aço: um tubo vertical de 6 metros de largura, que se eleva à altura de cinco andares. Esta estrutura desvia os ventos frescos que sopram acima da cidade e os orienta para o pátio. A torre de vento é uma novidade: provavelmente foi in-ventada pelos persas, que já a utilizavam muitos sé

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Apesar da escassez de água, há muitas piscinas, fontes e chafarizes em Masdar

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visão panorâmica aérea de Masdar

culos antes de o ouro negro trazer riqueza a esta parte do globo. Os engenheiros de Masdar aperfeiçoaram o sistema, instalando no alto da estrutura um tipo de persianas comandadas por computador, a fim de ma-ximizar a sua eficácia. Os painéis abrem e fecham em função dos ventos predominantes. E alguns vaporiza-dores arrefecem o ar um pouco mais.

Os objetivos de Masdar foram revistos em baixa, mas seu interesse é agora maior ainda. Se a crise financei-ra não tivesse obrigado os engenheiros a reduzir suas ambições e a criar adaptações, o projeto teria sido

pouco mais do que um brin-quedo caríssimo de um emir do petróleo. Hoje em dia, a ci-dade de Masdar está ancorada na realidade econômica. Pode, portanto, dar lições ao mundo inteiro.

Nenhuma das pessoas com quem falei durante a minha estadia parece alimentar a ilu-são de uma cidade perfeita. O mundo não irá arrasar as suas infraestruturas e começar a construir apenas cidades in-teligentes para pedestres que funcionem a energia solar.

Masdar não é propriamente um modelo de desenvolvimen-

to. É, no entanto, um modelo de inovação. Ao criar essa cidade impossível de reproduzir - isolada, dis-pendiosa e quase vazia -, seus arquitetos estão cer-tamente inventando soluções que irão produzir um mundo melhor para todos.

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A criatividade da equipe de arquitetos e urbanistas que desenharam Masdar não conheceu limites

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casas e apartamentos são amplos e de pé direito muito alto. A ventilação natural é essencial para o bem-estar dos moradores de Masdar

22/50oásis . viagEM oáSiS Baia de Halong, em Hanoi, vietnã

PORTUGAL, SUDESTE ASIÁTICO, PICO DA BANDEIRAO fascinante mundo das viagens

via

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sis

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ietnã, Camboja e Tailândia

Se até há pouco tempo viajar para o Vietnã, o Camboja e a Tailândia era uma missão quase impossível para nós do mundo ocidental, hoje, com as incontáveis vanta-gens financeiras, isso já não acontece mais. Entre as mui-tas agências e operadoras de

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coluna sobre viagens, assinada pela jornalista fabíola Musarra. A cada 15 dias, ela traz as novidades do setor, mostra roteiros e dá dicas sobre turismo. A ideia é facilitar ainda mais sua vida, dando a nossa contribuição para que você faça as viagens de seus sonhos, sem transtornos e com excelentes recordações. boa leitura!

Por FABíolA MusArrA (*)

turismo que oferecem a viagem aos três pa-íses, a Destine disponibiliza um pacote bem legal de 17 dias. Com saída marcada para o dia 20 de outubro, o roteiro se propõe a per-correr idílicas paisagens, templos e museus milenares.

A viagem começa por Hanói, a capital do Vietnã, onde estão previstos passeios ao bairro antigo e às suas tradicionais casas, aos modernos edifícios e às sofisticadas lo-jas de grife, além de uma visita à prisão de Hoa Lo, usada para manter mais de dois mil Bairro antigo, região central de Hanoi, vietnã

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templos de Angkor vat, camboja

presos políticos.

Depois, de Hanói para Halong Bay, acontece um em-barque em um tradicional navio para um cruzeiro pelo Golfo de Tonkin, com almoço especial de frutos do mar a bordo. No dia seguinte, ainda a bordo, relaxamento com tai chi ao nascer do sol é uma forma de entrar um pouco mais na cultural local.

No sexto dia de viagem, é a chegada ao Camboja. Em um tuk-tuk, o típico transporte motorizado do país, a viagem prossegue até Angkor Wat, uma antiga cidade murada, com um fosso do século 12, enormes portões e templos. O passeio nos demais dias segue para Siem Reap, com visita ao templo do século 10, Banteay Srei,

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dedicado a Shiva.

Depois do Camboja, é a vez da Tailândia, com a ida até a segunda maior cidade do país, Chiang Mai, onde fica o templo sagrado Wat Doi Suthep Phrathat, ergui-do em 1383, a 3.500 m acima do nível do mar. Para chegar ao cume a pé, é preciso percorrer o trajeto que simboliza a caminhada da Terra ao nirvana. Todos os anos milhares de peregrinos budistas visitam o tem-plo.

No segundo dia na Tailândia, uma experiência única: observar o treinamento de elefantes na floresta (são

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Faces gigantes de Buda, em Angkor vat, camboja templos de Banteay srei, no camboja

adestrados para trabalhar para os humanos). Ali, quem desejar, pode fazer um passeio pela selva mon-tado em um dos elefantes treinados.

Antes da chegada a Ban-gkok, acontece uma parada em Chieng Rai, com direito a um passeio de jangada de bambu pelo Rio MaeTaeng. Em Bangkok, há ainda um tour pelos principais des-taques da cidade, como o Grand Palace, a residência da dinastia Chakri, e o Wat Phra Chetuphon, templo que abriga a gigantesca imagem do Buda Esmeral-da, com 46 m de compri-mento.

Para os amantes da gastronomia, um dos pontos altos da passagem por Bangkok é a visita ao Mercado Ma-eklong, com a chance de também conhecer o mercado flutuante, com seus barcos de frutas, alimentos e ou-tros itens. A programação inclui ainda um passeio até às ilhas Phi Phi, com possibilidade de visitar a Caverna Viking, mergulhar na lagoa Pileh e praticar snorkeling em Hin Klang, um grande recife de corais.

Os lugares para essa viagem são limitados. Por isso, se

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você se interessou, não perca tempo e se garanta! Nes-te pacote estão inclusos as passagens aéreas de ida e volta, os voos internos, a hospedagem em hotéis qua-tro estrelas com café da manhã, uma noite de cruzeiro, um guia em espanhol, os traslados e o seguro viagem.

O preço por pessoa em apartamento duplo custa a partir de US$ 5.985. Informações e reservas nas prin-cipais agências de viagem ou diretamente na Destine Operadora de Turismo, pelo site www.destine.com.br, tel. (12) 3911 5545.

cúpulas de templo em Wat Doi suthep Phrathat, tailândia

Navegar pela Grã Bretanha

O Reino Unido tem quase cinco mil quilômetros de canais e rios tranquilos. E navegar por eles é uma ex-celente opção para quem quer fugir dos roteiros tradi-cionais e pretende explorar com calma as cidades da Inglaterra, da Escócia e do País de Gales. Se você gosta e está capacitado a pilotar um barco, a inglesa Drifters Holidays tem diferentes opções de passeios náuticos aos três países. Credenciada pelos órgãos competen-tes britânicos, a empresa aluga pequenas embarcações para viagens que podem durar mais ou menos dias, de-

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pendendo da necessidade de cada um.

Antes de sair pelos pilotando pela Grã Bretanha, porém, é necessá-rio se associar à empresa. Mas, só para dar água na boca aos na-vegantes que não são de primeira viagem, vão alguns roteiros: na Inglaterra, por exemplo, pode--se alugar um barco e atravessar o centro de Londres pelos canais Grand Union e Regent’s até chegar às docas da bacia de Limehouse. O trajeto passa por pontos turísticos, como Little Venice, Regent’s Park, London Zoo, Camden Lock, King’s Cross e Victoria Park. Há vários locais seguros para atracar e de acesso fácil às principais atrações londrinas, como museus, lojas,

pubs e restaurantes. O preço do aluguel de um barco com cinco camas por um período curto custa a partir de £ 546. Já o aluguel semanal sai a partir de £ 840.

Também é possível alugar um barco e sair navegando pelos canais das planícies escocesas, indo até o emble-mático Falkirk Wheel, o primeiro e único elevador de barcos rotativo na região central da Escócia. Depois, o barco pode seguir até o Union Canal, chegando a Edimburgo em um dia e meio de viagem. Ali, os anco-radouros ficam em Edinburgh Quay, a cinco minutos de caminhada do agitado porto comercial de Princes

o canal regent, em londres

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Panorâmica de londres

Street, com acesso fácil às atrações da cidade. Preços de aluguel a partir de £ 825 por um período curto e £ 1255, por semana.

Já no norte do País de Gales, pode-se navegar até o aqueduto Pontcysyllte, no canal Llangollen. Patrimônio da Humanidade, o aqueduto fica 38 m acima do vale do Rio Dee e o passeio até lá pode incluir stops nas ci-dades de Llangollen e Ellesmere, nos lagos Ellesmere (também conhecidos como Shropshire Lake District) e em Chirk, com seu castelo de 900 anos. Preços de alu-guel a partir de £ 465 por um período curto em barco

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para quatro pessoas. O aluguel semanal sai a partir de £ 660.

Ficou com vontade de fazer esses passeios? Pois, eles são apenas alguns dos exemplos das diversas opções de trajetos náuticos disponibilizados pela empresa bri-tânica. Dê uma olhada no site www.drifters.co.uk, pla-neje o seu roteiro no Reino Unido e siga seu curso. Boa viagem!

Portobello road, london

canal llangollen, inglaterra

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shington, primeiro presidente da nação norte-americana.

O obelisco é feito de már-more, granito e gnaisse e é a mais alta estrutura feita de pedra. Segundo o Serviço de Parque Nacional, o monu-mento recebe, em média, 800 mil visitantes por ano. Duran-te a visita, os turistas sobem a 152 m de altura em um eleva-dor, desfrutando da memorá-vel paisagem da capital ame-ricana. No topo do obelisco há uma exposição com imagens históricas, que contrastam com a vista moderna da cida-de.

O ingresso ao monumento é gratuito e obrigatório para

visitantes acima de dois anos. Diariamente, eles são comercializados após as 8h30, sempre pela ordem de chegada na 15th Street, entre as avenidas Constitution e Independence. A reserva dos ingressos também pode ser feita no site http://www.recreation.gov mediante o pagamento da taxa de US$ 1,50 por pessoa. O horário de visitação é das 9 às 17 horas, com horário estendido até às 22 horas durante o verão. O passeio ao obelisco é acessível a todos e cadeiras de rodas estão disponíveis para empréstimo.

Reabertura do Monumento a Washington

Depois de 32 meses em reforma e mais de US$ 15 milhões investidos, o Monumento a Washington, lo-calizado na região da capital dos Estados Unidos, foi reaberta ao público no dia 12 de maio. O monumento de aproximadamente 170 metros de altura foi fechado em agosto de 2011 após um terremoto que abalou a sua estrutura desde a base até o topo. Localizado no centro do National Mall, entre o Capitólio e o Memorial de Lincoln, a construção é uma homenagem a George Wa-

A esplanada do Monumento a Washington

Bogotá, Cartagena e San Andres

Todos que já visitaram afir-mam que a Colômbia é linda. Pois, é deslumbrante mesmo. Com gente alegre e simpática, o país é tudo de bom, Se você ainda não conhece, mas tem vontade de conhecer, talvez este pacote da Abreutur te inte-resse: em dez dias e nove noi-tes, ele te possibilitará visitar as cidades de Bogotá, Cartage-na e San Andres.A viagem começa após o de-sembarque no aeroporto In-ternacional El Dorado, em Bogotá, de onde é feito o traslado ao hotel. Onde você passará a noite. Depois de descansar, logo cedo, acon-tece um passeio panorâmico pelo centro histórico da capital. Durante o trajeto, você vai conhecer o Teatro Colón, o Palácio de San Carlos, (onde agora funciona o Ministério das Relações Exteriores), a Plaza de Bolívar, a Catedral, o Capitólio e Prefeitura Maior.

Se você gosta de arte, este tour vai te dar um presente inesquecível: depois de ter conhecido a antiga Bogo-tá, você vai visitar a Exposição Botero, localizada no quarteirão do Banco Central ao lado da Casa da Moeda. Como as obras de Botero dispensam palavras, progra-me direitinho sua viagem, pois segunda e terça-feira o espaço onde está a exposição está fechado.

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No terceiro dia de viagem, o dia é livre para você curtir Bogotá como preferir, mas vai uma dica: compre um pacote opcional, levante cedo e vá conhecer a Catedral de Sal de Zipaquirá, uma intrigante obra da engenha-ria colombiana, com uma profundidade de 180 m. Para construir a “igreja” foi necessário extrair 250 mil to-neladas de sal-gema e, ainda hoje, essa mina é a maior reserva de sal do mundo.

O passeio de quatro horas começa na zona norte da cidade e passa pelas zonas rurais e urbanas da Sabana de Bogotá. Saindo da catedral, você embarca em um tour panorâmico pela cidade de Zipaquirá. Depois, re-torna ao hotel para descansar. E é bom seguir esse

Praça Bolívar, Bogotá, colômbia

conselho mesmo, pois na manhã seguinte, logo cedo, você tem um traslado para o aeroporto para pegar um voo para Cartagena, onde ficará nos próximos dias. Chegando lá, traslado do aeroporto ao hotel.

Impossível acordar de mau humor no seu quinto dia de viagem. Afinal, não é todo dia que se amanhece em umas cidades consideradas como uma das mais bonitas do planeta. Em Cartagena, após o café da manhã, você fará um passeio panorâmico pelos principais bairros da cidade: Bocagrande, Castillogrande e Manga, com uma pausa para uma pequena caminhada pelo setor amura-

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lhado, apreciando suas lindas praças e ruas estreitas. Também faz parte da programação uma visita ao Castelo do San Felipe e Ascenso ao Cerro de la Popa. onde se visita o convento. Re-gresso ao hotel.

Agora que você já teve uma “pincelada” sobre Cartagena, le-vante cedo e aproveite que tem o dia livre e vá rever os lugares que mais gostou. Outra opção é embarcar em uma lancha para um opcional de uma hora de duração às Ilhas do Rosário, no parque nacional de mesmo nome, visitando as ilhas que formam o arquipélago. Em uma delas, há uma pausa para você desfrutar do mar e depois parti-

cipar de um almoço típico. À tarde, retorno em lancha a Cartagena. Hospedagem.

No dia seguinte, é a hora de conhecer San Andres Is-land. Assim, logo cedo, você parte para o aeroporto para pegar o voo com destino à paradisíaca ilha. Após sua chegada ao aeroporto Internacional Gustavo Rojas Pinilla, traslado ao hotel onde ficará em seus últimos dias de viagem.

Pela manhã, você participa de um passeio panorâmico. Ele começa pela zona do centro. Depois, segue pela

Praia da ilha do rosário, cartagena, colômbia

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as praias. Retorno a San Andrés e traslado do porto ao hotel.

Último dia de viagem, infelizmente é a hora de ir para o aeroporto e voltar para o Brasil. Neste circuito estão inclusos os traslados aeroporto/hotel/aeroporto em Bogotá, Cartagena e San Andres, nove noites de hospe-dagem com café da manhã (três noites em Bogotá, três em Cartagena e três em San Andres), visitas à cidade de Bogotá com entrada na exposição Botero e à cidade de Cartagena e tour à ilha de San Andres.

O pacote custa a partir de US$ 1.303 por pessoa em apartamento duplo. Atenção: as passagens aéreas não fazem parte deste preço. Informações: Abreutur, site: www.abreutur.com.br, tels. (11) 3702-1840 e (11) 3702-1840.

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cartagena, colômbia

rodovia circunvalar e percorre a baia, as praias de San Luís e o West View. O ponto alto do tour, contudo, é o stop no Hoyo Soplador para observar esse indescritível fenômeno natural, que é formado por diversos túneis que começam nos arrecifes e terminam em um só bura-co a vários metros do mar. Regresso ao hotel e pernoi-te.

Logo cedo, o dia é inteirinho livre para você aprovei-tar San Andrés de seu jeito. Se preferir, pode fazer um opcional de cinco horas, saindo em uma pequenas embarcação rumo aos Ilhotes do Aquário e a Johnny Cay, um paraíso repleto de palmeiras e praias de areia branquinhas. Mais tarde, visita ao aquário natural e Haynes Cay, duas pequeninas ilhas unidas por uma barreira coralínea. Almoço e tempo livre para desfrutar

catedral do sal, Zipaquirá, colômbia

Trekking no Pico da Bandeira

Gosta de aventura? O que acha de aproveitar o feriado de Corpus Christi para fazer um trekking no Pico da Bandeira, o terceiro mais alto do Brasil, com 2.892 m de altitude. Ele fica no interior do Parque Na-cional do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, em plena Serra da Mantiqueira. O par-que abriga nascentes, riachos, cachoeiras, lagos e piscinas na-turais com águas puras e cris-talinas, além de preservar várias espécies endêmicas.

Gostou da ideia? A Trilhas e Trilhas está oferecendo um pacote de cinco dias de pura adrenalina para o Pico da Bandeira. A viagem começa no dia 18 de junho, às 20h30, no Metrô Ana Rosa (em frente às Edições Pau-linas), com a saída do ônibus rumo ao Alto do Caparaó (MG), num percurso de 760 km. Durante a viagem, acontece uma parada para o café da manhã.

A chegada na cidade está prevista para as 8 horas. Check-in na Pousada Montanhas do Sol (www.pousa-damontanhasdosol.com.br), localizada com a melhor vista para a Face de Cristo, uma interessante formação geológica do Parque Nacional Caparaó. Após o almoço, saída para conhecer o Vale Verde, formado pelo Rio

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Caparaó. Situado numa das áreas mais baixas do Par-que Nacional, com aproximadamente 1.200 m de alti-tude, possui diversas cachoeiras com piscinas naturais, ideais para um banho revigorante. Retorno à pousada, jantar e noite livre.

Na manhã do terceiro dia de viagem, visita às Cacho-eiras das Andorinhas, localizadas no entorno do Par-que. A seguir, acontece uma caminhada e a travessia do Rio José Pedro, divisor natural entre Minas Gerais e Espírito Santo, com várias piscinas naturais de águas transparentes, ideiais para deliciosos banhos e mergu-lhos. Retorno para almoço (não incluso) e tarde livre para descanso na pousada.

vista a partir do Pico da Bandeira

Às 20 horas, após o jantar, saída rumo ao Pico da Ban-deira, indo de jipe até a Tronqueira, um platô locali-zado a 1.970 m de altitude, último ponto que permite o acesso por veículo. A partir daí, caminhada de nove quilômetros com paradas para descanso até atingir o topo.

Por volta das 5 horas, na chegada ao cume, acontece um stop para assistir ao deslumbrante nascer do sol atrás das montanhas e saborear o café da manhã. Em seguida, início da descida para conhecer a Cachoeira Bonita, com 80 m de altura, onde há uma pausa para um relaxante banho. Após o lanche de trilha, descida em direção ao centro da cidade, onde lojas comerciali-zam o artesanato local.

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Retorno à pousada, jantar e noite livre. Após café da manhã, check-out e retor-no para São Paulo, com uma parada para almoço (não incluso). Chegada prevista para as 21 horas. No pacote estão inclusos o transporte em veículo fretado, um lan-che de trilha e um almoço, um guia espe-cializado em ecoturismo, o seguro para atividade de ecoturismo e a hospedagem com três cafés da manhã.

Não fazem parte do preço do roteiro as taxas de entradas no Parque Nacional e nos atrativos, os jantares e as bebidas. Custa R$ 1.240 por pessoa em aparta-mento duplo ou triplo. O pagamento pode ser feito à vista ou parcelado em quatro

vezes, sem juros (com cheques pré-datados). Infor-mações: Trilhas & Trilhas, tels. (11) 5579-7076 e (11) 98202-9311, site: www.trilhasetrilhas.com.br, e-mail: [email protected].

A hora e a vez de Natal

No final do ano passado, uma pesquisa realizada pela Secretaria da Aviação Civil (Anac) com passageiros, elegeu, entre os 15 principais do país, os melhores e os piores aeroportos brasileiros. Na ocasião, o de Viraco-pos, em Campinas (SP), foi considerado o melhor e o de Cuiabá, o pior. Este ano, a sondagem voltou a ser feita, entre os meses de janeiro e março, quando foram consultadas 18.062 pessoas.

Pico da Bandeira

Os entrevistados avaliaram 41 itens, desde o meio de trans-porte usado para chegar aos terminais até o atendimento da imigração e aduana. Na nova pesquisa os passageiros elegeram o aeroporto de Na-tal como o melhor do Brasil (no estudo anterior ocupava o quarto lugar). Já Campinas, que era o primeiro, despen-cou para a nona colocação. Por sua vez, Cuiabá continuou ocupando o último lugar no ranking.

Quanto aos quesitos avaliados, a melhor nota foi em relação à cordialidade dos funcio-nários no check-in. A nota média foi 4,29. O item pior avaliado foi o valor da alimentação: nota 2,16. Congo-nhas recebeu a pior nota em relação ao preço da comi-da: 1,22. Nos aeroportos onde há lanchonete popular, a satisfação do passageiro tem melhorado. Em Curitiba, por exemplo, em um ano, a avaliação desse quesito au-mentou 32%.

A pesquisa apresenta outras informações, como o tipo de transporte usado para chegar ao aeroporto. Cerca de 70% dos passageiros usam táxi, enquanto 13% chegam de ônibus. Já os demais utilizam outros meios, como metrô e trens. Quanto ao motivo da viagem, 61% esta-vam a lazer, 32% a negócios e 4% por outros motivos. Para conhecer a íntegra da pesquisa, basta acessar o

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site www.aviacaocivil.gov.br/estudos-e-estatisticas/relatorio-do-1o-trimestre-de-2014.

Para os fãs da adrenalina

Até o dia 18 de maio, o viajante que curte emoções for-tes e muita adrenalina tem a possibilidade de conhecer as novidades sobre o mundo dos esportes de aventura na Adventure Sports Fair, o mais importante evento da América Latina direcionado aos esportes e ao turismo de aventura. Realizada no Pavilhão da Bienal do Ibira-puera (SP), a feira este ano reúne expositores de 27 Es-tados brasileiros e dos principais destinos da América Latina

Aeroporto de natal, o melhor do Brasil

Além de ser uma a oportunidade para conhecer em pri-meira mão as opções de itinerários de viagem de aven-tura e ecoturismo e também de testar os lançamentos em produtos, equipamentos e vestuário direcionados ao setor, o visitante tem ainda à sua disposição uma área de interação onde pode experimentar diferentes modalidades, como snowboard, mergulho, arvorismo, escalada, caiaque, stand up paddle, ciclismo e test-dri-ve em carros off road.

Paralelamente à exposição, acontecem palestras e ofi-cinas para quem busca especialização e para quem ape-nas deseja aprender mais sobre o mundo da aventura. Ingressos custam R$ 20 e são gratuitos para crianças de até 10 anos e adultos com mais de 65 anos. A Bienal

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Ibirapuera fica na Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, capital. Informações: Adventure Sports Fair, site www.adventurefair.com.br. (*) Toda a correspondência para a seção “Via-gem Oásis” deverá ser enviada à colunista Fabío-la Musarra: [email protected]

esporte radical

CÃES E HOMENS: UM CASAMENTO DURADOUROEles são mesmo nossos melhores amigos

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título de “melhor amigo do ho-mem” lhe foi atribuído desde tempos muito remotos, quan-do o homem vivia em bandos geralmente nômades nas sava-nas e florestas do mundo. Logo aprendemos que o cachorro nos

compreende melhor que qualquer outro ani-mal. Recentemente, etologistas – estudiosos do comportamento dos animais – do Max Plank Institute for Evolutionary Anthropo-logy, de Lípsia, Alemanha, fizeram experiên-cias e perceberam que o cão é capaz de des-

cobrir onde está escondida alguma coisa boa para ele comer, unicamente prestando atenção à entonação da voz humana. Tra-ta-se de uma habilidade que nenhum dos primatas conhecidos foi, até hoje, capaz de demonstrar.

Os testes dessa capacidade foram feitos com um grupo de cães adultos e também com grupos de filhotes de idade compre-endida entre 8 e 14 semanas, a idade do desmame. Em um dos experimentos, duas cientistas mostraram a cada cão uma gu-loseima preciosa e duas caixas idênticas (feitas de modo a não liberar nenhum odor). As cientistas, a seguir, se esconde-ram atrás de uma cortina e esconderam o alimento em uma das duas caixas. Quando reabriram a cortina (permanecendo porém ambas fora do alcance da visão dos cães) bastou que olhassem para a caixa que con-tinha o alimento e dissessem “Olha lá, olha lá: Que lindo”. Mesmo sem ver as cientis-tas, quase todos os cães que participavam da experiência se dirigiram diretamente para a caixa correta simplesmente seguin-do a voz da cientista. Os filhotes habitu-ados a estar com as pessoas alcançaram performances ainda melhores que as dos adulto. Mas os cães não muito habituados ao contato com os humanos só acertaram algumas vezes.

Oregras sociais muito semelhantes, capacidade de contágio emocional, facilidade de entender nossos desejos pela simples entonação da nossa voz: nenhum outro animal compreende o homem tão bem quanto o cão

Por: equiPe oásis

podem hoje fazer parte do patrimô-nio genético dos cães.

Cães são telepatas?

Seriam os cães capazes de “ler” os pensamentos dos seus donos? Um bom número de pessoas apaixona-das por cães está pronto a admitir isso. Até o momento, porém, não existes provas científicas para a tese. Mas uma pesquisa conduzida por uma experta mundial em capacidades cognitivas dos animais, Alexandra Horowitz, parece indicar que os cães possuam pelo menos uma ver-são rudimentar da assim chamada “teoria da mente”: uma capacidade da mente de compreender que as outras pessoas têm crenças, inte-resses, intenções e pensamentos

diferentes dos nossos. Embora essa capacidade seja crucial para o desen-volvimento social e as relações com os outros, ela até agora só foi detectada no ser humano e – numa certa medida – também nos chimpanzés. Por exemplo, uma pesquisa recente a respeito da percepção que os maca-cos têm de si mesmos quando olham para sua imagem no espelho, chegou à conclusão que os primatas não reconhecem a sua própria imagem, mas conseguem

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Curiosamente, algumas pesquisas recentes tinham de-mostrado que as crianças pequenas sabem usar a voz humana para encontrar alimentos ou brinquedos, mas os chimpanzés não são capazes disso. Tal fato parece sugerir que a prolongada proximidade com o homem desenvolveu, no cão, algumas capacidades específicas de atenção diretamente relacionadas à nossa espécie. E mais ainda: segundo os especialistas, essas habilidades

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perceber que o que aparece do outro lado do espelho não é um macaco real e verda-deiro.

Alexandra Horowitz estudou o comporta-mento dos cães durante suas brincadei-ras. Em particular, ela observou o modo com o qual os cães chamam a atenção de seus companheiros distraídos. Com efeito, quando dois ou mais cães estão brincando e um deles se distrai, o outros (ou os ou-tros) lançam mão de vários estratagemas para reconquistar a sua atenção: latidos, leves mordidas ou golpes de pata. O grau e a intensidade desses gestos depende do ní-vel de distração. Segundo Horowitz os cães seriam capazes de reconhecer e compreen-der o grau de distração dos demais compa-nheiros de brincadeira e seriam, portanto, dotados de uma rudimentar teoria da men-te. Regras sociais semelhantes

Por seu lado, pesquisadores da Universi-dade do Porto, em Portugal, publicaram um novo estudo no qual afirma que os cães possuem certas características sociais comuns também aos humanos. Esses traços de identificação, contudo, não são encontrados sequer entre os chimpanzés e os demais primatas desenvolvidos. Seria exatamente essa identidade de comportamentos sociais a razão da pro-funda amizade que pode ser estabelecida entre um cão

e seu dono. O estudo português foi publicado na Ingla-terra na revista Biology Letters, da Royal Society.

Esses cientistas portugueses explicam que os cães pos-suem, por exemplo, uma qualidade chamada “contágio

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Desde a época das cavernas homens eram sepultados com seu cão

emocional”, capaz de fazê-los entrar em sintonia no plano emocional não apenas com outros cachorros mas também com os humanos e suas emoções.

“Um estudo mostra que os cães se mostram preocupa-dos e inquietos quando crianças da família à qual estão ligados entram em situação de perigo ou são ameaça-das por alguma coisa. Isso sugere fortemente a ocor-rência de um contágio emocional por simpatia”, explica a bióloga Karine Silva.

“Ao mesmo tempo, há inúmeros relatos que descrevem como cães não treinados são sensíveis a situações de emergência vividas por humanos. Eles podem inclusive atuar de modo apropriado para conseguir ajuda e so-corro, e tudo isso sugere a ocorrência de um vínculo de empatia”, completa a mesma cientista.

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Podem existir três razões por trás dessa habilidade, explicam os estudiosos. Em primeiro lugar, cães são descendentes de lobos que desenvolveram empatia por outras espécies. Como os cães foram domesticados, sua empatia em relação aos homens foi sendo fortale-cida e afinada durante muitas gerações ao longo dos milênios. Por outro lado, a seleção para a definição de raças destinadas a funções muito específicas, como o pastoreio, a vigilância ou o amparo a pessoas com defi-ciências físicas como os cegos, conduziu esses animais a uma compreensão muito mais refinada e aprofunda-da da emoção humana.

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AUTISMOO que sabemosO que nos falta saber

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iretora do setor de pes-quisas clínicas da Simons Foundation Autism Rese-arch Initiative, a médica Wendy Chung é uma auto-ridade mundial em maté-ria dos aspectos genéticos do autismo.

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A geneticista Wendy chung compartilha o que sabemos sobre o transtorno conhecido como autismo. ela afirma que o autismo possui causas múltiplas, talvez entrelaçadas. e pergunta: existe hoje uma epidemia de autismo?

víDeo: teD – iDeAs WortH sPreADingtrADução: leonArDo silvArevisão: ruY loPes PereirA

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Vídeo integral da palestra de Wendy Chung proferida no TED

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Tradução integral da palestra de Wendy Chung proferida no TED

“Por quê?” “Por quê?” é a pergunta que os pais sempre me fazem. “Por que meu filho desenvolveu autismo?” Como pediatra, como geneticista, como pesquisadora, tento tratar essa questão.

Mas o autismo não é uma condição única. Na verdade é um espec-tro de distúrbios, um espectro que vai, por exemplo, de Justin, um menino de 13 anos que não fala, não consegue falar, e se comu-nica usando um iPad em que toca imagens para comunicar suas ideias e ansiedades, um menininho que, quando fica chateado, começa a se sacudir, e, por fim, quando muito incomodado, bate a cabeça chegando a se ferir seriamente, precisando levar pontos. Mas o mesmo diagnóstico de autismo também se aplica a Gabriel, outro menino de 13 anos que possui uma realidade bem diferente de desafios. Na verdade, ele é incrivelmente talentoso em mate-mática. Ele multiplica três números, por outros três números, de cabeça e com facilidade. Contudo, no que se refere a tentar man-ter uma conversa, ele tem muita dificuldade. Ele não faz contato visual. Ele tem dificuldades para puxar conversa, sente-se sem jeito e, quando fica nervoso, ele acaba se fechando. Mas esses dois meninos têm o mesmo diagnóstico de transtorno do espectro au-tista.

Uma das coisas que nos preocupam é se realmente existe ou não uma epidemia de autismo. Hoje em dia, uma em cada 88 crian-ças é diagnosticada como autista, e a pergunta é: por que este gráfico está assim? Será que esse número tem aumentado dras-ticamente com o passar do tempo? Ou será que hoje passamos a chamar esses indivíduos de autistas, simplesmente lhes dando esse diagnóstico, embora essas pessoas já existissem antes, mas simplesmente não eram chamadas assim? Na verdade, no fim da década de 1980 e início da década de 1990, foi aprovada lei que proporcionou aos indivíduos com autismo recursos, acesso a ma-terial educativo que os ajudaria. Com essa maior conscientização,

mais pais, mais pediatras e mais educadores aprenderam a reconhecer as características do autismo. Consequente-mente, mais indivíduos receberam o diagnóstico e tiveram acesso aos recursos de que precisavam. Além disso, muda-mos nossa definição com o passar do tempo. Na verdade, ampliamos a definição do autismo, a que se deve, em parte, o aumento da prevalência que vemos.

A outra pergunta que todo mundo faz é: o que causou o autismo? E uma concepção errônea comum é a de que as vacinas causam autismo. Mas permitam-me deixar bem claro: as vacinas não causam autismo. (Aplausos) Na ver-dade, o trabalho de pesquisa original que sugeriu que essa era a causa foi completamente fraudulento. Foi, na verdade, retirado do jornal Lancet, em que foi publicado, e o autor, um médico, perdeu sua licença de exercício da profissão. (Aplausos) O Instituto de Medicina, o Centro para Contro

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WenDY cHung

Tradução integral da palestra de Wendy Chung proferida no TED

le de Doenças, investigou isso repetidas vezes e não há evidência palpável de que as vacinas causem autismo. Além disso, um dos ingredientes das vacinas, chamado timerosal, era considerado como sendo a causa do autismo. Na verdade, ele foi removido das vacinas em 1992, e é possível perceber que ele não tinha nada a ver com o que acontecia com a prevalência do autismo. Então, mais uma vez, não há evidência alguma de que esta seja a respos-ta. Então, a pergunta permanece: o que causa o autismo?

Na verdade, provavelmente não existe uma única resposta. Assim como o autismo é um espectro, há um espectro de etiologias, um espectro de causas. Com base em dados epidemiológicos, sabe-mos que uma das causas ou uma das associações, devo dizer, é a

idade avançada do genitor, ou seja, a idade avançada do pai à época da concepção. Além disso, outro período crítico e de vulnerabilidade em termos de desenvolvimento é quando a mãe está grávida. Durante esse período, enquanto o cérebro do feto se desenvolve, sabemos que a exposição a alguns agentes pode, na verdade, aumentar o risco de autismo. Em particular, existe um medicamento, o ácido valproico, que mães com epilepsia às vezes tomam, e que sabemos que pode aumentar o risco de autismo. Além disso, pode haver alguns agentes infecciosos que também podem causar au-tismo.

E uma das coisas em que vou passar muito tempo me con-centrando são os genes que podem causar o autismo. Este é o meu foco não porque os genes sejam a única causa do autismo, mas é uma das causas do autismo que podemos prontamente definir e ser capazes de compreender melhor a biologia e como o cérebro funciona, para que possamos pensar em estratégias para podermos intervir. Um dos fato-res genéticos que não compreendemos, entretanto, é a dife-rença que vemos entre homens e mulheres. Os homens são afetados pelo autismo a uma razão de 4 por 1, comparados às mulheres, e realmente não entendemos por quê.

Uma das formas de entendermos que a genética é um fator é analisando algo chamado de taxa de concordância. Em outras palavras, se um irmão é autista, qual a probabilidade de outro irmão nessa família ser autista? E podemos ana-lisar, em particular, três tipos de irmãos: gêmeos univite-linos, gêmeos que compartilham 100% de sua informação genética e que compartilharam do mesmo ambiente intrau-terino; gêmeos bivitelinos, gêmeos que compartilham 50% de sua informação genética; e irmãos comuns, irmão-irmã,

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irmã-irmã, que também compartilham 50% de sua informação genética, embora não compartilhem do mesmo ambiente intrau-terino. E quando analisamos essas taxas de concordância, uma das coisas mais impressionantes que vemos é que, em gêmeos univitelinos, essa taxa de concordância é de 77%. Mas, notavel-mente, não é de 100%. Não que os genes sejam responsáveis por todo o risco de autismo, mas são responsáveis por boa parte do risco, porque, quando analisamos os gêmeos bivitelinos, essa taxa de concordância é de apenas 31%. Por outro lado, há uma diferen-ça entre os gêmeos bivitelinos e os irmãos comuns, o que sugere que há exposições em comum para os gêmeos bivitelinos que po-dem não ser compartilhadas de forma tão comum em irmãos co-muns.

Então, isso nos fornece alguma informação de que o autismo é genético. Bem, genético até que ponto? Quando comparado a outras condições que conhecemos, coisas como o câncer, doenças do coração, diabetes, na verdade, a genética possui um papel bem maior no autismo do que em qualquer dessas outras condições. Mas com isso, não sabemos quais genes. Nem sabemos, em qual-quer criança: é um gene apenas, ou potencialmente uma combi-nação de genes? Então, na verdade, em alguns indivíduos com autismo, é genético! Ou seja, é um único gene, poderoso e deter-minístico, que causa o autismo. Contudo, em outros indivíduos, é genético, ou seja, é, na verdade, uma combinação de genes, em parte com o processo de desenvolvimento, que, por fim, determi-na o risco de autismo. Não sabemos em nenhuma pessoa, neces-sariamente, qual dessas duas respostas é a correta, até começar-mos a nos aprofundar.

Então, a pergunta se torna: como podemos começar a identificar exatamente quais são esses genes? Deixem-me colocar algo que talvez não seja intuitivo. Certos indivíduos podem ter autismo por

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uma razão genética, mas, mesmo assim, não porque o autis-mo ocorra na família. Isso porque alguns indivíduos podem ter mudanças ou mutações genéticas que não são transmiti-das pela mãe nem pelo pai, mas, na verdade, são mutações novas nesses indivíduos, mutações que estão presentes no óvulo ou no esperma no momento da concepção, mas que não foram passadas de geração a geração na família. E po-demos usar essa estratégia para hoje entender e identificar esses genes que causam o autismo nesses indivíduos.

Então, na verdade, na Fundação Simons, pegamos 2.600 indivíduos que não tinham histórico algum de autismo na família, e pegamos a criança, a mãe e o pai e tentamos en-tender quais eram os genes que causavam o autismo nesses casos. Para isso, tivemos que, de forma abrangente, ser ca-pazes de analisar toda essa informação genética e determi-nar quais eram as diferenças entre a mãe, o pai e a criança. Fazendo isso, peço desculpas, vou usar uma analogia fora

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de moda, de enciclopédias em vez de Wikipedia, mas vou fazer isso para tentar ajudar a explicar que, quando fizemos esse inven-tário, precisávamos analisar quantidades enormes de informação.

Nossa informação genética é organizada em uma serie de 46 vo-lumes, e, quando fizemos isso, tivemos de dar conta de cada um desses 46 volumes, porque, em alguns casos de autismo, na ver-dade, falta um volume inteiro. Mas tínhamos que ser mais mi-nuciosos que isso. Para isso, tínhamos que começar a abrir esses livros e, em alguns casos, a mudança genética era mais sutil. Tal-vez fosse um único parágrafo faltando, ou, ainda mais sutil que isso, uma única letra, uma entre três bilhões de letras que estives-se modificada, alterada, e, mesmo assim, tivesse efeitos profundos

em termos de como o cérebro funciona e afeta o comporta-mento. Fazendo isso com essas famílias, conseguimos dar conta de aproximadamente 25% dos indivíduos e determi-nar que havia um único e poderoso fator genético que cau-sava o autismo nessas famílias. Por outro lado, há 75% que ainda não compreendemos.

Mas, fazermos isso foi realmente impressionante, porque percebemos que não havia apenas um gene para o autismo. Na verdade, as estimativas atuais são de que haja de 200 a 400 genes diferentes que podem causar o autismo. E isso explica, em parte, por que vemos um espectro tão amplo em termos de seus efeitos. Embora existam todos esses genes, existe um método na loucura. Não é simplesmente randô-mico 200, 400 genes diferentes, mas, na verdade, eles se encaixam. Eles se encaixam em um trajeto. Eles se encai-xam em uma rede que está começando a ser compreendida hoje, em termos de como o cérebro funciona.

Estamos começando a ter uma abordagem ascendente, em que estamos identificando esses genes, essas proteí-nas, essas moléculas, entendendo como interagem entre si para fazer esse neurônio funcionar, entendendo como esses neurônios interagem para fazer os circuitos funcionarem, e entender como esses circuitos funcionam para controlar o comportamento e entender isso tanto em indivíduos com autismo quanto em indivíduos que possuem cognição nor-mal. Mas o diagnóstico precoce é fundamental para nós. Ser capaz de fazer esse diagnóstico em alguém que é suscetível em um momento no tempo em que podemos transformar, impactar um cérebro que está crescendo e se desenvolven-do é crucial.

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Por isso, pessoas como Ami Klin desenvolveram métodos para conseguir levar crianças, bebês, e poder usar biomarcadores, nes-te caso, o contato ocular e o rastreamento ocular, para identificar uma criança em risco. Essa criança em particular, vocês podem ver, fazendo um contato visual muito bom com essa mulher en-quanto ela canta “A Dona Aranha”, na verdade não vai desenvol-ver autismo. Sabemos que esse bebê vai estar livre disso. Por ou-tro lado, esse outro bebê vai desenvolver autismo. Nesta criança em particular, pode-se ver que ela não faz bom contato visual. Em vez de os olhos terem foco e de terem uma conexão social, estão olhando para a boca, para o nariz, olhando para outra direção, mas novamente não se conectando socialmente, e sendo capaz de fazer isso em escala muito grande, examinar os bebês, examinar as crianças para ver se têm autismo, através de algo bem robusto, bem confiável, será bem útil em termos de conseguirmos intervir em um estágio precoce, em que podemos causar o maior impacto.

Como vamos intervir? Provavelmente será uma combinação de fatores. Em parte, em alguns indivíduos, vamos tentar usar me-dicamentos. Então, na verdade, identificar os genes do autismo é importante para nós para identificarmos os alvos dos medicamen-tos, para identificarmos coisas que possamos impactar e termos certeza de que é realmente aquilo que precisamos fazer no autis-mo. Mas essa não será a única resposta. Além de apenas medica-mentos, vamos usar estratégias educacionais.

Alguns indivíduos com autismo têm uma programação cerebral um pouquinho diferente. Eles aprendem de forma diferente. Eles absorvem o que está ao redor de forma diferente, e precisamos conseguir educá-los de forma mais eficiente para eles. Além disso, há muitos indivíduos nesta sala que têm grandes ideias em ter-mos de novas tecnologias que possamos usar, tudo, desde disposi-tivos que podemos usar para treinar o cérebro para torná-lo mais

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eficiente e conseguir compensar as áreas em que ele tenha algum probleminha, até coisas como o Google Glass.

Vocês podem imaginar, por exemplo, que o Gabriel, com sua estranheza social, possa usar um Google Glass com um fone de ouvido em sua orelha, possibilitando que um treina-dor o ajude a pensar em conversas, em como puxar conver-sas, sendo capaz até de, um dia, convidar uma moça para um encontro.

Todas essas novas tecnologias oferecem oportunidades tre-mendas para que consigamos impactar os indivíduos com autismo, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Mesmo sabendo tanto, há muito mais que ainda não sa-bemos, e, por isso, convido todos vocês a nos ajudarem a pensar em como fazer isso de forma melhor, em como usar, enquanto comunidade, nossa sabedoria coletiva para conseguirmos fazer a diferença, e, em particular, para os indivíduos e famílias com autismo, eu convido vocês a se juntarem à Rede Interativa do Autismo, a serem parte da solução, porque realmente serão necessários muitos de nós para pensar no que é importante, no que vai fazer uma dife-rença significativa.

Ao pensarmos em algo que seja potencialmente uma so-lução, vai funcionar bem? É algo que realmente vai fazer a diferença em suas vidas, enquanto indivíduos, enquanto família com autismo? Vamos precisar de indivíduos de to-das as idades, dos jovens aos idosos, e de todas as formas e tamanhos do transtorno do espectro autista, para garantir que causemos impacto. Então, convido todos vocês a se juntarem à missão e a ajudar a conseguir tornar as vidas de indivíduos com autismo muito melhor e muito mais rica. Obrigada. (Aplausos)

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