OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 -...

12
SIC OBSTETRÍCIA OBSTETRÍCIA VOL. 1

Transcript of OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 -...

Page 1: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

SIC

OBST

ETRÍ

CIA

OBST

ETRÍ

CIA

VOL.

1

Page 2: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

Autoria e colaboração

Fábio Roberto CabarGraduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Mestre e doutor em Obstetrícia e Ginecologia pelo HC-FMUSP, onde é médico preceptor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia. Título de especialista pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

Atualização 2017

Fábio Roberto Cabar

Page 3: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final, todas comen tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa.

Um excelente estudo!

Page 4: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

Índice

Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ................ 15

1. Fisiologia da gestação ..............................................16

2. Diagnóstico de gravidez ........................................20

Resumo ............................................................................ 23

Capítulo 2 - Modifi cações locais e sistêmicas no organismo materno ................25

1. Introdução .................................................................. 26

2. Modifi cações locais ................................................. 26

3. Modifi cações sistêmicas ........................................ 28

4. Metabolismo ..............................................................35

Resumo ............................................................................ 38

Capítulo 3 - Assistência pré-natal .................41

1. Defi nição ..................................................................... 42

2. Anamnese ..................................................................44

3. Exame físico ...............................................................48

4. Exames subsidiários ................................................53

5. Vacinação .................................................................. 59

6. Suplementação vitamínica ...................................60

Resumo ........................................................................... 62

Capítulo 4 - Relações uterofetais ................. 63

1. Defi nição .....................................................................64

2. Atitude ........................................................................64

3. Situação ......................................................................64

4. Apresentação............................................................64

5. Posição .........................................................................67

6. Variedade de posição .............................................68

Resumo ............................................................................ 70

Capítulo 5 - O trajeto ........................................ 71

1. Defi nição ......................................................................72

2. Bacia obstétrica ........................................................72

3. Bacia mole ...................................................................76

Resumo ............................................................................ 79

Capítulo 6 - O parto ..........................................81

1. Mecanismo de parto ................................................ 822. Assistência clínica ao parto ...................................913. Partograma ................................................................974. Hemorragia puerperal ........................................100Resumo .......................................................................... 109

Capítulo 7 - Tocurgia ........................................111

1. Cesárea ....................................................................... 112

2. Fórcipe ........................................................................124Resumo .......................................................................... 130

Capítulo 8 - Gestação gemelar ..................... 131

1. Introdução .................................................................1322. Incidência e epidemiologia ...................................1323. Zigoticidade e corionicidade ................................1324. Diagnóstico ...............................................................1355. Particularidades e complicações maternas

relacionadas ..............................................................1356. Complicações fetais ...............................................1367. Complicações específi cas ..................................... 1388. Gestação monoamniótica ................................... 1429. Gestações trigemelares ou de ordem maior ....14310. Acompanhamento pré-natal .............................14311. Resolução da gestação e parto ........................ 144Resumo .......................................................................... 146

Capítulo 9 - Puerpério ....................................147

1. Defi nição ................................................................... 1482. Modifi cações locais ............................................... 1483. Modifi cações sistêmicas ...................................... 1494. Cuidados durante o puerpério........................... 1505. Amamentação.......................................................... 1516. Recomendações de contracepção para

mulheres lactantes ................................................ 154

Resumo .......................................................................... 158

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

Ciru

rgia

do

Trau

ma

Que

stõe

s

Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

Ciru

rgia

do

Trau

ma

Com

entá

rios

Page 5: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

Modificações locais e sistêmicas no organismo materno

Fábio Roberto Cabar

Várias são as alterações ocorridas no corpo durante a gestação. Este capítulo aborda, de maneira abrangente, tanto modificações locais do sistema reprodutor quanto modificações sistêmicas após a concepção. As altera-ções mais abordadas por questões ocorrem no sistema cardiovascular: a queda da pressão arterial é observada graças à diminuição da resistência periférica e à adição de um circuito de baixa pressão por meio da circula-ção uteroplacentária. Na gestação, ocorre aumento do volume sanguíneo acompanhando de menor aumento da celularidade vermelha, levando ao estado de hemodilui-ção, ou anemia fisiológica da gestação. Há diminuição da resistência vascular e aumento da frequência cardíaca, levando a queda dos níveis pressóricos. A síndrome hipercinética caracteriza o sistema cardiovascular na gestação. As alterações mais importantes acontecem no débito cardíaco e na distribuição dos fluxos sanguí-neos aos diversos sistemas.

2

Page 6: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

sic obstetrícia26

1. IntroduçãoDiversas alterações ocorrem em diferentes órgãos e sistemas da mu-lher grávida para possibilitar o adequado desenvolvimento do embrião durante a gestação.

As modificações nos órgãos genitais ocorrem precocemente e ao longo de toda a gestação. As modificações sistêmicas, por sua vez, propor-cionam o indispensável às necessidades metabólicas, possibilitando a formação dos tecidos e órgãos e fornecendo reservas nutricionais para a vida neonatal.

As exigências da gestação podem atingir os limites da capacidade fun-cional de muitos sistemas maternos, ocasionando o aparecimento de quadros patológicos ou o agravamento dos preexistentes.

2. Modificações locais

A - ÚteroAs modificações locais ou genitais acontecem principalmente no útero, local onde o ovo se nidifica e se desenvolve. O útero apresenta modifi-cações de volume, consistência, forma, situação e coloração.

Durante a gestação, acontecem hipertrofia e hiperplasia celular, que modificam o peso e o volume uterinos. O estímulo hormonal (principal-mente estrogênico) e o crescimento fetal fazem que, ao final da gesta-ção, o útero gravídico pese cerca de 1.000g e tenha capacidade de 4 a 5L. O crescimento do útero não é regular ao longo da gestação: por volta da 12ª semana, o fundo uterino pode ser palpado pouco acima da sínfise púbica; ao redor de 16 semanas, está a meia distância entre a sínfise e a cicatriz umbilical, passando a crescer 1cm por semana a par-tir desse momento.

DicaA progesterona tem

importante papel na ma-nutenção da quiescência

miometrial durante a fase de hipertrofia e hiperpla-sia das fibras musculares

do miométrio.As glândulas cervicais também sofrem hiperplasia e hipertrofia desde o início da gestação, resultando, na maioria das vezes, na exposição da junção escamocolunar. Esse fato torna a ectocérvice friável e mais sus-cetível a traumatismos e sangramentos.

Após a nidação, é verificado amolecimento na zona de implantação do embrião. Este se propaga por todo o órgão, principalmente nas regiões do istmo (sinal de Hegar – Figuras 1 e 2) e do colo uterino (sinal de Goo-dell). É a embebição gravídica que torna o útero mole e pastoso.

Figura 1 - Avaliação para a presença do sinal de Hegar Figura 2 - Identificação de sinal de Hegar no útero

Page 7: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

Relações uterofetais

Fábio Roberto Cabar

Este capítulo aborda as relações do feto com o útero materno e com ele mesmo. A atitude fetal é definida como a relação das diferentes partes fetais entre si. A atitude fetal fisiológica é a de flexão generalizada. Situa-ção é a relação entre o maior eixo uterino com o maior eixo fetal; e pode ser longitudinal, quando ambos os eixos coincidem ou transversal, quando o feto se dispõe mais ou menos perpendicularmente ao maior eixo ute-rino. A apresentação é a região do feto que ocupa a área do estreito superior e nela vai se insinuar; só é definitiva no penúltimo ou até mesmo no último mês da gestação. Posição é a relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo materno, podendo ser direita ou esquerda; a posição mais comum no final da gestação é à esquerda. E variedade de posição é a relação entre o ponto de refe-rência da apresentação fetal e o ponto de referência da bacia materna.

4

Page 8: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

sic obstetrícia64

1. DefiniçãoAs relações do feto com a bacia materna e com o útero constituem a estática fetal. Seu estudo permite o conhecimento da nomenclatura obstétrica, fundamental para o tocoginecologista.

2. AtitudeA atitude fetal é definida como a relação das diferentes partes fetais entre si. A atitude fisiológica do feto é de flexão da coluna vertebral para diante, a cabeça levemente fletida e as coxas fletidas sobre a ba-cia. No todo, o feto tem a configuração de um ovoide com 2 extremida-des: polos cefálico e pélvico.

Na gestação a termo, o feto medindo aproximadamente 50cm de com-primento ocupa um espaço de 30cm na cavidade uterina. Durante o trabalho de parto, ocorre a retificação do feto, que adquire a forma de um cilindro.

Figura 1 - Atitude fetal fisiológi-ca: flexão generalizada A quantidade de líquido amniótico influi sobre o grau de flexão.

Quando em pequena quantidade, observa-se configuração ovoide mais acentuada.

3. SituaçãoSituação é a relação entre o maior eixo uterino e o maior eixo fetal. Pode ser longitudinal, quando ambos os eixos coincidem, ou trans-versal, quando o feto se dispõe mais ou menos perpendicularmente ao maior eixo uterino. Na situação longitudinal, encontrada em 99,5% das gestações, distingue-se a apresentação do polo cefálico ou do polo pélvico.

A situação transversa é exceção, encontrada em apenas 0,5% das ges-tações. Multiparidade, polidrâmnio, placentação anômala, anomalia uterina, miomas submucosos e malformações fetais são fatores pre-disponentes a esse tipo de situação fetal.

Figura 2 - (A) Situação longitudinal e (B) situação transversa

4. ApresentaçãoTrata-se da região do feto que ocupa a área do estreito superior e nela vai se insinuar.

Page 9: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

SIC

QUE

STÕ

ES E

CO

MEN

TÁRI

OS

OBST

ETRÍ

CIA

VOL.

1 - R

EVAL

IDA

Page 10: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

QUESTÕES

Cap. 1 - Fisiologia da gestação ..................................... 163

Cap. 2 - Modifi cações locais e sistêmicas no organismo materno ......................................... 163

Cap. 3 - Assistência pré-natal ...................................... 163

Cap. 4 - Relações uterofetais ....................................... 165

Cap. 5 - O trajeto .............................................................. 165

Cap. 6 - O parto .................................................................166

Cap. 7 - Tocurgia ...............................................................170

Cap. 8 - Gestação gemelar ............................................170

Cap. 9 - Puerpério ............................................................170

COMENTÁRIOS

Cap. 1 - Fisiologia da gestação ..................................... 173

Cap. 2 - Modifi cações locais e sistêmicas no organismo materno ......................................... 173

Cap. 3 - Assistência pré-natal ...................................... 173

Cap. 4 - Relações uterofetais ....................................... 175

Cap. 5 - O trajeto .............................................................. 175

Cap. 6 - O parto ................................................................. 175

Cap. 7 - Tocurgia ............................................................... 179

Cap. 8 - Gestação gemelar ............................................ 179

Cap. 9 - Puerpério ............................................................ 179

Índice

As questões INEP e UFMT, que compõem a maior parte dos testes utilizados neste volume, foram extraídas de provas de revalidação. Por isso, nos casos de temas ainda não abordados ou pouco explorados nas provas do Revalida, selecionamos questões de Residência Médica como complemento de estudo.

Page 11: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

Obs

tetr

ícia

Que

stõe

sQuestõesObstetrícia

Fisiologia da gestação

2013 - UFMT - REVALIDA1. Os níveis de progesterona da fase lútea são respon-sáveis por:a) modifi cações proliferativas endometriais b) redução da pulsatilidade do LH c) fi lância do muco cervical d) extrusão do óvulo pelo ovário

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Modifi cações locais e sistêmicas no organismo materno

2014 - UFMT - REVALIDA2. Na suplementação vitamínica para gestantes, um cui-dado especial deve ser tomado com a ação teratogênica de altas doses da vitamina:a) B1b) B6c) Ad) E

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2013 - UFMT - REVALIDA3. Com relação às modifi cações sistêmicas no organismo materno encontradas na gravidez com evolução normal, analise as afi rmativas a seguir: I - Ocorre aumento da taxa de fi ltração glomerular. II - O volume plasmático encontra-se aumentado. III - A viscosidade plasmática encontra-se diminuída. IV - Ocorre aumento absoluto do volume eritrocitário. Está(ão) correta(s): a) I, II, IVb) III, apenas c) I, II, III, IV d) II, apenas

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Assistência pré-natal

2016 - INEP - REVALIDA4. Uma mulher de 26 anos, G2P1, com 22 semanas de gestação; comparece à consulta de pré-natal para che-car resultados de exames e situação vacinal. Os resulta-dos dos exames revelam VDRL, anti-HIV, HBsAg e anti--HBs negativos. Do cartão de vacinas constam 2 doses de vacina contra hepatite B, com a última há 3 anos, 1 dose de vacina contra febre amarela há 12 anos e 3 doses de vacina para difteria e tétano (dT) – última dose há 4 anos. Para a atualização da situação vacinal dessa ges-tante, deve-se recomendar a aplicação de:a) 1 dose de vacina contra hepatite B + 1 dose de vaci-

na contra febre amarela + 1 dose de vacina contra in-fl uenza, todas nessa consulta

b) 1 dose de vacina contra hepatite B + 1 dose de vacina contra infl uenza, ambas nessa consulta, e 1 dose de vacina dTpa entre 27 e 36 semanas de gestação

c) 3 doses de vacina contra hepatite B, com intervalos de 30 dias entre as doses, e 1 dose de vacina contra in-fl uenza + 1 dose de vacina dTpa, ambas nessa consulta

d) 3 doses de vacina contra hepatite B, com intervalos de 30 dias entre as doses, 1 dose de vacina contra fe-bre amarela, nessa consulta, e 1 dose de vacina dTpa entre 27 e 36 semanas de gestação

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2015 - INEP - REVALIDA5. Uma paciente de 24 anos, solteira, primigesta, com-parece à Unidade Básica de Saúde para a sua 1ª consul-ta pré-natal. O tempo de amenorreia é de 14 semanas, além de queixar-se de náuseas e vômitos frequentes, principalmente no período da manha. Refere que os sin-tomas vêm piorando desde que soube estar grávida. O exame físico geral está normal, e o exame obstétrico é compatível com os de uma gestação de 14 semanas. As náuseas e os vômitos na forma descrita pela paciente:a) constituem sintomas precoces de gravidez múltipla,

de modo que a principal medida no momento é aguar-dar o resultado da ultrassonografi a para verifi car a gemelaridade

b) são sintomas de alerta para problemas com neoplasia trofoblástica gestacional, sendo recomendados an-tieméticos e monitorização dos níveis de gonadotrofi -na coriônica

Page 12: OBSTETRÍCIA VOL. 1 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · As questões ao final, ... Capítulo 1 - Fisiologia da gestação ... politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

ComentáriosObstetrícia

Fisiologia da gestação

Questão 1. A fase lútea é caracterizada por elevação aguda dos níveis de progesterona, e tem duração de 11 a 17 dias. Os níveis elevados de progesterona atuam supri-mindo um novo crescimento folicular, através da redu-ção da produção de LH. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A fase proliferativa é a fase estrogênica, que antecede a ovulação, a qual se segue a fase secreto-ra, em que há predomínio da progesterona.b) Correta.c) Incorreta. A progesterona torna o muco mais espesso.d) Incorreta. Esse fenômeno se dá pelo pico de LH.Gabarito = B

Modifi cações locais e sistêmicas no organismo materno

Questão 2. A vitamina A em altas doses é teratogênica, pois interfere nos genes homeobox, que são envolvidos na embriogênese. Gabarito = C

Questão 3. Durante a gestação, ocorrem diversas modi-fi cações no organismo materno. As principais modifi ca-ções incluem: aumento da frequência cardíaca materna, aumento do débito cardíaco, aumento do volume plas-mático, diminuição da viscosidade sanguínea (hemodilui-ção), aumento no número de hemácias (30%), leucocito-se relativa e aumento de agentes pró-coagulantes. As 4 afi rmativas estão corretas.Gabarito = C

Assistência pré-natal

Questão 4. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Não há indicação de vacinação de rotina contra a febre amarela na gestação. Além disso, a ges-tante deve receber 1 dose de dTpa no 3º trimestre, a des-

peito de estar com a vacinação contra difteria e tétano em dia (DT), pois a vacina dTpa visa proteger o recém--nascido da infecção coqueluche nos primeiros meses de vida.b) Correta. A gestante está com a vacinação contra he-patite B incompleta (são 3 doses), o que justifi ca a aplica-ção imediata de uma dose imediatamente. As gestantes também devem receber uma dose contra o vírus infl uen-za na gravidez. Por último, a gestante deve receber 1 dose de dTpa no 3º trimestre, a despeito de estar com a vacinação contra difteria e tétano em dia (DT), pois a vacina dTpa visa proteger o recém-nascido da infecção coqueluche nos primeiros meses de vida.c) Incorreta. A gestante já recebeu 2 doses da vacina con-tra hepatite B (total de 3), o que torna desnecessária a aplicação de mais 3 doses dessa vacina. Além disso, não é rotina na gestação o uso de vacina contra a febre ama-rela. Faltou, ainda, 1 dose de dTpa no 3º trimestre.d) Incorreta. A gestante já recebeu 2 doses da vacina contra hepatite B (total de 3), o que torna desnecessá-ria a aplicação de mais 3 doses dessa vacina. Além disso, não é rotina na gestação o uso de vacina contra a febre amarela.Gabarito = B

Questão 5. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Trata-se de êmese gravídica, sintoma co-mum no início da gestação. Não é possível caracterizar quadro de hiperêmese gravídica, pois não há história de vômitos incoercíveis, alteração de eletrólitos, per-da de peso etc. Também não há motivo para a hipóte-se diagnóstica de gemelaridade, pois a êmese gravídica também ocorre em gestações únicas.b) Incorreta. Não há nenhum sinal clínico de doença tro-foblástica gestacional: sangramento vaginal, útero maior do que o esperado para a idade gestacional, hiperêmese gravídica, aumento precoce dos níveis pressóricos com proteinúria, hipertireoidismo, cistos tecaluteínicos. Des-ta forma, esse diagnóstico é muito improvável.c) Incorreta. A êmese gravídica não é decorrente do au-mento uterino, e esses sintomas não pioram ao longo da gestação; ao contrário, tendem a melhorar após o 1º trimestre. Não é conduta adequada evitar comer pela manhã, nem repouso após as refeições.d) Correta. A êmese gravídica é um quadro comum no começo da gestação que tende a melhorar a partir do fi m do 1º trimestre. Acredita-se que são as alterações

Obs

tetr

ícia

Com

entá

rios