Odespertar_n72

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Jornal do Centro de Aprendizagem em Comunicação Social do Agrupamento de Escolas de Vale D’Este O despertar LIVRO ANDANTE http://issuu.com/odespertar http://www.facebook.com/jornal.Odespertar http://jornalodesperta0.wix.com/odespertar ESTRADA DE AFETOS Direção | Jorge Pimenta Escola-Sede | Escola Básica e Secundária de Vale D’Este, Viatodos, Barcelos Periodicidade | Semestral Número 72 | junho. 2014 entrevista com Mª JOSÉ FIGUEIREDO: CASA DE FRALÃES > pp.14-15 efemérides Sophia de Mello Breyner Andresen: 10 anos depois p.17 25 DE ABRIL: 40 ANOS pp.8-9 destaque Dia do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais p.3 SEMANA DA LÍNGUA PORTUGUESA pp.4-5

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jornal escolar O Despertar 72 do Agrupamento de Escolas de Vale D' Este - Barcelos

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Jornal do Centro de Aprendizagem em Comunicação Social do Agrupamento de Escolas de Vale D’Este

O despertar

livro andante

http://issuu.com/odespertar http://www.facebook.com/jornal.Odespertar http://jornalodesperta0.wix.com/odespertar

estrada de afetos

Direção | Jorge Pimenta Escola-Sede | Escola Básica e Secundária de Vale D’Este, Viatodos, Barcelos Periodicidade | Semestral Número 72 | junho. 2014

entrevista com

Mª José figueiredo: casa de fralães > pp.14-15

efemérides

sophia de Mello Breyner andresen: 10 anos depois p.17 25 de aBril: 40 anos pp.8-9

destaque

dia do departamento de Matemática e ciências experimentais p.3

seMana da língua Portuguesa pp.4-5

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> A Direção d’O Despertar

2> A ESCOLA E O MEIO

EditorialOs últimos anos têm coincidido com um período de profundas transformações na matriz da sociedade portuguesa que, transversalmente, cruzam as suas diferentes áreas de atividade. A Educação é disso um exemplo significativo, já que as escolas têm vindo a fazer um ajustamento a um conjunto de determinismos de diversa ordem, num esforço contínuo e mais prolongado no tempo do que todos desejaríamos e que lhes exige, entre outros, combater a redução de alunos, gerir orçamentos sucessivamente mais reduzidos e lidar com crescentes problemas familiares e sociais com impacto óbvio no rendimento ou mesmo nas expetativas académicas de encarregados de educação e alunos, a despeito de uma escolaridade obrigatória que foi ampliada em tempo e exigência.

A Escola Básica e Secundária, atenta aos sinais dos tempos, tem procurado estar à altura dos desafios e é justamente nessa lógica que assumiu, já no ano letivo de 2010/2011, um projeto global e agregador de todas as sinergias: a escolaridade de 12 anos. Esta nova realidade torna possível a todas as crianças e jovens do nosso território educativo a frequência dos diferentes graus de ensino na escola da região a que pertencem, sendo, nessa medida, preparados em Viatodos para o ingresso no ensino superior e/ou no mundo do trabalho. 2011/2012 foi, desse ponto de vista, um ano-charneira no projeto, uma vez que coincidiu com o arranque das duas primeiras turmas de ensino secundário; 2012/2013 não foi um ano letivo menos importante, tendo em conta que se consolidou o projeto ao ter-se dado continuidade às duas turmas criadas no ano letivo anterior, ao mesmo tempo que se avançava com duas outras no primeiro ano da matriz do ensino secundário – 10.º ano. De resto, e nessa linha, será justamente no ano letivo de 2013/2014 que teremos os primeiros exames nacionais para alunos do curso de Ciências e Tecnologias e a primeira etapa da Formação em Contexto de Trabalho dos alunos do curso profissional, em ambos os casos no 11.º ano.

À hora a que esta edição d’O Despertar é lida, encontramo-nos à porta do ano letivo 2014/2015, aquele que, porventura, tem um peso mais expressivo no projeto do ensino secundário em Viatodos, não apenas do ponto de vista material (haverá seis turmas a funcionar em pleno), mas também no plano simbólico, dado que pela primeira vez teremos alunos que completam o seu percurso escolar, deixando, assim, a escola e ingressando numa das universidades do país.

Aos poucos, o projeto vai-se cumprindo, todavia, mais importante do que a sua concretização neste primeiro ciclo de três anos, é a sua sedimentação que passa pela abertura de portas à continuidade através do tempo, assim tornando o ensino secundário, na escola-sede, não apenas uma experiência educativa, mas antes, e sobretudo, uma marca identitária do genoma do Agrupamento e da Comunidade, que começa um pouco naquilo que O Despertar procura visibilizar: o trabalho, o empenho, as capacidades, a criatividade, o crescimento global e o envolvimento dos alunos nas dinâmicas escolares ao longo de todo o seu percurso educativo e de todas as idades.

Propriedade: Agrupamento de Escolas de Vale D'Este - Barcelos Sede: Escola Básica e Secundária de Vale D’Este, Viatodos, Barcelos - Rua das Fontainhas, n.º 175 - 4775/263 Barcelos - Telf: 252960200; Fax: 252960209 - e-mail: [email protected]/[email protected] Direção: Professor Jorge Pimenta. Equipa: Professor Pedro Ferreira (paginação), Professora Amália Teixeira e Alunos Ricardo Ferros, 9.ºA; Beatriz Lopes Ferreira e Maria Inês Silva, 8.ºC; Ana Silva, Daniela Costa, Hélder Lopes, José Araújo e Rafaela Moreira, 9.ºC; Sofia Araci Silva e Liliana Sousa, 11.ºA; Catarina Cunha e Mariana Miranda, 6.ºB (colaboração). Colaboração da Direção e dos Departamentos. Tiragem: 750 exemplares. Execução Gráfica: Oficinas S. José - Rua do Raio, Braga; Telefone: 253 609 100; e-mail: [email protected]

técn

ica

Decorreu entre os dias 18 e 21 de abril, em Viatodos, a tradicional festa da “Feira da Isabelinha”, à qual a nossa Escola e todo o Agrupamento se associaram com a organização de uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos de todo o Agrupamento.

Move-nos desde sempre divulgar, junto da comunidade educativa e do meio envolvente, uma parte do trabalho desenvolvido pelos nossos alunos, ao longo do ano.

Este ano, a nossa exposição, coordenada pelo Prof. João Oliveira, contou com a participação dos Departamentos da Educação Pré-escolar, do 1.º Ciclo, de Línguas, de Ciências Sociais e Humanas e das Expressões, bem como da Educação Especial, do Centro de Aprendizagem em Comunicação Social e da Direção. Assim, tivemos expostos trabalhos realizados pelos alunos nos Grupos Disciplinares de Português, Francês, Inglês, Espanhol, História, Geografia, História e Geografia de Portugal, Filosofia, EMRC, Ed. Visual, Ed. Musical, Ed. Tecnológica, Ed. Física e Ed. Especial.

A abertura oficial da exposição ocorreu no dia 18 de abril, pelas 18.30 horas, com uma pequena cerimónia na qual estiveram presentes o senhor deputado Dr. Nuno Reis e os presidentes das Juntas de Freguesia do território educativo; também a Direção da Escola, o Executivo da Feira da Isabelinha, Professores e Funcionários marcaram presença.

A exposição esteve aberta ao público nos dias 19 e 20 de abril, das 17 às 24 horas, e no dia 21 de abril, das 10 às 20 horas e, como é habitual, foi visitada por milhares de pessoas, tendo-se registado uma das maiores afluências de sempre.

Para além dos habituais forasteiros que se deslocam a Viatodos, a “Nossa Exposição” foi visitada por muitos pais e encarregados de educação, alunos, antigos alunos e antigos professores que, pelos testemunhos recolhidos, muito apreciaram a qualidade da mostra e dos trabalhos expostos.

A “Nossa Exposição” acaba, assim, por ser indelevelmente valorizada pela comunidade envolvente. Ela serve de pretexto para muitos pais voltarem a pisar a escola onde estudaram e recordarem, com os filhos, nossos alunos, episódios marcantes da sua vida académica. Ela é o epicentro de passagem nos diferentes dias de festa da Isabelinha.

> Professor João Oliveira, Coordenador da Exposição

Exposição da Feira da isabelinha

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3> A ESCOLA EM MOVIMENTO

No dia 4 de abril, já na sua 5.ª edição, vivemos o Dia do Departamento, com um empenho e entusiasmo redobrados. Reinventamo-nos para proporcionar a todos novas e fantásticas aventuras, através das ciências experimentais, da matemática e das tecnologias de informação e comunicação.

Neste dia, as salas de aula abrem-se para o Saber na sua dimensão mais lúdica, apelando à descoberta e ao encantamento a que a ciência nos pode transportar.

E os currículos deixam de estar dentro de densos manuais. Ao folhear cada um, em cada página, há uma nova descoberta, uma nova forma de aprender, uma nova aventura que nos surpreende.

Vamos mais uma vez revisitar a nossa escola.

Na biblioteca, o torneio de xadrez convidava à concentração, à estratégia e à saudável competição. E toda a tarde assim foi, até os alunos vencedores receberem os merecidos troféus.

No laboratório 1, as ciências naturais do 2.º ciclo criaram um ambiente de exploração e descoberta, analisando o sistema digestivo, circulatório e respiratório de um porquinho, cujos órgãos internos tanto se assemelham aos nossos. E a investigação continuou, com a ajuda de monitores, na sala repleta: observaram fungos e

líquenes com lupa; células sanguíneas ao microscópio ótico; testaram processos que simulam o tratamento de água à escala industrial, experimentaram a magia de colorir peças de flores, auscultaram os batimentos cardíacos com estetoscópio e montaram modelos anatómicos.

No laboratório 2, as ciências físico-químicas e as ciências naturais, do 3.º ciclo, desdobraram-se para surpreender e mostrar como a fantasia se pode tornar realidade, quando o Saber é consistente. E numa sala onde só se ouvia a voz dos professores e o som dos monitores, os alunos acotovelaram-se para ter um lugar, observando e experienciando “A Química na Culinária” com “O bolo na caneca”, “Mousse de limão” e “Ação do fermento em pó, no bolo”; também as ciências naturais com “À descoberta do ovo estragado”, “A explosão das pipocas”, “Testes de concentração através de ilusão ótica”, “Teste de reflexo pupilar” e “Teste de coordenação motora”.

No pavilhão C decorriam os jogos da matemática. No andar de cima, as salas estavam cheias de “jogadores” que participaram no concurso "Ás da matemática”, para o 7.º, 8.º e 9.º anos, “Bingo da matemática” e “Sala dos jogos”. E como foi maravilhoso ver o sorriso entusiasta dos vencedores exibindo orgulhosamente as

medalhas conquistadas!

No polivalente, dominaram as tecnologias de informação e comunicação com as salas abertas à “Lan Party”. E, junto à janela, uma pequena “Exposição de plantas” dava um toque de natureza e cor.

E a visita terminou já depois da hora marcada, pois muitos alunos continuaram persistentes nas salas abertas, sem darem conta do tempo passar.

Muito trabalho, empenho e uma colaboração dedicada são o segredo de um dia bem-sucedido.

Para o ano??? Aguardem novas surpresas...

> Professora Rosa Maria Cardona

Dia do Departamento

de MateMática e ciências experiMentais

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4> A ESCOLA EM MOVIMENTO

A Semana da Língua Portuguesa é já um certame com um espaço próprio nas dinâmicas do Agrupamento de Escolas de Vale D’Este, não apenas pela regularidade com que vem sendo dinamizado, mas, sobretudo, por proporcionar aos nossos jovens de todas as idades e graus de ensino o encontro com o livro, com a leitura e, genericamente, com a língua materna enquanto mola de construção de conhecimento potenciador de aprendizagens de forma transversal.

Na sua VI edição, realizada entre 10 e 14 de março, a Semana da Língua Portuguesa reforçou a sua linha formativa e formadora apostando, de novo, num formato que tem já uma identidade própria e que envolve, inevitavelmente, ano após ano, o contacto de alunos com escritores e ilustradores seus conhecidos, visitas de estudo e ainda a possibilidade de construção coletiva de uma narrativa interturmas – o Livro Andante.

E, haverá melhor forma de dar início às atividades do que contactar com Pedro Seromenho, um autor de literatura infanto-juvenil com uma vasta obra que a generalidade dos alunos, sobretudo ao nível do 7.º ano, conhece já? Foi no dia 10 de março, numa sessão envolvendo as turmas B e F do 7.º ano que, após preparação na sala de aula, os alunos-leitores puderam travar uma conversa com Seromenho, assim refletindo sobre o livro, a leitura para jovens, a escrita de autor e ilustração. De resto, a forma como Seromenho organizou a sua apresentação, combinando as ideias e os temas com ilustrações, que surgiam à medida que as palavras eram lançadas, teve um grande impacto na plateia que, no final, pôde privar de forma mais particular com o autor, adquirindo obras e levando para casa a sempre tão ansiada dedicatória.

No dia 12, os alunos do 5.º ano participaram num encontro com João Manuel Ribeiro. Animados e curiosos, os pequenos leitores puderam “entrevistar” o escritor. Já conheciam algumas das suas obras, pois tinham lido excertos das mesmas nas aulas de Português e alguns, seguindo o exemplo do convidado, até já se tinham aventurado a brincalhar com as rimas… Afável, atento e bem-humorado, João Manuel Ribeiro correspondeu ao interesse dos seus interlocutores, aproveitando a ocasião para lhes falar da importância da leitura e da escrita. E assim, seduzidos, o tempo parou um bocadinho, o tempo de ouvir com gosto e atenção alguns episódios autobiográficos vividos pelo autor com o seu avô, as respostas,

claras e precisas, a todas as perguntas (e foram muitas!) e a leitura cativante de alguns dos seus poemas. Um tempo para refletir, conviver e aprender. No final da sessão, o autor autografou os livros adquiridos pelos alunos que esperaram com alguma ansiedade para ver a dedicatória com que a todos brindou.

No dia 13, o desenho e a ilustração voltaram a fazer as delícias dos nossos alunos, na circunstância das turmas E e F do 8.º ano, que puderam contactar com Rosa Vaz, artista multifacetada que desenvolve a sua atividade no campo da pintura, ilustração e escrita, entre outras. Além da sua atividade artística, é também professora estando, enquanto comunicadora, habituada a lidar com crianças e jovens. Nessa medida, estabeleceu-se um diálogo espontâneo e vivo, tendo a autora/ilustradora partilhado com os nossos jovens a sua experiência. Além de dar resposta a todas as questões colocadas pelos alunos, Rosa Vaz partilhou com todos a sua visão sobre a vida e sobre a importância que dá à atitude, incentivando os jovens a serem participativos, à sua medida, na vida em sociedade. Os alunos apreciaram muito este encontro tendo esse facto ficado registado, por escrito, nas mensagens individuais que endereçaram à artista.

Semana daLíngua Portuguesa

EU TAMBÉM TIVE…

Eu tive um lagartoQue se chamava JoãoE lavava-se no quarto.

Eu tive uma aranhaQue se chamava DanielaE comia da panela.

Eu tive uma galinhaQue se chamava MariaE dormia na cozinha.

Eu tive um pássaroQue se chamava BenjamimE gostava de ser assim.

> Tiago Silva, 5.ºB

E EU POR UM TRIZ…

Não caí nos carris,Não fiz a bissetriz,Não torci o nariz,Não comprei o juiz,Não comi a codorniz,Não falei com a Beatriz,Não vendi o verniz eNão parti o gizNa aula da professora Beatriz!

> Iara Azevedo, 5.º C

Concomitantemente, e cruzando um horizonte temporal que se estendeu para lá da semana em que se fundou, tivemos a já popular atividade Livro Andante, propiciadora de um encontro dos jovens com a língua na perspetiva da escrita criativa. À semelhança do ocorrido em anos anteriores, cada turma, acompanhada do professor, e obedecendo a um calendário previamente estabelecido, viria a dar o seu contributo a uma narrativa construída de forma faseada e tão original quanto delicada, porquanto teria de acrescentar novos elementos ao texto que herdara da turma anterior e que legaria à turma seguinte. Não, não se pense, todavia, que se trata de um trabalho anárquico onde tudo vale; pelo contrário, as turmas, para além do contacto com o construto prévio (leia-se, o capítulo escrito pela turma anterior), foram trabalhando campos inerentes à narrativa que, uma vez combinados com a ação, a tornam mais rica – é o caso das pausas para descrição, os monólogos, as reflexões do narrador, entre outros.

No final, e ao longo de 17 capítulos, o leitor é convidado a mergulhar na aventura de uma família portuguesa, nos seus dramas e alegrias, que acabam por conduzir a trama a um duplo final, bem ao jeito de “Você decide”, programa que nas décadas de 80 e 90 pontuava a programação das tardes na TV portuguesa.

A derradeira atividade implementada no âmbito da Semana da Língua Portuguesa prendeu-se com a tradicional ida ao teatro, a Braga, onde os alunos do 9.º ano, no quadro do estudo do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, viriam a assistir, no Theatro Circo, à encenação original e renovada, proposta por Rui Madeira, daquela obra do que é por todos (re)conhecido como pai do teatro português.

> A Organização

Rosa Vaz num momento da sua intervenção.

pedro seromenho ilustrou e autografou dezenas de livros.

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5> A ESCOLA EM MOVIMENTO

Aderindo à iniciativa do Plano Nacional de Leitura e da Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, promovemos o Concurso Nacional de Leitura. Os participantes requisitaram e leram as obras selecionadas e prepararam-se para a prova escrita. E foi um prazer verificar o cuidado e o empenho com que o fizeram, o que os levou a conseguir uma ótima pontuação no teste realizado. Os grandes vencedores foram o Nuno Sousa e a Vera Torres, do 7.º C, e a Maria Barbosa, do 9.º D.

Estes três alunos prepararam-se então para a final distrital que se realizou no dia 23 de abril – Dia Mundial do Livro – e que foi organizada pela Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, de V. N. de Famalicão. Um dia cheio de emoções e também de aprendizagens que não vão esquecer. E, para o ano, há mais…

> Biblioteca Escolar

Concurso nacional de Leitura

Como sempre, a nossa Escola participou no concurso concelhio de poesia Pequenos Grandes Poetas, promovido pela Rede de Bibliotecas Escolares de Barcelos, que este ano vai já na sua terceira edição.

Constituído por duas modalidades, Melhor Poema Inédito e Melhor Declamação, o concurso desenvolveu-se em duas fases: a primeira decorreu ao nível da escola e a segunda, mais abrangente, envolvendo alunos oriundos dos vários estabelecimentos de ensino do concelho, culminou num espetáculo de poesia, realizado no dia 21 de março, no auditório da Biblioteca Municipal.

Muitos alunos e professores da nossa Escola aderiram a esta iniciativa com entusiasmo e dedicação. Ao nível da produção, os grandes vencedores foram a Inês Fernandes, o Hugo Costa e a Sara Castro. No âmbito da declamação, sobressaíram a Margarida Sampaio e o João Pedro Costa, sendo que este foi a estrela que brilhou mais alto também no

ConCurso ConCeLHio De Poesia

Pequenos Grandes Poetas

Neste ano em que se dá início à comemoração de 8 Séculos da Língua Portuguesa, o mote escolhido para os poemas inéditos foi A minha pátria é a língua portuguesa (Fernando Pessoa). Eis os poemas vencedores:

Na minha vida,Só tenho uma certeza:Sei que a minha pátriaÉ a língua portuguesa!

Grandes poetas e escritoresE outras gentes conhecidasFundaram uma línguaQue mudou as nossas vidas.

Em cada pequena palavraVive um pouco de paixãoNão fosse a língua portuguesaA minha bela nação.

Com as quadras que fizFormei uma bela poesiaMas sem a língua portuguesaNada disto eu escreveria.

A língua portuguesa Vive em cada um de nósPodemos expressá-laPela escrita ou pela voz.

Acabei este poema,Arrumo tudo da mesaCom a certeza de que pátriaÉ a língua portuguesa.

> Hugo Costa, 8.º A

o sentimento é tanto

O sentimento é tantoQue não consigo explicarDe tal maneiraTenho de o declarar:A língua portuguesa É a minha pátria!

As palavras que dizemosNão as dizemos em vãoUmas tocam no coraçãoOutras gritam emoção…

Aprender a falar portuguêsÉ aprender a viver!

> Inês Fernandes, 6.º B

Uma civilização a criou

Uma civilização a criou,Camões a reformulou,Um povo a pronunciouE uma sociedade a reinventou.

O idioma que transcende a nação E que a todos os lusos enche o coração,Por isso se pode dizer que a minha pátria é paixão,Orgulho imaculado, Dádiva da mãe natureza,A minha pátria é a língua portuguesa.

> Sara Castro, 10.º A

o João pedro foi o grande vencedor do 3.º Ciclo, tendo declamado o poema Cântico Negro, de José Régio. Uma belíssima atuação que cativou o público e o júri.

a minha pátria é a língua portuguesa

sarau realizado na Biblioteca Municipal, sagrando-se vencedor entre os vários alunos do concelho no seu escalão (3.º ciclo). Parabéns ao João e a todos os nossos poetas e declamadores!

João Manuel Ribeiro

da ilusão fiz foguetão,do foguetão fiz Plutão,de Plutão fiz dragão,de dragão fiz melão,de melão fiz melancia, de melancia fiz bacia,da bacia fiz agulha,de agulha fiz palheiro,de palheiro fiz terra,da terra fiz guerra,da guerra fiz paz,- e nunca saí do chão.

> João Paulo Gomes, 5.º B

E EU CONTINUO…

O Mauro sou eu,Mas nada de mimSai mal, não!Sai sempre tudo bem,Pois sou espertalhão!

> Mauro Araújo, 5.º D

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6> EDUCAR PARA A SAÚDE

Quando ligamos a TV ou abrimos os jornais, constatamos que a violência nas escolas tem vindo a registar uma frequência nunca antes observada.

O Bullying (termo sem tradução adequada em português) compreende comportamentos com diferentes níveis de violência, desde piadas inoportunas/hostis até atitudes agressivas, intencionais e repetidas, sem motivação aparente, provocados por uma ou mais pessoas, causando dor, angústia, exclusão, humilhação e discriminação. São situações assimétricas entre agressor e vítima, tendo esta última dificuldade em se defender.

O número de pesquisas sobre o tema tem-se multiplicado um pouco por todo o mundo nos últimos anos. Compreender as formas como a violência se apresenta no âmbito escolar é um desafio a enfrentar. Com vista a prevenir

e a definir o efeito destes comportamentos quase virais na Escola Básica e Secundária de Vale d'Este, a temática foi divulgada entre os nossos estudantes e, na sequência desta apresentação, foi aplicado um inquérito a uma amostra de alunos da escola para que se conseguisse fazer um retrato do Bullying na nossa escola. De um total de 150 inquéritos, foram contabilizados 120 respondidos. Os resultados da realidade que vivemos podem ser analisados nos gráficos abaixo.

Há algumas perguntas que permitiam mais do que uma resposta. Isto explica o porquê de, em alguns gráficos, o número de respostas exceder o número de questionários aplicados.

Estudos mostram que, aqueles que praticam o Bullying – os agressores –, revelam baixa tolerância à frustração, são inseguros e

Bullying um estudo sobre o fenómeno na nossa escola

manipuladores. Têm também poucas competências morais e sociais e, por vezes, apresentam problemas psicológicos ou psiquiátricos severos. Na maioria das vezes, viveram situações

de grande violência (física/sexual) e provêm de famílias desestruturadas. Há casos onde se incluem o consumo de álcool/drogas.

As vítimas são, geralmente, pessoas inseguras, com baixa autoestima, dificuldades de integração em grupos, fisicamente vulneráveis e, como na maior parte das vezes andam sozinhas, estão menos propensas a oferecer resistência.

Há ainda mais um personagem neste “filme”: as testemunhas. Estas têm medo de vir a sofrer de Bullying, porque os

agressores fazem com que elas se sintam intimidadas, indefesas e inseguras; mantêm o silêncio porque não sabem como ajudar quem está a sofrer com o Bullying.

Através do inquérito aplicado, foi possível constatar alguns problemas de violência na nossa Escola, principalmente direcionados a alunos da mesma idade ou mais novos, tendo sido apresentadas razões como autodefesa, reação a insultos/ofensas ou provocações. Alguns destes episódios tiveram lugar no interior da escola e, por isso, este estudo pode servir como alerta. As testemunhas desempenham um papel fundamental na extinção do Bullying na Escola. Estas

devem AGIR. Mas, como? Intervir nas agressões não é uma boa ideia; a fim de evitar retaliações, as testemunhas devem dirigir-se a alguma figura de autoridade (um professor ou um funcionário) para que os envolvidos na agressão sejam obrigados a explicar a situação e para que saibam as consequências dos seus atos e não voltem a repeti-los. É importante que todos se sintam seguros na Escola e é dever de todos contribuir para que tal aconteça.

> Coord. Ed. Saúde

Carmo Andrade

7. Se sim, assinala a vítima ou vítimas da tua agressão.

1. Qual destes tipos de violência é, para ti, mais grave?

101

ser agredido fisicamente

ser insultado ser ameaçado/intimado

7

2

2. O que julgas motivar as pessoas a serem violentas?

já terem sofrido o mesmo

filmes violentos

sentirem-se superiores aos

raiva

drogas

racismo

por gozo

por temperamento

influência de amigos

ambiente familiar

por ser provocado

para chamar a atenção

5622

6187

3664

31

12

11

3. Quantas vezes foste vítima de ação enquadrável no descrito como bullying?

101

9 116

nenhuma vez poucas vezesuma vez muitas vezes

colegas mais novos

colegas mais velhos

alunos de outras turmas

colegas de turma

4. Se sim, por quem foste vítima de ação enquadrável no descrito como bullyng?

46%81%

65%

colegas mais velhos

alunos de outras turmas

colega de turma

5. Se sim, diz qual pensas ter sido o motivo que levou a isso.

falta de maturidade

gozo

insultos/provocação

defesa

17% 17%

63%

4% 29%

71%

4%0%

6. Alguma vez praticaste bullying?

sim Não

24

96

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7> SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE APOIO EDUCATIVO

Os professores, na sala de aula, deparam-se frequentemente com as dificuldades dos alunos ao nível da compreensão e na produção da linguagem escrita, muitas vezes associadas, como consequência, a outras dificuldades de aprendizagem como a perturbação de hiperatividade com défice de atenção. As repercussões da dislexia são muitas vezes variáveis, quer ao nível do rendimento académico, quer ao nível do comportamento e das suas competências pessoais e sociais. As crianças com dislexia revelam frequentemente características depressivas merecedoras de atenção como sentimentos de inferioridade, humor triste, frustração, desmotivação, isolamento, agressividade e angústia. Desta forma, considera-se de elevada prevalência os casos, acompanhados no serviço de psicologia, de alunos com dificuldades de aprendizagem. Estas dificuldades comprometem significativamente o rendimento escolar dos alunos, provocando lacunas em todas as restantes matérias e sentimentos de desmotivação e desvalorização pessoal e social.

A dislexia representa uma das dificuldades de aprendizagem que merece especial atenção por estar relacionada com a leitura e a escrita, áreas tão fundamentais na aprendizagem desde o processo de alfabetização, funcionando como base para as restantes aprendizagens. Constitui, esta, uma perturbação específica da aprendizagem de origem neurobiológica e genética, causada por um défice fonológico – baixo desempenho no funcionamento das zonas cerebrais, intervenientes nos processos de leitura e escrita. Estas dificuldades não são provenientes de um défice cognitivo, défice sensorial ou meio sociofamiliar desfavorecido, mas sim por dificuldades na conversão das letras em sons da linguagem. Além disso, a dislexia revela-se quando o desempenho da criança permanece abaixo do que seria esperado, de acordo com o seu nível de escolaridade, faixa etária e nível cognitivo.

O despiste da dislexia deve acontecer o mais precocemente possível, normalmente a partir da alfabetização, quando surgem as dificuldades de conversão do fonema em grafema. A avaliação e a intervenção devem ser desenvolvidas em equipa multidisciplinar constituída por um psicólogo, neurologista, professor, terapeuta da fala, pais/encarregados de educação, etc. A componente afetiva, estando inerente à aprendizagem, deve ser promovida na comunidade educativa com os pares, professores e ambiente familiar.

As crianças com dislexia, frequentemente, apresentam dificuldades na realização de testes, pois manifestam dificuldades na interpretação dos enunciados; não conseguem ler todas as questões do teste e escrevem num ritmo mais lento, por isso não cumprem o tempo disponibilizado para a realização da prova.

A Psicologia deve, então, interagir com a escola e com as famílias, no sentido de potenciar todos os recursos possíveis para um desenvolvimento pleno das capacidades académicas, pessoais e sociais.

De seguida, serão dirigidas a pais algumas sugestões para lidarem com a dislexia:•Procurar ajuda técnica especializada o mais precocemente possível;•Ser positivo, acreditar no potencial do seu filho;•Ser paciente e perseverante;•Promover a autonomia do seu filho;•Comunicar frequentemente com os professores;•Ensiná-lo a ser organizado e a gerir o seu tempo e as suas tarefas diárias;•Prestar atenção ao seu bem-estar;•Promover interesse pela aprendizagem através de atividades extracurriculares

(leitura, cinema, teatro, exposições, viagens, espetáculos, desporto);•Conversar, elogiar, informar, estimular a sua autoconfiança e autoestima.

Finalmente, serão enumerados alguns conselhos para os professores, no seu trabalho com crianças com dificuldades ao nível da leitura e da escrita:•Motivar o aluno, mostrando-se mais disponível e atento;•Acreditar nos recursos do aluno para enfrentar as suas dificuldades;• Interagir frequentemente com pais;•Promover a autoconfiança do aluno, valorizando o que ele gosta e faz bem feito;•Valorizar o esforço e o interesse do aluno;•Solicitar a participação do aluno para atividades que lhe deem prazer;•Respeitar o seu ritmo de trabalho;•Perceber se as tarefas para casa foram compreendidas e anotadas corretamente;•Ler enunciados quando perceber que o aluno é incapaz de interpretá-los

adequadamente;•Estimular a expressão oral e a participação nas aulas;•Fornecer instruções curtas e simples;•Disponibilizar dicas práticas e simples sobre como estudar melhor e sobre

orientação no espaço e no tempo;•Utilizar frequentemente esquemas para resumir a matéria;•Não insistir que o aluno leia em voz alta.

> Serviço de Psicologia do 1.º Ciclo

QuAiS SãO AS SuAS cAuSAS e cOnSeQuênciAS Dislexia o que é? o que fazer?

Não pensem os “ignorantes” que a disciplina de Filosofia não tem qualquer utilidade. Se pensarmos bem, ela está em cada um de nós a cada momento passageiro das  nossas vidas e vivências. Costumo dizer que quem não pensa não quer “trabalhar”. Refletir é essencial à condição humana e quem retorquir o contrário está completamente  equivocado. Um caminho árduo de percorrer para os mais “sábios” que de antemão se preocupam em atingir o clímax dos “PORQUÊS”.

O nosso mundo cada vez mais nos suscita interrogações, às quais muitas vezes não conseguimos dar solução. Face aos valores axiológicos e ético-morais,

cada vez mais se sente  um “VAZIO” ofuscante e sufocante em pleno século XXI. Fatores políticos e económico-sociais estão na base deste “CAOS” que se vem alicerçando há muito tempo. Seremos nós os culpados? Viveremos nós num país de contradições? Será a culpa de todos e de ninguém?... O apelo deixado em aberto tem como finalidade proporcionar momentos de reflexão aos leitores, com base na crise do século XXI a nível Mundial. A Filosofia abarca questões de grande vitalidade e, por isso, estas são tão naturais e familiares que não precisamos de um treino especial para as fazermos e tão pouco conseguimos imaginar uma existência humana sem elas.

Porque a  Filosofia é sobretudo uma atividade, percebemos melhor o que ela é a partir do que ela faz.

O estado de “catarse” e “êxtase” que o ESPANTO  nos provoca é a prova mais “nua” e “crua” de que todos estamos já na Filosofia.

Que perguntas são essas que nos fazem estar já na Filosofia?

São múltiplas e de vária índole, desde que nascemos até à morte e pós-mortem: sociais, económicas, políticas, existenciais, estéticas, morais, axiológicas e histórico-culturais. A  Filosofia  é holística neste sentido, porque abarca o

Todo. Por isso, urge a necessidade de “Espevitar as mentes adormecidas de todos os que queiram acordar!...”

> Professor Tiago Cerqueira

FilosoFar é EstaR a CamiNho...

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8> 25 DE ABRIL: 40 ANOS

No passado dia 25 do mês de abril comemoraram-se os 40 anos da Revolução dos Cravos, denominada historicamente como Revolução de 25 de Abril. Refere-se a um período da História de Portugal resultante de um movimento ocorrido no dia 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo e terminou com a implantação de um regime democrático. O golpe de estado do 25 de abril de 1974 ficou conhecido como a “revolução dos cravos”, pois não houve violência, houve cravos que foram distribuídos aos militares, sendo estes colocados nos canos das armas. Em vez de balas, havia flores, significando o renascer da vida e da mudança.

Na sequência destes acontecimentos, tivemos um volte-face no panorama político português: a 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República; o cargo de primeiro-ministro foi atribuído a Adelino da Palma Carlos.

Presentemente, a data é assinalada com um feriado nacional, no dia 25 de abril, denominado como “Dia da Liberdade”.

Os Antecedentes

Após o golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi instaurada em Portugal uma ditadura militar tendo sido eleito presidente da república Óscar Carmona, em 1928. Foi durante este mandato presidencial, período que se designou por “Ditadura Nacional”, que foi elaborada a Constituição de 1933 e instituído um regime autoritário de inspiração fascista - “o Estado Novo”. António de Oliveira Salazar passou a controlar o país através do partido único designado por “União Nacional”, ficando no poder até 1968. Foi substituído por Marcelo Caetano que seguiu a política de Salazar, que era uma ditadura. Esta forma de governo sem liberdade durou cerca de 48 anos, tendo terminado no dia 25 de abril de 1974.

Durante o Estado Novo, existiam eleições que não eram universais, sendo, por isso, consideradas fraudulentas pela oposição. Enquanto os outros países da Europa avançavam e progrediam em democracia, o regime português mantinha o nosso país atrasado e fechado a novas ideias. O Estado Novo tinha como polícia política a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), que recebeu formação da Gestapo e da CIA; tinha como objetivo censurar e controlar tanto a oposição como a opinião pública em Portugal e nas colónias.

Em Portugal, a escola só era obrigatória até à 4.ª classe; findo este período era complicado continuar a estudar. Todos os homens eram obrigados a ir à tropa, não esquecendo que estava a decorrer a guerra colonial. A censura, conhecida por «lápis azul», é que escolhia o que as pessoas liam, viam e ouviam nos jornais, na rádio e na televisão.

Numa época em que os países europeus iniciavam os seus processos de descolonização progressiva, Portugal mantinha uma política de defesa, de manutenção do Ultramar, apesar da séria contestação nos fóruns mundiais, como na ONU. A partir do início dos anos 60, face ao alastramento dos movimentos independentistas em Angola, na Guiné e em Moçambique, Portugal endureceu a sua posição quanto à manutenção das colónias, iniciando-se a Guerra Colonial.

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia certos monopólios e permaneceu pobre até à década de 1960, sendo consequência disso um significativo acréscimo da emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão de obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha. O processo iniciou-se no fim da Segunda Guerra Mundial.

25 de abril - A RevOluçãO dOS cRAvOS

Os países estrangeiros, que no início apoiavam Salazar e a sua política, começaram a fazer pressão contra Portugal. O país estava “orgulhosamente só”. Mesmo em plena Primavera Marcelista, Marcelo Caetano, que sucedeu a Salazar no início da década (em 1970, ano da sua morte), não destoa, governa em isolamento. Qualquer tentativa de reforma política era impedida pelo poder da sua polícia política (PIDE). Nos finais da década de 1960, o regime exilava-se, envelhecido, num ocidente de países em plena efervescência social e intelectual. Em Portugal cultivam-se outros ideais: defender o Império pela força das armas. O contexto internacional era cada vez mais desfavorável ao regime salazarista/marcelista. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português atrasaram o processo de descolonização: no caso de Angola e Moçambique, um atraso forçado de quase 20 anos.

Portugal mantinha laços fortes e duradouros com as suas colónias africanas, quer como mercado para os produtos manufaturados portugueses, quer como produtoras de matérias-primas para a indústria portuguesa. Muitos portugueses viam a existência de um império colonial como necessária para o país ter poder e influência.

Os vários conflitos forçavam Salazar e Marcelo Caetano a gastar uma grande parte do orçamento de Estado na administração colonial e nas despesas militares e tal contribuiu para o empobrecimento da economia portuguesa. A guerra colonial tornava-se tema forte de discussão e era assunto de eleição para as forças anti-regime. Muitos estudantes e opositores viam-se forçados a abandonar o país para escapar à guerra, à prisão e à tortura.

O 25 de Abril e suas consequências

A ação militar foi liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), que era composto, na sua maior parte, por capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Na madrugada de 25 de abril,

a operação “Fim-regime” tomou conta dos pontos mais importantes da cidade de Lisboa, em especial do aeroporto, da rádio e da TV. Para os militares avançarem, foram lançadas duas senhas na rádio, traduzidas na forma de músicas. A primeira música, denominada «E Depois do Adeus», cantada por Paulo de Carvalho, a segunda conhecida por «Grândola Vila Morena», do cantor Zeca Afonso, que ficou para sempre ligada ao 25 de Abril. O quartel do Carmo, onde se refugiara Marcelo Caetano, foi cercado e ocupado. O golpe militar foi bem recebido pela população portuguesa que saiu para as ruas sem medo. O movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado. Esta era constituída por militares. O essencial do programa do MFA é, em síntese, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.

Entre as medidas imediatas da revolução, salientam-se: a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura, os sindicatos passam a ser livres e os partidos são legalizados. No dia seguinte, a 26 de abril, são libertados os presos políticos e os líderes políticos da oposição no exílio voltam ao país. Passada uma semana, o 1.º de Maio é celebrado em plena liberdade nas ruas, pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa junta-se cerca de um milhão de pessoas. Acaba a guerra colonial e as colónias africanas e de Timor-Leste tornam-se independentes.

Finalmente, no dia 25 de abril de 1975, têm lugar as primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte. Na sequência dos trabalhos desta assembleia, é elaborada uma nova Constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976; era, deste modo, estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental.

E assim começou um novo período da nossa História. Portugal juntou-se ao resto da Europa, mas ainda havia muito, muito caminho a percorrer...

> Professoras Filomena Oliveira e Fátima Sampaio

fontes consultadaspt.wikipedia.org/wiki/Revolução_dos_Cravos | www.historiadomundo.com.br | www.slideshare.net/diuguitofelgas/o-dia-25-de-abril-de-1974abril25.paginas.sapo.pt/ | www.junior.te.pt/servlets/Bairro?P=Portugal&ID=101

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9> EFEMÉRIDES / A ESCOLA EM MOVIMENTO

Há vários momentos da História de Portugal em que os heróis individuais fazem a diferença. Este ano assinalam-se os 60 anos da morte de Aristides de Sousa Mendes e os 70 anos do nascimento de Salgueiro Maia. Estes dois homens foram considerados dois heróis da História do nosso país.

Começando por Aristides de Sousa Mendes (1885-1954), foi Cônsul  de  Portugal  em  Bordéus  no ano da  invasão da França  pela  Alemanha Nazi,  na  Segunda Guerra Mundial, e desafiou ordens expressas do seu ministro dos Negócios Estrangeiros,   António de Oliveira Salazar  (cargo ocupado em acumulação com a chefia do Governo), tendo, durante cinco dias, concedido indiscriminadamente vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da  França  em  1940. O número de vistos concedidos é ainda hoje um número controverso.

Segundo algumas opiniões, Aristides de Sousa Mendes terá salvado dezenas de milhares de pessoas do  Holocausto. Chamado de “o Schindler português”, Sousa Mendes também teve a sua lista e salvou a vida de milhares de

pessoas, das quais cerca de 10 mil eram judeus.

Também, e segundo muitas outras opiniões, Sousa Mendes é um mito criado por aqueles que desejam denegrir a figura de Salazar. Entre as personalidades portuguesas que consideram Sousa Mendes um mito, destacam-se o Professor José Hermano Saraiva, o Embaixador Carlos Fernandes e o Embaixador  João Hall Themido.

Alguns anos mais tarde, Salgueiro Maia.Fernando José Salgueiro Maia  (1944-1992) foi um militar  português e, no contexto do 25 de Abril, foi um dos distintos capitães do  Exército Português que lideraram as forças revolucionárias durante a Revolução que marcou o final da ditadura.

Em 1973, quando se iniciaram as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integrou a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de março de 1974 e do Levantamento das Caldas, foi Salgueiro Maia, a 25 de abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou o

Heróis da História de Portugal

bloqueio aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.

A vida é feita de heróis e, se não fossem pessoas como estas, o nosso país não seria o que hoje é.

> Liliana Sousa, 11.ºA

exposições

A Revolução do 25 de Abril A Presença dos Romanos em PortugalOs Reis de Portugal

O Grupo Disciplinar de História fez incluir no Plano de Atividades desta Unidade Organizacional a realização de exposições comemorativas de acontecimentos marcantes da nossa história coletiva ou sobre outros temas relacionados com a História de Portugal.

Nesse âmbito, e neste 3.º período, organizou três exposições: a primeira, sobre a “Revolução dos Cravos – 25 de abril de 1974”, que esteve patente ao público entre os dias 22 e 30 de abril; outra, sobre “A Presença dos Romanos em Portugal”, entre os dias 2 e 15 de maio; a terceira, sobre os Reis de Portugal, que esteve patente ao público na escadaria de acesso à

Biblioteca Escolar, entre os dias 27 de abril e 24 de maio.

Para a sua concretização, foi pedida a participação dos alunos do 7.º e do 9.º anos e do 3.º ciclo em geral para pesquisa de informação sobre os temas em causa e elaboração dos trabalhos para exposição. Estes trabalhos puderam ser elaborados individualmente ou em grupo e apresentados em cartolina ou em pequenos dossiers, resultando em pequenos cartazes, afixados em locais estratégicos.

> Professor João Oliveira

Foi em 25 de abrilQue houve uma revoluçãoO povo saiu à ruaEm luta por paz e pão.

É que então em Portugal,Governavam uns senhoresInimigos da liberdade,Da ditadura defensores.

Mas o que é a ditadura?Perguntaram com curiosidade.É não poder pensar diferente,É não haver liberdade!

Liberdade de pensar,De escrever e de dizer:- Não quero ir para a guerra,Eu sou livre de escolher!

Só havia um partidoEm que se podia votarE uma polícia políticaPara todos censurar.

Mas os capitães de AbrilRevoltaram-se um diaE com cravos nas espingardasDevolveram-nos a alegria

Há 40 anosAs coisas não eram assimVivíamos em ditaduraE o medo não tinha fim.

No dia 25 de abrilHouve uma revoluçãoEm que o povo portuguêsSe viu livre da repressão.

Foi então que se deuA chamada revolução dos cravosPois andávamos oprimidosE trabalhávamos como escravos

Os militaresForam ajudados pelo povoQue colocaram cravosNas armas de fogo.

O povo livrePara a rua veio festejarUma nova vidaQue ia começar.

Depois do 25 de AbrilHá mais liberdadeQue foi conseguidaSem sangue e sem maldade.

25 de abrilDia da Liberdade

> Alunos da EB1 de Chorente

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10> A ESCOLA EM MOVIMENTO

No passado dia 2 de abril, e nos termos do previsto no Plano Anual de Atividades, realizaram-se, na Biblioteca Escolar, as Olimpíadas da História que visavam a aferição de conhecimentos relativos ao programa da disciplina ao longo dos três anos do 3.º Ciclo, assim promovendo o gosto pelo conhecimento e a ampliação de horizontes culturais.

Participaram nesta atividade 36 alunos dos três anos de escolaridade do 3.º Ciclo, distribuídos por seis equipas de seis alunos, sendo dois de cada ano de escolaridade. Os participantes foram previamente selecionados pelos professores de História.

A constituição das equipas foi definida por sorteio, nos momentos que antecederam o início do concurso, de acordo com as orientações constantes do regulamento.

Os alunos participaram de forma entusiasmada, respondendo a questões que abrangiam os conteúdos programáticos do 3.º Ciclo. Os participantes das três equipas mais bem classificadas receberam prémios e todos os envolvidos na atividade receberam diploma de participação.

Os docentes de História congratulam-se com a forma como decorreu esta atividade e felicitam todos os vencedores.

As classificações ficaram estabelecidas de acordo com o seguinte:

1.º: Equipa 4: Rúben Miranda, 7.º E; Angélica Fernandes, 7.º A; Duarte Sá, 8.º E; Vanessa Maria Carvalho, 8.º B; Maria Barbosa, 9.º D; e Diogo Emanuel Oliveira, 9.ºB.

2º: Equipa 5: Liliana Santos, 7.º F; Leonardo Gabriel Viseu, 7.º D; André Clemente Silva, 8.º D; Ana Sofia Miranda, 8.º F; Hélder Afonso Lopes, 9.ºC e Rui Lopes, 9.º B.

3º: Equipa 2: Isabel Maria Silva, 7.º A; Joana Cardoso, 7.º C; Pedro Miguel Guimarães, 8.º F; Cristiana Sofia Costa, 8.º D; Eduardo Vale, 9.º A; e Eduarda Sá, 9.º B.

> Professor João Oliveira

No 3.º período, dia 24 de maio, o Grupo Disciplinar de História organizou a já tradicional Visita de Estudo/Passeio Pedestre ao Monte da Saia e Museu Etnográfico de Chavão.

A atividade iniciou-se com uma visita ao Museu Etnográfico de Chavão, onde se pôde ver, recordar e reviver práticas, usos e costumes dos nossos antepassados, ligados ao mundo rural; seguiu-se uma caminhada até Viatodos.

Ao longo do percurso, foram visitados alguns vestígios do nosso passado mais longínquo, nomeadamente a Mamoa de Chavão, a Laje dos Sinais, o Monumento com Forno, o Castro do Monte da Saia e a Campa dos Mouros.

Esta visita/passeio pedestre foi orientada pela Dra.

Marta Sá, responsável pelo Museu Etnográfico de Chavão, e pelo arqueólogo Cláudio Brochado, responsável pelos Serviços de Arqueologia da Câmara Municipal de Barcelos.

A participação esteve aberta a toda a comunidade educativa (professores, alunos, pais e encarregados de educação e população em geral) e nela participaram 150 pessoas. Esta atividade teve como objetivos conhecer o património arqueológico e cultural da nossa região, sensibilizar a população para a importância da preservação do património e proporcionar momentos de convívio entre todos os atores da comunidade educativa.

> Professor João Oliveira

Visita de estudo/Passeio Pedestre

Monte da saia Museu etnográfico de Chavão

olimpíadas da História

Procurando dar a conhecer e divulgar o património arqueológico do concelho de Barcelos, para além de pretender sensibilizar os alunos para a preservação desse património e de motivar os alunos para a aprendizagem da disciplina, o Grupo Disciplinar de História promoveu a realização de uma palestra sobre o tema A Arqueologia no Concelho de Barcelos.

Esta atividade, destinada aos alunos do 7.º ano, realizou-se no dia 28 de janeiro, na biblioteca, com duas sessões, às 13.30 e 15.10 horas, com a duração de 90 minutos cada.

A palestra foi proferida pelo Dr. Cláudio Brochado, responsável pelo Departamento de Arqueologia da Câmara Municipal de Barcelos, que, de forma

entusiástica, percorreu a História da Arqueologia do concelho de Barcelos, tendo focalizado a sua intervenção na exploração dos elementos arqueológicos da área de intervenção do nosso Agrupamento, nomeadamente a Mamoa de Chavão, a Laje dos Sinais, o Castro do Monte da Saia, a Campa dos Mouros, os Machados de Viatodos, entre outros.

O balanço da atividade é extremamente positivo, uma vez que se torna indispensável conhecer e respeitar para crescer academicamente, mas, sobretudo, enquanto indivíduo e agente no tecido social.

> Prof. João Oliveira

a arqueologia no Concelho de BarcelosPaLestra

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11> A ESCOLA E O MEIO

É já um acontecimento que faz parar o tempo nos Estados Unidos e um pouco por todo o mundo: a cerimónia solene de entrega dos Óscares, assim distinguindo aqueles que no ano mais se destacaram no mundo da Sétima Arte. Foi no dia 2 de março de 2014 que várias celebridades se reuniram no Teatro Dolby, em Los Angeles, Califórnia, para a entrega dos Academy Award. Esta 86.ª cerimónia contou com a apresentadora e atriz Ellen DeGeneres não só como anfitriã dos prémios, mas também como propulsora de momentos de boa disposição e humor que acabaram por correr o mundo.

Desde logo, a surpresa de encomendar três caixas de… pizzas! Brad Pitt foi uma das celebridades a quem esta ideia empolgou, pois não escondeu das câmaras a sua satisfação ao saborear a sua fatia de pizza, juntando-se-lhes Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Harrison Ford, entre outros.

Embora este momento tenha sido hilariante e um pouco fora do protocolo habitual, foi, na verdade, a Selfie que mais deu que falar. A pedido de Ellen, Bradley Cooper faz um clique onde capta

Óscares 2014

O dia 4 de fevereiro deste ano é uma data incontornável na história das redes sociais, pois foi justamente neste dia que se assinalou o décimo aniversário do Facebook. Dez anos depois, vale a pena perceber como tudo começou.

O Facebook foi criado a 4 de fevereiro de 2004 por Mark Zuckerberg, um estudante universitário de Harvard. Trata-se de uma rede social que concebe uma nova forma de comunicação, colocando as pessoas em contacto umas com as outras, por vezes sem que elas o façam intencionalmente, permitindo-lhes partilhar experiências, interesses, problemas ou causas comuns.

O Facebook não começou por ter este nome nem por ser a rede social como hoje é conhecida; na verdade, Mark Zuckerberg foi criando vários programas, tornando-os, com o tempo, sucessivamente mais completos. Em primeira instância, a sua criação destinava-se exclusivamente a estudantes da sua universidade; só mais tarde, e face ao impacto que teve, esta plataforma se estendeu para o resto do mundo, permitindo ao utilizador criar um perfil com a sua imagem, adicionar alguma informação pessoal, referir a sua situação amorosa, preferências a nível de literatura, cinema, desporto, etc.

Com o objetivo de crescer e desenvolver ainda mais a rede social, Zuckerberg mudou-se com os seus colegas de trabalho para os escritórios em Palo Alto, na Califórnia, e criou a empresa com o nome Facebook a 20 de setembro de 2005. Um dos problemas que logo surgiu foi o da privacidade, uma vez que muitos jovens estavam preocupados com os conteúdos que partilhavam na sua rede, mas nem isso perturbou a cavalgada de popularidade desta rede social, em Portugal e no mundo, o que levou Kirkpatrick a afirmar:

“Torna-se possível conhecer melhor al-guém pelo Facebook do que em dez anos de amizade com essa mesma pessoa.” (Kirkpatrick)

Uma das formas que asseguram a sustentabilidade do facebook é a publicidade, dado que a rede social integra várias empresas que promovem os seus

produtos entre os utilizadores.

Outra área em que o Facebook teve forte impacto foi ao nível das organizações, das instituições e dos governos. Mark Zuckerberg, considera que a rede social criou mais transparência à economia de doação, isto é,  “…o Facebook está a mudar a forma como os governos trabalham… e um mundo mais transparente gera um mundo mais bem governado e mais justo” (Kirkpatrick, 2010).

O Facebook é ainda, indiscutivelmente, uma ferramenta social importante em todo o mundo, pois, ao permitir aos utilizadores a criação de grupos de causas e adicionar amigos com as mesmas perspetivas e ideologias, acaba por favorecer a divulgação viral de ideias, conceitos e finalidades. Efetivamente, não raras vezes se promovem manifestações, eventos, entre outras situações, através do Facebook, o que só é possível face à imensidão de utilizadores regulares da plataforma. Como exemplos, temos o protesto no Egito, país onde este tipo de manifestações políticas públicas pode levar à tortura e à prisão, mas que, ainda assim, conduziu à queda do governo. Mais recentemente, o poder político turco inviabilizou o acesso ao Facebook por entender que esta rede social era perigosa politicamente.

Em síntese, o Facebook vem permitindo a todos nós comunicar de forma mais eficiente e ter sucesso num mundo onde, cada vez mais, a informação está em todo o lado, independentemente do que façamos. E a sua estrutura também torna tudo mais fácil: tem uma boa aparência, a sua utilização é simples e intuitiva, são variadas as funcionalidades, dá-nos capacidade de interligar pessoas e organizações no mesmo espaço, colecionando, ainda, uma outra vantagem – a rapidez com que a informação se partilha e propaga pelo Mundo.

Foi, por isso, de forma quase natural que o Facebook conseguiu ser a rede social n.º1 sendo popular entre uma variedade de utilizadores, desde os mais jovens aos mais idosos e até mesmo empresas que tentam

redes sociais: o FacebooK

promover as suas marcas e universidades que pretendem estar mais perto dos seus estudantes.

De resto, o Facebook é um gigante empresarial, pois, enquanto empresa proporciona bastantes empregos, tendo já contratado, até dezembro de 2013, 6.337 funcionários.

Dez anos volvidos, que futuro para as redes sociais e para o Facebook?

Só em Portugal, e segundo dados de 2012 (Marktest), 97% dos portugueses que utilizam as redes sociais têm uma conta no Facebook, que utilizam para enviar e receber mensagens (75.8%), comentar publicações de amigos (71.2%) e utilizar o chat (62.4%). Estou em crer que, no futuro, as redes sociais vão continuar a ter este impacto ou um impacto ainda superior nas pessoas, no país e em todo o Mundo. Com o avanço das tecnologias, tudo se vai tornando mais interativo, mais fácil de aceder e vão sendo melhoradas e criadas formas de comunicação que fazem os cidadãos colarem ao ecrã. Neste momento, através de uma rede social, é possível comunicar com o mundo à distância de um clique! É um avanço extraordinário e, sobretudo, é incrível como o que era impensável há tempos, hoje se torna uma realidade profundamente enraizada nas pessoas… Se a tecnologia continuar a evoluir desta forma, como é previsível, não sabemos que formato as redes sociais possam vir a assumir, todavia, sob este ou outro look, ninguém tem dúvidas de que o conceito está para durar:E se um dia, com um simples clique tivesses a capacidade de ser transportado para um lugar no Mundo?

> Liliana Sousa, 11.ºA

não só os dois como também Jared Leto, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Channing Tatum, Julia Roberts, Kevin Spacey, Brad Pitt, Angelina Jolie, Lupita Nyong’o e seu irmão, Peter Nyong’o Jr. A Selfie foi publicada no Twitter de Ellen e, ainda não tinha passado uma hora, já esta atingia mais de um milhão de retweets! Atualmente, os dados indicam que a Selfie atingiu os 3,2 milhões de retweets, sendo por isso considerada a foto mais retweetada de sempre.

Comediantes não perderam a oportunidade de criar paródias com a situação, adaptando-a a novos cenários como os Simpsons, Grumpy cat ou ainda os legos.

Foi desta maneira que Ellen marcou o seu regresso aos óscares, classificando esta cerimónia como memorável.

> Sofia Araci, 11.ºA

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12> A ESCOLA EM MOVIMENTO / ROSA DOS VENTOS

A baía de Halong, imortalizada por um dos filmes de James Bond, é um dos locais mais famosos do Vietname. Ao longo daquele braço de mar, centenas ou milhares de rochedos pontiagudos emergem por entre as águas quentes do mar da China e dão origem a uma paisagem única. São inúmeros os barcos que oferecem passeios de um, dois ou mais dias. Depois de nos deixarmos levar pelo primeiro angariador de passageiros que encontrámos, lá embarcámos para uma volta de dois dias num velho junco. Quando entrámos, desconfiámos da barrica, mas logo verificámos que não iríamos ficar nada mal: estava calor, existia um belo convés para apreciar a paisagem, cervejinha não faltava e havia também um pequeno grupinho de gente de todo o mundo. Até americanos! A viagem foi-se fazendo devagar devagarinho, que o barco estava ali para fazer render o peixe, entenda-se, a cervejinha; afinal, o passeio era para isso mesmo: relaxar no mar e entre os rochedos. Bem que podíamos ter ficado sentados na esplanada em terra firme a olhar para o mar que não haveria grande diferença, a não ser a brisa que sempre íamos apanhando no barco.

Já o primeiro dia ia a meio, quando parámos em pleno mar, altura em que o guia vietnamita informou que quem quisesse podia dar um mergulho ou alugar uma canoa. A maioria ficou quietinha no lugar a fermentar a cerveja, não fosse o diabo tecê-las, que

era o que tínhamos feito de melhor. Mas a costela de navegadores que os nossos egrégios avós nos legaram falou mais alto e lá alugámos uma canoa para dar umas voltas. Afinal, c´os diabos, tínhamos de mostrar àquela maralha que ficou quietinha no lugar de que cepa eram feitos os portugueses. Lá partimos na dita cuja, apenas de calção, que isso de coletes é coisa para medrosos ou americanos. Decidimos seguir em direção ao rochedo da frente, contorná-lo e virar para trás. Nada de especial. Só que ao dar a volta ao rochedo, apareceram, de repente, centenas de outros rochedos vindos sabe Deus donde. Parámos e invertemos a marcha, mas voltaram a aparecer novos rochedos, todos iguais àquele perto do qual o nosso barco estava ancorado. Volta para trás, volta para a frente, o tempo passa e eis-nos chegados à triste conclusão: perdidos. Dois barcelenses perdidos no meio do mar do Vietname, apenas de calções, numa canoa, com a noite já posta, valendo-nos ao menos que não estava frio.

Lá continuámos caladinhos e a remar para lado nenhum. Às voltas tantas, vimos umas luzinhas de uma traineira ancorada e batemos o recorde mundial de "canoa em direção à traineira". Gritámos e lá nos ajudaram a subir a bordo. Era um casal de franceses que havia alugado a embarcação com a respetiva tripulação para uns dias de sossego. A boa notícia é que eles foram simpáticos e disseram que podíamos

ficar lá. A má notícia é que eles não tinham rádio e só dali a três dias é que iriam levantar âncora em direção à costa. Estávamos nós num canto a pensar na vidinha, quando ouvimos um barco a apitar incessantemente. Era o nosso barco que andava à nossa procura. Pedimos logo aos franceses para fazerem soar o apito também. Dali a uns minutos, estávamos todos aos abraços com os companheiros do nosso barco que estavam bastante preocupados connosco, e ainda antes que as prometidas rodadas de cerveja começassem a sair, o guia vietnamita irrompe e vocifera:

- Não se esqueçam mas é de pagar as horas extra da canoa e o fuel do capitão!!!av

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Neste segundo período de aulas, foram várias as atividades e projetos de âmbito distrital e nacional em que os alunos da Escola Básica e Secundária de Vale D'Este participaram, tendo obtido resultados que nos orgulham a todos.Os alunos do 9.ºA Bruno Faria, Clara Leitão e Eduarda Pereira, sob a orientação do professor João Luís Silva, participaram no concurso Pow_Dá Power ao eletrão, com a elaboração de um vídeo alusivo ao tema resíduos  eletrónicos. Este vídeo está sujeito a votação pela internet, encontrando-se na categoria “escolas”, 3.ª fase, com o título “A escola de Viatodos é a mais consciente de todas”. A votação decorre até final de junho.  Neste momento estamos em primeiro lugar. Vai ao site http://pow.amb3e.pt, procura o vídeo e vota!!!

Depois da brilhante participação no ano anterior no Parlamento dos Jovens, com a ida à fase final e ao palácio de São Bento, os alunos de Viatodos participaram pela primeira vez na sessão distrital do “Parlamento dos jovens – Ensino Secundário”, em conjunto com os alunos do Ensino Básico.Os alunos João Torres, Luísa Gomes e Carlos Gomes, todos do 8.º ano, turma E, representaram a escola no “Parlamento dos Jovens – Ensino Básico”, enquanto os alunos Tiago Araújo, Paulo Pereira e Paulo Oliveira, do 10.º ano, turma A, participaram no “Parlamento dos jovens – Ensino Secundário”.A participação dos alunos na sessão distrital

do dia 17 de março  foi muito positiva, tendo a equipa visto algumas das suas propostas aprovadas. No entanto, não foi possível repetir a participação na fase final em Lisboa, ficando a experiência de uma tarde bem passada e a certeza de que a nossa escola esteve muito bem representada.

Prosseguindo com dinâmicas escolares, as alunas Cláudia Novais e Cidália Santos, do 10.º ano, turma A, participaram em Braga, no dia 17 de março, no Concurso Euroscola com um trabalho intitulado A natalidade: da Europa à minha freguesia, que apresentaram de forma brilhante, tendo, por isso, obtido o 5.º lugar entre alunos do ensino secundário, sabendo-se que a maioria das equipas a concurso eram constituídas por alunos do 12.ºano.

Já no concurso SuperTmatik de Geografia, o aluno Nuno Sousa, do 7.º ano, turma C, obteve um espetacular 4.º lugar a nível nacional, entre milhares de alunos. Parabéns, Nuno!!!

Por último, o concurso “BP segurança ao segundo”, organizado pela revista “Forum Estudante”, no qual os alunos das turmas do 9.ºA e 9.ºD se juntaram para a elaboração de um cartaz subordinado ao tema “Segurança Rodoviária”. Os cartazes a concurso são votados online, encontrando-se aquele que representa a nossa escola em 11.º lugar no conjunto de milhares de cartazes que foram a concurso. Ainda estás a tempo de votar no cartaz da nossa escola

Alunos de Viatodos em grande

em www.bpsegurancaaosegundo.pt.

Espetáculos do Clube de violaDepois da atuação na Festa de Natal do Agrupamento, o Clube de Viola encontra-se a preparar os espetáculos previstos para o final do ano, no Dia das Expressões, no “PA – Projeto Artístico”, assim como na Santa Casa da Misericórdia de Barcelos. Este ano, a participação dos alunos do 5.º e 6.º anos no Clube de Viola tem sido bastante superior à dos anos transatos, daí que as expetativas em relação às atuações ao vivo sejam maiores por parte destes alunos, pois, ao contrário dos de outros anos, os de 5.º e 6.º anos ainda têm pouca

experiência nestas lides. No entanto, o professor responsável acredita que o entusiasmo de todos irá superar qualquer dificuldade que possa surgir.Por outro lado, será aguardada com grande entusiasmo a participação dos alunos do “Clube de Viola” no concurso “PA – Projeto Artístico”, organizado pela Câmara Municipal de Barcelos, no qual participarão alunos que já iniciaram a sua aprendizagem de canto e viola no ano passado. Este evento terá lugar no dia 18 de julho, pelas 21:30h, na Alameda das Barrocas, em Barcelos.

> Professor João Luís Silva

> Professor João Luís Silva

dá power ao eletrão: Clara Leitão, Bruno Faria e Eduarda pereira, 9.ºa.

parlamento Jovens - básico: Carlos Gomes, Luísa Gomes e João torres, 8.ºE.

parlamento Jovens - secundario: paulo pereira,tiago araújo, e paulo oliveira, 10.ºa.

supertMatik geografia: Nuno sousa, 7.ºC.

euroscola: Cidália santos e Cláudia Novais, 10.ºa.

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13> A ESCOLA EM MOVIMENTO / NOMES DA HISTÓRIA

Irena Sendler, nascida a 15 de fevereiro de 1910, em Varsóvia, foi uma ativista polaca que lutou incessantemente, ao longo da vida, pelo respeito e preservação dos direitos humanos.

Irena era assistente social no Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia, quando a Alemanha Nazi invadiu o local. Ocupava-se com trabalhos de enfermagem e de organização de espaços para refeições comunitárias da cidade e, graças a isto, os órfãos e os pobres tinham refeições, roupa, medicamentos e algum dinheiro. Mas a sua solidariedade estava longe de terminar aqui.

Em 1942, quando os nazis criaram um bairro com péssimas condições de habitação, tendo em vista a separação de raças, Irena decidiu juntar-se ao Conselho para a Ajuda aos Judeus (Zegota) e, para que pudesse ajudar estes habitantes, criou identificações falsas, nas quais ela e uma colega eram identificadas como trabalhadoras do gabinete sanitário. Este disfarce resultou em pleno, daí que Irena começasse a contactar com as famílias, iniciando o seu resgate.

O resgate começou pelas crianças; ao todo, foram cerca de 2500 as que acabaram salvas.

O procedimento era o seguinte: Irena conversava com as famílias, para que estas lhes confiassem os filhos, o

que era bastante complicado, como se compreenderá; depois, levava as crianças para locais seguros através de sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, caixões, etc. Tudo corria no bom sentido até que, a 20 de outubro de 1943, os nazis descobriram o seu plano, prendendo-a e torturando-a brutalmente, pois esta era a única que sabia do paradeiro das crianças; apesar de tudo, resistiu à tortura e em momento algum sucumbiu aos propósitos dos alemães.

Durante a sua apreensão, encontrou uma estampa que dizia “Jesus, em Vós confio”, tendo-a mantido consigo como forma de ajuda e proteção; esta estampa acabou por ter sido entregue a João Paulo II em 1979.

Em 1944, já em liberdade e durante uma revolta no seu país, Irena colocou um arquivo em frascos, contendo os verdadeiros nomes das crianças juntamente com as suas identidades, as suas histórias pessoais e as suas famílias biológicas, tendo-os enterrado no jardim da vizinha, para que, caso morresse, aquelas crianças continuassem vivas e a salvo.

Mais tarde, todos estes documentos foram entregues ao comité de salvação dos judeus sobreviventes e as crianças começaram a regressar aos seus países e famílias.

Jolanta, como era conhecida entre as crianças, foi considerada pela organização Yad Vashem, de Jerusalém, a Justa entre as Nações e cidadã honorária de Israel.

Em 2003, foi-lhe atribuída a distinção civil da Ordem da Águia Branca, pelo presidente da República da Polónia, Aleksander Kwaśniewski, e em 2007 foi proposta para o Prémio Nobel da Paz, acabando este por ter antes distinguido Al Gore.

No ano de seu falecimento (2008), toda a sua história é adaptada a filme que é nomeado nos Globos de Ouro.

Irena Sendler é, então, mais um caso de solidariedade que embala o mundo e nos faz crer que, com amor e vontade, somos capazes de mover o mundo.

NomES quE fizErAm HiStóriA

irena senDLer

> Sofia Araci, 11.º1

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14> ENTRE-VISTAS

É uma das mais extraordinárias relíquias do espólio histórico e patrimonial do concelho de Barcelos; falamos do Solar de Fralães. Com um percurso através dos tempos riquíssimo, A Casa de Fralães funcionou como matriz cívica e social de uma extensa área geográfica, assumindo-se também, mais recentemente, como bandeira cultural de toda a região.

De tudo um pouco sobre si se diz: de berço do Cavaleiro de Santiago a tribunal civil, passando por incêndios, reconstruções e até à tese de ter sido tribunal inquisitorial; nem tudo pode ser confirmado, todavia, seja com base em elementos documentais, seja alicerçada no mito e na lenda, a história da Casa de Fralães confunde-se com o tempo e com a própria região.

Para a conhecermos um pouco melhor, O Despertar, com a colaboração da professora Margarida Ferreira, teve três enviados especiais no terreno – o Duarte Sá, a Mariana Machado e a Sara Almeida, todos do 8.ºE – para uma conversa com a Dra. Maria José Figueiredo, a atual proprietária. Quem melhor do que ela para esta visita guiada pelas galerias do tempo e da História do Solar de Fralães?

O SOLAR DE FRALãES

O PASSADO

O Despertar: A Casa de Fralães é reconhecidamente uma referência patrimonial de grande importância nesta região.

Pode falar-nos um pouco da história deste local?

M.ª José Figueiredo: Monte Fralães tem uma história grande e rica em diversidade, desde a época castreja até à romanização. Durante a ocupação romana, foi

um centro nevrálgico desta região; havia uma cidade chamada Lenteiro que já tinha pedra de sacrifício, portanto já havia palácio romano, que depois foi perdendo a sua importância após a queda do Império Romano. Mas, Monte de Fralães, na Idade Média, também foi importante e a Casa de Fralães, à época conhecida como Solar dos Correias, manteve a sua importância no contexto regional; de resto, terá sido aqui que nasceu o Cavaleiro de Santiago, homem importante na reconquista cristã.

Além disso, Monte de Fralães foi couto e honra que teve os dois poderes – civil e religioso – até à reforma administrativa no século XlX.

O Despertar: Confirma que se trata de uma das mais antigas e tradicionais construções de Portugal e da Galiza?

MJF: Dizem que sim, mas talvez seja um pouco exagerado. Mas, sim, dizem que sim. De resto, ainda existem, na base da casa, as portas ogivadas (em ogiva) que datam do século Xlll, portanto será uma das mais antigas, uma vez que ainda está habitada, embora com as transformações operadas ao longo dos séculos; ainda assim, a base ainda existente data dessa época.

O Despertar: Como é viver aqui?

MJF: Viver aqui é bom, viver numa aldeia é, ao contrário de viver nos centros urbanos, o garante de mais qualidade de vida, um maior sossego, melhor ambiente, melhor água, mais qualidade do ar; em meu entender, fugir dos centros urbanos é sempre muito bom.

O Despertar: Mas, como é viver nesta casa, numa casa com tantos séculos e com muita história?

MJF: O facto de ser uma casa muito antiga, com o peso da História, pelo menos a nós não nos pesa; é uma casa antiga com os problemas que qualquer casa antiga tem. Com efeito, tem mais manutenção e exige redobrada atenção, mas, em termos práticos, oferece as comodidades de outra qualquer. Na verdade, não temos qualquer problema por isso.

O Despertar: Na nossa pesquisa prévia, apurámos ter havido um incêndio e pelo menos uma reconstrução…

MJF: Houve um incêndio muito grande no século XV, portanto nós não temos a noção de como era a casa até essa altura… falamos do ano de mil quatrocentos e pouco... A torre é muito grande, uma torre incomum por ser muito, muito grande, mas foi edificada sobre as ruínas que existiam. Depois, no século XIX, houve outro incêndio, nova reconstrução, mas a base da torre foi sempre a mesma. O corpo da casa devia ser, talvez, maior, mas não há notícia disso. Já no início do século XX houve umas adaptações da varanda da face poente, mas a partir daí não houve mais restauros propriamente ditos; tudo o que se tem feito é manutenção do que existia.

O Despertar: A Inquisição foi uma realidade marcante na história do nosso país. Que ligação existiu entre esse período da História e este solar?

MJF: A Inquisição não encontrou aqui problemas nenhuns, não tendo tido peso nesta área geográfica, ao que julgo saber. No Porto terá havido algumas artes inquisitórias, com alguns condenados, teve também uma ação e um impacto muito fortes no sul, nomeadamente em Lisboa, em Évora… mas eu não tenho notícia da sua ação no concelho de Barcelos. Não sei o que vocês sabem sobre isso, mas aqui na casa,

o solar de Fralãesmaria José figueiredo

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15> ENTRE-VISTAS

propriamente dita, não tenho notícia. Em Barcelos administrava-se justiça, mas creio que mais a justiça civil e não no âmbito religioso com a Inquisição.

O Despertar: Onde se situava o tribunal? E a forca?

MJF: Aqui funcionava um tribunal civil que era exatamente como o tribunal de hoje, em Barcelos. Quando as pessoas tinham conflitos, por exemplo, por causa de terrenos, direitos de água, passagem, entre outros, iam pôr a questão a Tribunal; penso que era mais nesse sentido que funcionava. A forca existia mas enquanto punição civil, não tinha que ver com a Inquisição, até porque a Inquisição condenava pelo fogo, não pela forca.

Mas, voltando à pergunta, não se tem a certeza de onde se situava o tribunal, mas seria ali em baixo, mais ou menos no lugar da Isabelinha. Existirá, por conseguinte, uma hipótese de o tribunal ter funcionado no lugar onde existe atualmente a farmácia. Havia ali uma antiga casa que tinha umas grades de ferro fortíssimas… há tempos falei com o Sr. Jaime Rebelo, cuja casa pertencia ao seu pai, que, de facto, me reiterou a ideia de que pode ter sido ali mesmo o tribunal.

O Despertar: No livro que consultámos sobre a Casa de Fralães, e que generosamente foi oferecido aos habitantes da freguesia, diz que há uma inscrição cujo significado se desconhece. Tem alguma opinião sobre essa inscrição?

MJF: Continua a ser desconhecido…

DE REGRESSO AO PRESENTE

O Despertar: Como é possível assegurar a preservação de um espaço tão extraordinário como este, sobretudo em tempos de crise?

MJF: Com imensas dificuldades… Economicamente é extremamente difícil. Abrimos as portas às pessoas para fazermos as nossas atividades culturais, portanto gostamos que as pessoas entrem e vejam uma casa minimamente cuidada; umas vezes está melhor, outras vezes está pior... mas, sim, temos uma grande dificuldade em manter este espaço, uma vez que é privado e não há apoios, portanto é à custa da família que temos feito este esforço enorme para manter a Casa de Fralães.

O Despertar: Este espaço parece respirar vida. Que iniciativas são habitualmente aqui promovidas?

MJF: A Associação Cultural formou-se exatamente para divulgar a cultura, especialmente no âmbito da música, onde mostramos a qualidade que se pode encontrar fora dos centros urbanos. Move-nos, sobretudo, o propósito de trazer aos pequenos centros a cultura que nas cidades existe com maior facilidade, mas que fora das cidades não se tem encontrado. Nós aqui fazemos essas atividades inseridas num ambiente muito especial, muito próprio, que acho que é de muita qualidade e que, em meu entender, promove o bem-estar.

O Despertar: Que etapas são geralmente seguidas na organização, divulgação e promoção dos eventos? Qual é o seu papel em toda esta dinâmica?

MJF: Primeiramente, é ter conhecimento do que se pode ajustar ao nosso espaço e ao espírito da nossa Associação, portanto, antes de mais é estabelecer os contactos com os atores, com os músicos, com os pintores, mostrar-lhes o espaço que temos e ver se eles

se interessam para virem até junto de nós. Depois, é preciso fazer a apresentação desses nossos projetos junto de algumas entidades que nos queiram apoiar, porque a Associação não tem fins lucrativos, não dispondo, nessa medida, de meios próprios; vivemos com o dinheiro que nos é proposto por quem nos apoia e eventualmente por alguma verba que as pessoas que nos visitam nos queiram deixar a favor da Associação.

A divulgação dos eventos é feita através de convites, jornais e, agora, através das novas tecnologias, como o Facebook e a Internet, as rádios locais (se nos quiserem apoiar); por fim, através dos nossos contactos, dos nossos apoiantes – a Câmara Municipal e outras firmas que regularmente ou pontualmente nos venham a acompanhar.

O Despertar: Há algum evento ou personalidade que por cá tenha passado e que a tenha marcado de um modo particular? Porquê?

MJF: A primeira personalidade a passar por cá foi o professor, pianista e compositor Luís Costa, pai de duas grandes senhoras da música, a D. Helena Sá e Costa e a D. Ana Madalena Sá e Costa. Nós começámos a nossa atividade exatamente com um concerto que fizemos, organizado com a Junta de Freguesia da altura, em homenagem ao Luís Costa, que já tinha morrido na década de 1960 e que não tinha sido homenageado pela freguesia. Em 1969, nós pegámos nessa figura, Mestre Luís Costa, e trouxemos até aqui, à Casa de Fralães, a Orquestra do Norte. Tivemos a colaboração, nessa altura, da Fundação Cupertino de Miranda, quer trazendo a Orquestra do Norte, quer apoiando-nos com obras de arte, porque paralelamente ao concerto de música, houve também uma mostra de pintura e o Mestre Luís Costa era muito amigo de pintores e escultores do Porto da época; acabámos por conseguir uma valiosa complementaridade entre a música, a pintura e a escultura também. A partir daí, começámos então a organizar a Associação com os cursos de verão dirigidos pela D. Ana Madalena Sá e Costa. Esses cursos ainda se realizam no verão, no final de agosto, e neles temos sempre uma Masterclass de música de câmara. A D. Madalena é violoncelista, portanto tivemos sempre a classe de violoncelo à frente de qualquer outra área.

Outros eventos que me tenham marcado… houve vários e de bastante qualidade, nas áreas da escultura, da cerâmica, da escrita, da pintura… nesta última que mencionei, conseguimos fazer a divulgação de uma pintora (Maria de Lurdes Braancamp), que morreu em 1933 e que estava muito esquecida; fizemos aqui duas exposições com obras dela, sendo certo que depois, saiu um livro, publicado pela editora Bertrand. Talvez seja este o evento mais marcante, uma vez que esse livro foi divulgado a nível nacional e além-fronteiras. Tive inclusive conhecimento de que uma professora de pintura, da Escola de Artes Decorativas da Suíça, está a dar aulas sobre as obras da Maria de Lurdes Braancamp, e isso é ótimo para nós, porque contribuímos muito diretamente para que a Maria de Lurdes Braancamp chegasse além do nosso país também.

O Despertar: Sabendo que grande parte das iniciativas é, sobretudo, de natureza cultural, como consegue motivar à participação um povo de um meio rural?

MJF: É sempre um trabalho muito difícil abrir e criar públicos novos. Na música, por exemplo, embora o nosso povo tenha apetência para a música, está um bocado apegado à música local, à música tradicional portuguesa, e oferecer-lhe outro tipo de música não é muito fácil. Nós trabalhamos muito nesse sentido. Na verdade, todos os anos apresentamos concertos,

recitais… anualmente, fazemos uma tarde inteira dedicada à música, a que chamamos Um Dia de Música, apresentando vários tipos de música, passando, de facto, pela música folclórica, depois pela música de piano mais ligeira, para o que chamamos professores de conservatórios da região, (Barcelos, Famalicão e agora também daqui de Viatodos) que vêm aqui participar com as suas pequenas orquestras e os seus coros de alunos. Também temos música de sopro com os professores de academias que têm aderido sempre às nossas iniciativas, de maneira que, lentamente, temos tentado promover e convencer as pessoas de que a música é muito importante nas suas vidas, conferindo-lhes outro ambiente e outra perspetiva.

O FUTURO

O Despertar: Que Casa de Fralães vamos ter daqui a cinquenta anos?

MJF: Ó minha filha, eu não sei sequer responder a uma pergunta sobre o que vamos ter daqui por um ano, quanto mais daqui por cinquenta!? Eu não sei mesmo, aliás, já não estarei viva. Eu gostaria muito que, daqui a cinquenta anos, a Casa de Fralães ainda pudesse continuar a funcionar. A Associação Cultural talvez já não tenha as suas atividades propriamente na Casa de Fralães, mas é uma associação cultural de Monte de Fralães. Portanto, eu gostaria muito que vocês, que são meninos novos e que estão aqui a entrevistar-me, tenham a coragem e o interesse de continuar com a Associação Cultural de Monte de Fralães e que lhe mantenham este espírito vocacionado para a promoção e divulgação da cultura. Se isso suceder, a nossa missão terá resultado em pleno.

> O Despertar (Duarte Sá, Mariana Machado e Sara Almeida, todos do 8.ºE, sob

supervisão da professora Margarida Ferreira)

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16> A ESCOLA EM MOVIMENTO

Sempre que se discute o papel da literatura na vida do ser humano, logo emerge um argumento que tem tanto de recorrente quanto de indiscutível: as obras literárias, seja qual for o género a que pertencem, porque fundadas na linguagem e carregadas de sentido, têm a capacidade singular de provocar emoções e suscitar a reflexão dos leitores.

De resto, para a construção do indivíduo concorrem experiências e vivências tanto reais como alimentadas por fontes de conhecimento e de fruição mediadas, como é o caso dos livros aquando das viagens pela leitura. Quem não vestiu já a pele de super-herói aclamado ou de cavaleiro solitário deambulando pelo mundo à procura de proteger os frágeis e castigar os malfeitores, numa lógica maniqueísta por que tantas vezes regemos a vida – o bem e o mal?

O estudo de Os Maias, de Eça de Queirós, proporcionou aos alunos do 11.º ano uma viagem pela Lisboa do final do século XIX em pleno século XXI, assim combinando o melhor de dois mundos: a leitura e o real. Procurámos, por isso, revisitar o ambiente burguês através do qual Carlos e seus pares se movimentaram em soirées, intervieram em animadas discussões filosóficas e se perderam de amores, enquanto adiavam o que de mais preciso tinham: a vida e a capacidade de transformar o mundo por via da ação. De todas, a maior das suas falências: o amor por Maria Eduarda, aquela que arrebatou o seu coração

mas que, num sortilégio do destino, viria a descobrir-se ser, tragicamente, sua irmã.

Esta viagem, iniciada nas páginas da obra, fez-se de pedra quando, a 3 e 4 de abril, lançámos pernas à estrada para nos fixarmos em alguns lugares-emblema da Lisboa retratada na obra. Curiosamente, e à semelhança das personagens que fracassaram na vida, tudo deixando por fazer, também a cidade se encontrava longe do fulgor dos tempos em que, uma vez conquistado o mar, se fizera o centro da Europa e do mundo. Desde logo, o Chiado, o coração da capital, onde “Carlos reconhecia, encostados às mesmas portas, sujeitos que lá deixara havia dez anos, assim encostados, já assim melancólicos (…) com colarinhos à moda.”. Uma vez transposta a rua que nos leva até à Brasileira e à Casa Havanesa, chegámos ao Largo de Camões, também ele solitário como que abandonando-se às memórias gloriosas de um passado, personificado no grande Luís, que parece não ter volta: “A mesma sentinela sonolenta rondava em torno à estátua triste de Camões.” Mais uma volta e eis-nos nos Restauradores, onde o artificialismo denunciado por Eça contrastava com um ambiente variegado e luminoso, carregado de turistas, neste abril do século XXI: “Num claro espaço rasgado, onde Carlos deixara o Passeio Público, pacato e frondoso – um obelisco com borrões de bronze no pedestal, erguia um traço cor de açúcar na vibração fina da luz de inverno.”.

Antes do salto a Sintra, aprazado para o dia seguinte, vila portuguesa de culto para gerações de poetas e de amantes que se torna fetiche para quase todas as personagens da obra, uma visita a Belém, o epicentro do que de mais verdadeiro a História nos concedeu (dali partiram as naus rumo ao Impossível), tragicamente transformado, n’Os Maias, em local artificial, provinciano e postiço de toda a sociedade lisboeta que se juntava para assistir às corridas de cavalos de figurino importado de Inglaterra. Neste final de tarde, em abril de 2014, os cavalos ainda por ali saltitavam, mas já não de carne e osso, antes de chapa; é que ali mesmo, diante dos Jerónimos, roncavam os bólides de competição naquela que se anunciava como primeira classificativa do Rali de Portugal, disputada bem diante das nossas pálpebras.

No final, e já no regresso, um salto para a grandiosa obra de D. João V, cuja construção serviu de mote à obra do nosso nobel José Saramago, Memorial do Convento, por cujo estudo todos aguardamos já no 12º ano, em 2014/15: o Convento de Mafra. A viagem na estrada cumpriu-se; falta cumprir a do livro.

> Professor Jorge Pimenta

Na Rota d’os Maias

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17> ENTRE NÓS E AS PALAVRAS

No próximo dia 2 de julho irão comemorar-se 10 anos da morte de Sophia de Mello Breyner.

A autora nasceu a 6 de novembro de 1919, na cidade do Porto. Era filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João

sophia de Mello breYner andresen (1919-2004)

Segundo a própria autora, a sua obra para crianças nasceu como reação contra o infantilismo de alguma literatura que era dada aos mais novos, nas décadas de 40 e 50: Comecei a inventar histórias para crianças quando os meus filhos tiveram sarampo. Mandei comprar alguns livros que tentei ler em voz alta. Mas não suportei a pieguice da linguagem (…): uma criança é uma criança, não é um pateta. Atirei os livros fora e resolvi inventar.

São as recordações da infância, a sua própria vida e os lugares onde viveu, como a Praia da Granja ou a Quinta do Campo Alegre, que serviram de

inspiração a Sophia. O contacto com a natureza também marcou profundamente a sua obra, como sinónimo de liberdade, beleza, perfeição e mistério que podemos encontrar, por exemplo, na obra A Menina do Mar (1958), de aparência simples, mas uma das mais belas narrativas de Sophia. Nela encontramos os seus lugares de eleição – o mar, a casa nas dunas e o jardim de areia. Para além desta obra, também O Rapaz de Bronze (1956), A Fada Oriana (1958), A Noite de Natal (1960), O Cavaleiro da Dinamarca (1964) e A Floresta (1968) representam momentos altos da história da literatura portuguesa

para crianças e jovens, onde surgem valorizados a natureza, a harmonia, o equilíbrio e a justiça e são condenados o egocentrismo, a hipocrisia e o apego aos bens materiais. Surgem valorizados ainda os princípios da amizade, do amor, da paz e da generosidade.

Para além das temáticas referidas, encontramos ainda em Sophia a cidade, frequentemente repetida em várias obras – Livro Sexto (1962), Ilhas (1989) – associada a um espaço negativo, representativo do mundo frio, artificial, hostil e desumanizado, em oposição à natureza e à segurança.

O tempo é outro tópico acentuado com frequência. O tempo dividido, da solidão, do medo e da mentira, em oposição ao tempo absoluto, que é eterno, une a vida e é o tempo dos valores morais.

Há vários autores que defendem uma enorme influência de Fernando Pessoa na obra de Sophia, por terem em comum a influência de Platão, o apelo ao infinito e a memória da infância. Podemos mesmo encontrar a figura de Pessoa evocada múltiplas vezes nos poemas de Sophia: Homenagem a Ricardo Reis (1972), O Nome das Coisas (1977).

A Assembleia da República aprovou por unanimidade a concessão de honras de Panteão Nacional aos restos mortais de Sophia de Mello Breyner, assinalando os dez anos da sua morte e os quarenta do 25 de Abril. Depois de terem surgido apelos, no ano passado, para que os seus restos mortais fossem transladados para o Panteão, o assunto chegou entretanto à Assembleia da República, mas tratado em segredo. Com a morte de Eusébio, o assunto ficou em pausa, embora a comunicação social tenha já informado que a cerimónia terá lugar no próximo dia 2 de julho, ainda antes da do Pantera Negra, que só deverá ganhar um lugar no monumento em 2015.

De acordo com a Lei 28/2000, as honras do Panteão destinam-se a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao

país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade.

Atualmente, o Panteão Nacional, monumento localizado na igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, abriga memoriais fúnebres de grandes vultos da História de Portugal, como D. Nuno Álvares Pereira, Infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral e Afonso de Albuquerque, bem como os restos mortais de alguns Presidentes da República e escritores. As exceções a estas personalidades são Humberto Delgado e Amália Rodrigues cujos restos mortais foram transladados depois de se alterarem as disposições legais que apenas permitiam a transladação da fadista para o Panteão

quatro anos após a morte. Nomes tão relevantes para a identidade nacional como Luís de Camões, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Vasco da Gama ou Alexandre Herculano não estão no Panteão. Por aqui se vê que o critério de acesso ao Panteão é arbitrário.

Assim, seria importante definir-se critérios na forma como se acolhem no Panteão grandes vultos e heróis da nossa História. O critério de escolha não pode ser feito de forma emocional, nem por impulso dos senhores políticos que se apropriam da imagem dos candidatos, num ato puramente demagógico, para conseguirem a simpatia dos eleitores.

> Professora Amália Teixeira

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN e a sua oBra Para crianças e Jovens

Henrique Andresen. Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno. O bisavô paterno veio a Portugal, gostou deste país e aqui fixou a sua residência. Em 1895, o pai da escritora comprou a Quinta do Campo Alegre, atual Jardim Botânico do Porto.

Sophia foi criada e educada na velha aristocracia portuguesa e segundo os princípios cristãos. Estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Colaborou na revista Cadernos de Poesia, onde fez amizades com autores famosos e conhecidos, tais como Ruy Cinatti e Jorge de Sena. Destacou-se, também, na política liberal. Era apoiante da monarquia e denunciou o regime salazarista e os seus seguidores.

Em 1946, casou com o jornalista, advogado e político Francisco Sousa Tavares, de quem teve cinco filhos, sendo estes a sua grande motivação para a escrita de contos infantis,

como por exemplo: A Menina do Mar, O Cavaleiro de Dinamarca, A Fada Oriana, A Floresta, O Rapaz de Bronze e A Noite de Natal.

Em 1975, foi eleita para a Assembleia Constituinte, numa lista do Partido Socialista, enquanto o marido tinha ideias contrárias às suas.

Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu aos 84 anos, no dia 2 de julho de 2004, em Lisboa, no Hospital da Cruz Vermelha. Em sua homenagem, foram colocados, em 2005, os seus poemas de ligação ao Mar nas zonas de descanso do Oceanário de Lisboa.

Sophia distinguiu-se em várias áreas da literatura, desde a poesia, ao conto, à tradução, ao teatro e ao ensaio, tendo recebido vários prémios, condecorações e homenagens, alguns dos quais:1964 – Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa dos Escritores1977 – Prémio Teixeira de Pascoaes

1981 – Condecorada pela Ordem Militar de San’Tiago da Espada 1987 – Condecorada pela Ordem do Infante D. Henrique1989 – Prémio D. Dinis, da fundação casa de Mateus1992 – Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças1994 – Prémio Cinquenta anos de Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores1999 – Prémio Camões (foi a primeira mulher portuguesa a recebê-lo)2003 – Prémio Rainha Sophia de Poesia Ibero-americana2004 – Prémio Estatueta de Ouro2009 – O antigo miradouro da Graça, em Lisboa, recebe o seu nome2011 – Colocação de um busto da autora no Jardim Botânico do Porto, na antiga Casa dos Andresen

> Ana Fernandes e Patrícia Pereira, 5.º C

Sophia de Mello Breyner no PantEão nacional

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18> A ARTE NA ESCOLA

a arte na escola

Trabalho coletivo, 8.ºC - guache

Figura Impossível - Diogo, 9.ºB - marcador

Ilusão Visual - Adriana, 9.ºD - marcador

Ilusão Visual - Adriana, 9.ºB - lápis de cor

Ilusão Visual - Eduarda, 9.ºB - lápis de cor

Senhora sentada, Almada Negreiros - Daniel, 9.ºE - aguarela

Ilusão Visual - Inês, 9.ºB - lápis de cor

Perspetiva - Diogo Campos, 9.ºC - aguarela e esferográfica

Ilusão Visual - Adriana, 9.ºB - lápis de cor

Estudos de cor - Sérgio Costa, 7.ºE - pastel seco

Ilusão Visual - João Carvalho, 9.ºB - marcador Ilusão Visual - Eduarda, 9.ºB - lápis de cor Figura Impossível - Diogo, 9.ºB - marcador

Mostra de trabalhos no âmbito da disciplina de Educação Visual (3º ciclo).

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19> A ARTE PARA LÁ DAS PALAVRAS / O CANTINHO DAS LÍNGUAS

Natural de Arraiolos, Simão César Dordio Gomes matriculou-se, com apenas 12 anos, na Academia de Belas-Artes de Lisboa, que frequentou até 1910. Aluno de Luciano Freire e Veloso Salgado, as suas primeiras obras revelam todavia o fascínio que sobre ele exercia Columbano, com os seus tons sombrios.

Em 1910, parte para Paris, com uma bolsa do legado Valmor. Aí, frequentou a Academia Julian e as aulas de Jean-Paul Laurens. Esta estadia, interrompida logo em 1911, pouco alterou a sua obra. Não obstante os contactos em Paris e a companhia de figuras marcantes do modernismo português, como Santa-Rita ou Eduardo Viana, nos dez anos seguintes, vividos em Arraiolos, seguiu a senda regionalista tradicional que aprendera na escola.

Uma segunda permanência em Paris, de 1921 a 1926, seria, essa sim, decisiva na obra de Dordio Gomes.

Apesar de frequentar a Escola Nacional de Belas-Artes de Paris e o atelier de Ferdinand Cormon, o contacto com as novas correntes internacionais, bem como a frequência da tertúlia de artistas portugueses, em Paris na altura, transmitiram um cunho moderno à sua obra.

Esquecidos Columbano e o naturalismo tradicional, deixou-se influenciar por Cézanne, na cor e forma, fazendo até uma breve e incipiente incursão pelo cubismo, que nunca assimilou totalmente.

Ao longo da vida, Dordio Gomes foi galardoado com vários prémios e participou em inúmeras exposições, das anuais da Sociedade Nacional de Belas-Artes às dos modernistas, cuja primeira geração integrou.

Nos anos 50 expõe nas bienais de Veneza e de São Paulo.

DoRDio GomES(Arraiolos, 1890 – 1976)

> Professor Cândido Sousa

No dia 21 de março, os alunos de Francês (7.º ano, 8.ºB e 10.º1) apresentaram à comunidade escolar um espetáculo francófono no salão dos Bombeiros Voluntários de Viatodos. Com este espetáculo, pretendeu-se comemorar a Semana da Francofonia e mostrar aos Encarregados de Educação trabalhos realizados pelos seus educandos.

A apresentação, a cargo da Joana Machado e do Rafael Pereira, ambos alunos do 8.ºB, foi feita em francês, seguida da tradução em português. O espetáculo teve início com o hino francês, cantado pelos alunos do 7.ºA e 7.ºB, seguindo-se-lhe canções aprendidas durante as aulas com finalidades pedagógicas (l’Alphabet, Les parties du corps, Alouette), apresentadas pelos alunos das turmas A, B, D, E e F do 7.º ano. O poema Déjeuner du Matin, de Jacques Prévert, foi declamado pela Vanessa Carvalho, do 8.ºB, e dramatizado pela

Filipa Fonseca (8.ºB) e pelo Marco Lopes (7.ºF). Algumas alunas do 7.ºA declamaram o poema Le Hibou, de Maurice Carême, uma boa maneira de aprender as exceções do plural.

As alunas Angélica Fernandes, Maria João Faria e Daniela Cruz, todas do 7.ºA, cantaram Tous les garçons et les filles, de Françoise Hardy, uma canção bem conhecida de todos os encarregados de educação por ter sido um grande sucesso na década de 70. Já o João Barbosa, do 7.º B, escolheu uma canção bem mais atual, Toi et Moi, de Grégoire, e finalmente a Joana Ribeiro, a Ângela Pereira, a Francisca Costa e a Sara Fernandes, do 7.ºB, cantaram Le sens de la vie, de Tal, cantora com grande sucesso na atualidade.

Nas danças, pôde-se apreciar a destreza e arte das alunas do 7.ºF que tiveram uma atuação meritória ao som da música Un monde à changer, retirada do filme Robin dos Bosques; os alunos do 10.º1, com

a opção de Francês enquanto língua estrangeira, levaram a audiência até às ilhas paradisíacas, com Li Tourné, de Dj Assad, e as alunas do 8.ºB dançaram ao som da música Allez olá olé, de Jessy Matador, canção que representou a França no Festival Eurovisão da Canção em 2010, na Noruega.

O espetáculo terminou com a representação da peça de teatro pelos alunos do 7.ºB que viria a estar presente na final do projeto La Chanson en Scène, no dia 2 de maio, em Lisboa.

Perante um salão cheio, os alunos brilharam e a comunidade apreciou o trabalho realizado. Para além de comemorar a Semana da Francofonia, esta atividade permitiu também partilhar com a comunidade educativa o trabalho desenvolvido na disciplina de Francês.

> Professora Guilhermina Vieira

Soirée Francophone

O rio Douro, 1935, óleo sobre madeira Éguas de manada, 1929, óleo sobre tela Guardando gado

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20> O CANTINHO DAS LÍNGUAS

No dia 22 de março, no Parque de Exposições de Braga, realizou-se o evento FrancTalent que consiste na apresentação de um conjunto de atividades envolvendo a língua francesa, por parte de alunos de diferentes escolas, assim visando a promoção e divulgação da

língua e cultura francesas. Esta iniciativa foi coordenada pelas Dr.as Sílvia Araújo, docente da Universidade do Minho, e Lídia Araújo, professora do Agrupamento de Escolas de Real. Este evento contou com a presença de escolas de vários concelhos (Braga, Barcelos, Viana

do Castelo, Ponte de Lima, Vila de Conde e Porto) e com alunos de várias faixas etárias e diferentes graus de ensino, desde o pré-escolar até ao ensino secundário. Neste evento foi-nos possível ver belíssimos trabalhos realizados dos mais pequenos aos maiores.

Num anfiteatro completamente cheio, e na presença da vereadora da Educação da CM de Braga, Dr.ª Lídia Dias, a nossa escola foi representada pelas alunas Angélica Fernandes, Maria João Faria e Daniela Cruz, todas do 7.ºA, com a canção Tous les garçons et les filles, de Françoise Hardy; Joana Ribeiro, Ângela Pereira, Francisca Costa e Sara Fernandes, do 7.ºB, que cantaram Le sens de la Vie, de Tal, acompanhadas na dança pelas colegas do 7.ºA; e finalmente o João Barbosa, do 7.ºB, que interpretou a música Toi et Moi, de Grégoire.

Para além do certificado de presença, os alunos trouxeram consigo uma experiência inesquecível de partilha, conhecimento e enriquecimento pessoal. Atrevo-me a dizer que estaremos presentes na próxima edição, no próximo ano letivo.

> Professora Guilhermina Vieira

incRoyaBlE talEntfrANCtAlENt présente Braga a un

Os alunos da turma B do 7.º ano concorreram ao projeto “La Chanson en Scène”, promovido pela Associação Portuguesa dos Professores de Francês (APPF), que visa sensibilizar os alunos para a música francesa e para a expressão dramática.

Depois de terem escolhido a canção Papaoutai, de Stromae, os alunos refletiram sobre a mensagem que ela transmite, ou seja, a ausência da figura paternal; foram, entretanto, elaboradas situações e textos para a recriação dramática e para a dança, numa conjugação de planos artísticos que permitiu integrar o maior número de alunos possível. Todo o projeto foi coordenado pela professora de Francês, Guilhermina Vieira.

No dia 21 de março, a representante da APPF, Olga Marques, deslocou-se à Escola Básica e Secundária de Vale D’Este, a fim de selecionar o grupo vencedor

da região Norte. Por vários motivos, só três escolas se inscreveram, sendo que uma acabou por não apresentar o seu projeto, pelo que à data apenas entraram em palco alunos da Escola Dom Sancho I, de Vila Nova de Famalicão, e os alunos do 7.ºB da nossa escola. Apresentados os projetos perante um júri, o nosso foi selecionado para estar presente na final, no dia 2 de maio, no Instituto Franco-Português, em Lisboa. Para além dos nossos alunos, estarão também representadas na final a Escola Secundária Camilo Castelo Branco, a EB 2/3 de Vilalva – Évora, a EB2/3 Pêro de Alenquer e a Escola Secundária Quinta das Flores com Conservatório, de Coimbra.

> Professora Guilhermina Vieira

la cHanSon En ScènE

Concurso de artes Plásticas ExPOSIçãO DE

TRABAlHOS

VENCEDORES

NA ESCADARIA

DO BlOCO A

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21> O CANTINHO DAS LÍNGUAS

Eucalyptus is the common name of several species of the genus Eucalyptus, although the name is applied to other genera of Myrtaceae, including the genera Corymbia and Angophora. The Eucalyptus are, in general, trees and, in some rare cases, bushes, originated from Oceania, and are by far the dominant genus of flora. The genus includes over

700 species, mostly from Australia, with only a small number of species from neighbouring areas of New Guinea and Indonesia, and other species in the southern Philippines. Adapted to virtually all climatic conditions, Eucalyptus characterize the landscape of Oceania in a way that is not comparable to any other species, on another continent.

Kingdom: Plantae Division: Magnoliophyta Class: Magnoliopsida Order: Myrtales Family: Myrtaceae Subfamily: Leptospermoidae Genus: EUCALYPTUS

Earthquakes

Surviving an earthquake and reducing its health impact requires preparation, planning, and practice.

Far in advance you can gather emergency supplies, identify and reduce possible hazards in your home and practice what to do during and after an earthquake.

Learning what actions to take can help you and your family to remain safe and healthy in the event of an earthquake.

In most situations, you will reduce your chance of injury from falling objects (and even building collapse) if you immediately:

TornadoesKnowing what to do when you see a tornado, or when you hear a tornado warning, can help protect you and your family. During a tornado, people face hazards from extremely high winds and

eucalyptus

natural Disasters - What to dorisk being struck by flying and falling objects. After a tornado, the wreckage left behind poses additional injury risks. Although nothing can be done to prevent tornadoes, there are actions you can take for your health and safety.

How to proceed:

Pick a place in the home where family members can gather if a tornado is headed your way. One basic rule is AVOID WINDOWS. An exploding window can injure or kill.

The safest place in the home is the interior part of a basement. If there is no basement, go to an inside room, without windows, on the lowest floor.

For added protection, get under something sturdy such as a heavy table or workbench.

VolcanoesVolcanoes can produce ash, toxic gases, flashfloods of hot water and debris called lahars, lava flows, and fast-moving flows of hot gases and debris called pyroclastic flows. Some dangers from volcanoes can be predicted ahead of time while others may occur with little or no notice after an eruption. Each volcano and situation is unique. Learn more about volcanic eruptions and pay attention to warnings from local authorities for the best advice available on specific actions you can take to stay safe.

During the eruption:

You can do many things to protect yourself and your family from the dangers a volcanic eruption can cause. The best way to protect yourself and your family is to follow the advice of local officials. Local authorities will provide you with information on how to prepare for a volcanic eruption, and if necessary, on how to evacuate (leave the area) or take shelter where you are.

> Rafael Kölzer, 11.º1

Size

The white shark can reach 7.5 meters in length and weigh up to 2.5 tons. Diet This type of shark eats mainly fish. They also eat small whales,

sea turtles and dead animals float-ing in the water.Sea Lions and Seals, that have too much fat in their body, are one of their beloved “plates”, because when they eat enough fat they don’t have the need to be feed again so soon. The Great White shark also eats

other weaker or older fish. Older sharks know better how to identify what their food is: refer-ring to the human beings, we are not part of their menu, so when the shark bites the humans, they soon discover that we are not “de-licious” and they usually throw it out.

White shark

> Helder Silva, 11.º1

Sustainable development  – The field of sustainable development can be conceptually broken into three constituent parts: environmental sustainability, economic sustainability and sociopolitical sustainability. 

Ecosystems – Humid tropical forests and temperate forests are ecosystems examples.

Sanitation – Environmental sanitation includes solid waste management, water and wastewater treatment, industrial waste treatment and noise and pollution control.

Global warming  - Global warming is believed to be the result of a strengthening of the greenhouse effect mostly due to human-produced increases in atmospheric greenhouse gases.

Greenhouse Effect  – Carbon dioxide is one of the greenhouse gases, contributing to greenhouse effect.

Natural Resources  – A non-sustainable exploitation of natural resources is going to threaten human existence. 1. Protecting the environment is everyone’s responsibility.2. The issue of deforestation has become a growing

problem. 3. The reforestation would be a long-term solution. 4. Natural disasters are becoming more frequent.5. We must do something about air pollution!

> NunoGuimarães, 11.º1

environmental

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22> LABORATÓRIO / A ESCOLA E O MEIO

Depois da Festa de Natal, a Associação de Estudantes de 2013/2014, presidida por Ricardo Ferros, resolveu “fundar” a Festa de Carnaval na nossa Escola, numa iniciativa sem precedentes, com algum arrojo e de grande abrangência que, ao que parece, correu conforme as expetativas. As estrelas foram a música, a diversão, as máscaras criativas que animaram a festa deixando todos os alunos ao rubro (mas sem esquecer que estávamos na escola).De acordo com a pesquisa que efetuámos, o Carnaval é originário da Roma Antiga e, uma vez incorporado nas tradições do Cristianismo, passou a marcar um período de festividades que aconteciam entre o Dia de Reis e a quarta-feira anterior à Quaresma. Nele, um “carro naval” percorria as ruas das cidades enquanto pessoas vestidas com máscaras realizavam jogos e brincadeiras.Segundo outra tese, o termo “Carnaval” significa o “adeus à carne” ou “a carne nada vale” e, por isso mesmo, aponta à celebração dos prazeres terrenos.Durante a Idade Moderna, os bailes de máscaras, as fantasias e os carros alegóricos foram incorporados na festa. Com o passar do tempo, as características improvisadas e subversivas do Carnaval foram perdendo espaço para cederem lugar a eventos com maior organização e a espaços reservados à sua prática.Na nossa escola, a celebração do Carnaval iniciou-se apenas este ano, mas acredita-se que, também este, terá sido o início de uma tradição, tanto mais que se realizou sem problemas e com forte adesão por parte dos alunos, sempre respeitando o seu lugar de realização: a escola.

> José Araújo e Hélder Lopes, 9.ºC

A  nanotecnologia  é um ramo científico que estuda a manipulação da matéria numa escala atómica e molecular, compreendida entre 1 a 100 nanómetros, e visa o desenvolvimento de materiais ou componentes, estando, por isso, intimamente associada a diversas áreas de pesquisa e produção na nanoescala, tais como a física, a química, a informática, a medicina, a eletrónica, a biologia e a engenharia dos materiais.Para compreender o significado de um nanómetro, considere uma praia de 1.000 km de extensão e um grão de areia de 1 mm; este grão está para esta praia como um nanómetro está para o metro.A construção de estruturas e novos materiais a partir de átomos (os tijolos básicos da natureza) é o principal objetivo desta área da ciência, criada no Japão, tendo, desde então, mostrado resultados surpreendentes na produção de semicondutores, biomateriais, chips, nanocompósitos, entre outros. O principal objetivo não é o de alcançar o controlo preciso e individual dos átomos, mas sim o de obter estruturas estáveis com eles.Todavia, para conhecer um pouco mais sobre as origens da nanotecnologia, importa falar sobre a nanotecnologia drexleriana. A nanotecnologia drexleriana é aquilo a que agora se chama nanotecnologia molecular, a qual

pressupõe a construção, átomo a átomo, de dispositivos úteis à vida humana. O Santo Graal da nanotecnologia drexleriana é o montador universal (dispositivo capaz de, de acordo com as instruções de um programador, construir, átomo a átomo, qualquer máquina concebível pela mente humana). Eric Drexler tem uma visão a longo prazo da nanotecnologia, prevendo o aparecimento de nanodispositivos de regeneração  celular que poderão assegurar a regeneração dos tecidos e a imortalidade.Embora Eric Drexler seja considerado por muitos como o pai da nanotecnologia, a sua abordagem próxima da ficção científica é vista com desconfiança por outros cientistas mais interessados nos aspetos práticos da nanotecnologia. Entretanto, a nanotecnologia desenvolveu-se graças aos contributos de várias áreas de investigação.Os desafios da nanotecnologia são semelhantes aos do desenvolvimento de novas tecnologias, pelo que há um debate fervoroso sobre as implicações futuras da nanotecnologia, nomeadamente sobre a  toxicidade e os impactos ambientais dos nanomateriais, assim como os potenciais efeitos na economia global.Em termos de problemas que esta ciência levanta, sem dúvida alguma

que a nanopoluição, gerada por nanomateriais ou durante a elaboração destes, é o principal, dado que as nanopartículas facilmente viajam pelo ar e, sendo incrivelmente pequenas, penetram nas células dos seres vivos, provocando-lhes danos desconhecidos.Não obstante os seus perigos, a nanotecnologia, devido às suas vantagens, prolifera um pouco por todo o lado: material para proteção contra raios ultravioleta; tratamento tópico de herpes e fungos; tecidos resistentes a manchas; polimento de faces e superfícies com nanotecnologia sem microrriscos; capeamento de vidros e aplicações anti-erosão a metais; sistemas de filtração do ar e da água; microprocessadores e equipamentos eletrónicos em geral; produtos cosméticos; filtros de proteção solar; nanocola, capaz de unir qualquer material a outro; pó antibactéria; raquetes e bolas de ténis;

diversas aplicações na medicina como catéteres, válvulas cardíacas, marca-passo, implantes ortopédicos; produtos de limpeza de materiais tóxicos...No entanto, as aplicações mais simples da nanotecnologia, como a geração de eletricidade em termopar semicondutor, a criação do material mais escuro do mundo, que absorve mais de 99,9% de toda a luz que recebe, podem permitir um novo patamar no aproveitamento da radiação solar para geração de energia elétrica e são efetivamente as apostas mais promissoras deste ramo da ciência.Muito ainda há para fazer nesta área, pois a nanotecnologia é um universo de oportunidades. Só esperamos que tudo seja feito no sentido de melhorar a condição de vida de todos os seres, sem nunca desvirtuar os seus princípios, salvaguardando sempre a ética e a moral.

> Professor David Ferreira

nanotecnologia

Carnaval em rio Covo s.ta eulália

No âmbito do projeto levado a cabo pelos Departamentos da Educação Pré-escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Agrupamento de Escolas de Vale D’Este, subordinado ao tema “Não Desperdiço”, a Escola Básica de Rio Covo S.ta Eulália realizou, este ano letivo, mais um desfile de Carnaval. A comunidade educativa foi convidada a participar nesta atividade, tendo intervindo com a construção das fantasias, que este ano foram subordinadas ao tema poupança, conforme projeto catalisador de conteúdos programáticos e de articulação entre os dois primeiros níveis da educação básica. Neste sentido, foi também envolvido o jardim de infância que, a partir deste ano, forma um estabelecimento escolar único, embora ainda continue em espaço independente. Os pais estão, mais uma vez, de parabéns pelas fantasias apresentadas, demonstrando

conhecimento e envolvimento no projeto desenvolvido na escola. Para a realização do cortejo carnavalesco, nem a chuva desmotivou as crianças e os pais, tendo aquelas desfilado mascaradas de mealheiros, caixas multibanco, moedas ou notas de euros. Também não faltou a sátira, representada pelos cobradores de impostos ou banqueiros. Assim, em conjunto com as crianças do jardim de infância, o desfile carnavalesco percorreu, no dia 28 de fevereiro, da parte da manhã, algumas ruas da freguesia que foram palco de uma ampla ação de cidadania. No salão paroquial foi organizado um desfile/concurso para a escolha da melhor fantasia. Foi um dia muito divertido, encerrado com um baile do agrado de todos, onde reinou a alegria, a boa disposição e o convívio.

> A Organização

a festa de CarnaVaL na escola

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23> A CIÊNCIA EM CASA

Num dia de sol, cheguei da Escola e fui até à horta, ajudar o meu avô.

Tinha na sua horta pepinos grandes e verdes, morangos vermelhos e docinhos, pimentos verdes, vermelhos e amarelos e também uns daqueles pequenos e picantes.

Eu perguntei ao meu avô se aquelas plantas davam fruto todo o ano. Ele sentou-se, tirou o chapéu, coçou a cabeça e disse-me que não. Então, começou por me explicar um pouco de agricultura - o trabalho que mais fez ao longo da vida.

O meu avô contou-me que semeia tomates, pepinos e pimentos na estufa (coisa que não

havia na sua mocidade), cujas sementes foram guardadas do ano anterior. Assim, durante o inverno, ficam abrigados do frio, da chuva e do mau tempo. Quando chega a primavera, já se podem transferir para a estufa, sendo preciso estacar as plantas para que o seu caule herbáceo não se parta com o peso.

O meu avô também falou sobre os morangueiros; são plantados na terra depois da divisão dos rizomas. Durante a primavera aparecem flores branquinhas que depois passam a morangos vermelhos. Como entender? Têm de ser regados de manhã, porque se for à noite, o morango está quente, estraga-se e acaba por apodrecer.

O meu avô também me explicou como se semeia a batata, que é um tubérculo. No início da primavera, os "olhos" da batata vão ser responsáveis pelo crescimento do caule, pelo aparecimento dos ramos e das folhas e pelo desenvolvimento da raiz de batatas novas. O meu avô disse-me que guarda algumas da última colheita num local com pouca luz e humidade, para que desenvolvam as gemas que irão ser plantadas na próxima época.

O meu avô não teve pressa em falar sobre o que melhor conhecia. Eu não tive pressa de ir brincar com os videjogos. Acho que sempre que eu pensar em plantas, vou lembrar-me do meu avô.

> João Pedro, 5.ºB

Sei de uma menina muito bonita, de nome Mariana, que vivia numa grande cidade. Nos seus caminhos habituais só via prédios, carros, comboios, tudo muito cinzento e triste.

Num domingo, os seus pais decidiram fazer-lhe uma surpresa. Levaram-na a um jardim. Ao chegarem, deparou-se com cores nunca antes imaginadas. Mariana nem queria acreditar!

E lá foi Mariana a correr. Tocava em tudo, ria-se, cheirava as flores, ouvia o som das folhas das árvores, o som dos pássaros, tanta coisa para conhecer. Chegou a uma árvore com um tronco muito grande; os seus ramos eram ligeiramente caídos, parecia velha. Contudo, Mariana não resistiu: abraçou-a e até lhe deu um beijinho.

Mariana voltou-se em direção aos seus pais e disse-lhes que queria saber mais sobre as árvores e as flores que via. Seu pai sentou-a sobre a perna esquerda e começou a contar-lhe que há árvores de folha perene e outras de folha caduca. Pacientemente, contou-lhe sobre a floração das árvores de fruto.

a horta

as PlantasPorque "Num Jardim há Histórias sem fim", os alunos das turmas A, B, D e E do 5.º ano foram convidados a elaborar trabalhos sobre As Plantas - tópico programático do currículo de Ciências Naturais.

A resposta não poderia ter sido mais pronta: com quase uma centena de trabalhos apresentados, a seleção foi, sem dúvida, um desafio. A decisão de selecionar apenas dois textos para O Despertar foi tomada com base num parâmetro subjetivo: qual o texto que revela a mais doce e carinhosa interação entre um aluno, um familiar e o seu jardim? Eis a resposta.

no jardim há histórias sem fimMariana, atenta, perguntou-lhe se as árvores davam frutos todo o ano, porque via sempre frutas na mercearia. Sua mãe riu-se e explicou-lhe: "Há um tempo ideal para que elas cresçam e amadureçam, assim como tu. Sabes que existem quatro estações no ano e cada árvore dá frutos na sua estação. A laranjeira, por exemplo, dá frutos no inverno; a macieira no verão. Presta atenção às palmeiras; os seus troncos chamam-se espiques”.

- E as flores? Por que têm tantas cores? - perguntou Mariana.

Desta vez, o pai disse à menina:

- As flores trazem alegria, cor, vida e perfume à Terra. Há várias espécies: rosas, tulipas, amores, estrelícias, orquídeas, camélias, tantas, tantas que eu nem sei. Muitas nascem de bolbos e rizomas que dormiram durante o inverno e agora despertaram para mostrar a sua beleza. Algumas vêm de sementinhas bem pequenas. Não deixes de reparar nas folhas, Mariana. Olha... há diferentes nervuras e limbos; já reparaste nos vários tons de verde deste jardim?

Naquela noite, Mariana dormiu feliz!

(compilação dos trabalhos do 5.ºE)Professora Carmo Andrade

A escola de Cambeses sofreu uma requalificação dos seus espaços exteriores e ficou mais airosa, florida e asseada.

Foram plantadas laranjeiras no jardim. No dia da Árvore, acrescentámos mais uma árvore ao pomar; plantámos uma oliveira.

Agora que a chuva nos deu algum descanso, voltamos a tratar da nossa horta, plantando novos produtos hortícolas. Os mais pequenos construíram a Micas, para a guardar e proteger.

> Escola EB de CambesesAlunos de Cambeses a plantar uma oliveira no DIA DA ÁRVORE. Cambeses e a sua HORTA... bem guardada!

cambeses e a sua HoRta

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24> A VOZ DOS MAIS PEQUENOS

Palavras em leque - EB1 DE RIO COVO

Mealheiro de histórias -EB1 de RIO COVO Palavras em leque - EB1 DE RIO COVO

Decorreu na Biblioteca Escolar de Cambeses a Semana da Leitura, de 17 a 21 de abril, cujo tema foi A língua Portuguesa. Este ano houve preocupação, por parte da Biblioteca, em envolver as escolas do 1.º ciclo e do pré-escolar em algumas atividades.

Ao longo desta semana, houve uma Feira do Livro aberta à comunidade, montada na Biblioteca. Esta atividade foi dinamizada de acordo com o mote do PNL Ler é uma festa!. A Feira estava alegre, atrativa e pautou-se pela variedade e diversidade dos livros para venda, especialmente no âmbito da Literatura Infanto-Juvenil adequada ao nível etário dos alunos. Contemplou também títulos para um público mais adulto. Para além de ter os livros mais atuais e mais lidos, apresentou as novidades literárias que vão sendo editadas no nosso país. Esta Feira do Livro foi muito visitada e participada por alunos, professores, encarregados de educação e familiares dos alunos.

Ao longo da Semana da Leitura, foram ainda dinamizadas outras atividades como constava do respetivo programa: Exposição Encrava-Línguas, da Editora Trinta por uma Linha; Ateliê de Leitura Palavras Animadas; Newton também gostava de ler; Ida ao Teatro; O Meu Pai; Leituras em Língua Portuguesa e Silêncio, Vamos Ler!

Os alunos participaram com entusiasmo e empenho em todas as atividades. Com certeza que as experiências vividas, durante esta semana, perdurarão por muito tempo na sua memória.

“A atividade Palavras em leque, promovida pela Rede de Bibliotecas Escolares de Barcelos, realizada na EB1 de Rio Covo S.ta Eulália, integrada na Semana da Leitura, resultou numa festa de leitura para as crianças. O sucesso desta atividade foi ainda maior, porque foi complementada por outras atividades, promovidas pela Biblioteca

leitura

desenhos do Teatro ViAgEm PElo CorPo HumANoeB1 de RiO cOvO

Escolar de Cambeses, como o teatro Viagem pelo corpo humano e Silêncio, vamos ler, para além de uma  outra  pelos departamentos do pré-escolar e 1.º Ciclo do Agrupamento, onde a EB1 de Rio Covo está integrada, denominada Mealheiro de histórias. (…) Foi uma semana recheada de palavras ouvidas, escritas, lidas, sentidas e vividas.” [Professora Anabela]

“A atividade Palavras em leque foi promovida pela Rede de Bibliotecas Escolares de Barcelos, realizada na EB1 de Negreiros, integrada na

Semana da Leitura. Começou por ser lida a história ”O menino escritor”, de Rosário Alçada Araújo. Após a leitura, e depois de um pequeno diálogo, os alunos foram convidados a escrever uma frase sobre o que é ser escritor. Esta atividade foi muito bem acolhida pelos alunos que mostraram entusiasmo e interesse. Foi um bom incentivo para adquirir hábitos de leitura e de escrita.” [Professora Manuela]

> BE da EB de Cambeses

semana da

Mealheiro de histórias - mãe a ler - EB1 de RIO COVO

Os alunos do Jardim de Infância de Chorente comemoraram o Dia da Amizade, no dia 14 de fevereiro de 2014.

Esta atividade foi realizada no jardim de infância e contou com momentos muito distintos. Com efeito, os alunos começaram por visionar um Powerpoint com uma história alusiva ao tema, intitulada O que é ser amigo; ulteriormente, ouviram e entoaram canções referentes à amizade, tais como Ter amigos é tão bom e a Cinderela. Noutro momento, procedeu-se à abertura do Correio da Amizade e à respetiva distribuição de correspondência, para meninos da turma, do 1.º ciclo, pessoal docente e não docente, pais, tios, avós e demais familiares. Este foi um momento de grande expetativa e de muitas surpresas dado que surgiram cartas endereçadas a amigos que não eram de todo esperadas.

Nesta dinâmica, que teve início uns dias antes, as crianças foram sensibilizadas para a importância da amizade e de como os nossos amigos ficam contentes em receber presentes. Por essa razão, todas realizaram trabalhos e, num espaço mais pessoal, referiam o nome do amigo a quem queriam enviar a missiva. Uma vez colocada em envelope com o respetivo endereço, as crianças levaram a carta que escreveram à caixa do Correio da Amizade, que só foi aberta no dia da efeméride. De um modo geral, as crianças realizaram ainda trabalhos para oferecer a outros amigos que não faziam parte da escola.A

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> JI de Chorente

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25> A VOZ DOS MAIS PEQUENOS

No âmbito da Semana da Leitura, realizou-se a atividade Silêncio, Vamos Ler!. Esta iniciativa nasceu da vontade da professora bibliotecária responsável de criar uma atividade comum a todas as escolas do 1.º Ciclo e Jardins de Infância do Agrupamento no sentido de as envolver e integrar no espírito da Semana da Leitura. Assim, no dia 20 de março, às 9.30h, todos os alunos e respetivos docentes leram as obras escolhidas em sede de departamento para o efeito. Para o 1.º Ciclo, foi escolhida a obra de José Fanha No dia em que a mata ardeu, por estar prevista na Oferta Complementar de Educação para a Cidadania; para o Pré-escolar, O Menino Poupadinho, de Maria de Jesus Sousa. Esta obra foi selecionada tendo em vista o Projeto do Agrupamento para o ensino pré-escolar, Não desperdício, que tem como suporte o Referencial de Educação Financeira, promovido pelo MEC.

No final da leitura, cada escola/docente realizou os trabalhos que bem entendeu com os seus alunos, alguns dos quais são aqui divulgados.

Esta iniciativa foi muito bem recebida pelos alunos. O intuito da Biblioteca Escolar de envolver, cada vez mais, as escolas numa lógica de agrupamento foi conseguido.

“O jardim de infância de Chorente realizou a atividade Silêncio Vamos Ler, no dia planeado, na parte da manhã, quando todas as crianças se encontravam na escola.

As crianças visionaram a história com muita atenção, foram criados momentos para o diálogo e a reflexão. Mais uma vez, foram sensibilizadas para a necessidade de poupar, não só o dinheiro, como também outros bens essenciais: a água, a luz e outros….

Por fim, fizeram o registo da história e ficaram todas contentes por terem, cada uma já na escola, o seu mealheiro como O menino poupadinho.”. [JI de Chorente]

“A história foi apresentada em powerpoint. Depois de lida, a educadora interagiu com os alunos colocando questões. De seguida, a história foi recontada e registada pelos alunos. Durante o dia, os alunos puderam rever a história individualmente no computador.

Esta história foi enriquecedora na medida em que conseguiu transmitir noções básicas de poupança para estas idades.” [JI de Negreiros]

> Biblioteca Escolar da EB de Cambeses

Silêncio, Vamos Ler!

SILÊNCIO, VAMOS LER! - EB1 DE CAMBESES

SILÊNCIO, VAMOS LER! - EB1 DE FONTE COBERTA

SILÊNCIO, VAMOS LER! - JI DE CAMBESES

SILÊNCIO, VAMOS LER! - JI DE CHORENTE

SILÊNCIO, VAMOS LER! - JI DE NEGREIROS

SILÊNCIO, VAMOS LER! - JI DE NEGREIROS

SILÊNCIO, VAMOS LER! - EB1 DE CAMBESES

SILÊNCIO, VAMOS LER! - EB1 DE RIO COVO

SILÊNCIO, VAMOS LER! - JI DE CHORENTE

SILÊNCIO, VAMOS LER! - JI DE CHORENTE

SILÊNCIO, VAMOS LER! - JI DE NEGREIROS

o DiA Em quE A mAtA ArDEu

Desenhos dos alunos da EB1 DE FONTE COBERTA

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26> A VOZ DOS MAIS PEQUENOS

Realizou-se, na EB1 de Rio Covo S.ta Eulália, entre os dias 17 e 21 de março de 2014, a Semana da Leitura, certame que proporcionou um conjunto de atividades em torno da leitura, dinamizadas pela Rede de Bibliotecas Escolares, pela Escola e pelo Departamento do 1.º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vale D’Este, assim envolvendo toda a comunidade educativa e a freguesia.

Esta festa da palavra, em que aconteceram momentos de leitura, teatro e boa disposição, começou com a atividade de articulação entre os Departamentos do pré-escolar e do 1.º Ciclo denominada “Mealheiro de histórias”. Os pais participaram oferecendo livros e, os que tiveram disponibilidade, leram a história aos colegas do seu educando, na escola. Caso não pudessem fazê-lo, eram os próprios alunos a ler aos seus colegas. Assim que terminava a sua participação, o livro era colocado no mealheiro para, no final da semana, este ser aberto servindo os livros angariados para enriquecer a biblioteca da escola.

Na terça-feira realizou-se a atividade “Palavras em leque”, promovida pela Rede de Bibliotecas Escolares de Barcelos, apresentada por dois

elementos da biblioteca de Barcelos que contaram a história “Fábrica das palavras” e realizaram um jogo com os alunos que consistia em escrever uma palavra com significado para cada um, dando origem ao leque com palavras de todos.

Na quarta-feira, assistimos a um musical infantil denominado “Viagem pelo corpo humano”, um espetáculo concretizado por alunos do 2.º e 3.º

na EB1 de

Rio covo S.ta Eulália

No mês de janeiro, os alunos da EB1/JI de Chavão foram cantar as Janeiras/Reis, no salão paroquial de Chavão.Este momento contou com a participação em grande número de pais, familiares e outros elementos da comunidade. A abrir a festa, assistimos à atuação do grupo de cantares de Negreiros, acompanhado

pela Sr.ª Presidente da Junta de Negreiros/Chavão, professora Guilhermina Guimarães.De seguida, atuaram as crianças com cantigas alusivas à quadra, acompanhadas de instrumentos musicais.Foi uma festa recheada de emoções e de boa disposição.

Na Semana da Leitura, o Jardim de Infância de Chavão convidou as mães a contar uma história. A mãe do João Afonso e da Carolina preparou os materiais e uma música de acordo com a história narrada. Para finalizar, e aproveitando o aniversário da Carolina, fez-se uma festa.

ciclos da EB2/3 de Cabreiros. Este espetáculo de cariz educativo transmitiu um conjunto de conhecimentos aos alunos sobre o funcionamento do corpo humano, de uma forma lúdica.

Na quinta-feira, todas as escolas do 1.º Ciclo, às nove horas e trinta minutos, contaram a história “O dia em que a mata ardeu”. Esta atividade foi promovida pela coordenadora da biblioteca de Cambeses, denominada “Silêncio, vamos ler”, e surgia integrada na Oferta Complementar, na área de

Educação para a Cidadania.

A Semana da Leitura terminou com a apresentação da peça de teatro “O Corvo e a Raposa”, preparada pelos alunos do 4.º ano em articulação com a docente de Expressões Lúdicas das Atividades de Enriquecimento Curricular.

Em síntese, esta foi uma semana recheada de palavras ouvidas, escritas, lidas, sentidas e vividas.

> A Organização

SEmANA DA lEiturA

> A Organização> EB1/ JI de Chavão

alunos da EB1/JI de chavão cantam as janeiras

SEmANA DA lEiturA no Jardim de Infância de chavão

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27> A VOZ DOS MAIS PEQUENOS

Integrado no Projeto de Departamento do Pré-escolar «Não Desperdiço», partimos à descoberta de diversas atividades como Mealheiro de Histórias, na qual se privilegiou a vinda dos pais à escola para cantarem e contarem histórias, assim como a elaboração de mealheiros. Por outro lado, enriquecemos as nossas aprendizagens com a visita de estudo ao Museu da Ciência Viva, em Vila do Conde, cujo objetivo era sensibilizar os alunos para a poupança da água. Além disso, a nossa comunidade educativa foi distinguida com a visita da escritora Palmira Martins e a Palestra sobre Higiene Oral, com a presença da Dentista Filipa.

O Jardim de infância de negreiros em movimento

Palestra sobre Higiene Oral. Visita da escritora Palmira Martins.

Os pais vieram à escola e, de forma lúdica e divertida, cantaram e contaram histórias, aquando da incrementação dos Mealheiros de Histórias.

> Maria

> Lara

> Joana

> Eva

No âmbito da palestra dinamizada em torno do tema “Água é vida”, os alunos do 4.º ano da Escola de Negreiros trabalharam o ciclo urbano da água, no sentido de conhecerem o percurso da água desde a captação até à chegada às suas casas, assim como a necessidade da preservação da mesma. De resto, este propósito viria a ser reforçado pela audição da história O dia em que a mata ardeu, seguido de um trabalho escrito, tarefas que concorreram para que  ficassem sensibilizados para o problema da poluição terrestre.

> A Organização

Decorreu na semana de 17 a 21 de março de 2014 a Semana da Leitura no Agrupamento de Escolas de Vale D’Este. Na Escola Básica de Fonte Coberta, ao longo desta semana, foi concretizado um conjunto de atividades ligadas ao livro, à leitura, à escrita e ao teatro, como elementos de expressão oral e artística. Assim, realizaram-se as atividades “Mealheiro de histórias”, “Dia do Pai”, “Silêncio, vamos ler” e o teatro “Viagem pelo corpo humano”.

Quanto à atividade “Mealheiro de histórias”, construiu-se um mealheiro para nele se introduzir livros de histórias oferecidos pelos pais e por outros elementos da comunidade. Para além de terem oferecido os livros, os pais introduziram-nos imediatamente após terem contado a história às crianças da turma do seu educando. Como esta atividade se inscrevia na Semana da Leitura, que também incluía o Dia do Pai, sugeriu-se o dia 19 março como data para a leitura das histórias na escola por parte dos progenitores. Houve grande participação e disponibilidade por parte de todos, tendo sido uma semana aberta à comunidade que, com mais ou menos jeito, mais ou menos à-vontade para contar histórias, resultou de forma amplamente positiva.

Foi ainda no decurso da Semana da Leitura que comemorámos o Dia Mundial do Livro com a atividade “Silêncio, vamos ler”. Constou da leitura de uma história no dia 20 de março, às 9 horas e 30 minutos, em simultâneo em todas os estabelecimentos escolares do Agrupamento. Nos jardins de infância, foi lida a história do “Menino poupadinho”, por estar ligada ao projeto de articulação com o Departamento do 1.º Ciclo, denominado “Não Desperdiço”. No 1.º Ciclo, foi escolhida a história No dia em que a mata ardeu, por estar prevista na Oferta Complementar de Educação para a Cidadania.

O sucesso desta Semana da Leitura foi complementado com o visionamento de um musical, apresentado pelos alunos da Escola EB2/3 de Cabreiros, intitulado Viagem pelo corpo humano. Foi uma semana recheada de palavras ouvidas, escritas e lidas.

SEmANA DA lEiturA na Escola Básica de Fonte coberta

> Educador Fernando Pinto

> Educadoras Augusta Santos e Conceição Sousa, JI de Negreiros

PAlEStrA

água é vida

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28> CRONICAGEM

Nesta noite tão chuvosa, recordo o teu olhar como nascente de um rio… sinto o seu caudal viajando por entre os poros que a minha face contém.Pergunto-me onde estarás e onde estaremos, o porquê dos porquês… como é que esta tão forte tempestade levou por aquela porta tudo o que nos suportava?Suportava?... Mantinha! Talvez isso, fosse o que fosse. Mantinha. Manteve, mas… mas… mas… (imensa escassez de palavras). Zumbe na minha cabeça o som da porta a bater, ecoando a saudade do sorriso dela a abrir-se. Oh, doces tempos de menina, inocência mergulhada em chocolate quente.Este sono decompõe-me em matéria orgânica e o calor da lareira vai-me trazendo uma pequena agitação nervosa; não tenho o teu abraço. O quente doce sabor do teu abraço, já o não tenho. Deixei de ser a manteiga na frigideira, no toque de um abraço.O som da televisão, eu já nem o distingo por entre os meus neurónios e a caneca segura pela ponta de meus dedos parece quase imaginária. Estou focada naquele fogo inquietante. Fascinante. Perigoso. Tal como tu.Estou perdida. Enorme labirinto é-me imposto e eu continuo a não te querer por perto, mas talvez esse seja o caminho para sair daqui. Talvez…Arrasto-me por entre portas e paredes à procura do meu pequeno refúgio. Paira uma nuvem nostálgica sobre mim e nem estes lençóis brancos me dão tréguas. Perfume tão envolvente vai purificando o ar e faz com que esqueça a longa tempestade. As pestanas exercem forças atrativas, tal como ímanes, e fecho os olhos com a esperança de só acordar quando já sentir segurança, mas ainda não; o calor do fogo ainda se faz sentir em meus olhos vidrados e os pensamentos fazem de mim bomba nuclear…mais uma noite em claro, ouvindo e sentindo o rio de minha face.Questiono-me sobre quem estarei a pensar, a falar interiormente. Para quem serão todas estas noites em claro e este rio iminente? Acendo a vela de canela e volto a fixar-me entre fogo e melodia. que desejos tão contraditórios, tão equivalentes a um tu e a um eu. Mas tudo isso acabou, e eu ficarei sempre aqui, fascinada, perdida, pensativa. Agora, apenas eu.

> Sofia Araci, 11.ºA

Pensamento negro de uma noite

Era uma vez… não, esta história não deve começar assim, tentemos então de novo. Há muito tempo atrás… não, também não me parece bem, que venha então a última tentativa. Quando a estrada nacional 319 foi projetada e construída, poucos foram os veículos, sim veículos, pois ainda existiam inúmeros carros de bois, tratores e pontualmente um ou outro automóvel, que seguiram o seu traçado entre as duas cidades, perdão vilas e cidades, ou aldeias e vilas, pois desta estrada poucos ou nenhuns são os seus registos dos tempos passados. Adiante. Quando esta estrada foi construída, poucas eram as casas que a ladeavam, tal como hoje, e os montes permaneciam quase impenetráveis, gigantes temidos que abrigavam animais selvagens. A oficina, que nos dias de hoje está em risco de fechar, ainda não conhecia sequer a existência dos seus fundadores, dois irmãos, um bastardo e outro legítimo, que souberam vencer o preconceito das famílias, uma rica e outra pobre, como todas as histórias o pedem.O café que de tudo vende, incluindo a promessa de um bilhete premiado, louça com decorações já ultrapassadas e, claro, os mata-bichos a qualquer hora do dia ou da noite, apenas existia nos sonhos de uma avó muito à frente para o seu tempo.Esta estrada, a nacional 319, guarda muitas histórias de tantas famílias, umas contadas em convívios, outras esquecidas no tempo. A mãe que vinha a pé de Santo Tirso com os gaiatos até à feira do Cô, comprar um porco, que carregava às costas, e uma sêmea de cereais que ninguém podia comer até que se chegasse a casa e o pai autorizasse. A filha e a mãe, viúva há tantos anos cujo nome do marido quase havia esquecido, que vinham roubar lenha para que a sua vida miserável fosse um pouco melhor. Os putos reguilas que brincavam aos cowboys perto da nascente do rio Leça.

Alguns campos de cultivo são hoje prados e algumas das bouças são hoje terrenos de casas humildes. Ora, num desses prados é costume encontrar um cavalo castanho e, precisamente do lado oposto, encoberta por altos portões verdes de ferro, uma casa da qual apenas se avista o telhado. Nessa casa um cão bastante feroz costuma colocar o seu focinho por entre os espaços livres do portão e, quando a coragem é maior, passear pelos muros da casa.Num destes dias, o cão viu pela primeira vez o cavalo e o cavalo viu pela primeira vez o cão. Tão pequeno se sentiu o grande cão, ao ver aquele animal robusto, de pelo castanho, brilhando com os raios de sol. Tão grande se sentiu o cavalo e tão pequeno na impossibilidade de se aproximar do cão.Desde daquele dia, de todas as vezes que o portão se abriu, o cão corria para tentar avistar o seu amigo e de todas as vezes que o cavalo tinha o prado disponível para as suas correrias, passava o tempo encostado à vedação de arame para ver o seu companheiro canino.Mas o mundo nunca para, podemos parar mas ele continua sem sequer saber que alguém, em algum lado, parou. Inverteu-se então a história e o mundo parou. Nem uma nuvem, nem uma rajada de vento, ficaram então as águas presas no céu, os humanos parados, como se adormecidos. Abriu-se o portão, saltou-se o muro. Cão e cavalo, frente a frente, narizes encostados, segredos ditos. Correram cão e cavalo, lado a lado, pelo prado que se tornou imenso. Foram cão e cavalo, livres por um tempo, um instante, sem preconceitos.E teriam vivido felizes para sempre, se este não fosse o mundo que não para, o mundo das pessoas que não veem, pois ver não faz parte dos seus planos de conquistas e as histórias, essas, estão guardadas em bibliotecas fechadas.

> Professora Raquel Mendes

a história do cão e do cavalo ou a história dos dias de hoje