Oficina discute tema da Campanha da Fraternidade - Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro...
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31/10/2016 Oficina discute tema da Campanha da Fraternidade Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro ArqRio
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04/04/2014 11:26 Por: Fabíola Goulart ([email protected])
Oficina discute tema da Campanha da Fraternidade 0
O Serviço Social da Arquidiocesedo Rio de Janeiro promoveu umaoficina sobre o tema daCampanha da Fraternidade 2014,“Tráfico de pessoas”, no dia 2 deabril, no prédio da Mitraarquidiocesana. Cerca de 30agentes de pastorais sociais quejá passaram pelo curso decapacitação e mobilização delideranças comunitáriasparticiparam do encontro.
Segundo Julio Mendes, membroda equipe de assistentes sociais
da Arquidiocese, a participação dos agentes na oficina é fundamental eles possam tambémpromover esse debate nas comunidades e paróquias.
“São as pessoas que atuam diretamente na base, lá na ponta, atuando junto ao povo que a Igrejaassiste ou atende, em uma função muito importante dentro do trabalho social da arquidiocese.Embasálas nestes temas é essencial porque, além das atividades pastorais, elas proporcionammomentos de formação social e conscientização a outras pessoas”, explicou Julio.
Para Tobias Tomine Faria, membro da coordenação das pastorais sociais do Vicariato Oeste etambém integrante da comissão de animação do Ano da Caridade na arquidiocese, os participantesdemonstraram a sede de conhecimento de muitos católicos.
“O católico da nossa arquidiocese não se contenta mais com uma fé limitada pelos muros dasigrejas. Isso faz com que ele sinta uma necessidade de entender melhor a realidade que o cerca”,afirmou Tobias, reforçando que o Ano da Caridade tem criado importantes momentos de reflexão eformação.
A oficina foi dividida em dois momentos. O primeiro situou a Campanha da Fraternidade no tempoquaresmal, conduzido por Tobias. Em seguida, o deputado estadual Robson Leite falou sobre olegado das edições da Campanha da Fraternidade e o tema deste ano. Também houve um momentode diálogo entre os presentes e convidados.
Uma dura realidade
Segundo o deputado, o tráfico humano tem dado mais rentabilidade aos criminosos do que o tráficode drogas. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que, somente em 2011,foram libertados mais de 50 trabalhadores em regime análogo a trabalho escravo no Rio de Janeiro.
“A gente precisa construir mecanismos que impeçam que este crime seja difundido, e o melhor delesé a conscientização. Ninguém tem maior força do que a Igreja para chegar às comunidades econscientizar as pessoas”, reforçou Robson Leite.
Porém, somente a conscientização não é suficiente para provocar mudanças. Para Robson, aspessoas devem pressionar o poder público para avançar na construção de políticas de prevenção aotrabalho escravo. O deputado citou a aprovação da chamada PEC do Trabalho Escravo, ainda emtramitação no Senado, como parte desse caminho. O projeto de lei estadual nº 1940, de autoria dodeputado, defende a cassação da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS de empresas que
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façam uso direto ou indireto de trabalho escravo ou condições análogas, que seria um importanteinstrumento para a diminuição de casos no Rio de Janeiro. O projeto tem como base a lei aprovadaem 2012 pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e já foi aprovada em seis comissõesdiferentes.
Realidade nem tão distante
Agentes da Pastoral Social e do Setor de Serviço Social da Paróquia São José Operário, na Ilha doGovernador, avaliaram positivamente a oficina. Para a coordenadora Maria Célia da Paz Santos,esse tipo de crime é difícil de identificar por acontecer de forma velada e cercado pelo medo. Falarsobre o assunto, segundo ela, pode ajudar que as pessoas que trabalham na assistência social emgrupos de vulnerabilidade ao tráfico humano possam identificar casos e pedir ajuda.
As participantes afirmaram se deparar com situações que poderiam indicar o aliciamento ou até umcaso concreto de tráfico humano ou trabalho escravo. Entretanto, a dúvida sobre o que fazer dianteda suspeita é o que geralmente paralisa a pessoa e impede a denúncia.
“É muito bom falar sobre o assunto. Queremos dar continuidade nisso, com iniciativas reais, mesmoapós a Quaresma, pois é um tema atual em que precisamos trabalhar mais”, destacou Maria Célia.
Trabalho escravo: como denunciar?
No Rio de Janeiro, denúncias podem ser feitas pelo telefone: (21) 22531177. O serviço ofereceatendimento 24 horas recebe informações sobre locais que abrigam trabalhadores em situaçãoanáloga à escravidão.
Após registrada a denúncia, o caso é informado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) queacionará auditores regionais. Os especialistas avaliarão a veracidade do caso e fiscalizarão asituação para que sejam tomadas as medidas cabíveis.
O que é considerado trabalho escravo?
O Código Penal – Lei 10803/2003 – considera analogia à escravidão quando trabalhadores sãosubmetidos a serviços forçados ou jornadas exaustivas, sujeitos a condições degradantes ou têmrestrita sua locomoção em razão de dívida imposta pelo empregador. Ou seja, é consideradotrabalho escravo a sujeição do trabalhador por meio de fraude, violência, ameaça ou qualquer tipo decoação.
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Fotos: Fabíola Goulart
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