Olá Cursista!!! Você já realizou a primeira parte do curso, e estamos quase na reta final!!! Ficamos ainda mais felizes com os relatos de vocês no fórum em relação às atividades... Se você ainda não realizou as atividades anteriores pedimos para que realize!! Vamos lá??? Bons estudos...

TERCEIRO MÓDULO

No módulo anterior nós abordamos o quanto a voz é

importante para a comunicação e como instrumento de

trabalho. Perceber o ambiente em que você está exposto

diariamente durante o período de trabalho se faz necessário

para que os cuidados com a voz sejam direcionados...

Neste módulo iremos abordar sobre os fatores de risco para a

Voz, como identificar um problema de voz e quais medidas

devem ser tomadas quando identifica-se um problema.

Antes mesmo de falar sobre os fatores de risco para a voz

precisamos falar sobre...

Higiene Vocal Embora seja um termo amplo, a Higiene Vocal compreende um

conjunto de ações que auxiliam a preservar a saúde vocal e a prevenir o

aparecimento de alterações e doenças, ou seja, manter o seu bem-estar vocal!

Primeiramente para que se entenda o conceito de Higiene Vocal é

necessário entender como a voz é produzida, quais órgãos envolvidos

nesse processo... tudo o que já foi abordado anteriormente!

Em segundo lugar é preciso compreender quais são os inimigos; os

hábitos que prejudicam e colocam a saúde vocal em risco...

Para finalmente entendermos quais os meios básicos para mantermos

a saúde vocal!!! 

Fatores de Risco

HÁBITOS VOCAIS INADEQUADOS

Existem uma série de hábitos que podem ser nocivos a à voz, aqui iremos abordar três deles: Competir com sons mais fortes, pigarrear e tossir com força. Competir com sons mais fortes é algo comum quando se quer manter a conversa em ambientes com barulhos de carros, motos, ônibus ou, varias pessoas falando junto, como acontece em alguns momentos em sala de aula.  Como você acha que devemos proceder nestas situações? Pense sobre isso, pois será o assunto do próximo módulo!!!

HÁBITOS VOCAIS INADEQUADOS

Pigarrear corresponde ao hábito de “raspar a garganta”, e dá a sensação de liberar algo estranho, aliviando o sintoma de pressão acompanhado de uma relativa melhora da voz. Porém fazer isso é uma agressão às pregas vocais, piorando assim a condição da laringe. A tosse também é extremamente agressiva para a mucosa (tecido que reveste a laringe). Estes hábitos podem contribuir para o aparecimento de alterações nas pregas vocais, através do atrito que provoca irritação e comprometimentos a mucosa. 

POSTURAS CORPORAIS INADEQUADASVocê já pensou que a sua postura pode afetar na sua comunicação?Para nos comunicarmos utilizamos não somente a voz, mas todo o nosso corpo, tanto que para uma comunicação efetiva, o corpo e a voz devem expressar a mesma intenção. Posturas corporais inadequadas estão relacionadas a uma emissão vocal deficiente, e os desvios de postura podem ser: cabeça elevada ou inclinada para os lados, tensão no rosto com boca travada, olhos excessivamente abertos, elevação ou contração de sobrancelhas, pescoço com músculos saltos e veias muito aparentes, peito comprimido, ombros erguidos ou rodados para frente, bloqueio da movimentação corporal, principalmente na região da cabeça e braços. Um corpo com movimentos harmônicos favorece a movimentação livre da laringe e a produção adequada da voz. Em sala de aula, muitas vezes o professor adota posturas inadequadas durante suas atividades. Você costuma observar a sua postura ao dar aulas? 

ALIMENTAÇÃO INADEQUADA

A produção da voz é um processo de alto gasto de energia e, como você usa a voz profissionalmente e de forma intensa, você deve ter uma alimentação balanceada.Alimentos leves, verduras e frutas bem mastigadas, além dos nutrientes adequados que oferecem, também relaxam a musculatura da mandíbula, da língua e da faringe, melhorando a dicção e dando sensação de leveza ao corpo. 

ALIMENTAÇÃO INADEQUADA

Para pessoas que já têm predisposição a alterações vocais sugere-se que evitem chocolate, leite e derivados antes do uso intenso da voz, pois estes alimentos aumentam a secreção no trato vocal e induzem a produção de pigarro. Alimentos e bebidas muito gelados não devem ser ingeridos durante o uso intenso da voz, pois o choque térmico causa uma descarga imediata de muco e inchaço nas pregas vocais. Bebidas como café e chás escuros, contém cafeína, que estimula o refluxo gastroesofágico, grande inimigo de uma boa voz! A cafeína em excesso e associada às altas temperaturas podem desidratar a mucosa da pregas vocais. 

ALIMENTAÇÃO INADEQUADAAlimentos pesados e muito condicionados lentificam a digestão e dificultam a movimentação livre do músculo diafragma, essencial para a respiração. Grande parte da energia do nosso corpo passa a ser utilizada no processo digestivo e, com isso, a função vocal fica prejudicada. Além disso, excesso de alimentos condimentados favorece o refluxo gastroesofágico. O refluxo gastroesofágico é a passagem do suco gástrico para o esôfago, que sobe em direção a boca. Indivíduos que possuam refluxo costumam ter sinais como, regurgitação de alimentos, pigarro constante, sensação de bolo na garganta ou corpo estranho, saliva viscosa, mau hálito e problemas digestivos. Quando o refluxo atinge a laringe é denominado de refluxo laringofaríngeo, neste caso o suco gástrico altamente irritativo produz lesões na mucosa das pregas vocais e das outras estruturas da laringe. O que você costuma comer ou beber nos intervalos das aulas?

FALTA DE REPOUSO

Como já dito, a produção da voz é um processo de alto gasto energético. Procure respeitar os horários de sono e de descanso, principalmente se for usar a voz intensamente posteriormente. Podemos ter fadiga vocal, pelo uso excessivo da voz ou por usa-la em grande intensidade (falar alto) durante as aulas. Quando ficamos com fadiga vocal a voz sai fraca, mais baixa e com ar na emissão, pois não consegue mobilizar adequadamente as estruturas para produzir uma boa qualidade vocal. A fadiga pode ser tão intensa que causa o cansaço corporal global e para falar acaba forçando muito para manter a emissão. Por isso o descanso anterior é importante, assim como evitar continuar a falar em forte intensidade após as aulas. 

VESTUÁRIO INADEQUADO

Você sabia que o tipo de roupa que você veste pode interferir na sua voz? Roupas apertadas que causam compressão na região do pescoço, onde está a laringe e na região do abdome, onde está o diafragma (apoio respiratório para a produção da voz), são prejudiciais para a voz. A postura corporal inadequada como já dito anteriormente favorece as alterações de voz, desta forma, saltos altos provocam uma postura tensa, a fim de se manter o corpo reto e, consequentemente, enrijecem a postura corporal, dificultando a emissão da voz. 

FUMOFumar é muito ruim!!! No momento que em que se traga, a fumaça quente agride todo o sistema respiratório, e principalmente as pregas vocais. Causa irritação, pigarro, acúmulo anormal de líquido no tecido da laringe (edema), tosse, aumento da secreção e infecções. A toxina do cigarro fica contida nas pregas vocais agindo diretamente na mucosa, e favorece o aparecimento de diversas alterações provocadas pela irritação. Além disso, o fumo é considerado um dos principais fatores para desencadear o câncer de laringe e pulmão. A pessoa que não fuma, mas fica a exposta a fumaça também pode apresentar alterações!!!

ÁLCOOLO consumo de bebidas alcoólicas, principalmente as destiladas, causa uma irritação em todo trato vocal semelhante à produzida pelo fumo. Mas também com ações que chamamos como “imunodepressão”, que é a diminuição nas respostas de defesa do organismo. Em alguns indivíduos uma ou duas doses de bebida alcoólica pode aparentemente trazer uma sensação de melhora na voz, pois a bebida causa uma leve anestesia na garganta e reduz a sensibilidade nessa região, fazendo com algumas sensações desagradáveis não fiquem perceptíveis, mas com essa falsa sensação o indivíduo abusa da voz sem perceber. As consequências deste abuso geralmente são sentidas após o efeito da bebida, podem ser: ardor, queimação, voz rouca e fraca. Há uma grande associação entre consumo excessivo de bebidas alcóolicas e câncer de laringe e pulmão. A probabilidade aumenta quando o consumo é associado ao fumo.  

AR CONDICIONADO

Os riscos de estar exposto ao ar condicionado varia de indivíduo para indivíduo, sabe-se que o ar condicionado agride a mucosa das pregas vocais, pois o resfriamento do ambiente é acompanhado pela diminuição da umidade do ar, que consequentemente provoca um ressecamento do trato vocal e induz a produção da voz com esforço e tensão. 

ALERGIASA alergia é uma resposta de sensibilidade elevada a certas substâncias. A reação alérgica pode acontecer por algo que foi inalado, injetado, ingerido ou absorvido pela pele. As alergias manifestadas nas vias respiratórias, como por exemplo, bronquite, asma, rinite, são as que possuem maior relação com a voz. Nestas observa-se o inchaço na mucosa da laringe e dificulta a vibração livre das pregas vocais. A presença do catarro pode levar a uma irritação direta da laringe. Indivíduos que são alérgicos e utilizam muito a voz em seu trabalho devem seguir corretamente as orientações do médico para evitar as crises alérgicas, ou pelo menos reduzir a frequência das vezes em que ocorrem.

ALGUNS MEDICAMENTOSO uso de certos medicamentos deve ser evitado pelo profissional da voz, se possível, pois causa uma série de efeitos na voz. Tudo deve ser discutido com o médico que os administra, para tomar na dosagem certa, na situação específica e sempre controlando os efeitos colaterais. Alguns medicamentos causam o ressecamento do trato vocal, uma secura na laringe e boca dificultando uma boa emissão da voz. Podem produzir secreções densas e viscosas, e determinar pigarro persistente. Alguns deles auxiliam o repouso, mas de forma que o indivíduo perde o controle da produção da voz e apresenta uma emissão imprecisa da fala.

Todos nós conhecemos pelo menos um tipo de solução caseira para tentar tratar a voz rouca, não é mesmo?

Vão desde pastilhas e balas variadas, chás e até gargarejos. 

O que se sabe em relação a muitas delas é que não apresentam uma ação direta sobre a laringe, pois alimentos e líquidos ingeridos não passam por ela e sim pelo esôfago, que faz parte do sistema digestório. E também, não há estudo científico que comprove sua eficácia sobre a voz! Portanto, se você gosta de experimentar soluções caseiras seja crítico, analise os efeitos que produzem para sua voz e evite tomá-las antes do uso intenso da voz. Muitas destas substâncias podem irritar a boca, a garganta e até dificultar a emissão da voz. 

Como identificar um problema de Voz???

O que é um problema de voz? Qualquer dificuldade na produção da voz pode ser considerada um problema de voz, como rouquidão, cansaço ao falar, voz fina ou grossa demais, fraca ou forte demais. Para identifica-lo primeiramente você deve reconhecer o seu perfil de comportamento da voz. Comportamentos negativos, chamados de abuso vocal, colocam em risco a integridade da saúde vocal. 

Comportamentos negativos: Falar durante um longo tempo, falar muito alto, falar em frequência (falar grosso ou falar fino) diferente da condizente para sua laringe e constituição física, falar sussurrando, falar com esforço, usar o ar até o final, falar sem respirar, falar sem descansar, falar sem se hidratar, ...Estes são ainda piores quando associados aos fatores de risco explicados anteriormente, como fumo, consumo de álcool, refluxo gastroesofágico, ...

O aspecto fundamental é reconhecermos os comportamentos inadequados e modificá-los!!!

Quais medidas devem ser tomadas frente a um

problema de voz?

Caso observe uma voz alterada, persistente por mais de 15 dias, dor ao falar, sensação de

esforço, aperto, ardor, queimação ou cansaço vocal, procure um fonoaudiólogo ou médico

otorrinolaringologista. 

O médico Otorrinolaringologista é um médico especialista quando se refere ao ouvido, nariz e garganta. Quando existe um sintoma ou uma queixa de voz, o médico realiza uma avaliação completa, que inclui a visualização da laringe e movimentação das pregas vocais. O Fonoaudiólogo faz uma avaliação com o objetivo de descrever o comportamento vocal do indivíduo e verificar a influência do uso da voz no problema ou queixa apresentada. O trabalho em equipe do médico e do fonoaudiólogo é essencial, estes trocam dados de suas avaliações e decidem juntamente a conduta a ser tomada no caso. 

É importante lembrar que os indivíduos que usam a voz profissionalmente devem fazer um controle vocal

regular, mesmo sem sintomas de voz, uma vez que a sua atuação profissional depende de uma voz saudável. 

Por fim sabe-se que o diagnóstico precoce de um

problema de laringe ou voz é imprescindível para se evitar limitações vocais futuras!

Portanto, cuide da sua saúde vocal!!!

REFERÊNCIA: 

Behlau MS, Pontes PAL. Higiene vocal: cuidando da voz. 4ª. ed. Rio de Janiero:

Revinter; 2017. 

Aguarde o próximo módulo em que aprenderemos um pouco mais sobre as ações e os hábitos benéficos à voz!!! Qualquer dúvida vá até o Fórum - Terceiro Módulo.