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Curso Tópico da Cultura de Cana IAC
AULA 11
OPERAÇÕES, INSUMOS E QUALIDADE NO PLANTIO DA CANA-DE-
AÇÚCAR
Professor: Dra. Raffaella Rossetto e Fábio L. F. Dias (Pesquisadores
APTA- IAC)
Curso Tópico da Cultura de Cana IAC
Operações, Insumos e qualidade no Plantio da Cana-de-açúcar
Raffaella Rossetto
Fábio L. F. Dias
Introdução
O plantio envolve uma série de atividades que resultarão em maiores produtividades.
Muitas dessas atividades já foram vistas em outros capítulos deste curso, como o controle
do mato, as pragas, as doenças, a conservação de solo, etc.
É necessário que nenhuma operação seja esquecida, pois todas juntas concorrem para o
sucesso final.
Antecedendo às operações de plantio, o planejamento de todas as operações tem que ser
criteriosamente organizado, seguindo basicamente os seguintes passos:
1. limpeza do local (retirada e pedras, tocos, galhos, etc...)
2. levantamento topográfico
3. sistematização dos talhões
4. execução dos carreadores
5. preparo do solo
A sistematização dos talhões visa dividir o campo quando o terreno é muito grande, ou
quando a topografia é irregular. Para a cana-de-açúcar é importante que os talhões tenham
comprimento suficiente para completar a carga de carretas e caminhões que levam os
insumos, a fim de evitar muitas manobras. Esse comprimento é em geral de 100 a 200m.
Os talhões em formato retangular são os mais utilizados na maioria das situações e os em
formato trapezoidal são utilizados em terrenos em declive. O modelo de talhões em faixas,
acompanhando as curvas de nível é muito utilizado, com o intuito de facilitar a
mecanização, principalmente da colheita. Para isso, busca-se deixar os talhões com o
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máximo de comprimento possível, sem contudo, comprometer os conceitos de conservação
do solo. Neste caso, as linhas de plantio encontram bom paralelismo. Este talhões podem
ter linhas de plantio de 1000 a 2000m.
Como a cana-de-açúcar é uma cultura altamente mecanizada, a declividade
máxima, prevendo a mecanização, deverá estar em torno de 12%. Locais onde a
declividade está acima desse limite apresentam restrições às práticas mecânicas. Para o
uso das colhedoras automotrizes atuais existentes no mercado, o limite máximo de
declividade cai para 8 a 10%.
Caso a área seja acidentada, não dispensar práticas conservacionistas de solo, que
visem diminuir os riscos de erosão, como: Plantio em curva de nível e terraceamento. Esse
sistema conservacionista, apesar de muito eficiente, dificulta as operações mecanizadas da
cana-de-açúcar como o plantio e a colheita. Para a mecanização é importante que haja
paralelismo entre as linhas de plantio, sem linhas mortas. Por esta razão, a sistematização
do terreno sulcando sobre as curvas de nível tem sido realizada, porém, não se conhece
bem ainda, o comportamento dessa técnica em diferentes solos e em diferentes
intensidades de chuva. A eliminação de terraços só pode ser realizada com extremo
critério, é importante levar em conta a declividade, manter cobertura vegetal do solo na
época de chuvas e reforma. Se o objetivo é diminuir o terraceamento para as operações de
mecanização, deve-se ter em mente que outras práticas deverão manter o controle da
erosão. Quando necessário, segundo Benedini e Conde, (2008) o terraço embutido poderá
ser feito deixando um espaço em cima do terraço de 1,0 metro, para a passagem da
colhedora e uma relação de 1/1,2 para o talude do terraço. Não puxar as pontas dos
terraços nos carreadores (vírgula + lombada = bigode).
Sistemas de produção que evitem o exagerado revolvimento do solo, como o
preparo reduzido ou o plantio direto, a manutenção da palha sobre o solo, o plantio de
leguminosas na reforma, são indicados pela agricultura sustentável e promovem maior
conservação do solo.
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O sistema conservacionista tradicional
da cana-de-açúcar, apesar de ser eficiente
no controle de erosões, prejudica
todas as operações mecanizadas, devido
à construção de terraços. Como não existe
O revolvimento exagerado do solo
no preparo tradicional também prejudica
o controle das águas da chuva, pois
dificulta a infiltração, aumentando o escoamento
superficial. O processo erosivo
é causado basicamente pelo impacto
direto das gotas de chuvas contra a superfície
do solo descoberto. As partículas
desagregadas selam a porosidade superficial,
reduzindo a infiltração de água. Na
medida em que a taxa de infiltração se
reduz, começa a segunda fase do processo
que é a erosão.
Preparo de solo
O CTC estudou a taxa de infiltraçãode água em três tipos de preparo de solo,
60 dias após o plantio da cana-de-açúcar.
Convencional, convencional com plantiode Crotalaria juncea e reduzido. A Tabela
1 apresenta os dados da infiltração em
mm/h. A taxa de infiltração de água é
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muito maior, tanto na entrelinha quanto
na linha, no solo que foi menos revolvido
(preparo reduzido) seguido pelo que recebeu
uma cobertura vegetal e esta infiltração
está diretamente relacionada com
o controle da erosão. Um dos fatores que
influenciam a erosão é a baixa infiltração
de água no solo. Quanto maior o volume
de água infiltrado no solo, menor será o
volume de enxurrada a ser administrado.
A erradicação química da soqueira
através de herbicida também é uma
opção, além das vantagens como permitir
observar por mais tempo
Preparo do solo
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Como a cana-de-açúcar é uma cultura altamente mecanizada, prevê-se que
mais de 30 operações ocorrem num mesmo talhão ao longo de 5 anos, é inevitável
que o solo esteja mais compactado ao longo dos anos do canavial.
O preparo do solo é então, uma questão de máxima relevância, pois a
próxima oportunidade dessa prática agrícola ocorrerá apenas dentro de alguns
anos. Ou seja, se fizermos alguma prática inadequada, teremos que conviver com o
problema por um bom tempo. A alta produtividade e longevidade, está relacionada
com o sucesso no preparo do solo. Todas as práticas tem igual importância. As
práticas que visam a correção do solo como calagem, gessagem e fosfatagem que
propiciarão boas condições para o crescimento radicular, o controle de plantas
daninhas, as operação de sulcação-adubação, o preparo da muda, etc. colaboram
para o sucesso do plantio,do estabelecimento e da produtividade da cultura.
Por outro lado, sabe-se que as operações de cultivo que promovem o
revolvimento da terra, promovem a oxigenação do solo e aumentam a atividade
microbiana, com conseqüente perdas de Carbono para a atmosfera, contribuindo
para o problema do aquecimento global e contribuindo para a perda de matéria
orgânica do solo. Nesse sentido, as técnicas de plantio direto poderiam aumentar a
contribuição da cultura da cana-de-açúcar na questão ambiental, representando um
importante mitigador.
As opções para preparo do solo são:
(1) Convencional – aração e gradagem
(2) Cultivo Mínimo – operação de subsolagem
(3) Plantio direto - sem movimentação mecanica
(4) Preparo profundo e ou canterizado
O primeiro passo para definir como será o preparo do solo é o diagnóstico da
compactação. Alguns indicativos sugerem a compactação do terreno, como a
formação de crostas, locais com encharcamento, trincas nos sulcos de rodagem
dos tratores, baixa infiltração da água de chuva e conseqüente erosão, brotação
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atrasada ou falta de brotação, plantas com baixo crescimento e amareladas,
(canavial com ondulações), raízes mal formadas e pouco crescimento radicular.
Mas para indicar realmente a compactação, é necessário utilizar algum dos
métodos existentes, como :
Penetrômetros, O uso de penetrômetros tem por finalidade medir a
resistência do solo à penetração, e não serve para medir a compactação do
solo em termos absolutos.
Trincheiras para avaliação das camadas compactadas e do sistema radicular
e também para coleta de amostras de solo para análises físicas. A abertura
de trincheiras de 0,5m de profundidade, ainda é o método mais fácil e barato
de identificar a compactação. A Figura 1, mostra um trabalho realizado pela
Copersucar, onde a abertura de uma trincheira demonstra a existência da
compactação e permite delimitar a camada compactada.
Figura 1. Método de trincheira e delimitação da compactação. Fonte: Copersucar.
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Análises Físicas: condutividade hidráulica, densidade, porosidade. A
determinação da densidade do solo é a maneira mais segura para indicar a
compactação, porém a coleta das amostras em anéis volumétricos é muito
trabalhosa, inviabilizando o método para grandes áreas.
Está em estudo um método que utiliza radar capaz de mapear os níveis de
compactação em grandes áreas.
Para a densidade do solo verifica-se restrições visíveis no crescimento radicular,
em densidades acima de 1,35 g.cm -3. Autores sugerem valores acima de 2,5 MPa,
para restringir o pleno crescimento das raízes e outras consideram críticos os
valores que variam de 6,0 a 7,0 MPa para solos arenosos, e em torno de 2,5 MPa,
para solos argilosos. (Casagrande, 2005).
Operações no plantio convencional
Caso seja verificada a compactação, o preparo do solo deverá prever a
operação de descompactação, que poderá ser feita com a subsolagem (caso a
compactação encontre-se de 25 a 50cm de profundidade) ou pode-se optar por
preparo com arado de aiveca se esta estiver a menos de 40cm de profundidade.
As trincheiras podem ser úteis para avaliar a eficiência do preparo do solo. A
Figura 2, mostra que a utilização do arado de aiveca foi eficiente em romper a
compactação mostrada na Figura 1.
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Figura 2. A operação de preparo com arado de aiveca foi eficiente no rompimento
da compactação. Fonte: Copersucar.
Além da compactação, o preparo convencional é indicado quando existe
necessidade de correções químicas em superfície e em subsuperfície. Além disso,
o revolvimento das camadas de solo, favorece o controle de pragas como migdolus,
sphenophorus e cupins e permite que inseticidas de solo tenham melhor efeito.
No sistema de cultivo da cana ocorre uma seqüência de ações de compactação e
descompactação durante sucessivos ciclos da cultura, podendo promover a desagregação
da estrutura do solo. A prevenção da compactação, como o tráfego controlado, as
operações mecanizadas realizadas com o solo seco, a permanência da palhada na
superfície, a rotação de culturas na época da reforma e o uso de matéria orgânica em geral,
são práticas muito recomendadas.
No sistema convencional de plantio, são feitas:
1 aração ou gradagem pesada (ex. 16 x 32" ou 20 x 34"),
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1 subsolagem, ou mais uma gradagem (ex. 20 x 32"),
1 gradagem de destorroamento (36 x 26" ou 40 x 26")
1 gradagem de nivelamento;
A primeira aração é profunda, e deve ser feita com bastante antecedência do
plantio,e tem como objetivo destruição os restos da soqueira ou da cultura anterior,
a incorporação e decomposição dos restos culturais existentes. Para a destruição
da soqueira pode-se utilizar herbicida ou também uma enxada rotativa.
A gradagem tem o objetivo de romper blocos de terra e nivelar o terreno. Pouco
antes do plantio deve ser feita nova gradagem com objetivo de controlar plantas
daninhas e preparar o nivelamento para a sulcação.
As grades pesadas têm substituído o arado devido ao maior rendimento
operacional e também devido à facilidade de transporte e a menor necessidade de
regulagem
Os tratores devem prever a potência exigida para as operações tendo em mente
o uso dos implementos. A aração de um solo argiloso (grade aradora pesada),
requer mais potência que a aração de um solo de textura arenosa ou média.
Influencia também a profundidade de operação que se pretende. Quanto mais
profundo, maior é a potência requerida. A aração profunda pode auxiliar na
incorporação dos corretivos e melhorar o ambiente para o crescimento das raízes.
Por isso, o uso do preparo de solo com arado de aiveca que consegue revolver o
solo até profundidades de 40 a 45cm, podem promover ganhos de produtividade.
Esse preparo profundo, além de romper camadas compactadas, também pode
auxiliar no controle de pragas de solo.
Preparo Reduzido
Este tipo de preparo do solo é indicado para locais onde não se verifica forte
compactação, nem problemas de barreiras químicas que necessitariam de calagem
e gessagem, nem problemas de pragas de solo. A subsolagem com hastes a 40
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cm de profundidade, é eficaz para romper a compactação, principalmente onde a
situação não é tão crítica. Também seria indicado para áreas mais declivosas, onde
os problemas de erosão são mais críticos. Bons resultados têm sido obtidos com a
subsolagem feita na linha do sulcador; através do uso do implemento conhecido
como “beija flor” que proporciona melhores condições de descompactação no sulco
permitindo melhor desenvolvimento radicular, além de permitir que o sulco fique
mais raso, de facilitar a operação de nivelamento da cana-planta e favorecer a
colheita mecanizada.
erradicação da soqueira - É feita através do uso de herbicida como glifosate
(4 a 6 L/ha)
subsolagem
gradagem para nivelamento.
É possível também, incorporar um subsolador na haste do sulcador, visando
quebrar a camada subsuperficial compactada. (Figura 3). A Copersucar
desenvolveu também o sulcador-subsolador-destorroador, que efetua,
simultaneamente, os operações de subsolagem, sulcação e destorroamento através
da enxada rotativa, permitindo uma boa brotação da muda (Perticarrari & Ide, 1988).
Existe outro implemento chamado sulcador Rossetti, semelhante ao modelo da
Copersucar, diferenciando-se deste por possuir a enxada rotativa atrás da haste e
internamente, entre as asas do sulcador (Alleoni & Beauclair, 1996).
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Figura 3. Esquema ilustrativo de implementos alternativos usados na cultura
da cana-de-açúcar, com vistas a diminuir a formação de camadas compactadas
(adaptada de Perticarrari & Ide, 1988; Aleoni & Beauclair, 1996).
Os benefícios esperados do cultivo mínimo são: melhorias na produtividade
devido ao aumento dos teores de matéria orgânica e de nutrientes, a melhoria da
estrutura e da capacidade de retenção de água do solo e a preservação do solo,
principalmente pelo não-revolvimento e conseqüente manutenção dos resíduos das
culturas na superfície.
Plantio direto:
O sistema de plantio direto é muito difícil de ser executado na cultura da
cana-de-açúcar, pelas razões citadas anteriormente. A principal vantagem é o
grande controle da erosão e a grande mitigação de Carbono da atmosfera.
O plantio direto poderá ser um fracasso para a produtividade se o solo for muito
ácido ou se tiver alumínio e profundidade, uma vez que a incorporação do calcário e do
gesso, fica muito dificultada. Caso não haja problema muito grave, sugere-se aplicar 2/3 da
dose em área total e 1/3 dentro do sulco de plantio
Neste caso as operações seriam:
Erradicação química ou mecânica da soqueira
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sulcação direta nas entrelinhas da cultura anterior.
Figura 4. Plantio direto da cana, após aplicação de herbicida e sobre a palhada
remanescente da cana.
Canteirização do canavial
Uma nova idéia tem sido a canteirização, onde o caminho das rodas dos tratores e
implementos são deixados eternamente como caminhos e prepara-se apenas o solo dos
canteiros. Esse sistema faz com que as rodas permaneçam sempre sem pisotear a linha de
cana. A canteirização é entretanto um processo a ser construído ao longo do tempo. No
Estado de São Paulo, a Usina São Martinho foi pioneira desse sistema, e já colhe seu
canavial há mais de 10 anos sem a queima, permanecendo grande quantidade de palhada
sobre o solo. A Figura 5, mostra como ficaria um canavial implantado em sistema de
canteiros, com 1,5m de espaçamento.
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Figura 5. Formação dos canteiros de cana e das ruas para os rodados das máquinas.
Preparo Profundo
No preparo profundo procura-se mesclar a canteirização com o preparo do solo em
profundidade, rompendo camadas compactadas, porém mantendo as entrelinhas intactas.
É um sistema que não movimenta a totalidade da área de plantio, porém, realiza um
preparo profundo, com movimentação de camadas de solo para a execução dos canteiros.
O equipamento utilizado é conhecido como penta, porque executa cinco operações.
As operações realizadas pelo equipamento são:
- Preparo profundo, usando uma haste de 80-90 cm
- Incorporação de corretivo em 2 alturas
- Enleiramento da palha
- Incorporação da palha ao solo
- Destorroamento e homogeneização do solo
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Nesse sistema, o subsolador alado de 80cm de profundidade combinado com uma
enxada rotativa de 40cm de profundidade por 1,2m de largura, permite a introdução em
sub-superfície de corretivos que
possam vir a corrigir o solo em profundidade maior que a alcançada pelo preparo
convencional, aplicando qualquer produto a 80cm e a 60cm de profundidade. Além disto, o
equipamento permite a incorporação com enxada rotativa de corretivos ou fertilizantes à
profundidade de até 40cm, dando a segurança que a mistura solo x corretivo será eficaz.
A potencia exigida do trator é alta, ao menos 240cv, dependendo do tipo de solo, da
compactação, entre outras características.
Para a canteirização são interessantes os espaçamentos combinados, como
(1,5x0,90; 1,60x0,90x1,5x0,6). Os canteiros permitem que o pisoteio ocorra apenas entre
os canteiros, preservando as linhas de cana da compactação.
É importante que sejam adotadas práticas de agricultura de precisão e uso do GPS
para o tráfego dirigido de tratos culturais e colheita.
O sistema de canteiros permite que insumos sejam aplicados apenas em 50% da
área, podendo trazer uma redução de custo de produção.
Outra vantagem importante desse sistema é a possibilidade de maior infiltração de
água e também de maior retenção, já que o volume de solo trabalhado é maior que o
volume revolvido no sistema convencional. É possível que ocorra maior resistência ao
stress hídrico quando a cana está sob esse sistema de plantio em canteiros com preparo
profundo.
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Figura 6. Preparo profundo do solo em canteiros. Foto Mafes.
Sulcação
A sulcação é feita através de sulcadores, à profundidade de 25 a 30 cm. Durante a
sulcação podem ser feitas a adubação e a aplicação de inseticidas se for necessário. A
Figura 7 mostra a sulcação sendo feita com o auxílio de um marcador (haste lateral que
marca o chão no espaçamento desejado). Esse sistema evita que o sulcador tenha que
remontar o sulco anterior para manter o paralelismo.
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Figura 7. Sulcação em sistema de preparo tradicional e sobre palhada de soja e capim
dessecado.
Espaçamento
O espaçamento escolhido contribui para o resultado final da produtividade.
Analisando de maneira simplista, espaçamentos menores levam à maior produtividade uma
vez que há maior número de plantas por hectare. Mas, existe um espaçamento ótimo para
a variedade escolhida, para o solo em questão e para as condições climáticas do local. ).
Em espaçamentos menores o índice de área foliar é maior durante todo o ciclo da
cultura, de maneira a que ocorre o fechamento da linha mais rapidamente, sendo que se
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economiza com o controle de plantas daninhas. Variedades eretas são mais indicadas para
espaçamentos estreitos, pelo melhor aproveitamento da luz solar.
A diminuição do espaçamento leva a um maior número de plantas por hectare, como
pode ser visto na Tabela 1, mas o aumento no número de plantas pode significar um menor
diâmetro dos colmos. Praticamente não ocorrem alterações na qualidade da matéria prima
ao diminuir o espaçamento.
A Figura 8, preparada por Galvani et al. (1997), ilustra as relações que ocorrem em
relação ao espaçamento da cana-de-açúcar
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Figura 8. Quadro apresentado as as relações que ocorrem em relação ao espaçamento da
cana-de-açúcar.
Tabela 1. Tipos de sulcos, espaçamentos e quantidade de metros lineares de cana
correspondentes.
Tipo de Sulco Espaçamento m.Sulco/ha
Sulco Simples- 1,30 m 7.692
1,50 m 6.666
1,70 m 5.882
Base Larga 1,70 m 5.882
1,80 m 5.555
1,90 m 5.263
2,10 m 4.762
Sulco Duplo 1,90 m 5.263
2,10 m 4.762
2,30 m 4.348
Atualmente, os espaçamentos têm sido pensados, não apenas levando em conta o
alto stand da cultura, mas sim, em função da mecanização, principalmente da colheita e o
possível pisoteamento das máquinas na linha da cana. O pisoteamento é muito indesejado,
uma vez que reduz grandemente a produtividade. A Figura 9, retirada do Relatório
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Planalsucar (1978), mostra que no espaçamento 1,4m há o pisoteamento de uma das
rodas do conjunto colhedora-transbordo. Já no espaçamento de 1,7m este fato não ocorre.
As Figuras 10 e 11 mostram o efeito do pisoteamento da linha de cana.
Figura 9. Espaçamento x pisoteamento da linha de cana. Planalsucar, 1978.
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Figura 10. Pisoteamento da linha de cana-de-açúcar. Foto: Alencar Magro.
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Figura 11. Efeito do pisoteamento da linha de cana-de-açúcar. Foto: Alencar Magro.
Os espaçamentos podem ser classificados em:
uniformes – a distância entre os sulcos de plantio é constante. É o sistema mais
comum.
alternados - quando a distância entre sulcos varia, seguindo um esquema pré
determinado
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combinados - é uma mistura dos dois sistemas anteriores.
O sulco duplo, conhecido como plantio abacaxi, (1,20m x 0,60m ou 1,40m x 0, 40m) e
foi imaginado tomando-se por base a bitola de caminhões. (Figura 16 e 17). Em geral, a
produtividade obtida com o sulco duplo é maior, conforme exemplo da Figura 18. Esse
espaçamento, entretanto, foi abandonado por algumas usinas porque a linha dupla favoreu
o desenvolvimento da cigarrinha, tornando os danos dessa praga, mais severos. É possível
que ao longo dos anos, com a estabilidade da praga e o desenvolvimento dos inimigos
naturais, esse espaçamento volte a ser interessante.
Além dos diferentes espaçamentos, existe também o sulco de base larga, desenvolvido
por Fernandes (1979), onde o fundo do sulco não forma um V e sim, apresenta base
alargada, com mais toletes de cana sendo colocados no sulco, como pode ser verificado
nas Figuras 12, 13, 14 e 15.
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Figura 14. Distribuição das mudas em sulco de base larga.
Figura 15. Brotação do canavial plantado com sulcos de base larga, com espaçamento de
1,8m. Usina Colorado, SP.
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Figura 17 . Dois tipos de sulcos, duplo e simples. Usina Colorado, SP.
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Figura 18. Produtividade da cana plantada com sulcos simples e sulcos duplos na Usina
Colorado, SP, 2002.
A Figura 19 mostra a sulcação feita em três linhas com espaçamento duplo 1,3m x 0,5 m,
na Usina Delta, MG. Para esse implemento, é necessário um trator com maior potência. Se
o preparo do solo não estiver bem feito, poderá ocorrer variações na profundidade do sulco.
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Figura 19. Plantio com espaçamento duplo 1,3m x 0,5 m, na Usina Delta, MG.
Plantio:
O plantio deve ser realizado logo após o corte das mudas, pois pode ocorrer
comprometimento da brotação se a estocagem for longa. Em geral até 7 dias após o corte
das mudas, ainda é possível fazer o plantio, desde que as mudas tenham sido
armazenadas na sombra. Apesar disso, recomenda-se fazer o plantio o quanto antes. A
fase de viveiro e a multiplicação das mudas, já foi assunto de outra aula deste curso.
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Plantio manual
É ainda a principal forma de plantio da cana-de-açúcar. Deve-se atentar para a
uniforme distribuição dos colmos nos sulcos, de maneira a que sejam plantados colmos
para que haja entre 12 a 18 gemas por metro linear, para garantir um bom estande inicial
de plantas. Em condições ótimas de plantio, época chuvas, solo bem preparado, pode-se
optar por 12 gemas por metro linear. Em condições adversas, aumentar sempre o número
de gemas por metro linear.
As gemas da ponta dos colmos apresentam maior vigor de germinação, pois os
tecidos são mais jovens e produzem auxinas que induzem a brotação das gemas. Para
compensar a menor brotação das gemas do pé da cana, os colmos são colocados nos
sulcos de maneira a cruzar "pé com ponta". Os colmos dentro do sulco deverão ser
seccionados em toletes menores com 3 a 4 gemas, para quebrar a dominância apical
existente na gema da ponta, e evitar que o colmo se entorte dentro do sulco e que brote
apenas a gema onde ocorre a dominância apical. O corte em toletes de três gemas foi o
sistema que melhor favoreceu à brotação uniforme.
Ao cortar os colmos com facão, podemos multiplicar doenças a exemplo de
podridões. Sempre que for utilizado o facão nas operações agrícolas da cana-de-açúcar é
necessário desinfeta-lo através da imersão periódica em solução a 10% de creolina ou
formol, para evitar a disseminação de doenças.
É comum o plantio em sistema de banquetas, onde dois sulcos são deixados para
facilitar o tráfego do caminhão que transporta as mudas. Nos sulcos próximos à banqueta,
são deixadas mudas suficientes para completar os futuros sulcos que o sulcador fará sobre
a banqueta, ao final.
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Figura 20 . Plantio tradicional com banquetas para o tráfego do caminhão de mudas.
Plantio semi mecanizado
Existem máquinas que facilitam o trabalho de plantio no campo. A grande vantagem
dessas máquinas é manter a mão de obra no campo. O plantio semi mecanizado necessita
treinamento do pessoal, quanto à velocidade de distribuição das mudas e a uniformidade.
Até que o aprendizado ocorra, alguns problemas são esperados, como falhas no plantio,
desuniformidade de profundidade do sulco, compactação do fundo do sulco, entre outras.
Esses problemas tendem a ser sanados com o aprendizado da operação. As Figuras 21 e
22, mostram o plantio semi mecanizado realizado na Usina Moreno, SP, em 2002. As
Figuras 23 e 24 , mostram o resultado desse plantio.
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Figura 23 . Canavial plantado manualmente e semi mecanizadamente, na Usina Moreno,
SP, em 2002. Nota-se o menor vigor da brotação, possivelmente em função do sulco mais
profundo ou de compactação no fundo do sulco.
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Figura 24 . Falhas no plantio semi mecanizado da Usina Moreno, SP, realizado em 2002.
(Foto: Ivan Nogueira).
Plantio mecanizado
A mecanização do plantio tem sido implantada nos canaviais, com tendência de
grande aumento, por proporcionar redução no custo da mão de obra.
As primeiras tentativas de mecanização do plantio ocorreram com construção de
protótipos desenvolvidos pela Santal em 1964 e pela Motocana em 1978. Posteriormente a
DMB, a Civemasa, a Planimasa e a Plantocana fabricaram plantadoras tracionadas por
tratores. A concepção inicial era a da utilização de cana inteira e máquinas picadoras que
passavam sobre os sulcos deixando cair os toletes.
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O primeiro sistema com colhedora de cana crua picada e plantadora de toletes foi
apresentado no Brasil em 1989, dando início à nova geração de plantadoras (Nascimento &
Pinto, 2005). A Copersucar, atual CTC, foi pioneira no desenvolvimento das máquinas de
plantio. Em 1991, o então CTC fez estudos de viabilidade para fabricar uma plantadora no
Brasil, seguindo a tecnologia Australiana. Vários protótipos foram avaliados até o teste final
do protótipo de 2 linhas da Copersucar, nas Usinas São João, Santa Luiza e Bela Vista,
ambas no Estado de São Paulo. O mesmo foi aprovado para comercialização em 1998.
Neste período ocorreu também uma avaliação da plantadora importada da Austrália – a
Austoft A 295 – nas Usinas São João e São Martinho. Em 2000 foi fabricado no Brasil o
modelo A295 da Brastoft 4000 pela Case IH.
A operação mecanizada exige treinamento e paciência. As máquinas estão ainda
em desenvolvimento, embora atualmente já desempenhem a operação com bastante
sucesso. Os principais problemas ocorreram com a distribuição das mudas, com a
quantidade de gemas danificadas, com a profundidade irregular de plantio, com as falhas
promovidas no canavial e com conseqüente menor produtividade.
Com o aprendizado da nova operação, esses problemas tendem a diminuir muito.
Existem plantadoras que podem ser acopladas nos tratores, mas a preferência é
pelo sistema automotriz.
As plantadoras mecanizadas realizam as operações de sulcação, distribuição do
adubo, podem picar a cana inteira para distribuir os toletes, deposita as mudas no sulco,
aplica inseticidas ou fungicidas, cobre e compacta levemente o sulco. Alguns modelos
aplicam também torta de filtro. As carretas transportadoras de mudas carregam em geral 4 t
de mudas.
A Figura 25 mostra a plantadora automotriz produzida pela Sermag.
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Figura 25 . Plantadora automotriz Tropicana da Sermag (Foto: Jornal Cana, 2007).
A plantadora DMB modelo (PCP 6000) (Figura 26) teve projeto desenvolvido em
parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Essa plantadora faz as operações
em duas linhas de cana simultaneamente., com desempenho operacional de
aproximadamente um hectare por hora.
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Figura 26 . Plantadora de cana DMB (Foto: JornalCana 2007).
A plantadora PCP2 Santal (Figura 27), pode abastecer transbordos dos dois lados,
proporcionando flexibilidade de carga proporciona flexibilidade de carga, redução de tempo
de parada e aumento de produção. Segundo a empresa, é a única máquina existente no
mercado, que planta toletes de até 50 centímetros. Além disso, realiza duas operações:
durante a época do plantio, planta cana, e fora desse período, aplica torta de filtro,
reduzindo o custo fixo do equipamento, e custo menor. A capacidade de plantio de muda é
de 6 toneladas com distribuição de 12 a 22 gemas viáveis por metro Dependendo das
condições da área e de transporte, a PCP 2 pode plantar de 15 a 20 hectares em 24 horas
de trabalho.
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Figura 27 . Plantadora automotriz Santal PCP2. (Foto: JornalCana, 2007).
A Plantadora Automática de Cana Picada (PACC 2L) Figura 28, que possui sistema
de acionamento individual das esteiras por meio de comando eletrônico e válvula
proporcional, o que possibilita a opção para o usuário trabalhar com apenas uma esteira em
caso de arremate de plantio e, com isto, alterar a velocidade das esteiras separadamente
sem ter que parar a plantadora. Essa máquina é equipada com um defletor central
localizado entre as duas esteiras acionado por cilindro hidráulico com curso de 90º, que tem
a função de não permitir o embuchamento entre as esteiras. Isto é possível devido a um
sistema automático de vai e vem, que oscila para os dois lados automaticamente com o
simples acionar de um botão no painel. Esse modelo tem capacidade de carga de até 6.000
quilos.
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Figura 28 . Plantadora PACC 2L, Civemasa (Foto: JornalCana, 2007)
Épocas de Plantio
Tradicionalmente, existiam duas épocas de plantio para a região Centro-Sul, a cana de ano
e meio e a cana de ano. Com manejo específico, a cana pode ser plantada praticamente o
ano todo:
Plantio de Janeiro a abril (cana de ano e meio):
É a época mais recomendada em função das condições ideais de pluviosidade e
temperatura. Em regiões onde há forte déficit hídrico, dar preferência para o plantio em
março e início de abril, porque ao chegar a estiagem, a cana estará na fase conhecida
como “capim cidreira”, ou seja, o crescimento não é muito grande, de tal forma que, por não
ter ainda muitas folhas, não há também grande evapotranspiração. O plantio de cana de
ano e meio, permite que uma outra cultura seja plantada na área de reforma.
A Figura 29, apresenta os diversos estádios de crescimento da cana de ano e meio.
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Figura 29 . Estádios de crescimento da cana-de-açúcar plantada em fevereiro.
Plantio de Maio a outubro (Plantio de inverno)
. É muito freqüente que não haja tempo hábil para o plantio de todas as áreas no
período ideal (janeiro a abril). Por isso, pode-se plantar no inverno, mas muitas vezes é
necessário prever a irrigação. O uso da fertirrigação com vinhaça pode favorecer o êxito do
plantio de inverno. O déficit hídrico pode interferir na brotação e causar grandes falhas no
estande. Se realmente tivermos que fazer o plantio de inverno, dar preferência para os
solos muito suscetíveis à erosão.
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Para esses plantios, é indicado também o uso da torta de filtro “in natura” (não
compostada) por fornecer água, a torta contém cerca de 70% de umidade. Além disso, a
decomposição da torta gera calor, o que pode favorecer a brotação na época de inverno.
Setembro-outubro (cana de ano):
O plantio de cana de ano é feito quando não foi possível finalizar o plantio da cana de
ano e meio em tempo hábil. Não é a época mais recomendada, uma vez que a embora
possa ser colhida em apenas 12 meses, a produtividade é menor que a cana de ano e
meio. Esse plantio ocorre principalmente em áreas de expansão, quando se faz necessária
grande aporte de matéria prima.
Rotação de culturas
No período da última soqueira e o novo plantio do canavial, é possível e muito
desejável que se faça a rotação de culturas ou com adubo verde, ou com alguma cultura de
grãos.
No caso do plantio de adubos verdes, faz-se a dessecação química do canavial anterior, a
correção ou execução de terraços, a aplicação de corretivos, operação de subsolagem, se
necessário uma gradagem leve, semeadura a lanço de leguminosas (crotalária juncea,
crotalária spectabilis, feijão guandu), incorporação da massa , preferencialmente, com rolo-
faca, ou apenas tombamento da massa (Figura 30), aguardar a secagem da massa
verde, sulcação e plantio da cana. Resultados em áreas comerciais tem indicado que a
Crotalaria juncea pode elevar a produtividade da cana-de-açúcar em 5-10%, com algum
reflexo positivo no aumento da longevidade.
Para o plantio de grãos: dessecação da soca velha, distribuição de corretivos,
incorporação com subsolador/destorroador, plantio da cultura eleita para a rotação (soja ou
amendoim), ou distribuição de corretivos logo após o corte, subsolador/destorroador a
seguir, plantio de soja RR(resistente a glifosato) , que permite a dessecação gradual de
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remanescentes de soca, pousio no verão, colheita do grão no outono, sulcação direta e
plantio.
Em regiões onde tem sido mantida a palhada de cana por longos anos, formando
um colchão de palha, pode-se plantar a cultura de grãos como em verdadeiro sistema de
plantio direto, utilizando plantadoras desenvolvidas para o plantio direto do amendoim ou da
soja, que apresentam um disco para cortar a palha da cana e incorporar melhor a semente.
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Figura 30. Tombamento da crotalária e sulcação da cana-de-açúcar.
Operação de cobrimento do sulco
Após o plantio faz-se o cobrimento dos sulcos com uma camada de solo de 6 a 8
cm. Existem implementos que realizam esta tarefa, como os apresentados na Figura 32.
Note que esses implementos apresentam um rolinho na parte traseira para promover leve
compactação e nivelamento. A Figura 31 mostra um implemento pantográfico para o
cobrimento de 3 linhas simultâneas.
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Figura 32. Equipamento para cobrimento de 3 sulcos simultâneos.
Qualidade das operações de plantio - O futuro – Agricultura de Precisão
A Figura 33, mostra que mesmo que façamos todas as operações com o maior
cuidado possível, é provável que encontremos imprecisões e variações no espaçamento, e
isso também ocorre em várias outras operações mecanizadas ou manuais. No exemplo,
pretendia-se fazer o espaçamento de 1,5m e para o trabalho escolheu-se um tratorista
treinado de reconhecida prática. Mesmo assim, o espaçamento resultante variou de 1,20m
até 1,80m, mostrando que por melhor que se faça, variações ocorrem. Por ocasião da
colheita, essas variações promoverão o pisoteamento da linha em alguma situação.
Figura 33 . Imprecisões e variações no espaçamento da cana-de-açúcar. Usina
Catanduva. Fonte: Oliveira, 2002.
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Nos próximos anos teremos o grande desenvolvimento da mecanização aliada à
automação. Além da eficiência das máquinas, será priorizada a qualidade das operações.
As plantadoras trabalharão com taxas variáveis de aplicação de fertilizantes, e permitirão
também a aplicação de outros insumos, como o gesso ou calcário. As colhedoras terão kits
diferenciados para a colheita de mudas de cana, com sistemas que visem não danificar as
gemas.
A nova fronteira para a inovação tecnológica também está na agricultura de precisão.
Alguns exemplos dessas inovações são o uso do computador de bordo, AFS Guide (Case
IH), Auto Tracker, Piloto Auxiliar (Parallel Tracking), Piloto Automático (AutoTrac), Base
RTK e de Softwares. Estes permitem operações de direcionamento via satélite, localizando
os talhões, mapeando e promovendo a documentação de todas as atividades realizadas
pela máquina, orientando o trator a seguir determinado traçado, eliminando o disco
marcador do sulcador, evita o pisoteio da linha de cana (Borgonhone, 2006), controla a
altura de corte de base e conduz automaticamente a direção do trator, colhedora ou
pulverizador. Existem programas de computador para criar e manipular dados que serão
utilizados na agricultura de precisão, a exemplo de mapas de produtividade, mapas de
análises de solos, mapas de identificação de pragas, doenças, entre outros.
LITERATURA CONSULTADA
ALLEONI, L. BEAUCLAIR, E.G.
http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/C7/Index.htm
BENEDINI, M.S; CONDE, A.J. Sistematização de área para a colheita
Mecanizada da cana-de-açúcar. Revista Coplana, p. 23 a 25. Novembro 2008.
BORGONHONE, F. O mercado de cana-de-açúcar: evolução e perspectivas.
Opiniões, Ed. WDS, ltda, Ribeirão Preto, out. dez, p. 68, 2006
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CASAGRANDE, A.A. Plantio da cana-de-açúcar. Revista Opiniões jul/set2005
COLETTI, T. Técnica cultural de plantio. In: Cana de açúcar, cultivo e utilização. Ed. Cargil,
p. 284 – 332. 1987.
FERNANDES, J. Relatório técnico de atividades. Piracicaba, SP. Planalsucar, IAA. P. 54-
75.
GALVANI, E.; BARBIERI,V.; A.B. PEREIRA, N.A. VILLA NOVA. Efeitos de diferentes
espaçamentos entre sulcos na produtividade agrícola
da cana-de-açúcar (Saccharum spp.) Sci. agric., Piracicaba, 54(1/2):62-68, jan./ago. 1997
Mafes. http://mafes.net/cana_acucar2.htm, consultado em julho de 2014.