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ORDEM DOS ENGENHEIROS
REGIÃO NORTE
COLÉGIO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ESTUDO SOBRE CONSTRUÇÃO E PRIMEIRA COLOCAÇÃO EM SERVIÇO DA CENTRAL HÍDRICA DO APROVEITAMENTO
HIDROELÉTRICO DO BAIXO SABOR
RELATÓRIO N.º 01
Nome do Estagiário: Pedro Miguel Ferreira Mendes Membro n.º 68944
Nome do Orientador: Nuno Fernando Oliveira Osório Membro n.º 59901
Comissão de avaliação:
Nome:____________________________________________________ Membro n.º________
Nome:____________________________________________________ Membro n.º________
Data ___/___/___
ORDEM DOS ENGENHEIROS - REGIÃO NORTE
Colégio de Engenharia Mecânica Relatório n.º 01
Pedro Miguel Ferreira Mendes i
ÍNDICE
ÍNDICE II
1 - INTRODUÇÃO 1
1.1 - Apresentação do candidato 1
1.2 - Apresentação do orientador de Estágio 2
1.3 - Objectivos do Estágio e tempo de duração 2
1.4 - Apresentação da empresa de estágio 3
1.5 - Caracterização do AHBS onde se realizou o Estágio 5
2 - DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO 11
2.1 - Resumo do trabalho realizado 11
2.2 - Abordagem e metodologia 11
2.3 - Aspetos legais de enquadramento da atividade desenvolvida 15
2.4 - Apresentação de conhecimentos de Engenharia utilizados durante o Estágio 16
3 - INTEGRAÇÃO NA EQUIPA 17
3.1 - Apresentação do organograma da Supervisão da Fiscalização 17
3.2 - Apresentação do organograma da EDP no AHBS 19
3.3 - Relação do Candidato com os Intervenientes EDP 20
4 - SUPERVISÃO DA FISCALIZAÇÃO NA MONTAGEM DE EQUIPAMENTOS 25
4.1 - Legislação em vigor – Planos de Qualidade em Obra 25
4.2 - Fluxo de circulação da documentação em obra 30
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4.3 - Planeamento - projetos em desenvolvimento 34
4.4 - Procedimentos de Montagem 38
5 - ATIVIDADE DE COMISSIONAMENTO – ENSAIOS DE COLOCAÇÃO DA INSTALAÇÃO EM
SERVIÇO 43
5.1 - Fase de Planeamento, Programação e Controlo 43
5.2 - Fase de Execução 48
5.3 - Ensaios preliminares dos equipamentos 51
5.4 - Ensaios de colocação em serviço dos equipamentos 53
6 - CONCLUSÕES 57
6.1 - Comentário geral acerca do estágio 57
6.2 - Comentários da Orientação de Estágio 59
7 - BIBLIOGRAFIA 60
A.ANEXO I - ABREVIATURAS 61
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1 - INTRODUÇÃO
Pretende-se com a realização do estágio e elaboração do presente relatório a
admissão a membro da Ordem dos Engenheiros e adquirir a complementaridade de
formação alcançada ao longo da formação no Ensino Superior.
Para isso, em muito contribuiu o trabalho que resumidamente aqui se apresenta, o qual
será objeto de tratamento e discussão e no qual foi necessário despender muitas horas
de trabalho, dedicação, entreajuda e sabedoria da parte de todos os intervenientes.
A intenção de descrever de forma generalizada, todo o relatório, acerca daqueles que
foram os conteúdos e atividades essenciais na realização deste estágio, bem como a
não atribuição de uma ordem cronológica nos assuntos abordados, prende-se com o
facto de evitar tornar a descrição muito confusa. Desta forma, houve a preocupação de
agrupar os capítulos por temas referentes ao mesmo contexto.
1.1 - APRESENTAÇÃO DO CANDIDATO
Nome: Pedro Miguel Ferreira Mendes
Morada: Rua Professor Albano Aires, ent. 61-A, n. 57,
5000-505 Vila Real
Nacionalidade: Portuguesa
Data de Nascimento: 28 de Agosto de 1986
Cartão de Cidadão: 12885549
Habilitações Académicas
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Mestrado: Engenharia Mecânica (2º Ciclo)
Ano de Conclusão: 2015
Licenciatura: Engenharia Mecânica (1º Ciclo)
Ano de conclusão: 2012
Instituição de Ensino: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
1.2 - APRESENTAÇÃO DO ORIENTADOR DE ESTÁGIO
O orientador Nuno Fernando Oliveira Osório, nasceu em 7 de Novembro de 1984.
Licenciado em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia do Porto (2007) no
ramo de Fluídos e Calor. Iniciou a sua carreira como Consultor na área de eficiência
energética na empresa Afaconsult, como projetista de AVAC.
Entre 2008 e 2015 integrou a área de Mecânica da Direção de Estudos e Engenharia
de Equipamentos da EDP Produção, onde desempenhou funções de Especialista nas
áreas de conceção, reabilitação, modernização, construção, comissionamento e
assistência técnica de aproveitamentos hidroelétricos nacionais e internacionais
(Espanha, Angola, Moçambique, Perú e Colômbia). Atualmente desempenha funções
na Universidade EDP da EDP S.A. como gestor executivo da Escola de Produção. É
membro efetivo da Ordem dos Engenheiros, colégio de Engenharia Mecânica n.º
59901, e membro da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
1.3 - OBJECTIVOS DO ESTÁGIO E TEMPO DE DURAÇÃO
O estágio profissional na EDP teve como objetivo principal aperfeiçoar competências
na área da gestão de obras e consequentemente elaborar um estudo sobre a
construção e primeira colocação em serviço de uma central hídrica. Neste preciso
contexto, a central hídrica a ser analisada foi o Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo
Sabor (AHBS).
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O estágio profissional na EDP Gestão da Produção de Energia, S.A. (EDPP), teve a
duração de 6 meses compreendidos entre 8 de Setembro de 2014 e 7 de Março de
2015
O estágio formal para admissão na Ordem dos Engenheiros decorreu entre os dias 23
de Dezembro de 2014 e 23 de Junho de 2015, tendo uma duração total de 6 meses. O
objetivo do estágio da OE foi a obtenção da qualificação profissional E1.
1.4 - APRESENTAÇÃO DA EMPRESA DE ESTÁGIO
A EDP Gestão da Produção de Energia, S.A. assume-se como uma empresa líder, pelo
que possui um vastíssimo curriculum nas diversas áreas onde atua, tendo como
Missão “A EDP Gestão da Produção de Energia, S.A., é o Centro de Competências do
Grupo EDP para o negócio da produção de eletricidade”.
Poderão referir-se alguns dos projetos hidroelétricos realizados pela empresa nos
últimos anos:
Tabela 1 - Programa de Projeto & Construção da EDP
Barragem Potência
[MW] Início Operação Tipo
Picote II 246 2007 2011 Reforço de Potência
Bemposta II 191 2008 2011 Reforço de Potência
Alqueva II 256 2008 2012 Reforço de Potência com
Bombagem
Baixo Sabor 172 2008 2014 Nova instalação
Ribeiradio-Ermida 81 2010 2014 Nova instalação
Venda Nova III 756 2010 2015 Reforço de Potência com
Bombagem
Salamonde II 207 2010 2015 Reforço de Potência com
Bombagem
Foz Tua 260 2011 2016 Nova instalação
Fridão 238 2016 2021 Nova instalação
Total 2407
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A aposta da EDP na construção de novas barragens é fundamental para diminuir as
dependências de Portugal em matéria energética e caminhar para a autonomia. Está
em causa elevar o aproveitamento hidrológico para 70% das capacidades do País e
aumentar a capacidade hídrica em 57% no mercado ibérico.
A concretização destes projetos integrando as localidades onde ocorrem é muito
importante:
Para o desenvolvimento rural, elaboram-se programas com parceiros locais que
geram condições de empregabilidade, fomenta-se a sustentabilidade dos
negócios para além da fase de Aproveitamentos Hidroelétricos e estabiliza-se um
quadro de prioridade à contratação de mão-de-obra local através de empreiteiros.
Na aproximação às comunidades, criam-se redes de contactos e desenvolvem-se
aproximações a entidades e organizações regionais para mapeamento de
potenciais contactos.
No âmbito de atuação da Fundação EDP, promovem-se iniciativas inovadoras nas
áreas de Empreendedorismo, Cultura, Ciência & Educação e Solidariedade,
juntamente com ações concretas, e realizadas localmente, que permitem
estimular a região para além do impacto direto do investimento nos projetos
hídricos.
Em suma, o diálogo direto com as populações, a par do poder local, permite soluções e
compensações criativas, económicas e de maior valia para os interessados diretos.
Toda esta dimensão está unida à relevância dos investimentos nas novas barragens.
(fonte: EDP 2015)
A EDP Gestão da Produção de Energia, S.A. está dividida em várias unidades de
gestão operativa e estratégica, conforme é possível verificar na Figura 1.
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Figura 1 – Estrutura Orgânica da EDPP
1.5 - CARACTERIZAÇÃO DO AHBS ONDE SE REALIZOU O ESTÁGIO
1.5.1 - Introdução
O Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor está dividido em dois escalões de obra.
O Escalão de Montante está localizado a cerca de 12,6 km da confluência do rio Sabor
com o rio Douro e a cerca de 7 km a montante da ponte que liga a estrada municipal
623, na margem direita, à estrada municipal 325, na margem esquerda, que
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estabelecem a comunicação entre a povoação da Horta da Vilariça e a vila de Torre de
Moncorvo.
O Escalão de Jusante está localizado a pouco mais de 3 km da foz do rio Sabor,
conforme é possível verificar na fotografia abaixo.
Figura 2 - Localização do AHBS
A central Hidroelétrica do Baixo Sabor Montante está situada no município de Torre de
Moncorvo no distrito de Bragança e fica aproximadamente a 12 km da foz do rio Sabor
com o rio Douro. A central de Montante consistirá numa central em poço, equipada com
dois grupos reversíveis turbina-bomba com potência nominal de 140 MW.
O dono da obra é a EDP e, para a realização da empreitada, procedeu às seguintes
contratações:
Fornecimento dos equipamentos (FE): ANDRITZ Hydro;
Empreitada Geral de Construção ao Consórcio (ACE): ODEBRECHT e LENA;
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Serviços de Fiscalização: CONSULGAL;
Coordenação da segurança em obra à empresa: TABIQUE;
Projeto e Construção da Linha de 220 kV entre o Escalão Montante e a
Subestação do Pocinho: EIP.
A informação na Organização Funcional da Obra, Datas Chave e Planeamento do
Fornecimento do Projeto e finalmente nos Planos de Qualidade do FE e do ACE é
descrita no Dossier de Obra.
Este empreendimento é constituído por diversos elementos de obra, dos quais se
destacam as seguintes instalações:
Equipamento hidromecânico constituído por:
Paredão da Barragem - 4 Descarregadores de Cheias e 1 Descarga de Fundo
(ambos com comportas ensecadeiras e comportas de serviço)
Dos circuitos hidráulicos com 1 Tomada de Água, 1 Restituição (ambas com
comporta ensecadeira e 1 comporta de serviço)
Dois grupos reversíveis turbina/bomba e respetivos sistemas auxiliares;
Aparelhos de elevação e movimentação de cargas;
Instalação à Tensão de Produção;
Transformadores Principais;
Instalação à Tensão de Emissão;
Instalação de Comando e Controlo;
Instalação de Serviços Auxiliares;
Instalação de telecomunicações,
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Instalação de segurança,
Instalação do Posto de Observação e Controlo (P.O.C.)
1.5.2 - Organização Funcional
A organização funcional da obra está definida no Dossier de Obra, no qual é feita
referência aos documentos essenciais para a supervisão que sintetizam a organização
sob a forma de organogramas, com indicação dos recursos atribuídos a cada Entidade,
Especialidade e Área Funcional, conforme demonstrado abaixo.
A Figura 3 mostra os diversos intervenientes da empreitada do AHBS.
Figura 3 - Estrutura orgânica do AHBS
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Na Figura 4, são demonstradas as várias unidades orgânicas da Equipa de
Fiscalização.
Figura 4 -Estrutura orgânica da Fiscalização
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Na Figura 5, são demonstrados os vários intervenientes, bem como as unidades
orgânicas do FE.
Figura 5 - Estrutura orgânica do FE
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2 - DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO
2.1 - RESUMO DO TRABALHO REALIZADO
O AHBS é constituído pelos seguintes elementos de obra : Barragem, Tomada de
Água, Circuito Hidráulico e Restituição.
No que respeita aos Equipamentos nele instalados, encontram-se subdivididios em
instalações, a saber: dois Grupos Reversíveis, Instalação Elétrica, Instalação de
Comando e Controlo, Instalações Auxiliares Gerais, Instalações de Segurança e Posto
de Observação e Controlo. O presente trabalho vai recair mais especificamente sobre o
acompanhamento efetuado durante a montagem dos Grupos Reversíveis, Verificações
Finais de Montagem (VFM) dos Equipamentos e consequente Comissionamento dos
mesmos.
Para a prossecução deste objetivo foi necessário realizar os seguintes procedimentos:
Gestão em Obra – Foram preconizados trabalhos de planeamento, de execução,
correção de desvios e gestão de conflitos, designadamente nas fases:
Montagem de Equipamentos – Realizado o acompanhamento dos trabalhos do
Fornecedor de Equipamentos e da Fiscalização contratada pela EDP;
Comissionamento – Participação em briefings, reuniões de acompanhamento e
coordenação dos ensaios.
2.2 - ABORDAGEM E METODOLOGIA
Conforme referido anteriormente na caracterização do AHBS, uma central hídrica é
constituída por diversas instalações.
Para a prossecução deste objetivo foi necessário realizar os seguintes procedimentos:
Descrever as condições de contrato da obra:
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Acompanhar o desenvolvimento de atividades a decorrer em paralelo relativas
à gestão de uma empreitada desta dimensão, que envolve uma gestão cuidada
da interface entre o ACE e o FE, com vista a compatibilizar os interesses de
ambos;
Mediar a Passagem de Frentes de Obra das áreas concluídas pelo ACE para a
equipa de montagem dos equipamentos. Os atrasos que uma entidade pode
gerar no plano de execução da outra entidade, bem como os conflitos latentes
entre estas duas entidades perante o dono de obra, são a principal razão para
uma mediação atenta.
Analisar os canais de comunicação e o processo de monitorização da qualidade:
Descrever o procedimento de montagem de equipamentos;
Descrever o procedimento da VFM e seu objetivo;
Acompanhar e participar na fase de Comissionamento dos equipamentos
descritos anteriormente;
Acompanhar o desenvolvimento de atividades a decorrer em paralelo relativas à
gestão de uma empreitada desta dimensão, no que concerne ao controlo de
qualidade e gestão de tempos e recursos.
Em consequência dos objetivos traçados anteriormente, optou-se por analisar o
Fornecimento de Equipamentos instalados no AHBS.
2.2.1 - Meios utilizados
A EDP – Gestão da Produção S.A. proporciona aos seus trabalhadores as condições
de trabalho necessárias ao bom desempenho do mesmo.
O portal interno existente, desenvolvido no seio da empresa e com funcionamento
intranet, permite gerir e organizar todo o fluxo de informação da empresa, tornando-se
uma das ferramentas que marca a distinção da empresa.
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Relativamente aos meios físicos, os colaboradores possuem um computador fixo ou
portátil, devidamente equipado com os principais meios informáticos existentes
atualmente no mercado e com ligação à Internet.
A possibilidade de conexão à Internet a qualquer momento é uma ferramenta de
extrema utilidade pois - com a quantidade de informação atualmente disponibilizada e
com os motores de busca existentes - é possível pesquisar determinado equipamento
ou informação técnica necessária para um projeto, ou até mesmo promover uma
autoformação
A empresa dispõe de uma rede informática onde regista a entrada dos documentos
(notas de cálculo, desenhos de conjunto e pormenor, listas de materiais e
equipamentos, especificações de compra, desenhos de execução de cabos, quadros
elétricos/proteções, esquemas de comando e controlo, esquemas elétricos e
hidráulicos, planos de inspeções e ensaios, manuais de operação e manutenção).
Adicionalmente, é utilizado mais um mecanismo de controlo com recurso ao Microsoft
Excel, para fazer a rastreabilidade dos documentos emitidos pelo FE e comentados
pelo Dono de obra, no qual é feito o registo da evolução das revisões dos documentos
até se obter a aprovação final por parte do DO.
Os comentários incidem sobre os desvios em relação às condições contratuais ou
outras indefinições que necessitam de ser ultrapassadas por omissão em fase de
projeto.
Após a aprovação do DO os diversos documentos passam a aprovados para boa
execução na obra.
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2.2.2 - Prazos
As atividades desenvolvidas durante o estágio podem dividir-se em três fases distintas:
Primeira fase - período de adaptação e integração na EDP, com vista à
assimilação dos métodos de trabalho e compreensão dos canais de comunicação
bem como da estrutura orgânica;
Segunda fase - participação/apoio de tarefas à equipa de supervisão da
fiscalização da montagem de equipamentos:
Participação nas VFM’s dos equipamentos mecânicos do AHBS;
Acompanhamento das Reuniões de Obra de periodicidade semanal e mensal e
das condicionantes de Segurança e Qualidade da Obra;
Terceira fase – apoio a tarefas da equipa de Comissionamento, na qual participei
em ensaios de comissionamento dos equipamentos mecânicos do AHBS.
2.2.3 - Formação
A formação adquirida durante o período de estágio teve diversas fontes:
A fundamental colaboração da orientação de estágio;
O apoio e ajuda dos restantes colegas do Grupo EDP;
Formação autodidata através de diversas referências bibliográficas da
especialidade.
2.2.4 - Matérias Abordadas
É claro que nem tudo é apreendido durante a formação académica e, como tal, havia
conhecimento teórico a ser adquirido logo no início do estágio. Como forma de
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colmatar esta evidência foi necessário tomar conhecimento da estrutura organizativa,
para obter uma visão global da Empresa em termos de estrutura, atribuição e valores.
Seguidamente foi apreendida informação acerca da obra: como funciona, quais os
procedimentos, bem como perceber quem eram os seus intervenientes e quais as suas
funções.
Neste contexto, são incontornáveis as publicações que foram disponibilizadas e que de
seguida se referem:
Manual de Organização do Grupo EDP,
Dossier de Obra,
Condições Técnicas do AHBS,
Plano de Qualidade Específico do Projeto,
Condições de Contrato da Fiscalização,
Plano da Qualidade da Fiscalização,
Procedimento da Verificação Final de Montagem (VFM).
2.3 - ASPETOS LEGAIS DE ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA
O estágio na EDP Produção consiste em realizar trabalhos que visam contribuir para,
em contexto de trabalho, complementar a formação académica do Nível de
Qualificação 7 e aperfeiçoar competências na área da Gestão de Obras com vista à
elaboração de um estudo sobre construção e primeira colocação em serviço de uma
Central Hídrica.
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2.4 - APRESENTAÇÃO DE CONHECIMENTOS DE ENGENHARIA UTILIZADOS
DURANTE O ESTÁGIO
As atividades desempenhadas no decorrer do estágio no AHBS foram muito variadas,
desde o acompanhamento de montagem de equipamentos à interpretação de
esquemas de princípio, passando também pela interpretação de plantas de disposição
de equipamentos. Desta forma, os conhecimentos de engenharia implementados
durante o estágio foram diversos:
Recurso a conhecimentos de Sistemas de Controlo para a interpretação de
curvas de operação no funcionamento dos equipamentos.
Tecnologia mecânica para interpretação dos processos de soldadura, bem como
mecânica dos materiais para identificação dos materiais utilizados no processo
de soldadura e dos equipamentos montados.
Noção de Eletromagnetismo e eletrotecnia para interpretação do funcionamento
de máquinas elétricas instaladas no AHBS.
Consulta de documentação AHSRAE para aferir noções de psicrometria com
vista a comprovar condições de condensação em tubagens de água para
refrigeração dos Grupos.
Implementação de conhecimentos de mecânica dos fluídos com vista à
interpretação de questões decorrentes do acompanhamento da obra e do
comissionamento.
Os conhecimentos de Gestão industrial também foram uma mais-valia na interpretação
dos procedimentos Lean que a EDP está a utilizar na sua estrutura.
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3 - INTEGRAÇÃO NA EQUIPA
3.1 - APRESENTAÇÃO DO ORGANOGRAMA DA SUPERVISÃO DA
FISCALIZAÇÃO
A equipa de Supervisão da Fiscalização está inserida na Equipa de Gestão de Obra e
tem a valência de coordenar os trabalhos de Comissionamento dos equipamentos.
Esta equipa está evidenciada na Figura 6, na qual se encontram os seus membros
distribuídos pelas diversas atividades a desenvolver durante a fase de
comissionamento.
Abaixo, é também evidenciada a unidade funcional na qual estava inserido.
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Figura 6 - Organograma da Equipa de Comissionamento
DBS
Comissionamento
Bolseiro/Estagiário - Pedro Mendes
Coordenação
Assistência Engªà Obra e
Comissionamento
F. Equipamentos -Coordenador
ComissionamentoEDPP - DDR
Interligação Telecomando
Verificação Final de Montagem
Documentação Exploração / Operação
Alternador e Auxiliares
Ensaios Preliminares
Entrada em Serviço
Turbina e Auxiliares
Ensaios Preliminares
Entrada em Serviço
Equipamento Hidromecânico
Interligação UNGE
Grupo 1
Ensaios Entrada Serviço
Gestor de Obra
Inst. Tensão
Ensaios Preliminares
Entrada em Serviço
Serviços Auxiliares
Ensaios Preliminares
Entrada em Serviço
Instalações Segurança
Ensaios Preliminares
Entrada em Serviço
S.A.A.
Ensaios Preliminares
Entrada em Serviço
Instalação Comando e Controlo
Alternador e Auxiliares
Ensaios Preliminares
Entrada em Serviço
Turbina e Auxiliares
Ensaios Preliminares
Entrada em Serviço
Grupo 2InstalaçõesAuxiliares
Listas Deficiências
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3.2 - APRESENTAÇÃO DO ORGANOGRAMA DA EDP NO AHBS
Abaixo, no Organograma da EDP no AHBS são demonstrados quais os canais de
comunicação existentes entre os diversos intervenientes em obra, bem como quais as
unidades orgânicas existentes no AHBS.
Direção de Obra(DBS)
FE
Direção de Obra
Gestão de Contrato
Grupo Projeto EDP para o AHBS
Mec. Elet.
Gestor do Contrato EDP
Qualidade EDP
Gestão de Obra EDP
FSE
ComissionamentoACE
Direção de Obra
Gestão de Contrato
Figura 7 - Organograma da EDP no AHBS
A equipa de Supervisão da Fiscalização da EDP, juntamente com o FSE, faz o
interface de comunicação entre os diversos intervenientes de execução em obra,
nomeadamente o FE e o ACE.
No expediente diário em obra, a equipa de Gestão de Obra da EDP contacta
diretamente o ACE e a Direção de Obra do FE e, desta forma, faz a gestão das frentes
de trabalho entre as partes. No que respeita à resolução de questões internas do ACE,
bem como do FE decorrentes da resolução de inconformidades contratuais resultantes
da execução de tarefas do expediente geral de montagem em obra, a Direção de Obra
do FE reporta ao Gestor de Contrato do FE que negoceia as matérias contratuais com
o Dono de Obra, na pessoa do Gestor de Contrato da EDP.
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No que respeita à gestão da montagem de equipamentos, é a Direção de Obra do FE e
a Gestão de Contrato do FE que decidem as abordagens a realizar em obra, de acordo
com o Caderno de Encargos, bem como de acordo com as Condições Técnicas
contratuais.
O Gestor do Contrato da EDP articula a informação ente a obra e o Grupo de Projeto
EDP no AHBS (GP-EDP), bem como com a DBS. Na empreitada do AHBS existem
dois Gestores do Contrato da EDP: um para o Fornecimento de Equipamentos e outro
para o ACE. O GP-EDP contempla as especialidades de Engenharia Civil,
Eletrotécnica e Mecânica, bem como da Segurança, Risco e Ambiente.
Na empreitada do AHBS as especialidades que estão intimamente ligadas com o
desenvolvimento dos trabalhos do FE são a mecânica e a eletrotécnica.
Caso exista a necessidade de complementar informação acerca de qualquer outro
assunto relacionado com a empreitada fora do âmbito das duas últimas especialidades
atrás enunciadas, existem as restantes, que auxiliam os Gestores de Contrato da EDP
nessa tarefa.
Externamente às tarefas do projeto existe a equipa do grupo EDP que auxilia a
verificação da Qualidade, fiscalizando o cumprimento das garantias de fornecimento e
qualidade dos serviços prestados e dos equipamentos montados. Neste caso particular
do AHBS, essa tarefa está sob responsabilidade da equipa de Supervisão da
Fiscalização e do Comissionamento.
Finalmente, os canais de comunicação de todos os intervenientes em obra são
bidirecionais, o que agiliza e simplifica os procedimentos a decorrer.
3.3 - RELAÇÃO DO CANDIDATO COM OS INTERVENIENTES EDP
No desempenho das minhas funções como estagiário de Engenharia Mecânica no
AHBS, tive de:
Tomar conhecimento dos contratos do FE e do Serviço de Fiscalização;
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Conhecer as Especificações Técnicas do Projeto através do Processo Concurso;
Conhecer os procedimentos inerentes à gestão e execução dos trabalhos no
AHBS, conforme desenvolvido nos pontos seguintes.
Figura 8 - Caracterização dos domínios de trabalho realizado no AHBS
Gestão de Obra/Contrato
A Equipa de Gestão de Obra e a de Supervisão da Fiscalização são os interlocutores
entre a Gestão de Contrato EDP e Projeto EDP com o FSE.
Foi acompanhada a implementação dos planos de cariz operacional relativos ao
Planeamento do AHBS, decididos realizar pela EDPP, no âmbito do Planeamento
Estratégico e Tático, definido ao nível da Gestão de Topo, que definiu as linhas
mestras por forma a alcançar os objetivos macro do Grupo EDP.
AHBS
Planeamento e Execução
Processo Concurso
Gestão de Obra/Contrato
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Foi incumbência da Direção de Obra fazer cumprir as atividades e assegurar o
cumprimento dos Prazos estabelecidos, por via dos restantes intervenientes da
organização funcional da empreitada do AHBS.
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Tabela 2 - Extrato do Calendário do Projeto do AHBS (Fonte: EDP)
Task Name Duration Start Finish % Complete Predecessors Successors Resource Names
Unit 2 Essential Milestones for Wet-Commissioning 6,25 dys Sat 25-10-14 Sat 01-11-14 0%
Unit 2 Wet Commissioning 40 dys Sat 01-11-14 Thu 18-12-14 0%
1567
Water Filling 5 dys Sat 01-11-14 Fri 07-11-14 0%
1404
Inspection of Water Way 1 dy Sat 01-11-14 Mon 03-11-14 0% 1393SS 1397
Filling from Downstream 1 dy Mon 03-11-14 Tue 04-11-14 0% 1396;1393 191SS;1398FF
check wicket gate closing time in dead water 0,5 dys Tue 04-11-14 Tue 04-11-14 0% 1397FF 1399
Filling of Penstock 1 dy Tue 04-11-14 Wed 05-11-14 0% 1398 1400SS;1401SS;1055SS;182SS
check for leakages 2 dys Tue 04-11-14 Thu 06-11-14 0% 1399SS
Trip Tests with Intake Gate 2 dys Tue 04-11-14 Thu 06-11-14 0% 1399SS 1402
Instrumentation verification 1 dy Thu 06-11-14 Fri 07-11-14 0% 1401
First Run ( Mechanical Tests) 2,5 dys Sat 08-11-14 Tue 11-11-14 0%
1412;1214SS-6 dys Generator Eng.;Turbine Eng.;Control Eng.
First rotation - Check mech. free running 1 dy Sat 08-11-14 Mon 10-11-14 0% 1395;1097;1059;1025;181;190 1405;1218
Turbine - test quick & emergency shutdown 0,5 dys Mon 10-11-14 Mon 10-11-14 0% 1404 1406SS
Generator - check function of brake 0,5 dys Mon 10-11-14 Mon 10-11-14 0% 1405SS 1407SS;1408SS
Turbine Governor - test speed controller 0,5 dys Mon 10-11-14 Mon 10-11-14 0% 1406SS
Control - test protection circuits / trips 0,5 dys Mon 10-11-14 Mon 10-11-14 0% 1406SS 1409
Increase speed to 100% 1 dy Tue 11-11-14 Tue 11-11-14 0% 1408 1410FF
test of no-load instability 1 dy Tue 11-11-14 Tue 11-11-14 0% 1409FF
Balancing 1,5 dys Wed 12-11-14 Thu 13-11-14 0%
1414
Balancing 1,5 dys Wed 12-11-14 Thu 13-11-14 0% 1403
Generator Eng.
Bearing Run 1 dy Thu 13-11-14 Fri 14-11-14 0%
1418 Generator Eng.;Turbine Eng.;Control Eng.
Turbine - temperatures, vibrations, shaft seal 1 dy Thu 13-11-14 Fri 14-11-14 0% 1411 1415SS;1416SS
Generator - vibrations [8520-0010] 1 dy Thu 13-11-14 Fri 14-11-14 0% 1414SS
Generator - bearing temperature [8520-0020] 1 dy Thu 13-11-14 Fri 14-11-14 0% 1414SS
Overspeed Test 1 dy Fri 14-11-14 Sat 15-11-14 0%
1422 Generator Eng.;Turbine Eng.;Control Eng.
Turbine: electronical overspeed 0,3 dys Fri 14-11-14 Fri 14-11-14 0% 1413 1419;1420SS
Turbine: mechanical overspeed 0,7 dys Fri 14-11-14 Sat 15-11-14 0% 1418
Generator: overspeed test [8520-0030] 1 dy Fri 14-11-14 Sat 15-11-14 0% 1418SS
Leakage Measurement Wicket Gate 1 dy Sat 15-11-14 Mon 17-11-14 0%
1425
Short Circuit & Earth Fault Tests 2 dys Mon 17-11-14 Wed 19-11-14 0%
1446
Short Circuit Test - Generator 1 dy Mon 17-11-14 Tue 18-11-14 0%
Generator Eng.
Short Circuit Test - Excitation 1 dy Mon 17-11-14 Tue 18-11-14 0%
Excitation Eng.
Short Circuit Tests and Earth Fault Tests - Protection 2 dys Mon 17-11-14 Wed 19-11-14 0%
Protection Eng.
Control System 2 dys Mon 17-11-14 Wed 19-11-14 0%
Control Eng.
Short Circuit Test 2-Phase (Type Test) 1 dy Wed 19-11-14 Thu 20-11-14 0%
1450
short circuit 2-phase [8540-0030] 0,5 dys Wed 19-11-14 Wed 19-11-14 0% 1423 1447
short circuit 2-phase and neutral [8540-0040] 0,5 dys Thu 20-11-14 Thu 20-11-14 0% 1446
ORDEM DOS ENGENHEIROS - REGIÃO NORTE
Colégio de Engenharia Mecânica Relatório n.º 01
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Como exemplo, na Tabela 2 é possível verificar um exemplo de sequência de
atividades, com vista à execução da tarefa de comissionamento relativa ao enchimento
do Circuito Hidráulico do Grupo, pelo lado de Jusante. Este calendário é elaborado com
um gráfico do tipo Gantt, constituído pela numeração de ordem, descrição e duração da
atividade em dias, data de início e data de conclusão. As precedências das mesmas
atividades, bem como as interligações entre cada atividade, são possíveis verificar pela
imagem acima.
A Gestão do Contrato tem como função intermediar e negociar Condições Gerais e
Condições Especificas do Caderno de Encargos.
Processo Concurso – Condições Técnicas do Caderno de Encargos
O segundo módulo de trabalhos compreendeu uma análise às Características Técnicas
do Programa Concurso do projeto dos equipamentos instalados no AHBS. Esta análise
compreende um estudo às soluções adotadas anteriormente em projeto e,
consequentemente, à solução implementada em obra, que por vezes tem de ser
adaptada de acordo com as condicionantes existentes. A solução implementada é
executada, de acordo com um Programa de Detalhe de Execução. Os documentos que
suportam a informação referente aos equipamentos a montar em obra são:
Peças escritas – As peças escritas correspondem a cadernos de encargos, às
condições gerais e a condições específicas de montagem dos equipamentos;
Peças desenhadas – Desenhos gerais e desenhos de pormenor da implantação
dos equipamentos.
Planeamento e Execução dos Procedimentos da Direção Geral de Obras
Por último, a melhor forma de avaliar o trabalho desenvolvido é evidenciar quais as
consequências do planeamento e acompanhamento em obra, materializada sob a
forma dos resultados.
Desta forma, são utilizados como protocolos de trabalho os Planos de Qualidade em
obra, o Plano de Qualidade do FE e o Plano de Qualidade do FSE.
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4 - SUPERVISÃO DA FISCALIZAÇÃO NA MONTAGEM DE EQUIPAMENTOS
4.1 - LEGISLAÇÃO EM VIGOR – PLANOS DE QUALIDADE EM OBRA
A realização dos trabalhos de uma empreitada como do AHBS é de acordo com
normas e procedimentos bem definidos e o trabalho descrito mostra a importância do
controlo de qualidade durante o processo de montagem de equipamentos, com vista a
minimizar possíveis falhas que possam ocorrer logo durante a fase de montagem e
comissionamento.
Na Supervisão da Fiscalização as atividades a realizar consistiram em fazer cumprir as
atividades de fiscalização, auditando o cumprimento do plano de qualidade, o efetivo
controlo dos trabalhos executados e complementar a equipa de comissionamento.
O Plano de Qualidade do Empreendimento é constituído pelo Plano de Gestão da
Qualidade Segurança e Ambiente do Empreiteiro (PGQSA), pelo Plano da Qualidade
da Fiscalização (PQ) e pelo Plano da Qualidade Específico do Projeto (PQEP).
Na Tabela 3 é possível verificar qual a legislação de âmbito geral, à qual a empreitada
do AHBS está sujeita.
Tabela 3 - Legislação Geral do AHBS
Diploma Âmbito
NP EN ISO 9001:2008 Sistema De Gestão da Qualidade, Requisitos e linhas de orientação
NP EN ISO 14001:2004 Sistema de Gestão Ambiental, Requisitos e linhas de orientação
NP EN ISO19011:2003 Linhas de orientação para auditorias a sistemas de gestão da qualidade e/ou gestão ambiental
O Plano do controlo da qualidade define as exigências mínimas de verificação para
cada componente e subcomponente.
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4.1.1 - Plano de Qualidade da Fiscalização
O objetivo do documento é descrever as linhas orientadoras e as regras a que a
Fiscalização está obrigada na elaboração do PQ do contrato de prestação de Serviços.
O PQ consubstancia o Sistema de gestão da Qualidade a ser implementado e
monitorizado pela Fiscalização, no decurso do contrato, bem como da atividade de
verificação do cumprimento do estabelecido contratualmente.
Revisão e Controlo do Plano da Qualidade
Sempre que ocorram revisões do PQ, as mesmas são registadas no Mapa de Controlo
de Revisões do PQ e distribuídas aos detentores de cópias controladas conforme
indicado na Tabela 4.
Tabela 4 – Destinatários das Revisões do PQ
N.º de Exemplares Cópia Controlada n.º Destinatário
1 (suporte papel) 1 EDP – Gestão da produção de Energia, S.A.
1 (suporte papel) 2 Chefe da Fiscalização e Gestor da Qualidade
1 (suporte papel) 2 Diretor da Fiscalização (DGFAH)
4.1.2 - Plano de Qualidade do FE
O Plano de Qualidade Específico do Projeto é o Plano de Qualidade do FE, que
evidencia os aspetos fundamentais do sistema de gestão da qualidade inerentes ao
projeto do AHBS. Este plano de qualidade não substitui o sistema de gestão da
qualidade da Andritz Hydro.
Âmbito do Plano de Qualidade Específico do Projeto
O Plano de Qualidade do Projeto foi definido com base no sistema de gestão de
qualidade do FE e define os procedimentos básicos e quais as responsabilidades de
aplicação a este projeto. Além disso, define quais os procedimentos específicos para
corrigir o projeto sempre que seja necessário.
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Este documento aplica-se à engenharia, aprovisionamentos, fabrico (incluindo
inspeção, em fábrica & expedição), montagem em estaleiro e ensaios de entrada em
serviço e é vinculativo para a Andritz Hydro no desenvolvimento do projeto AHBS –
Escalão de Montante.
A Andritz Hydro é responsável pelo fornecimento e instalação de todo o equipamento
mecânico e elétrico necessário para o funcionamento do Empreendimento
Hidroelétrico.
Conteúdo do documento
O PQ do FE contém uma lista de termos e abreviaturas para a correta interpretação do
mesmo, bem como uma lista de documentação sobre a referência e normalização dos
ensaios a efetuar para a entrega do fornecimento.
O PQ do FE define a estrutura orgânica do Consórcio ANDRITZ Hydro, bem como a
estrutura orgânica da equipa de gestão da qualidade.
A estrutura orgânica da qualidade definida no PQ do FE enuncia quem são os
responsáveis pelos diversos departamentos e as suas responsabilidades.
O PQ do FE contempla o recurso a ensaios não destrutivos e destrutivos de
equipamentos para aferição da qualidade imposta nos normativos Europeus
Procedimentos aplicáveis e de referência
Para garantir os padrões de qualidade inerentes à certificação da qualidade do FE foi
necessário documentar e executar procedimentos de controlo da qualidade para as
atividades de inspeção e teste, com o objetivo de verificar que as exigências
específicas para o produto final são cumpridas. Desta forma, os documentos e
procedimentos para tal objetivo foram os seguintes:
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Plano do Controlo da Qualidade – Define as exigências mínimas de inspeção para
cada componente e determina o Plano de inspeção e Ensaio (PIE) aplicável para
cada subcomponente;
Plano de Inspeção e Ensaio (PIE) – Determina os testes e inspeções relevantes a
serem realizados num componente, desde as exigências feitas à matéria-prima
até às inspeções a serem executadas durante a fase de montagem em estaleiro;
Convocatória do cliente para a realização de inspeções e ensaios – São
realizadas com cerca de 4 semanas de antecedência para inspeções e ensaios
em fábrica. Em obra são realizadas com cerca de 24 horas de antecedência, após
acordo entre as partes intervenientes, com vista a agilizar o processo de
realização das mesmas.
Estrutura da documentação da qualidade
A documentação da qualidade está distribuída por 5 níveis de informação e a
segmentação dos mesmos é a seguinte:
Nível 1 – Plano da Qualidade - Descreve os requisitos do Sistema da Qualidade
do Projeto, a organização dos requisitos de realização a implementar a qualidade
especificada;
Nível 2 – Plano do Controlo da Qualidade - Consideram os requisitos mínimos do
controlo da Qualidade. Nestes documentos estão definidos todos os Planos de
Inspeção e Ensaios exigidos;
Nível 3 – Planos de inspeção e Ensaio para cada componente. Será separado um
Plano de Inspeção e Ensaio que está referido no Plano do Controlo da Qualidade
sob a coluna “Planos de inspeção e Ensaio”;
Nível 4 – Especificações, procedimentos e normas - As especificações, os
procedimentos, as normas, etc. a serem aplicados serão definidos no plano de
Inspeção e Ensaios respetivo;
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Nível 5 – Documentação da qualidade - A documentação da qualidade é
preparada para cada componente conforme listado no Plano do Controlo da
Qualidade. Esta documentação contém todos os certificados e relatórios de
inspeção definidos no Plano de inspeção e Ensaio referente a cada componente
específico. Esta documentação é a evidência escrita de que todas as
recomendações foram cumpridas.
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4.2 - FLUXO DE CIRCULAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO EM OBRA
4.2.1 - Circulação da Documentação Geral da Qualidade
Abaixo, são demonstrados os canais de comunicação utilizados em obra para a
circulação da documentação da qualidade.
Figura 9 - Canais de Comunicação Geral da Qualidade (Fonte: EDP)
EQUIPA DE
SUPERVISÃO DA
FISCALIZAÇÃO EDP
EQUIPA DE PROJECTO EDP
ADJUDICATÁRIO
EQUIPA DE GARANTIA E
CONTROLO DA QUALIDADE EDP(1)
(1) – Plano da Qualidade do projeto
- PIE que incluam atividades de montagem e comissionamento
- Especificações / procedimentos de montagem e comissionamento
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4.2.2 - Circulação Documentação de Qualidade de Montagem
Figura 10 - Esquema de circulação da documentação da Qualidade
ADJUDICATÁRIO
EQUIPA DE PROJECTO EDP
EQUIPA DE
SUPERVISÃO DAFISCALIZAÇÃO
EQUIPA DE
GARANTIA E CONTROLO DA
EQUIPA DE FISCALIZAÇÃO (OUTSOURCING)
(2)
(3)
(1) - Circulação de documentação:
- Planos de inspeção e Ensaios
- Especificações e procedimentos de inspeção e ensaios
- Planos, especificações e procedimentos de soldadura
- Registo de controlo da qualidade
- Controlo da resolução de não conformidades
(2) – Acordo da Equipa de Supervisão da Fiscalização aos comentários
da Equipa de Garantia e Controlo de Qualidade EDP
(3) - Envio após acordo da Equipa de Supervisão da Fiscalização
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4.2.3 - Pedido de esclarecimento da qualidade de montagem
Para esclarecimentos acerca da qualidade da montagem de equipamentos, a
documentação em obra inerente ao pedido deve seguir o procedimento abaixo.
ADJUDICATÁRIO
EQUIPA DE SUPERVISÃO DAFISCALIZAÇÃO (EDP)
EQUIPA DE FISCALIZAÇÃO (OUTSOURCING)
(2
GESTOR CONTRATO
EQUIPA DE GARANTIA E
CONTROLO DA
(1)
(3)
GESTOR OBRA (DBS)
Figura 11 – Esquema de pedido de esclarecimento da qualidade de montagem
(1) – Especificações e procedimentos de inspeção e ensaios
- Aplicação de não conformidades
(2) - Solicita comentários à Equipa de Garantia e Controlo da
Qualidade EDP
(3) - Envio, após acordo da Equipa de Garantia e Controlo da
Qualidade
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4.2.4 - Verificações de Fim de Montagem
Nas Verificações de Fim de Montagem quem executa o trabalho é a equipa de
Fiscalização, que no AHBS é o FSE, que emite o respetivo Relatório de Verificação de
Fim de Montagem e evidencia uma lista de tarefas pendentes a realizar até à entrega
provisória do equipamento.
Relatório de Verificação Final de Montagem
O relatório de Verificação Final de Montagem é designado de VFM.
A VFM é considerada como parte integrante do processo de montagem visto que é a
prova de montagem e instalação dos equipamentos. Após a VFM é realizada uma
transferência de responsabilidades da equipa de montagem para a equipa de
comissionamento. A convocatória e realização da VFM são da responsabilidade da
equipa de montagem.
Após a passagem do equipamento ou sistema, quaisquer trabalhos fora do âmbito do
comissionamento, como alterações ou modificações, têm de ser autorizados pela
equipa de comissionamento através de um “Pedido de Autorização de Trabalho” (PAT).
A realização da VFM está dependente da existência de condições gerais transversais a
todas as verificações, previamente estabelecidas em documentos, e a condições
particulares, nomeadamente a sistemas mecânicos, sistemas de instrumentação e
controlo e sistemas elétricos, devido às suas especificidades individuais.
A convocatória para a realização de VFM deve ter antecedência mínima de 48h mas,
em obra, foi acordado entre as partes a convocatória para VFM com apenas um dia de
antecedência, devido às condicionantes de aceleração do programa de trabalhos a
decorrer. Juntamente com a convocatória deve ser enviada pela equipa de montagem
toda a documentação de suporte atualizada relativamente ao sistema a verificar.
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Lista de Pendentes
Com a realização de VFM é elaborada uma lista de deficiências, categorizadas da
seguinte forma:
Categoria A – URGENTE, ação imediata;
Categoria B – Resolução antes de comissionamento;
Categoria C – Resolver até:
a) Primeiro enchimento do Circuito Hidráulico,
b) Primeira Rotação do Grupo Gerador;
Categoria D – Resolver antes da Receção Provisória;
Categoria E – Resolver antes da Receção Definitiva.
As categorias A e B incluem as deficiências de cariz crítico que necessitam de
resolução imediata antes da atividade de comissionamento ou de primeira energização
do equipamento ou sistema correspondente.
4.3 - PLANEAMENTO - PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO
Na organização funcional da obra é feita referência aos documentos essenciais para a
supervisão que sintetizam a organização e o fluxo de informação sob a forma de
organogramas, com a indicação dos recursos atribuídos a cada Entidade,
Especialidade e Área Funcional.
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4.3.1 - Condições de contrato da Fiscalização na ótica do FE
Objeto do contrato
Constitui objeto do contrato o exercício da atividade de Fiscalização de todos os
trabalhos de construção do AHBS, dividido em dois escalões: o de Montante e o de
Jusante.
A construção do AHBS compreende, como anteriormente referido, a Empreitada Geral
de Construção e o Fornecimento dos Equipamentos, mas poderá incluir também
quaisquer outros trabalhos/contratos que se venham a mostrar necessários à completa
realização daquela Obra, que é constituída pelos Escalões de Montante e de Jusante
e, ainda, por um conjunto de obras designadas por Obras Complementares.
A empreitada de Fornecimento dos Equipamentos compreende a execução de todas as
atividades de montagem e instalação de equipamentos, listados de acordo com
Unidade, Instalação, Sistema e Subsistema.
Segundo as Condições de Contrato da Fiscalização na ótica do FE, o AHBS tem duas
unidades. A unidade de Montante e a unidade de Jusante. Cada unidade está
subdividida por um conjunto de nove instalações, entre elas: Barragem, Tomada de
Água, Restituição, Grupos Reversível 1 e 2, Grupos Auxiliares, Instalação elétrica,
Instalação de Comando e Controlo, Instalações de Segurança e Posto de Observação
e Controlo. Os sistemas inseridos em cada instalação estão divididos pelo Traço do
Sistema e pelo subsequente P&ID. O P&ID é constituído pelos vários subsistemas da
instalação.
Segundo também as Condições de Contrato da Fiscalização na ótica do FE, as
Inspeções de Equipamentos (IE) têm um protocolo próprio para cada equipamento.
Finalmente, a Fiscalização tem a obrigação contratual de convocar IE com o prazo de 2
semanas de antecedência e, em caso de urgência, tem a possibilidade de convocar
uma IE com 48 horas de antecedência. Para agilizar o processo, ficou decidido em
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obra que a antecedência mínima para a convocação de IE de caráter normal seria de
48 a 24 horas.
4.3.2 - Exemplos de implementação de mecanismos de qualidade implementados
em obra
A qualidade e a efetiva implementação dos mecânismos de controlo da qualidade são
colocados em prática constantemente e de uma forma sistemática com recurso aos
Briefings Diários, às Reuniões Semanais, às Reunião de Coordenação Mensal e pelas
Reuniões de Controlo da Qualidade. Todos estes mecanismos têm diferentes
intervenientes, objetivos a periodicidade necessária para o correto desenvolvimento da
obra.
Briefings Diários
Promovida pelo Dono de Obra, do tipo informal e sem elaboração de ata;
Intervenientes: Dono de obra, Fiscalização;
Objetivo: Interface das especialidades de montagem mecânica, elétrica e
construção civil;
Ordem de trabalhos:
Acompanha a ocorrência de inconformidades na realização dos trabalhos
diários,
Procede à distribuição de trabalhos resultantes da reunião semanal, bem como
soluciona em equipa os assuntos pendentes,
Realização: Início do dia, agendada com a periodicidade necessária ao
acompanhamento dos trabalhos a decorrer em obra.
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Reunião Semanal do FE
Promovida pela Fiscalização, do tipo formal, com elaboração de ata;
Intervenientes: Dono de obra, Fiscalização e FE;
Objetivo: Gestão de operações, avaliação do ponto de situação das atividades em
curso;
Periodicidade semanal no segundo dia útil.
Reunião de Coordenação Mensal
Promovida pelo Dono de Obra, do tipo formal, com elaboração de ata;
Intervenientes: Dono de Obra/FSE, CSO (facultativo), FE, ACE;
Moderador da reunião: Gestor do contrato do Fornecedor de Equipamentos;
Realização periódica ao dia 10 de cada mês;
Reunião de Controlo de Qualidade
Promovida pela Fiscalização, com convocatória, do tipo formal com elaboração de
ata de reunião;
Intervenientes: Dono de Obra, Fiscalização, Responsável pela Qualidade do FE;
Objetivo: Fazer o ponto de situação acerca da documentação de qualidade em
obra, gestão de Não Conformidades;
Periodicidade mensal de acordo com as condições contratuais.
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4.4 - PROCEDIMENTOS DE MONTAGEM
De acordo com a descrição das tarefas acompanhadas no AHBS iniciada
anteriormente, estas consistiam, durante o estágio, no auxílio da supervisão e na
verificação e fiscalização da conformidade de execução da empreitada com o projeto e
condições contratuais na fase de construção e montagem do AHBS.
Os mecanismos da EDPP para supervisionar a qualidade e os prazos na fase de
execução da obra nos quais tive participação ativa foram vários.
Controlo de execução e dos processos construtivos
A título de exemplo, no decurso do acompanhamento dos trabalhos em obra foram
verificados desvios de execução no que respeita à selagem corta-fogo de negativos. O
Dono de Obra solicitou ao FE uma solução para os atrasos evidenciados. O FE
verificou que não estava definido quem iria proceder à selagem corta-fogo dos
negativos existentes na caixa de escadas, bem como nos restantes pisos da central,
para pressurização da mesma em caso de incêndio.
Esta indefinição é originada pela alteração legislativa respeitante à segurança contra
incêndios em barragens após a elaboração do Projeto de Execução, bem como devido
à adição de novos negativos definidos em obra, para passagem adicional de condutas
e cabos. A indefinição de qual a entidade incumbida de realizar tais trabalhos é devida
à obrigatoriedade da abrangência necessária à elaboração de um caderno de encargos
que defina quais os trabalhos a serem realizados no AHBS por cada entidade
interveniente, o ACE e o FE.
A existência de várias entidades para realização de trabalhos do mesmo género
(subfornecedores), dificulta a definição do limite de responsabilidade individual na
realização desses mesmos trabalhos, designados para mais do que uma entidade.
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Controlo da qualidade das soluções adotadas
Como exemplos de Controlo da qualidade das soluções adotadas foi observado o
acompanhamento da descida do munhão de apoio e a participação na VFM da
afinação da folga da chumaceira combinada do grupo reversível.
O munhão de apoio foi aquecido e nivelado no átrio de montagem da Central. De
seguida foi descido pelo poço do grupo até ser acoplado no veio do rotor, ainda com o
aumento de temperatura previamente realizado, por forma a completar a chumaceira
combinada da turbina. A chumaceira combinada serve para fazer o guiamento do veio
do rotor e é solicitada por esforços tangenciais e radiais durante o funcionamento.
Figura 12 - Descida do Munhão de Apoio do Grupo 1
Na Figura 13 é mostrada, no seguimento do acoplamento do munhão de apoio, a
sequência de procedimentos para afinação da folga dos patins da chumaceira
combinada.
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Figura 13 - Afinação da Folga dos patins da Chumaceira Combinada
Fiscalização dos trabalhos de construção mecânica - Montagem da Comporta
Ensecadeira da Tomada de Água.
Em todo o Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor existe apenas uma comporta
ensecadeira para o conjunto de duas Tomadas de Água (escalão de Montante e
Jusante). A comporta é do tipo corrediça, com vedação a montante, e terá por função o
isolamento de um dos vãos, possibilitando a execução de operações de inspeção e
manutenção nas correspondentes comporta de segurança e estrutura da tomada de
água. A comporta ensecadeira é constituída por dois módulos - o inferior e o superior -
e a geometria do paramento da tomada de água é plana.
A comporta será sempre manobrada em águas equilibradas por intermédio do pórtico
rolante exterior através de uma cadeia de barras de suspensão.
ORDEM DOS ENGENHEIROS - REGIÃO NORTE
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A manobra de abertura só poderá ser realizada mediante o fecho da comporta de
segurança (localizada a jusante da ensecadeira) e após o enchimento do espaço a
jusante proporcionado por uma válvula de equilibragem DN 150 do tipo borboleta,
conforme mostra a Figura 14, integrada no tabuleiro da comporta e acionada pela haste
de suspensão constituída por 15 elementos do tipo I.
O acionamento de abertura e fecho da válvula é realizado por um mecanismo de
manivela, acionado no momento de içar a comporta para abertura da válvula com vista
a equilibrar a pressão da água nos dois lados da comporta no momento de
deslocamento.
O armazenamento do tabuleiro será feito nas ranhuras de um dos vãos, calado sob o
piso de manobra à cota (140,00) através das cabeceiras, e as barras de suspensão
serão armazenadas nas ranhuras do outro vão.
O processo de içar o tabuleiro desde a zona de trabalho até à plataforma de manobra à
cota (140,00) será efetuado por manobras sucessivas de elevação, calagem e
desmontagem das barras de suspensão.
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Figura 14 - Válvula de Equilibragem da Comporta Ensecadeira da Tomada de Água
O fecho da válvula ocorre no momento imediatamente após o contacto da comporta
com a soleira no movimento de descida da comporta, até ao fim de curso.
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5 - ATIVIDADE DE COMISSIONAMENTO – ENSAIOS DE COLOCAÇÃO DA
INSTALAÇÃO EM SERVIÇO
O Comissionamento consiste num conjunto de ações com vista à colocação em serviço
de uma instalação, após a fase de trabalhos de construção, com vista a aferir a
conformidade da instalação com as condições contratuais, sob o ponto de vista da
segurança, operacionalidade e performance especificados.
O conjunto de ações do comissionamento é composto por duas fases de trabalho:
Fase de Planeamento, Programação, Controlo;
Fase de Execução dos Ensaios.
5.1 - FASE DE PLANEAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLO
São definidos o âmbito e os objetivos dos trabalhos a serem executados, qual o modelo
organizativo e as datas-chave do comissionamento.
Durante esta fase é definida a duração dos períodos de trabalho da Fase de Execução
do Comissionamento, conforme mostra a Figura 15.
Figura 15 – Fase de Execução do Comissionamento
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As atividades de comissionamento realizadas foram os ensaios preliminares e os
ensaios de colocação em serviço.
5.1.1 - Modelo Organizativo
Durante esta fase é também definido qual o modelo organizativo a utilizar. Neste caso
específico, o modelo utilizado é o de Supervisão e participação na execução dos
ensaios de comissionamento do fornecimento, com vista a fiscalizar e aceitar os
resultados e coordenar as outras entidades envolvidas.
As equipas de comissionamento são duas, a saber:
Equipa de Comissionamento do Adjudicatário;
Equipa de Supervisão do Comissionamento da EDP Produção, coordenada pelo
Coordenador Geral de Comissionamento
As atribuições da Equipa de Comissionamento do Adjudicatário são:
Condução da Execução dos Ensaios de Comissionamento;
Garantir a segurança de Pessoas e Equipamentos;
Executar e controlar o progresso dos Trabalhos;
Interação com Dono da Obra e disponibilizar informações necessárias para
Entidades Oficiais.
As atribuições da Equipa de Supervisão do Comissionamento da EDPP são:
Supervisão dos Programas Geral e Detalhado do Comissionamento, incluindo a
verificação do cumprimento das Datas-Chave;
Supervisão da programação diária de ensaios;
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Supervisão da planificação da sequência dos ensaios e da intervenção das
diversas equipas de pessoal, incluindo os aspetos de horário da sua atividade;
Acompanhamento da execução dos ensaios efetuados e aceitação dos resultados
obtidos;
Promover a realização das reuniões semanais de Comissionamento e elaborar as
respetivas atas de reunião, que desempenharão a função de relatório periódico de
situação dos ensaios de Comissionamento;
Gestão de Lista de Deficiências e de não conformidades e aceitação da sua
resolução;
Verificação do correto arquivamento dos Procedimentos de Ensaio e Protocolos,
dos relatórios parciais de ensaios e da integração destas informações no relatório
final de ensaios a apresentar pelo Adjudicatário.
5.1.2 - Unidades Funcionais
Na fase de preparação o adjudicatário submete ao Dono de Obra para aprovação os
procedimentos a utilizar nos ensaios pré-operacionais, de arranque e de serviço
experimental, com base na documentação técnica previamente reunida no dossier de
comissionamento.
Para conhecermos os trabalhos a realizar foi necessário segmentar o AHBS pelas suas
unidades funcionais conforme escrito anteriormente. Como tal, segue abaixo, a título de
exemplo, uma matriz da segmentação completa de duas instalações do AHBS no
escalão de montante.
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Tabela 5 - Unidades Funcionais AHBS
Uni. Inst. Sistema P&ID Subsistema
Mo
nta
nte
Barr
ag
em
Descarregador de Cheias – Comporta de Serviço (105)
BSM-105-52010
Comporta de Serviço 1
Comporta de Serviço 2
Comporta de Serviço 3
Comporta de Serviço 4
Posto Manobra Comporta 1
Posto Manobra Comporta 2
Posto Manobra Comporta 3
Posto Manobra Comporta 4
Descarregadores de Cheias – Comporta Ensecadeira (110)
Descarga de Fundo – Comporta de Guarda (115)
BSM-115-51110
Comporta de Guarda
Posto de Manobra Comporta de Guarda
Descarga de Fundo – Comporta de Serviço (120)
BSM-120-52110
Comporta de Serviço
Posto de Manobra Comporta de Serviço
To
mad
a d
e Á
gu
a
Tomada de Água G1 (140) BSM-140-51010
Comporta de Segurança 1
Posto de Manobra Comporta Segurança 1
Tomada de Água G2 (140) BSM-140-51010
Comporta de Segurança 2
Posto de Manobra Comporta Segurança 2
Tomadas de Água - Comporta Ensecadeira (145)
Equipamento de Medição de Perda de Carga (170)
BSM-170-4371-700/701/705
Tomada de Água Geral
Tomada de Água Comporta 1
Tomada de Água Comporta 2
Nível Montante
Nível Montante
5.1.3 - Datas Chave
Na fase de Preparação é necessário definir as datas chave do Fornecimento, de
acordo com os objetivos globais do projeto, conforme é possível verificar Tabela 6. Esta
informação está contida no Dossier de obra.
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Tabela 6 – Datas-Chave do Projeto
Cenário 2 Cenário 1
Mo
nta
nte
Primeira Rotação – Modo Turbina 8.Dez.2014 16.Jan.2015
Primeira Sincronização 30.Dez.2014 05.Fev.2015
Primeira Rotação – Modo de Bombagem 14.Jan.2015 16.Fev.2015
Entrada em Período Experimental 23.Jan.2015 25Fev.2015
Ju
san
te
Primeira Rotação – Modo Turbina 1 Nov. 2014 11 Nov. 2014
Primeira Sincronização 22 Nov. 2014 2 Dez. 2014
Primeira Rotação – Modo de Bombagem 5 Dez. 2014 15 Dez. 2014
Entrada em Período Experimental 19 Dez. 2014 29 Dez. 2014
Para a definição de Datas Chave do Projeto, foram estabelecidos dois cenários
possíveis, o primeiro cenário proposto pelo Dono de Obra foi traçado de acordo com a
evolução dos trabalhos na semana 11 e o segundo cenário foi traçado de acordo com a
semana 22.
5.1.4 - Planeamento dos Trabalhos
Para conhecer o momento de realização das diferentes atividades de
Comissionamento foi elaborado o plano de ensaios de comissionamento. Este plano
contém a identificação da instalação e está segmentado de acordo como as atividades
a realizar. Contém evidências das datas chave, a sequência de atividades a realizar,
quais os tempos de execução e quais os meios a utilizar.
A documentação necessária para o comissionamento, para além da documentação de
projeto, são os seguintes documentos principais:
Plano da Qualidade do comissionamento;
Procedimentos de ensaios de comissionamento;
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Protocolos e Certificados
Finalmente, o dossier de comissionamento elaborado é o documento no qual se
agrupam todos os elementos produzidos durante a fase de preparação organizativa e
técnica.
5.2 - FASE DE EXECUÇÃO
A Fase de Execução é constituída pela execução dos ensaios propriamente ditos e foi
complementada por reuniões de periodicidade diária, para os assuntos de cariz
operativo, e de periodicidade semanal, para análise dos assuntos com cariz de gestão,
por forma a proceder ao controlo das ações previamente planeadas.
A Fase de Execução compreendeu as seguintes procedimentos:
Reuniões de Comissionamento;
Métricas de Planeamento e Controlo das atividades;
Supervisão e coordenação dos ensaios;
Registo da Qualidade;
5.2.1 - Reuniões de Comissionamento
Reuniões semanais
Periodicidade semanal;
Participantes: Equipa de Comissionamento, FE;
Participantes eventuais: Gestor do Contrato EDP, Gestor de Obra, Engenharia
EDP, Fiscalização, Segurança, equipa de exploração EDP.
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Briefings de comissionamento
Periodicidade diária;
Participantes: Equipa de Comissionamento, FE;
Participantes eventuais: Equipa de Fiscalização
Ambas as reuniões foram promovidas pela EDP, do tipo formal, com a elaboração
de ata.
Os objetivos das mesmas foram a análise do progresso dos ensaios de
Comissionamento, baseada no Programa de Trabalhos detalhado, a resolução de
interfaces com entidades envolvidas internas e externas e a confirmação antecipada da
existência da documentação e procedimentos de Comissionamento necessários para
cada atividade.
5.2.2 - Métricas de Controlo das atividades
Na fase de controlo do planeamento os dados são recolhidos semanalmente,
nomeadamente:
Data de início atual – Data efetiva em que se iniciou a atividade;
Data dos dados – Data em que se registam os dados;
Duração restante – Duração em falta para conclusão da atividade;
Data de fim real -Data efetiva em que se conclui a atividade.
Após a realização destas tarefas de controlo de atividades é emitido o relatório
Semanal de Progresso.
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5.2.3 - Supervisão e coordenação dos ensaios
Após a montagem, o Fornecedor convoca o cliente para uma verificação conjunta ao
sistema, como relatado anteriormente.
Nessa verificação são registadas e classificadas as deficiências detetadas e, caso
estas não sejam impeditivas do início do Comissionamento, é dada autorização ao
fornecedor para iniciar os ensaios desse sistema.
Desta verificação resulta a elaboração de um auto de conclusão da montagem. Este
documento é acompanhado de todas as informações necessárias para o
comissionamento.
Dessa verificação resulta uma lista de deficiências, que é gerida numa base de dados
interna da EDPP em Microsoft Access e Microsoft Excel. Após compilação da
informação contida na base de dados, é elaborado um relatório de controlo no qual é
demonstrado o progresso ocorrido nos testes realizados no comissionamento,
conforme é possível verificar na Figura 16.
Figura 16 - Progresso Global Loop Tests
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O Relatório de Controlo dos ensaios de Comissionamento tem a periodicidade semanal
e evidencia o progresso global e o progresso semanal dos ensaios realizados. No
progresso semanal, os trabalhos são estratificados por instalação, sistema e
subsistema.
Figura 17 - Progresso Semanal por Instalação
5.2.4 - Registo da Qualidade
Os Registos de Qualidade e os Relatórios Técnicos são documentos onde se registam
sequencialmente as ações de Verificação e de ensaios a realizar nas várias fases do
ciclo de fabrico de um produto ou de realização de um serviço e onde se mencionam as
normas de referência, os critérios de aceitação e de rejeição e as responsabilidades.
Neste caso específico do Comissionamento, são emitidos Relatórios Técnicos e
realizado o Registo da Qualidade.
5.3 - ENSAIOS PRELIMINARES DOS EQUIPAMENTOS
Os ensaios preliminares realizados foram as Verificações Preliminares e os Ensaios em
Vazio.
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Verificações preliminares – Sem água
Verificação e ajuste das condições de funcionamento dos equipamentos, apenas com a
utilização de tensões e fluidos auxiliares.
Consiste na verificação de ligações e de características técnicas e funcionais dos
equipamentos. São efetuados ainda os Loop Tests, que correspondem à verificação de
todos os sinais entre o sistema de controlo e o campo, simulando o sinal o mais
possível na sua origem (instrumento, equipamento, etc.) e verificando que o sinal
chega corretamente ao destino.
Nesta fase são efetuados os ensaios e verificações de funcionamento dos
equipamentos elétricos e mecânicos incluindo, nomeadamente, sinalizações,
proteções, medidas, comandos e encravamentos.
No caso do Grupo, são efetuados os ensaios de lógica, as sequências de
funcionamento simulado e os ensaios dos equipamentos auxiliares (Serviços auxiliares;
Transformadores, Instalações auxiliares e Aparelhagem de AT).
Ensaios em Vazio – Com água
Realizados após as verificações preliminares e realizados com um teste real de todas
as proteções fundamentais de cada equipamento, bem como os alarmes associados e
as sequências de arranque; ou seja:
Verificação da série de operações de arranque e paragem:
Modo Manual,
Modo automático:
Passo a passo,
Sequência
Ensaios do sistema de regulação da turbina;
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Verificação da linha de veios e equilibragem;
Funcionamento do grupo e verificação do aquecimento das chumaceiras;
Ensaios do sistema de excitação e de regulação de tensão;
Ensaios das proteções.
5.4 - ENSAIOS DE COLOCAÇÃO EM SERVIÇO DOS EQUIPAMENTOS
Os ensaios operacionais realizados foram: Ensaios Característicos da máquina (Type
Tests), Ensaios em Carga e Ensaios Operacionais
Ensaios Característicos dos Grupos Geradores
Consiste no arranque dos equipamentos com a realização dos ensaios de todos os
circuitos de comando, alarmes, sinalizações e disparos, garantindo desta forma as
condições de segurança e bom funcionamento.
Abaixo, na Figura 18, segue um exemplo de registo dos tempos de abertura e fecho do
distribuidor do Grupo 2, com recurso à energia potencial, armazenada nos
acumuladores de reserva de óleo.
Figura 18 - Registo gráfico de Manobras de Emergência do distribuidor do G2
Esta evidência registada vai constar do dossier final de comissionamento.
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Tabela 7 - Registo numérico de Manobras de Emergência do distribuidor do G2
1 2 3 4 5 6
Pressão [bar] 152 138 138 124 124 115
Ação Fecho (100%-0%) Abertura (0%-100%) Fecho (100%-0%)
Tempo [s] 48 42 50
Ensaios em Carga
Ensaios realizados com a existência de energia e fluido, submetidos à ação de cargas
elétricas e mecânicas dentro dos limites de funcionamento.
Durante os ensaios em carga são efetuados todos os ajustes nos sistemas e
equipamentos relativamente às cadeias de regulação e ajustes mecânicos resultantes
da rodagem das máquinas.
Os Ensaios em Carga serão feitos nas Instalações, Sistemas ou Equipamentos
submetidos a condições que tendem sucessivamente para as condições reais de
funcionamento, que serão atingidas no seu termo, incluindo no caso do Grupo. Alguns
ensaios realizados durante esta fase são:
Ensaios de rejeição de carga (25%, 50%, 75%, 100%);
Verificação de sobrevelocidade e sobrepressões;
Regulação do distribuidor;
Ensaios do regulador de velocidade;
Ensaios do regulador de tensão;
Ensaio de aquecimento;
Monitorização de vibrações;
Ensaios de Valor Garantido;
Ensaios de Rendimento;
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Ensaios de telecomando e tele-regulação.
A seleção do regime de exploração da Central é da responsabilidade do Gestor do
Sistema (Centro de Despacho da REN e/ou da UNGE - Unidade de Negócio para a
Gestão de Energia.
A exploração automática do AHBS está condicionada ao nível, caudal, potência ou
tensão e não foi considerada neste relatório visto que cabe ao Gestor do Sistema
(Centro de Despacho da REN e/ou da UNGE - Unidade de Negócio para a Gestão de
Energia) a decisão.
No entanto, os grupos poderão trabalhar submetidos ao sistema de Regulação
Secundário de Potência existente no Gestor do Sistema (Centro de Despacho da REN
e/ou da UNGE) - tele-regulação da potência ativa.
Os grupos poderão ainda ser explorados nos regimes de compensação síncrona, não
se admitindo a exploração em rede isolada ou como reserva girante.
Ilustram-se, na figura seguinte, os diferentes modos de funcionamento previstos, assim
como as mudanças entre os mesmos.
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Figura 19 – Modo de funcionamento do AHBS
Ensaios Operacionais
Estes ensaios servem para demonstrar o correto funcionamento e as características
fundamentais de todos os equipamentos no modo de funcionamento automático.
Durante os ensaios operacionais ocorrem várias repetições dos mesmos ensaios,
devido aos ajustes finais, consequência dos ensaios entretanto realizados.
GRUPO PARADOCOMPENSADOR
SÍNCRONO SENTIDO BOMBA
TURBINAGRUPO LIGADO
À REDE
CARGA min/base
BOMBA
COMPENSADOR SÍNCRONOSENTIDO
TURBINA
TURBINAPLENA CARGA
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6 - CONCLUSÕES
6.1 - COMENTÁRIO GERAL ACERCA DO ESTÁGIO
Começo por dizer que as expectativas com que enfrentei esta experiência profissional
foram enormes, quer por se tratar de uma experiência nova quer também pela natureza
do desafio. Em conversas tidas aquando da contratação fui confrontado com aquilo que
era esperado de um trabalhador da empresa e o perfil elaborado correspondia
francamente ao modelo por mim idealizado.
O estágio correspondeu com sucesso às expectativas por mim criadas, bem como às
expectativas iniciais aquando da minha contratação. Os momentos mais exigentes do
estágio foram ultrapassados de forma positiva, quer por uma atitude otimista e
construtiva da minha parte, quer por uma constante preocupação dos meus
orientadores em alternar as tarefas a mim designadas, por forma a minorar os efeitos
negativos de uma rotina pedagógica, alternando-a com outras atividades de cariz mais
prático, no acompanhamento de obra.
Depressa surgiram tarefas diversas de alguma responsabilidade e exigindo outro tipo
de ação. A natureza diversificada das funções exercidas foi apelativa e contribuiu para
um ritmo veloz que fez o tempo passar depressa e, se houve atividades que pouco
exigiram de mim em termos intelectuais, outras houve que foram empolgantes
desafios.
O ambiente de trabalho que encontrei constituiu uma agradável surpresa, tendo eu
sempre usufruído de uma relação extremamente próxima e informal por parte dos
meus colegas e superiores. Adicionalmente, a EDPP revelou-se como um local em que
o trabalho de equipa é algo fundamental, tendo também este aspeto contribuído para
uma apreciação positiva da minha parte.
Neste empreendimento, conforme referido anteriormente, existem dois contratos: a
empreitada de construção civil e o fornecimento de equipamentos. Este modelo bi-
contratual exige do Dono de Obra a utilização de meios próprios e meios contratados
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para gestão das interfaces de engenharia, do empreiteiro de construção civil e o
fornecedor de equipamentos. Neste modelo bi-contratual, existem vantagens, mas
também existem desvantagens.
No que respeita às vantagens verificadas é de salientar o controlo pelo Dono de Obra
das soluções técnicas implementadas e na gestão dos grandes interfaces. Nesta
empreitada, devido à sua complexidade, o Dono de Obra teve necessidade de intervir
diretamente na gestão das interfaces por forma a minimizar atrasos decorrentes das
condicionantes verificadas pela complexidade dos trabalhos executados.
As desvantagens verificadas neste modelo bi-contratual são o facto de o Dono de Obra
assumir parte da responsabilidade no cumprimento dos prazos de entrega do projeto
de execução da engenharia civil (realizada por meios próprios), bem como o
sobrecusto devido a ajustamentos de interface entre os dois contratos.
Outra constatação que verifico no final deste estágio é a importância da gestão da
qualidade em obra. Com a implementação dos mecanismos de qualidade atrás
evidenciados, minimizamos a frequência no surgimento de anomalias de
funcionamento durante a exploração da instalação e, desta forma, melhoramos
também a qualidade do serviço. No decorrer dos trabalhos foi possível verificar que
ainda existe trabalho a realizar neste domínio, nomeadamente no controlo e efetiva
implementação pelos adjudicatários, das métricas de qualidade definidas pelo Dono de
Obra, com vista ao controlo da execução dos trabalhos de montagem e entrada em
serviço dos equipamentos.
Fazendo a autoavaliação da minha prestação durante o estágio, penso que a mesma
esteve à altura das circunstâncias. Considero ter aumentado o grau de aptidão para as
tarefas desempenhadas relativamente àquele que possuía no início do estágio.
Certamente que nem tudo está apreendido e como tal, é possível afirmar que o
caminho ainda é longo para atingirmos a plenitude do conhecimento.
Por fim, deixo aqui uma palavra sincera de agradecimento a todos aqueles que, através
da sua colaboração, apoio e interesse, contribuíram para o sucesso deste estágio.
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6.2 - COMENTÁRIOS DA ORIENTAÇÃO DE ESTÁGIO
Nuno Fernando Oliveira Osório - Engenheiro Mecânico n.º 59901
O licenciado Pedro Miguel Ferreira Mendes realizou estágio na Direção de Gestão de
Obras (DGO), no Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor.
O objetivo principal do estágio consistiu no aperfeiçoamento de competências na área
de gestão de obras, designadamente no que respeita à construção e colocação em
serviço de uma central hidroelétrica.
Para a prossecução deste objetivo, o estagiário desenvolveu trabalhos nas áreas de
planeamento, de execução, e gestão de conflitos nas fases: (i) Montagem de
Equipamentos, (ii) Comissionamento.
Durante todo o estágio foi mantido um diálogo aberto com o estagiário, de modo a dar
o apoio em termos técnicos e esclarecer todas as dúvidas surgidas.
Assim, e após seis meses de estágio, considero que o Pedro Miguel Ferreira Mendes
correspondeu em pleno aos objetivos inicialmente definidos, demonstrando um grande
empenho no exercício da sua função e um excelente relacionamento humano com os
colegas e com as equipas de trabalho.
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7 - BIBLIOGRAFIA
Condições de Contrato da Fiscalização
Condições Técnicas do AHBS
Dossier de Obra do AHBS
Manual de Organização do Grupo EDP
Plano da Qualidade da Fiscalização
Plano de Qualidade Específico do Projeto
Procedimento da Verificação Final de Montagem (VFM) do AHBS
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A. ANEXO I - ABREVIATURAS
Abreviatura Significado
ACE Agrupamento Complementar de Empresas
AHBS Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor
ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning
AT Alta tensão
AVAC Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
DBS Direção do Baixo Sabor
DGFAH Diretor da Fiscalização
DGO Direção Geral de Obras
DO Dono de Obra
EDP Energias de Portugal, S.A.
FE Fornecimento de Equipamentos
FSE Fornecimentos e Serviços Externos
GP-EDP Grupo de Projeto da EDP
PAT Pedido de Autorização de trabalho
PGQSA Plano de Gestão da Qualidade Segurança e Ambiente do Empreiteiro
PIE Plano de Inspeção e Ensaios
POC Posto de Observação e Controlo
PQ Plano da Qualidade da Fiscalização
PQEP Plano da Qualidade Específico do Projeto
PQEP Plano da Qualidade Específico do Projeto
VFM Verificação Final de Montagem