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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Título: Alfabetização Cartográfica: O mapa como instrumento de leitura do espaço

geográfico

Autor Maria Inês da Silva Liberatti

Escola de Atuação Colégio Estadual Souza Naves

Município da escola Rolândia

Núcleo Regional de Educação

Londrina

Orientador Profª Ms.Nathália Prado Rosolém

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Londrina

Disciplina/Área (entrada no PDE)

Geografia

Produção Didático-pedagógica

Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

Público Alvo

Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental

Localização Colégio Estadual Souza Naves

Rua Monteiro Lobato, nº 421

Rolândia – PR

Apresentação:

A presente Unidade Didática aborda o tema Alfabetização Cartográfica devido à sua grande importância nas séries iniciais e finais do ensino fundamental. A Cartografia é um elemento fundamental no processo de ensino/aprendizagem de Geografia, pois o principal objeto de estudo da Geografia é o espaço, é nele que tudo acontece e tudo que se sucede no espaço pode ser representado cartograficamente, em especial em um mapa. Por meio da Alfabetização Cartográfica constroem-se conceitos fundamentais da linguagem cartográfica favorecendo o sujeito a compreender melhor o espaço em que vive. Entretanto, percebe-se que muitos alunos possuem grande defasagem relacionada a esta temática, principalmente os alunos que chegam das séries iniciais para os anos finais do ensino fundamental. Diante disso, o objetivo dessa Unidade Didática é

desenvolver uma sequência de atividades práticas voltadas à Alfabetização Cartográfica visando a resgatar essa defasagem que estes alunos possuem, instrumentalizando-os para que sejam leitores conscientes da linguagem cartográfica e, assim, possam utilizá-la para melhor compreender o espaço geográfico.

Palavras-chave Geografia; Cartografia; Alfabetização Cartográfica; Mapas.

APRESENTAÇÃO

A elaboração desta Unidade Didática pedagógica, relacionada à Alfabetização

Cartográfica, é direcionada aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, fruto do

projeto de formação docente “Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE”

ofertado pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná – SEED.

No processo de ensino/aprendizagem, a Cartografia é um elemento

indispensável para o ensino da Geografia, pois por meio desta ciência, que tem

como instrumento maior o mapa, constroem-se conceitos fundamentais da

linguagem cartográfica, favorecendo o sujeito a compreender melhor o espaço em

que vive.

Entretanto, ao longo de nossa experiência têm-se observado que muitos

alunos que chegam das séries iniciais para o 6º ano do Ensino Fundamental

possuem grande defasagem relacionada à Alfabetização Cartográfica, ou seja, não

possuem os pré-requisitos necessários para que sejam leitores de mapas ou de

qualquer outra representação cartográfica.

Diante disso, o objetivo dessa proposta é apresentar uma Unidade Didática

com sugestões de atividades práticas voltadas à Alfabetização Cartográfica

envolvendo os alunos do 6º ano, visando a resgatar as defasagens que estes

possuem, instrumentalizando-os para que sejam leitores conscientes da linguagem

cartográfica e, assim, possam utilizá-la para melhor compreender o espaço

geográfico.

As atividades pedagógicas propostas apresentam uma metodologia voltada

na observação, análise e representação do espaço vivido dos alunos, sendo

norteada pelas Diretrizes Curriculares Estaduais (DCES, 2008), as quais o professor

poderá desenvolver juntamente com os conceitos básicos da Geografia: lugar,

paisagem e território. Vale lembrar que, apesar da proposta partir do espaço de

vivência do aluno, é necessário articular o espaço local com o global, ou seja, é

importante que os alunos compreendam as diferentes dimensões espaciais e que

estas mantêm relações entre si, pois, dessa forma, estarão desenvolvendo o

raciocínio espacial, possibilitando formar um olhar crítico do e no mundo.

No tema “Mapeando a sala de aula e o espaço da escola” optou-se por

atividades relacionadas à Alfabetização Cartográfica em que os alunos, a partir de

atividades lúdicas e concretas envolvendo o seu espaço de vivência, possam

desenvolver ou aprimorar as relações espaciais topológicas, projetivas e euclidianas,

relações estas de suma importância para que o sujeito seja um eficiente leitor de

mapas e de outras formas de representação cartográfica.

No tema “O bairro: do local ao global”, o objetivo é propor aos alunos a

representação da área de estudo por meio da observação da planta da cidade

localizando seu bairro, a produção de croquis do espaço local e também a

observação e interpretação de imagens de outras escalas espaciais para, assim,

compreender a inclusão e a continuidade espacial.

Espera-se que o aluno, ao final desse estudo, esteja mais preparado a

reconhecer e distinguir as diferentes formas de representar o espaço, a utilizar essas

representações e a identificar as atuais formas de representação espacial.

A presente proposta de implementação pedagógica será aplicada no Colégio

Estadual Souza Naves, no 6º ano, na disciplina de Geografia, no município de

Rolândia-Paraná.

TEMA I: MAPEANDO A SALA DE AULA E O ESPAÇO DA ESCOLA

Nestas atividades, serão trabalhadas as noções de orientação e localização

espacial, lateralidade, escala, proporção e representação simbólica, com o objetivo

de desenvolver competências necessárias para que o aluno torne-se um leitor

eficiente de representações cartográficas.

ATIVIDADE 1 - MAQUETE DA SALA

Tempo previsto: 3 aulas

O trabalho pedagógico inicia-se pela construção da maquete da sala de aula

e, através dela, podem-se observar os diferentes pontos de vista a partir dos quais

podemos observar uma paisagem. O uso da maquete favorece a passagem da

representação tridimensional para o bidimensional possibilitando o domínio visual do

espaço, a partir de um modelo reduzido. Ela permite ver o todo e, portanto, refletir

sobre ele. Assim, a maquete ajuda a compreender como os mapas são produzidos,

pois, por meio dela, é fácil visualizar de cima para baixo o espaço que representa.

Procedimentos

a) Produzir a maquete em grupos de 4 ou 5 alunos. Estes deverão observar

a sala com atenção observando todos os objetos que se encontram em

seu interior, bem como a localização dos mesmos em relação aos pontos

de referência como: quadro, porta, janela, armário.

b) Explicar que a maquete é a representação em tamanho bastante reduzido

de um objeto, de uma construção ou de espaços, como a sala de aula, e

que é preciso respeitar a proporção entre o tamanho dos elementos que

serão representados, pois, se um elemento, na realidade é menor do que

o outro, quando representado na maquete também deve ser

proporcionalmente menor. Exemplo, a carteira é menor que a mesa do

professor, portanto, assim deve ser representado.

c) Questioná-los sobre quais materiais poderão utilizar para representar os

objetos que estão no interior da sala de aula.

Materiais

Base da maquete: tampa de uma caixa de papelão ou uma base em papelão;

Caixinhas de fósforo representando as carteiras;

Caixinha retangular representando a mesa do professor;

Caixinha retangular, na posição vertical, representando o armário;

Tampinha para representar a lixeira;

Cola ou fita adesiva para fixar os elementos;

Observação: a base e as caixinhas podem ser encapadas ou pintadas de

acordo com a criatividade de cada grupo;

Por fim, organize o espaço da maquete escolhendo a posição e a distribuição

de cada elemento, fixando-os.

1.1 Pontos de Vista

Tempo previsto: 1 aula

Assim que a maquete estiver pronta, cada grupo irá utilizá-la para observar os

pontos de vista a partir dos quais podemos observar uma paisagem.

Portanto, é necessário que o aluno observe os pontos de vista: horizontal

(olhando de frente), oblíquo (olhando de frente e do alto), e vertical (olhando do alto

e de cima para baixo), se necessário coloque a maquete no chão. O ponto de vista

vertical irá auxiliar o aluno a compreender os mapas.

Questionamentos

Observe sua maquete do ponto de vista horizontal. Descreva o que pode e o

que não pode ser visto a partir dessa perspectiva.

Observe sua maquete do ponto de vista oblíquo. Descreva o que pode e o

que não pode ser visto a partir dessa perspectiva.

Agora, observe sua maquete do ponto de vista vertical, do alto, de cima para

baixo. O que você vê e o que você não vê dessa perspectiva?

1.2 Localizando-se na Sala de Aula Utilizando a Maquete

Tempo previsto: 1 aula

Logo após a exploração da maquete envolvendo os pontos de vista, conduzir

os alunos a observarem a localização dos objetos e colegas na sala de aula,

observando sua própria maquete e utilizando-se do seu corpo como referência.

Questionamentos

Quem senta à sua frente? O que você vê à sua frente?

Quem senta atrás? O que você vê nessa direção?

E à sua direita? Descreva o que você vê à sua direita.

E o que você vê à sua esquerda? Descreva o que vê nessa direção.

ATIVIDADE 2 – PLANTA DA SALA DE AULA

Tempo Previsto: 3 aulas

Partindo da observação da maquete da sala de aula, os alunos irão desenhar

a planta da mesma. Neste momento, serão trabalhadas as noções de projeção e

representação simbólica. Os alunos utilizarão símbolos representando todos os

elementos da sala de aula (adaptada de Almeida e Passini, 2010, p. 56-57).

Procedimentos

a) Levar os alunos a observarem novamente a maquete do ponto de vista

vertical (de cima para baixo), se necessário coloque a maquete no chão.

b) Em seguida, projetar o que vê na maquete numa folha de papel, mantendo

a mesma localização e a proporção dos elementos do mapa.

c) Cada grupo deve escolher como representar os objetos da maquete, se

colando papéis recortados ou desenhando círculos e retângulos.

d) Nesse momento, chamar a atenção para a importância da legenda, pois

ela é que identificará os elementos representados no mapa tornando-o

compreensível.

e) Lembrá-los de que as cores e formas utilizadas na planta sejam idênticas

tanto na planta como na legenda.

f) Para introduzir a noção de escala, é importante mostrar aos alunos a

noção de redução proporcional, para tanto, os alunos medirão as paredes

com barbante e o dobrarão, quantas vezes forem necessárias, até que

caiba no papel onde será produzida a planta.

g) Logo após, cortarão um segmento do barbante dobrado representando a

parede da sala, colando-o em um dos lados da planta. Procede-se da

mesma maneira para as outras paredes.

h) Por fim, um pedaço do barbante também deverá constar na legenda para

representar a escala, devendo colocar também, o número de vezes em

que o barbante foi cortado.

Materiais

Papel sulfite A4 ou A3;

Lápis;

Régua;

Barbante;

Tesoura;

Papel colorido.

2.1 Localização e Orientação em Sala com o Uso da Planta

Tempo previsto: 1 aula

Assim que a planta estiver pronta, o aluno deve localizar sua carteira,

diferenciando-a das demais (utilizando uma cor diferente das outras) e usá-la como

ponto de referência. Essa atividade é uma preparação para a leitura das

coordenadas geográficas: latitude/longitude e também noções de separação,

vizinhança, sucessão, limites e fronteira (Figura 1).

Figura 1 - Planta da sala

1 - coluna 2 – fileira (fila)

Fonte: Liberatti (2013a).

Questionamentos

Latitude/longitude: sua carteira localiza-se em qual fileira? Em qual coluna?

Separação: sua carteira está entre .......e........ .

Sucessão: do quadro de giz ao fundo da sala temos ......

Limites e fronteiras: quais os limites da sua carteira? Sua carteira faz fronteira

com a carteira de qual colega?

Vizinhança: sua carteira fica perto de ........... longe de ........... .

Materiais

Planta da sala de aula;

Lápis colorido.

ATIVIDADE 3 – ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO NO ESPAÇO DA ESCOLA

A orientação é um elemento fundamental na localização dos lugares. Ela

estabelece pontos diferenciais para que os elementos formadores do espaço

possam ser situados, encontrados com facilidade. Nestas atividades, os alunos

identificarão alguns dos recursos que podem ser utilizados para orientarem-se e

localizarem-se no espaço, como a bússola, os astros, rosa dos ventos (Figura 2),

GPS. Para tanto, serão utilizados os vídeos disponíveis no site da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná (SEED) sobre o instrumento de orientação, a

bússola, sendo eles: “A origem da bússola” (SEED, 2013a) e “Orientação pela

bússola” (SEED, 2013b). O primeiro vídeo é uma animação que conta a história da

bússola e como podemos nos orientar através dela. O segundo vídeo mostra como

podemos nos orientar sem a bússola, fazendo uso do Sol e dos pontos cardeais.

Figura 2 - Rosa dos Ventos

Fonte: História e Geografia de Portugal, [s.d.].

3.1 Orientando-se Através da Luz Solar

Tempo previsto: 2 aulas

O Sol é um importante ponto de referência. A partir da observação do seu

movimento aparente, é possível determinar as direções cardeais, que são

referências usadas no mundo todo. Nesta atividade, os alunos identificarão os

pontos cardeais tendo o Sol como referência (Figura 3).

Figura 3 – Orientação pelo Sol

Fonte: Oocities, [s. d.].

Procedimentos

a) Logo após assistirem aos vídeos, levar os alunos para o pátio da escola

em um dia de sol visível. Questioná-los sobre como podemos nos orientar

através da luz solar (relembrar o vídeo).

b) Junto com os alunos, indicar o braço direito na direção onde o sol nasce

(Leste), o braço esquerdo onde o sol se põe (Oeste), à sua frente (Norte)

e atrás (Sul). Obs.: é importante orientar o aluno, demonstrando que se

inverter a posição dos braços, as direções serão as mesmas.

c) Desenhar a rosa dos ventos no chão, com giz, indicando as direções

conforme feito anteriormente com o corpo. Observar quais elementos do

espaço escolar encontra-se nessas direções.

d) Ao voltar para a sala, cada um irá construir a rosa dos ventos em papel

vegetal identificando os pontos cardeais e colaterais (a rosa dos ventos

será utilizada posteriormente para determinar a orientação em mapas).

Materiais

TV Pen Drive ou aparelho multimídia;

Giz;

Papel vegetal;

Caneta e lápis.

3.2 Orientando-se Através da Bússola

Tempo previsto: 2 aulas

A bússola é outro importante instrumento de orientação. O objetivo dessa

atividade é o aluno conhecer a finalidade desse instrumento e saber manuseá-la

encontrando as direções (Figura 4).

Figura 4 - Instrumento de Orientação: Bússola

Fonte: Jovens Ideais (2010).

Procedimentos

a) Primeiramente explicar a diferença entre o norte magnético e o norte

geográfico e que a agulha da bússola aponta para o norte magnético devido

ao magnetismo da Terra, sendo, então, consequência de um fenômeno

natural. Já o norte geográfico resulta do movimento de rotação da Terra,

aparece nos mapas sendo representada pelo sentido dos meridianos,

consequência, então, de uma convenção humana.

b) Após a explicação, deixar o aluno manusear o instrumento tirando suas

dúvidas. Em seguida, dividir a turma em grupos (podendo ser os mesmos

grupos que produziram a maquete).

c) Cada grupo, com uma bússola, irá percorrer os diferentes espaços da escola

nomeando elementos desses espaços e fazendo sua orientação. Exemplo: A

quadra de esportes encontra-se na direção ........., a cantina encontra-se na

direção........ . Fazer esses registros por escrito.

d) Ao voltar para a sala, cada grupo irá apresentar para aos demais, as suas

anotações.

Materiais

Bússola;

Lápis;

Papel sulfite ou caderno.

ATIVIDADE 4 – CROQUI GEOGRÁFICO

Tempo previsto: 3 aulas

Nesta atividade os alunos irão representar graficamente um percurso, saindo

da sala de aula até a quadra de esportes da escola. O objetivo é a construção e a

conservação de símbolos, uma introdução à legenda e a representação espacial

(Figura 5).

Figura 5 - Exemplo de como o aluno poderá representar o trajeto.

Fonte: Aluna de 6º ano (2012).

Procedimentos

a) Primeiramente, propor uma problemática para os alunos. “Como poderiam

indicar o percurso através de um mapa, saindo da sala de aula até a

quadra, para uma pessoa que não conhece o lugar?”.

b) Num segundo momento, levar os alunos para observarem esse trajeto

anotando todos os elementos fixos que vêem no percurso.

c) Em seguida, orientá-los para que selecionem alguns elementos desse

trajeto, para que sejam pontos de referência no mapa a ser construído.

d) Após esta etapa, propor que construam o mapa criando símbolos

representando os pontos de referência no percurso.

e) Para finalizar o mapa, orientá-los a fazer a legenda utilizando os mesmos

símbolos criados por eles, colocar um título no mapa e também a

orientação (rosa dos ventos).

f) Quando os croquis estiverem prontos, sugerir para que cada aluno troque

o seu mapa com um amigo e faça o percurso seguindo as orientações

contidas no mapa.

g) Para auxiliar na orientação do percurso, o aluno deverá utilizar a rosa dos

ventos confeccionada anteriormente (Atividade 3.1).

Materiais

Lápis;

Papel sulfite;

Lápis de cor;

Régua;

Rosa dos ventos.

TEMA II: O BAIRRO: DO LOCAL AO GLOBAL

O bairro é um dos lugares que está mais próximo do aluno, portanto, tem

grande significado para ele, inclusive do ponto de vista afetivo. Diante disso, as

atividades propostas a seguir têm como objetivo levar o aluno a pensar o espaço a

partir do lugar vivido, para o espaço global, percebendo a interligação e a integração

que existem entre esses espaços.

ATIVIDADE 1- MAPEANDO E LOCALIZANDO O BAIRRO

Nas atividades propostas, os alunos irão localizar seu bairro no espaço do

município, mapear percursos que ele faz no seu cotidiano percebendo a inter-

relação que existe entre esses espaços, observar e analisar imagens que auxiliarão

na compreensão da inclusão e continuidade espacial.

1.1 Localizando o Bairro na Planta da Cidade

Tempo previsto: 2 aulas

Nesta atividade os alunos identificarão seu bairro na planta da cidade do seu

município, percebendo o processo de continuidade espacial, o envolvimento entre os

espaços, vizinhança, limites, fronteiras e comparação de trajetos.

Procedimentos

a) Em grupo, os alunos irão observar a planta da cidade.

b) Cada aluno deverá localizar seu bairro e também a sua escola ou o bairro

onde a escola está localizada.

c) Em seguida, utilizando a rosa dos ventos produzida na atividade 3.1 do

capítulo “Mapeamento em sala de aula”, o aluno irá determinar a

orientação dos bairros vizinhos ao seu, indicando as direções dos pontos

cardeais e colaterais.

d) Ainda utilizando a planta da cidade, o professor irá fazer os

questionamentos a seguir, podendo estes ser feitos oralmente ou por

escrito.

Questionamentos

Qual o nome do seu bairro?

Qual o nome da rua em que você mora?

Quais os nomes das ruas que formam o quarteirão da sua casa?

Seu bairro localiza-se no mesmo bairro da sua escola?

Seu bairro fica perto ou longe da sua escola?

Qual o nome do bairro onde está sua escola?

Qual amigo mora em um bairro mais próximo do seu?

E qual amigo mora em um bairro mais distante do seu?

Tendo como referência o centro da cidade, seu bairro localiza-se em qual

direção?

Saindo da sua casa até a escola, qual é o trajeto mais curto? Por quais ruas

você deve passar? Quais os pontos de referência que aparecem nesse

percurso?

Materiais

Planta da cidade;

Lápis;

Rosa dos ventos.

1.2 Croqui – Trajeto Casa/Escola

Tempo previsto: 3 aulas

O percurso casa/escola trata-se de um caminho que o aluno faz diariamente,

porém muitos não observam esse trajeto com atenção, muitas vezes não sabem

dizer o nome das ruas por onde passam, o nome dos estabelecimentos, direções,

entre outros. Diante disso, essa atividade tem como objetivos levar o aluno a

conhecer melhor o lugar onde vive e perceber que os espaços estão ligados entre si

estabelecendo relações um com o outro (Figura 6).

Figura 6 - Exemplo de como o aluno poderá representar o trajeto.

Fonte: Aluno de 6º ano (2012).

Procedimentos

a) Após ter observado a planta da cidade, propor a cada aluno mapear o

trajeto percorrido por ele de sua casa até a escola.

b) Levá-los a observar novamente a planta da cidade, observando os

pontos de referência e as ruas por onde ele passa.

c) Cada aluno então irá construir seu mapa utilizando pontos de

referência criando símbolos para representar esses pontos e também

nomear as ruas.

d) Lembrá-los de elaborar a legenda utilizando os mesmos símbolos do

mapa, criar um título e colocar a orientação.

Materiais

Planta da cidade;

Lápis preto;

Lápis de cor;

Canetas coloridas;

Papel sulfite A3.

1.3 Croqui – Percurso no Bairro

Tempo previsto: 3 aulas

O bairro é o espaço que contém a casa do aluno, sendo este seu lugar de

vivência, onde existe uma relação de afetividade, e isso permite uma reflexão sobre

o espaço conhecido. O objetivo dessa atividade é conhecer melhor o espaço onde o

aluno vive, através da observação e análise do lugar vivido e representá-lo por meio

de mapas criando símbolos e legenda (Figura 7).

Figura 7 - Exemplo de como o aluno poderá representar o trajeto

Fonte: Aluna de 6º ano (2012).

Procedimentos

a) Propor aos alunos que observem um percurso que ele faz quase que

diariamente no seu bairro. Este percurso pode ser: casa/padaria, casa/igreja,

casa/clube, entre outros.

b) Durante a observação deverão anotar o nome das ruas e pontos de referência

como: comércios, praças, igrejas.

c) Em seguida, na sala de aula, irão construir o mapa desse percurso utilizando

símbolos para representar os pontos de referência, elaborar a legenda

utilizando os mesmos símbolos do mapa, colocar um título e a orientação.

d) Para finalizar a atividade, em dupla, irão trocar os mapas entre eles e fazer a

leitura oral do mapa do colega aos demais alunos.

Materiais

Lápis preto;

Lápis colorido;

Canetas coloridas;

Caderno para anotação;

Papel sulfite.

1.4 Trabalhando com música – Videoclipe: “Ora bolas”

Tempo previsto: 4 aulas

O videoclipe com a música “Ora bolas”, de Palavra Cantada (TATIT;

DERDYK, 1996) mostra as diversas dimensões espaciais, iniciando pela casa do

menino que se encontra em uma escala menor, até o planeta Terra como sendo a

maior escala.

Procedimentos

a) Apresentar o videoclipe para os alunos.

b) Questioná-los sobre o assunto do vídeo.

c) Logo em seguida, fornecer a letra da música impressa:

Ora bolas – Palavra Cantada

Oi, oi, oi... Olha aquela bola A bola pula bem no pé No pé do menino Quem é esse menino? Esse menino é meu vizinho... Onde ele mora? Mora lá naquela casa... Onde está a casa? A casa tá na rua... Onde está a rua? Tá dentro da cidade... Onde está a cidade? Do lado da floresta... Onde é a floresta? A floresta é no Brasil... Onde está o Brasil? Tá na América do Sul, No continente americano, Cercado de oceano E das terras mais distantes De todo o planeta E como é o planeta? O planeta é uma bola Que rebola lá no céu Oi, oi, oi... Olha aquela bola... A bola pula bem no pé No pé do menino... (TATIT; DERDYK, 1996)

d) Solicitar para que circulem na letra da música, as informações sobre a

localização da casa do menino. Exemplo: Onde está a casa? (na rua,

na cidade, no Brasil, na América do Sul, no continente Americano, no

planeta Terra).

e) Em seguida, desenvolver a atividade envolvendo as dimensões

espaciais que aparecem na letra da música utilizando cubos de

encaixe conforme a figura abaixo (Figura 8). Obs.: na falta dos cubos

de encaixe, podem-se utilizar tampinhas de diferentes tamanhos

sobrepondo uma a outra.

Figura 8 – Cubos de encaixe em dimensões espaciais distintas

Fonte: LIBERATTI (2013b).

f) Logo após terem feito a inclusão dos espaços utilizando os cubos, irão

recortar as formas dos cubos em papel colorido, utilizando uma cor

para cada cubo, sobrepondo um ao outro, formando a continuidade

territorial.

g) Em seguida, oriente os alunos na elaboração de uma legenda

nomeando a localização da casa do menino em relação às escalas

espaciais que aparecem na música (Figura 9).

Figura 9 – Representação das escalas espaciais por meio da música

Fonte: LIBERATTI (2013c).

h) Para finalizar a atividade, sugerir que construam um mapa

representando a localização da casa do menino em relação aos outros

espaços apresentados na música.

Materiais

TV Pen drive ou aparelho multimídia;

Letra da música “Ora bolas” impressa;

Cubos de encaixe;

Papel dobradura de diferentes cores;

Tesoura;

Cola;

Lápis colorido;

1.5 Leitura de Imagens – Livro “Zoom” (BANYAI, 1995)

Tempo previsto: 2 aulas

O livro “Zoom” (BANYAI, 1995) é uma obra só de imagens que, pouco a

pouco, vão dando uma visão mais ampla do mesmo contexto espacial. Ele pode ser

lido tanto de frente para trás como de trás para frente, possibilitando percepções,

assim, da integração entre as diferentes escalas espaciais. O objetivo dessa

atividade é levar o aluno a compreender as noções de interioridade e continuidade

espacial.

Procedimentos

a) Apresentar as imagens do livro Zoom (BANYAI, 1995).

b) Após a apresentação das imagens, fazer uma exploração oral do livro

conforme segue abaixo.

Questionamentos

Alguém sabe o que é zoom?

Por que será que o livro recebeu esse nome?

O que acontece quando mudamos de uma imagem para outra?

Que lugares aparecem na história?

Existem diferenças entre esses lugares? Quais?

O que acontece quando olhamos as imagens do início para o fim?

E quando olhamos do final para o início, o que percebemos?

Materiais

Livro Zoom (BANYAI, 1995).

1.6 Explorando o “Google Earth”

Tempo previsto: 2 aulas

Para finalizar o trabalho, os alunos utilizarão o programa Google Earth (Figura

10) que apresenta um modelo tridimensional do globo terrestre construído a partir de

imagens de satélite e imagens aéreas. Neste programa é possível identificar

imagens de paisagens, identificar lugares, construções, cidades e outros elementos.

O objetivo desta atividade é trabalhar as noções topológicas como as de contém, de

está contido, secção e continuidade espacial, levando o aluno a compreender as

relações de tamanho e proporcionalidade entre os diferentes territórios.

Figura 10 – Imagem do display do software “Google Earth”

Fonte: Google Earth (2013).

Procedimentos

a) Baixar o programa Google Earth nos computadores do laboratório de

informática da escola. Obs.: Se não for possível baixar este programa,

também pode ser utilizado o Google Maps, pois este não tem necessidade

de ser instalado no computador.

b) Levar os alunos para o laboratório de informática, onde estes irão abrir o

programa e diante da orientação do professor deverão localizar os lugares

como: o planeta Terra, os continentes, o continente americano, a América

do Sul, o estado do Paraná, a sua cidade, o seu bairro, a sua rua, a sua

casa e a sua escola.

c) Feito isso, propor que os alunos façam o procedimento contrário, saindo

da imagem da casa dele até chegar ao Planeta Terra.

Materiais

Laboratório de informática.

AVALIAÇÃO

A avaliação é um instrumento valioso pelo qual o professor pode acompanhar

o processo de aprendizagem dos alunos e também examinar a sua própria prática

pedagógica. Sendo assim, a proposta de avaliação dessa Unidade Didática será

contínua observando o envolvimento, a participação e o desempenho dos alunos

diante das atividades propostas, a fim de obter informações que discriminem o nível

de aprendizagem dos alunos e, assim, avaliar também a metodologia utilizada.

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO (da PDP)

Esta proposta didática será avaliada continuamente durante o processo de

sua implantação e deverá ser alterada de acordo com a realidade encontrada em

cada local. Nesse sentido, se constitui em ideias norteadoras que poderão servir de

subsídio aos professores, sendo flexível e aberta ao diálogo e à avaliação constante,

cujo objetivo será rever os pontos frágeis a partir do olhar apurado daqueles que

estão dentro da sala de aula.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. D. ; PASSINI, E. Y. O Espaço Geográfico: ensino e representação. 15 ed. São Paulo: Contexto, 2010.

BANYAI, I. Zoom. São Paulo: Editora Brinque Book, 1995. 60 p.

GOOGLE EARTH. Programa disponível em: <http://www.google.com.br/intl/pt-PT/earth/>. Acesso em 25 out. 2013.

GOOGLE MAPS. Programa disponível em: <https://maps.google.com.br/>. Acesso em 25 out. 2013.

HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL (2° ciclo). A rosa dos ventos. [s. d.]

Disponível em: <http://hgp.no.sapo.pt/HGPortugal.RosaVentos.htm>. Acesso em 20 out. 2013.

JOVENS IDEAIS. Site institucional. Bússola. 7 set. 2010. 1 figura (integrante do texto “Procura-se uma bússola”). Disponível em: <http://jovensideaisonline.blogspot.com.br/2010/09/procura-se-uma-bussola.html> Acesso em 21 out. 2013.

LIBERATTI, Maria Inês da Silva. Planta da sala. 2013a. 1 figura.

______. Cubos de encaixe em dimensões espaciais distintas. 2013b. 1 figura.

______. Representação das escalas espaciais por meio da música. 2013c. 1 figura.

OOCITIES. Site institucional. Orientação pelo sol. [s.d.] 1 figura. Disponível em: <http://www.oocities.org/escotismo/tec_esc/bus/bussola2.htm>. Acesso em 20 out. 2013.

ORA BOLAS – Palavra cantada. Vídeo com 1 min 13 s e com ilustrações a partir da canção de “Ora bolas”, de Palavra Cantada. Vídeo com 1 min 13 s. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=AewiIY5jHy0>. Acesso em 16 out. 2013.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – DCE: Geografia. Curitiba: DEB, 2008.

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED. Portal Dia a Dia Educação. A origem da bússola. Disponível em:

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