OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · interação entre a escola e comunidade....

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS E

PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

Fazendo mídia na escola: produção de jornal escolar

ampliando o universo de leitura e escrita

Professora PDE: Patrícia Regina Kloster

Área - PDE: Língua Portuguesa

NRE: Ponta Grossa

Professora orientadora: Cloris Porto Torquato

Ponta Grossa

2013

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS E

PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica

Título

Fazendo mídia na escola: produção de jornal escolar ampliando o universo de leitura e escrita

Autora

Patrícia Regina Kloster

Disciplina / Área

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen Rua Ana Gnatta Borsato s/n - Parque Tarobá

Município da escola

Ponta Grossa

Núcleo Regional de Educação

Ponta Grossa

Professora Orientadora

Clóris Porto Torquato

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Relação interdisciplinar

---

Resumo O objetivo geral deste trabalho é mostra a importância do uso do jornal na Educação como material pedagógico auxiliando na aprendizagem e no desenvolvimento da capacidade leitura e produção de textos. Dessa forma, este é um trabalho de intervenção pedagógica na escola que pretende proporcionar a elaboração de um jornal escolar que contemple a realidade dos alunos e da comunidade na qual a escola está inserida. Assim, através de uma pesquisa experimental pretende-se aliar a influência que a mídia tem na vida dos alunos e no seu dia-a-dia repleto de situações de práticas sociais que se utilizam da leitura e da escrita. Os procedimentos metodológicos contemplarão a mídia impressa como ferramenta educativa, o reconhecimento da estrutura dos jornais e de alguns gêneros jornalísticos através da leitura e análise de textos seguindo para a produção de um jornal escolar. O tema escolhido para o estudo dos gêneros textuais que aparecem nos jornais é a Copa do Mundo de futebol que ocorrerá em 2014. Pode-se apontar como resultados esperados uma melhora no nível de proficiência dos alunos no universo das práticas sociais de letramento, um reconhecimento e exploração de potenciais singulares dos alunos durante a elaboração do jornal, uma valorização dos acontecimentos locais, além da interação entre a escola e comunidade.

Palavras-chave

Jornal - Educação - Aprendizagem

Formato do material

Unidade Didática

Público-alvo

1º ano do Ensino Médio

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 4

MATERIAL DIDÁTICO ............................................................................................................... 8

1 º MOMENTO: HISTÓRIA DA IMPRENSA E DO JORNAL .................................................. 10

2º MOMENTO: A 1ª PÁGINA E O CORPO DO JORNAL ......................................................... 18

3º MOMENTO: ESTUDO DE ALGUNS GÊNEROS TEXTUAIS PRESENTES NOS JORNAIS ....................................................................................................................................... 21

4º MOMENTO: EXPRESSÃO DO JORNAL: QUE CARA TERÁ O SEU JORNAL? ............... 73

5º MOMENTO: DEFINIÇÃO DE PAUTA ................................................................................. 76

6 º MOMENTO: APRIMORAMENTO DAS PRODUÇÕES ...................................................... 77

7 º MOMENTO: ESCOLHA DAS PRODUÇÕES PARA PUBLICAÇÃO .................................. 78

8 º MOMENTO: DIAGRAMAÇÃO .............................................................................................. 79

JORNAL ESCOLAR ...................................................................................................................... 81

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS: ....................................................................................... 82

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 82

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APRESENTAÇÃO

Este material didático-pedagógico foi organizado no formato de Unidade Didática para

apresentar a sequência da produção de um jornal na escola. Semelhante a um manual de

instruções esse material possui um personagem simpático que está encarregado de

apresentar o conteúdo e dar dicas aos professores que se interessarem pela formação de

leitores críticos e melhores produtores de textos na escola.

Percebe-se que a escola está cada vez mais preocupada com o nível de proficiência

dos alunos e com a produção significativa de textos. Faz-se necessário que ela proporcione

bons instrumentos e novas práticas de ensinoaprendizagem para que os alunos tornem-se

cidadãos ativos e conquistem o seu papel na sociedade.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica da Língua Portuguesa do

Paraná:

Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva o aluno a perceber o sujeito presente nos texto e, ainda, tomar uma atitude, responsiva diante deles. Sob esse ponto de vista, o professor precisa atuar como mediador, provocando os alunos a realizarem leituras significativas. Assim, o professor deve dar condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura, visando a um sujeito crítico e atuante nas práticas de letramento na sociedade. (PARANÁ, 2008, p.71)

Para tanto faz-se necessário utilizar-se de meios que desenvolvam tais habilidades de

forma viva, eficiente e produtiva.

A proposta de trabalhar com o jornal na escola surgiu, inicialmente, por reconhecer a

influência que a mídia tem na vida das pessoas podendo ser utilizada em favor da educação

como uma grande aliada em função dos objetivos e finalidades do ensino. Assim, uma leitura

bem conduzida deste fenômeno pode formar leitores mais críticos e conscientes.

É preciso proporcionar bons instrumentos e criar estratégias que contemplem essa

realidade midiática.

Para Amora et al (2008, p. 23) em seu artigo publicado no livro “Tecnologia e

Educação: as mídias na prática docente”.

O desconhecimento e a pouca atenção dada pela sociedade de uma forma geral ao aprendizado destes códigos dos meios de comunicação de massa são os responsáveis, em última instância, pelos produtos de má qualidade produzidos diariamente por todos os meios de comunicação existentes. É por meio destes códigos, e muito pouco com a língua oral ou escrita, que os meios tentam manipular ou direcionar suas audiências para uma determinada posição. Em alguns casos, esta manipulação tem interesse político, em outros, interesse religioso que terão o óbvio resultado de beneficiar, em primeira instância, os produtores dos meios de comunicação.

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Assim percebe-se que o trabalho com o jornal impresso pode ampliar esse universo de

leitura e produção de textos desenvolvendo habilidades de uso crítico e reflexivo da

linguagem e dos códigos além de dar oportunidade de os alunos criarem a sua própria mídia

de forma democrática e autônoma.

Observe o que Cavalcanti (1999, p. 28-29) fala sobre o uso do jornal na Educação em

seu livro “O jornal como proposta pedagógica”:

Diante de uma mídia detentora de um absurdo poder de influência sobre o processo pedagógico, é mais do que necessária a implementação de uma educação participativa,criativa, construtiva, profundamente sensibilizadora, que tenha capacidade de se apropriar dos signos da cultura de massa e possibilitar uma reflexão do que eles representam.

Dessa forma, durante o processo de intervenção na escola os alunos terão a

oportunidade de discutir sobre o uso consciente da mídia e seu papel na sociedade através

de uma reflexão sobre esse tema que procure revelar o que eles entendem por mídia,

percebendo algumas intenções presentes nos enunciados e produzam um jornal impresso de

forma ética, mobilizadora, criativa e democrática.

O professor não pode pensar nos meios de comunicação como competidores na

atenção dos alunos, mas, sim, como aliados na formação e crescimento deles. Competir ou

fugir desses meios é uma ideia pouco produtiva pelo fato de que os alunos não vão deixar de

receber essas informações, já que são bombardeados diariamente por diversas mídias. Eles

devem, então, aprender com elas, lendo-as e produzindo-as de forma consciente e reflexiva.

No início do material didático há um histórico do surgimento da imprensa e da

produção do primeiro jornal na escola. Observa-se que, na História da Educação, o jornal tem

um papel fundamental nos processos de modernização e democratização das práticas de

ensino. Como precursor deste trabalho surge Célestin Freinet que deixou um importante

legado ao mundo das ideias e práticas pedagógicas significativas com a utilização da

imprensa e que ficam mais atuais à medida que os anos passam. O trabalho de Freinet

dinamizou o ensino causando uma reviravolta na educação chocando-se até com os métodos

tradicionais que imperavam na época. Sobre essa prática Freinet (1974, p. 13) destaca:

Substituímos a rotina dos manuais, dos trabalhos de casa e das lições, impostas autoritariamente pelos adultos por: - O texto livre, que é a expressão natural inicial da vida infantil no seu meio ambiente normal; - A observação e a experiência como fundamentos indispensáveis das aquisições de conhecimento em ciências e em cálculo, em história e em geografia; - O desenho, a pintura e a música livres, expressão complementar pela via afetiva e artística, de tudo o que a criança tem em si de possibilidades difusas e, não obstante, superiores, de acesso à cultura, não apenas escolar, mas cultura social e humana.

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Freinet (1974, p. 67-68) também faz duras críticas à escola tradicional:

Os defeitos de uma escola tradicional que faz tábua rasa dos pensamentos e modos de vida das crianças e lhes pretende impor, autoritariamente, uma cultura que se julga superior, são ainda mais agravados numa pedagogia que transplanta tal e qual, as práticas cujas deficiências apontamos.

Este material procura levar em conta um pouco da herança desse importante pensador

através de suas ideias de modernizar e democratizar a Educação desenvolvendo práticas de

ação cooperativa, de responsabilidade, solidariedade, de muita comunicação e,

principalmente, priorizando a livre expressão dos alunos.

A base do material didático desse projeto de intervenção é um estudo mais

aprofundado dos gêneros textuais que costumam aparecer nos jornais e que serão a

essência para a produção do jornal escolar.

Para tanto, esse estudo levará em conta conceitos atuais de letramento, os quais não

envolvem a formalização do discurso verbal ou não-verbal, mas o que enfatiza as suas

condições de produção e elaboração, os conhecimentos prévios dos alunos, a antecipação de

informações, a checagem de hipóteses, comparações, as inferências presentes no texto,

entre outras estratégias de leitura.

Para as autoras Márcia Elizabeth Bortone e Cátia Regina Braga Martins, em seu livro

“A construção da leitura e da escrita”:

O que lemos só começa a fazer sentido, ou ser coerente quando conseguimos perceber as intenções do autor, seu ponto de vista e até "adivinhar” as possibilidades de desfecho para cada texto. Para esses aspectos da leitura serem ativados, é necessário recuperar inúmeras informações que o texto nos dá, além daquilo que está escrito na superfície. É preciso trabalhar a leitura com nossos alunos, levando-os não apenas a entender as palavras que compõem o texto, mas a entender o contexto em que ele foi produzido, o gênero em que está inserido, com suas características e formas específicas, as intenções do produtor e as informações implícitas dadas pelo texto, entre outros. (BORTONE; MARTINS, 2008, p. 32)

Dessa forma não pode-se, então, agir somente como um guia da leitura, mas como

incentivador, auxiliando os alunos para uma melhor compreensão do texto, sem, no entanto,

dar respostas prontas. Por meio de pistas o professor pode promover uma leitura mais

significativa.

Ainda, segundo as autoras (BORTONE; MARTINS, 2008, p. 40) “os saberes

trabalhados na escola são essencialmente construídos pelos alunos e pelo professor. Não há

uma verdade absoluta, não há uma pedagogia que imponha o conteúdo e um único saber”.

Assim, o estudo dos gêneros, comumente presentes nos jornais, procura contemplar

novas estratégias de compreensão, trabalhando o contexto, buscando inferências,

intencionalidades e reconhecendo a estrutura e as características próprias de cada gênero

refletindo sobre a sua construção.

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Levando-se em conta que o projeto de intervenção será realizado no primeiro semestre

de 2014, o material didático para o trabalho com os gêneros tem , na sua maioria, textos

relacionados à Copa do Mundo de Futebol de 2014 que será realizada no Brasil. O motivo

desta escolha foi, na verdade, para trabalhar com textos jornalísticos que possam despertar

mais o interesse dos alunos e por serem atemporais, podendo ser utilizados a qualquer tempo

sem se tornarem desinteressantes e obsoletos.

A questão que deve ficar clara é que, apesar de os textos e algumas propostas de

produções serem relacionadas ao futebol este não é um projeto de jornal sobre esse tema.

A produção do jornal escolar é livre ficando a critério de cada educador e alunos decidirem

sobre a melhor proposta de acordo com a realidade e o momento vivido.

As propostas de produção de texto foram elaboradas buscando contemplar algumas

ideias de Célestin Freinet que propõem um exercício vivo da escrita, valorizando a autoria dos

alunos, a criatividade, a função social do texto e a intencionalidade dos autores. Para tanto,

intercalados ao estudo dos gêneros jornalísticos mais formais surgem propostas mais lúdicas

dentro de um “Espaço Criativo” que servem como sugestões para os educadores.

As etapas de produção do jornal escolar vêm na sequência do estudo dos gêneros e

buscar promover uma interação entre os alunos, permeando a prática de cooperação e

solidariedade proposta por Freinet, valorizando os talentos singulares dos alunos na escrita

dos textos, pesquisa e investigação, produção de charges e ilustrações, entre outras funções

nas equipes que serão formadas. Outro incentivo é o fato de que as produções possivelmente

terão um leitor real, já que todas serão analisadas e estarão disponíveis para publicação.

O processo de avaliação será realizado conforme ressaltam as Diretrizes Curriculares

da Educação Básica de Língua Portuguesa do Paraná (PARANÁ, 2008, p. 83):

É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa e Literatura seja um processo de aprendizagem contínuo e dê prioridade à qualidade e ao desempenho do aluno ao longo do ano letivo.

Assim, serão observados e não medidos os seguintes critérios avaliativos: reconhecer

as estruturas dos gêneros estudados, entender o conceito de mídia e suas intenções,

participar das atividades das equipes, cooperar e interagir com o grupo, observar os

conhecimentos construídos a partir do estudo e produção dos gêneros, desenvolvimento de

comportamentos leitores, entre outros aspectos.

Conclui-se que, durante o processo de intervenção do projeto PDE na escola os alunos

possam fazer a sua mídia, produzindo o jornal impresso de forma democrática a lhes garantir

autonomia, procurando sempre desenvolver habilidades de uso crítico da linguagem e dos

códigos, promovendo a cidadania no ambiente escolar vinculada à escola e a comunidade na

qual ela está inserida.

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Formato: Unidade Didática Para entender melhor a sequência do projeto optou-se pelo quadro que segue:

Quadro para organização do trabalho: Momento

Atividade Horas

1º momento

Apresentação do projeto História da Imprensa e História do Jornal Conceitos de mídia

3 aulas

2º momento

A 1ª página e o corpo do jornal 3 aulas

3º momento

Estudo dos gêneros: Notícia / Entrevista / Carta do leitor / Crônica / Artigo de opinião

10 aulas

4º momento

Expressão do jornal Qual é a cara do seu jornal?

3 aulas

5º momento

Definição de pauta Início das produções

3 aulas

6º momento

Aprimoramento das produções 4 aulas

7º momento

Escolha das produções para publicação 3 aulas

8º momento

Diagramação

3 aulas

Assim, este trabalho está dividido em oito momentos e irá fornecer

subsídios para a elaboração de um jornal na escola. Um dos momentos mais importantes é o estudo dos gêneros textuais que costumam aparecer nos jornais. O material preparado para esse momento foi elaborado com textos que tem como tema a Copa do Mundo de 2014 pelo fato de que a intervenção na escola ocorrerá alguns meses antes do mundial. Espera-se então que a empolgação pela realização da Copa no Brasil invada também as salas de aula.

Durante todo o trajeto de elaboração do jornal na escola você vai estar acompanhado (a) pelo Lino1, um personagem simpático, que dará dicas importantes para você.

1 O nome Lino surgiu a partir da palavra linotipo que foi a primeira máquina de compor e fundir os caracteres de imprensa às linhas.

Material Didático

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Ilustrações: o personagem do Lino foi desenhado por Ana Bianca Cordeiro Kloster , 12 anos, e

colagens de Patrícia Regina Kloster.

Meu nome é Lino e vou guiar você nessa “jornalda”!

Ei, que tal produzir um jornal na sua

escola?

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1 º Momento: - História da Imprensa e do Jornal

- Conceito de Mídia

Questões orais para introduzir o assunto do texto 1: “O Jornal e a Imprensa: uma história”

Professor (a): Faça as perguntas que seguem e anote as respostas no quadro; na sequência, escreva as

informações, veiculadas no texto abaixo, para ver quais respostas dos alunos aproximaram-se mais das

verdadeiras:

a) Como surgiram os primeiros textos impressos?

b) Qual o nome do inventor da imprensa?

c) Há muitos séculos atrás o povo de um certo país já utilizava um método de impressão diferente. Quem seria esse povo?

d) Que materiais eles utilizavam?

e) Em qual século surgiu o jornal?

f) E o nome “jornal” de onde surgiu? Sugira hipóteses:

Professor (a): Para começar precisamos

conhecer um pouco mais sobre a História da Imprensa e do Jornal.

Leia o quadro que segue e fique bem informado!

O JORNAL E A IMPRENSA: UMA HISTÓRIA

Tudo começou quando o alemão Gutenberg criou, em 1438, tipos móveis de chumbo para

formar textos e imprimi-los com uma prensa. Gutenberg criava assim a imprensa.

Antes dele, os chineses já usavam, havia séculos, tipos móveis de madeira e de cerâmica para impressão. Muito tempo depois, no século VXIII, o progresso da imprensa estimulou o aparecimento do jornal. A origem do nome ”jornal” é muito discutida. Alguns atribuem o nome ao termo italiano giornale - de giorno (=dia); outros defendem que a palavra veio do latim diurnale (relativo a dia, diário). A princípio, a palavra jornal designava a remuneração salarial feita por dia de trabalho e jornaleiro era um trabalhador que recebia por dia, que era pago com o “jornal”.

MAGGIO, Elisabeth; SGROI, Fábio. Vamos fazer um jornal? São Paulo: Moderna, 1998.

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Faça como no texto 1: a)E o primeiro jornal escolar? Quando surgiu? b)De que forma eram produzidos? Que tipo de texto os alunos escreviam? c)Como eram impressos? d)Quem era o público leitor?

Agora, escreva as respostas construídas a partir da informação do texto abaixo e compare-as com as dos alunos.

Saiba mais sobre a origem do jornal escolar:

O jornal escolar é uma tradição iniciada nas primeiras décadas do século XX, na França. O pensamento de Célestin Freinet inseriu o jornal escolar dentro de uma pedagogia ativa articulada à ideia de aproximar a escola da vida e dos interesses dos alunos, é a principal referência. Em 1924, Freinet introduziu uma técnica da impressão na sua escola chamada de tipografia. Seus alunos passaram a imprimir seus textos e a enviá-los a outras escolas.

(Fonte: Revista Pátio)

Figura 1

Fonte: Portal Dia-a-Dia Educação (2013)

Agora, vamos continuar

nossa viagem para descobrir quem produziu o

1º jornal escolar ...

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Freinet deixou-nos um legado

maravilhoso de técnicas experimentais que valorizavam, antes de tudo,

a vida ativa e criadora das crianças. Neste projeto, o jornal escolar também

deve fazer parte do processo de ensinoaprendizagem e incentivar

a livre expressão dos alunos!

Professor (a): Como os alunos irão produzir sua

própria mídia, que é o jornal impresso, é muito importante que eles conheçam o conceito de mídia, percebam a influência que ela tem

na vida das pessoas, as intenções por trás dos enunciados para que possam aprender com ela usando-a de forma

consciente, ética e reflexiva! O início deste conteúdo pode ser

explicado oralmente, mas, na sequência, é importante que você entregue cópias do texto “ A mídia

em nossas vidas: Informação ou manipulação? “ para um melhor

estudo e compreensão.

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Entenda o conceito de mídia:

Questões pré-textuais. Responder oralmente.

a) Quando você ouve a palavra mídia que imagens ela sugere?

b) Qual mídia você mais acompanha?

c) Que outros espaços podem ser considerados mídia?

d) Que assuntos aparecem na mídia que mais lhe chamam a atenção?

e) Você costuma seguir algum estilo de moda/ comportamento apresentados pelas mídias?

f) Você já comprou algum produto influenciado pela propaganda? Qual (is)?

g) Qual programa televisivo você procura acompanhar diariamente? Por quê? Que

mensagens ele transmite?

h) É possível confundir o real e o imaginário em determinados programas? De que forma?

i) Como o adolescente é apresentado na mídia?

j) Quais são os pontos negativos das mídias? E os positivos?

Para entender um pouco mais sobre esse fenômeno vamos até um dicionário de

Língua Portuguesa:

Segundo o dicionário Aurélio, p. 553, define-se Mídia como: mi.di:a sf . 1. Designação genérica dos meios, veículos e canais de

comunicação, como, por ex., jornal, revista, rádio, televisão, outdoor, etc.

2. Setor de agência de propaganda responsável pela veiculação de

anúncios na mídia (1).

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Leitura e análise do texto:

“A mídia em nossas vidas: Informação ou manipulação?”

Christiane. A. Lima

Semana passada o final de uma novela paralisou o país, em um fenômeno sem precedentes, que levou até a presidente Dilma Rousseff a adiar comício por conta do último capítulo. Particularmente não assisto, mas não dá pra ignorar um fato como esse. O “The Washington Post”, um dos jornais norte-americanos mais respeitados e lidos em todo o mundo, relatou o poder de influencia das novelas na vida dos brasileiros, em seu artigo “Brazil’s Novelas May Affect Viewers’Lifes” (Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores) . Um dos trechos do artigo diz: “No Brasil, um país que, na média, assiste mais à televisão que qualquer outro país, exceto o Reino Unido, novelas tem um efeito mais duradouro ao influenciar escolhas no estilo de vida, dizem os pesquisadores. As novelas se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira”. A população é facilmente influenciada pela mídia principalmente quando está relacionada a novelas. Nestas, heróis nacionais são criados - ficcionais ou não. Acaba uma novela e inicia outra e os modelos de comportamentos, beleza, moda e outros vão se alterando. Mudam os personagens, a trama e os assuntos abordados e a sociedade vai respondendo a este estímulo produzido. Os padrões difundidos são copiados e seguidos, porém, as pessoas não conseguem adaptá-los a uma vida real, o que gera ansiedade, angústia e frustração. Assistir televisão, navegar na Internet, falar ao celular são coisas do cotidiano da maioria da população mundial. Somos, todos os dias, bombardeados por diversas mídias que, em comum, têm o objetivo de nos vender alguma coisa: uma ideia, um produto, um sonho, etc. E essa tecnologia influencia o tempo

Sendo assim,

estamos rodeados pelas mídias!

Mas será que a mídia

é nossa aliada ou vilã?

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todo a sociedade e em consequência, a educação, tanto informal quanto formal. Podemos afirmar que a vida e a interação humana são mediadas e controladas pelos meios de comunicação. E é neste ambiente de interação com o mundo e significação que desde pequena a criança é colocada à frente da televisão e esta então se apresenta como parte integrante da família por ser uma boa “babá eletrônica”. Como negar a influência da TV, presente na quase totalidade dos domicílios brasileiros, sobre as formações das identidades sociais? Quando ouvimos falar que a mídia representa "o Quarto Poder" em uma nação, é preciso avaliar como isso é verdade e o quanto estamos sujeitos a ela e a todas as suas variáveis. A mídia influencia as pessoas no modo de agir, de pensar e até no modo de se vestir. Ela cria as demandas, orienta os costumes e hábitos da sociedade, além de definir estilos, bordões e discussões sociais. A mídia dita as regras, as tendências, os padrões de beleza, os ídolos a serem adorados e seguidos, impondo padrões de beleza cada vez mais inatingíveis. E impulsiona homens e mulheres em busca daquele corpinho que só o photoshop sabe produzir. A produção da indústria cultural é direcionada para o retorno de lucros tendo como base padrões de imagem cultural preestabelecida e capazes de conquistar o interesse das massas sem trabalhar o caráter crítico do espectador. Os adolescentes são bombardeados com produções e marcas internacionais e as crianças estão à mercê dos desenhos infantis. Dessa forma, seria impossível a escola, ou os pais das crianças ignorarem os robôs que falam, as naves espaciais que a todos fascinam, a capacidade de voar e de se transformar, de transformas coisas, a magia, o poder e o terror trazido pelos monstros e vampiros; as lutas do bem contra o mal nos desenhos animados, a violência mostrada nos noticiários. Alguns dos programas de TV apresentam constantemente valores questionáveis. Essas mensagens irão determinar como nossos filhos serão? Irão determinar sua honestidade, solidariedade, respeito e outros valores? Segundo Marilena Chauí: “A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideias”. Contudo, além de não podermos subestimar o poder da influência da mídia na vida das pessoas, também não podemos ignorar a importância deste caso seja utilizada de forma mais ética e consciente. Quero dizer que o poder que os veículos de comunicação têm para mobilizar as pessoas é muito grande e pode ser usado para o bem ou para o mal. Campanhas de doação de sangue, de vacinação, de incentivo à reciclagem, para economizar água, pela paz, para ajudar pessoas, e muitas outras, quando divulgadas e incentivadas pela mídia ganham proporções enormes e trazem resultados muito além do esperado. Os meios de comunicação em massa devem contribuir para a valorização da diversidade cultural, a promoção dos direitos humanos, no combate a todo tipo de violência, no acesso à informação, entre outros. Esta deveria ser sua função primordial. LIMA, Christiane. A mídia em nossas vidas: informação ou manipulação? Disponível em: <http://elo.com.br/portal/colunistas/ver/230989/a-midia-em-nossas-vidas-informacao-ou-manipulacao-.html>. Acesso em 6 nov. 2013.

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Roteiro de leitura:

Agora, observe os detalhes do texto antes da leitura:

Questões de compreensão (situação de produção, circulação, intenção) responder oralmente:

a) Observe o texto. Você consegue identificar onde ele foi publicado?

b) Quem o escreveu?

c) Leia o título. A partir dessa leitura inicial, na sua opinião, do que se trata o texto?

Agora leia o texto e responda às seguintes questões: (Responder no caderno)

a) O título do texto contempla o assunto apresentado?

b) Se você tivesse que resumir para um amigo o conteúdo desse texto, o que diria?

c) Qual o objetivo desse texto?

d) Considerando o local em que foi publicado, que possíveis leitores se interessariam por ele?

e) No 1º parágrafo a autora chama a atenção para um acontecimento inusitado. Qual seria?

f) Este fato aconteceu no Brasil, mas gerou um interesse internacional. Qual foi e por quê?

g) Você já ouviu falar do The Washington Post? Conhece outros jornais internacionais?

Quais?

h) O que o jornal relata sobre as novelas apresentadas no Brasil?

i) De que forma as novelas influenciam a vida dos brasileiros?

j) Comente a afirmação da autora: “Podemos afirmar que a vida e a interação humana são

mediadas e controladas pelos meios de comunicação”:

k) E você, quanto tempo de seu dia é gasto com as mídias em geral: TV, computador, celular,

rádio, etc.

l) Você já ouviu falar na expressão “O quarto poder”? Ela é utilizada para descrever a

influência da mídia em alusão (referência) aos outros três poderes do Estado democrático

(Legislativo, Executivo e Judiciário) e refere-se ao uso da mídia com o intuito de manipular a

opinião pública. (Wikipédia). O que você pensa sobre essa representatividade da mídia?

Professor (a): Agora, segue abaixo um roteiro de leitura com questões que podem ser respondidas

oralmente ou no caderno. Faça as adaptações que achar necessárias conforme o perfil da

turma e o tempo disponível para esta interpretação!

Lembre-se de que os saberes devem ser construídos e que as pistas promovem uma

melhor compreensão do texto.

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m) O texto fala sobre os bordões que aparecem nas mídias. Sabendo que bordão é uma

expressão repetida por alguém (personagens, humoristas), sempre em uma determinada

situação, cite exemplos de bordões que você conheça.

n) O que significa dizer que a mídia “orienta os costumes e hábitos da sociedade”?

o) Você tem algum ídolo? Qual? O que o levou a admirar essa pessoa?

p) Escolha um personagem adolescente que aparece na mídia. Diga como ele se veste e o

seu modo de agir:

q) O que você entende por “valores questionáveis” transmitidos por programas de TV?

r) Será que as mídias podem influenciar a construção do caráter e de valores de crianças e

adolescentes?

s) No 7º parágrafo a autora cita a fala de outra pessoa. De quem é essa voz e o que ela

expressa?

t) Nos dois últimos parágrafos a autora faz menção sobre o uso consciente da mídia. E, para

você, quais são os pontos positivos desses meios de comunicação?

u) Como as mídias podem influenciar em campanhas humanitárias?

v) A mídia promove, de alguma forma, reflexões sobre os direitos humanos?

w) Cite programas, propagandas ou novelas que exemplifiquem as questões apresentadas no

último parágrafo:

x) No caso da produção de um jornal impresso em nosso colégio quais critérios relativos ao estudo desse texto devem ser levados em consideração?

Agora os alunos farão uma primeira produção de texto

para mostrar o que eles entenderam sobre a mídia.

Dica: monte um mural na sala com os textos, pois escrita

significativa pede leitores reais!

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2º Momento: - A 1ª página e o corpo do jornal

Aluno (a) : ____________________________________________ _________ Data: ____/____/____

Na minha opinião... a MÍDIA é:

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

Projeto “Fazendo mídia na escola” – PDE 2014

Professora Patrícia R. Kloster

Professor (a):

Para produzir um jornal escolar precisamos conhecer bem a sua

forma de organização! Veja:

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A 1ª página e o corpo (cadernos) do jornal

A primeira página é a capa do jornal. Nela encontramos o conteúdo mais

importante que será detalhado na parte interna. Aparecem ali os conteúdos mais importantes do dia que são escolhidos pela equipe do jornal e chefia da redação. O corpo é o conjunto de folhas internas do jornal que é dividido em cadernos conforma o tema, por exemplo: esporte, política, cotidiano, classificados, coluna social, entretenimento, etc.

Atividade 1 - Quebra-cabeça da 1ª página do jornal:

Sequência:

a) Formar grupos de, mais ou menos, 5 alunos;

b) Distribuir, para cada grupo, 1 envelope contendo as partes da primeira página de um

jornal e uma folha de papel craft ou outra que esteja cortada do tamanho do jornal

original;

c) Pedir para que eles remontem o jornal na forma inicial, colando cada parte nos locais

definidos pelo grupo;

d) Assim que todos os grupos finalizarem a atividade fazer uma comparação entre os

grupos para observar as semelhanças e diferenças da montagem;

e) Em seguida mostrar a página original, que deve estar colada em folha de papel craft

com pequeno espaço nas laterais, e fazer as observações necessárias quanto a essa

disposição;

f) Colocar sobre a mesa tirinhas de papel contendo o nome dos componentes da primeira

página do jornal (nomes do jornal, manchete, foto principal, chamadas, colunas,

legenda, cabeçalho, expediente, etc.) e pedir que alunos voluntários colem, com fita

adesiva, o nome ao lado do componente;

g) Discutir com os alunos sobre essa disposição e fazer as correções necessárias.

Professor (a): Na próxima página você tem um modelo de 1ª página de um jornal de Ponta Grossa para fazer esta atividade, ou pode utilizar a 1ª

página original de qualquer outro a sua escolha. Não esqueça de

fazer uma cópia por grupo!

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Figura 2

Fonte: Jornal da Manhã (2013)

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Atividade 2 - Vasculhando os cadernos (Corpo do jornal)

Sequência

a) Agora, entregar para cada grupo exemplares de diferentes jornais para que eles folheiem e

observem a parte interna denominada CORPO que é formado por cadernos temáticos.

b) Em uma folha de papel craft, cada grupo deverá escrever as informações pedidas abaixo:

- O nome de cada caderno e o assunto;

- Os principais títulos das notícias de cada caderno;

- Citar quais são os principais assuntos do dia;

- Observar se há caderno de entretenimento e resumir rapidamente os conteúdos

apresentados nesta página;

- Cada equipe deverá citar o caderno que mais interessou ao grupo e justificar a escolha;

c) Para finalizar esta atividade cada grupo deverá apresentar para os colegas as anotações

que fez sobre os cadernos encontrados.

3º Momento: - Estudo de alguns gêneros textuais presentes nos jornais

Professor (a): Iniciamos agora o trabalho com os

gêneros textuais. Este é um dos principais momentos do projeto porque envolve uma leitura mais atenta dos textos. Lembre-se de que quanto mais você

conseguir desenvolver a habilidade de leitura dos alunos, melhor serão as

produções de textos deles, a organização das ideias e o reconhecimento das

características dos gêneros.

A leitura nos abre um mundo de informações e ideias!

Bom trabalho!

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O estudo dos gêneros textuais Tema: Copa do Mundo de 2014

Em 2014 estará sendo realizada no Brasil a Copa do Mundo de Futebol, um dos

maiores eventos esportivos do planeta. E, não tem como negar que o futebol,

conhecido no Brasil como paixão nacional, assumiu um enorme espaço na nossa

cultura, desde os jogos nos campinhos até os grandes campeonatos. Muitos alunos

vestem a camisa amarela para torcer pelo Brasil. E não são só os meninos que

gostam desse esporte. Hoje, as meninas jogam na hora do recreio e torcem tanto quanto eles. Sendo assim, neste projeto a escola vai entrar em campo também. O

trabalho com os gêneros textuais presentes nos jornais terá como tema principal “o futebol”. Vamos então motivar essa galera aproximando o

conteúdo escolar com um assunto fascinante que é o futebol.

Bom estudo!

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N O T Í C I A

Apresentação do gênero notícia:

1ª atividade - Responder oralmente às seguintes questões relativas ao gênero

em estudo:

a)O que é uma notícia?

b)Em quais veículos de comunicação encontramos as notícias?

c)Quais são as intenções, os objetivos de uma notícia?

d)Quem se interessa pelas notícias? A qual público se destinam?

e)Como surgem as notícias? O que pode virar notícia?

f)Que linguagem é utilizada nas notícias?

g)O autor da notícia pode expressar a sua opinião sobre o fato relatado? Por quê?

h)Você costuma prestar atenção nas notícias que lê, ouve ou assiste?

i)A notícia pode ser considerada um texto narrativo? Por quê?

j)As notícias costumam ter um título? Você acha importante? Que característica deve ter um título de

notícia?

É muito bom saber das últimas novidades que acontecem em nossa cidade, bairro ou escola. Relatar de forma objetiva e impessoal esses fatos que são do interesse de muitas pessoas é produzir uma NOTÍCIA.

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2ª atividade - Leitura oral da foto: Coloque a imagem abaixo na tvpendrive e peça que os alunos apenas a observem, na sequência inicie os questionamentos que seguem para que os alunos possam realizar hipóteses sobre o fato apresentado:

Figura 3

Fonte: UOL Noticias

a) A foto nos lembra que fato? b) Quem está jogando? Quando e onde aconteceu este jogo? c) Você consegue identificar quem são os jogadores? d) Que situação está sendo apresentada na foto? e) O que pode ter acontecido? f) Quem é o jogador abaixado? O que o outro jogador (camisa 11) pode estar falando

para o colega? g) Qual poderia ser o título desta foto?

Professor (a): Todos esses questionamentos são

importantes para desenvolver uma aula produtiva,

assegurando, assim, as habilidades de leitura e

interpretação que alguns alunos já têm e ajudando outros a

adquiri-las!

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3ª atividade - Após este primeiro momento, exibir na TV o título da notícia, que foi retirado intencionalmente e prosseguir com as questões orais:

Dedé chora e diz que realizou sonho ao marcar primeiro gol pela seleção

a) Este é o título dado a notícia. Você se surpreendeu ou já imaginava alguma situação parecida? b) Por que o título aparece com letras grandes? c) Esse título chama a atenção do leitor para a leitura do texto na íntegra? d) Qual é o tempo verbal usado no título e por que foi usado este tempo?

4ª atividade - Exibir agora na TV o texto da notícia e pedir para que um aluno a leia:

O zagueiro Dedé se emocionou ao marcar seu primeiro gol com a camisa da seleção

brasileira na vitória por 2 a 0 no amistoso contra a Zâmbia, nesta terça-feira, na China.

"Estou muito feliz com o primeiro gol com a camisa da seleção. Era um sonho fazer o gol

também. Coloquei esse jogo como o jogo da vida", falou o zagueiro, que confessou para a TV Globo ter

chorado na hora da comemoração.

"Estar aqui representa muito o sonho de cada um. A Copa está próximo, né. Me concentrei ao

máximo. Pedi, agradeci a Deus por estar aqui, estou feliz. Consegui fazer o gol, além de uma partida

segura. Acho que me mantendo assim posso chegar ao meu objetivo que é a vaga na Copa",

complementou o zagueiro do Cruzeiro, que foi titular no amistoso desta terça.

Mas Dedé evita falar que está garantido na lista da Copa. "Estou mais aliviado. Segurança a

gente tem trabalhando no dia a dia para manter esta condição".

Fonte: Notícias UOL da Copa 2014. Acesso em: 16 out. 2013

5ª atividade - Ainda em relação a notícia lida propor que sejam respondidas oralmente

as questões que estruturam o lead do gênero notícia (O quê? Quem? Quando? Como?

Por quê?) para introduzir a estrutura desse gênero:

a) O que aconteceu?

O zagueiro Dedé se emocionou ao marcar seu primeiro gol com a camisa da seleção brasileira

b) Quem são as pessoas envolvidas?

Dedé.

c) Quando aconteceu este fato?

Nesta terça-feira, 15/10/2013.

d) Como aconteceu?

O jogador concentrou-se ao máximo.

e) Por que aconteceu?

Manteve seu objetivo que é a vaga na Copa.

f) Há depoimentos de pessoas na notícia? Como você o identificou? De quem é ? Esse depoimento é importante para a notícia? Por quê?

Sim. Está entre aspas. É do próprio jogador Dedé. Sim, demonstra a importância que este momento teve na vida do Dedé que está muito emocionado.

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Entenda mais o gênero NOTÍCIA:

TEXTO 1

Brasil quer sediar Copa do Mundo de Futebol Feminino

Figura 4

Fonte: Agência Brasil Cristina Indio do Brasil

Repórter da Agência Brasil (16 set. 2013)

Rio de Janeiro - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que fez contato com o presidente da Federação

Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, para pleitear a candidatura do Brasil como sede da Copa

do Mundo de Futebol Feminino. “Eu sinalizei com a ideia, mas acho que outros países também querem. Se o

Brasil quiser de fato trazer a Copa do Mundo de Futebol Feminino tem que trabalhar muito para isso”, disse

Aldo.

O ministro disse que não há definição para quando seria a candidatura. Uma possibilidade é a competição de

2019. “Precisa observar qual é a janela de calendário que está aberta. Não sei se é de 2019 ou coisa

parecida.”

A próxima edição dos jogos vai ocorrer em 2015, no Canadá. A última foi na Alemanha, em 2011. “Seria

perfeito uma Copa do Mundo no Brasil feminina. Com certeza, não faltaria torcedor nos estádios. Os Jogos

Pan-Americanos, em 2007, foram no Rio de Janeiro e joguei com 70 mil pessoas assistindo. Seria importante

para a modalidade, mas precisa ter a vontade e interesse das equipes de camisa que chamam os torcedores”,

disse a jogadora Cristiane, atacante da seleção brasileira.

Cristiane acompanhou hoje (16) o anúncio da abertura do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino de

2013, que vai ser disputado por 20 times de 13 estados entre os dias 18 de setembro e 1º de dezembro. A

atleta estava jogando na Coreia do Sul e voltou ao Brasil, em maio, para jogar no Centro Olímpico, time de

São Paulo que enfrenta dificuldades. Segundo ela, o patrocinador deixou o clube e foi preciso reduzir os

salários. Com isso, algumas atletas saíram do Centro Olímpico. “Eu retornei da Coreia sabendo da realidade

da equipe, mas retornei para ajudar em busca de um patrocínio. Ainda não posso jogar porque a minha

liberação não chegou da Coreia, mas estou torcendo para que ela chegue e eu possa jogar na quarta-feira”,

contou Cristiane, que já participou de várias competições internacionais.

Na avaliação da atacante, o campeonato nacional de futebol feminino, que costuma ocorrer em outros países,

era o que faltava para a modalidade no Brasil, principalmente se for mantido no calendário da Confederação

Brasileira de Futebol (CBF). “Ter esse campeonato também no ano que vem, sendo uma coisa bem

organizada, é um atrativo para as atletas retornarem e para trazer estrangeiras também”, destacou,

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completando que nunca houve um campeonato brasileiro com a participação de jogadoras de fora do país.

[...]

O ministro do Esporte também está otimista e já pensa na conquista de medalhas pelas jogadoras. “Nós

temos esperança nas Olimpíadas e na medalha do futebol feminino, a medalha de ouro que não veio até hoje,

quem sabe o futebol feminino não nos dá a primeira medalha de ouro.”

Aldo Rebelo anunciou também uma disputa nas escolas. Entre 29 de outubro a 3 de novembro, 12 times

formados por atletas de 12 estados de todas as regiões do país vão participar da Copa Brasil Escolar Sub-17,

em Aracaju. O Ministério do Esporte vai destinar R$ 765 mil a essa competição.

Para a ex-jogadora da seleção, Michael Jackson, coordenadora-geral de Futebol Feminino do Ministério do

Esporte, o investimento em competições escolares vai ajudar a fortalecer a preparação de base dos atletas.

Na avaliação dela, esse também é o caminho para a conquista de medalhas nas Olimpíadas de 2016, no Rio

de Janeiro. "Acredito muito na seleção brasileira de futebol feminino e tenho certeza de vamos ter uma

medalha em 2016."

Edição: Juliana Andrade Agência Brasil - Empresa Brasil de Comunicações

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-16/brasil-quer-sediar-copa-do-mundo-de-futebol-feminino Acesso em: 07 out. 2013 Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

TEXTO 2

Curitiba terá 9 mil policiais nas ruas na Copa

Curitiba terá 9 mil policiais nas ruas na Copa

Efetivo será escalado nos quatro dias em que a capital vai receber partidas do Mundial de 2014

Ana Luzia Mikos 13 mar. 2013

Curitiba terá um aparato de segurança jamais visto durante a Copa de 2014. De 8 mil a 9 mil agentes

deverão ocupar as ruas nos quatro dias (16, 20, 23 e 26 de junho) em que a capital se transformará em palco do

Mundial. As estratégias de segurança viraram tema ontem, em Londres, da apresentação paranaense no Goal to

Brasil - evento itinerante que apresenta as subsedes para o torneio da Fifa.

No país famoso por ter uma das polícias mais respeitadas do mundo, o assunto, já programado pelas

autoridades paranaenses, foi sugerido também pela embaixada brasileira na capital inglesa e abordado por

jornalistas na coletiva de ontem, no London Film Museum. Além da integração de todo o policiamento local, as

ações na Copa contarão com o reforço de 1.800 agentes das forças armadas compondo o expressivo

contingente temporário. No estádio, a Fifa não permite agentes fardados e contrata, há quatro Mundiais,

seguranças privados. Serão três mil em Curitiba.

“Certamente, nunca houve um esquema de segurança como esse. Além da população, dos torcedores,

há as autoridades e as torcidas estrangeiras”, comentou o secretário especial da Copa do governo, Mario Celso

Cunha, com exclusividade para a Gazeta do Povo.

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Para acompanhar os fãs das seleções que jogarem na Arena, há intenção de uma parceria com as

polícias dos respectivos países para “importar” profissionais, aumentando ainda mais o efetivo. Um clássico

Atletiba considerado tenso mobiliza no máximo mil agentes.

Mario Celso adiantou que as primeiras simulações, com o fechamento de ruas, no Aeroporto Afonso

Pena e no entorno do Joaquim Américo, começarão em janeiro. Em parceria com o governo federal, Curitiba

contará com três aviões não tripulados de monitoramento. Faz parte da preparação para a Copa também o

Sistema Integrado de Monitoramento (SIM), a ser instalado na Secretaria de Segurança Pública. O investimento

total é estimado em R$ 76 mil.

A repórter viajou a convite da Embratur. <http://www.gazetadopovo.com.br/copa2014/curitiba/conteudo.phtml?id=1353106&tit=Curitiba-tera-9-mil-policiais-nas-ruas-na-Copa>. Acesso em 07 out. 2013.

1 - Inicialmente você vai ler as duas notícias que seguem denominadas como

TEXTO 1 e TEXTO 2.

Encontre em cada texto as seguintes informações:

Texto1 Texto 2

Título da notícia: Brasil quer sediar Copa do Mundo de Futebol Feminino

Curitiba terá 9 mil policiais nas ruas na Copa

Subtítulo da notícia: - - - - - - - - - Efetivo será escalado nos quatro dias em que a capital vai receber partidas do Mundial de 2014

Local em que foi publicada: Agência Brasil - Empresa Brasil de Comunicações

Site da Gazeta do Povo

Data da publicação: 16/09/2013 13/03/2013

Autoria da notícia: Cristina Índio do Brasil Ana Luzia Mikos

2 - As notícias, normalmente, relatam um fato novo, que chama a atenção das pessoas. Em

que veículos de comunicação elas costumam aparecer?

Jornais, televisão, internet, rádios, etc.

3 - A notícia, geralmente é formada por duas partes: lead e corpo. O lead corresponde ao

início do texto e apresenta um resumo do conteúdo principal. O corpo é o detalhamento das

informações do lead. Para escrever um lead com qualidade devemos responder às seguintes

perguntas: o quê? (fato principal), quem? (pessoas envolvidas no fato), quando? (o momento

do acontecimento), onde? (o local onde o fato se deu), como? (como aconteceu o fato) e por

quê? (as razões do acontecimento).

Agora, seguindo essas questões, identifique nos textos 1 e 2as informações do lead:

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TEXTO 1 - Brasil quer sediar Copa do Mundo de Futebol Feminino

O quê? Pleitear a candidatura do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino

Quem? O Ministro do Esporte Aldo Rebelo

Quando? Não há definição de data para a candidatura oficial, mas o ministro já está agindo.

Onde? Brasil

Como? Trabalhando muito para isso e falando com Joseph Blatter.

Por quê? Seria importante para a modalidade

TEXTO 2 - Curitiba terá 9 mil policiais nas ruas na Copa

O quê? Aparato de segurança jamais visto durante a Copa de 2014

Quem? 8 a 9 mil agentes

Quando? Durante a Copa de 2014

Onde? Em Curitiba

Como? Ocupando as ruas nos quatro dias de jogos

Por quê? Estratégias de segurança

4 - O corpo é a parte do texto que amplia o lead, detalhando as informações apresentadas.

Preencha o quadro abaixo ampliando as informações que aparecem no lead do exercício

anterior:

TEXTO 1

Como?

Realizando um campeonato nacional de futebol feminino; a conquista da tão esperada medalha de ouro do futebol feminino nas Olimpíadas; disputas nas escolas com a destinação de R$ 765 mil para essa competição.

Por quê?

Seria perfeito uma Copa do Mundo feminina no Brasil; todo incentivo para promover o futebol feminino iria fortalecer a preparação de base das atletas; um Cam peonato Nacional de Futebol Feminino, que costuma ocorrer em outros países, era o que faltava a modalidade no Brasil. Atrativo para as atletas retornarem e para trazer estrangeiras também.

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TEXTO 2

Como?

Além da integração de todo o policiamento local, as ações na Copa contarão com o reforço de 1.800 agentes das forças armadas compondo o expressivo contingente temporário. No estádio, a FIFA não permite agentes fardados e contrata, há quatro mundiais, seguranças privados.

Por quê?

Em parceria com o Governo Federal, Curitiba contará com três aviões não tripulados de monitoramente. Faz parte da preparação para a Copa também o Sistema Integrado de Monitoramento - SIM, a ser instalado na Secretaria de Segurança Pública.

5 - O título deve ser interessante e criativo para atrair a atenção do leitor estimulando a sua

curiosidade para que faça a leitura completa da notícia.

Invente outros títulos criativos para as notícias que você leu:

a) Texto 1 : Brasil quer sediar Copa do Mundo de Futebol Feminino:

b) Texto 2 : Curitiba terá 9 mil policiais nas ruas na Copa:

6 - Invente leads para os títulos que seguem:

a) Messi fratura o tornozelo e está fora da Copa de 2014

Resposta pessoal

b) Copa modifica calendário escolar em 2014 Resposta pessoal

7 - A linguagem da notícia caracteriza-se por ser clara e objetiva. Qual a variedade lingüística

empregada nas notícias analisadas nos textos 1 e 2?

A variedade de acordo com a norma culta da língua.

8 - Para dar mais credibilidade ao fato relatado e poder mostrar a notícia de vários pontos de

vista, o repórter costuma entrevistar pessoas envolvidas na situação ou apenas observadoras

do fato. Faça o que se pede:

a) Identifique uma dessas entrevistas nos textos 1 e 2. Copie o trecho encontrado e escreva o

nome da pessoa citada na notícia:

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TEXTO 1:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

TEXTO 2:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

b) Que argumentos cada voz utiliza para fundamentar a sua opinião?

c) Como o leitor pode identificar esses discursos na notícia?

Produção de notícia:

Agora é a sua

vez de produzir

uma NOTÍCIA!

a) Escreva uma notícia com todos os elementos que você aprendeu: título interessante, lead e corpo.

b) Com mínimo de 10 e máximo de 20 linhas.

c) Pense em um fato ocorrido recentemente em seu bairro ou em seu colégio. Por exemplo: eventos, inaugurações, festas, torneios esportivos, campanhas, manifestações, etc.

d) Obtenha o maior número possível de informações sobre o fato conversando com colegas, professores, familiares ou pessoas da comunidade.

e) Tenha em mente quem serão os possíveis leitores de seu texto: colegas, professores, pessoas da comunidade,etc.

f) Escreva com simplicidade, mas utilizando a variedade culta da língua.

g) Procure responder às questões que compõem o lead: O quê?, Quem?, Onde?, Quando?, Como?, Por quê?.

h) Se quiser, fotografe algo que ilustre a sua notícia.

i) Faça um rascunho e só passe a limpo depois de revisar com atenção. Abaixo segue uma tabela de correção do gênero notícia. Sugere-se que esta correção seja feita em duplas desta forma: um aluno lê o

texto do outro e faz as marcações conforme as características do gênero indicadas na tabela. As tabelas, se possível, podem ser impressas para agilizar a correção.

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Tabela para correção do gênero NOTÍCIA:

Sim Não Preciso melhorar

O texto apresenta um fato novo?

O texto relata o que aconteceu?

O texto conta com quem aconteceu o fato?

O texto mostra onde ocorreu esse fato?

O texto indica quando aconteceu o fato?

O texto diz por que aconteceu o fato?

O texto explica como aconteceu esse fato?

No desenvolvimento do texto são detalhadas as informações citadas acima?

O autor entrevistou alguém para mostrar pontos de vista diferentes sobre o fato?

No texto, há divisões de parágrafos?

Dá para entender o fato ocorrido de maneira clara e objetiva?

O texto apresenta um título interessante e criativo?

A ortografia utilizada é adequada? (Se houver erros, marque no texto)

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Entrevista

Apresentação do gênero ENTREVISTA:

Questões orais:

a) Você já leu alguma entrevista? Lembra-se de quem era a pessoa entrevistada? b) Como você chegou a conclusão de que o texto lido era uma entrevista? c) E entrevista oral (falada)? Já teve oportunidade de assistir alguma? Quem era a pessoa entrevista

desta vez? d) A entrevista oral tem semelhança com a escrita? Qual (is)? e) Que recursos podemos utilizar na entrevista escrita que tornam-se difíceis de serem usados na oral,

principalmente se for ao vivo? f) Qual é o objetivo principal da entrevista oral ou escrita? Por quê? g) Normalmente, quem são as pessoas entrevistadas? h) O que é necessário para realizar uma boa entrevista?

Atividades:

Você vai ler dois exemplos de entrevistas. Observe os detalhes e as diferenças de recursos empregados em cada uma delas para responder às questões apresentadas na sequência. A entrevista 1 tem como título “A vida assim está boa demais” e a entrevista 2 “Ronaldo: Sabemos que existe corrupção, desvio, o povo está cansado disso”. Para que a leitura fique mais dinâmica peça que alunos voluntários sejam o entrevistador e o entrevistado.

Algumas pessoas destacam-se por suas atitudes, palavras, exemplos ou ações,

positivas ou não, e acabam conquistando um certo interesse público. Podem ser

atletas, políticos, profissionais de diversas áreas, etc. Para saber mais sobre elas podemos fazer perguntas. Esse é um trabalho para o repórter. Ele faz as

perguntas e depois publica para matar a nossa curiosidade. Esse gênero é o que

chamamos de ENTREVISTA.

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ENTREVISTA 1 - Trecho da entrevista do jogador Fred: “A vida assim está boa demais”:

ENTREVISTA de FREDERICO CHAVES GUEDES concedida a repórter LESLIE LEITÃO

“ A vida assim está boa demais “

O novo ídolo da seleção brasileira diz que se sente à vontade com a camisa 9, com seu salário de quase 1 milhão de reais e, principalmente, com o assédio das mulheres. Os astros andam muito favoráveis ao atacante Fred, do Fluminense: aos 29 anos, um dos artilheiros da Copa das Confederações, autor de um gol na inconcebível posição horizontal, passou de xodó da torcida do tricolor carioca a ídolo do Brasil inteiro. Ainda por cima é descomprometido, bem-apanhado e alvo da, digamos, intensa admiração das mulheres [...].

Depois da Copa das Confederações, o assédio aumentou? Está sendo bem maior. Fui almoçar numa churrascaria do Rio e tomei um susto: na mesma hora todo mundo levantou e bateu palma. Ali eu vi que a coisa comigo estava forte. São justos a fama de conquistador e o apelido de Don Fredon? Sou tímido para relacionamento e já perdi muita oportunidade com mulheres interessantíssimas por causa disso. Mas agora estou bem assessorado nessa área. Meus amigos é que me alertam: “Acho que aquela ali está a fim de você”. Não me acho bonito, mas tenho cabelão, barba, jeito de homem. As mulheres gostam. Bonito mesmo é o Diego Cavalieri. Aquele, sim, tem estilo. Só que é casado. Aliás, assim sobra mais para mim. Casamento está fora dos seus planos? Já fui casado, mas infelizmente não deu certo. Um dia ainda caso de novo. Tenho uma filha de 7 anos e sonho em ter um filho homem para levar ao treino, entrar no vestiário, viver o futebol. Mas a vida está boa demais agora.

Figura 5

Mesmo tímido, o senhor posou nu, segurando uma bola? Pois é. Aquilo deu muita exposição. Tomei até um susto. Meus colegas colaram a foto no armário, no vestiário, na chuteira. Acabei entrando no clima. Falava: “Pelo menos foi uma bola de futebol. Se fosse com vocês, seria uma de tênis”. O vídeo do beijo em uma moça no meio do trânsito em Belo Horizonte deu o que falar. Foi iniciativa de quem?

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Eu estava no meu carro. Ela passou de moto, me viu e disse para encostar. Dei uma olhada e pensei: “Uai, bonitinha, né ?”. Parei o carro, e a gente engatou o papo. Ela me chamou de lindo, e eu estava no meu papel de ídolo, de dar um carinho para a fã. O chato é que um amigo que estava comigo gravou tudo e pôs o vídeo na internet. Depois, soube que o namoro da moça tinha acabado. Fiquei chateado. Até liguei para saber se ela estava precisando de alguma assistência. Mas a verdade é que a gente se divertiu. Como foi a experiência de morar quatro anos na França? No começo, fiquei meio deprimido, trancado em casa com meu irmão. Era tudo muito diferente. Mas aí fui aprendendo a gostar de comida boa, sofisticada. No Brasil era só churrasco, arroz, feijão, batata frita, pizza. Em Lyon, eu saía para jantar três vezes por semana. Aprendi a tomar vinho, experimentei até escargot. Também aprendi a falar francês. Era uma questão de sobrevivência. Quando ia lá argumentar com o juiz, tinha de gastar o meu francês. Só na hora de xingar é que não dava. O palavrão vinha sempre em bom português. Também apreciou as francesas? Elas são lindas e, apesar do que dizem por aí, as que eu conheci eram bem cheirosas. Também, quando iam passar dois, três dias na minha casa, eu dava logo um kit de banho. Foi um período legal, mas ainda prefiro o corpo e o jeitinho das brasileiras. Foi na França que começou a encher seu nécessaire de cremes? Não, isso é coisa que eu já fazia no Brasil. Tenho creme para cabelo, rosto, corpo, para tudo. Até para os pés, que levam pisão e são feios de doer. Meu podólogo diz que tenho de cuidar, passar hidratante. É justo um jogador ganhar 900 000 reais por mês, mesmo sendo o camisa 9 da seleção? Claro que é justo. Trabalho duro há muitos anos para ser reconhecido e bem pago. Infelizmente, existe um preconceito com os jogadores. Muitas pessoas criticam, ficam indignadas de ver alguém sem muito estudo ganhando tanto. Esquecem uma coisa: nesse espetáculo bilionário que envolve clubes, televisão, patrocinadores, quem menos ganha é o jogador. E nós somos os artistas. A responsabilidade que pesa nas nossas costas é enorme. O salário tem de ser alto mesmo. Muitos o criticaram por reclamar no Twitter de problemas em um carro de 500 000 reais. Isso o incomodou? No Brasil, pega mal ter sucesso, dinheiro. Você não pode falar dessas coisas naturalmente que já caem em cima, como se fosse pecado. Nos Estados Unidos, os jogadores de basquete são milionários, têm seu carrão, e as pessoas olham e pensam: “Preciso trabalhar muito para chegar lá”. No caso da minha BMW, estava reclamando de um serviço a que eu tinha direito. Olha o absurdo. Era um direito meu. Na Copa das Confederações, os jogadores cantaram o Hino Nacional sem titubear. Vocês treinaram antes? Não. Aquele grupo ali, no geral, já sabe a letra. Eu estudei até a 7ª série. Aprendi a cantar o hino completo na escola. Mas nenhum de nós tinha cantado antes daquele jeito, com aquela alegria. O povo com a mão no peito mexeu com a gente. Estávamos no meio da Copa das Confederações, e os protestos pegando fogo na rua. As vitórias em campo foram nossa retribuição, o Brasil que estava dando certo. Conversamos muito sobre as manifestações na concentração. Em outros tempos, diriam: “Não toquem no assunto nas entrevistas”. Mas ninguém falou nada. Não tinha clima para proibirem isso. Por que seu rendimento não foi o que se esperava na seleção de Mano Menezes? O Mano não foi meu mano não, né ? Não me deu grandes oportunidades. Quem realmente me bancou foi o Felipão. Eu estava nervoso, sem fazer gol. Ele chegou e disse: “Fique calmo que vai dar certo”. A camisa 9 da seleção já tem dono para a Copa do próximo ano? Coloco aquela camisa e me sinto bem. Estou pronto. Mas sei que as coisas mudam rápido demais no futebol. Conheço bem as minhas limitações. Não sou habilidoso, velocista, aquele cara bom de bola. Os torcedores brasileiros cobram muito a pedalada, o lance bonito, mas não esperem isso de mim. Sou técnico e finalizador. E, enquanto estiver fazendo gol, vou continuar sentindo aquela loucura de ver a bola entrando na rede. Fonte: Revista Veja, ed. 2330, v. 46, n. 29, pç. 13-17, 17 jul. 2013. “A vida assim está boa demais”.

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ENTREVISTA 2 - Trecho da entrevista de Ronaldo: “Sabemos que existe corrupção, desvio, o

povo está cansado disso”.

Ronaldo: “Sabemos que existe corrupção, desvio, o povo está cansado disso” Fenômeno muda postura ufanista que carregou desde que assumiu cargo no Comitê

Organizador Local, fala em roubalheira, elogia o povo nas ruas e fala sobre outros assuntos.

Figura 6

Em Salvador, na Bahia, Ronaldo foi testemunha ocular da insatisfação do povo brasileiro ao presenciar um protesto na porta do hotel onde está hospedado em Salvador, no início da semana. O despertar do povo parece ter feito o ex-jogador mudar a visão completamente positiva, que ele sempre manifestou, de tudo que cerca a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Ao menos nas palavras, o Fenômeno resolveu aliar-se a esse sentimento que toma conta das manifestações nas capitais do país. Na manhã deste sábado, o membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 no Brasil concedeu entrevista para seis veículos de imprensa no mesmo local onde sofreu com o gás lacrimogênio da polícia militar, que tentava dispersar os manifestantes. MEDO DOS PROTESTOS? "Não medo, porque eu sou do povo e reivindico o que o povo está reivindicando. Não tenho medo de sofrer qualquer tipo de represália. Meu sentimento é igual ao do povo. Quero um Brasil mais justo como o povo. Eu estou exatamente com o povo, não é somente com o povo. Ele quer dar fim a corrupção, aos dinheiros desviados, o povo quer hospitais. Eu estou com o povo e gostaria de ver o nosso país mais justo. Não é falta de dinheiro, é falta de investimento certo. Responsabilizar os culpados pelos desvios." SURPRESA COM A MAGNITUDE DAS MANIFESTAÇÕES? "Foi surpreendente, mas compreensível porque o povo está cansado de ter um país com tanta riqueza e viver no caos. A gente espera sempre ter bons atendimentos nos hospitais públicos, educação de qualidade. O povo vem cansando de muito tempo, tapando os buracos. O poder da informação da internet é tão rápido. Uma mobilização rápida. Vamos ver daqui para frente um país melhor." PARTICIPAÇÃO NAS RUAS COM O POVO "Eu iria. Não sei se ia dar certo, ia ser um pouco confuso, atrapalharia a manifestação (risos). Estou vendo uma grande maioria fazendo um protesto pacifico. POVO CONTRA A COPA? "Não é bem assim, o povo não é contra a Copa do Mundo. O povo é contra a corrupção, a sacanagem, hospitais ruins. É contra tudo isso. Não é uma escolha entre fazer o estádio e hospital. Todo ano pagamos justos impostos, dá para fazer tudo. O povo não é contra a copa, é contra o desvio de dinheiro. O povo quer ver melhorias em tudo, é a grande oportunidade de o Brasil receber grandes investimentos. Isso não justifica os desvios, os altos custos." "Quem de nós não ficou feliz quando foi decidido que a Copa seria no Brasil? Não teve ninguém que não comemorou e viu isso como uma oportunidade de crescimento. Sabemos como funcionam as coisas. Sabemos que existe corrupção, desvio, o povo está cansado disso. Queremos ver os responsáveis por fraude sendo presos. A gente não vê as reações e por isso o povo está na rua."

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FRASE POLÊMICA: "COPA NÃO SE FAZ COM HOSPITAIS, SE FAZ COM ESTÁDIO"

Lógico que fiquei chateado, porque me envolveram de maneira maldosa. Eu venho de origem humilde, apoio as manifestações, tudo que conquistei foi com suor, sofrimento, muitas operações. Entendo o que o povo quer. Esse vídeo foi manipulado e tendencioso. Todo mundo sabe que não se faz copa do Mundo sem estádio. Não quer dizer que se deva deixar as outras coisas de lado. O Brasil vem batendo recorde de PIB e de investimentos. Não tenho cargo público, não administro cargo público. Quero mudanças igual ao povo. Eu me arrependo da forma como foi dita (a frase). Mas eu tenho certeza que o contexto inicial continua sendo o que eu penso. O Governo tem que ter as prioridades, como educação de qualidade. De qualquer maneira, eu peço desculpas aos que se sentiram ofendidos. CARGO POLÍTICO NO FUTURO?

"Não. Eu não tenho nenhuma pretensão de virar político, precisamos de políticos novos, que olhem para o povo para fazer o que o povo quer. A minha história é uma história muito linda. É um sistema onde eu não queria estar". COMENTÁRIOS DE ROMÁRIO

"Não tenho absolutamente nada para falar do Romário. Eu vejo, e agora não só o Romário, que muita gente se aproveita para tirar proveito e ganhar uma medalhinha de pai da criança. É um momento de reflexão, soluções para melhorar o Brasil e não ficar só apontando o dedo para fulano e ciclano, sendo que o Brasil precisa de mudanças. Gostaria de mudar, mas não tenho cargo público e político." DECLARAÇÃO DE PELÉ, QUE PEDE FOCO DENTRO E FORA DO CAMPO

"Eu não concordo com o Pelé, o Brasil não pode esperar. Lógico que o que ele diz, de tratar bem o turista, isso também ajudaria. Mas o Brasil acordou e não pode esperar. Hoje vemos o maior movimento dos últimos anos, talvez da história. Veio tarde esse movimento, mas temos de aproveitar ao máximo e exigir mudanças no país."

PROTESTOS AFETAM OS JOGADORES DA SELEÇÃO?

"Não acho que o jogador seja alienado, é questão de que nesse momento que eles estão focados na competição, é difícil dar opinião sobre outras coisas. Até porque o jogador de futebol tem um poder grande de influenciar as pessoas. É um momento de esperar, fazer reflexão, se vai haver mudanças. Cada um tem o seu interesse. É muito individual isso." VISÃO ESTRANGEIRO DO PAÍS

"Todo mundo ama o Brasil, ama vir para cá e curtir esse clima maravilhoso, com cidades incríveis. Os estrangeiros estão assustados com essas manifestações. Mas entendem que é para um Brasil melhor. Para um país melhor e eles voltarem e virem que é um país melhor." O QUE FAZ PARA IR BEM COMO COMENTARISTA?

"Eu tenho um programa da internet que faz a estatística dos jogadores. Esse programa me ajuda muito. E tem sido bacana, porque vejo coisas que poderiam me ajudar quando era jogador. Está sendo legal, porque a dinâmica é muito rápida. A bola chega na intermediária, tem de passar para o Galvão (Bueno, narrador). É só até a copa. Porque realmente é uma adrenalina diferente. E todos os brasileiros entendem de futebol. Tem de falar coisas diferentes." SELEÇÃO BRASILEIRA DE FELIPÃO

"Estou vendo uma evolução muito boa desde o primeiro jogo que eu fiz. A equipe está muito consistente, equilibrada. Neymar bem menos participativo, mas mais decisivo. É lógico que a Seleção precisa dele. É uma estrela mundial. Decisivo. Precisa de um time também. Já montou esse time, atacando bem, defendendo bem. Isso é bom, apesar de uma equipe jovem. A Seleção está indo bem. Tem jogadores que estão surpreendendo positivamente. O time todo está jogando bem e o Neymar é um mais que tem decidindo jogos."

Fonte: Lancenet (2013)

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a) Preencha o quadro abaixo com as informações solicitadas a partir das duas entrevistas lidas:

Entrevista 1 Entrevista 2

Título da entrevista: A vida assim está boa demais Ronaldo: “Sabemos que existe corrupção, desvio, o povo está cansado disso”.

Pessoa entrevistada:

FREDERICO CHAVES GUEDES ou simplesmente Fred

Ronaldo, o fenômeno.

Profissão em que o entrevistado se destaca:

Jogador de futebol

Ex-jogador de futebol e agora membro do COL - Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014.

Entrevistador:

Leslie Leitão Seis veículos de imprensa de Salvador, Bahia.

Local em que foi publicada:

Revista Veja Lancenet , site da internet.

Data de publicação:

17 de julho de 2013 22/06/2013 - 12:59

Assunto(s) principal (is) da entrevista:

Assédio por parte das mulheres, profissão, Copa do Mundo de 2014

Organização da Copa do Mundo de 2014; manifestações no país.

A que público se destina? Por quê?

Fãs do esporte e do atleta

Pessoas preocupadas com os investimentos na Copa de 2014, admiradores do atleta ou do futebol, fãs de esporte.

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Em uma entrevista deve predominar a variedade culta da linguagem, mas dependendo da situação e do

perfil do entrevistado podem aparecer palavras ou expressões comuns à linguagem informal, coloquial.

Identifique nas duas entrevistas exemplos dessa informalidade:

Entrevista 1 - “A vida assim está boa demais”

“a coisa comigo estava forte”, “tomei um susto”, “né”, “cara”, está a fim de você”, “pois é”, “engatou o papo”, “aí”, “gente”, “pega mal”, ”já caem em cima”, etc.

Entrevista 2 - “Ronaldo - “Sabemos que existe corrupção, desvio, o povo está cansado disso”

“gente”, “fazer reflexão”, “bacana”.

b) Observe que nas duas entrevistas há um pequeno texto introdutório. Qual é o objetivo deste texto? Tem como objetivo apresentar rapidamente o entrevistado e o assunto que será tratado.

c) Como podemos identificar quem faz as perguntas e quem é o entrevistado?

As perguntas estão destacadas na entrevista 1 assim como os temas das perguntas na entrevista 2.

d) Nas duas entrevistas cada veículo de comunicação utilizou uma maneira diferente de identificar

o assunto de cada questionamento. Explique o recurso usado em cada entrevista: Na entrevista 1 a repórter utiliza-se do método mais conhecido que é introduzido por perguntas. Já na entrevista 2 o entrevistado responde a partir de temas de assuntos, pode ser através de perguntas ou frases soltas.

e) Na Entrevista 1, apesar de o entrevistado ser um jogador de futebol, qual o tema que a repórter

deu mais ênfase na entrevista? Assédio das mulheres

f) Ainda na Entrevista 1 quais argumentos Fred utilizou para justificar o salário de 900.000 reais?

Trabalha duro há anos para ser reconhecido e bem pago; é um espetáculo milionário que envolve clubes, televisão, patrocinadores; que o jogador é um artista; que a responsabilidade pesa para os jogadores.

g) Que fato inusitado está acontecendo em nosso país no momento em que Ronaldo responde às

perguntas dos repórteres? Início das grandes manifestações nas ruas que demonstravam a insatisfação do povo brasileiro em relação a várias questões, inclusive a Copa do Mundo de 2014, na qual Ronaldo é organizador.

h) Qual assunto provocou mais questionamentos na Entrevista 2?

Manifestações e protestos nas ruas.

i) Qual a opinião de Ronaldo sobre os protestos que ganhavam as ruas do Brasil?

Ele diz que é a favor das manifestações, que também é do povo e gostaria de ver o nosso país mais justo.

j) Comente a resposta de Ronaldo na pergunta sobre a polêmica frase dita por Ronaldo em um

outro momento “Copa não se faz com hospitais, se faz com estádios?: Resposta pessoal.

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Produção de ENTREVISTA:

Agora você será o repórter!

Que tal elaborar uma entrevista interessante? Então... mãos a obra !

Esta produção poderá ser realizada em grupo.

a) O assunto que será abordado nesta entrevista será o BULLYING. Por isso cada aluno deverá entrevistar uma pessoa adulta, que conheça esse assunto, como, por exemplo: professores, diretores, pedagogas, psicólogos, pais, ou alguém que, outra que de alguma forma, possa intervir ou propor uma solução em casos de bullying.

b) Elabore, no mínimo, 5 questões interessantes sobre o assunto. Você poderá formular as questões em formas de perguntas ou frases que façam o entrevistado refletir e falar sobre o assunto. Procure fazer questões curtas e objetivas.

c) Faça um roteiro de perguntas que possam ser encadeadas na resposta da questão anterior.

d) Não esqueça de anotar separadamente informações sobre o perfil do entrevistado(a), tais como: nome completo, idade, profissão, local de trabalho.

e) Havendo possibilidade, grave a entrevista com um gravador, celular ou outro similar para que você possa transcrever todas as informações.

f) Se possível fotografe o entrevistado(a).

g) Transcreva a entrevista e só passe a limpo depois de revisar com atenção. Segue abaixo uma tabela de correção para o gênero entrevista. Sugere-se que esta correção seja feita em duplas desta forma: um aluno lê o texto do outro e faz as marcações conforme as características do gênero indicadas na tabela. As tabelas, se possível, podem ser impressas para agilizar a correção.

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Tabela para correção do gênero ENTREVISTA:

Sim Não Preciso melhorar

O autor apresenta um texto curto antes do início da entrevista com informações sobre o entrevistado e o assunto que será tratado?

O texto identifica quem é o entrevistador e quem é o entrevistado?

O título é interessante e criativo?

A ortografia utilizada é adequada? (Se houver erros, marque no texto)

As perguntas são bem elaboradas, claras e objetivas?

Carta do leitor

Apresentação do gênero CARTA DO LEITOR:

a)O que você faz quando há um problema em sua rua ou bairro que incomoda você e seus vizinhos?

b)A quem é possível recorrer? Quem costuma resolver problemas de interesse social?

c)Como tornar pública uma questão que fere os direitos do cidadão e que afeta a vida em sociedade?

d)O que é possível fazer quando a administração pública não resolve problemas de sua rua, bairro ou cidade?

e)Em momentos como esses, qual é o papel do cidadão?

f)Quando você lê uma matéria no jornal e deseja comentar ou opinar sobre o assunto como faz?

g)Como podemos fazer para elogiar ou homenagear uma pessoa ou entidade de forma pública?

h)Você costuma tomar posição diante de problemas sociais? Como?

i)Uma pessoa sozinha consegue resolver questões que envolvem a comunidade em geral? Como?

Ruas cheias de buracos, falta de água ou luz, animais

abandonados, acumulo de lixos em terrenos

baldios ... e, do outro lado pessoas que merecem um

reconhecimento, elogios, comentários, etc podem buscar se

tornar públicos ou buscar soluções através do gênero

CARTA DO LEITOR.

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Os textos a seguir são cartas de leitores, leia-as com atenção:

Leitor reclama de falta de infraestrutura em locais de realização do Enem 2

Tendo em vista que o Enem se tornou o maior meio para entrarmos em quase todas as universidades federais, venho expressar o meu descontentamento em relação aos problemas enfrentados devido à infraestrutura precária de inúmeros locais de realização de exame. Enfrentamos cadeiras de péssima qualidade que não ofereciam conforto para a realização da prova. Enfrentamos dez horas de prova em salas que, em sua maioria, não possuíam ventilação. Enfrentamos também fiscais não qualificados que conversavam durante a realização da prova. E, por último, mas não menos importante, ficamos a mercê da falta de segurança oferecida pelas instituições. Esses problemas acabam, portanto, influenciando nosso resultado final, o que faz

com que a promessa do governo de oferecer uma prova justa em todas as suas

etapas concretize-se apenas durante sua correção.

CHRISTOPHER RAFAEL DI LUCA (Goiânia, GO) - 30/10/2013 <http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2013/10/1364071-leitor-reclama-de-falta-de-infraestrutura-em-locais-de-realizacao-do-enem.shtml> Acesso em: 29 out. 2013

Torcidas 1

Deixo aqui minhas congratulações ao colunista Ruy Castro pelo texto "Torcidas em paz" (Opinião, 2/9). Foi como se viesse um filme em minha cabeça. Como seria bom se conseguíssemos resgatar a paz nos estádios de futebol, dando como exemplo o início das torcidas organizadas por Jayme de Carvalho. Aquilo sim era paixão por torcer, paixão pelo time do coração e, principalmente, respeito ao próximo. ÉLCIO ARRUDA (Porto Ferreira, SP) <http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/secaodecartas/969857-diplomacia-imposto-torcidas-paz.shtml>. Acesso em: 12 ago. 2013

Professor (a):

Após esta discussão inicial apresentar aos alunos o

gênero CARTA DO LEITOR como uma das possíveis

soluções para que o cidadão possa reclamar de

problemas de interesse social ou individual, solicitar algo

às autoridades, elogiar determinadas pessoas e

entidades, opinar sobre assuntos variados, criticar, etc. É

importante também, neste momentos, abordar sobre a

estrutura básica da carta que é: colocação de data,

vocativo, assunto, despedida, assinatura, além de

apresentar argumentos que expliquem ou fundamentem

os motivos da mesma. É um gênero que costuma

aparecer em jornais e revistas.

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Atividades:

a) Após a leitura das quatro cartas preencha corretamente o quadro que segue,

observando a numeração no canto direito superior de cada texto:

1 2 3 4

A quem se dirige? Colunista Ruy Castro Ao público leitor em geral

A toda a equipe da Revista Mundo Jovem

Ao público leitor em geral

O título, normalmente é colocado pelo suporte de publicação.

Tem título? Qual?

Sim, “Torcidas”

Sim, “Leitor reclama de falta de infraestrutura em locais de realização do Enem”

Não

Sim, “Meia-entrada só para idoso na Copa é absurdo, diz leitor”

Qual é o assunto tratado? Paz nos estádios

Infraestrutura precária nos locais de realização de provas do ENEM

Qualidade do material publicado na revista

A organização da Copa do Mundo no Brasil pela FIFA

Qual é o objetivo?

Elogiar o colunista pela

Matéria escrita

Denunciar problemas de infraestrutura na realização da prova

Parabenizar a equipe da revista pelos conteúdos publicados

Mostrar indignação com relação a venda dos ingressos que propõe meia-entrada só para idosos

Meia-entrada só para idoso na Copa é absurdo, diz leitor 4

É lamentavel que nós, brasileiros, tenhamos que ver a Fifa vir em nosso país e impor condições para organizar uma Copa do Mundo que vai render bilhões de dólares para ela. E o benevolente Jérôme Valke, dirigente da entidade, diz que "aceita a meia- entrada só para idosos". É simplesmente um absurdo. Aqui é o nosso país, não temos que aceitar isso. TOMAZ DE AQUINO DOS SANTOS (Piracicaba, SP) - 26/10/2011 <http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/secaodecartas/996688-meia-entrada-so-para-idoso-na-copa-e-absurdo-diz-leitor.shtml>. Acesso em: 29 out. 2013

Amigos do Mundo Jovem 3

Sou assinante do Mundo Jovem e fico feliz com a qualidade do material de vocês

e percebo a preocupação dos editores em postar matérias críticas e construtivas

para o crescimento do indivíduo que se encontra carente de tudo isso. E para

fortalecer essa parceria, envio essa pequena mensagem para toda a equipe.

“Amigos do Mundo Jovem! Continuem com essa missão de despertar o lado crítico

de cada cidadão e em parceria com os professores, livrar o mundo da alienação”.

Um abraço, Anady.

ANADY DOS SANTOS (Feira de Santana, BA) - 25/03/2013 <http://www.mundojovem.com.br/mural-do-leitor/3>. Acesso em: 7 out. 2013

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Qual é o suporte de publicação?

Folha-UOL

Painel do Leitor

Folha-UOL

Painel do Leitor

Revista Mundo Jovem, Mural do Leitor

Folha-UOL

Painel do Leitor

Qual a variedade linguística empregada?

Culta Informal Culta Culta

Apresenta vocativo (saudação)?

Não Não Sim Não

Apresenta data? Sim, 2/9, porém está

Dentro do texto. Sim, 30/10/2013

Sim, 25 de março de 2013.

Sim, 26/10/2011

Apresenta despedida? Não Não Sim Não

Apresenta argumentos? Quais?

Sim, “como seria bom se conseguíssemos resgatar a paz nos estádios de futebol, dando como exemplo o início das torcidas organizadas por Jayme de Carvalho. Aquilo sim era paixão por torcer, paixão pelo time do coração e, principalmente, respeito ao próximo”.

Sim: cadeiras de péssima qualidade, salas sem ventilação, fiscais não qualificados que conversavam durante a realização da prova, falta de segurança.

Sim, a qualidade do material percebida através da preocupação dos editores em postar matérias críticas e construtivas para o crescimento do indivíduo que se encontra carente de tudo isso.

Sim, diz que” o país é nosso e não temos que aceitar nada disso”.

b) Em alguns casos, a carta tem a finalidade de elogiar uma pessoa ou entidade, homenageando e tornando público o seu reconhecimento pelos trabalhos prestados ou ações realizadas. Qual das cartas lidas tem essas características?

A carta 1 “Torcidas” e a carta 3 “A equipe da Revista Mundo Jovem”

c) A carta do leitor tem características parecidas com as da carta pessoal como: vocativo, assunto, data e despedida. As cartas lidas, contudo, não apresentam todas essas características. Por que, na sua opinião, alguns desses elementos não foram utilizados?

Porque, muitas vezes, o espaço destinado a essas publicações é pequeno, publicando-se assim apenas o essencial.

d) Você acha importante a participação do cidadão em questões relacionadas ao interesse comum das pessoas e da sociedade?

Resposta pessoal

e) Na sua opinião os meios de comunicação cumprem sua função para que essas solicitações sejam atendidas? De que forma esse atendimento poderia ser melhorado?

Resposta pessoal

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f) Em meio a tanta tecnologia com a popularização do computador e da internet você acredita que o gênero carta do leitor ainda funcione como um recurso para a garantia de nossos direitos?

Resposta pessoal

g) Leia a notícia abaixo, publicada no jornal O POVO, que comenta sobre a escolha do nome da mascote da Copa do Mundo de 2014 que será realizada no Brasil. A escolha do tatu-bola como símbolo e do nome escolhido através de votação gerou uma certa polêmica na população brasileira. Agora, imagine que você leu essa notícia e queira manifestar a sua opinião sobre o assunto. Determine a sua posição com relação ao assunto e escreva uma carta direcionada ao jornal citado. Escolha bons argumentos para defender o seu ponto de vista. Utilize também os elementos básicos da estrutura desse gênero textual. Quando terminar a produção peça para um colega propor um título interessante para a sua carta como se ela fosse publicada em algum jornal ou revista.

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Nome do mascote da Copa causa controvérsia

Figura 7 Fonte: O Povo

A mascote Fuleco: mesmo sob risco de extinção, tatu-bola vem sofrendo onda de bullying nas redes sociais

Mais de 1,7 milhão de internautas votaram e a mascote da Copa de 2014 foi batizada. Nada de Zuzeco

ou Amijubi: o nome do tatu-bola é Fuleco. E está longe de ser unanimidade.

Nas ruas, redes sociais e sites de notícias, não é muito difícil detectar o estranhamento do público

quando o nome é pronunciado. “Que vergonha e mal gosto a escolha do nome da mascote. É muita falta de

criatividade e desrespeito com nossa pátria”, comentou Alan Alves, no Portal Esportes O POVO. Em nota oficial

lançada no site da entidade, a Fifa reforçou o conceito sustentável que embasa o Fuleco. União das palavras

“futebol” e “ecologia”, representadas por um animal que corre risco de extinção. Mas, ainda assim, de nada

evitou a chacota por parte dos leitores, que usaram o próprio portal da entidade para criticar a ação.

Para o publicitário Getsêmane Machado, a escolha do tatu-bola como mascote foi acertada. Mas a ideia do

nome foi um equívoco. “Se existe essa ideia de comunicação passando pela ecologia, poderia ser potencializada.

Perguntar ao público comum e checar se ele identificaria isso no nome, por exemplo. Da forma como foi feito,

pareceu apenas um pretexto forçado”, analisou.

ONG aprovou o nome

A Associação Caatinga, organização não-governamental que sugeriu o tatu-bola para mascote da Copa, gostou

do nome. Segundo a coordenadora técnica da ONG, Liana Sena, Fuleco contempla o trabalho feito em prol da

espécie. “Lançamos a campanha com essa intenção, para conscientização ambiental de todo mundo. Nosso

desejo é que esse símbolo ajude ao nosso projeto de conservação dos tatus-bola”, disse.

Fonte: Rodrigues (2012)

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Produção de carta do leitor:

Ei, que tal você

escrever agora uma CARTA DO LEITOR?

a) Inicialmente identifique problemas em sua rua, bairro ou cidade que possam ser solucionados pela administração pública ou conveniados (Prefeitura, Sanepar, Copel, etc) como, por exemplo: ruas esburacadas ou sem asfalto, mato em terrenos baldios, vazamentos de água, esgoto nas ruas, poluição de arroios, entre muitos outros. Você pode conversar com familiares e vizinhos para escolher um assunto que seja de interesse social.

b) Escreva uma carta destinada ao espaço do leitor de um jornal de grande circulação em sua cidade.

c) Siga a estrutura básica do gênero carta do leitor.

d) Especifique o assunto e seja breve.

e) Utilize uma linguagem clara e objetiva e nunca faça uso de xingamentos.

f) A revisão da carta é de suma importância pois pode ser publicada e lida por muitas pessoas. Observe se há clareza nas frases, se não há repetição de palavras ou ideias, se não há erros de acentuação e pontuação.

g) Faça um rascunho e só passe a limpo depois de revisar com atenção. Segue abaixo uma

tabela de correção para o gênero carta do leitor. Sugere-se que esta correção seja feita em duplas desta forma: um aluno lê o texto do outro e faz as marcações conforme as características do gênero indicadas na tabela. As tabelas, se possível, podem ser impressas para agilizar a correção.

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Tabela para correção do gênero CARTA DO LEITOR:

Sim Não Preciso melhorar

O texto apresenta solicitação, reclamação, comentário, denúncia ou sugestão?

O texto expõe publicamente um fato para solucionar um determinado problema?

O autor apresenta argumentos para convencer um interlocutor?

O texto apresenta características da carta pessoal como: local, data, vocativo, despedida?

A ortografia utilizada é adequada? (Se houver erros, marque no texto)

O assunto escolhido é interessante e merece uma solicitação pública?

Dá para entender o assunto de forma clara e objetiva e o motivo da elaboração da carta?

C R Ô N I C A

Apresentação do gênero CRÔNICA:

1ª atividade: apresentar na tvpendrive duas imagens representativas do futebol brasileiro.

Sabe aquele texto que mais parece uma

conversa entre amigos, que nos faz enxergar

as coisas simples do cotidiano com humor,

sensibilidade, crítica e, às vezes, até com

poesia? Pois é, este texto é a CRÔNICA que

costuma ser publicada em jornais e revistas.

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Primeira imagem:

Figura 8

Fonte: Zirpoli (2012)

Peça para que os alunos escrevam um pequeno texto relatando a situação apresentada

posicionando-se como observadores reais do fato. Relate com emoção o que vê, inclua

detalhes e outras informações que só você consegue observar.

Agora apresente a segunda imagem:

Figura 9

Fonte: Carvalho (2013)

Imagine o Brasil na final da Copa do Mundo de Futebol. Cada aluno deverá escrever um

pequeno texto posicionando-se como participantes desta cena. Relate a emoção de estar no

estádio neste momento especial; comente o comportamento das pessoas ao seu redor e dos

jogadores em campo.

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Após a conclusão destas pequenas produções peça para que alunos voluntários leiam seus

textos. E depois pergunte:

a) Como você se sentiu como participante das cenas?

b) Quais sensações elas despertaram em você?

c) Qual o melhor ponto de vista? Observador ou participante? Por quê?

d) Explique para os alunos que relatos como esses fazem parte de um gênero textual chamado crônica.

e) Alguém já ouviu falar em um texto chamado crônica?

f) Do que trata esse gênero textual?

g) Onde ela costuma aparecer?

h) Quem se interessa pelas crônicas? A que público se destina?

i) De que assuntos tratam as crônicas?

2 ª atividade - Dividir a turma em grupos. Entregar exemplares de jornais, revistas e livros que contenham crônicas. Pedir para que os alunos folheiem esses materiais e escolham uma crônica por grupo para ser lida para a turma. 3ª atividade - Após essa leitura inicial apresentar para a turma algumas características do gênero crônica, tais como:

Costumam ser publicadas em jornais, livros, revistas e internet;

Procuram retratar com humor, sensibilidade, crítica e poesia fatos colhidos do jornal e de situações do cotidiano das pessoas;

Tem como finalidade divertir, emocionar, sensibilizar o leitor fazendo com que ele reflita sobre a vida e os comportamentos humanos.

4ª atividade - Em seguida, destacar para os alunos que a inspiração para escrever boas crônicas está em toda parte, às vezes, bem próxima deles. Colocar, então, na Tvpendrive imagens de situações do dia-a-dia que podem virar crônica, como: crianças brincando no parquinho, vendedor de rua, jovens malabaristas nos semáforos, notícias curiosas dos jornais, etc. Explicar que ela está eu tudo que nos faça refletir sobre questões sociais, comportamentos, ações e sentimentos. 5ª atividade - Leitura da crônica “Namoro & Futebol”, de Moacyr Scliar. Questões pré-textuais: Antes de entregar as cópias do texto, ler para os alunos somente o título da crônica e o nome do autor. Questões para serem respondidas oralmente: a) Esse título chama a atenção do leitor? O que ele sugere?

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b) Através desse título podemos imaginar o assunto da crônica? c) Qual será a situação retratada? d) Você conhece o autor do texto?

Agora, apresente a biografia do autor Moacyr Scliar presente neste site: <http://educacao.uol.com.br/biografias/moacyr-scliar.jhtm> Acesso em: 18 out. 2013. Leitura do texto: “Namoro & Futebol” de Moacyr Scliar.

Namoro & Futebol

Elas querem a sua chuteira. Desafiar os meninos para jogar futebol virou mania nas escolas; e não é que as garotas estão batendo um bolão? Folhateen, 12 de setembro de 2005.

Eles se conheceram na escola, onde cursavam a mesma classe. E foi legítimo amor à primeira vista. Uma semana depois já estavam namorando, e namorando firme. Eram desses namorados que fazem as pessoas suspirar e dizer baixinho: meu Deus, o amor é lindo. Ele, 17 anos, alto, forte, simpático; ela, 16, uma beleza rara. Logo estavam se visitando em casa. Os pais de ambos davam a maior força para o namoro e antecipavam um casamento no futuro: os dois formavam o casalzinho ideal. Inclusive porque gostavam das mesmas coisas: ler, ir ao cinema, passear no parque. Mas alguma coisa tinha de aparecer, não é mesmo? Alguma coisa sempre aparece para perturbar mesmo o idílio mais perfeito. Foi o futebol. Ele era maluco pelo esporte. Jogava num dos vários times da escola, no qual era o goleiro. Um grande e esforçado goleiro, cujas defesas muitas vezes arrancavam aplausos da torcida. Ela costumava assistir às partidas. No começo nem gostava muito, mas então passou a se interessar. Um dia disse ao namorado que queria jogar também, no time das meninas da escola. Para surpresa dela, ele se mostrou radicalmente contrário à ideia. Disse que futebol era coisa para homem, que ela acabaria se machucando. Se queria praticar algum esporte, deveria escolher o vôlei. Ela ficou absolutamente revoltada com o que considerou uma postura machista dele. Disse que iria começar a treinar de qualquer jeito. Começou mesmo. E levava jeito para a coisa: driblava bem, tinha um chute potente. Só que aquilo azedava cada vez mais as relações entre eles. Discutiam com frequência e acabaram decidindo dar um tempo. Uma notícia que deixou a todos consternados. Passadas umas semanas, a surpresa: o time das meninas desafiou o time em que ele era goleiro para uma partida. Ele tentou o possível para convencer os companheiros e não jogar com elas. No fundo, porém, não queria se ver frente a frente com a namorada, ou ex-namorada. Os outros perceberam isso, disseram que era bobagem e o jogo foi marcado. Ele esta tenso, nervoso. E não podia tirar os olhos dela. Agora tinha que admitir: jogava muito bem, a garota. Era tão rápida, quando graciosa e, olhando-a, ele sentia que, apesar das discussões, ainda gostava dela. De repente, o pênalti. Pênalti contra o time dos garotos. E ela foi designada para cobrá-lo. Ali estavam os dois, ele nervoso, ela absolutamente impassível. Correu para a bola no último segundo ainda sorriu - e bateu forte. Um chute violento que ele, bem posicionado, defendeu. Sob os aplausos da torcida. O jogo terminou zero a zero. Eles se reconciliaram e agora estão firmes de novo. Mas uma dúvida o persegue: será que ela não chutou a bola para que ele fizesse a brilhante defesa? Não teria sido aquilo um gesto, por assim dizer, de reconciliação?

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Ela se recusa a responder a essa pergunta. Diz que um pouco de mistério dá sabor ao namoro. E talvez tenha razão. O fato é que, desde então, ela já cobrou vários pênaltis. E não errou nenhum.

(Folha de São Paulo, 26 set. 2005).

1 - Agora, para entender mais sobre o gênero crônica, responda, por escrito: a) A partir do título, você imaginava que esse seria o assunto? Resposta pessoal. b) Você já vivenciou ou conhece alguém que já tenha passado por uma situação semelhante a essa? Resposta pessoal. c) Observe que há um trecho de jornal que antecipa o início da crônica. Agora, preencha o quadro abaixo:

Qual é a data de publicação? 12 de setembro de 2005

Onde foi publicado? Folhateen, encarte do Jornal Folha de São Paulo.

A que público se destina? Ao público jovem, adolescentes (teen, em inglês).

Qual o assunto abordado?

A participação mais intensa das meninas no futebol, esporte reconhecido como masculino.

Qual seria a função desse trecho

no início da crônica?

Os autores de crônicas buscam, muitas vezes, inspiração nas páginas dos jornais. Eles transformam fatos reais, curiosos, inusitados em textos literários.

d) Quais são as personagens envolvidas na história? Caracterize-as. Um jovem de 17 anos e uma moça de 16. e) Onde acontecem os fatos narrados? Na escola. f) Resuma, em poucas linhas, o assunto da crônica? Dois jovens que se conheceram na escola e iniciaram um namoro que foi interrompido pelo fato de que a adolescente interessou-se pelo esporte preferido do namorado: o futebol. g) Na crônica, o narrador pode ser narrador-observador (3ª pessoa) ou narrador-personagem (1ª pessoa). Qual narrador aparece em Namoro & Futebol? O narrador é observador - 3ª pessoa. h) Você acredita que esse fato, narrado de forma ficcional, poderia acontecer na vida real? Explique. Resposta pessoal. i) Sabendo, então, que a crônica não reproduz a realidade, mas é sim uma visão recriada dos fatos abordada de forma crítica, sensível, por vezes irônica e engraçada, responda:

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Que acontecimento real inspirou o

assunto da crônica?

A notícia de que as meninas estão praticando mais o futebol, desafiando os meninos e jogando muito bem.

Que situação inusitada essa

crônica nos apresenta?

O fato de que o casal de namorados que havia terminado o relacionamento por causa do futebol aba se reencontrando e se reconciliando durante uma partida do mesmo esporte. O que os aproximou foi um pênalti não marcado pela jovem.

Que ideias o autor pretende transmitir

Com esse texto? Resposta pessoal.

Que sentimentos ou emoções essa crônica

despertou em você? Resposta pessoal.

j) Qual a variedade linguística que o autor utilizou? Uma linguagem simples, mas de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.

Agora, leia a crônica “Perder, ganhar, viver”, de Carlos Drummond de Andrade:

Perder, Ganhar, Viver

Vi gente chorando na rua, quando o juiz apitou o final do jogo perdido; vi homens e

mulheres pisando com ódio os plásticos verde-amarelos que até minutos antes eram

sagrados; vi bêbados inconsoláveis que já não sabiam por que não achavam consolo na

bebida; vi rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de festejar qualquer

coisa, pois seus corações estavam programados para a alegria; vi o técnico incansável e

teimoso da Seleção xingado de bandido e queimado vivo sob a aparência de um boneco,

enquanto o jogador que errara muitas vezes ao chutar em gol era declarado o último dos

traidores da pátria; vi a notícia do suicida do Ceará e dos mortos do coração por motivo do

fracasso esportivo; vi a dor dissolvida em uísque escocês da classe média alta e o surdo

clamor de desespero dos pequeninos, pela mesma causa; vi o garotão mudar o gênero das

palavras, acusando a mina de pé-fria; vi a decepção controlada do presidente, que se

preparava, como torcedor número um do país, para viver o seu grande momento de euforia

pessoal e nacional, depois de curtir tantas desilusões de governo; vi os candidatos do partido

da situação aturdidos por um malogro que lhes roubava um trunfo poderoso para a

campanha eleitoral; vi as oposições divididas, unificadas na mesma perplexidade diante da

catástrofe que levará talvez o povo a se desencantar de tudo, inclusive das eleições; vi a

aflição dos produtores e vendedores de bandeirinhas, flâmulas e símbolos diversos do

esperado e exigido título de campeões do mundo pela quarta vez, e já agora destinados à

ironia do lixo; vi a tristeza dos varredores da limpeza pública e dos faxineiros de edifícios,

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removendo os destroços da esperança; vi tanta coisa, senti tanta coisa nas almas…

Chego à conclusão de que a derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto

não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da

vida. Tanto quanto a vitória estabelece o jogo dialético que constitui o próprio modo de

estar no mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante

de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, a languidez dos estados

pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuante. Perder implica remoção

de detritos: começar de novo.

Certamente, fizemos tudo para ganhar esta caprichosa Copa do Mundo. Mas será

suficiente fazer tudo, e exigir da sorte um resultado infalível? Não é mais sensato atribuir ao

acaso, ao imponderável, até mesmo ao absurdo, um poder de transformação das coisas,

capaz de anular os cálculos mais científicos? Se a Seleção fosse à Espanha, terra de castelos

míticos, apenas para pegar o caneco e trazê-lo na mala, como propriedade exclusiva e

inalienável do Brasil, que mérito haveria nisso? Na realidade, nós fomos lá pelo gosto do

incerto, do difícil, da fantasia e do risco, e não para recolher um objeto roubado. A verdade é

que não voltamos de mãos vazias porque não trouxemos a taça. Trouxemos alguma coisa

boa e palpável, conquista do espírito de competição. Suplantamos quatro seleções

igualmente ambiciosas e perdemos para a quinta. A Itália não tinha obrigação de perder

para o nosso gênio futebolístico. Em peleja de igual para igual, a sorte não nos contemplou.

Paciência, não vamos transformar em desastre nacional o que foi apenas uma experiência,

como tantas outras, da volubilidade das coisas.

Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos ou adquirimos, na

maioria das cabeças, o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de

possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos invencíveis. Também não somos

uns pobres diabos que jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com tendência a

evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na cabeça de Telê Santana e de seus jogadores,

reservas e reservas de reservas, como Roberto Dinamite, o viajante não utilizado, e dizer-

lhes, com esse gesto, o que em palavras seria enfático e meio bobo. Mas o gesto vale por

tudo, e bem o compreendemos em sua doçura solidária. Ora, o Telê! Ora, os atletas! Ora, a

sorte! A Copa do Mundo de 82 acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem o Brasil,

com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos.

E agora, amigos torcedores, que tal a gente começar a trabalhar, que o ano já está na

segunda metade? (Carlos Drummond de Andrade)

Fonte: Soares (2012)

Após a leitura, propor às seguintes questões:

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55 a) Qual o assunto principal apresentado nesta crônica?

O comportamento das pessoas após a derrota do Brasil na Copa do Mundo

b) Comente a escolha do título?

Pessoal.

c) Quais foram as consequências da tragédia relatada na crônica? Cite exemplos:

Tristeza geral da população brasileira.Pessoas chorando, outras embriagadas, perplexas, tristes, etc.

d) Quais personagens foram mais prejudicadas por este fato?

O técnico e os jogadores. Pode-se citar também o presidente depois de várias desilusões no seu mandato, os candidatos que procuravam se reeleger, os vendedores e varredores de rua, etc.

e) Explique o trecho “[...] vi rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de festejar qualquer coisa, pois seus corações estavam programados para a alegria;”:

Pessoal.

f) Há um verbo que aparece várias vezes no início da narrativa. Destaque o verbo e diga qual sua importância para a crônica?

O verbo ver. É muito importante pois a crônica pode ser narrada em 1ª pessoa (narrador-observador). Os autores procuram descrever os eventos relatados na crônica de acordo com a sua própria visão crítica dos fatos, muitas vezes através de frases dirigidas ao leitor, como se estivesse estabelecendo um diálogo.

g) Sabendo que a crônica narra de forma artística e pessoal fatos do cotidiano qual é o fato enfatizado nesta crônica?

A derrota do Brasil na Copa do Mundo de futebol.

h) Quando ocorreu este fato?

Na Copa de 1982.

i) Que análise o autor da crônica faz em relação à derrota?

Pretende mostrar que, em qualquer situação, não somos invencíveis e devemos aprender a lidar com a derrota e aprender com ela.

j) Na sua opinião todas essas reações são normais? Por quê? Isso acontece na vida real?

Pessoal.

k) Como você enfrenta a derrota em competições esportivas ou não?

Pessoal.

l) Para o autor o que vem depois de uma derrota?

Vem a lição de que devemos aprender com a derrota e que com ela trazemos algo muito mais importante que é o espírito de competição, uma experiência sobre as mudanças que ocorrem na vida.

m) Na sua opinião, esse texto leva o leitor a refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos? Por quê?

Pessoal.

n) O que o autor quis dizer com: “vi o garotão mudar o gênero das palavras, acusando a mina de pé-fria;

Mudou o gênero do adjetivo frio para designar a mina (menina torcedora) palavra que deveria concordar com pé, substantivo masculino, o substantivo pé-frio significa: pessoa que atrai o azar.

o) Qual a variedade linguística empregada pelo autor? Copie expressões do texto que ilustrem essa variedade:

Linguagem informal. Exemplos:gente, mina, pé-fria.

Análise as duas crônicas e complete o quadro abaixo:

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Elementos da narrativa: Namoro & Futebol Perder, ganhar, viver

Assunto principal

Dois jovens que se conheceram na escola e iniciaram um namoro que foi interrompido pelo fato de que a adolescente interessou-se pelo esporte preferido do namorado: o futebol.

A derrota do Brasil na Copa de 1982

Fato real que inspirou o autor

A notícia de que as meninas estão praticando mais o futebol, desafiando os meninos e jogando muito bem.

A derrota na Copa do Mundo de Futebol.

Situação inicial Dois jovens que se conheceram na escola e iniciaram um namoro.

A população brasileira perplexa com a derrota.

Personagens principais Um jovem de 17 anos e uma moça de 16

Narrador-personagem

Espaço (local) Na escola As ruas da cidade

Narrador (em 1ª ou 3ª pessoa) 3ª pessoa - narrador-observador

1ª pessoa - narrador-personagem

Tempo de duração dos fatos narrados

Presume que sejam alguns dias Presume-se que seja a hora subsequente ao jogo

Objetivo da crônica (divertir, emocionar, criticar, sensibilizar)

Divertir, emocionar Emocionar, sensibilizar

Desfecho (Como termina?)

Após o garoto defender um pênalti batido pela moça, eles se reconciliaram e agora estão firmes de novo.

Mostra que estamos apenas na metade do ano e que depois da derrota vem o aprendizado.

Variedade linguística Padrão Informal.

Observe o quadro abaixo no qual Coutinho (1997) aponta 4 tipos de crônicas:

Tipos de crônicas

Crônica narrativa: Tem por eixo uma história, o que a aproxima do conto.

Crônica metafísica: Apresenta reflexões sobre acontecimentos ou sobre os homens.

Crônica-poema

em prosa:

Seu conteúdo é lírico, um extravasamento da alma do cronista diante do espetáculo da vida, das paisagens ou de fatos significativos para ele.

Crônica comentário: Discorre sobre acontecimentos diários, fatos que ganham destaque na imprensa.

Agora, de acordo com o quadro acima, caracterize o tipo das crônicas lidas:

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Namoro & Futebol Crônica narrativa: tem por eixo uma história, o que a aproxima do conto.

Perder, ganhar, viver

Crônica metafísica: apresenta reflexões sobre acontecimentos ou sobre

os homens.

Produção de crônica:

Atenção: a tabela para a correção da crônica está no 6º momento.

Agora é a sua vez

de produzir

uma CRÔNICA !

a) Distribuir exemplares de jornais para os alunos e pedir para que eles procurem notícias interessantes que possam virar crônicas. Os alunos deverão recortá-las e colá-las em papel craft.

b) Montar um mural na sala de aula com todas as notícias encontradas.

c) Agora, inspire-se no mural ou em situações corriqueiras do dia-a-dia, e escreva uma crônica lembrando de todas as características presentes nesse gênero.

d) Com mínimo de 15 e máximo de 25 linhas.

e) Tenha em mente quem serão os possíveis leitores de seu texto.

f) Escreva com simplicidade, mas utilizando a variedade padrão da língua.

g) Pense nos objetivos que quer atingir com sua crônica, como: divertir o leitor, analisar comportamentos humanos, emocionar, criticar fatos da realidade, sensibilizar sobre a situação relatada na notícia, etc, para que possa envolver o leitor despertando nele o interesse para seguir a narrativa até o final.

h) Escolha o ponto de vista do narrador (em 1ª ou 3ª pessoa).

i) Escreva um final inusitado e surpreendente que possa fazer com que o leitor reflita e tire conclusões sobre o fato.

j) Faça um rascunho e só passe a limpo depois de revisar com atenção. Segue abaixo uma tabela de correção para o gênero crônica. Sugere-se que esta correção seja feita em duplas desta forma: um aluno lê o texto do outro e faz as marcações conforme as características do gênero indicadas na tabela. As tabelas, se possível, podem ser impressas para agilizar a correção.

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Tabela para correção do gênero CRÔNICA:

Sim Não Preciso melhorar

O texto narra um fato colhido no noticiário jornalístico ou em fatos corriqueiro do dia-a-dia?

O texto apresenta um narrador-observador ou um narrador-personagem?

No texto, há divisão em parágrafos?

O autor procura narrar com humor, sensibilidade, crítica e poesia sobre uma situação do cotidiano?

O texto faz o leitor refletir sobre a vida e os comportamentos humanos?

Os fatos são narrados sob a visão do cronista, de forma pessoal e subjetiva?

O texto é rico em detalhes e informações sobre a situação observada?

O autor emprega uma linguagem simples e direta, próxima do leitor?

A ortografia utilizada é adequada? (Se houver erros, marque no texto)

Artigo de Opinião Apresentação do gênero ARTIGO DE OPINIÃO:

Leitura do texto abaixo: ARTIGO - Copa do Mundo, vale? Publicado em 03/07/2013. Diana Oliveira

A Copa das Confederações trouxe duas boas notícias aos brasileiros e brasileiras: a cada vez melhor atuação da seleção brasileira e a reação da população a tudo que está posto no cenário político nacional e que não nos representa. Ainda que torcedores e manifestantes divirjam sobre a realização da Copa, o sentimento comum que envolve o cenário social da nação é de inconformidade com a corrupção, impunidade e deficiência em serviços básicos, num país com regime tributário tão pesado. Construir hospitais em vez de estádios resultará em obras - independentemente do objetivo - superfaturadas. É disso que estamos cansados. Há algumas observações que podem contribuir com esse relevante debate. Os recursos destinados à construção de estádios provêm, em boa parte, da linha de financiamento do BNDES. O corpo técnico do banco de fomento aprova ou rejeita a proposta para o crédito através de análise do modelo de negócio, que deve apresentar fluxo de receitas, originado pelo aproveitamento do estádio com realização de eventos: jogos, shows; aluguel de espaços comerciais e demais atividades multiuso. Em Porto Alegre, o Sport Club Internacional formou parceria estratégica privada, onde cede para exploração espaços VIPs, bares, lojas, restaurante e publicidade do estádio por período determinado, permanecendo com a bilheteria, receitas de transmissão e gestão dos seus sócios. A parceira deve gerar receita suficiente com os ativos que explora para retornar ao BNDES e aos seus próprios investidores o recurso tomado. A maior interrogação popular nos projetos dos estádios é a relação estabelecida entre receitas e despesas, investimentos e manutenção desses grandes equipamentos urbanos. Como vai rodar o modelo comercial? Quais são as receitas projetadas, com que atividades e em quanto tempo o projeto se paga? Cabe aos responsáveis indicar o formato de operação que confirme as mesmas projeções de mercado que viabilizaram a tomada de recurso no BNDES. É válido salientar o potencial brasileiro para o mercado de futebol e as boas referências obtidas na Alemanha, que dobrou sua média de público na liga nacional depois da Copa de 2006. Tanto foi

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positivo o legado que a final da Champions League 2013 foi protagonizada por duas equipes alemãs. Não por acaso, em sete anos o mercado aqueceu, estádios confortáveis e com funções múltiplas atraíram mais público, clubes montaram boas equipes, e veio o resultado. Por que não podemos captar essas mesmas oportunidades? E na Alemanha os estádios também terminaram custando mais que o previsto. A diferença está na correta responsabilização dos representantes. O benefício de conhecimento vai além de nossas fronteiras regionais. Se por um lado os projetistas de um vultoso local de reunião de público, com alto padrão em conforto e segurança, são de Porto Alegre, e a estrutura metálica, item que representa 30% da intervenção no Beira-Rio, vem da Serra Gaúcha, por outro lado temos paulistas e mineiros dentre os principais gestores da obra, e a gerenciadora contratada pelo Internacional para acompanhar o desenvolvimento da obra é de Curitiba. Nenhuma das ponderações aqui citadas pretende superar angústias sociais que perduram por anos e anos, nas filas dos postos de saúde ou no caos da mobilidade urbana. Pois não devemos escolher entre alternativas de desenvolvimento socioeconômico e saneamento básico. Merecemos os dois. Por isso, averiguar com o poder público antes, durante e depois da Copa quais os caminhos de sucesso projetados para as arenas é tão importante quanto cobrar melhores condições do ensino fundamental. OLIVEIRA, Diana. Copa do Mundo, vale? Gazeta do Povo, Curitiba, 3 jul. 2013. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1387532&tit=Copa-do-Mundo-vale>. Acesso em 6 nov. 2013.

Conversa sobre o texto:

a) Qual é o suporte de publicação desse texto?

Jornal A Gazeta do Povo

b) Quem é o autor (a)?

Diana Oliveira

c) Além do nome do autor, há mais alguma informação sobre ele (a)? Quais?

Sim, é segunda vice-presidente do Sport Club Internacional, de Porto Alegre.

d) Quem poderia se interessar por esse texto? Por quê?

Interessados em futebol e Copa do Mundo, por praticarem, terem gosto ou envolvimento no futebol, população em geral.

e) Qual é a finalidade desse texto?

Informar, criticar.

f) Você saberia identificar a que gênero pertence esse texto?

Pessoal.

g) Onde costumam ser publicados esses textos?

Jornais e revistas.

h) Qual o assunto do texto? Está sendo discutida uma questão polêmica? Por quê?

Os investimentos para a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil que deixaram a população contente e ao mesmo

tempo indignada. Sim, é uma questão muito polêmica porque são muitos os gastos com a estrutura, estádios, etc, e que cabe

aos clubes dar uma parte desse retorno financeiro para sanar essas dívidas.

i) O que você achou do título? Tem a ver com o texto? Explique?

Pessoal.

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j) O autor utiliza-se de argumentos para defender o que pensa? Cite alguns:

Sim, ela dia que “Em Porto Alegre, o Sport Club Internacional formou parceria estratégica privada, onde cede para

exploração espaços VIPs, bares, lojas, restaurante e publicidade do estádio por período determinado, permanecendo com a

bilheteria, receitas de transmissão e gestão dos seus sócios. A parceira deve gerar receita suficiente com os ativos que

explora para retornar ao BNDES e aos seus próprios investidores o recurso tomado”.

Oficial! A Copa do Mundo é nossa

Comitê Executivo da Fifa anuncia o Brasil como sede do Mundial de 2014

A Copa do Mundo é nossa! Depois de mais de cinco décadas de espera, o Comitê Executivo da Fifa confirmou nesta

terça-feira, na sede da organização, em Zurique, na Suíça, o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014.

Após confirmar a Alemanha como sede do Mundial Feminino de 2011, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, fez o tão

aguardado anúncio abrindo o envelope com o resultado da votação por volta de 12h36m (de Brasília). Todos os 20 membros

do Comitê Executivo da Fifa votaram a favor da candidatura do Brasil. O país que produziu os melhores jogadores do planeta,

que tem cinco títulos mundiais, terá o direito, mas também a responsabilidade, de sediar a Copa em 2014 - disse Joseph

Blatter, que salientou em seu discurso que o fato de a Colômbia ter desistido da candidatura à Copa de 2014 não facilitou a

escolha do Brasil como sede da competição.

O dirigente suíço também fez questão de elogiar a irreverente apresentação da comitiva brasileira, que aconteceu cerca de

três horas antes do anúncio oficial. A delegação brasileira foi composta, entre outras personalidades, pelo presidente da

República, Luiz Inácio Lula da Silva, o craque Romário e até o escritor Paulo Coelho [...].

Após receber a taça da Copa do Mundo das mãos de Blatter, Lula assegurou ao presidente da FIFA que o Brasil

estará, de hoje até 2014, se preparando para realizar uma das maiores Copas do Mundo da história. - O mundo terá a

oportunidade de ver o que o povo brasileiro é capaz de fazer. O futebol para nós, brasileiros, não é apenas um esporte, mas

uma verdadeira paixão.

GLOBO ESPORTE. Oficial! A Copa do Mundo é nossa. Comitê Executivo da Fifa anuncia o Brasil como sede do Mundial de 2014. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Campeonatos/0,,MUL163196-9790,00.html>. Acesso em 15 out. 2013.

Professor (a): Explique aos alunos que o artigo de opinião

costuma circular em revistas e principalmente nos jornais, e que, normalmente, é escrito por

especialistas que tomam uma posição sobre uma questão polêmica e a defendem com vários

argumentos.

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Atividade 1

Agora, leia atentamente a notícia que segue:

Agora responda:

a) Onde este texto está publicado?

Site do Globo Esporte

b) Qual é o assunto?

A escolha do Brasil como país sede da Copa do Mundo de 2014.

c) Quem se interessaria por essa notícia?

Público interessado em futebol e nos esportes em geral.

d) Qual o objetivo do texto?

Informar sobre a escolha do Brasil como sede da Copa de 2014.

e) Qual foi a sua reação quando soube que o Brasil seria a sede da Copa do Mundo de 2014?

Pessoal.

f) Você lembra de como foi a reação da população brasileira na época dessa notícia?

Pessoal.

g) Para você, quais são os pontos positivos e negativos de sediar uma Copa do Mundo de Futebol?

Pessoal.

Atividade 2

Inicialmente os alunos farão uma leitura silenciosa do texto com o objetivo de grifar as

palavras desconhecidas. Em seguida distribua dicionários para que eles possam elaborar um

vocabulário individual em seu caderno. Depois, leia o texto para a turma:

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A Copa do Mundo no Brasil: qual o legado provável?

Por Marcelo Weishaupt Proni2

Quando o Brasil sediou a Copa, em 1950, não havia essa preocupação com legado,

nem com os impactos econômicos dos gastos necessários para organizar o torneio. A

construção do Maracanã, projeto gigantesco, certamente aumentou a demanda de material

de construção, implicou em geração de empregos, contribuiu para a urbanização daquela

região da cidade e ajudou a dinamizar momentaneamente a economia da Capital federal.

Talvez o dinheiro gasto pelo governo na construção do Estádio Municipal (renomeado

“Jornalista Mário Filho” em 1966) pudesse ter sido utilizado de outra forma - como afirmavam

políticos de oposição -, mas a população carioca acabou legitimando a decisão de investir

numa obra que encheu de orgulho a nação.

Não foi preciso construir ou ampliar outros estádios. Em São Paulo, já havia o

Pacaembu; em Belo Horizonte, o Independência. Também foram usados: o estádio dos

Eucaliptos em Porto Alegre, a Vila Capanema em Curitiba e a Ilha do Retiro no Recife (mas, a

desistência de 3 seleções diminuiu o número de jogos). O Morumbi, o Mineirão e outros

grandes estádios foram construídos bem depois.

Em 1950, estima-se que a população do Rio passava de 2,3 milhões de pessoas. O

novo estádio, projetado para mais de 160 mil pagantes, tinha capacidade de receber todo tipo

de público. Os torcedores ficavam divididos em torno do campo em 4 categorias principais:

camarote, cadeira, arquibancada e geral. Um jogo de futebol no domingo à tarde era, como

diria Nelson Rodrigues, uma festa “democrática”.

O maior legado da Copa de 1950 foi, sem dúvida, no campo esportivo. Em especial, o

Maracanã se tornou o principal palco do futebol brasileiro e ampliou a arrecadação com

bilheteria para os grandes clubes cariocas. De quebra, mostrou ao mundo a capacidade de

engenharia do País e se tornou cartão postal da cidade maravilhosa. Provavelmente, o

torneio ajudou a atrair turistas estrangeiros.

Naquela época, não havia caderno de encargos e a Fifa era mais flexível (o próprio

Maracanã não estava totalmente pronto, durante a Copa). O futebol era considerado um

espetáculo popular, mas ainda não tinha entrado na fase da televisão e do marketing.

Na era da globalização, a Copa do Mundo se transformou num megaevento transmitido

ao vivo para centenas de milhões de telespectadores, exigindo uma organização de alta

complexidade e propiciando uma diversificada fonte de receitas. Os contratos de

exclusividade assinados pela Fifa passaram a requerer uma série de garantias. Desde 1990,

o país escolhido para sediar o torneio teve de demonstrar que é capaz de oferecer perfeitas

condições de trabalho para a imprensa e de treinamento para as delegações, além de

2 Marcelo Weishaupt Proni é economista formado pela Unicamp, mestre em Ciências Econômicas e doutor em

Educação Física, também pela Unicamp. Atualmente, é diretor associado do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit). Autor do livro A Metamorfose do Futebol e de vários artigos sobre economia do esporte. É torcedor do Botafogo de Ribeirão Preto. Disponível em: <http://www.jubileusul.org.br/nota/783>. Acesso em 6 nov. 2013.

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oferecer estádios seguros e confortáveis para os torcedores e plenas condições para o

transporte e hospedagem dos turistas vindos de todas as partes do globo.

A preocupação com legado e com os impactos econômicos derivados da realização de uma

edição da Copa do Mundo é relativamente recente. Principalmente no caso de países em

desenvolvimento, como a África do Sul e o Brasil, que apresentam infraestrutura insuficiente e

precisam mobilizar elevados recursos para atender as exigências da Fifa. Tornou-se

necessário legitimar o enorme gasto público necessário com a promessa de que a realização

do torneio traz uma série de benefícios para a sociedade em geral.

Contudo, estudos efetuados posteriormente às Copas da Alemanha (2006) e da África

do Sul (2010) indicam que os efeitos positivos para a economia nacional foram insignificantes,

seja em relação ao crescimento do PIB ou à geração de empregos, e que mesmo o setor de

turismo teve ganhos muito aquém dos projetados antes do torneio. As avaliações referentes à

Copa de 2010 evidenciam certos efeitos negativos, em particular a ociosidade dos estádios

(“elefantes brancos”) e os benefícios concentrados na classe média, em detrimento de gastos

na área social que poderiam beneficiar a população mais pobre.

Por outro lado, a prestação de contas da Fifa e dos comitês organizadores locais

demonstra claramente que a Copa do Mundo é um negócio bastante lucrativo. Aliás, há várias

empresas (e empresários) que ganham muito com o megaevento.

As projeções oficiais sobre os impactos econômicos da Copa de 2014 são bastante

otimistas e procuram realçar o potencial máximo de ganhos que poderiam decorrer da

efetivação dos gastos previstos para a preparação da infraestrutura urbana nas 12 cidades

sede e para a construção ou reforma de estádios, assim como dos gastos referentes aos

turistas estrangeiros durante o megaevento. Porém, a literatura internacional vem

demonstrando que os resultados efetivos da realização de uma edição da Copa, pelo menos

do ponto de vista econômico, costumam ser bem mais modestos e beneficiar apenas alguns

segmentos privilegiados.

É preciso mencionar que o torneio estabeleceu um cronograma para várias melhorias

na área de transporte aéreo e urbano, mas muitas obras estão atrasadas e com o custo

inflacionado. Embora exista uma expectativa justificável de que a Copa estimule o setor

turismo no País, é provável que seus principais legados não sejam na área econômica.

Olhando do ponto de vista esportivo, tudo indica que a Copa vai ser um marco na

história do futebol brasileiro, mais um passo na transição para um estágio mais avançado de

organização empresarial. O futebol mudou bastante nas últimas décadas, tanto dentro como

fora dos gramados. As novas arenas multiuso - o legado mais palpável - expressam a

preferência por um tipo distinto de torcida.

Atualmente, o Rio tem mais de 6,3 milhões de habitantes, mas a capacidade de público

do Maracanã encolheu para menos de 80 mil pessoas, todas sentadas em cadeiras

numeradas. Em São Paulo, o Pacaembu está ficando obsoleto, ao passo que as novas

arenas (Corinthians, Palestra) e o Morumbi reformado vão privilegiar um tipo de público mais

exigente e comportado. Em compensação, por enquanto, os principais jogos ainda são

transmitidos pela televisão aberta, dando a sensação de acesso democrático ao espetáculo.

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Entretanto, o caríssimo orçamento das arenas projetadas para a Copa tem colocado

em questão a necessidade de tais investimentos e a consequência das dívidas assumidas.

Por exemplo, é difícil explicar a decisão do governo do Distrito Federal de gastar R$ 1,2

bilhão na reforma e ampliação do estádio Mané Garrincha, agora com capacidade para 70 mil

espectadores. Têm sido realizados seminários para discutir a sustentabilidade econômica

dessas arenas multiuso, mas há muita desconfiança em relação à ociosidade de estádios

onde o futebol ainda não entrou na era empresarial, caso da Arena Pantanal, da Arena das

Dunas, da Arena da Amazônia e do próprio Estádio Nacional. Estes projetos estão sendo

financiados pelo BNDES, mas os governos estaduais é que vão pagar os empréstimos para

viabilizar negócios privados.

Em suma, na nova etapa do futebol brasileiro, os três níveis de governo continuam sendo

solicitados para apoiar a modernização da infraestrutura, para uma atividade que é cada vez

mais dominada pela lógica econômica. Prevalecendo a racionalidade do mercado, o preço

médio dos ingressos provavelmente vai aumentar, o que pode excluir definitivamente os

torcedores de baixa renda. Inclusive, há quem defenda essa medida como estratégia para

combater a violência entre torcedores. Ainda assim, alguns governos estaduais terão de

custear a manutenção das arenas construídas e o governo federal será pressionado a

renegociar as dívidas dos grandes clubes nacionais.

O futebol vai continuar sendo uma paixão nacional, elemento da nossa identidade

coletiva, mas a Copa vai intensificar o processo de privatização do espetáculo, tendência que

parece ser irreversível.

Atividade 3

Agora, conforme as informações presentes no artigo acima, complete o quadro abaixo:

Suporte de publicação do artigo Jubileusul.org.br

Título A Copa do Mundo no Brasil: qual o legado provável?

Quem assina o texto? Marcelo Weishaupt Proni

Além do nome do autor, há mais informações sobre ele? Quais?

Sim, é economista formado pela Unicamp, mestre em Ciências Econômicas e doutor em Educação Física, também pela Unicamp. Atualmente é diretor associado de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit). Autor do livro A Metamorfose e do Futebol e de vários artigos sobre o esporte. É torcedor do Bota Fogo de Ribeirão Preto.

Qual é o assunto do texto?

Você considera esse assunto polêmico? Por quê?

Pessoal.

Quem seriam os possíveis leitores desse texto?

Apreciadores do futebol e do esporte, população em geral.

Este artigo relaciona-se com a notícia analisada acima? Como?

Sim, pois ambos falam sobre a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, mas sob pontos de vista diferentes.

Como o autor introduz o assunto que será abordado no texto?

Inicialmente o autor nos faz um breve relato sobre a organização da Copa do Mundo no Brasil em 1950.

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O autor apresenta dois momentos distintos de Copa do Mundo no Brasil. Quais são eles?

Em 1950 quando a FIFA era mais flexível quanto à organização da Copa não havendo tanta cobrança. E o momento atual quando a Copa se transformou num megaevento exigindo uma organização de alta complexidade.

Resuma como foi o 1º momento

Não havia preocupação com o legado nem com os impactos econômicos dos gastos necessários para organizar o torneio. A construção do Maracanã, projeto gigantesco, aumentou a demanda de materiais de construção, implicou em geração de empregos, contribuiu para a urbanização daquela região da cidade e ajudou a dinamizar momentaneamente a economia da Capital Federal. Provavelmente, o torneio ajudou a atrair turistas estrangeiros. Naquela época não havia cadernos de encargos, e a FIFA era mais flexível (O próprio Maracanã não estava totalmente pronto, durante a Copa). O futebol era considerado um espetáculo popular, mas ainda não tinha entrado na fase da televisão e do marketing.

Resuma como está sendo o 2º momento

Na era da Globalização, a Copa do Mundo se transformou num megaevento transmitido ao vivo para centenas de milhões de telespectadores, exigindo uma organização de alta complexidade, e propiciando uma diversificada fonte de receitas. Os contratos de exclusividade assinados pela FIFA passaram a requerer uma série de garantias.

Que mudanças ocorreram, a partir de 1990, para que um país pudesse se tornar sede de Copa do mundo?

Desde 1990, o país escolhido para sediar o torneio teve que demonstrar que é capaz de oferecer perfeitas condições de trabalho para a imprensa e de treinamento para as delegações, além de oferecer estádios seguros e confortáveis para os torcedores e plenas condições para o transporte e hospedagem dos turistas vindos de todas as partes do globo.

Que críticas o autor faz com relação às exigências da FIFA?

Que demonstra claramente que a Copa do Mundo é um negócio bastante lucrativo. E que este mesmo lucro é para poucos.

Quais são os argumentos favoráveis do autor sobre a realização da Copa no Brasil?

As projeções oficiais sobre os impactos econômicos são bastante otimistas e procuram realçar o potencial máximo de ganhos que poderiam decorrer da efetivação dos gastos com a preparação da infraestrutura urbana nas 12 cidades sede; os lucros com os turistas estrangeiro.

E quais são os argumentos contrários do autor?

O caríssimo orçamento das arenas projetadas para a Copa e a consequência das dívidas assumidas; a ociosidade de alguns estádios depois da Copa; os preços altos dos ingressos podem excluir os torcedores de baixa renda.

Na sua opinião ele defende qual ponto de vista? Por quê?

Pessoal.

Para introduzir uma ideia ou argumento, o autor utiliza-se de palavras ou expressões chamadas de elementos articuladores. Procure identificar alguns desses elementos no texto:

Quando, naquela época, contudo, por outro lado, atualmente, entretanto, em suma...

Qual o objetivo deste artigo? Opinar sobre a organização necessária para se realizar uma Copa do Mundo de Futebol criticando alguns pontos importantes que acabam prejudicando o país sede.

E qual seria o objetivo da notícia analisada anteriormente?

Anuncia de maneira festiva a escolha do Brasil como país sede da Copa de 2014.

O autor apresenta dados históricos-culturais no seu artigo? Quais?

Sim, sobre a estrutura e organização da Copa do Mundo no Brasil em 1950.

Qual é a conclusão final do autor? Que o futebol vai continuar sendo uma paixão nacional, elemento da nossa identidade coletiva, mas a Copa vai intensificar o processo de privatização do espetáculo,

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tendência que parece ser irreversível.

E, para você, qual a importância desse evento para o país?

Pessoal.

Na sua opinião, qual o legado que a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 deixará para os brasileiros?

Pessoal.

Atividade 4

Aponte três assuntos que estejam circulando na TV, rádio, internet, jornais, revistas que sejam

polêmicos e que possam ser discutidos em sala de aula:

a) __________________________________________________________________________________

b) _________________________________________________________________________________

c) __________________________________________________________________________________

Atividade 5

Escolha um dos assuntos citados acima e escreva um pequeno texto de opinião. Procure iniciar o texto

apresentando rapidamente o assunto, depois escreva os argumentos favoráveis ou contrários à

questão e, para finalizar conclua o seu texto com uma possível solução para a polêmica. Coloque um

título.

_________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Atividade 6

Passe no quadro ou imprima o quadro abaixo que é uma sugestão de esquema sobre a estrutura do

artigo de opinião.

Estrutura do artigo de opinião

Título : interessante e criativo e que chame a atenção do leitor para que ele faça a leitura do texto na íntegra.

Introdução : o autor deve apresentar o assunto ou o fato que provocou o surgimento da questão polêmica

Desenvolvimento :

* nesta sequência o autor deve trazer os argumentos que são contrários aos fatos;

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* depois pode-se colocar os argumentos favoráveis à questão;

* é importante apresentar diferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto como: fala de diferentes autoridades (qualquer cidadão que tenha opinião formada sobre o assunto), exemplos de acontecimentos, estatísticas, dados históricos-culturais, leis ou projetos de lei, causas e conseqüências.

Ainda no desenvolvimento o autor inicia uma tomada de decisão em relação à questão polêmica apresentando seus argumentos.

Conclusão : o autor finaliza o texto reafirmando a sua posição; em alguns casos pode-se colocar uma possível solução para a questão apresentada.

Existem alguns elementos articuladores que nos auxiliam na produção de um artigo de

opinião. Veja alguns exemplos na tabela abaixo:

Elementos articuladores

Uso Expressões

Tomada de posição Do meu ponto de vista / na minha opinião / Pensamos que / pessoalmente acho

Indicação de incerteza Sem dúvida / está claro que / com certeza / É indiscutível

Indicação de probabilidade Provavelmente / me parece que / ao que tudo indica / é possível que

Relação de causa e consequência Porque / pois / então / logo / portanto / consequentemente

Acréscimo de argumentos Além disso / também / ademais

Indicação de restrição Mas / porém / todavia / contudo / entretanto / apesar de / não obstante

Organização geral do texto Inicialmente / primeiramente / em segundo lugar / por um lado / por outro lado / por fim

Introdução de conclusão Assim / finalmente / para finalizar / concluindo / enfim / em resumo

Fonte: Gagliardi e Amaral (2008)

Professor (a):

Explique para os alunos que existem alguns

elementos articuladores que podem auxiliá-los

na produção do artigo de opinião. Proponha o

uso da tabela abaixo!

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Produção de artigo de opinião:

Seguindo as instruções dos quadros acima, escreva um artigo de opinião, que contemple a seguinte proposta:

Que fazer para a Copa do Mundo de 2014 beneficiar o Brasil?

Desde 2007, quando a FIFA anunciou o Brasil como sede oficial da Copa do Mundo de 2014, a polêmica começou: estamos preparados para sediar um evento mundial desse porte? Será que tanto investimento valerá a pena? Mesmo diante das controvérsias, o brasileiro tem acompanhado com ansiedade os preparativos para essa grande festa do esporte que acontecerá daqui a três anos: construção e reforma de estádios, obras de infraestrutura... Apesar de muita gente ser contra a Copa no Brasil, esse é um fato já decidido. Assim, o necessário agora é descobrir a melhor forma de fazer a Copa do Mundo de 2014 ser proveitosa para a economia e a sociedade brasileira. Por isso, queremos saber sua opinião para a seguinte questão: Vale a pena o Brasil sediar a Copa de 2014?

As informações que seguem servem de apoio para a sua escrita, primeiro leia esse material, complete o quadro abaixo e só depois produza o seu artigo de opinião:

Prós e contras sobre a realização da Copa no Brasil:

Sim Estima-se que o governo irá investir mais de 20 bilhões de reais em infraestrutura para receber a Copa de 2014. Somando os recursos diretos ou indiretos da iniciativa privada, o total deve chegar a 183 bilhões de reais. O dinheiro será distribuído em áreas como transportes, segurança e cultura, para que habitantes e turistas convivam em cidades mais confortáveis e funcionais. O Brasil passará a ter 12 estádios modernos, equiparáveis aos melhores do mundo, com mais comodidade e segurança para os torcedores. Na Alemanha, após a Copa de 2006,

Eu tenho argumentos, logo... sou um

cidadão consciente! Que tal colocar em

prática o que você aprendeu até aqui

escrevendo um ARTIGO DE OPINIÃO?

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a frequência média nos estádios subiu para 90% da lotação. E as arenas poderão atrair eventos como shows internacionais a estados como Mato Grosso, geralmente fora desse circuito. Pelo menos 600 mil estrangeiros devem visitar o país, número que pode ser ainda maior considerando as facilidades que nossos vizinhos sul-americanos têm para entrar aqui. Além disso, o fluxo de turismo nacional deve mover mais de 3 milhões de brasileiros. Quanto mais turistas, mais dinheiro entra para os cofres públicos na forma de impostos. A previsão é que mais de 700 mil postos de trabalho sejam gerados, cerca de 330 mil empregos permanentes. Já há programas de capacitação de profissionais para atuar em várias áreas, da construção civil à hotelaria. O aquecimento da economia deverá impactar nosso Produto Interno Bruto (PIB) até 2014. No ano da Copa, o evento deve gerar cerca de 2% das receitas nacionais. Não Temos um histórico de obras superfaturadas. A Vila do Pan-Americano do Rio, por exemplo, foi superfaturada em 1,8 milhão de reais, segundo relatório de 2009. Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), já foi acusado pelo Ministério Público de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. E ele também preside o Comitê Organizador da Copa de 2014. Ocupando a 73ª posição mundial no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e com quase 10% da população analfabeta, o Brasil poderia usar os 20 bilhões de reais a ser investidos na Copa para solucionar demandas mais urgentes, em áreas como educação e saúde pública. Com esse montante, seria possível, por exemplo, construir mais de 400 hospitais-escolas. Ainda há dúvidas sobre a capacidade do país de oferecer segurança aos turistas, aos atletas e à própria população. Os embates entre policiais e traficantes no Rio em novembro tiveram ampla repercussão negativa. Caso o país não seja capaz de garantir tempos de paz nas cidades-sedes, poderá queimar sua imagem no exterior e até perder o direito de realizar a Olimpíada de 2016. O enorme fluxo turístico poderá provocar um caos aéreo. Segundo a Infraero, das obras em 13 aeroportos considerados estratégicos para a Copa, seis não estarão concluídas até lá. Embora a estatal garanta que será possível atender à demanda, um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da USP, diz que voos atrasados ou cancelados poderão chegar a 43,9% em 2013. Fontes: Celso Unzelte, jornalista, pesquisador e apresentador do programa Loucos por Futebol (ESPN); Roberto Assaf, escritor e colunista do LANCE!; Ministério do Turismo; Ministério do Esporte; Comitê Organizador da Copa de 2014; Infraero; PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2010.

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Agora preencha o quadro com informações do texto acima: Vale a pena o Brasil sediar a Copa de 2014?

Sim Não

Agora, que tal, produzir o seu artigo de opinião?

Abaixo segue a tabela para a correção do gênero artigo de opinião. Sugere-se que esta

correção seja feita em duplas desta forma: um aluno lê o texto do outro e faz as marcações

conforme as características do gênero indicadas na tabela. As tabelas, se possível, podem

ser impressas para agilizar a correção.

Tabela para correção do gênero ARTIGO DE OPINIÃO:

Sim Não Preciso melhorar

O texto apresenta a opinião do autor?

O texto apresenta um assunto polêmico?

O autor apresenta vários argumentos para fundamentar a opinião expressa?

No texto, há divisão em parágrafos?

O autor apresenta vozes de outras pessoas no artigo para fundamentar seu texto?

No desenvolvimento do texto aparecem exemplos de situações, dados estatísticos ou históricos, falas de diferentes autoridades que possam fundamentar a ideia do autor?

O autor utiliza a variedade culta formal da língua? (Se houver erros, marque no texto)

O autor utilizou elementos articuladores, como os apresentados pela professora?

A conclusão é coerente com a ideia e os argumentos apresentados pelo autor?

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Espaço

Professor (a): Agora que já conhecemos um pouco mais

sobre os gêneros jornalísticos, você terá, na sequência, sugestões de atividades com

outros gêneros que podem ser incluídos no seu jornal escolar. Eles estão no

Espaço Criativo. Veja:

Produção de charges sobre a Copa do Mundo:

Leia a charge:

Figura 10

Fonte: Blog Caouivador (2013)

a) Que tipo de texto é este? b) O que sugere a imagem? b) Qual o assunto do texto? b) Assim como as tirinhas, a charge se diferencia dos quadrinhos pelo aspecto irônico e crítico diante de fatos da sociedade. De que forma isso fica evidente nesta charge? c) Você achou a charge engraçada? Por quê? d) Identifique uma expressão futebolística comumente usada neste meio. O que ela significa? e) Qual a intenção do autor ao utilizar esta expressão? e) O futebol nos apresenta uma série de expressões que podem ser relacionadas com situações diversas do cotidiano. Escolha uma das expressões sugeridas abaixo, ou outra que você conheça e que faça parte do universo do futebol, e produza uma charge. Observe que a charge pode ter: frases curtas, linguagem informal, onomatopeias, ironia, crítica e humor.

Sugestões: “estava na banheira”,”frango”, “cama de gato”, “cavou uma falta”, “jogo de comadre”, “ninho da coruja”, “perna-de-pau”, “freguês”, “pipoqueiro”, “ deu um carrinho”, etc. Fonte: Glossário. Folha de São Paulo (2013). Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/especial/2013/brasilterradofutebol/glossario/x.shtml> Acesso em 1 jul. 2013.

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Produção de anúncios classificados:

Leia os anúncios classificados que seguem:

CURSO DE MENTIRA Ensino você a dizer “Não fui eu” E “Não sei” de várias maneiras.

VENDE-SE

Vendo metade de um par de pé-de-pato para quem for “pato” de comprar.

Fonte: NANI. O outro jornal do menininho. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Estes classificados pertencem ao autor Nani que é escritor, cartunista, humorista e redator de programas de TV escreveu anúncios classificados em seu Livro “O outro jornal do menininho”.

Agora, faça como o autor, invente anúncios classificados engraçados:

Produção de Horóscopos Divertidos:

Horóscopo, conforme o dicionário Aurélio, é um prognóstico sobre a vida duma pessoa, tirado, segundo os astrólogos, da situação de certos astros na hora do nascimento dela. Leia o horóscopo abaixo, do livro “O outro jornal do menininho”, do autor Nani:

Horóscopo Vegetariano

QUEM ERA DE ÁRIES AGORA É: CHUCHU (21 de março a 20 de abril)

Sua vida não tem muito gosto

Mas tem uma vantagem Quando está se sentindo feiozinho Todos te acham um chuchuzinho.

Fonte: NANI. O outro jornal do menininho. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Agora, invente um horóscopo criativo. Escreva outros signos, alterando o ser em questão que pode ser animal, planta, objetos, etc. Relate fatos do cotidiano desse ser, assim como características e comportamentos. Ilustre os signos!

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4º Momento: - Expressão do jornal: Que cara terá o seu jornal?

Professor (a) Agora é a hora de conversar com

os alunos sobre a produção do jornal na escola para definir qual é a cara do jornal e quais serão os

assuntos que mais interessam a comunidade escolar e, é claro a eles mesmos, os produtores do

jornal!

Produção de poesia a partir de notícias de jornal: Leia o poema abaixo: Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e moravano morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

(Manuel Bandeira) Fonte: BANDEIRA, Manuel. Libertinagem & Estrela da Manhã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. Observe que este poema segue a estrutura básica da notícia: o quê?, quem?, quando?, onde?, como?. Escolha uma notícia de jornal e transforme-a em poesia.

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Questões a serem discutidas com os alunos: a) Como será esse jornal escolar?

b) Quais assuntos vocês consideram interessantes para serem publicados?

c) Quem serão os possíveis leitores do jornal?

d) Que temas irão chamar a atenção do público-alvo?

e) Além dos gêneros estudados que outros poderiam ser incluídos?

f) Que assuntos atuais poderiam servir de pauta para o jornal?

g) Será um jornal temático ou jornal de variedades?

h) Qual será a periodicidade do jornal? Mensal, bimestral, anual?

i) Será veiculado informações para a família?

j) Pode-se publicar informações sobre eventos, campeonatos, festas da escola?

k) Vocês consideram importante publicar textos literários do alunos como poesia, desenho, charge, opinião, história em quadrinhos, textos em prosa, etc?

Depois dessa enriquecedora conversa sobre as características do jornal escolar que será produzido na escola está na hora de escolher um nome que represente a categoria de jornal:

a) Peça para que os alunos sugiram nomes.

b) Escreva no quadro os nomes sugeridos para que seja feita uma votação na turma para que a escolha do nome seja democrática.

c) Após essa decisão sugira aos alunos (voluntários) que façam uma arte para o nome do jornal, desenhando ou usando os recursos do computador.

Professor (a): Lembre-se que um jornal escolar não é uma imitação de um jornal de massa, é, sim, uma produção original

dos alunos que resulta de um processo de ensinoaprendizagem mediado pelo docente. O aluno produz mídia testando e ampliando os limites do seu

conhecimento sempre com a ajuda do professor.

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Sugestões:

- Dividir a turma em equipes.

- Cada equipe deve reunir alunos que, em função dos seus talentos particulares, consigam realizar as principais funções como as que nós vamos observar no quadro que aparece na sequência.

- Poderão aparecer outras funções de acordo com as necessidades da turma.

- Um dos objetivos deste projeto é incentivar e alimentar a expressão dos adolescentes em processos que permitam o desenvolvimento das competências leitoras e escritoras, então será permitido que potenciais singulares dos alunos sejam colocados em prática possibilitando a escolha de outros gêneros textuais que não tenham sido estudados anteriormente.

Função Tarefa Características

Editor Coordena a equipe, direciona as tarefas, auxilia na decisão da escolha das matérias.

Espírito de liderança, responsabilidade, organização, desenvoltura e senso crítico.

Repórter Pesquisa, entrevista e escreve as matérias. Curioso, que goste de investigar, conversar e escrever.

Redator Lê as matérias feitas pelos repórteres, faz correções e alterações.

Observador, tenha senso crítico, tenha bom conhecimento da língua portuguesa.

Fotógrafo Auxilia o repórter fotografando situações, pessoas relativas à matéria.

Que possua máquina fotográfica, senso crítico, gosto por registrar imagens.

Ilustrador Produz charges e HQs, ilustra matérias. Gosto e talento para o desenho, senso crítico, observador.

Diagramador Elabora o jornal distribuindo os textos depois de finalizados. É responsável pelo aspecto visual do jornal.

Conhecimento em tecnologia, programas e seus recursos.

Cronista

Entrevistador

Articulista

Leitor

Repórter

Produz matérias e textos de acordo com o gênero proposto.

Goste de escrever, tenha facilidade na escrita dosgêneros estudados e outros, tenha senso crítico e criatividade.

Legal ! Agora é a hora de dividir a turma em equipes para iniciar o trabalho de

produção do jornal. Ei, você aí, qual é o seu talento?

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5º Momento: - Definição de pauta

Reunião de pauta:

- A pauta, assuntos escolhidos para serem publicados no jornal, deverá ser definida de

acordo com o público-alvo, o estilo do jornal e os fatos que expressem a necessidade de

serem discutidos naquele momento.

- É importante acompanhar os jornais diários para saber que assuntos estão ganhando

destaque no momento.

- A consulta aos leitores também é muito importante, pode-se fazer uma rápida pesquisa para

saber o que eles pensam, o que sentem e o que gostariam de ler no jornal.

- Uma questão importante é com relação ao tempo que um jornal escolar demora para ser

publicado devido às várias fases de elaboração. Assim, deve-se ter muito cuidado para que a

notícia não se torne obsoleta ou desinteressante.

- Assim, há notícias que não tem compromisso com aquele momento e podem muito bem

entrar na pauta de publicação. São os textos informativos, entrevistas, artigos, crônicas, fatos

históricos, produções literárias dos alunos, HQs, e eventos futuros.

- Pode-se combinar também que determinados espaços do jornal ficarão disponíveis para

conteúdos livres e de interesse comum, como: letras de música, receitas, recados,

classificados, e outros, sempre com a mediação do professor.

Professor (a) Agora que a pauta já está definida as equipes podem

iniciar o trabalho de reportagem, pesquisa,

investigação e produção dos textos. Mãos à obra!

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6 º Momento: - Aprimoramento das produções:

A fase de correção e reestruturação dos textos é muito importante. No início dos

trabalhos o principal enfoque não deve ser o aspecto gramatical das produções, pois

devemos valorizar a capacidade de criação e expressão dos alunos. Porém , segundo o

Portal do Jornal Escolar, na sequência, a revisão e a correção dos textos são essenciais por

dois motivos:

1º motivo: não existe evolução se o aluno não trabalhar para ampliar seus limites,

aperfeiçoando seus textos;

2º motivo: erros e deslizes na linguagem podem expor o aluno a piadas e comentários

maldosos.

Aqui faz-se necessário primeiro trabalhar com a tabela de correção por gênero

estudado, com a autorrevisão e também com a revisão coletiva, não esquecendo que cada

equipe tem um redator para auxiliar nessa tarefa.

Sugestões para o aprimoramento dos textos:

1 - Tabelas de aprimoramento conforme o gênero textual.

Sugere-se que esta correção seja feita em duplas desta forma: um aluno lê o texto do

outro e faz as marcações conforme as características do gênero indicadas na tabela. As

tabelas, se possível, podem ser impressas para agilizar a correção.

2 - Proposta de revisão sugerida pelo professor para erros gramaticais e de concordância:

O professor deve escolher um texto de aluno para mostrar que aspectos devem ser

observados durante a revisão. Transcreva o texto no quadro ou projete na tvpendrive para

Corrigir é preciso! Textos de qualidade precisam passar por diferentes revisões. E isso tudo é um trabalho para

o ... aluno! Isso mesmo, o aluno é que deve revisar, corrigir e

aperfeiçoar sua produção, mediado sempre pelo professor.

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facilitar a correção. Faça uma leitura inicial com a turma e peça que eles identifiquem

possíveis erros gramaticais, de concordância, redundância e outros. Sublinhe essas palavras.

Peça sugestões de mudanças no texto como substituições de palavras e expressões,

consulta ao dicionário quando necessário, reescrita de parágrafos ou frases, etc. Explique o

porquê dos procedimentos realizados para que os alunos reflitam sobre a adequação das

palavras e considerem outras formas de escrever. Questione se a organização do texto

respeita o gênero.

3 - Autorrevisão

O aluno precisa sempre fazer uma leitura crítica do próprio material. Nesta fase o aluno

pode revisar e reestruturar o próprio texto, usando como referência a proposta de revisão do

professor, observando os aspectos discutidos e outros que surgirem. Contudo, sugira aos

alunos que essa revisão pode ser feita durante todo o processo de escrita e não apenas como

uma tarefa final de produção.

4 - Revisão coletiva

Esta revisão será feita pelas equipes onde os participantes poderão fazer a leitura das

produções e os componentes poderão sugerir mudanças e correções.

7 º Momento: - Escolha das produções para publicação

Hora da publicação! A seleção das produções para o jornal é muito difícil porque não

tem como divulgar a produção de todos. Por este motivo a seleção é necessária. O professor

deve esclarecer esse dilema para os alunos buscando sugestões para uma seleção justa

procurando um caminho que não gere conflitos ou frustrações. Uma parte deste problema já

foi resolvido quando foi feita a divisão da turma em equipes. Assim, as produções diminuíram

aumentando as chances de publicação de textos por equipe.

Procure fazer uma seleção democrática que pode partir de um acordo com os alunos.

Professor (a): Nesse processo de revisão é muito importante que os alunos consigam assumir o papel de um leitor para avaliar se estão comunicando aquilo que pretendem. No caso de textos que apresentem

muitos erros, retome a revisão individualmente e discuta os aspectos que precisam ser melhorados.

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Sugestões:

- Escolha um gênero de cada equipe;

- Os mesmos alunos não podem ser sempre selecionados;

- O professor pode ter uma cota de participação na escolha;

- Os textos poderão ser expostos para votação da turma.

- E outras a critério de cada professor.

8 º Momento: - Diagramação

O que é diagramação?

Segundo o Portal Educação (2013)

A diagramação é a arte ou técnica de distribuir os elementos gráficos no espaço

delimitado de uma página impressa ou veiculada em meios eletrônicos ou digitais. O

trabalho de diagramação consiste em distribuir os elementos gráficos no espaço da

página de acordo com uma hierarquia de informações estabelecidas pelos editores e

diretores de arte da publicação. A finalidade do trabalho do diagramador ao distribuir os

elementos gráficos na página é encontrar o equilíbrio da forma para propiciar o maior

índice de conforto visual para o leitor.

Hora da diagramação! Professor (a):

Para fazer a diagramação do jornal você pode utilizar-se dos

recursos que você considera mais adequado e acessível para esse momento. A diagramação

pode ser manual ou a eletrônica. Veja:

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Sugestões de Montagem Manual:

O procedimento manual continua sendo uma opção válida para montar um jornal.

A seguir segue o modelo de uma primeira página de jornal escolar apenas para

exemplificar e para ter uma noção da disposição de alguns elementos desse espaço.

O corpo do jornal pode ser dividido em cadernos ou não, já que cada professor e

alunos poderão escolher as melhores disposições de acordo com as possibilidades da escola

para a impressão final.

Dessa forma pode-se utilizar uma folha A4 inteira, na vertical ou dobrada ao meio. A

folha A3 também é uma boa opção por ter um tamanho semelhante ao de alguns jornais.

A seguir, sugestão de disposição da primeira página do jornal escolar:

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Livre

Jornal Escolar

Livre

Chamada das matérias

que fazem parte do

corpo do jornal

Foto

Principal

Manchete

Cabeçalho: ano – data – nº da edição – email

Legenda

Chamada das matérias

que fazem parte do

corpo do jornal

Chamada das matérias que

fazem parte do corpo do

jornal

Chamada das matérias que

fazem parte do corpo do

jornal

Expediente: parte do jornal onde são publicadas informações sobre o próprio jornal, como: responsáveis pela

edição, funções, nome da escola, endereço, cidade, telefones, e-mail, etc.

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Sugestões de diagramação eletrônica:

Na indicação abaixo há uma página sobre jornal escolar que disponibiliza manuais de

fácil utilização para diagramação eletrônica:

Diagrame com LibreOffice: todas as ferramentas para diagramar em um programa

gratuito e de fácil acesso. Compatível com sistemas Linux e Windows.

Diagrame com o Publisher: todas as ferramentas para diagramar no programa do

pacote Microsoft Office.Ideal para sistemas Windows.

Nota: Essas ferramentas estão disponíveis no site: <http://www.jornalescolar.org.br/diagramacao>.

Orientações Metodológicas:

As orientações metodológicas foram inseridas no decorrer desta Unidade Didática,

representadas pela fala do personagem Lino que orienta o trabalho e dá dicas valiosas para o

leitor/professor que poderá utilizar-se deste material para desenvolver a produção de jornal na

sua escola.

Referências

AMORA, Dimmi; et al. Tecnologia e educação: as mídias na prática docente. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

BORTONE, Marcia Elizabeth; MARTINS, Cátia Regina Braga. A construção da leitura e da escrita: do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. (Ensinar leitura e escrita no ensino fundamental; 3).

CARVALHO, Weimer. A torcida, que Mano quer 'educar. O Popular/Folhapress. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/blog/veja-acompanha/tag/selecao-brasileira/page/2/>. Acesso em 21 jul. 2013.

CAVALCANTI, Joana. O jornal como proposta pedagógica. São Paulo: Paulus, 1999.

COUTINHO, Afrânio. Ensaio e crônica. In: COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editorial Sul Americana. 1997. v.6

FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2011.

FREINET, Célestin. O jornal escolar. Disponível em: <www.jornalescolar.org.br>. Acesso em abr. 2013.

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GAGLIARDI, Eliana; AMARAL, Heloisa. Pontos de vista. São Paulo: Cenpec; Fundação Itaú Social. Brasília: MEC, 2008.

GHILARDI, Maria Inês; BARZOTTO, Valdir Heitor. Nas telas da mídia. São Paulo: Alínea, 2002.

GLOBO ESPORTE. Oficial! A Copa do Mundo é nossa. Comitê Executivo da Fifa anuncia o Brasil como sede do Mundial de 2014. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Campeonatos/0,,MUL163196-9790,00.html>. Acesso em 15 out. 2013.

JORNAL DA MANHÃ. Ponta Grossa, v. 60, n. 18.798, 21 nov. 2013.

LANCENET. Ronaldo: 'Sabemos que existe corrupção, desvio, o povo está cansado disso'. Disponível em: <http://www.lancenet.com.br/selecao/Ronaldo-Selecao_Brasileira-Copa_das_Confederacoes_0_942505771.html>. Acesso em: 21 out. 2013.

LIMA, Christiane. A mídia em nossas vidas: informação ou manipulação? Disponível em: <http://elo.com.br/portal/colunistas/ver/230989/a-midia-em-nossas-vidas-informacao-ou-manipulacao-.html>. Acesso em 6 nov. 2013.

MAGGIO, Elisabeth; SGROI, Fábio. Vamos fazer um jornal? São Paulo: Moderna, 1998.

OLIVEIRA, Diana. Copa do Mundo, vale? Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1387532&tit=Copa-do-Mundo-vale>. Acesso em 6 nov. 2013.

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PORTAL Educação. O que é diagramação? Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/comunicacao-social/artigos/51648/o-que-e-diagramacao#ixzz2lIrB8QfM>. Acesso: 21 nov. 2013.

REVISTA VEJA, Ed. 2330, v. 46, n. 29, p. p.13-17, 17 jul. 2013.

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SOARES, Fred. Nos 110 anos de uma joia rara da literatura, uma pérola da crônica. Disponível em: <http://sportv.globo.com/bola-e-arte/platb/2012/10/31/nos-110-anos-de-uma-joia-rara-da-literatura-uma-perola-da-cronica>. Acesso em 25 out. 2013.

ZIRPOLI, Cassio. O bilionário e pobre futebol brasileiro. Postado em: 3 jun. 2012. Disponível em: <http://blogs.diariodepernambuco.com.br/esportes/?p=62194>. Acesso em 21 jul. 2013.