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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ARTIGO FINAL PROFESSOR PDE/2013

Título: Formando Leitores através dos Gêneros Textuais Charges e Cartum

Autor Neusa de Fátima Miranda

Escola de Atuação Colégio Estadual José Pavan Município da Escola Jacarezinho

Núcleo Regional Jacarezinho - PR Orientador Profª Vera Maria Ramos Pinto

Instituição de Ensino UENP Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Artigo Relação Interdisciplinar Arte e História

Público Alvo 7° Ano Ensino Fundamental Localização Rua: Amazonas n° 345

Resumo

Sendo um dos objetivos principais do ensino de Língua portuguesa formar leitores proficientes, críticos e produtores de textos, o projeto de implementação propôs uma exploração pelo gênero discursivo charge e cartum como alternativa para a prática leitora. Trata-se, assim, de uma experiência pedagógica com leitura das charges e cartuns extraídas dos veículos de comunicação como, mídia eletrônica, jornais, revistas, etc. Parte-se aqui do pressuposto que, enquanto recurso didático, a charge e o cartum apresentam-se muito favoráveis ao trabalho em sala de aula, uma vez que podem despertar o senso crítico do aluno, contribuindo para ampliar seu universo leitor e proporcionar a compreensão do mundo em que vive. Assim, o artigo apresenta o relato da implementação de aulas de Literatura Portuguesa, que foram baseadas em questões de gêneros que utilizaram textos literários voltados ao contexto do gênero Cartum e Charge, os quais foram realizadas com os alunos do 7° ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual José Pavan, no município de Jacarezinho, no primeiro semestre de 2014. Nessa perspectiva teórica fundamentam este artigo os estudos da teoria enunciativo-discursiva de Bakhtin (1997-2002).

Palavras-Chave

Língua Portuguesa. Leitura. Charge. Cartum

FORMANDO LEITORES ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS CHARGES E CARTUM

Autora: Neusa de Fátima Miranda1

Orientadora Vera Maria Ramos Pinto 2

Resumo. Sendo um dos objetivos principais do ensino de Língua portuguesa formar leitores proficientes, críticos e produtores de textos, o projeto de implementação propôs uma exploração pelo gênero discursivo charge e cartum como alternativa para a prática leitora. Trata-se, assim, de uma experiência pedagógica com leitura das charges e cartuns extraídas dos veículos de comunicação como, mídia eletrônica, jornais, revistas, etc. Parte-se aqui do pressuposto que, enquanto recurso didático, a charge e o cartum apresentam-se muito favoráveis ao trabalho em sala de aula, uma vez que podem despertar o senso crítico do aluno, contribuindo para ampliar seu universo leitor e proporcionar a compreensão do mundo em que vive. Assim, o artigo apresenta o relato da implementação de aulas de Literatura Portuguesa, que foram baseadas em questões de gêneros que utilizaram textos literários voltados ao contexto do gênero Cartum e Charge, os quais foram realizados com os alunos do 7° ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual José Pavan, no município de Jacarezinho, no primeiro semestre de 2014. Nessa perspectiva teórica fundamentam este artigo os estudos da teoria enunciativo-discursiva de Bakhtin (1997-2002). Palavras-chave: Língua Portuguesa. Leitura. Charge. Cartum

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo mostra o resultado do trabalho do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, o qual foi desenvolvido junto a Universidade

Estadual no Norte do Paraná –UENP, mediante um projeto e uma Unidade Didática,

que se aplicou no Colégio Estadual José Pavan, para os alunos (as) do 7º ano do

Ensino Fundamental no município de Jacarezinho – Pr, no primeiro semestre de

2014.

Este projeto aborda os gêneros textuais na escola, com ênfase na charge e

no cartum, buscando melhorias no ensino de leitura. Nesse sentido, a proposta se

fundamenta na perspectiva sócio-interacionista, tendo por base estudos teóricos sob

1 Professora da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná. E-mail de contato:

2 Docente do curso de Graduação e Pós-Graduação do Centro de Letras, Comunicação e Artes, da

Universidade Estadual do Norte do Paraná- UENP/ campus Jacarezinho, mestre em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected]

o ponto de vista bakhtiniano.

Esta proposta tem por objetivo evidenciar como os textos que circulam na

mídia formam opinião e influenciam em decisões políticas importantes para o país.

Nessa perspectiva, o referido projeto de implementação teve por meta

promover uma reflexão sobre a utilização da charge e dos cartuns como apoio

pedagógico no processo de ensino aprendizagem da língua portuguesa em especial

com atividade de leitura e compreensão.

Partindo do pressuposto de que a prática de leitura não deve pautar-se pela

decodificação mecânica, mas sim pela leitura motivada com a finalidade de ampliar

o conhecimento de mundo do aluno, esse artigo, seguindo o exposto nas Diretrizes

Curriculares do Estado do Paraná, propõe, atividades de leitura relacionados ao

Charge e ao Cartum como encaminhamento metodológico.

Assim, a elaboração da Unidade Didática foi feita por meio da organização

dos conteúdos em uma Sequência Didática, doravante SD, com base em Dolz,

Noverraz e Schneuwly (2004). A SD constitui-se uma ferramenta essencial para o

trabalho pedagógico e é realizada em etapas. As quais seguem como sendo:

apresentação da situação – produção inicial – módulo I – módulo II – módulo III –

produção final.

Perante todo o exposto, o presente artigo apresenta o resultado dos trabalhos

do projeto de implementação pedagógica, que teve como tema principal de estudo, a

Formação de Leitores através dos gêneros textuais charges e cartum.

Ao final da implementação, concluímos que as atividades que tiveram como

tema principal as Charges e o Cartum mediantes a formação de leitores,

despertaram o interesse dos alunos, bem como chamaram a atenção dos

professores dentro do Grupo do GTR.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 GÊNERO: CONCEITO E CONTEXTUALIZAÇÃO

Conforme aponta Marcuschi (2005), tipo e gênero são categorias distintas,

embora ainda se verifique certa confusão entre as duas terminologias. No entanto,

os tipos textuais funcionam como modos de organização, sendo limitados,

abrangendo, em geral, categorias como “narração, argumentação, exposição,

descrição, injunção” (MARCUSCHI, 2005, p. 22).

Já os tipos textuais, chamados textos materializados, encontrados no

cotidiano, são inúmeros e “apresentam características sócio-comunicativas definidas

por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica”

(MARCUSCHI, 2005, p. 23).

Para aclarar a questão dos gêneros, Bakhtin estabelece como ponto de

partida:

A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) (...). O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas [esferas da atividade humana], não só por seu conteúdo (temático) e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua - recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais, mas também, e, sobretudo, por sua construção composicional. Estes três elementos (conteúdo temático, estilo e construção composicional) fundem-se indissoluvelmente no todo do enunciado, e todos eles são marcados pela especificidade de uma esfera de comunicação. Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso (2002, p. 279).

No decorrer do século XX, principalmente a partir dos estudos de Bakhtin

(2002), a noção de gênero tem se expandido para todos os textos que circulam

socialmente. Nessa ótica, não apenas os textos mais prestigiados da esfera literária,

como o poema, o romance e o conto, mas também o artigo científico, a notícia, a

reportagem, a charge, entre muitos outros, apresentam determinadas características

relativamente estáveis, que permitem identificá –los como pertencentes a um gênero

específico. Assim, todos os textos, em qualquer modalidade, são inscritos num

determinado gênero.

Os gêneros textuais são “formas verbais de ação social relativamente

estáveis realizadas em textos situados em comunidades de práticas sociais e em

domínios discursivos específicos” (MARCUSCHI, 2005, p. 25).

Assim, para o referido autor, os gêneros textuais, como práticas sócio-

históricas, compõem-se como atividades para atuar sobre o mundo e dizer o mundo,

constituindo-o de algum modo.

Entende-se, de acordo com o exposto, que todos os textos produzidos, orais

ou escritos, proporcionam um conjunto de características estáveis, tendo-se ou não

consciência delas. Essas características configuram diferentes tipos ou gêneros

textuais que podem ser identificados por três aspectos básicos coexistentes: o

assunto, a estrutura e o estilo (BAKTHIN, 2002).

Nesse sentido, o reconhecimento das características de um texto, por parte

do leitor, incide sobre os mais diversos gêneros textuais (reportagem, aula

expositiva, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, resenha,

piada, conferência, carta eletrônica, cartas, contos, romance, bilhete, crônica,

reportagem, mensagem, parábola, artigo de opinião, fábula, entre outros), com

aspectos específicos, conteúdo, estilo e forma própria que lhes são atribuídos, o que

acaba contribuindo na construção do conhecimento por parte do aluno, visto que ele

tem o contato com os gêneros presentes em seu cotidiano social, o que pode

despertar aprendizagens significativas ao seu processo de apropriação e produção

da leitura e escrita.

Assim sendo, considera-se que gêneros textuais são os textos que se

encontram no cotidiano social, com padrões sócio-comunicativos característicos

definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilos.

Sendo assim, os estudos dos gêneros textuais estão vinculados à vida social

e as formas de ação social, fazendo parte das interações comunicativas.

Contribuem, pois, para a integração do sujeito na cultura, visto que possibilitam

utilizar o ensino da leitura e da escrita como prática social.

Desta forma, é preciso focalizar a função do texto e disponibilizar o contato

com diferentes tipos de textos e de gêneros textuais, com diferentes propósitos

comunicativos, para que, ao longo do processo de ensino e aprendizagem, os

alunos sejam encaminhados a um melhor desenvolvimento em relação à leitura e à

escrita, tanto dentro quanto fora da escola.

2.2 O GÊNERO CHARGE E CARTUM EM SALA DE AULA

A diferença entre charge, caricatura e cartum, é desconhecida para a grande

maioria das pessoas. Segundo Fonseca (1999, p. 17) a caricatura e a charge não

são excludentes, sendo a primeira um dos elementos constituintes da charge, do

cartum, da tira cômica, da história em quadrinhos e dos desenhos animados.

O mesmo autor diz que o termo charge é francês, vem do verbo charger

(carregar, exagerar, atacar), uma forma de representação pictórica de caráter

burlesco e caricatural em que se satiriza um fato específico, tal qual uma ideia,

situação ou pessoa, em geral de caráter político e do conhecimento público

(FONSECA, 1999, p. 26).

Ainda, conforme o autor, o termo cartum é uma forma aportuguesada do

termo inglês cartoon (cartão), que tem sua origem no termo italiano, cartone. Em sua

composição, incorpora elementos da história em quadrinhos, como os balões, as

cenas e as onomatopeias.

Nessa perspectiva, é relevante a posição de Mendonça (2003, p. 197), para

quem distinguir esses gêneros é difícil, mesmo para os profissionais da área. O

cartunista Fernando Moretti (2001) define o cartoon como uma crítica mordaz,

irônica, satírica e humorística do comportamento humano, de seus hábitos e

costumes, enquanto a charge discute questões sociais e políticas que são

exploradas, observando os recursos linguísticos, discursivos e gráfico-visuais.

Romualdo (2000, p. 21) compreende a caricatura como o desenho que

exagera propositadamente as características marcantes de um ser e charge como

um texto visual e humorístico que faz crítica a uma personagem, fato ou

acontecimento político específico, possui limitação temporal, tem curto prazo de

validade: vale para o dia, para a semana ou o mês em que determinado assunto foi

destaque.

A charge, assim entendida, configura-se um gênero que lida com o repertório

disponível nas práticas sócio-culturais e imediatas. Na sua forma atual, a charge

mantém viva as tradições expressivas que a compuseram historicamente, definindo-

se pela apropriação e re-atualização de diferentes linguagens: a pictórica e a teatral.

O humor gráfico presente na charge se dá pela rapidez, pelo exagero dos

traços e pela síntese dos fatos, mostrando, além da imagem, do alvo que pretende

atingir, uma crítica à realidade política. Apresenta julgamentos e compreensões que

influenciam na opinião do leitor, estabelecendo uma cumplicidade cotidiana entre

autor e leitor num mesmo contexto social, o que fornece as bases para a

compreensão (SILVA, 2008).

A linguagem da charge, conforme Romualdo (2000) está em comunicação

constante com a notícia, alimenta-se da novidade, dos acontecimentos sociais e,

ainda, é considerada uma narrativa efêmera. É possível que não seja compreendida

sem uma explicação sobre o fato que a gerou.

Por cartoon, o autor entende todo desenho humorístico no qual o autor realiza

a crítica de comportamentos e costumes que focalizam realidades genéricas e, ao

contrário da charge, é atemporal.

Mostra ainda Romualdo (2000, p. 50) que uma das características da charge

é a polifonia, um jogo de vozes contrastantes, provocador do riso. Outro aspecto

importante é que, na construção interna da charge, o autor informa e também opina

sobre um tema, parafraseando-o ou parodiando-o por meio da representação de um

„mundo às avessas‟, satirizado pela própria inversão de valores sociais, oferecendo

ao interlocutor uma visão crítica da realidade.

Vale salientar que alguns autores afirmam que “não é fácil estabelecer uma

diferença definitiva entre essas formas de arte” (MORETTI, 2001, p. 1). Enquanto a

charge utiliza a caricatura, o cartoon raramente a contém, ele surgiu após a charge,

e seus personagens são criações do autor.

Moretti (2001, p. 2) diz ainda que, “a forma do Cartum é universal, atemporal

e não-perecível”, ao passo que a charge, ao contrário, geralmente é datada e

localizada geograficamente. Normalmente, ambos fazem críticas sociais e políticas.

Assim a diferença que se destaca entre a charge e o cartum, conforme Moretti

(2001) é que a charge, normalmente aborda fatos ocorridos em época e contexto

cultural, social e econômicos definidos, daí sua importância como registro histórico.

Sendo assim, sua compreensão implica no conhecimento desses fatores, uma vez

que fora desse contexto perde sua força comunicativa.

Por outro lado, o tema abordado pelo cartum, via de regra, é universal e

atemporal, o que significa que podem ser entendidos em qualquer parte do mundo.

Nessa ótica, pode-se dizer que a charge, geralmente, faz uma crítica a um fato

jornalístico, um acontecimento recente ou que ainda esteja em evidência. Assim, a

charge busca uma apreensão do real, diferente da caricatura e do cartum.

Dessa maneira, é necessário ao leitor, para a compreensão de uma charge,

que conheça o assunto retratado e o contexto em que está inserida, já que o sentido

e a função da imagem para a comunicação variam de acordo com os contextos

históricos, geográficos, culturais e sociais para sua compreensão.

Assim, a charge é caracterizada pelo aspecto temporal e, conforme Silva

(2008) possui a capacidade de reproduzir a realidade. Necessita, portanto, para

estabelecer uma comunicação com o leitor, do conhecimento de outros textos ou

experiências vivenciadas por ele, para a compreensão da mensagem. Portanto, se o

leitor não conhecer o fato, os personagens ou a situação retratada na charge, deverá

buscar as informações nos textos que dialogam com o texto chárgico (MIANI, 2005).

Importante assinalar, aqui, que é fundamental contemplar o ensino com a

diversidade de gêneros, não apenas em função de sua relevância social, mas

também pelo fato de que todo texto se organiza dentro de determinado gênero, em

função das intenções comunicativas que partem das condições de produção, as

quais geram usos sociais que as determinam.

É preciso considerar que, mesmo em países com regimes democráticos, em

que a educação é um direito e a imprensa é livre, ainda estamos sujeito às

manipulações políticas e ideológicas e, como a mídia ocupa um papel importante na

formação da opinião pública, cabe à escola o papel de promover a consciência

crítica dos alunos diante dos acontecimentos políticos e sociais.

Portanto trabalhar esses tipos textuais na escola requer do professor, além do

conhecimento de mundo, o conhecimento linguístico e textual.

O aluno, por sua vez, para proceder à leitura eficiente de charges, deverá

estar bem informado, integrado nas questões e acontecimentos políticos de sua

época, sendo capaz de relacionar o texto chárgico com outros textos, pois a

intertextualidade é uma característica presente em todas as charges.

Por isso, trabalhar com esses tipos é, no mínimo, um desafio, pois se o aluno

não é capaz de realizar uma leitura inferenciada, pode ser estimulado pelo professor

a buscar informações acessórias em outros textos que mantenham relações com os

temas explorados pela charge. Isso pode ser o início de um processo que o levará a

tornar-se um leitor curioso, pesquisador de outros textos e, em consequência, capaz

de realizar uma leitura crítica, tornando-se um sujeito ativo, participante, apto a

exercer sua cidadania

Assim, a hipótese que fundamenta essa proposta é a de que boa parte dos

alunos não conseguem produzir efeito de sentido para os gêneros charge e cartum,

pois, fazer atividades de leitura e compreensão desses gêneros, pode ser difícil,

porque requer conhecimento prévio e estratégias de leitura que os alunos podem

ainda não possuir.

Os alunos, de modo geral, não estão habituados a encarar a leitura como um

processo mais abrangente, que envolve o leitor em um contexto discursivo mais

amplo. Talvez isso também se deva ao fato de que a decodificação é mais prática e

cômoda para eles, por essa razão, não passam do primeiro momento do processo

da leitura (a decodificação).

Por essa razão, na educação, no que se refere às atividades de leitura em

sala de aula, os docentes, em geral, e os de língua materna, em especial, sempre se

deparam com as inúmeras dificuldades, por parte dos alunos, na leitura de textos.

Considerando-se, de acordo com Solé (1987) que a leitura constitui-se numa

interação entre o leitor e o texto, na qual o leitor processa o texto e busca nele os

seus objetivos e finalidades, são muitas as possibilidades de leitura.

Sendo assim, ela pode ser ativada por diversos motivos: por prazer, para

procurar uma informação, para aprender as regras de um jogo, para obter uma

informação. Esses objetivos irão se refletir na compreensão, pois leitores, com

objetivos diferentes, perceberão informações distintas de um mesmo texto.

Nessa perspectiva, as charges e os cartuns, ao constituírem-se em textos

humorísticos e opinativos, cuja função é criticar fatos ou situações, mantêm relações

intertextuais com textos verbais e visuais. A ambivalência e o humor nesses gêneros

textuais fazem com que o leitor reflita sobre fatos e personagens do mundo,

principalmente político, uma vez que explicitam aquilo que está oculto por trás deles.

As charges e os cartuns, portanto, caracterizam-se como gêneros textuais

que atraem o leitor, pois, enquanto imagem é de leitura rápida, transmitindo múltiplas

informações de forma rápida.

Sendo assim, esses gêneros mostram-se como um poderoso instrumento de

crítica, devendo ter um lugar privilegiado nas instituições educacionais que buscam

formar o aluno crítico. Diante de tantas características, uma é a mais marcante: o

aspecto irônico e denunciador que eles têm.

De acordo com Castro (2005, p. 120) “a ironia é um caso típico de discurso

bivocal. Nela a palavra tem duplo sentido: volta-se para o objeto do discurso como

palavra comum e para um outro discurso”. A ironia, assim, é a afirmação de algo

diferente do que se deseja comunicar, geralmente o contrário. A função da ironia,

geralmente, é criticar, impressionar e provocar humor.

Nessa perspectiva, a charge e o cartum atraem o leitor, pois, enquanto

imagem são de rápida leitura, transmitindo múltiplas informações e de forma

condensada. Além disso, esses gêneros polifônicos e envolventes diferenciam-se

dos demais gêneros opinativos por fazerem críticas, usando, constantemente, o

humor, provocando riso de zombaria, mais precisamente um riso carnavalesco

(numa expressão bakthiniana), e, no caso da charge, sobre a atualidade sócio-

político-econômica.

Nesse sentido, quando se diz que a missão da escola é levar o aluno, de

qualquer classe social, a interagir nas mais variadas situações concretas de

discurso, “entendemos que o que se deve esperar da escola é levar o aluno a

dominar os diferentes universos semânticos que são importantes para uma dada

sociedade ou cultura” (CARDOSO, 2005, p. 32).

É relevante ainda assinalar que, nos gêneros charge e cartum, pode

acontecer a articulação de duas linguagens, a verbal, por meio da associação de

palavras, a não-verbal, por meio de imagens, ou até mesmo as duas ao mesmo

tempo e no mesmo texto. Em função dessas associações e da forma criativa com

que é produzida, esses gêneros tornam-se um texto interessante para ser explorado

na escola.

Divulgado pelos veículos de comunicação em geral, a charge, além de

proporcionar uma leitura agradável e envolvente, caracteriza-se como uma forma

alternativa de contribuição ao ensino de diversas disciplinas. Ao retratarem muitas

situações que podem ser analisadas em várias escalas (local, regional, nacional ou

mundial), podem, assim, serem utilizadas para explorar temas, os mais

diferenciados.

As informações vêm de forma global e desconexa, por meio dos múltiplos

apelos da sociedade tecnológica. Sendo assim, cabe aproveitar essa riqueza de

recursos externos, não para reproduzi-los em sala de aula, mas para polarizar essas

informações, orientar as discussões, preencher as lacunas do que não foi

apreendido, levar os alunos a estabelecerem distâncias críticas com o que é

veiculado pelos meios de comunicação (KENSI, 2005, p. 143). A leitura desses

textos e imagens, reconhecidamente, pode contribuir para o ensino da língua

materna, ao incentivar o desenvolvimento do pensamento crítico e a melhor

compreensão de informações presentes no cotidiano do aluno.

2.3 ESQUEMA SD (SEQUÊNCIA DIDÁTICA)

PRODUÇÃO INICIAL – MÓDULO I – MÓDULO 2 – MÓDULO 3 – PRODUÇÃO

FINAL

Apresentação da produção: apresentar aos alunos o gênero escolhido para

a realização das atividades e esclarecer de maneira detalhada a tarefa de expressão

oral e escrita que irão realizar. A primeira tarefa é a produção inicial que pode

acontecer individualmente ou em grupo.

A primeira produção - Essa primeira fase das atividades propicia ao

professor avaliar as capacidades já adquiridas e rever as atividades e exercícios

previstos na sequência e ajustá-las de acordo com as dificuldades apresentadas

pela turma.

Os módulos - Os problemas que aparecem na produção inicial devemser

trabalhados, nos módulos, até que sejam superados. Podem ser vários módulos, até

que se encontrem preparados para a elaboração final do texto. No terceiro módulo,

por exemplo, o aluno já deve ter se apropriado do conhecimento sobre o gênero em

estudo e adquirido meios de observá-lo sob vários pontos de vista. Ele pode

elaborar seu glossário a respeito do gênero ou das atividades desenvolvidas. É o

momento de capitalizar todas as aquisições feitas ao longo dos outros módulos.

Produção final - Na produção final, o aluno põe em prática, o que aprendeu

durante o desenvolvimento dos outros módulos. Em especial, após análise da

produção inicial. A avaliação, neste momento, é para certificar quanto ao progresso

do aluno e tudo que ainda lhe falta para chegar a uma produção efetiva de seu texto

segundo o gênero pretendido.

Dessa forma, segundo Dolz, Noverraz, Schneuwly (2004) as Sequências

Didáticas visam ao aperfeiçoamento das práticas de escrita e de produção oral e

estão principalmente centradas na aquisição de procedimentos e de práticas.

3 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

O projeto de pesquisa, conforme já mencionado anteriormente, teve como

objeto de estudo “as possibilidades oferecidas pela leitura de charges e cartuns para

a formação do leitor”, o qual seguiu com o objetivo de verificar o funcionamento

discursivo da charge e do cartum (incluindo o efeito metafórico) e as possibilidades e

relevância de utilização dos gêneros no contexto escolar, visando a melhorias no

ensino de leitura.

O trabalho foi realizado no período diurno, com os alunos do 7º ano do Ensino

Fundamental, do Colégio Estadual José Pavan, no município de Jacarezinho no

estado do Paraná.

Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola foi realizada

na semana pedagógica, nos dias 03 e 07 de fevereiro de 2014 junto aos

professores, equipe pedagógica e direção. O início dos trabalhos deu-se através da

apresentação do tema proposto para os professores e gestores, especificando o

objetivo principal e ações que iriam ocorrer durante o desenvolvimento das

atividades ao longo do semestre. Buscou-se ainda, despertar a curiosidade dos

mesmos sobre o tema e a sua participação efetiva como colaboradores nas ações

propostas visando alcançar os objetivos propostos.

O segundo momento foi realizado no dia 06 de março de 2014, o qual teve

inicio com a apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola para os

alunos, diante de tal apresentação foi explicado para os educandos os objetivos

propostos que contemplaram o referido projeto. Dentro dessa perspectiva, mas

precisamente no dia 11 de março de 2014 foi realizada uma sondagem informal em

relação aos conhecimentos dos alunos sobre o assunto a ser trabalhado. Em

seguida, houve uma conversa com os alunos em forma de debate mostrado

pausadamente sobre os gêneros textuais “charge e cartum”.

Em um terceiro momento, entre os dias 12/03/2014 a 18/03/2014 os alunos

fizeram varias pesquisas sobre o tema, onde os mesmos através dos resultados

obtidos selecionaram vários charges e cartuns em revistas, jornais e internet. No dia

19 de março foi realizada uma exposição de gêneros, os quais classificavam as

charges e cartuns, onde a mesma teve como objetivo fazer com que os alunos

soubessem identificar um gênero de outro. Essa exposição foi realizada através de

slides.

A próxima ação realizada foi feita entre o período de 01/04/2014 a

04/04/2014, em um primeiro momento, após uma conversa informal sobre o tema,

foi pedido aos alunos que acompanhassem os noticiários televisivos e que

pudessem ler jornais e revistas, onde as mesmas informações coletadas serviriam

para a realização das atividades posteriores. Após feita a pesquisa, os alunos

tiveram um tempo para preparar os materiais coletados e confeccionar slides sobre o

tema, os quais foram visualizados através do data show.

Nos dias 15/04/2014 e 16/04/2014 os alunos tiveram a oportunidade de

elaborarem uma coletânea de “charges e cartuns” que acharem mais interessantes,

onde o resultado final foi disponibilizado por meio de um mural, para que os demais

alunos da escola pudessem ter acesso aos mesmos.

Na sexta etapa do processo de implementação das ações, foi o momento da

conceituação e do processo histórico, a qual foi realizada nos dias 22/04/2014 e

23/04/2014, onde os educandos puderam fazer caracterização dos “gêneros charges

e cartuns” por meio de tópicos norteadores.

Após trabalhar com a contextualização dos gêneros charges e cartuns, foi

apresentado aos alunos no dia 06 de maio, por meio impresso, alguns gêneros

textuais “charges e cartuns”, onde os mesmos fizeram leituras e fizeram suas

reflexões através de uma conversa informal sobre o tema.

Entre os dias 07 de maio à 29 de maio de 2014, os alunos realizaram

atividades de leitura e compreensão de texto através de alguns charges e cartuns

que foram disponibilizados para os mesmos. Dentro dessa etapa, os alunos usaram

o laboratório de informática, onde foram feitas através de digitação, impressão e

xérox a preparação dos materiais disponibilizados para leitura e interpretação.

Nesse período de pesquisa, os alunos elaboraram uma atividade criativa dos

gêneros pesquisados, onde puderam relatar através de produções, acontecimentos

ocorridos em seu bairro, estado ou até mesmo no país, os quais tiveram como

assunto, temas polêmicos da atualidade.

No dia 03 de junho de 2014, encerramento das atividades da unidade

didática, foi feito um feedback com os alunos acerca dos gêneros charge e cartuns,

utilizados no decorrer das atividades. Em seguida foi feita a organização de todo o

material produzido pelos alunos no decorrer do processo de implementação. Após

essa etapa, foi realizada uma exposição dos trabalhos, onde toda comunidade

escolar pode prestigiar o material exposto pelos alunos.

Conforme já mencionamos, o método que utilizado para a elaboração da

Unidade Didática foi feito por meio da organização dos conteúdos em uma

Sequência Didática, doravante SD, com base em Dolz, Noverraz e Schneuwly

(2004). Para percorrer esse percurso, os autores propuseram as seguintes etapas:

Apresentação da situação – produção inicial – módulo I – módulo II – módulo III –

produção final.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na apresentação do projeto, bem como na apresentação da unidade didática

aos professores, aos diretores, aos funcionários e a toda equipe pedagógica,

percebemos que a recepção foi além do esperado. Quanto à apresentação aos

alunos, os mesmos receberam muito bem a proposta a ser inserida, o que, de uma

forma ou de outra, serviu de estímulo para a aplicação da referida unidade.

As atividades propostas foram bem orientadas pelo professor mediador, para

que os alunos percebessem as diversas possibilidades de leitura e interpretação de

texto que os gêneros textuais Charges e Cartum podem oferecer.

Com relação à visita ao laboratório de informática, percebeu-se que os alunos

tiveram grande interesse, pois segundo os mesmos, trabalhar com gêneros textuais

em parceria com a internet, as aulas ficam mais interessante e satisfatórias.

Durante o desenvolvimento das atividades pedagógicas, realizou-se ainda o

GTR (Grupo de Trabalho em Rede), o qual foi um desafio como professora tutora,

porém enriquecedora essa troca de experiência. As discussões e sugestões foram

todas de muita relevância e trouxeram imensa contribuição para a realização da

implementação do projeto. Todos os participantes deixaram suas experiências e

contribuições.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (1998) traz em seu contexto

que os objetivos dessa modalidade de ensino é formar leitores críticos e eficientes

produtores de textos. Dentro dessa contextualização de linguagem sócio-histórica

mostra-se a concepção teórica fundamentada em Mikhail Bakhtin.

Assim, a implementação do projeto buscou atender as demandas e as

necessidades de professores e dos alunos no que diz respeito às metodologias e

recursos do ensino implementados aos gêneros textuais.

Dessa forma, para que houvesse uma nova visão de leitura em sala de aula,

foi trabalhado os gêneros Cartum e Charge de uma maneira mais lúdica com a

finalidade de preencher a defasagem no ensino textual de qualidade e ao mesmo

tempo fazendo-a de forma interativa e prazerosa.

O tema escolhido para ser trabalhado, teve grande aceitação perante a turma,

pois, de acordo com o contexto, o material trabalhado foi baseado em situações

semelhantes que os alunos encontram em seu dia-a-dia fora do ambiente

educacional.

No que diz respeito as atividades, nota-se que todo o trabalho que envolveu a

leitura interativa e prazerosa dos gêneros textuais Charges e Cartum no cotidiano da

prática escolar foi percorrido passo a passo, em longo prazo, com participação ativa

e dedicação total de toda a comunidade escolar, principalmente, do professor e dos

educandos do 7º ano do Ensino Fundamental.

Ao final da aplicação das atividades propostas, bem como dos momentos de

feedback decorrentes da leitura e das interpretações das Charges e Cartuns, da

apresentação de vídeos e pesquisas feitas na internet, observou-se um grande

envolvimento dos alunos com as atividades, demonstrando um maior interesse e

segurança na realização das produções textuais, das análises críticas, das sínteses,

bem como a exposição de suas opiniões e ideias mediante os debates em mesa

redonda em ambientes educacionais ou até mesmo fora dele.

Quanto às participações no Grupo GTR foram de grande importância, pois os

professores inscritos no curso, interessaram-se pela proposta do projeto, bem como,

contribuíram no decorrer dos debates com sugestões de Charges e Cartuns de

variados temas. Os mesmos concluíram que o projeto foi muito bem sistematizado,

bem fundamentado e oferece um suporte teórico bem consistente.

A Unidade Didática foi elaborada com base nos pressupostos e nas práticas

voltadas ao método com base em Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) – Esquema

SD (Sequência Didática), os quais têm como etapas: apresentação da situação –

produção inicial – módulo I – módulo II – módulo III – produção final.

Dessa forma, concluí-se que, trabalhar a unidade didática por meio do Método

SD permite o trabalho com Charges e Cartuns dentro de um contexto literário textual

de forma que se possa dialogar com questões sociais que permeiam a sociedade

como estratégia metodológica para incentivar o aluno a ler e, ao mesmo tempo,

despertar o lado crítico deles. Dessa maneira, através do presente percebe-se que

com um pouco de criatividade podemos criar dezenas, talvez centenas de formas

diferentes de trabalhar uma determinada obra na escola, de forma a atrair a atenção

e o interesse dos estudantes.

Mediante a todo exposto, nota-se que as possibilidades oferecidas aos

alunos, relacionadas ao desenvolvimento de novas aprendizagens sobre a

diversidade textual e as diversas formas de linguagens que o gênero textual Charge

e Cartum proporcionarão e possibilitarão aos alunos, que os mesmos pudessem

aproveitem ao máximo a essa nova modalidade de ensino aprendizagem, bem

como, que os mesmos se empenhassem ao máximo para a realização de cada

etapa do referido projeto e implementação. Assim, podemos dizer que os resultados

alcançados foram muito positivos, foram além do esperado

6 REFERÊNCIAS

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