OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem...

30
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem...

Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Título: Linguagem Fílmica: Uma Proposta de Reflexão sobre a Prática do Bullying

Autor Eliane Rose Monteiro

Disciplina/Área Pedagogia

Escola de implementação do Projeto

Colégio Estadual “Senador Moraes de Barros” – EFM – Rua Álvares Cabral

Município da escola

Jussara

Núcleo Regional da Educação

Cianorte

Professor Orientador

Teresa Kazuko Teruya

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Maringá - UEM

Relação Interdisciplinar

Resumo

Este Projeto de Intervenção Pedagógica foi elaborado com base nos estudos realizados no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) na temática: Pedagogia e Tecnologias Educacionais. O objetivo desta proposta de intervenção pedagógica é propiciar reflexões e análises sobre a prática do bullying por meio da linguagem fílmica com os(as) alunos(as) do Ensino Fundamental. O bullying é um fenômeno que se configura em atitudes agressivas, sejam elas verbais ou físicas, que acontecem de forma repetitiva. Esta prática passou a ocorrer com muita frequência nos ambientes escolares, desta forma, faz-se necessário proporcionar um conhecimento sistemático sobre o bullying aos(às) alunos(as), como possibilidade de amenizar essa situação dentro da escola. Com base no levantamento bibliográfico serão exibidos os filmes selecionados que tratam do tema, a fim de problematizar e analisar suas narrativas com os(as) alunos(as) participantes do projeto de intervenção na escola. As discussões destas narrativas fílmicas têm por finalidade evidenciar o conceito e as consequências desta prática, buscando debater as formas de combate das práticas do bullying no espaço escolar. Os filmes suscitam debates ao entrar em contado com as situações que faz refletir e observar por meio do diálogo que despertam para outras maneiras de pensar e agir sem violência.

Palavras-chave Bullying, linguagem fílmica, ensino e aprendizagem.

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo Alunos dos 8º anos do Ensino Fundamental

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

APRESENTAÇÃO

Atualmente cresce em todo o mundo discussões e debates sobre a questão da

violência dentro da escola. A violência escolar ocorre de diversas formas desde

as agressões verbais ou físicas contra alunos(as) e professores(as), além da

depredação do patrimônio escolar e outras. Entretanto, não trataremos de todos

os tipos de violência. O que chama atenção e tem se tornando um problema

mundial no espaço escolar é uma violência que ocorre de forma sutil, intencional

e repetitiva, muitas vezes confundida como uma brincadeira inocente entre

alunos(as), ou seja, o que se denomina de bullying. Estes comportamentos

agressivos que ocorrem nas escolas e que erroneamente são admitidos como

naturais, muitas vezes, são ignorados ou não valorizados pela comunidade

escolar.

A prática do bullying ocorre em qualquer idade e nível escolar. Fante (2011)

afirma que em todo o mundo essa prática está se tornando comum entre crianças

dos primeiros anos de escolarização. Deste modo é mais difundida entre as

crianças menores, ou seja, na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, tanto

na escola da rede pública quanto na rede privada, independente do turno,

situação social da comunidade escolar e localização. A autora ainda afirma que

esta prática ocorre em 100% das nossas escolas, consequentemente o Colégio

Estadual Senador Moraes de Barros de Jussara-Pr. não é diferente desta

realidade, por isso tem enfrentado problemas com relação à prática do bullying.

Aqui, se configura nossa problematização, ou seja, proporcionar um

conhecimento sistemático sobre o bullying aos(às) alunos(as) dos 8º anos do

Ensino Fundamental, do período matutino, para que eles(as) tentem evitar essa

violência dentro da escola.

Muitas vezes, as pessoas que sofrem ou as que testemunham essas atitudes,

principalmente os(as) alunos(as), sentem medo e não denunciam os(as)

agressores(as). Ainda, segundo Lopes Neto (2005), de acordo com pesquisas da

ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à

Adolescência) uma considerável parcela dos(as) alunos(as) admite não saber as

razões que levam à ocorrência de bullying ou acreditam que essa prática é

apenas uma brincadeira, aliás, muitas brincadeiras são violentas.

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Na minha trajetória enquanto professora pedagoga dentro da escola, algo que

sempre me incomodou, além de perceber esta prática no ambiente escolar, é o

fato de que a escola é vista como aquela que nunca faz nada para mudar essa

situação e, percebemos claramente na fala dos(das) alunos(as) que quando

procuram a Equipe Pedagógica relatam que já eram agredidos(as) há muito

tempo, só que tinham medo de falar e mais, a escola ou os(as) professores(as),

pedagogos(as) e direção segundo eles(as), “nunca fazem nada mesmo”, por isso

não procuram ajuda com os(as) profissionais da escola.

A prática do bullying, além de ser identificada, necessita ser trabalhada e,

principalmente prevenida em todo o ambiente escolar. Desta forma, a escola

necessita se tornar um ambiente favorável ao desenvolvimento de relações

sociais saudáveis entre os(as) estudantes para uma efetiva socialização e,

qualquer fato que não seja favorável a este contexto deve ser considerado como

objeto de reflexão para possível intervenção.

Daí a necessidade de propiciar momentos de reflexão, onde a linguagem fílmica é

uma possibilidade de promover uma intervenção pedagógica para debater sobre a

prevenção contra o bullying no espaço escolar. Se os/as alunos/as, principais

envolvidos(as), tiverem oportunidades para refletir sobre a violência na escola há

uma chance de evitar as agressões de bullying. Assuntos delicados e complexos

como este fenômeno, fazem parte do cotidiano dos(as) alunos(as), os(as) quais

têm dificuldades em lidar com essa situação. Neste contexto, os filmes suscitam

debates ao entrar em contado com situações que nos obrigam a refletir,

observando e presenciando diálogos, que nos despertam para nossa própria

maneira de pensar e agir.

Neste sentido, este trabalho de implementação visa propiciar reflexões e análises

sobre a prática do bullying por meio da linguagem fílmica com os(as) alunos(as)

dos 8º anos do Ensino Fundamental do Colégio Estadual “Senador Moraes de

Barros” - EFM. Espera-se que com esse conhecimento os(as) alunos(as) tenham

a possibilidade de tentar amenizar essa prática dentro da escola.

Para esta reflexão, este estudo está estruturado em uma unidade didática, onde

serão apresentados alguns aspectos gerais do bullying, como conceitos,

características dos envolvidos, das causas e das consequências desta prática

dentro da escola. Também serão abordadas as contribuições da linguagem

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

fílmica e dos passos da concepção metodológica proposta por João Luiz

Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria

dialética do conhecimento.

Este estudo convida a pensar na prática do bullying, como amenizá-la e como

conviver melhor com os(as) demais dentro da escola.

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

1 Violência na Escola: Bullying

O termo bullying é uma palavra inglesa e não tem equivalência na Língua

Portuguesa. Deriva do termo inglês bully que significa valentão, tirano. No Brasil,

a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência

– ABRAPIA, adotou o termo “comportamento agressivo entre estudantes” como

definição de bullying na língua portuguesa (CUBAS, 2006, p. 201). Esta

Associação é a mais importante em nosso país por realizar um programa para

diagnosticar e implementar ações contra a prática deste fenômeno dentro de

escolas.

O bullying não é algo novo, já ocorre há muito tempo, principalmente em

ambientes escolares, só que acontecia de forma esporádica, e hoje, vem

crescendo consideravelmente, tomando proporções e gerando consequências

muito graves. Torna-se um fenômeno novo, no sentido de que vem sendo objeto

de investigação e de estudos somente nestas últimas décadas, devido às

constantes tragédias que assistimos pela mídia, pois o bullying “tem o poder de

desencadear transtornos psíquicos em suas vítimas” o que pode se transformar

em tragédias como as que assistimos pela televisão (FANTE, 2011, p. 24).

Este fenômeno vem cada vez mais se transformando em tragédias. De acordo

com Pereira (2002) ao mesmo tempo em que é muito difícil explicar o que leva à

prática do bullying, é inegável a necessidade de organizar programas de

intervenção para conscientizar as pessoas sobre o risco que correm com essa

prática.

Os primeiros estudos, de acordo com Fante (2011), foram feitos por Dan Olwens

(década de 80), na Noruega e, após suas pesquisas criou-se um programa de

intervenção para desenvolver ações efetivas contra o bullying no ambiente

escolar, procurando detectar o problema, diferenciando-o das brincadeiras

inocentes, indisciplina, buscando envolver mais ativamente os(as) professores(as)

e aumentando a conscientização em torno desta problemática.

Em vários países, o tema passou a ser preocupante e de grande interesse devido

ao seu crescimento e suas consequências assustadoras. No Brasil, este problema

ainda é pouco estudado. “... estamos com pelo menos 15 anos de atraso”

(FANTE, 2011, p.46).

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

O bullying é definido como:

[...] um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais (FANTE, 2011, p. 29).

Sendo assim, a prática do bullying é caracterizada por atitudes agressivas,

repetitivas, por um período prolongado de tempo contra uma mesma vítima e por

desequilíbrio de poder, o(a) agressor(a) agride uma vítima que ele(a) julgue

psicológica ou fisicamente mais fraca e sempre, em locais que não há a presença

de adultos. Desta forma, o termo bullying “expressa qualquer comportamento

agressivo, cruel, proposital e sistemático presente nas relações interpessoais”

(SILVA, 2010, p. 22). Pereira também ressalta que o bullying parte de “uma

vontade consistente e desejo de magoar ou amedrontar alguém quer física, verbal

ou psicologicamente” (PEREIRA, 2002, p. 17).

A vítima dificilmente conta para outras pessoas, sejam elas pais ou

professores(as), pois o medo ou por acreditar que ela não tem valor e é

merecedora dos ataques.

O medo constante e repetitivo bloqueia a agressividade e o bom funcionamento mental, prejudicando as funções de raciocínio, abstração, interesse por si mesmo e pelo aprendizado, além de estender-se a outras faculdades mentais ligadas à autopercepção, concentração, autoestima e capacidade de interiorização (FANTE, 2011, p.24).

As vítimas, principalmente os(as) alunos(as), além de terem prejuízos no seu

desenvolvimento psicológico e emocional, apresentam comprometimento no seu

processo social e educacional.

Essa prática, afirma Lopes Neto (2005), pode ainda ser caracterizada como

bullying direto (agressões físicas, tomar pertences, colocar apelidos, ofensas

verbais) e indireto (difamações, indiferença, isolamento, exclusão, atitudes

preconceituosas). Para Fante (2011), as agressões indiretas são as que provocam

maiores prejuízos para a vítima, pois podem criar traumas irreversíveis.

Em suas pesquisas a autora constatou que a maior ocorrência da prática do

bullying acontece em sala de aula e que os meninos praticam mais que as

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

meninas, portanto os maiores agressores são do sexo masculino. Para ela, um

fator preocupante e que precisa ser refletido dentro da escola é a falta de

capacitação dos(as) professores(as) para lidarem com esse fenômeno em sala de

aula, muitos com isso negam a prática ou caracterizam-na como algo normal do

crescimento e amadurecimento dos(as) alunos(as), o que se transforma em algo

muito perigoso e com consequências danosas. Segundo Cubas (2006) tanto

vítimas como agressores(as), carregam as consequências do bullying para a vida

adulta e ainda, podem repassá-las às gerações seguintes.

No contexto desta prática de agressividade os(as) alunos(as) envolvidos(as) são

identificados(as) como vítimas, agressores(as) e espectadores(as). Lopes Neto

(2005) denomina as vítimas como alvos, os(as) agressores(as) como autores(as)

e os espectadores(as) como testemunhas do bullying, de acordo com a

classificação da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à

Adolescência (ABRAPIA).

Segundo Fante (2011), muitos estudiosos desta violência, classificam a vítima

como típica, provocadora e vítima agressora.

A vítima típica é aquela que tem dificuldade para se socializar, não consegue

reagir às agressões, é frágil, muitas vezes não tem habilidades motoras para os

esportes, é insegura, tímida, com baixa autoestima. Não consegue se impor

perante ao grupo. E dificilmente conta a alguém o que está acontecendo com ela.

É considerada um alvo fácil para o(a) agressor(a). Para Cubas (2006) esse tipo

de vítima tem como principal característica não ser violenta e nem provocativa.

Já a pessoa que é classificada como vítima provocadora, sofre agressões devido

às provocações que ela própria faz. Geralmente, é aquela que cria tensões em

sala de aula. Ela provoca e depois não consegue resolver a situação.

A vítima que reproduz a violência que ela sofre, é segundo esta classificação,

nomeada como vítima agressora. É aquela que por sofrer agressões, procura

alunos(as) mais fracos(as) que ela, para praticar agressão. Para Lopes Neto

(2005), a vítima pode apresentar, mesmo que seja raro, atitudes de

autodestruição e de vingança.

O(a) agressor(a) é aquele(a) que agride os(as) mais fracos(as). Não tem empatia,

tem pouco ou nenhum relacionamento afetivo. É impulsivo(a), não aceita regras,

irrita-se facilmente e não sabe lidar com perdas, frustrações. Geralmente é

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

fisicamente mais forte do que suas vítimas, principalmente no caso dos meninos.

Em muitos casos, os(as) agressores(as) são de famílias que usam a violência

para resolver qualquer tipo de problema. Segundo Lopes Neto (2005), o(a)

agressor(a) é popular e sente prazer e satisfação em dominar, controlar, em fazer

os(as) outros(as) sofrerem. Ele(a) mantém um pequeno grupo de alunos(as) em

torno dele(a), o qual atua como auxiliar em suas agressões. Estes(as) alunos(as),

tidos como seguidores(as), dificilmente tomam a iniciativa de agredir, são

inseguros(as) e ansiosos(as), se deixam subordinar para se proteger do(a)

agressor(a) ou pela satisfação em pertencer ao grupo. De acordo com Silva

(2010) os(as) agressores(as) utilizam o abuso do poder, a intimidação e a

prepotência, como estratégias para se imporem e dominarem suas vítimas.

Dessa forma, os(as) agressores(as)

[...] possuem em sua personalidade traços de desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão associadas a um perigoso poder de liderança que, em geral, é obtido ou legitimado através da força física ou de intenso assédio psicológico [...] O que lhes falta, de forma explícita, é afeto pelos outros (SILVA, 2010, p. 43-44).

O(a) espectador(a) é aquele(a) que testemunha a prática do bullying. Ele(a) não

interfere e nem denuncia, pois teme se transformar em uma vítima, até porque

não sabe como lidar com a situação e nas palavras de Lopes Neto (2005) por não

acreditar nas atitudes da escola.

Muitas testemunhas acabam acreditando que o uso de comportamentos agressivos contra os colegas é o melhor caminho para alcançarem a popularidade e o poder e, por isso, tornam-se autores do bullying. Outros podem apresentar prejuízo no aprendizado; receiam ser relacionados à figura do alvo, perdendo seu status e tornando-se alvos também; ou aderem ao bullying por pressão dos colegas (LOPES NETO, 2005, p. 168).

Já que esta violência é caracterizada pelo silêncio, portanto, oculta, segundo

Fante (2011) é preciso estar atento aos sinais que denotam esta prática. Silva

(2010) ressalta que é muito importante identificar os(as) alunos(as) que são

vítimas, agressores(as) ou espectadores(as) para que os(as) profissionais da

educação e as famílias dos(as) envolvidos(as) tenham condições de criar

estratégias e ações contra o bullying.

Desta forma, Fante (2011) classifica alguns sinais comportamentais,

fundamentada no pesquisador Dan Olweus, que identifica o indivíduo que está

sofrendo com essas agressões dentro da escola. Dentre eles: o(a) aluno(a) fica

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

isolado(a) durante o recreio ou procura sempre ficar próximo de um adulto;

apresenta dificuldade em falar na sala de aula, mostra-se inseguro(a) e

ansioso(a); nas aulas de educação física sempre é o(a) último(a) a ser

escolhido(a) para os jogos; sempre está contrariado(a), triste, deprimido(a) ou

aflito(a); começa a não apresentar as tarefas e a faltar às aulas; aparece, muitas

vezes, com ferimentos, contusões, roupa rasgada e perde constantemente os

seus pertences.

Os(as) agressores(as) também apresentam sinais que os(as) identificam, como:

são aqueles(as) que sempre fazem brincadeiras ou gozações, rindo dos(as)

outros(as); coloca apelidos, insulta, menospreza, ridiculariza, difama; faz

ameaças, agride de todas as formas; pega pertences sem consentimento.

Segundo Pereira (2002) experienciar o bullying, quer como vítima, quer como

agressor(a) ou espectador(a), tem consequências negativas imediatas com

reflexos ao longo da vida.

Pereira (2002) relaciona algumas das consequências para as vítimas como para

os(as) agressores(as) do bullying.

Consequências para a(s) Vítima(s)

Vidas infelizes, destruídas, sempre sob a sombra do medo;

perda de autoconfiança e confiança nos outros,falta de auto-estima e autoconceito negativo e depreciativo;

vadiagem;

falta de concentração;

morte (muitas vezes suicídio ou vítima de homicídio);

dificuldades de ajustamento na adolescência e vida adulta, nomeadamente problemas nas relações íntimas. Consequências para o(s) Agressor(es)

Vidas destruídas;

crença na força para solução dos seus problemas;

dificuldade em respeitar a lei e os problemas que daí advêm, compreendendo as dificuldades na inserção social;

problemas de relacionamento afectivo e social;

incapacidade ou dificuldade de autocontrole e comportamentos anti-sociais (PEREIRA, 2002, p. 25).

Cabe ressaltar ainda que, com os avanços tecnológicos, o bullying se evidencia

também pelas redes, por exemplo, o ciberbullying, quando se utiliza os

equipamentos para propagar calúnias e malidicências.

Diante deste fenômeno, como já foi exposto, é necessário que, segundo Silva

(2010), inicialmente, os(as) profissionais da educação reconheçam a existência

do bullying no ambiente escolar e tomem consciência das consequências

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

gravíssimas que essa prática pode trazer para o desenvolvimento

socioeducacional e para a estruturação da personalidade dos(as) estudantes.

Desta forma é necessário que a escola procure meios para se informar sobre as

formas que possibilitam saber o que os(as) alunos(as) pensam sobre o bullying,

quais suas experiências, quais conhecimentos possuem e desenvolver

estratégias de intervenção e prevenção desta prática dentro da escola. Para tanto,

é preciso que a comunidade escolar, principalmente, os(as) alunos(as) tenham

consciência e conhecimento da existência e, sobretudo, do que é e das

consequências do bullying. Para Cubas (2006) além das vítimas e dos(as)

agressores(as), a escola também é afetada se não há nenhuma intervenção com

relação à prática do bullying. Os(as) alunos(as) começam a se sentir

insatisfeitos(as) e inseguros(as) com relação à escola, além de passarem a

considerar esse tipo de violência como algo natural, o que propicia a ocorrência

de futuros casos mais graves e frequentes do bullying.

A falta de conhecimento sobre a existência, o funcionamento e as consequências do bullying propicia o aumento desordenado no número e na gravidade de novos casos, e nos expõe a situações trágicas isoladas ou coletivas que poderiam ser evitadas (SILVA, 2012, p. 14).

Para Fante “não existe transformação sem conhecimento” (2011, p.18). Portanto,

os(as) alunos(as) precisam conhecer os malefícios causados pelo bullying para

termos uma possibilidade de evitar essa prática dentro da escola. Desta forma, é

importante proporcionar debates e aprofundamento deste conhecimento de forma

sistematizada, visando mudanças de atitude.

A operacionalização do conceito de “bullying” parece-nos particularmente importante, dado poder existir o risco de o confundir com outras formas de comportamento agressivo que é normalmente expresso em determinadas idades, principalmente entre os 7 e os 14 anos; ou ainda, com brincadeiras agressivas activas de grande expansividade e envolvimento físico dos intervenientes, mas em que não existe a intencionalidade de magoar ou causar danos (PEREIRA, 2002, p. 17).

Para Silva (2010), é importante criar ações que sejam capazes de mostrar aos(às)

alunos(as) o valor da paz e da tolerância, bem como do respeito ao(à) outro(a) e à

vida em suas diversas manifestações.

2 Linguagem Fílmica: Possibilidades na Implementação do Projeto

Page 12: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Na sociedade atual, a tecnologia invadiu o nosso cotidiano e, já não conseguimos

nos imaginar sem fazer uso dela, na escola também presenciamos a entrada de

muitos instrumentos tecnológicos, principalmente os trazidos pelos(as)

próprios(as) alunos(as). É uma realidade que não pode mais ser negada pelos(as)

profissionais da educação, e se faz necessário que eles(as) passem a utilizar

essa tecnologia a favor do processo de ensino e, principalmente a favor do

processo de aprendizagem.

A escola não pode estar centrada em si mesma diante das constantes mudanças, que ocorrem na sociedade e na vida contemporânea das pessoas. O terceiro milênio é a era das novas tecnologias. Na sociedade capitalista em que vivemos, a mídia ocupa um espaço bastante significativo na vida das pessoas. Sendo assim, a escola não pode ficar alheia a essa realidade, ignorando que as crianças e jovens estão em contato, mesmo antes da escola, com produções da indústria cultural. Surge então a necessidade de novos procedimentos teórico metodológicos, envolvendo as práticas pedagógicas com as novas tecnologias de informação (VIGLUS, 2009, p. 4).

Neste contexto, um recurso tecnológico que poderá ser usado a favor da

aprendizagem constitui-se pelo uso da linguagem fílmica em sala de aula. Assim,

a utilização de filmes é uma possibilidade de problematizar e refletir com os(as)

alunos(as) sobre a prática do bullying no ambiente escolar, pois as narrativas

fílmicas propiciam discussões sobre um assunto que necessita ser

problematizado.

Atualmente a imagem surge como uma das tecnologias que mais influenciam o pensamento e a formação do indivíduo, por isso a educação, aliada às novas tecnologias, tem como papel principal o desenvolvimento de um saber crítico e consciente por parte de nossos alunos onde eles têm a oportunidade de tornarem-se sujeitos analíticos e construtores do conhecimento (VIGLUS, 2009, p. 20).

Para Fabris (2008) quando assistimos a um filme, seja para lazer ou para análise,

esta ação é precedida de aprendizagens específicas.

Os filmes são produções em que a imagem em movimento, aliada às múltiplas técnicas de filmagem e montagem ao próprio processo de produção e ao elenco selecionado, cria um sistema de significações. São histórias que nos interpelam de um modo avassalador porque não dispensam o prazer, o sonho e a imaginação. Elas mexem com nosso inconsciente, embaralham as fronteiras do que entendemos por realidade e ficção (FABRIS, 2008, p. 118).

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Deste modo, os filmes são artefatos culturais. Para Fabris (2008), eles ensinam e

favorecem o conhecimento da sociedade em que vivemos, contribuindo desta

forma, para a criação de significados culturais. Enquanto textos culturais podem

servir como uma ferramenta para analisar a realidade social e despertar reflexões.

As narrativas fílmicas devem ser consideradas “como um artefato cultural que

permite a problematização de questões sociais em sala de aula para além dos

conteúdos escolares...” (TERUYA; FELIPE, 2013, p. 133).

Através dos filmes os(as) alunos(as) têm a possibilidade de vivenciar outras

realidades, novas narrativas, que segundo Teruya e Felipe (2013), contestam as

“narrativas hegemônicas, apresentadas como verdades universais” (TERUYA,

FELIPE, 2013, p. 133).

As linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. São dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão. O jovem lê o que pode visualizar, precisa ver para compreender. Toda a sua fala é mais sensorial-visual do que racional e abstrata. Lê, vendo (MORAN, 1995).

O filme se torna uma ferramenta pedagógica muita atrativa e pode instigar

sentimentos e propiciar “[...] novas ações e novos posicionamentos sociais e

políticos” (TERUYA; FELIPE, 2013, p. 134).

Outro ponto a ser considerado, pelos autores, é o estabelecimento de um objetivo

para a projeção de filmes, pois a falta dele pode levar os(as) alunos(as) a verem o

filme como diversão, entretenimento. E, o que é pior, pensarem que é um

momento de enrolar a aula, ocasionando a perda da dimensão pedagógica da

utilização de filmes em sala de aula. Deste modo, para se ter a valorização da

cultura dos diversos sujeitos históricos, a escola deve ser um espaço da

diversidade, pois tem a função de proporcionar aos(às) alunos(as) um ambiente

de valorização e de respeito pelo(a) outro(a), pelo diferente. (TERUYA; FELIPE,

2008).

Para Teruya (2006) as imagens reproduzidas pela televisão e a utilização

pedagógica dos filmes como fontes históricas são ferramentas muito válidas para

a compreensão e construção de um conhecimento. Entretanto, segundo a autora,

a utilização dos recursos audiovisuais só terá eficiência se o(a) professor(a) tiver

uma boa fundamentação teórica e metodológica que propicie reflexões sobre o

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

tema a ser trabalhado.

A autora complementa ainda que a utilização do vídeo contribui positivamente

com o processo de ensino e aprendizagem, porém é necessário que o(a)

professor(a) prepare os(as) alunos(as) para a realização de uma leitura crítica no

contexto do conteúdo escolar trabalhado na sala de aula.

Desta forma, o filme se torna uma fonte importante, desde que sejam feitas antes

da projeção, reflexões sobre o tema a ser abordado e “haja preocupação em

mostrar o conteúdo com mensagens que contribuam para enriquecer a discussão

sobre o assunto” (TERUYA, 2006, p. 96).

3 Contribuições da Nova Didática da Pedagogia Histórico-Crítica

Considerando que nas últimas décadas a Pedagogia Histórico-Crítica é uma

possibilidade de melhorar o processo educativo e resgatar a importância da

escola, optou-se na implementação do projeto na escola, ter como suporte

teórico-metodológico a Didática da Pedagogia Histórico-Crítica proposta por

Gasparin (2012). Sua proposta fundamenta-se na Teoria Dialética do

Conhecimento e na Teoria Histórico-Cultural.

Deste modo, o método dialético de construção do conhecimento escolar constitui-

se na relação entre prática, teoria e prática, ou ainda, partindo do nível de

desenvolvimento atual dos(as) alunos(as) para trabalhar a zona de

desenvolvimento próximo, a fim de chegar a um novo nível de desenvolvimento

atual. A Teoria Histórico-cultural que constituem as partes do trabalho

metodológico proposto por Gasparin, foi inspirado nos passos da Pedagogia

Histórica-crítica elaborados por Demerval Saviani.

Deste modo nossa proposta de intervenção metodológica pretende seguir os

passos estruturados por Gasparin (2012):

1º Passo - Prática Social Inicial: É o momento que os(as) alunos(as) são

mobilizados a perceberem relações entre o conteúdo a ser trabalhado e a

realidade cotidiana, é o momento da contextualização, buscando despertar assim

o interesse dos(as) alunos(as) pelo conteúdo. Tem como ponto de partida aquilo

que os(as) alunos(as) já sabem. Esses conhecimentos possuem níveis

diferenciados de compreensão da mesma prática social, uma visão sincrética.

Page 15: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Este passo é desenvolvido, portanto, em dois momentos básicos: o(a)

professor(a) primeiramente anuncia aos(às) alunos(as) o conteúdo a ser

trabalhado e seus respectivos objetivos, após

Dialoga com os educandos sobre o conteúdo, busca verificar que domínio já possuem e que uso fazem dele na prática social cotidiana. É a manifestação do estado de desenvolvimento dos educandos, ocasião em que são expressas as concepções, as vivências, as percepções, os conceitos, as formas próximas e remotas de existência do conteúdo em questão (GASPARIN, 2012, p. 20).

Este momento do diálogo permite ao(à) professor(a) verificar o grau de

compreensão que os(as) alunos(as) possuem sobre o conteúdo. E ainda, busca

estimular a curiosidade dos(as) mesmos(as), fazendo com que eles(as) digam o

que gostariam de saber a mais sobre o que será estudado. Também é necessário

considerar que, neste primeiro passo,

Tanto os conhecimentos prévios que os alunos manifestam em sala de aula como suas curiosidades sobre o tema não são em si definidores do conteúdo científico que deverão aprender. Seus interesses específicos e particulares não constituem o centro do trabalho pedagógico, mas, sim, o ponto de partida. Se o professor se mantiver preso aos interesses imediatos dos educandos, poderá permanecer na superficialidade (GASPARIN, 2012, p. 29).

2º passo - Problematização: consiste no questionamento da prática social, da

realidade e também do conteúdo, portanto, na explicitação dos principais

problemas postos pela prática social com relação ao conteúdo a ser trabalhado.

A Problematização tem como finalidade selecionar as principais interrogações levantadas na prática social a respeito de determinando conteúdo. Essas questões, em consonância com os objetivos de ensino, orientam todo o trabalho a ser desenvolvido pelo professor e pelos alunos (GASPARIN, 2012, p. 35).

Após uma breve discussão sobre esses problemas, os(as) alunos(as) tomarão

conhecimento das razões pelas quais o conteúdo necessita ser aprendido, razões

estas que se transformarão em questões problematizadoras, as quais explicitam

as dimensões (científica, conceitual, histórica, cultural, ética, política, social,

religiosa, etc.) do conteúdo a serem trabalhadas.

3º passo - Instrumentalização: Pela mediação do(a) professor(a) os(as)

alunos(as) se apropriarão do conhecimento científico, ou seja, os conteúdos serão

transmitidos de forma sistematizada visando a aprendizagem pelos(as)

alunos(as).

Page 16: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Este terceiro passo do método realiza-se nos atos docentes e discentes necessários para a construção do conhecimento científico. Os educandos e o educador agem no sentido da efetiva elaboração interpessoal da aprendizagem, através da apresentação sistemática do conteúdo por parte do professor e por meio da ação intencional dos alunos de se apropriarem desse conhecimento (GASPARIN, 2012, p. 49).

É neste momento que professor(a) e alunos(as) buscarão respostas para os

problemas encontrados na prática social inicial e na problematização. Deste

modo, o(a) professor(a), por meio de ação intencional e planejada, proporcionará

aos(às) alunos(as) atividades que visem a apropriação do conhecimento a ser

adquirido. Poderá neste processo dispor dos mais variados recursos para atingir

este objetivo.

4º passo - Catarse: É o momento em que os(as) alunos(as) demonstram

oralmente ou por escrito a compreensão do conteúdo que foi trabalhado.

A Catarse é a síntese do cotidiano e do científico, do teórico e do prático a que o educando chegou, marcando sua nova posição em relação ao conteúdo e à forma de sua construção social e sua reconstrução na escola. É a expressão teórica dessa postura mental do aluno que evidencia a elaboração da totalidade concreta em grau intelectual mais elevado de compreensão. Significa, outrossim, a conclusão, o resumo que ele fez do conteúdo aprendido recentemente. É o novo ponto teórico de chegada; a manifestação do novo conceito adquirido (GASPARIN, 2012, p. 124).

Nesta fase, os(as) alunos(as) farão uma síntese mental, um resumo, buscando

comparar o seu conhecimento inicial e o que aprenderam, de acordo com as

dimensões do conteúdo que foram estudadas.

5º passo - Prática Social Final: Os(as) alunos(as), de posse dos novos

conhecimentos científicos, assumirão novas atitudes práticas e uma proposta de

ação a partir do que foi aprendido.

A Prática Social Final é a nova maneira de compreender a realidade e de posicionar-se nela, não apenas em relação ao fenômeno, mas à essência do real, do concreto. É a manifestação da nova postura prática, da nova atitude, da nova visão do conteúdo no cotidiano. É, ao mesmo tempo, o momento da ação consciente, na perspectiva da transformação social, retornando à Prática Social Inicial, agora modificada pela aprendizagem. (GASPARIN, 2012, p. 143).

Os(as) alunos(as) levarão à prática, ou seja, para fora da sala de aula, os novos

conhecimentos científicos adquiridos.

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

4 Os filmes na implementação do Projeto

Os filmes selecionados retratam cenas que estimulam reflexões sobre o conceito

de bullying, características dos(as) envolvidos(as), as consequências físicas e

psicológicas causadas com essa violência, além de levar-nos a refletir sobre o

respeito pelo ser humano, pela diversidade.

a) Ponte para Terabítia

Gênero: Aventura

Origem: Estados Unidos

Ano: 2007

Duração: 94 minutos

Direção: Gabor Csupo

Sinopse: O filme “Ponte para Terabítia” conta a história de Jesse Aarons (Josh

Hutcherson), um garoto que vive com seu pai, sua mãe e quatro irmãs. Uma

família humilde que passa por grandes dificuldades financeiras. Jesse é um

garoto solitário, tem uma baixa autoestima, sente que seus pais dão mais atenção

às suas irmãs do que para ele. Na escola é alvo de bullying por ser um garoto

simples. Sempre é perturbado pelos(as) outros(as) alunos(as) em sala de aula, no

recreio, no ônibus escolar. Ele e muitas outras crianças são humilhados por

Janice Avery (Lauren Clinton), considerada a valentona da escola, mas também é

uma menina que tem problemas, principalmente em casa, pois sofre agressões

do pai.

A vida de Jesse muda completamente quando conhece Leslie Burke (AnnaSophia

Robb), uma garota que muda para sua cidade, filhas de pais escritores, que

também por a acharem “diferente”, possuidora de uma imaginação muito fértil, se

torna tão excluída quanto ele. Mas Leslie tem uma postura diferente de Jesse,

não se sente tão triste, procura ignorar aqueles que a ofende. Entretanto, como

Jesse, não conta para ninguém o que acontece com ela. Estudando na mesma

classe e sendo vizinhos eles acabam se aproximando.

Quando têm a ideia de criar um lugar que seja só deles, longe daqueles que os

humilham na escola, eles acham o lugar perfeito e criam Terabítia. Nesse lugar

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

eles são tudo o que desejam ser, são fortes, ágeis, espertos, não têm medo de

nada, ao contrário do que são na vida real.

b) Um Grande Garoto

Gênero: Comédia

Origem: Inglaterra

Ano: 2002

Duração: 101 minutos

Direção: Chris Weitz e Paul Weitz

Sinopse: Will Freeman (Hugh Grant) é um homem de mais menos uns trinta anos

que nunca tem relacionamentos duradouros. Então ele vai a uma reunião de pais

solteiros para poder conhecer mães solteiras. Nessa reunião Will inventa ter um

filho e conhece uma mulher. Através deste relacionamento, Will conhece o jovem

Marcus (Nicholas Hoult), um garoto de 10 anos, o qual tem muitos problemas em

casa e na escola. Marcus sofria agressões constantes de alunos dentro de sua

escola, por causa do seu modo de ser e de se vestir. Sua mãe é depressiva e ele

sente a obrigação de não trazer mais problemas para ela. Seu pai é ausente. É

um menino que possui baixa autoestima e é muito introvertido.

Com o tempo Will e Marcus se envolvem cada vez mais, aprendendo que um

pode ensinar muito ao outro.

c) Inimigos para Sempre

Gênero: Comédia

Origem: Estados Unidos

Ano: 1996

Duração: 90 min

Direção: Steve Miner

Sinopse: O filme narra a história de David interpretado por Rick Moranis e Rosco

interpretado por Tom Arnold. A história se passa em Hanstings, Minnesota, uma

pequena cidade à beira do rio Mississipi. As primeiras cenas retratam David

quando criança, especificamente na 4ª série primária. David Leary e seus amigos

Ulf, Gerry e Alan eram alvos das piadas e brincadeiras de outras crianças,

Page 19: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

principalmente de Rosco, o valentão do bairro. David era agredido tanto física

como psicologicamente.

Um certo dia, seus pais revelam que iriam mudar para outra cidade. Foi o dia

mais feliz da vida de David, tanto que ele tomou coragem, sabendo que Rosco

não poderia mais agredi-lo e o denunciou pelo roubo da “pedra lunar”, a qual

estava em exposição na escola.

David muda-se para Oakland, na costa oeste e Rosco é mandado para um

reformatório. Já adulto, David torna-se um escritor, vive com seu um filho, pois foi

abandonado pela esposa. Certo dia ele recebe uma carta da escola Hasting, onde

passou sua infância, convidando-o para ser professor de redação criativa. Ele

aceita e muda-se com seu filho Ben, com o qual não tem uma relação muito boa.

Lá reencontra seu antigo rival, Rosco, que também é professor da escola. Rosco

tem uma vida uma pouco conturbada, vive com sua mulher e cinco filhos. Então

retomam a antiga rixa. E, seus filhos também.

d) Cuidado com meu Guarda-Costas

Gênero: Drama

Origem: Estados Unidos

Ano: 1980

Duração: 96 min

Direção: Toni Bill

Sinopse: O filme narra a história de Clifford Peach (Chris Makepeace), um garoto

que muda com seu pai para uma nova cidade. Seu pai torna-se gerente de um

grande Hotel, lugar onde moram. Ele é um homem muito ocupado com seu

trabalho. Sua avó também mora com eles. Ela é uma senhora que apresenta

atitudes não muito adequadas para sua idade e acaba causando problemas para

seu pai, mas é muito feliz e dá muita atenção para Clifford.

Em seu primeiro dia de aula, Clifford já começa a ter problemas na escola. Moody

(Matt Dillon), considerado o valentão da escola, passa a persegui-lo. Clifford

também conhece um menino que se torna seu amigo e aconselha-o a ficar longe

de Moody e também de Linderman (Adam Baldwin), cuja simples presença

intimida alunos e professores.

Page 20: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Após passar por algumas humilhações Clifford acaba contando ao seu pai o que

estava acontecendo na escola. Seu pai liga para o Diretor e pede providências.

Clifford passa então a ter sérios problemas.

Ele também percebe que Moody e seus amigos têm medo de Linderman, o qual

não se relaciona com ninguém, é sempre visto sozinho e por ter uma estatura alta

e forte é considerado pelos alunos mais valentão que Moody. Então tem a ideia

de convidar Linderman para ser seu guarda-costas e aí passam a viver uma

grande história de amizade.

e) Sempre Amigos

Gênero: Drama

Origem: Estados Unidos

Ano:1998

Duração: 108 min

Direção: Peter Chelsom

Sinopse: Maxwell Kane (Elden Henson) é um menino de 14 anos com

dificuldades de aprendizagem. Ele vive com seus avós desde a morte trágica de

sua mãe. É um menino considerado grande, tímido, medroso, solitário e enfrenta

muitos problemas na escola, porque é rejeitado pelos colegas por causa dessa

dificuldade no desempenho escolar. Tudo começa quando Kevin Dillon (Kieran

Culkin) muda-se para sua cidade e torna-se seu vizinho. Kevin é um menino que

tem uma doença degenerativa, que o impede de se locomover, mas

extremamente inteligente. Por causa deste problema, ele se afasta do convívio

social e busca na imaginação e no mundo das letras o seu refúgio. Kevin vive

com sua mãe, a qual sempre lhe apóia. Tanto Max quanto Kevin são alvos de

preconceitos e brincadeiras malvadas. Assim, juntos vivem grandes aventuras,

procurando enfrentar o preconceito das pessoas com quem convivem.

f) Karatê Kid

Gênero: Ação e drama

Origem: Estados Unidos

Ano: 2010

Duração: 140 min

Page 21: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

Direção: Harald Zwart

Sinopse: Este Filme narra a história de um menino negro, chamado Dre Parker

(Jaden Smith). Inicialmente ele vive com sua mãe (Taraji P. Henson) num bairro

de Detroit, onde tem muitos amigos e uma vida aparentemente normal. Mas, sua

mãe, que trabalha numa montadora de carros, é transferida para a China. Então

mudam-se para lá. Dre fica muito triste em ter que deixar toda sua vida para trás e

ainda sem saber o que vai encontrar.

Ao chegar à China, no lugar onde passará a morar, Dre é recebido muito bem por

um menino loiro que logo o convida para conhecer o lugar. E, nesse primeiro

passeio de reconhecimento que ele conhece uma menina praticando violino na

praça, Meiyin (Han Wenwen), que logo torna-se sua grande amiga, apesar das

dificuldades devido às diferenças culturais. A aproximação deles provoca a

irritação de Cheng (Zhenwei Wang), que lhe dá uma surra usando a técnica do

kung fu. Cheng será um transtorno em sua vida. Este menino o perseguirá e o

agredirá. Dre passará a sofrer bullying na escola. E, neste momento de problemas

que também conhece o Mr. Han (Jackie Chan), um homem que trabalha no

condomínio onde mora e, que juntos passarão a viver uma grande história. Mr.

Han ensinará muitas coisas a Dre, inclusive a verdadeira arte do Kung Fu.

g) O Galinho Chicken Little

Gênero: Animação e Comédia

Origem: Estados Unidos

Ano: 2005

Duração: 81min

Direção: Mark Dindal

Sinopse: Chicken Little (no Brasil: O Galinho Chicken Little) é um filme de

animação da Walt Disney Feature Animation, gerado por computador (CGI), e

lançado pela Walt Disney Pictures e Buena Vista em 4 de novembro de 2005. Foi

dirigido por Mark Dindall.

O Galinho Chicken Little, no início do filme, ao tocar o sinal da escola, pede para

todos correrem, pois suas vidas estavam em perigo. Todos ficam em pânico, há o

maior tumulto. Quando pedem explicações, ele justifica que um pedaço do céu

tinha caído em sua cabeça. Assim ele passa a ser visto como um mentiroso,

Page 22: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

tornando-se alvo de piadas por todos da escola, principalmente pela Raposa

Rosa e sua amiga Gansa Pança e, por toda a cidade.

Na tentativa de acabar com o mal entendido e provar que estava falando a

verdade, principalmente para reconquistar o respeito do seu pai, o Galinho

Chicken Little passa a praticar Beisebol. Mas, em um campeonato, ele se depara

novamente com o pedaço do céu que havia provocado toda a antiga confusão,

que na verdade era uma nave, com dois alienígenas, que estavam procurando

seu filho Kirby”. O Galinho, junto com seus amigos, que também eram alvos de

piadas, a Hebe Marreca que era chamada de “Rata feia” por causa de seus

dentes, o Raspa de Tacho, considerado o menor de sua família e o Peixe Fora

D’água, o qual usava um capacete cheio de água e não fala, tentam encontrar e

devolver o filho alienígena para salvarem a cidade e, consequentemente, provar

que ele nunca tinha mentido.

h) A Peste de Janice

Gênero: Drama

Origem: Brasil

Ano: 2007

Duração: 15 min – Curta-metragem

Direção: Rafael Figueiredo

Sinopse: O filme narra a história de duas meninas de 8 anos, Virginia e Janice,

que estão começando um novo ano escolar. Janice é filha da faxineira da escola

e passa a sofrer preconceito de todas as meninas, menos de Virginia, com quem

começa uma amizade. Amizade essa que Virginia não expõe para a turma. Certo

dia, na sala aula, se vê envolvida em uma brincadeira cruel da turma com Janice,

e tem de tomar uma decisão, ficar do lado de Janice ou da turma.

5 Projeto de Trabalho Docente e Discente

A implementação do projeto na escola, como já foi mencionado, terá o suporte

metodológico nos cinco passos da proposta de Gasparin (2012), como

possibilidade de tradução da Pedagogia Histórico-Crítica na prática de sala de

aula. Estes cinco passos serão desenvolvidos em oito encontros de 4 horas/aulas,

Page 23: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

totalizando 32 horas/aulas. Em cada encontro será exibido um filme para debater

a prática do bullying no ambiente escolar, a fim de estimular o(a) aluno(a) a refletir

sobre a violência, colocando-se no lugar do(a) outro(a) e valorizar o respeito ao

diferente como um ser humano.

5.1 Plano de Unidade: A prática do bullying na escola

Objetivo Geral: Propiciar reflexões e análises sobre a prática do bullying no

ambiente escolar.

Objetivos Específicos:

Conceituar a prática do bullying;

Caracterizar as vítimas, os(as) agressores(as) e as testemunhas envolvidas na

prática do bullying;

Identificar possíveis consequências, sejam físicas ou psicológicas, para os(as)

envolvidos(as) na prática do bullying;

Propiciar discussões e reflexões sobre possíveis atitudes contra a prática do

bullying na escola.

5.2 Prática Inicial do Conteúdo

Vivência do conteúdo:

a) O que os(as) alunos(as) já sabem sobre o conteúdo.

bullying é: bater no(a) outro(a), xingar o(a) colega, humilhar o(a) outro(a),

torturar, brigar, excluir, zombar o(a) outro(a).

Elaborar com os(as) alunos(as) um quadro com palavras relacionadas ao

bullying e, questionar se essas palavras lembram alguma experiência com o

bullying. Se já vivenciaram essa prática dentro da escola, como reagiram,

como se sentiram, etc.

b) O que os(as) alunos(as) gostariam de saber a mais.

- Por que alguns alunos(as) gostam de provocar brigas?

- Por que existem alunos(as) que zombam do(a) outro(o)?

- Qual o motivo de tanta violência?

- Por que algumas crianças e adolescentes humilham o(a) outro(a) ou outros(as)?

- O que leva alguém a torturar o(a) outro(a)?

- Existem leis contra essa prática?

Page 24: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

- Devemos denunciar? Para quem denunciar?

- O(a) professor(a) anotará no quadro as dúvidas e questionamentos.

5.3 Problematização

Serão propostas algumas questões para reflexão, no intuito de despertar os(as)

alunos(as) para os problemas que o bullying traz e a necessidade de combatê-lo

dentro da escola.

a) Questões problematizadoras: A prática do bullying é comum em nossa

escola? Como e por que acontece? Por que é necessário discutir sobre o bullying

na escola? Por que o bullying é um problema? O que fazer diante desse tipo de

violência? Você já presenciou a prática do bullying, seja na sala de aula, no pátio

ou em outro local da escola? Como você reagiu? O que aconteceu? Você já

conversou com alguém sobre o bullying na escola? Já teve alguma aula sobre

bullying?

b) Dimensões do conteúdo a serem trabalhadas:

Conceitual/Científica: O que é bullying? Toda agressão é bullying? Existem

características comuns entre os(as) envolvidos(as) na prática de bullying?

Histórica: O bullying sempre existiu ou é uma prática que só passou a ocorrer

atualmente nos ambientes escolares?

Social: Que consequências o bullying traz para as pessoas, para o ambiente

escolar? O que é possível fazer diante desta prática dentro da escola?

Legal: Existem leis que amparam as vítimas da prática do bullying?

5.4 Instrumentalização

a) Ações didático-pedagógicas:

Ação docente:

Exposição oral do(a) professor(a) com apresentação em PowerPoint de

imagens que mostram a prática de bullying;

Questionamentos sobre o que os(as) alunos(as) vêem e fazer relação com a

prática do bullying;

Serão exibidos 8 filmes e para cada filme será utilizado o seguinte

encaminhamento: antes da exibição, apresentar a sinopse. Em seguida, exibir

o filme. Após assistir ao filme, coordenar as discussões suscitada pela

Page 25: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

narrativa fílmica e lançar questões que levem os(as) alunos(as) a refletirem

sobre o bullying, como: O filme apresenta cenas de bullying? Quais? Como é

possível identificar que é bullying? São apresentadas as características do(a)

agressor(a), da vítima, das testemunhas? Que características são

apresentadas, em que momento você as percebeu? O que acontece com a

vítima ou com o(a) agressor(a) na história do filme? Isso acontece na

realidade? As vítimas procuram ajuda? Há testemunhas? Como elas reagem?

No filme são apresentadas soluções para acabar com essa prática? Quais?

São soluções possíveis?

Filmes

1) Ponte para Terabítia:

Material de apoio: trechos de capítulos que retratam a história, conceito e leis

sobre bullying, retirados do Livro de Ana Beatriz Barbosa Silva, intitulado

“Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas”, de 2010, páginas 19 a 22; 111; 119 a

120.

2) Um grande Garoto:

Material de apoio: texto “O que é o Bullying” que retrata a diferenciação entre

bullying e outras manifestações agressivas, texto esse retirado da Apostila

destinada aos(às) alunos(as) do Ensino Fundamental I, da Campanha “Chega de

Bullying, Não Fique Calado”, páginas 4 a 6, disponível no site:

chegadebullying.com.br.

3) Inimigos para Sempre:

Material de apoio: texto que retrata as características da vítima de bullying, texto

esse retirado do Livro de Ana Beatriz Barbosa Silva, intitulado “Bullying: Mentes

Perigosas nas Escolas”, de 2010, páginas 37 a 43.

4) Cuidado com meu Guarda-Costas:

Material de apoio: texto que retrata as características do(a) agressor(a) de

bullying, texto esse retirado do Livro de Ana Beatriz Barbosa Silva, intitulado

“Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas”, de 2010, páginas 43 a 45.

Page 26: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

5) Sempre Amigos:

Material de apoio: texto que retrata as características do(a) espectador(a) de

bullying, texto esse retirado do Livro de Ana Beatriz Barbosa Silva, intitulado

“Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas”, de 2010, páginas 45 a 47.

6) Karatê Kid:

Material de apoio: texto que retrata sentimentos e consequências negativas que

podem afetar cada um dos(as) envolvidos(as) na prática do bullying, texto esse

retirado da Apostila destinada aos(às) alunos(as) do Ensino Fundamental II e

Médio, da Campanha “Chega de Bullying, Não Fique Calado”, página 8,

disponível no site: chegadebullying.com.br.

- O texto “O Peso da Palavra”, texto esse retirado da Apostila destinada aos(às)

alunos(as) do Ensino Fundamental II e Médio, da Campanha “Chega de Bullying,

Não Fique Calado”, páginas 18 a 20, disponível no site: chegadebullying.com.br.

7) O Galinho Chicken Little:

Material de apoio: texto que retrata as formas de bullying, texto esse retirado do

Livro de Ana Beatriz Barbosa Silva, intitulado “Bullying: Mentes Perigosas nas

Escolas”, de 2010, páginas 22 a 24.

8) A Peste de Janice

A apresentação deste filme visa à finalização do projeto, antes da elaboração das

intenções e ações dos(as) alunos(as) perante o tema estudado (Prática Social

Final). Os(as) alunos(as) serão levados(as) a se colocarem no lugar de Virginia,

uma das personagens, para darem suas opiniões.

Material de apoio: texto “O que devo fazer diante do bullying”, texto esse retirado

da Apostila destinada aos(às) alunos(as) do Ensino Fundamental I, da

Campanha “Chega de Bullying, Não Fique Calado”, páginas 24 e 25, disponível

no site: chegadebullying.com.br.

- Uma história de superação de uma personalidade famosa, vítima de bullying,

descrita no Livro de Ana Beatriz Barbosa Silva, intitulado “Bullying: mentes

perigosas nas escolas”, de 2010, páginas 96 a 98.

Page 27: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

b) Recursos humanos e materiais:

Professor(a), alunos(as), datashow, TV, DVD, pendrive, lousa, giz, sulfites,

cartolinas, lápis de cor, lápis, canetas, borrachas.

5. 5 Catarse

É o momento em que os(as) alunos(as) demonstrarão oralmente e por escrito a

compreensão do conteúdo que foi trabalhado. Os(as) alunos(as) farão uma

síntese mental, um resumo, buscando comparar o seu conhecimento inicial e o

que aprenderam, buscando relatar o que compreenderam sobre o conceito de

bullying, características dos(as) envolvidos(as), consequências e, principalmente,

que atitudes tomar frente a essa violência dentro da escola. Antes da produção

os(as) alunos(as) serão incentivados(as) a falarem sobre o que aprenderam.

Síntese mental do(a) aluno(a):

O bullying não é algo novo, já ocorre há muito tempo, principalmente em

ambientes escolares, só que acontecia de forma esporádica, e hoje, vem

crescendo consideravelmente, tomando proporções e gerando consequências

muito graves, como as que assistimos pela televisão. Sendo assim, a prática do

bullying é caracterizada por atitudes agressivas, repetitivas, por um período

prolongado de tempo contra uma mesma vítima e por desequilíbrio de poder, o

agressor agride uma vítima que ele julgue psicológica ou fisicamente mais fraca e

sempre, em locais que não há a presença de adultos. O bullying causa dor,

angústia e sofrimento, provocando danos físicos, morais e materiais. As pessoas

envolvidas na prática de bullying são identificadas como vítimas, agressores e

espectadores. As vítimas são pessoas que apresentam dificuldades de

socialização, baixa autoestima, frágeis e não conseguem reagir às agressões.

Os(as) agressores(as) não tem empatia, pouco ou nenhum relacionamento

afetivo, impulsivos(as), não aceitam regras, irritam-se facilmente e não sabem

lidar com perdas, frustrações. São populares e sentem prazer e satisfação em

dominar, controlar, em fazer os(as) outros(as) sofrerem. Os(as) espectadores(as)

são aquelas que testemunham a prática do bullying, não interferem e nem

denunciam por temerem se tornar também uma vítima. Essa prática não pode

Page 28: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

mais continuar na escola, por isso não podemos mais ficar calados(as), é

necessário denunciar e, mostrar como essa violência causa prejuízos a todos(as).

E ainda, cobrar das autoridades, pois não existem legislações federais sobre a

violência nas escolas em geral e, sobre o bullying as leis são insuficientes e até

mesmo inexistentes.

Expressão da síntese:

Produção de texto sobre o tema, considerando as dimensões trabalhadas. Os(as)

alunos(as) poderão expor ao grupo seu texto. Também poderão dramatizar,

produzir frases, desenhos, cartazes, buscando retratar o conhecimento adquirido.

5.6 Prática Social Final

Finalizando o projeto, os(as) alunos(as), de posse dos novos conhecimentos

científicos, buscarão assumir atitudes e ações a partir do que foi aprendido. O que

é possível fazer na escola?

Após às discussões e conclusões, será elaborado com os(as) alunos(as) um

quadro que sintetize as intenções e as ações dos(as) mesmos(as) perante a

prática do bullying na escola.

Exemplo:

Intenções Ações

Conhecer mais sobre o bullying Ler livros e/ou pesquisar na internet.

Transmitir o conhecimento adquirido Produzir cartazes e expor pela escola.

Produzir uma dramatização para ser

apresentada.

Falar sobre o bullying com

meus(minhas) amigos(as) e com os

adultos que fazem parte da minha vida.

Agir diante de uma situação de bullying Não me omitir, procurar ajuda dos

adultos.

Mão maltratar, excluir ou espalhar

mentiras sobre outras pessoas.

6 Referências

Page 29: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

A PESTE DE JANICE. Direção de Rafael Figueiredo. Brasil. Produção de Cíntia Helena Rodrigues e Sabrina Campanella. Gênero: Drama. Curta-metragem, 2007. (15m) Disponível em: http://blogdamercia.wordpress.com/2012/11/11/a-peste-da-janice-curta/. Acessado em 06/11/2013.

CARTOON Network; Plan Internacional; OEI; Visão Mundial; Secretarias De Educação Do Distrito Federal, De São Paulo e Do México (Coord.). Estudantes do Ensino Fundamental I: Informações e Atividades, São Paulo, 2013, 39 p. Apostila da Campanha Chega de Bullying: Não Fique Calado. Disponível em > http://www.chegadebullying.com.br < Acesso em: 13/11/2013.

CARTOON Network; Plan Internacional; OEI; Visão Mundial; Secretarias De Educação Do Distrito Federal, De São Paulo e Do México (Coord.). Estudantes do Ensino Fundamental II e Médio: Informações e Atividades, São Paulo, 2013, 31 p. Apostila da Campanha Chega de Bullying: Não Fique Calado. Disponível em > http://www.chegadebullying.com.br < Acesso em: 13/11/2013.

CUBAS, Viviane de Oliveira. Bullying: assédio moral na escola. In: RUOTTI, Caren; ALVES, Renato; CUBAS, Viviane de Oliveira. Violência na escola: um guia para pais e professores. São Paulo: Andhep, 2006, p. 175-206.

CUIDADO COM MEU GUARDA-COSTAS. Direção de Tony Bill. Estados Unidos. Melvin Simon Productions. Gênero: Drama, 1980. (96m)

FABRIS, Elí Henn. Cinema e Educação: um caminho metodológico. Educação e Realidade, Maringá, n. 33(1), p. 117-134, jan/jun. 2008. Disponível em > http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/6690/4003 < Acesso em: 27/05/2013.

FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 6. ed. Campinas: Verus, 2011.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 5. Ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

INIMIGOS PARA SEMPRE. Direção de Steve Miner. Estados Unidos. Morgan Creek Productions. American Broadcasting Company. Gênero: Comédia, 1996. (90 m)

KARATÊ KID. Direção de Harald Zwart. China/Estados Unidos. Jerry Weintraub, Will Smith, Jada P. Smith, James Lassiter, Ken Stovitz. Gênero: Ação/Drama, 2010. (140 m)

MORAN, José Manuel. O vídeo na Sala De aula. Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. 1995. Disponível em > http:/www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm < Acesso em: 20/06/2013.

NETO, Aramis A. Lopes. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de pediatria (RJ). 2005; 81(5 supl): S164 – 172. Disponível em > http:/www.observatóriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-158.pdf < Acesso em: 27/05/2013.

Page 30: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Gasparin, proposta essa que tem como referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento. Este estudo

O GALINHO CHICKEN LITTLE. Direção de Mark Dindall. Estados Unidos. Wall Disney Feature Animation, Wall Disney Pictures. Gênero: Animação/Comédia, 2005. (81 m)

PEREIRA, Beatriz Oliveira. Para uma escola sem violência: estudo e prevenção das práticas agressivas entre crianças. Fundação Calouste Gulbenkian. Fundação para a Ciência e a Tecnologia: Porto, 2002.

PONTE PARA TERABÍTIA. Direção de Gabor Csupo. Estados Unidos. Walden Media. Walt Disney Pictures. Gênero: Aventura, 2007. (94 m)

SEMPRE AMIGOS. Direção de Peter Chelsom. Estados Unidos. Bob Weinstein, Harvey Weinstein. Gênero: Drama, 1998. (108 m)

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

TERUYA, Teresa Kazuko; FELIPE, Delton Aparecido. Imagens da África do Sul no Cinema: contribuição da análise fílmica na educação escolar. Iniciação Científica Cesumar, Maringá, n. 1, p. 35-41, jan/jun. 2008. Disponível em > http://www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/iccesumar/article/view/693/542 < Acesso em: 21/06/2013.

TERUYA, Teresa Kazuko. Trabalho e Educação na Era Midiática: um estudo sobre o mundo do trabalho na era da mídia e seus reflexos na educação. Maringá: Eduem, 2006.

TERUYA, Teresa Kazuko; FELIPE, Delton Aparecido. Filmes e negritude em sala de aula: essa relação é possível. Educação Temática Digital, Campinas, n.1, p. 129-144, jan/abr. 2013. Disponível em > http:/www.fae.unicamp.br/etd < Acesso em: 21/06/2013.

UM GRANDE GAROTO. Direção de Chris Weitz; Paul Weitz. EUA/Inglaterra. Tribeca Productions. Universal Pictures. Gênero: Comédia, 2002. (101m)

VIGLUS, Darcy. O FILME NA SALA DE AULA: um aprendizado prazeroso. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense, 2008. Curitiba: SEED/PR., 2011. V.1. (Cadernos PDE). Disponível em: <www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=20>. Acesso em 21/06/13. ISBN 978-85-8015-039-1.