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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MARKETING OS DESAFIOS DO MARKETING GLOBAL por: Edilene de Souza Felix RIO DE JANEIRO 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MARKETING

OS DESAFIOS DO MARKETING GLOBAL

por:

Edilene de Souza Felix

RIO DE JANEIRO 2003

OS DESAFIOS DO MARKETING GLOBAL

por:

Edilene de Souza Felix

Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes,

como um dos requisitos Essênciais à conclusão do Curso

de Pós-Graduação em Marketing, sob orientação do

professor Marco Larosa.

AGRADECIMENTOS

Ao professor Marco Larosa que direta e indiretamente,

contribuiu para confecção desse trabalho, e por toda

dedicação a todos os seus alunos.

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a meus pais Valdolirio e Marilene,

que tanto me ajudaram e acreditaram em mim.

RESUMO

A presente monografia discute os desafios enfrentados pelo marketing

global. A globalização dos mercados está cada vez mais derrubando as

fronteiras existentes entre os países e transformando o mundo em uma “aldeia

global”. Este cenário abre um leque de oportunidades para as empresas, que

podem buscar expandir seus mercados para outros países. A globalização está

afetando praticamente todos os setores da economia e áreas de conhecimento.

Neste sentido, o marketing está enfrentando e terá que enfrentar muitos

desafios. O termo global resume a pressão competitiva e as oportunidades de

mercado existentes ao redor do mundo e a necessidade de a empresa otimizar

seu desempenho de mercado em base global. No entanto, para que a empresa

obtenha êxito em suas negociações globais, ela precisa contar com uma

gerência de marketing global adequada, preparada para superar os desafios

proporcionados pelo mercado global. A presente monografia tem por objetivo

apresentar e discutir os desafios do marketing global e, pesquisar como a

gerência de marketing global pode atuar para alcançar os melhores resultados

possíveis. Para tal, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, partindo na busca de

informações sobre o assunto na literatura pertinente ao assunto.

Palavras-chave: Globalização, Marketing Global, Expansão de mercados,

Composto de Marketing Global.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................................7

1. O MARKETING GLOBAL............................................................................................9

1.1. A GLOBALIZAÇÃO........................................................................................................9 1.2. A EMPRESA GLOBAL ..................................................................................................10 1.3. EVOLUÇÃO DO MARKETING GLOBAL ........................................................................11

1.3.1. Marketing doméstico .........................................................................................12 1.3.2. Marketing de exportação ...................................................................................13 1.3.3. Marketing internacional.....................................................................................15 1.3.4. Marketing multinacional....................................................................................16 1.3.4. Marketing global................................................................................................16

2. OS DESAFIOS DO AMBIENTE DO MARKETING GLOBAL..............................18

2.1. AMBIENTE DEMOGRÁFICO .........................................................................................20 2.2. AMBIENTE ECONÔMICO .............................................................................................21 2.3. AMBIENTE NATURAL..................................................................................................21 2.4. AMBIENTE TECNOLÓGICO ..........................................................................................22 2.5. AMBIENTE POLÍTICO E LEGAL ....................................................................................22 2.6. AMBIENTE SOCIOCULTURAL ......................................................................................23

3. OS DESAFIOS DO MARKETING GLOBAL ...........................................................25

3.1. MODOS DE ENTRADA EM MERCADOS GLOBAIS ...........................................................26 3.1.1. Exportação .........................................................................................................26 3.1.2. Licenciamento....................................................................................................27

3.1.2.1. Benefícios ...................................................................................................28 3.1.2.2. Limitações...................................................................................................29

3.1.3. Joint ventures .....................................................................................................29 3.1.3.1. Benefícios ...................................................................................................30 3.1.3.2. Desvantagens ............................................................................................300

3.1.4. Propriedade direta ..............................................................................................30

4. OS DESAFIOS DA GERÊNCIA DO COMPOSTO DE MARKETING GLOBAL ..........................................................................................................................322

4.1. PRODUTO ...................................................................................................................32 4.1.1. Extensão de produto e de comunicação.............................................................33 4.1.2. Extensão de produto – adaptação das comunicações.........................................33 4.1.3. Adaptação de produto – extensão das comunicações ........................................34 4.1.4. Adaptação do produto e das comunicações .......................................................34 4.1.5. Invenção de produto...........................................................................................34

4.2. PROMOÇÃO ................................................................................................................34 4.3. PREÇO........................................................................................................................36 4.4. PRAÇA (CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO) ............................................................................39

CONCLUSÃO....................................................................................................................40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................42

INTRODUÇÃO

Iremos apresentar e discutir os desafios do marketing global, abordando

os principais desafios que o marketing precisa enfrentar neste novo século.

O marketing pode ser definido como o processo de planejar e executar a

concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias,

bens e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e

organizacionais. Assim, podemos compreender que o marketing busca a

satisfação recíproca em um processo de troca.

Neste sentido, a administração de marketing é o que as empresas fazem

e devem fazer para criar valor para os clientes e alcançar seus objetivos. Inclui

o desenvolvimento de planos e estratégias de marketing, o entendimento dos

clientes e mercados, o desenvolvimento do composto de marketing e a

implementação e controle de atividades de marketing.

O valor para o cliente é a diferença entre as percepções do cliente

quanto aos benefícios e quanto aos custos de comprar e usar produtos e

serviços.

Os mercados tornaram-se globais. A globalização está afetando

praticamente todos os setores da economia e áreas de conhecimento. Neste

sentido, o marketing está enfrentando e terá que enfrentar muitos desafios.

Assim, podemos falar em marketing global. O termo global resume a pressão

competitiva e as oportunidades de mercado existentes ao redor do mundo e a

necessidade de a empresa otimizar seu desempenho de mercado em base

global.

Desta forma, se uma empresa opera domesticamente ou além das

fronteiras nacionais, ela já não pode evitar a pressão competitiva e as

oportunidades de mercado. Assim, para desempenho ótimo de mercado, a

empresa deve também estar preparada e disposta a aproveitar os recursos em

base global.

Nosso objetivo é apresentar e discutir os desafios do marketing global e,

pesquisar como a gerência de marketing global pode atuar para alcançar os

melhores resultados possíveis.

A escolha do tema justifica-se pela atualidade e relevância do assunto.

Uma eficaz gerência de marketing é fundamental para a sobrevivência das

organizações, inseridas em um ambiente global, dinâmico e altamente

competitivo. Conhecer os desafios do marketing global é vital para que a

gerência de marketing seja capaz de desenvolver as estratégias adequadas. O

estudo contribuirá com uma análise dos desafios e com orientações de atuação

à gerência de marketing.

Quais são os desafios do marketing global e, como a gerência de

marketing global deve atuar para alcançar os melhores resultados possíveis?

1. O MARKETING GLOBAL

1.1. A globalização

A Globalização é um fenômeno que afeta drasticamente a economia e

os demais setores da sociedade: é a derrubada de fronteiras, a união de países

e povos, é a construção de uma comunidade global. Pode ser percebida com a

crescente integração dos mercados, possibilitando a troca de mercadorias e

informações – graças aos avanços da tecnologia da informação.

Em conseqüência da globalização, temos acompanhado inúmeras

transações no mundo de negócios. Resultado de uma nova era de mercado

globalizado, em que, através de uniões e fusões, as empresas se transformam

em gigantes – para assim conseguirem manter-se no mercado.

Com a globalização da economia, as empresas enfrentam um maior

número de concorrentes, cada um deles capaz de introduzir novos produtos ou

serviços no mercado. As mudanças que obrigarão uma empresa a encerrar

suas atividades são aquelas que ocorrem à margem de suas atuais

expectativas, a essa é a fonte de grande parte da mudança no atual ambiente

empresarial.

Não há uma definição que seja aceita por todos. Ela está definitivamente

na moda e designa muitas coisas ao mesmo tempo, define uma nova era da

história humana.

Segundo Lakatos (1999, p. 334):

A facilidade de comunicação quebra barreiras culturais,

tornando o mundo mais perto. Já se pode estudar mediante a

educação à distância. (...) Ter contato com milhares de pessoas no

mundo todo, renovar conhecimentos, permitindo intercambiar

processos culturais e educativos, é um fator positivo da Globalização

(...).

O mundo começou a ficar globalizado no início dos anos 80, quando a

tecnologia de informática se associava a tecnologia de telecomunicações e

com a queda das barreiras comerciais. Existe interligação acelerada dos

mercados internacionais, possibilidade de movimentar grandes quantias de

valores em segundos, é a “Terceira Revolução Tecnológica” (processamento,

difusão e transmissão de informações).

O mercado financeiro é uma massa mundial dentro da qual se aposta

em tendências conflitantes, modelos de empresas, abertura de comércios, a

mundialização das marcas de produtos, mais ágil, viabiliza o fechamento de

negócios em segundos. O mercado financeiro saiu da mão dos bancos. Os

especuladores ganharam maior poder de fogo. Em poucos instantes, o valor de

negócios pode ganhar transformações radicais.

A globalização é um fenômeno com ramificações industriais, de

prestação de serviços, comerciais ou financeiras, graças a queda do custo da

comunicação e as novas tecnologias de troca de dados. A rapidez, o

barateamento e a confiabilidade caracterizam a globalização do ponto de vista

tecnológico. A Velocidade da informação pelo mundo é a característica atual da

globalização.

1.2. A empresa global

Uma empresa globalizada seria aquela que opera seguindo uma lógica

operacional mundial, cujo objetivo seja maximizar benefícios e minimizar custos

não importando onde esteja a base de produção e que obedeça uma estratégia

de marketing única para todos os países onde vende seu produto. Uma

empresa transnacional, o mercado seria uma determinada região do mundo,

enquanto para uma multinacional o mercado seria o planeta inteiro.

Uma característica essencial da empresa global atualmente seria a

facilidade para identificar locais onde existam as condições mais atraentes para

suas operações. Fica mais fácil tomar conhecimento sobre as condições de

trabalho em um determinado país e compará-las com a situação em outras

partes do mundo. Com os serviços de informação, o aumento nas taxas de

juros de um país (que atende a encarecer os custos de produção e a favorecer

as aplicações financeiras) chega ao conhecimento dos investidores e

empresários de forma imediata.

1.3. Evolução do Marketing Global

Existem na literatura de marketing muitas definições diferentes de

marketing. Para Kotler (2000, p. 31):

Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos

de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a

criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com

outros.

Assim, podemos entender que marketing é o processo pelo qual a

economia é integrada à sociedade para servir às necessidades humanas. Em

outras palavras, podemos dizer que marketing é a atividade humana dirigida à

satisfação de necessidades e desejos por meio de processos de troca.

Segundo Churchill, Peter (2000, p. 04) marketing é:

O processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de

preços, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços a fim de

criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais.

De acordo com a American Marketing Association, marketing é “o

processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços,

promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que

satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Assim, podemos compreender

que a essência do marketing é o desenvolvimento de trocas em que

organizações e clientes participam voluntariamente de transações destinadas a

trazer benefícios para ambos. Por exemplo, ao comprar um monitor Samsung,

clientes e empresa recebem benefícios: os clientes por utilizarem um monitor

de alta qualidade e a Samsung pelo dinheiro ganho.

O marketing envolve a orientação de toda a empresa para a satisfação

do consumidor em um ambiente competitivo. Desta forma, podemos observar

que a estratégia de marketing requer muita atenção aos consumidores e

concorrentes. Não basta enfocar somente as necessidades dos consumidores,

é preciso atentar também para os concorrentes.

Com o crescimento cada vez maior da globalização, tornou-se cada vez

mais difícil as empresas evitarem o impacto da concorrência global e a

convergência dos mercados mundiais. Como resultado, crescente número

delas está envolvido em atividades de marketing fora de seus países de

origem.

Geralmente, as empresas desenvolvem estratégias de marketing

diferentes, dependendo do grau de experiência e da natureza das operações

em mercados internacionais. Elas tendem a evoluir no decorrer do tempo,

acumulando experiência em negócios internacionais e aprendendo as

vantagens e desvantagens associadas às complexidades de produção e de

marketing em todo o mundo. Para Kotabe, Helsen (2000, p. 31) conhecer a

dinâmica do desenvolvimento das evoluções e do envolvimento de marketing

internacional é importante por duas razões:

Primeiro, ajuda a entender como as empresas aprendem e adquirem

experiência internacional e como a usam para obter vantagem

competitiva no decorrer do tempo. Isso pode ajudar um executivo a

estar mais bem preparado para a provável mudança necessária na

estratégia de marketing da empresa. Segundo, com esse

conhecimento, uma empresa pode estar preparada para concorrer

mais eficazmente, ao prever com maior antecedência a provável

estratégia de marketing de seus concorrentes.

1.3.1. Marketing doméstico

O marketing doméstico representa o primeiro dos cinco estágios

identificáveis na evolução do marketing fora das fronteiras nacionais. De

acordo com Kotabe, Helsen (2000), os cinco estágios são os seguintes:

marketing doméstico, marketing de exportação, marketing internacional,

marketing multinacional e marketing global.

Antes de entrar em mercados internacionais, muitas empresas focam

apenas seu próprio país. Sua estratégia de marketing é desenvolvida conforme

as informações sobre as necessidades e os desejos dos consumidores

domésticos, as tendências setoriais, os ambientes econômico, tecnológico e

político. Assim, quando essas empresas consideram a concorrência, focam

essencialmente a existente no mercado doméstico. Atualmente, é altamente

concebível que a concorrência doméstica seja formada por empresas

domésticas e estrangeiras que vendem seus produtos no mesmo país.

Geralmente, as empresas domésticas tendem a ser etnocêntricas1. O

termo etnocentrismo aqui empregado representa a predisposição de uma

empresa a estar predominantemente preocupada com sua viabilidade mundial,

porém com legitimidade apenas em seu país de origem – isto é, onde todas as

suas ações estratégicas são preparadas para respostas domésticas, em

situações similares. Em conseqüência, tais empresas podem estar vulneráveis

às mudanças repentinas originadas pela concorrência estrangeira.

Kotabe, Helsen (2000, p. 31) apresentam o seguinte exemplo:

Os fabricantes norte-americanos de automóveis e produtos

eletrônicos de consumo sofreram de etnocentrismo nos anos 60 e 70,

ao negligenciarem a concorrência iminente dos fabricantes japoneses

de baixo custo.

1.3.2. Marketing de exportação

1 Etnocentrismo: Disposição habitual de julgar povos ou grupos estrangeiros pelos padrões e práticas de sua própria cultura ou grupo étnico.

Geralmente, o marketing de exportação começa com os pedidos

encaminhados por clientes estrangeiros. Assim, quando a empresa recebe um

pedido de um cliente estrangeiro, pode ficar com receio em atendê-lo, mas,

gradualmente, aprende o benefício de vender ao exterior. Desta forma, o ponto

de partida é o recebimento de pedidos do exterior e, pouco a pouco, a empresa

vai aprendendo a lidar com eles.

Para Kotabe, Helsen (2000, p. 31):

Em geral, no estágio inicial do envolvimento no marketing de

exportação, o processo de internacionalização é conseqüência de

ajustes extras às condições mutantes da empresa e de seu ambiente,

em vez de ser resultado de alguma estratégia deliberada.

Podemos compreender que este fato se deve à maior incerteza do

negócio internacional, aos maiores custos de informação e à falta de

conhecimento técnico sobre as atividades do marketing internacional.

Segundo Kotabe, Helsen (2000), algumas empresas evoluem para um

estágio mais entranhado de internacionalização, tendo em vista que três

condições básicas sejam satisfeitas:

1. A gerência da empresa obtém expectativas favoráveis de atratividade

para exportação, com base na experiência.

2. A empresa tem acesso aos recursos-chave necessários para assumir

as tarefas adicionais exigidas pela exportação. Tal disponibilidade de

recursos físicos, financeiros e gerenciais está diretamente associada

ao porte da empresa.

3. A gerência está disposta a comprometer recursos adequados para as

atividades de exportação.

Sem dúvida, o compromisso a longo prazo da empresa com o marketing

de exportação depende do sucesso da gerência em vencer os vários desafios

encontrados nas atividades de marketing internacional.

Ora, uma empresa exportadora experiente te que lidar com dificuldades

para manter e expandir seu envolvimento com a exportação. Tais dificuldades

incluem restrições às importações/exportações, custo e disponibilidade de

embarque, flutuações na taxa cambial, recebimento de faturas e

desenvolvimento de canais de distribuição, entre outras.

As empresas costumam mensurar o lucro para analisar até que ponto as

exportações estão sendo rentáveis. Desta forma, um incremento do lucro

devido a uma atividade específica (como a exportação) aumenta o interessa da

empresa por tal atividade.

Outro fator são as pressões externas. Elas são capazes de levar as

empresas às atividades de marketing de exportação. Por exemplo: a saturação

do mercado interno (doméstico) pode tornar difícil para uma empresa manter o

volume de vendas em um mercado interno crescentemente competitivo; o

problema pode se tornar ainda mais grave quando concorrentes estrangeiros

começam a vender produtos no mercado doméstico.

1.3.3. Marketing internacional

Quando o marketing de exportação se torna um componente das

atividades de marketing da empresa, ele começa a ganhar importância e a

buscar novas direções para crescimento e expansão. Este estágio é

denominado de marketing internacional.

De acordo com Kotabe, Helsen (2000, p. 33): “Uma característica do

marketing internacional é sua orientação policêntrica, com ênfase, sempre que

for necessário, na adaptação do produto e da promoção aos mercados

estrangeiros”.

Podemos compreender que a orientação policêntrica diz respeito à

predisposição de uma empresa a reconhecer a existência de diferenças

culturais locais significativas nos mercados, exigindo que a operação em cada

país seja vista independentemente (ou seja, todas as decisões estratégicas

são, assim, preparadas sob medida para ajustar-se à cultura do país em

questão).

Assim, à medida que a participação de mercado da empresa em vários

países atinge determinado ponto, torna-se importante para ela defender sua

posição, por meio de concorrência local. Devido a proximidade e familiaridade

dos concorrentes locais em relação aos clientes locais, eles tendem a levar

vantagem sobre a concorrência estrangeira. Para fortalecer a posição

competitiva, da empresa, o responsável pelo marketing internacional começa

adaptando produtos e promoção, se necessário, para atender às necessidades

e aos desejos dos clientes locais de duas alternativas. De acordo com Kotabe,

Helsen (2000), que são: primeiro, a empresa pode alocar parte de sua

capacidade de produção para seu negócio de exportação. Segundo, em função

dos custos de transportes, das tarifas e outras regulamentações, além da

disponibilidade de recursos humanos e capital para os mercados exteriores, a

empresa pode começar a fabricar localmente. Sem dúvida, o marketing da

empresa deve estar preparado para enfrentar este desafio.

1.3.4. Marketing multinacional

No marketing multinacional a empresa vende seus produtos em muitos

países espalhados pelo mundo. Sua administração passa a perceber o

benefício da economia de escala em desenvolvimento de produto, produção e

marketing, consolidando algumas de suas atividades em base regional. Essa

abordagem centrada na região sugere que o planejamento de produto possa

ser padronizado dentro de uma região (por exemplo, um grupo de países

vizinhos e semelhantes). Os produtos podem também ser fabricados

regionalmente.

1.3.4. Marketing global

Podemos compreender que a orientação internacional (isto é, país a

país) ou multinacional (ou seja, região a região), embora possibilite a

consolidação das operações em países ou regiões, tenderá a resultar na

fragmentação do mercado mundial. A fragmentação operacional leva a custos

maiores.

Segundo Kotabe, Helsen (2000) o marketing global diz respeito às

atividades de marketing praticadas pelas empresas que enfatizam:

1. a redução das ineficiências de custo e da duplicidade de esforços

entre suas subsidiárias nacionais e regionais;

2. as oportunidades para a transferência de produtos, marcas e outras

idéias para suas subsidiárias;

3. o surgimento de clientes globais e;

4. a melhora dos vínculos entre infra-estrutura de marketing nacional

que levam ao desenvolvimento de uma infra-estrutura de marketing

global.

2. OS DESAFIOS DO AMBIENTE DO MARKETING GLOBAL

Segundo Rocha, Christensen (1999, p. 15):

As mudanças ambientais podem encontrar as empresas

despreparadas, já que grande parte dos administradores atua como

se as condições externas jamais se alterassem. Essas mudanças

podem estar relacionadas à economia, à tecnologia, à política, à

legislação etc.

Entender o ambiente de marketing é importante no planejamento

estratégico de marketing e na avaliação de oportunidades.

Um gerente de marketing controla a escolha das variáveis estratégicas

dentro da estrutura do ambiente de marketing mais amplo e como essa

estrutura está mudando.

Mesmo uma empresa que esteja operando em apenas um mercado

doméstico não está imune à influência das atividades econômicas externas em

seu mercado. O resultado desses fatores tem sido a maior interdependência de

países e economias, da competitividade e da necessidade concomitante de

empresas observarem constantemente o ambiente econômico internacional.

Assim, as empresas bem-sucedidas reconhecem e respondem

rentavelmente às necessidades não atendidas e às tendências do

macroambiente. No contexto global e competitivo em que estamos vivendo

atualmente, esta resposta é fundamental para que as empresas consigam

sobreviver no mercado.

As tendências permite que muitas oportunidades seja encontradas. Uma

tendência é uma direção ou seqüência de eventos que ocorre em algum

momento e promete durabilidade.

A análise ambiental é a prática de rastrear as mudanças externas que

podem afetar o mercado, incluindo demanda por bens e serviços.

Os profissionais de marketing devem examinar todas as dimensões do

ambiente externo. As informações resultantes podem ajudá-los a identificar as

oportunidades para servir melhor seus mercados, criando valor superior.

Segundo Kotler (1998, p. 144):

As empresas e seus fornecedores, intermediários de marketing,

consumidores, concorrentes e públicos operam em um

macroambiente mais amplo de forças e tendências que molda

oportunidades e apresenta ameaças. Essas forças representam

fatores “não controláveis”, que a empresa deve monitorar e

responder. Na arena econômica, as empresas e os consumidores são

crescentemente afetados por forças globais.

A análise também pode ajudar a identificar ameaças à capacidade de

uma organização em manter sua vantagem competitiva, sobreviver e

prosperar. O ambiente externo afeta não só o que as organizações podem ou

devem fazer, mas também o comportamento de consumidores e compradores

organizacionais. O ambiente externo influencia como esses compradores

avaliam o valor de troca que realizam.

A análise ambiental envolve a busca de mudanças que levem a

oportunidades ou ameaças a uma organização. Ela responde perguntas como:

com que freqüência a família média janta ou almoça em restaurantes? Que leis

podem afetar a escolha de determinada embalagem? A demanda por espaço

em escritórios tende a aumentar? Os concorrentes estão planejando introduzir

um aparelho de fax com mais recursos ou qualidade superior?

Tabela 1. As questões da análise ambiental em mercados globais

Ambiente Questões para análise

Econômico • Estágio de desenvolvimento

• Poder de compra dos consumidores

• Tipo de moeda; taxa de câmbio

Político e legal • Estabilidade política

• Leis que limitam o comércio internacional

• Leis locais

• Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT)

Social • Influências cultuais sobre o comportamento de compra

• Diferenças de língua

• Tamanho e distribuição da população

• Condição socioeconômica

• Impacto do marketing na cultura

• Considerações éticas como suborno e direitos humanos

Natural • Recursos disponíveis

• Impacto do marketing sobre os recursos naturais

Tecnológico • Níveis de desenvolvimento tecnológico

• Infra-estrutura disponível

Competitivo • Grau de participação do governo na concorrência

• Tipo de concorrentes – locais, globais ou governamentais

Fonte: Churchill, Peter (2000, p. 63)

2.1. Ambiente demográfico

Para Kotler (1998, p. 146):

A primeira força macroambiental que os profissionais de marketing

monitoram é a população, porque as pessoas representam os

mercados. As empresas estão muito interessadas no tamanho e na

taxa de crescimento da população em diferentes cidades, regiões e

nações; distribuição etária e composto étnico; níveis educacionais;

padrões de moradia; e características e movimentos regionais.

A demografia é o estudo das características de uma população humana,

o que inclui, por exemplo, idade, índice de natalidade, índice de mortalidade

estado civil, instrução, crença religiosa, etnia, imigração ou distribuição

geográfica. Geralmente, os profissionais de marketing combinam dados sobre

diversas características demográficas.

2.2. Ambiente econômico

O crescimento rápido que se seguiu à Segunda Guerra Mundial não

deve acontecer nos próximos anos. Numa economia de crescimento mais

lento, os profissionais de marketing podem ter de conhecer melhor seus

clientes para criar valor. Para Kotler (1998, p. 149):

Os mercados exigem poder de compra, além de pessoas. O poder de

compra existente em uma economia depende da renda atual, preços,

poupanças, empréstimos e disponibilidades de crédito. As empresas

devem prestar muita atenção às principais tendências nos padrões de

renda e de gastos em bens de consumo.

As economias de muitos países estão cada vez mais entrelaçadas e os

ciclos de negócios tendem a seguir padrões semelhantes. No entanto, há

diferenças que podem ser significativas. Ao aprender sobre países específicos,

os profissionais de marketing precisam descobrir aspectos básicos como o

estágio de desenvolvimento econômico do país, o poder de compra de seu

povo e a força de sua moeda.

2.3. Ambiente natural

Na perspectiva do profissional de marketing, o ambiente natural envolve

os recursos disponíveis para a organização ou afetados por ela. O ar, a água,

os mineiras, as plantas e os animais podem ser parte do ambiente natural de

uma empresa, sendo ou não utilizados por ela para produzir seus bens ou

serviços.

A capacidade de fornecer bens e serviços pode ser influenciada também

pelo clima. Além disso, as atividades da organização podem afetar o ambiente

natural gastando ou repondo recursos ou aumentando ou reduzindo a poluição.

2.4. Ambiente tecnológico

Para Kotler (1998, p. 152):

Uma das forças mais intensas que molda a vida das pessoas é a

tecnologia. Ela tem descoberto maravilhas, como penicilina, cirurgia

do coração e pírulas para controle da natalidade. Tem também

possibilitado a fabricação de horrores, como a bomba de hidrogênio,

gás que ataca o sistema nervoso e metralhadoras leves. Graças à

tecnologia, temos os automóveis e os videogames.

Assim, podemos entender que o conhecimento científico, a pesquisa, as

invenções e as inovações que resultem em bens e serviços novos ou

aperfeiçoados constituem o ambiente tecnológico do marketing. Os

desenvolvimentos tecnológicos proporcionam oportunidades importantes para

melhorar o valor oferecido aos clientes.

2.5. Ambiente político e legal

Uma organização não funciona estritamente de acordo com seu próprio

conjunto de regras. Ela tem de servir seus clientes e atender aos governos

federal, estaduais e municipais, assim como a grupos de interesses especiais:

juntos, estes componentes constituem o ambiente político e legal. Esse

ambiente influencia as estratégias de marketing por meio de leis,

regulamentações e pressões políticas.

Para Kotabe, Helsen (2000, p. 124):

Os executivos de marketing internacional devem estar conscientes de

que seus interesses econômicos podem ser muito diferentes

daqueles de países com os quais fazem negócios e, às vezes, até de

seus próprios países. Além disso, há vários acordos, tratados e leis

internacionais aos quais devem submeter-se.

O ambiente político e legal de uma nação pode afetar as estratégias de

marketing de várias maneiras. Ao avaliar se devem ou ano entrar num novo

mercado, os profissionais de marketing precisam considerar se o sistema

político desse país cria uma atmosfera comercial aceitável.

2.6. Ambiente sociocultural

Para Kotabe, Helsen (2000, p. 100):

O comportamento do comprador e as necessidades do consumidor

são amplamente impulsionados por normas culturais. Os

administradores que dirigem uma empresa em um país estrangeiro

precisam interagir com pessoas de ambientes culturais diferentes.

A sociedade em que as pessoas se desenvolvem molda suas crenças,

valores e normas. As pessoas absorvem, quase inconscientemente, uma visão

de mundo que define seu relacionamento consigo mesmas, com os outros e

com o universo.

Empresa global significa lidar com consumidores, parceiros estratégicos,

distribuidores e concorrentes com atitudes culturais diferentes.

Para compreender as complexidades dos mercados estrangeiros, é

imperativo alcançar o de entendimento profundo das diferenças culturais. De

uma perspectiva de marketing global, o ambiente cultural é muito importante

por duas razoes. A primeira e principal é que, forças culturais são um fator

importante para moldar o programa do composto de marketing global de uma

empresa. Constantemente, os gerentes de marketing global enfrentam o

problema de avaliar até que ponto as diferenças culturais devem forçar

adaptações da estratégia de marketing de uma empresa. A segunda razão é

que a análise cultural, freqüentemente, indica oportunidades de mercado. As

empresas que encontram as necessidades culturais ignoradas por seus

concorrentes, em geral, obtêm vantagem competitiva.

3. OS DESAFIOS DO MARKETING GLOBAL

Segundo Kotler (2000, p. 388):

O mundo está ficando cada vez menor com o advento de meios de

comunicação, transportes e fluxos financeiros mais velozes. Produtos

desenvolvidos em um país – bolsas Gucci, canetas Mont Blanc,

hambúrgueres do McDonald’s, sushi japonês, tailleurs Chanel, carrros

BMW – estão encontrando entusiasmada aceitação em outros países.

Um executivo alemão pode vestir um terno Armani para encontrar um

amigo inglês em um restaurante japonês e mas tarde, quando chegar

em casa, tomar uma vodca russa e assistir a um seriado norte-

americano na televisão.

Logo, podemos compreender que a idéia de que os profissionais de

marketing podem dar-se ao luxo de ver seus mercados em termos puramente

locais está totalmente ultrapassada.

Após a Segunda Guerra Mundial, muitas das economias mundiais

ficaram devastadas, havia demanda reprimida por muitos bens, a população

havia começado a aumentar e as distâncias geográficas eram mais difíceis de

ser superadas do que hoje. Naquela época, a área de marketing pôde crescer

rápida e lucrativamente servindo o mercado doméstico sem medo de

concorrência externa. Agora, porém, as organizações no mundo todo têm os

conhecimentos e os meios financeiros para competir por compradores globais,

numa concorrência formidável.

Outra tendência importante que ligou ainda mis estreitamente as

economias mundiais são os avanços e melhorias na infra-estrutura econômica

de muitas nações. Infra-estrutura econômica refere-se às condições internas

disponíveis para a condução de atividades comerciais, especialmente

comunicações, transporte, distribuição e sistemas financeiro. Assim, alguns

componentes da infra-estrutura de uma nação são sistemas telefônicos,

estradas, ferrovias, sistemas elétricos, bancos e bolsas de valores. Muitas

nações melhoraram sua infra-estrutura por meio de avanços como fibras

ópticas, redes de computadores, satélites e outras tecnologias. Como

resultado, os profissionais de marketing podem transportar bens, entregar

serviços, transferir fundos e transmitir mensagens mais depressa e mais

amplamente do que nunca. A distância tornou-se uma barreira muito menor

para a realização de negócios.

3.1. Modos de entrada em mercados globais

Os profissionais de marketing voltados para o valor avaliam mercados

globais e buscam compreender seus compradores. Depois, decidem se e como

podem criar valor para esses mercados. Os mecanismos que eles escolhem –

chamados de modos de entrada – geralmente envolvem indivíduos ou

organizações nos países anfitriões.

3.1.1. Exportação

De acordo com Kotabe, Helsen (2000, p. 252): “A maioria das empresas

começa sua expansão internacional com a exportação. Para muitas pequenas

empresas, a exportação é, freqüentemente, a única alternativa para a venda de

seus bens em mercados estrangeiros”. No mesmo sentido assim se pronuncia

Kotler (2000, p. 396):

A maneira normal de se envolver em um mercado internacional é por

meio da exportação. Exportação ocasional é um nível de

envolvimento passivo no qual a empresa exporta de vez em quando,

seja por meio de sua própria iniciativa, seja em resposta a pedidos

inesperados do exterior. Exportação ativa ocorre quando a empresa

se compromete a aumentar suas exportações em um mercado

específico. Nos dois casos, a empresa fabrica seus produtos no país

de origem e pode ou não adaptá-los ao mercado internacional.

Assim, podemos compreender que a exportação envolve a produção no

país de origem da organização e, depois, seu transporte para outro país com

fins de venda. Como essa abordagem envolve pouca mudança no modo de

operação da empresa, ela é um mecanismo comum para a primeira tentativa

de entrada em mercados globais.

De acordo com Kotler (2000) e com Churchill, Peter (2000) existem dois

tipos básicos de exportação: a exportação indireta e a exportação direta.

Churchull, Peter (2000) afirma que a versão mais simples de exportação

é a exportação indireta, em que o profissional de marketing utiliza um

intermediário para transportar o produto para o exterior e vendê-lo lá. Kotler

(2000) expressa-se no mesmo sentido, afirmando que as empresas

habitualmente começam com exportação indireta, isto é, contam com

intermediários independentes para exportar seus produtos.

Para Kotabe, Helsen (2000, p. 252):

A exportação indireta ocorre quando a empresa vende seus produtos

em mercados estrangeiros por meio de um intermediário estabelecido

em seu próprio país. O intermediário pode ser uma empresa de

administração de exportação, uma trading ou simplesmente um

corretor.

Um exemplo desse intermediário é uma empresa de trading, que compra

uma variedade de produtos em um país e assume os riscos de revendê-los em

outros, pagando um preço garantido ao produtor. Por outro lado, um agente de

exportação não compra o produto, mas simplesmente cuida das vendas no

outro país. Nas duas opções, os profissionais de marketing podem beneficiar-

se do fato de o intermediário ter familiaridade com o país e contatos com

indivíduos e empresas locais.

Em determinado momento, as empresas podem resolver controlar suas

próprias exportações. O investimento e o risco são maiores, mas o potencial de

retorno também é. De acordo com Churchill, Peter (2000, p. 78): “Uma

organização que deseje assumir um pouco mais de controle sobre a

exportação pode usar a exportação direta por meio de um departamento de

exportação ou uma filial para vendas no exterior”. Desta forma, na exportação

direta a empresa estabelece seu próprio departamento de exportação e vende

os produtos por meio de um intermediário localizado no mercado estrangeiro.

3.1.2. Licenciamento

Empresas pequenas muitas vezes optam por acordos de licenciamento

para entrar em mercados globais. O licenciamento é uma concessão a outra

organização dos direitos de usar uma marca registrada, um produto patenteado

ou um processo. Em troca desses direitos, o licenciado paga uma taxa. Para

Kotabe, Helsen (2000, p. 253):

As empresas podem também entrar em mercados estrangeiros via

estratégia de licenciamento. O licenciamento é uma transação

contratual em que a empresa – licenciadora – oferece alguns ativos a

uma empresa estrangeira – a licenciada – em troca do pagamento de

royalties.

A concessão de licenças envolve risco, porque o licenciador cede o

controle sobre como o produto é feito e como o cliente é tratado. Quando o

contrato de licenciamento termina, o licenciado pode usar os novos

conhecimentos adquiridos e tornar-se um sério concorrente. Além disso, o

licenciamento é com freqüência o modo menos lucrativo de uma organização

entrar no mercado.

3.1.2.1. Benefícios

De acordo com Kotabe, Helsen (2000, p. 253):

Para muitas empresas, o licenciamento tem provado ser um meio

rentável de penetração em mercados estrangeiros. Na maioria dos

casos, o licenciamento não demanda muitos recursos da empresa.

Assim, ele é especialmente atraente para as pequenas empresas que

não possuem os recursos e a possibilidade de investir em instalações

no exterior.

As empresas que utilizam o licenciamento como parte da estratégia de

expansão global reduzem sua exposição às instabilidades políticas ou

econômicas em seus mercados estrangeiros.

Para Churchill, Peter (2000, p. 79):

(…) os benefícios do licenciamento superam os custos para alguns

profissionais de marketing, pois ele é menos dispendioso do que o

desenvolvimento dos conhecimentos e recursos necessários para

planejar e implementar uma estratégia de marketing global.

3.1.2.2. Limitações

O licenciamento tem algumas desvantagens potenciais. Os licenciadores

têm menos controle sobre o licenciado do que teriam se tivessem construído

suas próprias instalações de produção e vendas. Segundo Kotabel, Helsen

(2000, p. 254): “O maior perigo é que um acordo de licenciamento possa

favorecer o surgimento de um futuro concorrente. Freqüentemente, os

parceiros de hoje tornam-se os inimigos de amanhã”. Assim, se o licenciado

tiver bastante sucesso no empreendimento, a empresa terá aberto mão dos

lucros; e, se e quando o contrato vender, a empresa pode descobrir que criou

um forte concorrente. Para evitar isso, o licenciador geralmente fornece alguns

ingredientes ou componentes que só ele produz e que são necessários para o

produto (como a Coca-Cola faz). Porém a melhor estratégia é o licenciador

fazer inovações, de modo que o licenciado continue a depender dele.

3.1.3. Joint ventures

De acordo com Kotler (2000) os investidores podem se unir a

investidores locais para criar uma joint-venture na qual possam dividir o

controle e a propriedade.

Neste sentido, podemos compreender que uma joint-venture é um

acordo empresarial em que duas ou mais organizações compartilham a direção

de um empreendimento. Uma organização que queira entrar no mercado global

pode, por exemplo, fazer uma joint-venture com uma organização sediada no

país alvo ou com experiência de trabalho lá.

Uma joint-venture pode assumir muitas formas. Algumas organizações

cuidam das funções de marketing e finanças de um empreendimento em outro

país e deixam o parceiro cuidar da fabricação – um arranjo chamado fabricação

por contrato. Outras contratam a administração, isto é, uma organização

fornece talento administrativo, enquanto o parceiro da joint-venture no país

fornece os outros recursos do empreendimento. Na propriedade conjunta, os

dois parceiros combinam recursos para criar um empreendimento que ambos

possuem e controlam conjuntamente. Alguns países exigem propriedade

conjunta como modo de entrada.

3.1.3.1. Benefícios

Uma grande vantagem das joint-ventures, comparadas às formas de

menor comprometimento de recursos, como o licenciamento, é seu potencial

de retorno. Por exemplo, com o licenciamento, a empresa recebe apenas

pagamento de royalties, em vez de participação no lucro. As joint-ventures

também proporcionam muito maior controle sobre as operações do que a

maioria dos modos de entrada anteriormente discutidos.

3.1.3.2. Desvantagens

De acordo com Kotabe, Helsen (2000, p. 258): “Para muitas empresas, a

falta de controle pleno é a maior restrição às joint ventures”.

Entre as desvantagens podemos citar a possibilidade de a organização

ter de comprometer seus próprios objetivos quando estes entram em conflito

com os de seu parceiro. Além disso, a organização pode compartilhar tantas

informações a ponto de tornar seu parceiro um concorrente de peso.

A falta de confiança e os conflitos mútuos podem transformar uma joint-

venture internacional em um casamento complicado. Podem surgir conflitos

sobre assuntos como estratégias, alocação de recursos, preço de

transferência, propriedade de ativos críticos como tecnologias e marcas. Em

muitos casos, as sementes dos problemas existem desde o início da joint-

venture.

3.1.4. Propriedade direta

Para Kotler (2000, p. 399):

A maneira básica de envolvimento no mercado internacional é a

propriedade direta de instalações de fabricação ou montagem no

exterior. A empresa estrangeira pode comprar uma empresa local (ou

tornar-se acionista) ou construir suas próprias instalações.

Uma organização também pode ser proprietária das operações de

produção e marketing nos países em que atua. Tais arranjos, chamados de

propriedade direta, podem envolver o estabelecimento de novas instalações ou

a aquisição de uma empresa estrangeira que atue na mesma linha de

negócios.

Assim, podemos compreender que a propriedade direta dá à

organização o controle máximo sobre as atividades no exterior. Além disso,

estabelecer operações perto dos mercados globais pode ser uma oportunidade

de fazer negócios com clientes que desejam serviços rápidos, o que pode

ajudar uma organização a superar obstáculos econômicos e políticos.

Entretanto, a propriedade direta é cara, além de requerer a capacidade

de lidar com diferenças lingüísticas e culturais e superar barreiras e

investimentos externos.

Para Churchill, Peter (2000, p. 80):

(…) apesar dos pontos negativos a propriedade direta está

crescendo. Os profissionais de marketing mais bem-sucedidos no

futuro serão aqueles com flexibilidade, sensibilidade e recursos

necessários para oferecer um valor superior aos clientes de todo o

mundo.

4. OS DESAFIOS DA GERÊNCIA DO COMPOSTO DE MARKETING

GLOBAL

De acordo com Kotler (2000), as empresas globais devem decidir até

que ponto adaptarão suas estratégias de marketing às condições locais. Num

extremo, temos empresas que utilizam um composto de marketing padronizado

globalmente. A padronização do produto, da propaganda e dos canais de

distribuição permitem custos mais baixos. No outro extremo, temos um

composto de marketing adaptado, em que a empresa adapta elementos do

composto de marketing para cada mercado-alvo.

Evidentemente, entre os dois extremos apresentados existem muitas

possibilidades. Discutiremos neste capítulo algumas das possíveis adaptações

que as empresas podem fazer em seu composto de marketing para ingressar

no mercado global.

4.1. Produto

Segundo Kotabe, Helsen (2000), a base de um programa de composto

de marketing global é o conjunto de decisões de política de produto que as

empresas multinacionais constantemente necessitam formular. A variedade de

questões sobre política de produto que precisa ser avaliada é imensa: Quais

novos produtos devem ser desenvolvidos e para que mercados? Quais

produtos devem ser acrescentados, removidos ou modificados à linha, em cada

um dos países em que a empresa opera? Que marcas devem ser usadas?

Como o produto deve ser embalado? Que serviços devem ser oferecidos?

entre outras. Claramente, os gerentes de produtos encarregados da linha de

produtos de uma empresa global têm um trabalho muito difícil.

As empresas podem procurar três estratégias globais para penetrar em

mercados estrangeiros. Algumas delas, simplesmente, adotarão a mesma

política de produto ou de comunicação usada em seu mercado doméstico.

Elas estendem as estratégias de produto/comunicação de seus próprios

países aos mercados estrangeiros. Outras empresas preferem adaptar sua

estratégia ao mercado local.

Essa estratégia de adaptação permite à empresa detectar as

necessidades e os desejos de seus consumidores estrangeiros.

Uma terceira alternativa é adotar uma estratégia de invenção, em que os

produtos são desenhados desde o início para os consumidores estrangeiros.

A seguir, discutiremos cada uma dessas alternativas.

4.1.1. Extensão de produto e de comunicação

Em um extremo, uma empresa pode optar por vender um produto

padronizado, usando uma estratégia de comunicações uniforme.

Freqüentemente, as primeiras entrantes na área global escolhem essa

abordagem.

As pequenas empresas, com recursos limitados, também preferem esta

opção. Para elas, os resultados potenciais de produtos e/ou campanhas de

propaganda padronizadas não justificam geralmente os custos incrementais de

adaptação.

Este tipo de extensão pode também funcionar quando a empresa visar a

um segmento “global” com necessidades similares.

4.1.2. Extensão de produto – adaptação das comunicações

Devido às diferença no ambiente cultural ou competitivo, o mesmo

produto, freqüentemente, é usado para oferecer benefícios ou funções que

diferem muito daqueles oferecidos no país doméstico.

Tais hiatos entre o mercado estrangeiro e o doméstico forçam as

empresas a vender o mesmo produto, usando campanhas de propaganda

adaptadas. Embora isso impeça a economia de escala de produção, a empresa

obtém ganhos potenciais de propaganda.

4.1.3. Adaptação de produto – extensão das comunicações

Uma outra alternativa é as empresas adaptarem seus produtos, mas

vendê-los usando uma estratégia de comunicações padronizada.

Freqüentemente, as circunstâncias de mercado global favorecem a adaptação

de produto. As regulamentações governamentais deixam à maioria das

empresas duas opções: aceitar as restrições e adaptar seu produto ou

abandonar esse mercado específico.

4.1.4. Adaptação do produto e das comunicações

As diferenças de ambientes culturais e físicos dos países exigem uma

estratégia de adaptação. Em tais circunstâncias, a adaptação da estratégia de

produto e de comunicação da empresa é a opção mais viável para a expansão

internacional.

4.1.5. Invenção de produto

Genuinamente, as empresas globais tentam descobrir como criar

produtos com escopo global, em vez de se limitarem apenas a um único país.

Em vez de simplesmente adaptar produtos ou serviços existentes às condições

de mercado locais, seu objetivo é explorar ao máximo as oportunidades do

marcado global.

4.2. Promoção

Os obstáculos enfrentados pelos anunciantes no cenário internacional

são – para sermos moderados – incertos. Mesmo os anunciantes mais

experientes, às vezes, não dominam as complexidades do mercado global.

As empresas podem usar as mesmas campanhas promocionais e de

propaganda usadas no país de origem ou mudá-las de acordo com o mercado

local, um processo chamado adaptação da comunicação. Se tanto o produto

como a comunicação forem adaptados, a empresa faz uma adaptação de

produto/promoção.

Para Kotabe, Helsen (2000, p. 402): “Um dos problemas mais

espinhosos enfrentados pelas empresas quando desenvolvem uma estratégia

de comunicação é a escolha de um tema de propaganda apropriado”.

A propaganda global é um dos maiores desafios defrontados por muitas

empresas. Há grande número de decisões a serem enfrentadas na propaganda

internacional.

Quando se leva em conta a mensagem, é necessário lembrar que a

empresa pode mudá-la em quatro níveis diferentes:

1. Ela pode usar uma única mensagem para todos os lugares onde

atua, variando apenas idioma, nomes e cores.

2. Ela pode usar o nome globalmente, mas adaptar as peças

publicitárias a cada mercado local.

3. Ela pode elaborar um grupo de anúncios dentre os quais cada país

seleciona o que considerar mais apropriado para sua realidade.

4. Ela pode permitir que cada país crie sua própria propaganda – desde

que sigam determinadas diretrizes pré-estabelecidas.

O uso da mídia também requer adaptação internacional porque sua

disponibilidade varia de um país para outro. Segundo Kotabe, Helsen (2000, p.

409):

Outra tarefa com que as empresas internacionais se defrontam é a

escolha de mídia em cada um dos países em que fazem negócios.

Em alguns países, as decisões de mídia são muito mais críticas do

que os aspectos criativos da campanha. Por exemplo, no Japão, a

compra de mídia é crucial, dada a escassez de espaço de

propaganda.

Kotabe, Helsen (2000) apresenta os seguintes argumentos para a

padronização de campanhas:

1. redução de custos;

2. imagem de marca coerente;

3. similaridade dos grupos-alvo;

4. aproveitamento múltiplo de idéias criativas;

Kotabe, Helsen (2000) destaca os seguintes contra-argumentos:

1. diferenças culturais;

2. vários mercados com graus de maturidade diferentes;

3. papel das regulamentações sobre a propaganda;

4. variações no ambiente de mídia.

4.3. Preço

De acordo com Kotabe, Helsen (2000, p. 360):

A determinação do preço global é um dos assuntos mais críticos e

complexos enfrentados pelas empresas globais. O preço é o único

instrumento do composto de marketing que gera receita. Todos os

demais elementos envolvem custos. Assim, a política de preço global

de uma empresa pode definir ou impedir seus esforços de expansão

internacional.

Assim, as multinacionais enfrentam diversos problemas de determinação

de preço quando vendem para o mercado internacional. Elas precisam lidar

com as diferenças de preço, preços de transferência, práticas de dumping e

mercado paralelo.

Assim, podemos entender o preço como uma das variáveis da política

de marketing, cuja função é servir aos objetivos gerais da organização. O

objetivo de uma empresa pode ser formalmente estabelecido como, por

exemplo, o de tornar-se a empresa que detém a maior participação em um

mercado ou ainda o de ser a maior exportadora de um produto. Em linhas

gerais, podemos dizer que, seja qual for o objetivo estipulado, o preço deve

estar plenamente ajustado à estratégia de alcance do mesmo.

O preço deve estar de acordo com as estratégias de qualidade e

posicionamento. Segundo Cobra (1985, p. 431):

A estratégia de marketing de qualquer empresa associa-se sempre

ao preço. Um produto de baixa qualidade, baixo esforço promocional,

deve ter sempre preço baixo, a menos que a demanda esteja

reprimida. É como vender quinquilharia na selva amazônica ou na

Serra Pelada. Mas um produto de alta qualidade, diferenciado, com

um alto esforço promocional, justifica um preço alto.

Ao desenvolver uma estratégia de preço para seus mercados globais, a

empresa precisa decidir o que deseja realizar com ela. Suas metas podem

incluir a maximização do lucro atual, ou a projeção de uma imagem especial.

Os custos da empresa são proeminentes na decisão de preço. Os

custos determinam o piso: a empresa deseja estabelecer um preço que, pelo

menos, cubra todos os custos necessários para fabricar e vender seus

produtos. A diferença de custos entre países podem levar a amplos hiatos de

preços. É importante que a administração considere todos os custos relevantes

de produção, marketing e distribuição de produto. De acordo com Kotler (2000),

como os custos variam de um país para outro, a questão é como estabelecer

preços em diferentes países. As empresas têm três opções:

1. Estabelecer um preço uniforme em todos os países: a Coca-Cola

poderia querer cobrar 60 centavos de dólar pela latinha de

refrigerante no mundo todo. Mas depois a empresa teria diferentes

índices de lucro em diversos países em função das diferenças nos

custos. Também essa estratégia resultaria em preços altos nos

países pobres e relativamente baixos nos países ricos.

2. Estabelecer em cada país um preço baseado no mercado. A Coca-

Cola cobraria o que se poderia pagar em cada país. Essa estratégia,

porém, ignora diferenças no custo real de um país para outro. Além

disso, poderia levar a uma situação na qual os intermediários nos

países que teriam menor preço poderiam repassar a Coca-Cola para

os países onde o preço fosse maior.

3. Estabelecer um preço com base nos custos de cada país. Neste

caso, a Coca-Cola utilizaria um acréscimo-padrão a seus custos em

todos os países, mas essa estratégia poderia deixar os preços da

Coca-Cola acima do mercado nos países onde os custos são mais

altos.

Enquanto os custos estabelecem um piso, o valor percebido pelos

consumidores em relação ao produto estabelecerá um teto para o preço. A

demanda dos consumidores é uma função do poder de compra, dos gostos,

dos hábitos e dos bens substitutos. Essas condições da demanda variarão de

país para país. Por exemplo, o Nescafé é muito caro na Itália, uma vez que a

demanda italiana de café instantâneo é menor.

A concorrência é outro fator-chave na determinação de preço global.

Geralmente, as diferenças na situação competitiva interpaíses levará a preços

diferentes interfronteiras. A situação competitiva pode variar por inúmeras

razões. Primeiro, o número de concorrentes, varia em geral de país para país.

Em alguns deles, a empresa enfrenta poucos concorrentes (ou até mesmo

ocupa uma posição de monopólio), enquanto em outros ela precisa enfrentar

numerosas marcas concorrentes. Também, a natureza da concorrência será

diferente: empresas globais versus locais, empresas particulares versus

estatais. Em alguns mercados, as empresas têm que concorrer com uma

versão barata de seu próprio produto. Estes são apenas um dos desafios

enfrentados pelo marketing global.

Outro fator determinante do preço global são os canais de distribuição. A

pressão. A pressão exercida pelos canais pode tomar várias formas. As

variações das margens comerciais e a extensão dos canais influenciarão o

preço fora da fábrica, cobrado pela empresa.

As políticas governamentais podem ter impacto direto ou indireto sobre

as políticas de preço. Os fatores que têm impacto direto incluem os impostos

sobre as vendas, tarifas e controle de preço. Às vezes, a interferência

governamental é muito prejudicial.

4.4. Praça (canais de distribuição)

De acordo com Kotabe, Helsen (2000), a logística e a distribuição global

têm exercido papel crítico no crescimento e desenvolvimento do comércio

mundial e na integração em escala mundial. De fato, o nível de comércio

mundial de bens e, por extensão, de serviços depende significativamente da

disponibilidade de serviços de transporte internacional confiável. As reduções

dos custos de transporte e o aumento da confiabilidade de desempenho

expandem o escopo das operações de produção e aumentam o nível de

interesse associado ao comércio e à competição internacional.

O uso de canais de distribuição apropriados, nos mercados

internacionais, aumenta dramaticamente as chances de sucesso.

A logística global é definida como o projeto e o gerenciamento de um

sistema que dirige e controla os fluxos de materiais dentro e fora das fronteiras

nacionais, para atingir seus objetivos corporativos a um custo total mínimo.

A gerência dos canais de distribuição é fundamental. De nada adianta

desenvolver um bom produto, precificá-lo corretamente, promovê-lo

adequadamente, se o produto não estiver disponível onde os consumidores-

alvo possam encontrá-los facilmente.

CONCLUSÃO

O termo globalização é dado para o conjunto de transformações na

ordem política e econômica mundial que vem acontecendo nas últimas

décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa

"aldeia-global", explorada pelas grandes corporações internacionais.

A globalização ampliou o mercado nacional, tornando-o mais

competitivo. O aumento da competitividade forçou as empresas a

desenvolverem cada vez mais produtos de qualidade e forçou a guerra de

preços. Atualmente, graças a globalização, para uma empresa manter-se

competitiva no mercado, é necessário que ela ofereça produtos de qualidade a

preços competitivos.

O marketing, por sua vez, terá que enfrentar muitos desafios no mercado

global.

A globalização está influenciando diretamente a mudança do perfil do

consumidor. Os consumidores estão perdendo velhos hábitos, como o de

enfrentar filas de banco para pagar uma conta e criando novos hábitos, como o

de pagar uma conta pela Internet.

Cada vez mais consumidores estão aderindo ao comércio eletrônico.

Muitos consumidores estão deixando de comprar nas lojas físicas e comprando

nas lojas virtuais, que oferecem grande comodidade e bons preços.

O consumidor também está ficando mais velho. O número de idosos

está aumentando, devido ao aperfeiçoamento do nosso sistema de saúde.

Com isso, as organizações precisam prestar atenção em que é o seu público

alvo para direcionar suas campanhas e seu atendimento.

Devido a escassez de tempo, as pessoas tendem a levar suas vidas

mais corridas. No geral, elas não têm tempo a perder em filas de banco, em

filas de supermercado, em refeições demoradas, em lojas lotadas etc. O tempo

é valioso e as pessoas querem aproveitá-lo ao máximo. Com isso, as pessoas

querem um atendimento rápido. Elas desejam efetuar transações bancárias e

realizar compras pela Internet, fazer suas refeições em restaurantes de fast

food etc., elas querem agilidade.

O perfil dos consumidores está mudando. Cada vez mais os jovens

estão ocupando posições de destaque nas organizações. Essas posições de

destaque lhe conferem grandes salários que possibilitam a compra de novos

produtos. Assim, muda o perfil dos consumidores de diversos produtos, como,

por exemplo, o de carros de luxo.

Quando os profissionais de marketing estudam a idéia de entrar em

mercados globais, devem examinar o ambiente externo e usar as informações

resultantes para identificar se devem ou não servir mercados globais, quais

devem ser servidos e como criar valor nessas nações.

Ao decidir como servir clientes globais, os profissionais de marketing

podem escolher entre diversos modos de entrada. Eles podem simplesmente

produzir no país de origem e exportar seus produtos direta ou indiretamente

para outros países; podem fazer contratos de licenciamento com produtores

locais; ou, ainda, podem entrar em joint-ventures, nas quais compartilham

responsabilidades de comercialização com um parceiro de outro país. Também

podem ter propriedade direta de operações no exterior.

A gerência do composto de marketing também é um desafio que o

marketing global possui. Assim, uma questão que geralmente se levanta no

marketing global é se as empresas devem adotar uma estratégia de marketing

padronizada ou sob medida para cada país. Desta forma, a padronização

significa o oferecimento de um produto uniforme em âmbito regional ou

mundial. A customização alavanca as diferentes inter fronteiras das

necessidades e dos desejos dos consumidores. Sob esse regime, mudanças

apropriadas são feitas para atender às condições do mercado global.

Concluímos, portanto, que os gerentes de marketing, para obterem os

melhores resultados possíveis, devem confrontar as estratégias de

padronização com as estratégias de customização, a fim de conhecer qual

estratégia é mais adequada ao caso específico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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clientes. São Paulo : Saraiva, 2000.

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ROCHA, Angela da. CHRISTENSEN, Carl. Marketing: teoria e prática no

Brasil. 2. ed. São Paulo : Atlas, 1999.

SANDHUSEN, Richard. Marketing básico. São Paulo: Saraiva, 1998.

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação em Marketing

Os Desafios do Marketing Global

Data da Entrega: 03/07/03

Autor: Edilene de Souza Felix

Orientador: Marco Larosa

Avaliado por: ___________________________Grau:________

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Conceito Final: ________