Os Grandes Desafios da Indústria Seguradora

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O mundo está em constante mudança. Os impactos das alterações em diversas áreas - saúde, clima, economia, sociedade, entre outras - são sentidos à escala planetária e a Indústria Seguradora não é excepção. Sendo os seguros um instrumento essencial para o desenvolvimento económico, garantindo a diminuição da incerteza e do risco por parte dos investidores, e um meio de protecção para todos nós, há que conhecer e compreender a actual situação da indústria seguradora, assim como detectar e perceber as novas tendências: · na gestão de sinistros; · na gestão de activos financeiros; · nos canais de distribuição na fraude; · na supervisão e regulação da indústria seguradora; · nas alterações climáticas; · no terrorismo; · na saúde; · nas economias emergentes e nos países industrializados; · no desenvolvimento e comercialização de seguros originais (para casamentos, divórcios, partes do corpo, etc.).

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O ClimaCap.5

Introdução

Desde que é possível medir a temperatura, o que acontece desde 1880, pode dizer- -se que a primeira metade de 2010 foi o período mais quente de sempre em todo o mundo.Na Alemanha a temperatura média durante este período foi de 20,2ºC, o que cor-responde a um aumento de 3,3ºC relativamente à média climatológica que era de 16,9ºC. As consequências foram bem visíveis. Assim, entre muitos outros casos, várias centrais eléctricas foram obrigadas a reduzir a produção de energia, uma vez que com a subida das temperaturas das águas dos rios, não conseguiam garantir de forma eficaz o funcionamento dos sistemas de arrefecimento.Na Rússia, dezenas de pessoas morreram vítimas dos incêndios que devastaram centenas de milhares de hectares de floresta. Moscovo esteve dias seguidos envolta numa espessa nuvem de fumo, obrigando os seus habitantes a utilizar máscaras. A capital russa registou em 29 de Julho de 2010 37,8ºC, um recorde absoluto. Noutros pontos do país as temperaturas terão atingindo, e até ultrapassado, os 40ºC.No Paquistão, as temperaturas atingiram uns impensáveis 53,5ºC em Maio de 2010, o valor mais alto de sempre na Ásia. Parte do país ficou alagada com cheias gigantescas, afectando milhões de pessoas e levando a vida a milhares delas.Em 12 de Janeiro, o Haiti sofreu um dos mais devastadores sismos da história, afectando milhões de pessoas e causando a morte a um número que poderá rondar as 200.000 pessoas. O país, já de si um dos mais pobres do mundo, ficou devastado.No oceano Árctico, o aquecimento global tem provocado o degelo de áreas imen-sas, aumentando o nível das águas do mar. Uma catástrofe natural só por si não é indiciadora de que estejam a ocorrer alterações climáticas. No entanto, se atendermos ao número de acontecimentos deste tipo que se tem verificado, assim como à sua frequência, teremos de concluir que de facto o clima está a mudar, sendo que os seus efeitos são sentidos à escala planetária.O número de fenómenos meteorológicos extremos, como são os casos de tempes-tades e cheias, triplicaram desde 1980 e a tendência mantém-se.

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Assim a ocorrência de tornados em zonas do planeta até agora poupadas a este tipo de fenómeno atmosférico, mais tempestades tropicais, furacões, chuvas tor-renciais, longos períodos de seca e sismos têm-se registado com uma frequência e capacidade de destruição a que não estávamos habituados. Também em terra, os gelos sazonais têm diminuído e os glaciares estão a desaparecer rapidamente, assim como as neves perpétuas. A consequência directa desta situação é a forte diminuição da água doce disponível para utilização agrícola e consumo humano. As emissões para a atmosfera dos gases provenientes dos combustíveis fósseis também não param de aumentar, não só porque os principais países emissores têm demonstrado enormes dificuldades em se entenderem, sendo que quando chegam a acordo, produzem apenas documentos contendo princípios gerais e intenções excelentes que dificilmente serão operacionalizadas. Além disso, temos grandes economias emergentes, com destaque para a China e Índia, cujo crescimento é em grande parte sustentado pelo aumento do consumo de petróleo, situação que certa-mente não vai ser alterada num futuro próximo.

As alterações climáticas representam um dos maiores riscos de longo prazo que as companhias de seguros e resseguros vão enfrentar, tornando a indústria seguradora um dos sectores que mais impacto sofrerá com esta situação, já que é o que de uma forma mais directa irá lidar com os respectivos prejuízos. As consequências nos riscos que os seguradores pretendem cobrir serão profundas. Ainda num passado recente, o número de furacões oriundos do oceano Atlântico foram responsáveis por perdas recorde nos EUA no que respeita aos seguros patri-moniais.Assim, para além dos danos pessoais, inúmeros sectores de actividade vão ser grandemente afectados, sendo que os custos com sinistros vão aumentar, princi-palmente por situações decorrentes de danos patrimoniais, perdas de exploração, perdas de colheitas e forte diminuição de stocks, entre outros.Adicionalmente, incêndios florestais, cheias, sismos e outras catástrofes que têm ocorrido no mundo têm tido um importante impacto nos resultados das companhias de seguros.Estima-se que aproximadamente um terço dos sinistros a nível mundial tem origem em situações relacionadas com a ocorrência de desastres naturais. Nesta sequência, o aumento das perdas daí decorrente irá aumentar o custo do capital, aumentando assim a instabilidade da indústria seguradora e diminuindo os seus resultados.As companhias vão enfrentar novos tipos de sinistros e terão obrigatoriamente de desenvolver novos produtos e reavaliar outros já existentes, por forma a adaptá-los à nova realidade.

As AlterAções clImátIcAs e A IndústrIA segurAdorA

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Para melhor ilustrar esta situação, e segundo o Geveva Report N.º 2, a nível mun-dial as alterações climáticas poderão vir a ser as seguintes:

África

O continente africano é bastante vulnerável às alterações climáticas, situação que se agrava com a falta de capacidade de adaptação das sociedades afectadas pelos novos fenómenos. O Sahel e a África Austral serão afectados por períodos de seca cada vez mais longos, pelo que se prevê que em 2020 as áreas dos terrenos desti-nados à agricultura sofrerão uma forte redução. Entretanto, as zonas costeiras serão alvo de um cada vez maior número de cheias, provocando um aumento da erosão das costas. As águas serão mais salobras devido ao aumento do nível do mar.

Ásia

Na Ásia, as alterações climáticas estão principalmente associadas a várias pres-sões socioeconómicas ao nível dos recursos naturais, dada a crescente urbaniza-ção, industrialização e crescimento económico. Tal como em África, prevê-se um agravamento das inundações nas regiões costeiras, tendo como factor agravante a elevada densidade populacional dessas áreas.A quantidade de água doce disponível poderá sofrer uma redução. Também a dura-ção das secas irá aumentar em diversas regiões do continente asiático.Este cenário poderá também contribuir para problemas ao nível da alimentação das populações, dadas as repercussões que poderão ocorrer nas colheitas.Um exemplo concreto desta situação poderá ser encontrado na Rússia que, afec-tada por uma onda de calor de que não há memória no Verão de 2010, registou centenas de incêndios, muitos deles destruindo gigantescas plantações de cereais. Como a Rússia é um dos maiores exportadores mundiais de cereais, a redução súbita da sua produção fez com que as autoridades russas suspendessem as expor-tações destes bens até ao final de 2010, garantindo assim o abastecimento aos rus-sos. A consequência seguinte foi o aumento do preço dos cereais a nível mundial, aumento esse que acaba por ser sentido numa parte importante dos alimentos em que estes produtos são utilizados, com destaque para o pão.

Austrália/Nova Zelândia

O panorama para esta zona do globo não é mais animador. Assim, prevê-se o aumento da frequência de toda a espécie de fenómenos extremos. Inundações, tempestades, ondas de calor, secas e inundações na faixa costeira. Poderão também ocorrer alguns problemas no que respeita ao abastecimento de água potável.

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Os países do sul da Europa terão menos precipitação, mais secas e ondas de calor que poderão aumentar o número de incêndios.No que respeita à Europa do Norte, o cenário é o oposto. Prevê-se mais precipitação e mais cheias. No entanto, ondas de calor e cheias de Verão estão igualmente previstas.A intensidade do vento e das tempestades de Inverno irão aumentar, e a subida do nível do mar poderá também provocar inundações costeiras.No norte do Mediterrâneo, assistiremos a Invernos mais suaves e Verões mais quentes, o que até poderá dinamizar o sector turístico. Também a agricultura pode-rá sair beneficiada por estas alterações climáticas, uma vez que se prevêem longos períodos de condições meteorológicas caracterizados por temperaturas e condições adequadas ao desenvolvimento da vegetação.

A América latina verá os índices de precipitação diminuir, assim como a dimensão dos glaciares. A consequência mais directa desta situação será sentida ao nível da redução da água disponível para o abastecimento das populações, agricultura e produção de energia. No que respeita ao fornecimento alimentar, as colheitas irão diminuir, assim como a indústria pecuária.Também na América latina, a subida da água do mar irá traduzir-se em inundações nas áreas costeiras.Nas Caraíbas, prevê-se um aumento da intensidade dos ciclones tropicais, situação que se poderá afigurar como uma séria ameaça para os restantes países da região.

As zonas costeiras da América do Norte serão alvo de tempestades tropicais mais fortes. As neves perpétuas das montanhas, principalmente no sudoeste, irão dimi-nuir assim como a água doce disponível. As cheias irão aumentar e os regatos provenientes da neve derretida durante o Verão irão diminuir. As ondas de calor serão cada vez mais frequentes e prolongadas. Os períodos de seca serão mais longos, principalmente no sudoeste, e, em consequência, o número de incêndios deverá aumentar.

As Ilhas Estado de menor dimensão irão enfrentar grandes desafios no decorrer do século XXI, uma vez que serão afectadas por condições climáticas adversas

Europa

América Latina

América do Norte

Ilhas Estado

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que poderão colocar em causa a sua própria existência física. As maiores ameaças serão as tempestades e o aumento do nível do mar que terá repercussões negativas ao nível da qualidade e da quantidade de água potável necessária para abastecer as populações, assim como para garantir a continuidade da actividade agrícola.

O Impacto das Alterações Climáticas na Indústria Seguradora

Para além do impacto directo provocado pelas alterações climáticas, vão provavel-mente aumentar os sinistros de responsabilidade civil. Voltando aos EUA, tem-se registado um crescente número de casos nas barras dos tribunais, em que são proces-sadas empresas responsáveis por emissões elevadas de dióxido de carbono e outros gases, contribuindo assim para o adensar do efeito de estufa.

efeitos das alterações climáticas na frequência e intensidade dos desastres naturais

Efectuando uma análise de longo prazo relativamente às catástrofes naturais asso-ciadas às alterações climáticas, conclui-se que estas se têm traduzido em perdas económicas importantes. No entanto, e apesar das explicações para os prejuízos financeiros assentarem quase exclusivamente nas alterações climáticas, concluiu- -se que também os factores socioeconómicos têm sido determinantes para estes resultados com especial ênfase para os sociais.Exemplos desta situação podem ser:

■■ O crescimento económico;■■ Uma economia altamente integrada;■■ Aumento da densidade populacional, especialmente em áreas de risco;■■ Aumento do valor dos bens das pessoas;■■ Maior penetração dos seguros.

O número médio de catástrofes naturais relacionadas com as alterações climáticas registadas a nível mundial aumentou significativamente, passando de cerca de 1,5 em 1950 para 3,7 nos últimos 10 anos. Com este aumento, cresceram substancial-mente as perdas dos seguradores com impactos na economia mundial. As regiões do planeta que mais sofreram em 2008 com os desastres naturais foram a América do Norte e a Ásia, a primeira em perdas económicas (incluindo bens seguros), e a segunda em número das vítimas.No caso dos EUA, conforme se pode verificar na Tabela 5.1, prevê-se que se a situação actual não sofrer alterações, os custos consequentes de catástrofes naturais poderão ser os seguintes:

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Na Europa, as tempestades e as inundações foram os fenómenos climáticos mais frequentes, tendo representado cerca de 65% de todas os prejuízos relacionados com catástrofes naturais.Na Tabela 5.2, podemos ver os desastres naturais que mais impacto financeiro causaram na Europa.

Tabela 5.1 - Previsões do impacto das alterações climáticas entre 2025 e 2100

Origem dos danos 2025 2050 2075 2100

Furacões 10 43 142 422

Patrimoniais 34 80 173 360

energéticos 28 47 82 141

água 200 336 565 950

Fonte: The cost of climate change – NRDC (Natural Resources Defense Council).

Fonte: Valores de Outubro de 2009. Munich Re, Geo Risks Research, NatCatService.

Milhões de dólares

Tabela 5.2 - Catástrofes naturais com maiores custos para a indústria seguradora na Europa entre 1980 e 2009

Ano Evento Países afectados Mortes Custos com Sinistros

1999

2007

1990

2002

1987

1999

1999

2007

2007

2005

Total

tempestade lothar

tempestade Kirill

tempestade darla

cheias e tempestades

tempestade 87J

tempestade martin

tempestade Anatol

cheias e tempestades

cheias

tempestade erwin

áustria, Bélgica, França, Alemanha, suíça

áustria, Bélgica, Bielorrússia, república checa, dinamarca, França, Alemanha, Holanda, Polónia, eslovénia, suíça e ucrânia

Bélgica, dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, luxemburgo, Holanda, noruega, Polónia, suécia e reino unido

áustria, república checa, Alemanha, Hungria, Itália, moldávia, eslováquia e suíça

França, noruega, espanha e reino unido

França, espanha e suíça

dinamarca, Alemanha, letónia, lituânia, Polónia, rússia, suécia e reino unido

reino unido

reino unido

dinamarca, estónia, Finlândia, Alemanha, Irlanda, letónia, lituânia, noruega, rússia, suécia e reino unido

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18

30

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4

1

18

383

5.900

4.500

4.400

3.500

2.750

2.500

2.400

2.400

2.200

2.000

32.550

Milhões de dólares

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Estima-se, por exemplo, que a agricultura europeia sofreu prejuízos de 10 biliões de Euros no ano de 2003 devido ao efeito combinado do calor e incêndios.Entre 1980 e 2008, 86% de todas as catástrofes naturais registadas no mundo foram causadas por eventos meteorológicos, como vendavais, granizo, tempestades seve-ras, inundações e temperaturas extremas. Na Europa, os números são ainda mais surpreendentes. No mesmo período, 90% de todas as catástrofes naturais relacionaram-se com fenómenos climáticos extre-mos. Entretanto, fenómenos geofísicos como por exemplo, sismos, erupções vul-cânicas e tsunamis, ao contrário dos outros fenómenos já aqui referidos, não viram aumentar a sua frequência.

Catástrofes Naturais no Mundo entre 1980 e 2008

Durante 28 anos registou-se um número de desastres naturais verdadeiramente impressionante, provando o aumento da sua frequência. Na Figura 5.1 ficamos com a informação relativa ao número de fenómenos ocor-ridos em todo o mundo, no período compreendido entre os anos de 1980 e 2008. A partir dos dados apresentados, concluímos que os principais desastres naturais registados foram de origem meteorológica. No outro extremo ficaram as ocorrên-cias relativas a incêndios florestais, secas e ondas de calor ou frio.

Fonte: CEA – Tackling Climate Change – The vital contribution of insurers.

Figura 5.1 - Catástrofes naturais no mundo entre 1980 e 2008

origem geofísica (sismos, erupções vulcânicas e tsunamis) – 14%

origem meteorológica (tempestades) – 38%

origem hidrológica (cheias) – 35%

origens diversas (incêndios florestais, temperaturas extremas e secas) – 13%

35%

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Número de eventos 18.000

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Na Figura 5.2 podemos ver a forma como ficou distribuída o número de vítimas mortais por tipo de acontecimento durante o mesmo período, sendo que foram os fenómenos de origem geofísica que mais contribuíram para o elevado número de fatalidades. Destes fenómenos, os mais mortíferos foram os sismos e tsunamis, causando centenas de milhares de mortos, principalmente devido ao facto de a sua maioria ter ocorrido em zonas pobres do mundo, em que a debilidade das constru-ções e a quase inexistência de serviços públicos de saúde contribuíram de forma decisiva para estes números verdadeiramente trágicos.

A Figura 5.3 mostra-nos os custos totais consequentes dos diversos tipos de catás-trofes naturais. Os fenómenos de origem meteorológica foram os que mais prejuí-zos causaram em todo o mundo.

Fonte: CEA – Tackling Climate Change – The vital contribution of insurers.

Figura 5.2 - Número de mortes 1.700.000

origem geofísica (sismos, erupções vulcânicas e tsunamis) – 39%

origem meteorológica (tempestades) – 23%

origem hidrológica (cheias) – 14%

origens diversas (incêndios florestais, temperaturas extremas e secas) – 24%

14%

24%

23%

39%

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Por último, a Figura 5.4 revela-nos os custos suportados pelas companhias de seguros por tipos de catástrofes naturais. Como se pode verificar, a distribuição dos valores correspondentes à totalidade dos prejuízos e aos custos suportados pelos seguradores com os sinistros é bastante diferente. Uma das ilações que se pode tirar é o facto de os sinistros originados por fenóme-nos que não os de origem meteorológica não estarem cobertos por seguros. Isto pode acontecer por duas razões. Ou os seguros pura e simplesmente não existiam ou, tendo sido subscritos, não foram contratadas as coberturas indicadas para o efeito.

Fonte: CEA – Tackling Climate Change – The vital contribution of insurers.

Figura 5.3 - Custos totais 1.768 biliões de euros

origem geofísica (sismos, erupções vulcânicas e tsunamis) – 22%

origem meteorológica (tempestades) – 42%

origem hidrológica (cheias) – 24%

origens diversas (incêndios florestais, temperaturas extremas e secas) – 12%

24%

12%

42%

22%

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Na Europa, embora o número de catástrofes naturais seja muito menor quando comparado com o que acontece no resto do mundo, a forma como estes se encon-tram distribuídos não é muito diferente. Assim, foram também os fenómenos de origem meteorológica e hidrológica que registaram um maior número de ocorrên-cias. Quanto às outras origens, a Europa registou um menor número de fenómenos geofísicos do que aconteceu no resto do planeta.Na Figura 5.5, podemos ver o número de eventos ocorridos no período compreen-dido entre os anos de 1980 e 2008, distribuído pelo tipo de fenómenos.

Fonte: CEA – Tackling Climate Change – The vital contribution of insurers.

Figura 5.4 - Valores indemnizados pelos seguradores – 468 biliões de euros

origem geofísica (sismos, erupções vulcânicas e tsunamis) – 7%

origem meteorológica (tempestades) – 80%

origem hidrológica (cheias) – 8%

origens diversas (incêndios florestais, temperaturas extremas e secas) – 5%

8% 5%

80%

7%

Catástrofes Naturais na Europa entre 1980 e 2008