Os It - Thiago Pined

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OsIt VOLUME 1 thiago pined

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É a história de quatro amigos ricos e que moram no high society do Rio de Janeiro. Enjoy it!

Transcript of Os It - Thiago Pined

OsIt VOLUME 1

thiago pined

Sofia, Marcos, Bianca e Edgar

são velhos amigos insepará-

veis. Eles vão para todas as

festas juntos, estudam na mes-

ma escola e na mesma sela e

tem muitas coisas em comum:

todos eles são ricos, moram na

parte rica do Rio de Janeiro e

seus pais são pessoas milioná-

rias que fazem com que os fi-

lhos sejam filhinhos de papai

mimados.

Mas ninguém se importa

com isso; tudo o que querem é

festejar e ser o que eles sabem

mais ser: adolescentes cheios

da grana que não têm proble-

ma em gastar dinheiro.

Até chegam os Salles che-

gam para acabar com toda es-

sa popularidade.

Será que eles vão conseguir

derrubar nossos amigos ricos?

A briga está feia, meus ami-

gos. Em quem você aposta?

Será que os quatro — mes-

mo que Sofia já fosse amiga

dos Salles — vão conseguir do-

má-los?

Não perca nada que aconte-

cerá em Os It e descubra o que

acontecerá com os queridinhos

do Rio de Janeiro.

Os It

THIAGO PINED

Os It

PRIMEIRA EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO / 2010

Esse livro é relacionado á uma história fictícia.

Qualquer semelhança com pessoas reais, fatos

e acontecimentos é mera coincidência sem ne-

nhuma intenção do autor.

Copyright © 2010 de Thiago Pined. Tudo re-

servados a Thiago Pined. A obra não pode ser

copiada nem parcial nem totalmente, os infra-

tores serão processados na forma da lei.

TÍTULO

Os It

Pined, Thiago

Thiago Pined / Os It – Rio de Ja-

neiro; 2010.

1. Ficção; 2. Alta sociedade; 3. Li-

teratura Infanto-Juvenil; 4. Literatura

Brasileira 5. Rio de Janeiro.

Nesse livro eu irei dedicá-lo aos meu grandes

amigos do 3º ano da escole, pois com eles eu me

diverti bastante. Nunca me esquecerei de vocês!

CLASSIFICA-

PROCURA-SE ALGUÉM ESPE-

CIAL

Alguém que goste de sair a noite,

que adore esporte e que goste muito

de uma macarronada.

Não sou alguém que exige muito;

só quero alguém que tenha um bom

coração e goste das mesmas coisas

que eu.

Para marcar um encontro me add

em:

[email protected]

1

Sofia pegava um vestido rosa da griff de sua mãe de dentro do seu

closet. O dia não estava muito bom; ela detestava calor. Mesmo

com o ar condicionado central de seu apartamento na Barra, o ca-

lor do verão estava injuriante.

Mas nada a fazia pensar em outra coisa senão saber quem tinha

sido o garoto solitário que havia escrito aquele classificado no jor-

nal escolar.

Sua escola podia ser uma escola só para meninas, mas fazia parte

do conjunto de escola David (em que fazia uma co-ligação com a

escola, exatamente ao lado da dela, só para meninos), então o jor-

nal escolar era para todos. Sofia sabia que naqueles classificados

tudo acontecia desde namorados falando tudo o que sentia um pa-

ra o outro, até ex-amigas, cuja uma descobriu que a outra estava

ficando com o namorado dela, agora ex — isso tinha sido uma se-

mana atrás e todos da escola ainda diziam sobre isso.

Mesmo a sua escola sendo uma das melhores escolas do Rio de

Janeiro, aquela escola — ela tinha absoluta certeza — era a escola

mais esquisita do lugar. Tudo acontecia lá.

Agora ela passava maquiagem. Seus cabelos lisos e negros esta-

vam meio cheios naquele dia e ela estava detestando. Sua vontade

era de cortá-los e raspá-los de tão feios que estavam naquele dia.

E ainda por cima havia um minúsculo pontinho vermelho bem

perto de sua sobrancelha que ela sabia que era uma espinha! Ela ia

tentar escondê-la com sua base, mas ela tinha certeza que não ia

adiantar. Naquela hora ela queria estar com seu dermatologista —

que também era dermatologista das estrelas — para ver se ele fazi-

a algum milagre naquela horrível espinha. Ela não sabia por que,

mas a resposta, com certeza, seria: não.

De repente, as portas de seu quarto se abriram e ela pulou

(literalmente) em cima de sua cama e se cobriu com o lençol novi-

nho e cheiroso que estava cobrindo sua cama.

— O que foi, querida? Eu já te vi desse jeito, pelada, muitas ve-

zes. — a mãe dela disse, entrando no quarto e olhando pejorativa-

mente para ela.

Mesmo sua mãe sendo um pouco vulgar com as coisas que ela

dizia Sofia sempre achara que ela era tão elegante… sua mãe ves-

tia uma saia de cós alto, uma blusa de alfaiataria branca e com

algumas listras azuis (todos feitos por sua própria griff) e sapatos e

bolsas Manolo Blahink — Sofia nunca soube como sua mãe conse-

guiu aqueles sapatos; aquela coleção era bem antiga e sua mãe a-

dorava aqueles dois acessórios.

Sra. von Hudsen também usava um par de brincos e um colar

Tiphany, que, particularmente para Sofia, ficavam lindos nela.

— Há, mãe, me desculpe. Eu não sabia que era você — Sofia

começou, saindo de baixo lençol e indo ao banheiro se vestir.

— Você ainda não está pronta? — continuou Sra. von Hudsen,

um pouco abismada.

— Estou quase.

Na verdade, Sofia não estava nem na metade de estar quase

pronta; ainda faltava vestir-se, fazer a maquiagem — que não era

assim tão rápida — e colocar suas jóias. Aí ela estaria pronta. Mas

uma mentirinha não é tão ruim assim.

O problema era que ela quase não prestava atenção no que ela

fazia; ela estava pensando em outra coisa um pouco mais impor-

tante. Sofia lembrava do classificado que ela tinha lido naquela

manhã em sua escola. O menino que tinha escrito aquilo estava

mesmo muito apaixonado.

Ela estava pasma como uma pessoa no século XXI ainda acredi-

tava em Contos de Fadas. Foi um pouco hilário quando ela leu

aquele anúncio da primeira vez, mas, quando foi passando, ela co-

meçou a ficar com pena do menino. Ele estava mesmo ajoelhando-

se para conseguir uma namorada, pois o jeito como ele escreveu foi

tão romântico e, ao mesmo tempo, tão… bem, ele implorava.

Felizmente ela tinha seu próprio “Príncipe Encantado”; Marcelo

estudava na escola David para Meninos e era tão lindo e tão ro-

mântico…

No mês passado ele enviou flores para ela que deixou o corredor

de sua andar todo cheirando á vários tipos de flores. Ela adorou, é

claro.

E eles dois estavam marcando para ter sua primeira vez juntos;

ela já tinha dezesseis anos, mês que vem ela já teria dezessete, e ela

tinha combinado com suas amigas que elas só iriam ter sua primei-

ra vez com os amores de suas vidas, e ela tinha certeza que ELE

era o amor de sua vida.

Bem, mais isso tinha que ser mantido em segredo até que tudo

acontecesse… aí todos as amigas dela teriam que saber que ela

transou — porque ela tinha certeza de que nenhuma de suas ami-

gas tinha feito isso; até porque ela era uma das únicas que tinha

namorado (ela e Charlotte; a sua melhor amiga).

Alguns trinta minutos depois, Sofia tinha colocado seu lindo ves-

tido de seda da griff da sua mãe — que na loja custava uns trinta

mil reais, e que ela tinha ganhado, mas precisava ter gastado o

dinheiro da sua mãe — e os brincos Tiffany & Co. importados dos

Estados Unidos; porque a Tiffany dali não tinha as jóias que ela

tanto queria.

Ela pegou sua pequena bolsa Prada e saiu do seu quarto, descen-

do pelas escadas de madeira que já estavam estragando, sua mãe

teria que arrumá-las o mais rápido possível; alguém poderia cair

ali e se machucar muito feio.

Seus pais estavam parados no sofá da sala, esperando-a. Seu pai

usava um terno Calvin Klein — que tinha sido sua ma~e que ti-

nha comprado para ele — e com um sapato muito bonito de algum

lugar que ela não sabia onde.

— Que cheiro é esse? — seu pai perguntou.

— Chanel 5. — ela disse, mas seu pai sabia: esse era o seu perfu-

me marcante; todos conheciam esse cheiro; apenas ela quem usava

aquele perfume.

Era engraçado, pois parecia que ninguém mais usava aquele tipo

de perfume; era bom, pois ela sempre gostava de ser diferente, e

ela estava sendo: todos a conheciam por causa do perfume.

— Há, eu devia saber — ele riu.

Sofia riu meio sem graça; era muito ruim quando seu pai fazia

coisas como se ela ainda tivesse sete anos de idade. Às vezes ela

tinha que falar para seu pai que ela já era uma mocinha, e que ele

tinha que parar com isso.

Ela sabia que seu pai não gostava que ela dissesse para ele que

ela já tinha dezesseis anos, mas ela também não gostava que seu

pai achasse que ela ainda era criança — porque ela não era.

Mas não se podia falar nada; ela não queria que seu pai ficasse

triste com ela.

— Muito bem — sua mãe disse, pegando sua bolsa de cima do

sofá —, podemos ir?

— Claro! — seu pai disse, pegando seu celular e abrindo a porta.

Sofia foi para perto dos seus pais. Eles já estavam fora de casa,

quando ela sentiu seu Blackberry vibrar dentro de sua bolsa. Ela

abriu-a rapidamente; querendo saber se era ele; seu namorado, que

tinha alguma nova notícia daquela noite.

Mas não era mais ou menos sobre isso que a mensagem dizia. Ela

leu: TE ESPERO NO CP.

Ela riu sozinha e quietamente, porque ela não queria que seus

pais fizessem aquela pergunta idiota como todos os seus pais fazi-

am: o que foi?

Marcos estava terminando de colocar o seu perfume Ck. Ele usava

um blazer Louis Vuilton com uma blusa de algodão egípcio e gola

Vila Romana. Seu relógio era Rolex — um pequeno presente para

ele mesmo de quando ele fora para Paris no verão passado.

Ele tinha mandado uma mensagem para sua namorada Sofia.

Seria aquele dia em que eles iriam… bem, era um segredo dele e

dela, as ele não parava de pensar

Principalmente quando ela tinha respondido à ele com o seu

“mal posso esperar” e ele tinha ficado mais excitado ainda. Essa

seria sua primeira vez… ele tinha ido para alguns prostíbulos com

seu melhor amigo, Max, mas ele nunca tinha feito NADA; ele nun-

ca teve coragem.

Mas isso não importava mais; ele iria fazer aquilo naquela noite.

Quer dizer, ele achava.

De repente sue celular tocou, mas não era Sofia; era sua mãe.

Ela estava num shopping perto de sua casa, pois estava compran-

do sua roupa para a festa — ela estava bem atrasada. E sua mãe

era o tipo de pessoa que demorava muito para se arrumar.

Ele iria deixá-la em casa e iria depois para a festa, depois ela iria.

Ele estava doido para encontrar com Sofia e falar com ela sobre

aquela noite — o problema seria se sua mãe quisesse que ele a le-

vasse para o aeroporto.

Sua mãe ia sair em uma viajem. Era mais como um passeio na

Europa. Ela estava querendo comprar algumas coisas, mas só con-

seguiria comprar essas coisas na Europa; porque era melhor para

se comprar.

Ele atendeu o telefone.

— Olá, amor! — ela ouviu a doce voz de sua namorada do outro

lado da linha.

Ele era apaixonado por ela — e ela por eles —; um dia, quando

os dois estavam passeando pelo shopping, ela tinha dito a ele que

queria viver para sempre com ele e ele disse a mesma coisa, acres-

centando que queria ter um casal de filhos e que eles viveriam em

Manhattan para toda e eternidade.

Seria ainda melhor quando ele abrisse uma filial da empresa do

seu pai em Nova York: ele mal podia esperar. Seu pai tinha disso

isso a ele algumas semanas atrás, que tinha vontade de abrir uma

filial de sua empresa, e ele adorou a idéia; principalmente a parte

em que ele é que iria cuidar da empresa lá.

— Oi, querida! — ele respondeu. — Estou quase, falta apenas

algumas coisas para arrumar, aí, eu estarei pronto.

— Que bom, ok, estarei te esperando lá. — Sofia disse. — Há —

ela disse, se lembrando de alguma coisa que tinha que falar —,

você já leu o jornal da escola hoje? Viu nos classificados?

Ela sorriu do outro lado da linha. Aquele sorriso era como a me-

lhor canção que ele já tinha ouvido na vida; deixava seus ouvidos

relaxados. Ela tinha algo muito engraçado para dizer; infelizmente

ele não lera o jornal naquela manhã. Sua mãe tivera (com ele, é

claro) que sair para fazer o desjejum na casa de uma amiga em Co-

pacabana.

— Não — ele disse. — Algo de bom?

— Com certeza — ela riu. — Tem um garoto muito apaixonado

fazendo declarações de amor para a menina que ele não conheceu,

mas anseia conhecê-la!

— É mesmo? — ele disse pensando que poderia ser uma menina

lésbica que estava afim de alguma garota, mas… Sofia era muito

inocente para isso.

— É — ela começou a rir. Algumas vezes ela era inocente, mas

outras… bem, ela era irônica, esse era seu jeito. — Até comoveu

meu coração.

Marcos a achava o máximo. Ela era hilária e bem divertida, ain-

da por cima pouco lógica: ela sempre fora uma caixinha de surpre-

sas, desde quando eles se conheceram, mais ou menos quando eles

tinham uns cinco anos de idade.

— Há, eu também queira saber se você guardou o quarto; se está

tudo certo? — ela continuou.

— Tá… — ele disse, pensando. — Sofy, tem certeza de que você

quer fazer isso? Não quer deixar para outro dia?

— Por que deixaríamos? — ela perguntou sarcástica.

Ele deu de ombros, mesmo sabendo que ela não iria vê-la. Bem,

todos faziam isso, como ele tinha quase que absoluta certeza.

— Nada — ele disse. Na verdade, ele queria dizer que tinha um

pressentimento ruim sobre a primeira noite dos dois, mas ele não

ia dizer para ela. Principalmente para ela —, eu só tinha…

— Muito bem — ela o interrompeu. — Te espero lá, ok?

— Está ótimo.

Os dois desligaram ao mesmo tempo.

Bianca Bittencourt tinha acabado de colocar o seu vestido apres-

sadamente (um vestido verde bala-de-ortelã com uma renda preta

tão bem feita e trabalhada… vindo diretamente de Nova York e

feito apenas para ela) e muito exaurida. Olhando aquele vestido,

ela via que sua mãe era uma pessoa de muita influência. Sua mãe

era grande amiga da editora-chefe da Vogue americana que tinha

conseguido — obviamente — com que Carolina Herrera fizesse

esse vestido.

Ela estava deslumbrante; o vestido era tomara-que-caia tão per-

feitamente desenhado e costurado que parecia uma peça de arte.

Ela usava, também, uma jóia Tiffany que Caroline Herrera tinha

dito que iria ficar encantador com o vestido ( e assim estava no

desenho do vestido) e que ela tinha comprado logo quando ela re-

cebeu o vestido e o esboço.

A jóia era bastante pesada, mas, verdadeiramente, combinava

tanto com o vestido que, mesmo que pesasse 50 quilos, ela a usari-

a. Seus olhos estavam brilhantes por tanta beleza que ela via na

frente do seu espelho.

Ela tinha que estar bonita, até porque eles estariam na festa e

ela não podia deixar que eles ficassem melhores do que ela — mes-

mo que sua linhagem fosse muito melhor que a dela… mas não

que fosse muito melhor, mas que eles tinham… bem, ela não sabia

dizer o que eles tinham de diferente.

Ela também era conhecida; e MUITO conhecida: sua melhor ami-

ga era a Sofia von Hudsen; ela nunca conhecera alguém tão popu-

lar como Sofia.

Quando eles ainda estavam no Rio de Janeiro, Sofy (como todos

costumavam chamá-la) sempre tinha sido uma super amiga deles,

mas agora ela não sabia o que eles eram para ela. Tudo tinha mu-

dado.

Agora ELA, a Srta. Bianca Bittencourt, era amiga dela. Ela

também era bem renomada: seu nome era bem conhecido. Mesmo

que fosse muito bem escrito por várias pessoas que têm esse nome

e que dizem que eles são mesmo da família Bittencourt; o que é

mentira.

A porta de seu quarto e ela percebeu que não tinha colocado su-

as sandálias Dolce & Cabanna que foram comprados por seu pai

num passeio pela França a negócios.

— Srta. Bianca — começou a empregada; uma mulher bem ne-

gra que morava em uma das milhões das favelas do Rio de Janeiro

—, Sr. Edgar está aqui. Posso mandar ele entrar?

Bianca assentiu, percebendo o como ela estava feia para deixar

que seu namorado pudesse entrar. Por isso, ela começou a correr

para poder ficar pelo menos apresentável para ele.

— Pode sim, Fátima. Muito obrigada. — Bianca disse, colocan-

do mais batom em seus lábios carnudos que ela achava que havia

necessidade de colocar botox, mas não tinha coragem de fazer isso.

Fátima abriu para que Edgar passasse — um menino alto, bran-

co com cabelos bem claros, mas não tão loiros e olhos claros, filho

de um empresário que vivia o tempo todo em outro país —, depois

ela fechou a porta enquanto Edgar puxava Bianca fortemente pa-

ra seus braços e beijava-a tão excitante que a menina quase ficou

sem respirar.

— O que é isso? — ela disse, empurrando-o para que parasse

com aquilo.

— Bem, eu estava tão doido… — ele olhara para a cama que

ainda estava bagunçada; uma boa hora.

— Não, não — ela disse, com uma voz tão rústica. — Eu não

quaro. Além do mais, eu já estou pronto. Não quero… — ela ia

continuar a falar sobre aquilo, mas achou que não era necessário.

Ele estava olhando para ela com aquela cara de cachorro (rico, é

claro) que espera sua dona dar-lhe alguma coisa para comer. Mas

ela não estava nem aí; se ela não quisesse, não seria nenhuma cara

de cachorro pidão que iria mudar de idéia.

— Talvez… — ela começou — hoje à noite. Às vezes, já que So-

fia vai ter sua primeira vez, nós podemos ir junto co ela.

— Sofia nunca tranzou? — ele perguntou exasperado. Sua cara

era de susto, como se alguém o tivesse dito que um ente querido

tinha morrido. Mas talvez com a notícia de que alguém da família

iria fazê-lo ficar daquele jeito.

— Shu! — ela disse, colocando a mão na boca dele, como se ele

fosse falar mais alguma coisa. — Isso mesmo, mas não comente

nada disso com ninguém. E também não conte que nós já fizemos

isso; ela iria ficar com muita raiva por eu não ter falado com ela.

Amanhã eu vou falar com ela, depois que eles dois fizerem.

Mas parecia que ele estava mais preocupado com o decote de Bi-

anca do que com o que ela estava falando com ela. Mas Edgar era

daquele jeito e Bianca gostava disso.

— Ed, você já está pronto? — ela continuou, olhando para o

smoking dele; um smoking Calvin Klein que ela conhecia muito

bem, pois foi aquele smoking que ela tinha comprado para ele no

aniversário de dois anos de namoro dos dois,

— O que você acha? — ele perguntou, virando-se. — Há espera!

— ele continuou, tirando alguma coisa do bolso que mais parecia

com um bolo de pano branco. — Eu tenho que trocar de cueca. —

ele disse como se aquilo fosse a coisa mais simples do mundo.

— O que? — ela falou exasperada. Ela não acreditava no que ele

estava dizendo; às vezes, ela pensava que estava tendo pesadelos

com as coisas que seu namorado estranho dizia (tirando a quanti-

dade de palavrões que saiam de sua boca).

— Eu estou brincando. — ele estava rindo.

— Há, há, há… — ela disse sarcástica. — Isso não tem graça.

Edgar continuava a rir até que ele perceber que Bianca não esta-

va rindo. Então ele parou drasticamente. Sentou-se na macia ca-

ma de penas de pato selvagem e continuou:

— E você: está pronta?

— Estou quase acabando — ela respondeu, colocando mais um

pouquinho de pó em seu rosto e indo procurar o sapato que seu pai

lhe dera da França dentro do seu closet.

— Vai demorar mais quando tempo? — ele continuou a pergun-

tar.

— Se você estiver muito apressado, vá sozinho, ok? — ela disse

nervosa.

— Eu só estava brincando!

Agora, Edgar estava dentro do closet também, pegando-a por

trás e apertando-a num forte abraço. Depois ele a beijou no rosto

— pois não conseguia chegar à boca — e disse:

— Você sabe que eu te amo.

— Eu também te amo, mas você é estressante. — Ela disse com

um sorriso no rosto.

— Eu adoro quando você se estressa. — ele riu.

— Ok — ela disse se desvencilhando do abraço dele e pegando

seu sapato. — Há, manda uma mensagem para Sofy e Mark para

dizer que estamos indo.

— Está bem.

Ele pegou sue Blackberry do bolso de seu smoking e começou a

digitar o texto da mensagem. O texto era simples, que dizia esta-

mos indo, nos vemos lá que ele estava enviando para os dois ao

mesmo tempo.

— Pronto, enviado. — ele disse.

— Ok, vamos. — Bianca já estava pronta, com sua bolsa Prada

e seus sapatos.

Ed estava achando-a ainda mais bonita do que antes e sabia que

aquela noite seria ótima — pelo menos ele rezava para que fosse.

Bianca estava entrando no seu enorme carro preto a prova de ba-

las quando ouviu um bipe vindo do celular que estava dentro de

sua linda bolsa. Ela a abriu, vendo que era uma mensagem vinda

do celular de Edgar que dizia que eles estavam indo.

— Boa tarde, Srta. Vom Hudsen. — o motorisa disse, educada-

mente.

— Boa tarde. — disse Sofia, escrevendo uma mensagem de res-

posta, mas que também ia para seu namorado.

A mensagem que ela tinha escrito dizia eu também; encontro com

vocês lá. Ela achava que aquela festa seria ótima. E porque não

seria? Isso era o que ela queria saber.

Marcos estava descendo pelo elevador de seu apartamento que fi-

cava bem perto do Copacabana Palace, onde seria e festa, quando

ele ouviu seu celular tocar no bolso de sua calça e olhou para as

duas mensagens (uma vinda de Edgar e outra de Sofia) que ele ti-

nha recebido naquela hora.

Ele leu as mensagens e enviou uma outra que dizia ok, até lá para

seus amigos. Quando a porta do elevador abriu, ele sentiu um frio

na barriga quando lembrou-se que seria a primeira vez dele e de

Sofia… mas não exatamente a primeira vez dele, mas ele nunca

tinha tranzado com ninguém mais.

Era uma situação complicada que ele preferia esquecer-se. Aque-

la noite seria apenas dele e dela e era isso que ele tinha que se preo-

cupar.