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OS MODAIS LOGÍSTICOS NO TRANSPORTE DE
TRABALHADORES ATÉ AS PLATAFORMAS MARÍTIMAS DE EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS
Área temática: Logística
Ana Caroline Borges Cordeiro
Raja Khalil
Resumo: Ao planejar o deslocamento de seus colaboradores a logística deve escolher o modal mais adequado para
conduzi-los com segurança e rapidez. Deve-se, portanto, avaliar as vantagens e desvantagens de cada modal, para
determinar qual trará o melhor custo/benefício para a empresa na escolha do transporte desejado. A decisão de usar
operadores logísticos terceirizados pode ser uma forma de diversificar e oferecer serviços mais ampliados para seus
clientes. O uso de mais de um modal pode ser a grande oportunidade para as empresas se tornarem competitivas, pois
a escolha certa do sistema de transporte diminui riscos e custos. Esse artigo tem como objetivo analisar os três modais
de transportes que são: rodoviário, aeroviário e o aquaviário, utilizados para embarque dos colaboradores até as
plataformas marítimas, junto com a logística na administração do seu processo. Esse tipo de logística trata-se do fluxo
de pessoas com informações precisas e confiáveis para que o deslocamento seja feito no momento, hora e lugar certo,
com o menor custo para a organização.
Palavras-chaves:
ISSN 1984-9354
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1. INTRODUÇÃO
Para uma melhor abordagem da logística e dos três modais de transportes usados neste estudo,
o desenvolvimento do mesmo percorre o caminho metodológico justificado na revisão da literatura.
Uma rápida visão do cenário abordado, eliminando o nível de incertezas.
Considerada peça fundamental para o sucesso organizacional, a logística é uma área em
potencial na conquista e melhorias nos resultados das empresas. Boas práticas gerenciais que
conduzam a uma melhor flexibilidade operacional é o principal fator de diferencial competitivo da
organização, pois a inovação é uma realidade e necessidade no processo evolutivo da empesa.
A busca de alternativas diferentes a atividade logística está relacionado pelo aumento e
qualidade dos serviços prestados com eficácia e eficiência. O apoio logístico ao colaborador é
essencial para que empresas obedeçam a prazos estipulados, com melhor custo, sem perder a qualidade
do serviço, visando o bem estar do colaborador e do cliente.
Com o aumento das atividades Offshore a logística de transportes passou a ter uma maior
importância nas organizações, pois uma logística eficiente influencia na economia e na expansão da
empresa. A confiabilidade e custos dos principais modais são fatores vitais e determinantes para o
processo das operações.
Na logística, ter pessoas treinadas é fundamental e indispensável para o sucesso empresarial, o
trabalho em equipe traz resultados positivos para o processo produtivo da empresa, tecnologia e o
conhecimento são vantagens que influenciam na tomada de decisão.
Saber como e quando terceirizar na contratação de operadores logísticos é essencial e decisivo
para a estratégia do processo empresarial. A utilização dos fornecedores de serviços logísticos é hoje
uma das mais importantes tendências modernas, que fortalece o setor de operações nas empresas. Uma
maneira de atender seus clientes de forma especializada e personalizada. (GOMES, 2004).
Esse tipo de logística lida diretamente com os modais de transportes usados pelos
colaboradores para o deslocamento até as unidades marítimas que são os rodoviários (ônibus, transfer,
etc.), os aeroviários (avião e helicóptero) e o marítimo com pequenas e médias embarcações e suas
interfaces.
As interfaces ligadas diretamente a esses modais são os portos, aeroportos e heliportos,
terminais rodoviários ou qualquer outro local estipulado pela logística de pessoas. A logística deve
estar sempre atenta aos horários, possíveis atrasos e imprevistos para evitar maiores custos para a
organização e problemas com o cliente.
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Nem sempre os caminhos mais curtos são os mais rápidos, assim identificar a melhor rota com
as melhores vias é o objetivo de qualquer logística para garantir a pontualidade e a qualidade nos
serviços prestados (MARQUES, 2012).
Este estudo mostra a importância da logística dentro da organização, assim como suas
vantagens e desvantagens e o quanto uma administração bem feita dos modais de transporte diminui os
riscos, os custos e aumenta a qualidade dos serviços prestados aos clientes.
Mostra que atividade elaborada de forma correta facilita a vida de todos os colaboradores
envolvidos na operação. A logística é uma área essencial e decisiva para a estratégia do processo
organizacional.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. TRANSPORTE
O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos
custos logísticos na maioria das organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas
dimensões do Serviço ao Cliente. (NAZÁRIO, 2000).
Gomes (2004, p.103) destaca que:
Os custos de transporte normalmente representam de um a dois terços do total
dos custos logísticos, melhora a eficiência com a utilização máxima do
equipamento e do pessoal de transporte, e é de grande interesse para o
planejamento da logística.
Já Nazário (In Fleury, 2000, p. 126) por sua vez reforça que:
Do ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas
logísticas, o que alguns casos, pode significar duas ou três vezes o lucro de
uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de
combustíveis.
Além de custos, o tempo de viagem, a pontualidade do serviço são geralmente as principais
exigências do mercado no transporte do serviço ao cliente. (NAZÁRIO, 2000).
Nazário (In Fleury, 2000 p.126), ainda destaca que:
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Entre as iniciativas para aprimorar as atividades de transporte, destacam-se os
investimentos realizados em tecnologia de informação, os quais objetivam
fornecer as empresas melhor planejamento e controle das operações, assim
como a busca por soluções intermodais que possibilitem uma redução
significativa nos custos.
Mesmo com o avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em
tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o
objetivo logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no
lugar certo ao menor custo possível. (NAZÁRIO, 2000, p. 126).
2.2. MODAIS DE TRANSPORTE
De acordo com Nazário (In, Fleury, 2000, p.129), “os cinco modais de transportes básicos são
o ferroviário, o rodoviário, o aquaviário, o dutoviário e o aeroviário”. Entretanto, o estudo abordado
nesse artigo não refere-se ao dutoviário pois não é utilizado por pessoas e nem pelo ferroviário pois
não é utilizado pelas empresas para o embarque em plataformas marítimas.
Nazário (In Fleury, 2000, p.129), ainda fala que “a importância relativa de cada modal pode ser
medida em termos de quilometragem do sistema, volume de tráfego, receita e natureza da composição
do tráfego”.
Ainda conforme o autor, velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e frequência,
são características operacionais que devem ser observadas na hora da escolha do modal utilizado.
(NAZÁRIO, 2000).
Conforme citado acima por Nazário, a figura 1 mostra as características operacionais relativas
dos três modais utilizados na pesquisa.
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Figura 1: Características operacionais relativas por modal de transporte (a menor pontuação indica a melhor classificação).
Nazário, in Fleury et al (2000, p.130), fonte adaptada.
Nas características operacionais da tabela o autor mostra que o transporte rodoviário é o modal
com melhor classificação por sua menor pontuação em relação aos outros modais pela sua fácil
disponibilidade, em seguida vem o áereo pela sua velocidade, e depois o aquaviário pela sua
capacidade de transporte.
As operações de transportes estão caracterizadas na medida em que a velocidade é o tempo que
leva para a movimentação. A disponibilidade atende as localidades e destino escolhido. Confiabilidade
é a variabilidade da programação na entrega realizada. A capacidade é a quantidade que cada modal
tem de transportar e frequência é a quantidade da movimentação das ocorrências realizadas.
(NAZÁRIO, 2000).
Segundo Nazário (In Fleury, 2000, p.130) “no Brasil, ainda existe uma série de barreiras que
impedem que todas as alternativas modais, multimodais e intermodais sejam utilizadas da forma mais
racional”.
Ainda segundo o autor, “Isso é reflexo do baixo nível de investimentos verificado nos últimos
anos com relação à conservação, ampliação, e integração dos sistemas de transporte”.
2.3. OS TRÊS MODAIS DE TRANSPORTES UTILIZADOS PARA O DESLOCAMENTO DOS
COLABORADORES E SUAS INTERFACES
Os três modais de transportes utilizados pelas empresas no deslocamento dos colaboradores até
as unidades marítimas são: rodoviário, aeroviário e o aquaviário. A interface entre esses modais são:
aeroportos e heliportos, portos, estações rodoviárias, ou locais combinados, como estacionamento de
locadoras ou qualquer outro ponto de acesso ao modal que será utilizado. (ANSARAH, 2000).
A autora destaca que, “juntamente com os estudos dos modais de transportes e suas interfaces é
necessário analisar os serviços complementares (translado de passageiros, serviço de informações e
instruções aos passageiros, hospedagem de trânsito, etc.)”. (ANSARAH, 2000, p.88).
Ainda de acordo com ela, os horários e o tempo de viagens são aspectos importantes e
relevantes no deslocamento de pessoas. Na maioria das vezes as operadoras são escolhidas pelas
empresas justamente por oferecerem disponibilidade de horários em qualquer momento e dia da
semana. (ANSARAH, 2000).
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Ansarah (2000, p.93), afirma que “a velocidade de viagem pode ser uma vantagem ou às vezes
uma desvantagem”.
Ainda sobre o ponto de vista da autora:
Para o passageiro do transporte aéreo, a rapidez é muitas vezes a principal
escolha desse modal, mas, em alguns casos, chegar a uma cidade de madrugada
e ter que procurar um hotel pode ser mais inconveniente do que uma viagem de
ônibus durante toda a noite, em que o viajante chega pela manhã. (ANSARAH,
2000, p.93).
A confiabilidade na partida dentro do horário também é muito importante, é um dos motivos
que fazem com que a logística prefira manter os seus colaboradores em pernoites, ou seja, viajar na
véspera e dormir na cidade de destino final para assegurar o embarque na hora e local certo.
(ANSARAH, 2000).
Segundo Ansarah (2000, p.93) o custo “é um dos principais itens de medidas do “produto”
transporte”. Ainda segundo a autora, “ele inclui o preço das passagens e vários outros custos, que
podem ser: viagem de e para o local de embarque, estacionamento, e alimentações nas paradas (típicas
em viagens de ônibus), etc”.
O sistema de operações logísticas no deslocamento dos colaboradores para o trabalho Offshore
é composto por elos que são as bases terrestres onde estão instaladas as empresas ou ponto de acesso
ao passageiro, bases aéreas, portos marítimos e unidades marítimas, como plataformas e navios. “O
problema de planejamento de rede logística envolve direta ou indiretamente cada um destes
componentes através das variáveis e restrições presentes em sua formulação”. (SENA, 2011, p.9).
Como cada funcionário está alocado a uma base terrestre da companhia ou qualquer outro
ponto de acesso que precise da utilização de um modal, deve apresentar-se no local indicado pela
logística no dia e horário marcado, sendo utilizado o transporte terrestre até a base aérea ou portos
marítimos, por modal rodoviário custeado pela empresa. A partir da base aérea ou porto marítimo os
passageiros seguem viagem para as plataformas e/ou navios, por meio de helicópteros ou embarcações.
(SENA, 2011).
A figura 1 mostra a utilização dos modais rodoviário e aeroviário utilizados para embarque em
unidade marítima, plataformas ou navios offshore.
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Figura 1: Elos do Sistema Logístico de Transporte de Passageiros para atividade de exploração e produção de petróleo e
gás natural offshore da Petrobras. (SENA, 2011, p.9).
2.3.1. MODAL RODOVIÁRIO, AEROVIÁRIO E AQUAVIÁRIO
O transporte de passageiros para trabalho em plataformas de petróleo, ao longo do tempo está
sendo realizado por intermédio dos modais aéreos (helicópteros) e marítimos (embarcações). O modal
rodoviário (ônibus, transfer fretadas, etc.) também é importante para o deslocamento, pois é utilizado
para que os passageiros cheguem ao local onde fará a transferência para o modal de transporte dando
sequência ao seu destino final. (SENA, 2011).
Observa-se que quando se trata do deslocamento de pessoas para as unidades marítimas os
modais se completam.
Filho (2012, p.256) destaca que “o modal de transporte aeroviário é o nome que se dá ao
transporte de cargas ou passageiros realizado no ar, através de aeronaves de diferentes portes e
velocidades”.
Ainda de acordo com Filho (2012, p.256) “o transporte aéreo é o que apresenta maior rapidez,
principalmente para longas distâncias, embora seu custo operacional seja elevado em relação aos
demais modais”.
Para o deslocamento dos colaboradores pelo espaço aéreo são utilizados aviões para percursos
mais longos em tempos menores e os helicópteros para chegada ao destino final que são as unidades
marítimas. Porém o transporte aéreo de passageiros não é atividade fim da Petrobras e nem das
empresas prestadoras de serviços offshore, são contratadas empresas terceirizadas, especializadas em
aviação civil. (SENA, 2011).
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Para o embarque de pessoas em unidades marítimas são utilizados aeroportos que possibilitem
um melhor percurso entre os locais de acesso até as plataformas ou navios de petróleo. As operações
de apoio offshore para o transporte de passageiros é composto por aeroportos das cidades de Macaé,
Cabo Frio, Jacarepaguá, Vitória, Itanhaém, Navegantes e o Heliporto de São Tomé, como podem ser
visto no mapa da figura 2. (SENA, 2011).
Figura 2: Distribuição Geográfica dos Aeroportos a Serviço da Petrobras no SSE (Fonte: Mapa desenvolvido a partir de
dados disponibilizados pela Petrobras). (SENA, 2011, p.8).
Sena (2011, p.10) ainda afirma que “os heliportos utilizados para o transporte de passageiros
offshore funcionam como centros de distribuição, sendo que sua localização influencia
consideravelmente no dimensionamento de recursos e, como consequência, nos custos de extração de
petróleo”. A figura 3 mostra o momento do embarque para plataformas marítimas realizada no
aeroporto de Macaé.
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Figura 3: Embarque em helicópteros no aeroporto de Macaé para as unidades marítimas. (Fonte tirada do banco de imagens
da Infraero).
De acordo com demais transportes Filho (2012, p.252), destaca que “o transporte rodoviário é o
mais usual no mundo todo, absorvendo a maior parcela dos gastos com o transporte”. Ainda segundo o
autor a grande vantagem desse modal é a flexibilidade na sua utilização e os baixos custos por sua
agilidade e rapidez.
O modal de transporte rodoviário é feito por ruas, estradas e rodovias. As mercadorias vão de
cargas de diversos tipos e portes até animais e pessoas, que é o objetivo do trabalho. (ROJAS, 2014).
Rojas (2014, p.5) afirma que “o transporte aquaviário é o mais antigo modal de transporte de
cargas e passageiros utilizados”. O autor ainda destaca a cabotagem como atividade de apoio marítimo,
que é realizado entre os portos ou terminais marítimos e as plataformas tripuláveis.
Já Sena (2011, p.6) reforça que:
Entretanto, o modal marítimo, além de ser mais lento no trajeto, apresenta
problemas no transbordo da embarcação para a plataforma, que usualmente é
realizado por cestas içadas pelo guindaste da plataforma.
O autor ainda reforça que “este sistema de transbordo apresenta limitações de operação de
acordo com condição de mar e vento, tendo janela operacional menor que a do modal aéreo”. (SENA,
2011, p.6).
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Porém com o passar dos anos, a tecnologia vem aperfeiçoando e melhorando o deslocamento
dos passageiros de forma mais segura e rápida. Mas o uso do transbordo ainda se faz necessário em
algumas operações marítimas. Esse sistema vem passando constantemente por melhorias e tecnologias,
tornando-os mais seguros. (SENA, 2011).
Na figura 4 três exemplos de sistema de transbordo. Cesta convencional, cesta rígida e rampa,
ambas de acesso a embarcações marítimas.
Figura 3: Sistemas de Transbordo de Passageiros de Embarcação para Unidade Marítima (Adaptado de STRONG, 2008 e
LOCKHEED MARTIN, 2008). Sena (2011, p.7).
2.4. OPERADORES LOGÍSTICOS
Ao definir sobre a importância e a necessidade das organizações terceirizarem com a utilização
de operadores logísticos, Gomes (2004, p.74) afirma que “a utilização de operadores logísticos é uma
das mais importantes tendências da logística moderna que afeta o uso de transportes, pois as empresas
produtoras delegam essa função, fortalecendo o setor de operadores de transporte”.
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Gomes (2004, p.74) ainda define operador logístico como um “fornecedor de serviços
logísticos integrados, capaz de atender todas, ou quase todas as necessidades logísticas de seus clientes
de forma personalizada”.
Por sua vez Fleury (2000, p.133) fala que “a utilização de operadores logísticos é, sem dúvida
nenhuma, uma das mais importantes tendências da logística empresarial moderna, tanto global, quanto
localmente”.
Algumas empresas não tem estrutura para ter um setor de logística integrado à organização,
visam na terceirização de serviços à opção mais viável de manterem suas atividades pela complexidade
dos sistemas logísticos e como forma de operar com menores custos, oferecendo melhores serviços nas
operações executadas. (FLEURY, 2000).
Devido às reconfigurações logísticas, as atividades operacionais requerem mudanças nas
instalações, no treinamento do pessoal e no desenvolvimento de sistemas integrados de processamento
de dados, fazendo empresas buscarem firmas especializadas para prestarem os serviços necessários
para acompanhar essas mudanças. (GOMES, 2004).
Fleury (2000, p.135) destaca que “a decisão de utilização ou não de um operador logístico pode
ser qualificada como uma escolha entre fazer internamente ou contratar fora, ou seja, verticalizar ou
desverticalizar as operações”.
Os argumentos a favor da verticalização partem do pressuposto de que fazer
internamente permite reduzir custos e aumentar o controle sobre a operação. A
redução de custos seria obtida pela eliminação da margem do fornecedor e dos
custos de transação. (FLEURY, 2000, p. 135).
Fleury (2000, p. 138) ainda afirma que:
Além das vantagens básicas de custos e qualidade de serviços, os operadores
logísticos tem o potencial de gerar vantagens competitivas para seus
contratantes em pelo menos três dimensões adicionais: redução de
investimentos em ativos, foco na atividade central do negócio e maior
flexibilidade operacional.
Algumas empresas por sua estrutura e competência conseguem gerenciar suas operações
logísticas internamente, outras precisam gerenciar ligadas a uma prestadora de serviço terceirizada que
dê suporte no apoio logístico, pois a crescente exigência por melhores serviços por parte dos clientes é
um fator que tem contribuído para a complexidade logística. (FLEURY, 2000).
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Fleury (2000, p. 138) reforça que “a inovação e o aprendizado permanentes são, cada dia mais,
requisito básico para que as empresas se mantenham vivas e competitivas”. As que não possuem uma
estrutura e flexibilidade operacional precisa decidir sobre quais requisitos e bases irão adquirir o
serviço de terceiros.
O autor ainda afirma que:
Ao delegar a atividade logística para um operador externo competente, os
executivos da empresa contratante liberam tempo e energia para se dedicar à
difícil e estratégica missão de desenvolver e aperfeiçoar a competência central
de seu negócio. (Fleury, 2000, p.138).
Ao contratar com terceiros a operação de suas atividades logísticas, a empresa
transforma custos fixos em variáveis, reduzindo substancialmente seu ponto de
equilíbrio, ganhando, por consequência, flexibilidade operacional. (FLEURY,
2000, p.138).
Contudo, apesar das vantagens na utilização de operadores logísticos, a organização não estará
livre de possíveis problemas com a contratação de terceiros. Para minimizar essa possibilidade, o
melhor caminho é ter a certeza sobre terceirizar e com quem terceirizar, identificando o potencial da
terceirização, garantindo os resultados esperados para aumentar qualidade do serviço e o sucesso da
organização com a utilização do operador logístico. (FLEURY, 2000).
3. CONCLUSÃO
Esse artigo abordou a utilização da logística nos três modais utilizados para o deslocamento do
colaborador até as unidades marítimas. Quando se trata de transporte de pessoas os modais e as
maneiras de usa-los podem ser diversificados, mas quando se trata de transporte de colaboradores
offshore, especificamente os modais de transporte se limitam aos três tipos abordados ao longo desse
estudo.
A logística é uma área de gestão e tem o papel assim como o objetivo de proporcionar os meios
e prover recursos dentro da organização. As exigências em torno dela passam a serem maiores quando
se trata de redução de custos e prazos de entrega, por isso é muito importante estudar a melhor forma
de utilização da logística quando se trata de modal de transporte.
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Nazário e Gomes página 2, destacam quando falam que os transportes representam para a
organização a maior parcela dos custos logísticos. Ainda de acordo com eles o uso adequado dos
modais melhora a eficiência no prazo de entregas, o que ocasiona uma redução dos custos que é o
objetivo de toda gestão logística. Além da redução de custos as organizações estão tendendo a
aumentar a flexibilidade nas operações para uma constante melhoria nos serviços prestados aos seus
clientes.
Para uma melhor avaliação da logística e seus modais na página 5 Nazário define sobre as
características operacionais relativas de cada modal utilizado para o transporte. O autor explica a
importância dos modais de acordo com as necessidades logísticas. Conforme ilustrado na tabela 1 ele
cita que quando se fala de utilização dos modais há uma classificação que indica a melhor pontuação
de acordo com as suas vantagens e características. Porém o objetivo desse estudo foi analisar as
características de apenas três modais de transporte que são o rodoviário, o aquaviário e o aeroviário,
conforme destacado na tabela. A preferência pelo modal rodoviário explica a sua menor pontuação em
relação aos outros modais pela grande vantagem em sua disponibilidade, dando sequência na escolha
pelo aéreo por sua velocidade e depois pelo aquaviário por sua capacidade de transporte. Essa escolha
se dá devido a avaliação do modal de acordo com as características necessárias para o deslocamento
verificando sempre a velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e frequência nas suas
operações.
Quando se trata do deslocamento dos colaboradores até as unidades marítimas os modais se
completam, pois uso de mais de um modal é extremamente necessário. A utilização do modal
adequado vai de acordo com a necessidade das operações logísticas. O uso do transporte rodoviário é
sempre utilizado pela logística para o deslocamento do colaborador até as suas interfaces como bases
aéreas ou portos marítimos, sendo escolhidos os outros modais de acordo com as condições para o
embarque.
Ansarah página 6, destaca sobra a importância de um bom estudo sobre os modais de transporte
e a necessidade de analisar todos os serviços que complementam as operações nesse deslocamento. Ela
ainda reforça sobre a importância de avaliar o tempo e os horários de cada viagem para que uma
possível vantagem que favoreça toda a operação não se torne uma desvantagem.
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Nas operações de deslocamento dos colaboradores sempre é usado o transporte rodoviário para
a ligação até o próximo modal a ser utilizado para a chegada ao destino final. Em seguida é usado o
modal mais adequado para o seu deslocamento até as unidades marítimas que podem ser feito através
de helicópteros ou embarcações. Apesar do transporte aéreo ter um custo mais elevado em relação aos
demais modais, ele é mais utilizado por sua velocidade. O uso de embarcações para o deslocamento de
pessoas até as plataformas são mais lentos e mais baratos, porém apresentam limitações no transbordo
caso haja condições climáticas que não favoreçam a transferência dos colaboradores até as unidades
marítimas como as plataformas de petróleo.
Conclui-se que hoje algumas empresas não tem estrutura para manter esses processos logísticos
internamente, e com isso a utilização de operadores logísticos tem se tornado uma grande tendência,
fortalecendo cada vez mais o setor de transporte. A empresa deve analisar todos os processos de
custos e serviços prestados pela empresa terceirizada e avaliar as vantagens e os ganhos com a
flexibilidade operacional.
De maneira geral pode-se afirmar que o mercado está cada vez mais exigente e competitivo.
Processos inovadores, atendimentos rápidos e eficazes, otimização nos serviços, ampliação e
diversificação nas atividades faz das empresas um diferencial com vantagens dos concorrentes.
Entender como funciona o mercado para saber a hora e com quem de terceirizar são fatores que
ajudam na evolução e no processo decisivo para o sucesso empresarial.
4. REFERÊNCIAS
ANSARAH, MARILIA GOMES DOS REIS, Como Aprender, Turismo, Como Ensinar, Volume 2, 3º
edição, editora Senac São Paulo, p. 88-93, 2000.
FILHO, EDELVINO RAZZOLINI, Administração de Material e Patrimônio. IESDE, Curitiba,
2012.
FLEURY, P.F., FIGUEIREDO, K., WANKE, P. (org). Logística Empresarial: A Perspectiva
Brasileira. Coleção COOPEAD de Administração. São Paulo: Altas, p. 126-138, 2000.
GOMES, CARLOS FRANCISCO SIMOES. Gestão de cadeia de suprimentos integrada a
tecnologia da informação/ Carlos Francisco Simões Gomes e Priscila Cristina Cabral Ribeiro. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, p. 74-103, 2004.
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MARQUES, CÍCERO FERNANDES., ODA ÉRICO. Atividades técnicas nas operações logísticas.
Curitiba: IESDE Brasil S.A, p. 73, 2012.
ROJAS, PABLO. Introdução a logística Portuária e Noções de comércio Exterior. (Recurso
eletrônico) – Porto Alegre: Bookman, 2014.
SENA, NATHÁLIA DA SILVA. PLANEJAMENTO DE REDE LOGÍSTICA DE TRANSPORTE
AÉREO DE PESSOAS PARA ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO
EM BACIA MARÍTIMA UTILIZANDO PROGRAMAÇÃO INTEIRA MISTA - Dissertação de
Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, COPPE, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de
Mestre em Engenharia de Produção, p.9, 2011.
SITES DA INTERNET:
INFRAERO:
http://www.infraero.gov.br/index.php/aeroportos/rio-de-janeiro/aeroporto-de-macae.html