Os Princípios Da Administração e Principais Escolas

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Os princípios da administração científica de Frederick Taylor Taylor nasceu nos Estados Unidos em 20 de março de 1856 e é considerado o pai da Administração em suas bases científicas. Iniciou sua carreira como operário e depois como engenheiro, chegando a ocupar cargos em altos postos nas empresas norte-americanas. Como tinha larga experiência na própria linha de produção, foi um dos primeiros a destacar a necessidade de racionalizar o tempo e a divisão do trabalho industrial para aumentar a eficiência nas fábricas. No seu principal livro, Os Princípios da Administração Científica, publicado em 1911, Taylor afirma a necessidade de executar o trabalho administrativo em bases científicas e objetivas. Sua grande contribuição teórica reside nas diretrizes que fixou para a racionalização do trabalho industrial e na divisão de autoridade e supervisão ao nível de linha (autoridade vertical). A seguir, descrevemos os principais pontos de sua teoria: - princípios científicos em substituição ao empirismo: com o objetivo de instituir a prática administrativa científica, baseada em princípios e não no processo de tentativa sob risco; - divisão do trabalho: determinando, através das regras básicas, a divisão em diferentes etapas das diversas atividades; - divisão de autoridade e responsabilidade: distinguindo as tarefas de planejamento e direção daquelas referentes à execução do trabalho; - treinamento e seleção do trabalhador: permitindo a qualificação do trabalhador mediante seleção e aperfeiçoamento técnico; - coordenação entre as atividades: articulação da atuação dos trabalhadores com os supervisores e administradores; Taylor tem sua importância por ter sido um dos precursores da importância do papel da ciência na Administração. A teoria de Henry Fayol Henry Fayol nasceu na França em 1841 foi o autor do livro Administração Industrial e Geral, que foi editado em 1916. Fayol buscou uma visão mais geral da empresa e criou uma teoria mais global da ação administrativa, ao contrário de Taylor que se dedicou mais as questões relativas à linha de produção. Na verdade as teorias de Taylor e Fayol se complementam, não obstante suas abordagem diferentes. O fundamento da teoria de Fayol tem base em seis funções básicas existentes na empresa, definidas por ele da seguinte maneira: 1. Função técnica: corresponde à atividade produtiva da empresa.

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Princípios fundamentais da administração. Nunca deixe de lado esse arquivo quando você tiver alguma dúvida acerca de administração.

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Os princípios da administração científica de Frederick TaylorTaylor nasceu nos Estados Unidos em 20 de março de 1856 e é considerado o pai da Administração em suas bases científicas. Iniciou sua carreira como operário e depois como engenheiro, chegando a ocupar cargos em altos postos nas empresas norte-americanas.

Como tinha larga experiência na própria linha de produção, foi um dos primeiros a destacar a necessidade de racionalizar o tempo e a divisão do trabalho industrial para aumentar a eficiência nas fábricas.

No seu principal livro, Os Princípios da Administração Científica, publicado em 1911, Taylor afirma a necessidade de executar o trabalho administrativo em bases científicas e objetivas.

Sua grande contribuição teórica reside nas diretrizes que fixou para a racionalização do trabalho industrial e na divisão de autoridade e supervisão ao nível de linha (autoridade vertical).

A seguir, descrevemos os principais pontos de sua teoria:

- princípios científicos em substituição ao empirismo: com o objetivo de instituir a prática administrativa científica, baseada em princípios e não no processo de tentativa sob risco;

- divisão do trabalho: determinando, através das regras básicas, a divisão em diferentes etapas das diversas atividades;

- divisão de autoridade e responsabilidade: distinguindo as tarefas de planejamento e direção daquelas referentes à execução do trabalho;

- treinamento e seleção do trabalhador: permitindo a qualificação do trabalhador mediante seleção e aperfeiçoamento técnico;

- coordenação entre as atividades: articulação da atuação dos trabalhadores com os supervisores e administradores;

Taylor tem sua importância por ter sido um dos precursores da importância do papel da ciência na Administração.

A teoria de Henry FayolHenry Fayol nasceu na França em 1841 foi o autor do livro Administração Industrial e Geral, que foi editado em 1916.

Fayol buscou uma visão mais geral da empresa e criou uma teoria mais global da ação administrativa, ao contrário de Taylor que se dedicou mais as questões relativas à linha de produção.

Na verdade as teorias de Taylor e Fayol se complementam, não obstante suas abordagem diferentes.

O fundamento da teoria de Fayol tem base em seis funções básicas existentes na empresa, definidas por ele da seguinte maneira:

1. Função técnica: corresponde à atividade produtiva da empresa.

2. Função comercial: abrange as tarefas de compra de mercadorias, matéria-prima, materiais de consumo, etc necessárias ao desenvolvimento das atividades da empresa, assim como a venda dos bens ou serviços por ela produzidos.

3. Função financeira: referente à atividade de obtenção e gerência dos recursos financeiros, em termos de dinheiro ou crédito.

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4. Função contábil: classificação e registro dos fatos econômico - financeiros ocorridos na empresa, com o objetivo de apurar seus bens, direitos e obrigações, lucros ou prejuízos.

5. Função de segurança: visa a salubridade dos trabalhadores, condições de iluminação, temperatura e prevenção de acidentes e à proteção de materiais, segurança de equipamentos, instalações e construções, normas, etc.

6. Função administrativa: refere-se ao trabalho de gerência, direção e controle das atividades para que a empresa possa atingir de forma racional seus objetivos, que na visão de Fayol, é a mais importante, pois esta função direciona e comanda todas as outras.

Fayol também elaborou quatorze princípios administrativos que ao serem aplicados devem levar em conta a realidade de cada empresa:

1. Divisão de trabalho: tanto em termos de tempo como de espaço, estudando as fases e etapas de um mesmo trabalho;

2. Autoridade e responsabilidade: posição na empresa e qualificação;

3. Disciplina: mediante regras de subordinação aos superiores;

4. Unidade de comando: um certo número de subordinados recebe e acata ordens de um único superior;

5. Unidade de direção: um certo número de atividades obedece à supervisão de um único superior;

6. Subordinação do interesse individual ao coletivo: o interesse de um indivíduo não deve prevalecer contra o interesse coletivo;

7. Remuneração: salários justos do ponto de vista da empresa e do trabalhador;

8. Centralização: concentração de direção nas mãos de um único controle ou direção;

9. Cadeias hierárquicas: define uma rigorosa estrutura de autoridade e responsabilidade;

10. Ordem: a perfeita ordenação humana e material;

11. Eqüidade: conciliação de interesses empresariais e trabalhistas;

12. Estabilidade: contra a rotatividade da mão-de-obra, julgando mais eficiente sua permanência;

13. Iniciativa: abrangendo o dinamismo desde o principal executivo até os mais baixos níveis de autoridade;

14. Cooperação: estimulando o espírito de equipe e a conjugação dos esforços para a meta final.

Henry FordFord também escreveu livros: Minha Filosofia de Indústria e Minha Vida e Minha Obra; este respeitado industrial do automobilismo atuou no início do século XX, como pioneiro em sua área de atuação, a empresa por ele criada ainda hoje é uma multinacional respeitada por todos; ele também deixou registrados seus estudos e reflexões sobre sua experiência administrativa.

Ao contrário de Fayol, que centrou sua análise no aspecto administrativo da empresa, Ford se ocupou do sistema de produção empresarial como um todo, visando a sua maior eficiência.

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Ford introduziu conceitos modernos de produção em série e de linhas de montagem, concebendo um ritmo de trabalho em cadeia, para poupar tempo e custos. Estabeleceu também três princípios pelos quais deve se orientar a produção:

1. de intensificação: redução de tempo de produção, eliminação da capacidade ociosa de trabalhadores e equipamentos, permitindo o rápido retorno do capital investido;

2. de economicidade: emprego reduzido dos fatores de produção;

3. de produtividade: aumento da capacidade produtiva do trabalho;

Elton Mayo - Teoria das Relações HumanasEm meados do século XX, a Teoria das Relações Humanas preocupou-se intensamente com o esmagamento do homem pelo desenfreado desenvolvimento da civilização industrializada. Elton Mayo, o fundador do movimento, escreveu três livros se dedicando aos problemas humanos, sociais e políticos decorrentes de uma civilização baseada quase que exclusivamente na industrialização e na tecnologia.

Mayo salienta que, enquanto a eficiência material aumentou poderosamente nos últimos duzentos anos, a capacidade humana para o trabalho coletivo não manteve o mesmo ritmo de desenvolvimento. Lembrando sociólogos cujas observações nas comunidades mais simples demonstraram que o progresso industrial foi acompanhado por um profundo desgaste do sentimento espontâneo de cooperação, Mayo afirma que a solução do problema da cooperação não pode ser resolvido apenas através do retorno as formas tradicionais de organização. O que deve haver é uma nova concepção das relações humanas no trabalho. Como resultado de suas experiências dentro das próprias empresas, verificou que a colaboração na sociedade industrializada não pode ser entregue ao acaso, enquanto se cuida apenas dos aspectos materiais e tecnológicos do progresso humano.

Os métodos de trabalho tendem todos para a eficiência, nenhum para a cooperação. A cooperação humana não é o resultado das determinações legais ou da lógica organizacional, mas tem causas mais profundas que as experiências feitas por Elton Mayo revelaram. Com base nestas experiências Mayo passa a defender os seguintes pontos de vista:

O trabalho é uma atividade tipicamente grupal: suas pesquisas indicaram que o nível de produção é mais influenciado pelas normas do grupo do que pelos incentivos salariais e materiais de produção. Para Maio, a atitude do empregado em face de seu trabalho e a natureza do grupo do qual ele participa são fatores decisivos na produtividade. O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um grupo social: e as mudanças no seu meio o afetam.

A tarefa básica da Administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes democráticos, persuasivos e simpáticos a todo pessoal: Ao invés de se tentar fazer os empregados compreenderem a lógica da administração da empresa, a nova elite de administradores deve compreender as limitações dessa lógica e ser capaz de entender a lógica dos trabalhadores. Para Mayo "Somos tecnicamente competentes como nenhuma outra idade da História o foi, e combinamos isto com uma total incompetência social." Logo, torna-se necessária a educação de uma elite social capaz de recobrar a cooperação.

A pessoa humana é motivada essencialmente pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecida", de receber adequada comunicação: Mayo se opunha à afirmação de Taylor de que a motivação básica do empregado era meramente salarial (homo economicus)

Para Mayo o conflito social deve ser evitado a todo custo através de uma administração humanizada que faça um tratamento preventivo e profilático. As relações humanas e a cooperação constituem a chave para evitar o conflito social. Para ele, o conflito social é o

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germe da destruição da própria sociedade. "O conflito é uma chaga social, a cooperação é o bem estar social"

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Evolução das teorias administrativas

Surgiu no despontar do século XX a chamada “Ciência da Administração” e com isso o desenvolvimento da Administração foi muito rápido

A administração tal como conhecemos hoje é resultado histórico e integrado de inúmeros precursores.

Referencias históricas mostram que até hoje conceitos administrativos de mais de 1200 A.C ainda são usados no nosso meio.

A Revolução Industrial foi o evento que proporcionou o inicio e o desenvolvimento da Administração como ciência baseada apenas em cada vez maior especialização do trabalho humano.

Administração Cientifica:

Exploração dos empregados: a Administração Científica faz uso da exploração dos funcionários em prol de seus interesses. Há um estímulo à alienação do funcionário, falta de consideração do aspecto humano e deficiência das condições sociais.Esse é um momento onde o patrão pensa que como ele paga o salário pode explorar o empregado, não percebendo que esse ser humano tem uma vida social fora do trabalho e que o ambiente influencia nas ações e satisfação do empregado. Deve-se sempre levar em consideração o aspecto biopsicossocial do empregado, o que comumente não ocorre nas organizações, onde não são aceitas explicações e somente ocorre imposição do patrão perante seu empregado levando o mesmo a ficar desanimado e desmotivado, não rendendo o seu máximo e influenciando nos rendimentos da empresa. Isso leva a um círculo vicioso onde diminuem os lucros, aumentam as pressões, com imposição, e com isso ocorre maior desmotivação.

Taylor também observou que os operários aprendiam os seus ofícios olhando um companheiro trabalhar. Isso levava os operários a fazerem o mesmo serviço de diferentes maneiras e isso acabava um pouco por prejudicar a produção já que não era uniforme a produção então foi criado a Organização Racional do Trabalho ( ORT).

Teoria Clássica da Administração:

Surgiu na França o pilar da Escola Clássica, comandado por Henry Fayol - engenheiro, nascido na Grécia e educado no França, onde trabalhou e desenvolveu seus estudos.Na Teoria Clássica de Fayol e seus seguidores a ênfase é posta na estrutura da organização. O objetivo é buscar a maior produtividade do trabalho, maior eficiência do trabalhador e da empresa.

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A Teoria Clássica da Administração partiu de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, com uma visão anatômica e estrutural, enquanto na Administração Científica a abordagem era, fundamentalmente operacional (homem/máquina).

A experiência administrativa de Fayol começa como gerente de minas, aos 25 anos e prossegue na Compagnie Comantry Fourchambault et Decazeville, aos 47 anos, uma empresa em difícil situação, que ele administra com grande eficiência e, em 1918, entrega ao seu sucessor em situação de notável estabilidade.

Fayol sempre afirmou que seu êxito se devia não só às suas qualidades pessoais, mas aos métodos que empregara. Exatamente como Taylor, Fayol procurou demonstrar que, com previsão científica e métodos adequados de gerência, os resultados desejados podem ser alcançados.A maior crítica relativa à influência negativa que os conceitos Taylor e Fayol tiveram na gestão de empresas - mais especificamente nas indústrias – pode ser claramente observado no filme de Carlitos: "Tempo Modernos".

Dessa forma, tanto as teorias desenvolvidas por Taylor, como as de Fayol, sofreram críticas por serem eminentemente mecanicistas e, até mesmo, motivadas no sentido da exploração do trabalhador, como se fora uma máquina. Principalmente a partir da contribuição de psicólogos e sociólogos, iniciada com Elton Mayo e Mary Parker Follet, surgem outras escolas de Administração, a começar pela Escola de Relações Humanas.

Teoria das Relações Humanas:

Na teoria das relações humanas, os enfoques são nas "pessoas". A máquina, o método de trabalho e a organização formal dão lugar aos aspectos psicológicos e sociológicos.Coube a George ELTON MAYO considerado o "pai das relações humanas", auxiliado por F.J. Roethlisberger (iniciar estudos na Western Electric Company,.Tal experiência recebeu o nome de Hawthorne esse estudo foi desenvolvido por fases e teve a duração de 1927 a 1932, que permitiu o aparecimento de novos conceitos sobre administração, assim a organização industrial teria duas funções básicas:A função econômica - produzir bens e serviçosA função social - distribuir satisfações.

Os resultados permitiram o estabelecimento dos princípios básicos da Escola de Relações Humanas, que veio a se formar logo em seguida, e chegaram as seguintes conclusões:a) O nível de produção é resultante da integração social - o nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado, mas pela capacidade social do trabalhador que, quanto mais integrado socialmente ao grupo, mas produzirá;b) O comportamento social dos empregados se apóia totalmente no grupo - o operário não age isoladamente, mas sim como membro do grupo;c) As recompensas como as sanções sociais são importantes - tanto as recompensas como as sanções aplicadas pelo grupo tinham para o operário um efeito muito superior àquelas aplicadas pela empresa;d) Os grupos informais são diversos - a empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de diversos grupos informais: que

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definem suas regras de comportamento, suas formas de recompensas e punições, seus objetivos, suas crenças; cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa;e) As relações humanas são intensas e constantes - os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais e mantêm-se em uma constante interação social; seu comportamento é influenciado pelo meio ambiente e pelas normas existentes;f) A importância do conteúdo do cargo afeta o moral do trabalhador - trabalhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes, afetando de forma negativa o trabalhador e reduzindo sua eficiência;g) Deve se dar ênfase aos aspectos emocionais - os elementos emocionais do comportamento humano passam a merecer uma observação e acompanhamento especial.

Em muitos aspectos, a Teoria das Relações Humanas foi diametralmente oposta à Administração Científica: os fatores considerados decisivos e cruciais por uma escola, mal eram focalizados pela outra, e as variáveis que uma considerava centrais eram quase ignoradas pela outra.

A Teoria Neoclássica:

A Teoria Neoclássica surgiu com o crescimento exagerado das organizações. Uma das questões foi o dilema sobre centralização versus descentralização. Os neoclássicos focalizam os fatores de descentralização e as vantagens e desvantagens da centralização. É identificada por algumas características marcantes: ênfase na prática da Administração, reafirmação relativa (e não absoluta) dos postulados clássicos, ênfase nos princípios clássicos de administração, ênfase nos resultados e objetivos e, sobretudo, o ecletismo aberto e receptivo. O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente os objetivos e como alcançá-los. O estabelecimento dos objetivos é o primeiro passo do planejamento. Há uma hierarquia de objetivos para conciliar os objetivos simultâneos em uma organização, cobrindo objetivos organizacionais, políticas, diretrizes, metas, programas, procedimentos, métodos e normas. Em sua abrangência, o planejamento ocorre em três níveis: estratégico, tático e operacional. Existem quatro tipos de planos: procedimentos, orçamentos, programas ou programações e normas ou regulamentos. A organização é a função administrativa que consiste no agrupamento das atividades necessárias para realizar o planejado. Quanto à sua abrangência, a organização pode ocorrer em três níveis: nível global (desenho organizacional), nível departamental (desenho departamental) e nível das tarefas e operações (desenho de cargos e tarefas).

A direção é a função administrativa que orienta e guia o comportamento das pessoas na direção dos objetivos a serem alcançados. É uma atividade de comunicação, motivação e liderança e refere-se a pessoas. Em sua abrangência, a direção ocorre em três níveis: nível global (direção), nível departamental (gerência) e nível operacional (supervisão).

O controle é a função administrativa que busca assegurar se o planejado, organizado e dirigido cumpriu os objetivos pretendidos. O controle é constituído por quatro fases: estabelecimento de padrões, observação do desempenho, comparação do desempenho

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com o padrão estabelecido e ação corretiva para eliminar os desvios. Em sua abrangência, o controle pode ocorrer em três níveis: estratégico, tático e operacional.

Administração por objetivos:

A Administração por objetivos é uma técnica participativa de planejamento e avaliação por meio da quais superiores e subordinada definem, conjuntamente, aspectos prioritários, a saber:

- estabelecem objetivos (resultados) a serem alcançados, em um determinado período em termos quantitativos, dimensionando as respectivas contribuições (metas).

- acompanham sistematicamente o desempenho (controle) procedendo as correções necessárias.

A APO funciona como uma abordagem amigável, democrática e participativa servindo como base para novos esquemas de avaliação de desempenho humano, remuneração flexível e, sobretudo para a compatibilização entre objetivos organizacionais e individuais.

Após a escolha e fixação dos objetivos organizacionais, o próximo passo é saber como alcançá-los , isto é, estabelecer a estratégia empresarial a ser utilizada parta alcançar os objetivos globais e quais táticas serão adotadas.

Poderá haver conflitos entre os departamentos face aos objetivos individuais, falta de participação da alta direção, falta de acompanhamento e controle.

Escola burocrática: A escola burocrática foi criada para sanar a fragilidade e parcialidade da teoria clássica e da teoria das relações humanas, que eram incompletas, não possibilitando uma compreensão clara das organizações.

Teoria Estruturalista:

A Teoria Estruturalista representa um desdobramento da Teoria da Burocracia e uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas.Representa também uma visão extremamente crítica da organização formal.O movimento estruturalista teve um caráter mais filosófico na tentativa de obter a interdisciplinaridade das ciências.Parte do conceito de estrutura, como uma composição de elementos visualizados em relação à totalidade da qual fazem parte.Portanto por sua natureza todas as partes estão estruturadas(subordinadas uma a outra) de tal forma que alterações em qualquer delas implica em rever o todo.

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A partir da Teoria Clássica, da Teoria das Relações Humanas e da Teoria da Burocracia, o Estruturalismo busca integrar os seus conceitos e processos através da abordagem múltipla na análise das organizações.

Abordagem Comportamental:

A abordagem comportamental marca a mais forte ênfase das ciências do comportamento na teoria

Administrativa e a busca de soluções democráticas e flexíveis para aos problemas organizacionais. Esta

abordagem originou-se das ciências comportamentais e, mais especificamente, da psicologia organizacional.

É com a abordagem comportamental que a preocupação com a estrutura se desloca para a

preocupação com os processos e com a dinâmica organizacional, isto é, com o comportamento

organizacional. Aqui ainda predomina a ênfase nas pessoas, inaugurada com a Teoria das Relações Humanas,

mas dentro de um contexto organizacional.

Teoria do desenvolvimento organizacional:

O conceito de organização para os especialistas em D O é tipicamente comportamentalista: "uma organização é a coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais com a finalidade de efetuar transações planejadas com o ambiente". Esse conceito utiliza a noção tradicional de divisão do trabalho ao se referir às diferentes atividades e à coordenação existente na organização e refere-se às pessoas como contribuintes das organizações, em vez de estarem elas próprias, as pessoas, totalmente nas organizações. As contribuições de cada participante à organização variam enormemente em função não somente das diferenças individuais, mas também do sistema de recompensas e contribuições pela organização.

Toda organização atua em determinado meio ambiente e sua existência e sobrevivência dependem da maneira como ela se relaciona com esse meio. Assim, ela deve ser estruturada e dinamizada em função das condições e circunstâncias que caracterizam o meio em que ela opera.

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Os autores do D.O adotam uma posição antagônica ao conceito tradicional da organização, salientando as diferenças fundamentais existentes entre os sistemas mecânicos (típicos do conceito tradicional) e os sistemas orgânicos (abordagem do DO). Os sistemas orgânicos tornam as organizações coletivamente conscientes dos seus destinos e da orientação necessária para melhor se dirigir a eles. Desenvolvem uma nova conscientização social dos participantes das organizações, os quais, contando com sua vivência particular, seu passado pessoal e sua autoconscientização, definem o papel deles em relação à sua organização.

Os especialistas em D.O destacam que as estruturas convencionais não tem condições de estimular as atividades inovadoras nem se adaptarem as circunstancias de mudanças.

Cibernética e Administração:

A Cibernética é uma ciência relativamente jovem. Foi criada por Norbert Wiener entre os anos de 1943 e 1947, na época em que surgiu o primeiro computador, bem como a Teoria de sistemas.

Cibernética é a ciência da comunicação e do controle, no animal e na máquina.

É uma metodologia que busca conjugar conceitos de diversas ciências a respeito de determinado objeto de pesquisa. É baseada na idéia de que um determinado objeto de estudo possui diversas dimensões e facetas que podem ser estudadas e entendidas por diversas ciências e que conceitos e princípios emanados de diferentes ciências podem ser empregados no estudo e compreensão de determinado fenômeno por determinada ciência.

Teoria Matemática da Administração:

A Teoria Matemática põe ênfase no processo decisório e procura tratá-lo de modo lógico e racional, através de uma abordagem quantitativa. A Teoria Matemática trouxe enorme contribuição à Administração permitindo novas técnicas de planejamento e controle no emprego de recursos materiais, financeiros, humanos e, sobretudo, um formidável suporte na tomada de decisões, no sentido de aperfeiçoar a execução de trabalhos e diminuir os riscos envolvidos nos planos que afetam o futuro a curto ou longo prazo. A Teoria Matemática presta-se a aplicações de projetos e trabalhos baseando-se na total qualificação dos problemas administrativos, abordando-os do ponto de vista estatístico ou matemático, oferecendo técnicas de aplicação ao nível operacional situado na esfera de execução.

Teoria Geral dos Sistemas:

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A Teoria Geral de Sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de aplicações na realidade empírica.Ela critica a visão que se tem do mundo dividido em diferentes áreas do conhecimento, que classifica como arbitrárias, com fronteiras solidamente definidas e espaços vazios entre elas.

A Teoria Geral dos Sistemas afirma que as propriedades dos sistemas não podem ser descritas significativamente em termos de seus elementos separados. A compreensão dos sistemas somente ocorre quando estudamos os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências de suas partes.

Teoria Contingencial:

A Teoria da Contingência enfatiza o mais recente estudo integrado na teoria da Administraçao é sem dúvida a mais eclética de todas, pois além de considerar as contribuições das diversas teorias anteriores, consegue coordenar os princípios básicos da Administração como: as tarefas, a estrutura, as pessoas, a tecnologia e o ambiente. Dentro de seu estado, as teorias administrativas anteriores são colocadas à prova, sua conclusões são confirmadas (cada uma de acordo com sua época, necessidade, ambiente, interação, compatibilidade, etc.), atualizadas, ampliadas, integradas dentro de uma abordagem mais complexa, permitindo assim uma visão conjunta, abrangente com maior maleabilidade e adaptação para cada organização e para a Administração como um todo. A abordagem contingencial mesmo tendo analisado outras escolas como a Teoria Clássica ou a Teoria de Sistemas, aceitou suas premissas básicas, mas adaptou-as a outros termos, pois, nela nada é absoluto ou universalmente aplicável. Tudo é composto de variáveis sejam situacionais, circunstanciais, ambientais, tecnológicas, econômicas; enfim diferem em diferentes graus de variação. De todas as Teorias Administrativas, a abordagem contingencial enfoca as organizações de dentro para fora colocando o ambiente como fator primordial na estrutura e no comportamento das organizações. De um lado o ambiente oferece oportunidades e recursos, de outro impões coações e ameaças à organização. 

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AS ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO. A evolução do pensamento da Ciência da Administração e suas Escolas. UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO – UNDB

MAURÍCIO MARQUES DE FIGUEIRÊDO

AS ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO. A evolução do pensamento da Ciência da Administração e suas Escolas.

São Luís - MA - 2005

AS ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO. A evolução do pensamento da Ciência da Administração e suas Escolas.

Maurício Marques de Figueirêdo

Sumário: Introdução; 1 – A história da Administração e suas escolas; 2 – A Administração Estratégica; 3 – Um panorama da Gestão Pública até o início do Século XXI; 4 – Empreendedorismo dentro e fora da Gestão Pública; 5 – A Administração Estratégica na Gestão Pública; Conclusão.

RESUMO

Apresenta-se os primórdios da Administração, sua evolução, Escolas e princípios.

ABSTRACT

Presents the administration’s primordium, evolution, Schools and principles of it.

PALAVRAS-CHAVE: História da Administração; Escolas da Administração; Administração Estratégica; Gestão Pública; Empreendedorismo.

“... lançar por terra os trabalhos alheios, sem se recordarem que assim como o elogio nunca deu vida ao que deve morrer, assim também a crítica nunca há de matar o que deve viver, ...”

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César Augusto Marques

INTRODUÇÃO

As Organizações, neste início de século XXI, cada vez mais estão se profissionalizando através do conhecimento e de leis, forçadas pela forte concorrência dada pela atual configuração mundial, onde a evolução tecnológica e a globalização são fatores determinantes para manter essas Organizações no mercado.

Resgatar a história da Administração, suas escolas e pensamentos desde os primórdios, torna-se fundamental para que sejam entendidos os caminhos percorridos e as tendências futuras desta Ciência.

No primeiro momento deste trabalho é feita uma breve apresentação da Administração. No segundo momento apresenta-se os primórdios da Administração. No terceiro momento são apresentadas as Escolas da Administração e seus criadores. No quarto momento, apresenta-se as duas primeiras Escolas, a Científica e a Clássica. No quinto momento a Escola das Relações Humanas, no sexto a Burocracia de Max Weber, no sétimo a Teoria Contingêncial ou Behaviorista, no oitavo a Escola Estruturalista, depois a Teoria dos Sistemas, em seguida a Escola do Desenvolvimento Organizacional, a Abordagem Contingêncial, a Teoria Neoclássica e por último a Administração Estratégica.

1 – UMA BREVE APRESENTAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

A Administração é uma prática antiga e uma ciência relativamente nova. Segundo Chiavenato (2000, p. 18), o conceito de Administração é:

a maneira de governar organizações ou parte delas. É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz.

Portanto, desde que o homem passou a se organizar em sociedade e a realizar transações comerciais via escambo ou já com a utilização da moeda a Administração é utilizada, pois tem seu foco nos recursos de qualquer natureza necessários para gerir qualquer que seja o negócio. Os recursos podem ser financeiros, materiais, tecnológicos e humanos, cada um com suas particularidades e importância formando o todo dentro da Administração.

A Administração é uma Ciência que completou um século de criação oficial, tomando por base a Obra Shop Management de Taylor em 1903, e vive em constante evolução como quase todas as outras Ciências. Alguns estudiosos consideram Arte e não ciência, porém é importante considerar que se trata dos dois, ou seja, uma Ciência-Arte.

Desta forma é interessante citar Carvalho, (1837, p. 2-3), como ele descreve o que é arte e o

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que é Ciência.

A arte, pois, não sendo outra coisa senão a prática dos princípios da Ciência, têm por fim indicar o como se faz alguma coisa. [ ] A Ciência, porém, ensina o por que se faz essa coisa.

Vale ressaltar, que Arte está relacionada com a estética, e quando a Administração é tratada como Arte, na verdade é a técnica, o modo de fazer, pois a tradução do grego tecné, quer dizer arte.

Ainda sobre os conceitos de Administração, Maximiano (2002, p. 26), define que “Administração significa em primeiro lugar, Ação. [...] ... quatro processos principais interligados: Planejamento, Organização execução e controle.”

Segue o quadro com as descrições dos processos da Administração.

PROCESSO DESCRIÇÃO

Planejamento É o processo de definir objetivos, atividades e recursos.

Organização É o processo de definir o trabalho a ser realizado e as responsabilidades pela realização; é também o processo de distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério.

Direção É o processo de realizar atividades e utilizar recursos para atingir os objetivos. O processo de execução envolve outros processos,especialmente o processo de direção, para acionar os recursos que realizam as atividades e os objetivos.

Controle É o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a necessidade de modifica-los.

FONTE: Maximiano (2002, p. 27).

A Administração é um ciclo no qual os processos estão sempre em mutação evolutiva. Todos os processos administrativos iniciam-se com o planejamento e terminam com a avaliação. A partir dai são feitas alterações baseadas nas avaliações, quando necessários, para que os objetivos sejam alcançados de maneira eficiente, eficaz e efetivo. E como se trata de um ciclo, inicia-se novamente todo o processo.

As Teorias da Administração são divididas através de Escolas de pensamentos, cada uma com sua ênfase, seu foco e seus pensadores.

Essencialmente, uma teoria é uma representação abstrata do que se percebe como realidade. A teoria é um conjunto de afirmações ou regras feitas para enquadrar alguma parte do mundo real.

Desta forma, Maximiano (2000, p. 30) cita Zimbardo e Ebbesen (1970, p. 64) para definir o que

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é uma teoria. E assim cada Escola do pensamento da Administração apresenta sua própria teoria para formalizar, criar a representação, do conhecimento obtido através de estudos, pesquisas e observação transformando-os em regras.

O conhecimento das teorias é altamente relevante para quem pretende seguir carreira de administrador ou gestor. Gestor é quem geri uma Organização qualquer sem possuir o título de Administrador, já o administrador é quem o faz sendo formado em Administração. Normalmente essa diferenciação não é feita, daí surge alguma confusão entre gestor e administrador.

Pesquisando sobre os primórdios da Administração através de pensadores e pesquisadores de outras Ciências, já reconhecida como tal, antes da Administração vir a se tornar também uma Ciência, pode-se reafirmar que, a Administração é uma prática muito antiga que só recebe status de Ciência muitos anos depois.

2 – OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

A Administração teve em seus primórdios os filósofos, os economistas, a Igreja, os militares, passando pela Revolução Industrial e os pioneiros e empreendedores, segundo Chiavenato (2000, p. 25-38).

A influência dos filósofos é a mais antiga, pois, vem da época de Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.), filósofo grego, onde segundo Chiavenato (2000, p. 26) “expõe seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência”, mesmo existindo relatos do próprio Chiavenato (2000, p. 22 – 23) que apontam para os egípcios 4000 a.C. em quadro representativo dos primórdios que será apresentado a seguir.

Essa contribuição dos filósofos segundo Chiavenato (2000, p. 26 – 27), continua passando por Platão (429 a.C. – 347 a.C.), discípulo de Sócrates, por Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), por Bacon (1561 – 1626), por Descartes (1596 – 165). Cada um desses filósofos deu importante contribuição a Administração.

Na seqüência Chiavenato cita Hobbes (1588 – 1679), que defende o governo absoluto devido a sua visão pessimista da humanidade, em seguida Rousseau (1712 – 1778) e sua teoria do contrato social.

Cita ainda como influência dos economistas, Adam Smith (1723 – 1790) que revoluciona o mundo com seu livro A Riqueza das Nações onde cita a divisão do trabalho e a divisão das tarefas. Marx (1818 – 1883) e Engels (1820 – 1895) e a teoria da origem econômica do Estado.

Continuando, Chiavenato (2000, p. 28) cita a Igreja católica que utilizava a hierarquia da autoridade, mesmo princípio das organizações militares que possuíam unidade de comando dentro de uma escala hierárquica.

Como Organização militar, surge, segundo Lodi (2003, p. 15), confirmando o que Chiavenato (2000, p. 18) descreveu, Carl Von Clausewitz (1780 – 1831), general prussiano, que muito escreveu sobre guerra e disse que “administrar uma grande organização requer planejamento cuidadoso”, surge então de forma enfática a palavra planejamento muito citada posteriormente pelos pensadores da Administração, e segue dizendo “Toda as decisões devem ser baseadas

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na probabilidade e não na necessidade lógica”, ou seja, existe uma necessidade de se analisar os cenários e dele tirar conclusões embasadas em fatos.

Clausewitz disse ainda, segundo Lodi (2003, p. 16) “que o administrador deve aceitar a incerteza e planejar de modo a minimizar essa incerteza”. E diz ainda, “decisões devem ser científicas e não intuitivas”.

Charles Babbage (1792 – 1871), matemático inglês, tido como o pai do computador, por criar o motor diferencial, considerado o primeiro computador digital, segundo Lodi (2003, p. 16).

Recomendou o uso de dados na Administração de uma empresa, a fixação de tempo-padrão para operações repetitivas, a divisão do trabalho entre esforço físico e mental, a determinação de custos precisos para cada processo e a fixação de uma bonificação proporcional à influencia do operário e ao sucesso da empresa.

Portanto, o que Taylor viria a comprovar através de seus estudos e na prática, era o pensamento e idéias antigas desse e de outros pensadores primórdio da Administração.

Surge ainda a influência descrita por Chiavenato (2000, p. 30) da Revolução Industrial e dos pioneiros e empreendedores, que no primeiro caso, há uma transformação no trabalho com o surgimento de fontes de energia e das máquinas e no segundo, já no Século XIX, uma outra transformação principalmente nos EUA e na Inglaterra com o surgimento de grandes empresas como a Standard Oil, a Carnegie, Westinghouse e General Eletric – GE, dentre outras.

Quanto a Revolução Industrial, Faria (2002, p. 13) divide em duas fases:

1780 a 1860 – revolução do carvão e do ferro;

1860 a 1914 – revolução do aço e da eletricidade.

James Watt (1736 – 1819), segundo Corrêa (2003, p. 22), em 1776, vende na Inglaterra a primeira máquina a vapor, no mesmo ano em que Adam Smith publica A Riqueza das Nações.

Chiavenato (2000, p. 22 – 23) demonstra em um quadro reproduzido de Pradip N. Khandwalla (1977, p. 170 - 172) a cronologia dos primórdios da Administração.

CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS EVENTOS DOS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

ANO AUTORES EVENTOS

4000 AC Egípcios Necessidade de planejar, organizar e controlar.

2600 AC Egípcios Descentralização na organização.

2000 AC Egípcios Necessidade de ordens escritas. Uso de consultoria de staff.

1800 AC Hamurabi (Babilônia) Uso de controle escrito e testemunhal; estabelecimento do salário mínimo.

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1491 AC Hebreus Conceito de organização; Princípio escalar; Princípio da exceção.

600 AC Nabucodonosor (Babilônia) Controle de produção e incentivos salariais.

500 AC Mencius (China) Necessidade de sistemas de padrões.

400 AC Sócrates (Grécia)

Ciro (Pérsia)

Platão (Grécia) Enunciado da Universidade de Administração.

Necessidade de relações humanas; estudo de movimentos, arranjo físico e manuseio de materiais.

Princípio da especialização.

175 AC Cato (Roma) Descrição de funções.

284 Dioclécio (Roma) Delegação de autoridade.

1436 Arsenal de Veneza Contabilidade de custos; balanços contábeis; controle de inventários; linha de montagem; Administração de pessoal; Padronização.

1525 Niccoló Machiavelli (Itália) Princípio de consenso e de coesão na organização; enunciados das qualidades de liderança; táticas políticas.

1767 Sir James Stuart (Inglaterra) Teoria da fonte de autoridade; impacto da automação; diferenciação entre gerentes e operários; especialização.

1776 Adam Smith (Inglaterra) Principio da especialização dos operários; conceito de controle.

1799 Eli Whitney (EUA) Método científico; Contabilidade de custos e controle de qualidade; amplitude administrativa.

1800 James Watt

Mathew Boulton (Inglaterra) Procedimentos padronizados de operação; especificações; método de trabalho; planejamento; incentivo salarial; tempos padrões; gratificações natalinas; auditoria.

1810 Robert Owen (Inglaterra) Práticas de pessoal; treinamento dos operários; planos de casas para os operários.

1832 Charles Babbage (Inglaterra) Ênfase na abordagem científica e na especialização; divisão do trabalho; estudo de tempos e movimentos; contabilidade de custos; efeito das cores na eficiência do operário.

1856 Daniel C. McCallum (EUA) Usu do Organograma para a estrutura organizacional; Administração sistemática em ferrovias.

1886 Henry Metcalfe (EUA) Arte da Administração; Ciência da Administração.

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1900 Frederick Winslow Taylor (EUA) Administração Científica; cooperação entre operários e gerencia; prêmios de produção; princípio de exceção; estudo de tempos e métodos; ênfase no planejamento e controle.

FONTE: CHIAVENATO (2000, p. 22 – 23).

3 – AS ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO E SEUS CRIADORES

As Escolas, Teorias ou abordagens da Administração surgem a partir do século XX e são elas 11(onze):

• Teoria Clássica e Teoria Cientifica;

• Escola de Relações Humanas;

• Teoria da Burocracia;

• Teoria Comportamental ou Behaviorista;

• Teoria Estruturalista;

• Teoria de Sistemas;

• Desenvolvimento Organizacional;

• Abordagem Contingêncial;

• Teoria Neoclássica;

• Administração por Objetivos;

• Administração Estratégica;

As Teorias da Administração são baseadas em pensamentos e estudos que evoluíram através dos tempos desde sua criação.

Procurando apresentar uma melhor visualização e entendimento sobre cada uma dessas Teorias, o quadro a seguir procura mostrar de forma resumida e condensada a ênfase dada, o seu principal fundador, o ano de criação e o enfoque.

Todas as informações que compõem este quadro são baseadas em Chiavenato (2000, p. 7 e 8) que em dois momentos da Obra apresenta quadros demonstrativos com objetivo de focar cada Teoria/Escola.

ENFASE TEORIA PENSADOR/ANO ENFOQUE

Administração Científica Frederick Taylor (1903) Racionalização do trabalho no nível operacionalTAREFAS

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Teoria ClássicaESTRUTURA

Teoria Neoclássica Henry Fayol (1916)

Peter Drucker (1954) Organização formal. Princípios gerais da Administração. Funções do Administrador.

Burocracia Max Weber (1909) Organização formal burocrática. Racionalidade organizacional.

Estruturalista Várias influencias (1947)

Lévy-Strauss

Gurwitch e Radcliff Brow

Karl Marx e Weber Múltipla abordagem:

Organização formal e informal; Análise intra-organizacional e análise interorganizacional.

Relações Humanas Elton Mayo (1932) Organização informal. Motivação, liderança, comunicações e dinâmicas de grupo.PESSOAS

Comportamental Douglas McGregor (1957) Estilo de Administração.

Teoria das decisões.

Integração dos objetivos organizacionais

e individuais.

Desenvolvimento Organizacional (1962) Mudança organizacional planejada.

Abordagem de sistema aberto.

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AMBIENTE

Teoria Estruturalista (1947) Análise intra-organizacional e análise ambiental.

Abordagem de sistema aberto.

Teoria da Continência (1972) Análise ambiental (imperativo ambiental).

Abordagem de sistema aberto.

Teoria da Continência (1972) Administração da tecnologia (imperativo tecnológico).TECNOLOGIA

Este quadro resume bem o que cada Teoria/Escola têm como ênfase e enfoque dentro das Organizações. A seguir é tratada de cada uma das Teoria/Escola de forma detalhada.

4 – A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA E CLÁSSICA

A primeira Escola que surge é a de Administração Científica, criada nos EUA, pelo engenheiro Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), com origem no chão da fábrica, foco nos operários e nas tarefas, adotando métodos racionais e padronizados além de uma máxima divisão das tarefas. Taylor teve Henry Lawrence Gantt (1861 – 1919), Frank Bunker Gilbreth (1868 – 1924), Harrington Emerson (1853 – 1931) e Henry Ford (1863 – 1947), como seus principais seguidores, seguindo a cronologia de Chiavenato (2000, p. 45 – 48) e a descrição de Ferreira et ali (1997, p. 25).

Henry Ford cria a produção em série, ou linha de montagem como é mais conhecida. Esse foi um dos grandes avanços para a Industria e uma revolução para os processos produtivos, aumentando a quantidade produzida e reduzindo o tempo de montagem dos veículos.

Quando o modelo T da Ford foi lançado em 1908, a montagem do veículo demorava doze horas e vinte minutos. Já na década de 1920, demorava apenas uma hora e vinte minutos uma redução de mais de 89 % no tempo de produção, conforme Globo Administração (2000).

Ainda segundo Ferreira et ali (1997, p. 17 e 18), os pontos negativos desta Teoria são o enfoque mecanicista do ser humano, Homo economicus, abordagem fechada, superespecialização do operário e exploração dos empregados.

No mesmo momento na França, surge a Teoria Clássica criada por outro engenheiro, Henry Fayol (1841 – 1925) que tem origem na gerencia administrativa, ênfase na estrutura formal das Organizações, adoção de princípios administrativos pelos altos escalões, segundo Ferreira et ali (1997, p. 25).

Já para esta Teoria, Ferreira et ali (1997, p. 24 e 25) considera que suas principais falhas estão na obsessão pelo comando, a empresa como sistema fechado (igual a Científica, ou seja, não considera o ambiente externo) e a manipulação dos trabalhadores.

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5 – A ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS

A Escola de Relações Humanas surge a partir da experiência desenvolvida de 1927 a 1929, na fábrica da Western Electric Company (Hawthorne, Chicago) por Elton Mayo (1880 – 1949), baseados nos conceitos de comportamento de grupos sociais de Kurt Lewin (1890 – 1947), na sociedade e nas organizações segundo Ferreira et ali (1997, p. 27 e 29).

Os pontos negativos desta Teoria segundo Ferreira et ali (1997, p. 31 e 32) são a negação do conflito entre empresa e trabalhadores, restrição de variáveis e da amostra, concepção utópica do trabalhador, ênfase excessiva nos grupos informais, espionagem disfarçada e ausência de novos critérios de gestão.

6 – A BUROCRACIA DE MAX WEBER

A Teoria da Burocracia surge através do sociólogo e economista alemão Max Weber (1864 – 1920) que caracteriza, ainda segundo Ferreira et ali (1997, p. 34 a 36), como a ética protestante como princípio básico, o homem organizacional, a racionalidade, a divisão do trabalho e hierarquia, autoridade, poder, dominação e Administração, promoção e seleção, separação entre propriedade e Administração e organização informal.

As principais críticas a esta Teoria, são a limitação da espontaneidade, a despersonalização do relacionamento entre colegas, a substituição dos objetivos por normas impostas e o conflito entre público e funcionários.

7 – A TEORIA COMPORTAMENTAL OU BEHAVIORISTA

Surge então a Teoria comportamental, também conhecida como Behaviorista, com foco nas pessoas. “O movimento Behaviorista surgiu como evolução de uma dissidência da Escola de Relações Humanas, que recusava a concepção de que a satisfação do trabalhador gerava de forma intrínseca a eficiência do trabalho”, desta forma Ferreira et ali (1997, p. 40), define a razão da criação desta Teoria.

Segundo Ferreira et ali (1997, p. 40 a 43) os principais pontos desta Teoria são baseados na cooperação e valorização do trabalhador, onde os aspectos de processo decisório se dá de forma participativa, reconhece o poder da liderança, autoridade e consentimento, Homem administrativo onde considera o Homem como um ser racional e os conflitos de objetivos entre trabalhadores e Organização, pois com a maturidade dentro da Empresa o trabalhador pensa melhorias para a Organização mas falta canais de comunicação para propor-las.

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Neste momento surge Douglas McGregor (1906 – 1964) e sua Teoria X e Y, onde na Teoria X o ser humano é incapaz de pensar e agir e a Teoria Y onde é considerado o ser humano como responsável e compromissado com as Organizações.

Outros nomes importantes desta Escola são: McClelland (dividiu os fatores motivacionais), Frederick Herzberg (buscou os fatores motivacionais) e Rensis Likert que identificou através de pesquisas, que os lideres com foco nos funcionários obtinham mais produtividade.

8 – A ESCOLA ESTRUTURALISTA

A Teoria ou Escola Estruturalista surge a partir da Escola Burocrática tentando resolver os conflitos entre a Teoria Clássica e a de Relações Humanas e da própria Teoria Burocrática fortemente influenciada pelo estruturalismo nas Ciências Sociais, segundo Ferreira et ali (1997, p. 52), onde ele cita as seguintes influencias:

Lévy-Strauss e o estruturalismo abstrato (empírico);

Gurwitch e Radcliff-Brow e o estruturalismo concreto;

Karl Marx e o estruturalismo dialético que via como conjunto de partes diferenciadas;

Max Weber e o estruturalismo fenomenológico que via a dificuldade do ideal se tornar real.

São características, segundo Ferreira et ali (1997, p. 53 a 54), do estruturalismo, as submissões do indivíduo à socialização, desejo de se destacar dentro da sua função para refletir no ambiente onde ele vive, os conflitos inevitáveis entre os interesses dos trabalhadores e da Organização, a hierarquia vista como maléfica a comunicação e os incentivos mistos, ou seja, materiais e sociais.

9 – TEORIA DOS SISTEMAS

A Teoria dos Sistemas nasce através do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffly que em 1937 lançou as bases da Teoria Geral dos Sistemas. Essa Teoria foi amplamente reconhecida nos anos de 1960 dentro da Administração, segundo Ferreira et ali (1997, p. 58).

Os pressupostos desta Teoria, ainda segundo citado por Ferreira et ali (1997, p. 58) reconhecem que:

• Há uma tendência geral no sentido da integração das várias Ciências naturais e sociais.

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• Esta integração parece centralizar-se em uma Teoria Geral dos Sistemas.

• Esta teoria pode ser um importante meio para alcançar uma teoria exata nos campos não físicos da Ciência.

• Desenvolvendo princípios unificadores que atravessam verticalmente o universo das Ciências individuais, esta teoria aproxima-nos da meta da unidade da Ciência.

• Isto pode conduzir à integração, muito necessária na educação científica.

As principais características desta Teoria são explicadas sobre os seguintes aspectos segundo ainda Ferreira et ali (1997, p. 60): Homem funcional, conflitos de papeis, incentivos mistos, equilíbrio integrado e Estado estável.

O enfoque sistêmico e do ambiente organizacional, pode ser resumido na forma em que considerando os fatores externos da Organização, tecnologias, Economia, Políticas, Cultura social e concorrência, onde no ambiente interno, entra, inputs, os insumos, há um processamento, ou agregação de valor, dar-se a saída, outputs, deste e retorna em feedback.

10 – A ESCOLA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

A Escola do Desenvolvimento Organizacional tem foco nas mudanças organizacionais, onde ocorre a evolução baseada em três fatores, a estrutura, o comportamento e a tecnologia, interdependentes entre si. Ferreira et ali (1997, p. 70) cita as três fases do processo de mudança comportamental, segundo Lewin, são elas: Descongelamento, Implantação e recongelamento. Onde o descongelamento é a saída do atual padrão, para que ocorram a implantação das mudanças e o recongelamento, ou seja, a consolidação das mudanças ocorridas.

“A insegurança e a ameaça são dois fatores que provocam resistência no individuo...” assim Ferreira et ali (1997, p. 71) descreve como o ser humano reage as mudanças.

O processo de mudança ocorre seguindo praticamente os princípios da Administração, sendo que aqui é denominado: Diagnóstico, plano de ação, intervenção e avaliação e controle.

Neste momento ocorre a transição das Escolas e Teorias consideradas Clássicas para uma abordagem moderna da Administração.

11 – ABORDAGEM CONTINGÊNCIAL

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A primeira Teoria considerada da era Moderna é a Abordagem Contingêncial. Ela busca aplicar as principais Teorias da Administração em situações reais. Segundo Ferreira et ali (1997, p. 101), “A fundamentação da abordagem contingêncial está na teoria dos sistemas” pois considera a inter-relações entre as partes do todo e segue, “A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada absoluto nas Organizações ou na teoria administrativa; tudo é relativo, tudo depende”. Onde desta forma, confirma o que se aprendeu em sala de aula com o professor Mandelli (2005), onde ele diz que “não existe receita de bolo e sim ingredientes”.

Ainda fazendo coro a este discurso, Morgan (1996, p. 53) diz “Não existe a melhor forma de organizar. A forma adequada depende do tipo de tarefa ou do ambiente dentro do qual se está lidando”.

As principais características da abordagem contingêncial são, conforme Ferreira et ali (1997, p. 102), a supremacia do transitório, o fim do modelo ideal e a tecnologia adequada.

12 – A TEORIA NEOCLÁSSICA

A Teoria Neoclássica é segundo Chiavenato (2000, p. 19), “a corrente eclética e pragmática baseada na atualização e no redimensionamento da Teoria Clássica e na ênfase colocada nos objetivos”.

Ainda segundo Chiavenato (2000, p. 172) “as principais características da Teoria Neoclássica são as seguintes”

1. Ênfase na prática da Administração.

2. Reafirmação dos postulados clássicos.

3. Ênfase nos princípios gerais de administração.

4. Ênfase nos objetivos e nos resultados.

5. Ecletismo.

Esse ecletismo citado é o somatório de todas as teorias da Administração já citadas neste trabalho.

Segundo Chiavenato (2000, p. 272) a Administração por Objetivos – APO surge a partir do ecletismo da Escola Neoclássica e com o lançamento do livro de Peter Drucker, The practice of management (1954) ou Prática de Administração de Empresas (1962).

Segundo Chiavenato (2000, p. 298) APO “é uma técnica administrativa que enfatiza os objetivos, finalidades e resultados em lugar do processo administrativo (meios). Em vez do como administrar enfatiza o por que ou para que administrar.”

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Ainda segundo Chiavenato (2000, p. 273) as principais características da APO são as seguintes:

1. Estabelecimento conjunto de objetivos entre o executivo e o seu superior.

2. Estabelecimento de objetivos para cada departamento ou cargo.

3. Interligação entre os vários objetivos departamentais.

4. Ênfase na mensuração e controle dos resultados.

5. Continua avaliação, revisão e reciclagem dos planos.

6. Participação atuante das gerencias.

7. Apoio intensivo do staff.

Neste caso é citado com bastante redundância e ênfase os objetivos e resultados da APO e os atores participantes do processo.

Certamente o resgate de toda essa história trás lições para o futuro. E esse conhecimento torna-se fundamental para os administradores obterem sucesso em suas vidas profissionais nos dias atuais.

O conhecimento é mutante e a reciclagem constante é necessária e vital. Agora cada administrador deve conhecer todas as teorias e características de cada uma delas para no momento exato em que um fato ocorrer, saiba avaliar e utilizar o conhecimento específico para a melhor solução do fato.

13 – ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

A Administração Estratégica – AE, surge na década de 1950, mas só na década de 1960 que passa a ocupar espaço no mundo empresarial. “Os conceitos de estratégia surgiram na teoria administrativa a partir da década de 1960” assim Chiavenato e Cerqueira Neto (2003, p. 136) confirmam a afirmação anterior. Esse pensamento surge pela necessidade de profissionalização das Organizações com um pensamento mais estratégico e a longo prazo.

Segundo Chiavenato e Cerqueira Neto (2003, p. 136) “A abordagem Neoclássica da Administração trouxe a chamada escola do planejamento estratégico” que contribui de forma determinante através da “adoção de um processo formal de formulação estratégica mediante um enfoque fortemente prescrito e normativo”.

Esse pensamento é fundamentado nas várias mudanças que ocorreram durante os tempos de evolução da humanidade. Segundo Lynch & Kordis (1988, p. 72 a 74) durante esta evolução aconteceram 5 (cinco) ondas de mudanças. A primeira foi a onda da agricultura, a segunda da

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industria, a terceira do computador, a quarta foi a da produtividade, das novas tecnologias e a quinta e última foi a onda da imaginação.

Analisando as últimas três ondas, computador, produtividade com as novas tecnologias e a da imaginação, entende-se onde nasce a necessidade do pensamento estratégica na Administração.

Utilizando ainda uma citação muito conhecida na área de mudança, é a metáfora da borboleta, descrita por Lynch & Kordis (1988, p. 124) que diz que “o bater de asas de uma borboleta monarca na Califórnia, por exemplo, poderia acabar produzindo uma tempestade de neve na Mongólia”, ou seja, quando acontece uma mudança dentro de uma Organização, os efeitos são desconhecidos em sua totalidade, faz-se uma mudança para alcançar um objetivo e as vezes alcança-se outros não previstos.

Segundo Certo (1993, p. 6), AE é um “processo contínuo e interativo que visa manter uma Organização como um conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente.”, ou seja, passa-se a pensar de forma a considerar os ambientes internos e externos da Organização em um contínuo processo de evolução, mudança, sintonizado com o ambiente.

Segundo Ferreira et ali (1997, p. 116) “Igor Ansoff, considerado o pai do planejamento estratégico e da Administração Estratégica, define estratégia como as regras e diretrizes para decisão, que orientam o processo de desenvolvimento de uma organização”.

Ainda segundo Ferreira et ali (1997, p. 119) adaptado de Stoner (1985), as etapas do planejamento estratégico são:

1. Definição dos objetivos;

2. Identificação dos objetivos e das estratégias atuais;

3. Análise ambiental;

4. Análise de recursos;

5. Identificação de oportunidades e ameaças;

6. Determinação do grau de mudança necessário;

7. Decisão da estratégia a ser adotada;

8. Implantação da estratégia;

9. Mensuração e controle.

Ferreira et ali (1997, p. 121) considera ainda que “a crítica mais comum à Administração Estratégica refere-se à dificuldade de prever a melhor estratégia de longo prazo em um ambiente com alto nível de turbulência ambiental”.

Sendo que neste início de século XXI, apesar das coisas parecerem bem descartáveis e

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altamente mutantes, com o auxílio da tecnologia e da informação chega-se a um panorama futuro bem mais próximo da realidade.

Segundo Lynch & Kordis (1988, p. 80) o pensamento estratégico utilizado para descoberta de novas ondas é importante, pois auxilia a intuição, utilizar o tempo como recurso e não como ameaça além de evitar o caminho que não levará a lugar nenhum.

O pensamento estratégico é realizado sempre pela alta direção das Organizações, mas a participação do pessoal operacional é muito importante, visto que, citando Lynch & Kordis (1988, p. 143) “os soldados sabiam que as balas de canhão tinham uma trajetória curva antes que os cientistas admitissem isso”. Isso quer dizer que quem realmente sabe como acontecem as coisas na execução é quem realmente as executam.

A Principal ferramenta utilizada atualmente na Administração Estratégica é o Balanced scorecard ou simplesmente BSC. O BSC segundo cita Herrero Filho (2005, p. 25) seus criadores, Kaplan & Norton:

O Balanced Scorecard é uma ferramenta (ou uma metodologia) que ‘traduz a missão e a visão das empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica’.

“Ainda de acordo com esses autores” continua Herrero Filho (2005, p. 25) “o novo sistema de gestão ‘fornece um novo referencial para a descrição da estratégia mediante a conexão de ativos tangíveis e intangíveis em atividades criadoras de valor’.”

Herrero Filho (2005, p. 25) apresenta o conceito de BSC por seus criadores, Kaplan & Norton em cinco pontos:

• O BSC coloca a visão em movimento;

• O BSC narra a história da estratégia;

• O BSC cria a consciência estratégica nos colaboradores;

• O BSC explicita o destino estratégico da organização; e

• O BSC estimula o diálogo na organização

O BSC, portanto, não se trata de uma ferramenta de implantação, o que não descarta esta possibilidade, mas, sua principal utilização é no que diz respeito a avaliação da Administração Estratégica.

A principal missão do pensamento estratégico é a elaboração e análise dos cenários. Segundo Chiavenato e Cerqueira Neto (2003, p. 141):

O cenário constitui uma ferramenta no arsenal do estrategista e baseia-se na suposição de que, se não pode prever o futuro especulando uma variedade de futuros, podem-se, no entanto, abrir alternativas para se aproximar do futuro, aquele que pode vir a acontecer.

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E é baseado nestes cenários que o estrategista, administrador, define a missão e visão da sua empresa e do seu negócio.

Ainda segundo Chiavenato e Cerqueira Neto (2003, p. 141 e 142) “o planejamento baseado em previsões apresenta três rotas que podem resultar em uma estratégia eficaz: pensamento estratégico, planejamento estratégico formal e tomada de decisão estratégica oportunista”.

O pensamento estratégico é o pensamento no futuro baseado em analise dos ambientes voltado para o negócio, o planejamento estratégico formal, é coloca-lo no papel de forma escrita, para que todos saibam e tenha conhecimento de tal e por último as tomadas de decisão são baseadas nas informações levantadas através de analises de cenários e tendências.

Segundo Rezende (2003, p. 22) em referencia a citação de (Wright; Kroll; Parnell, 2000):

A Administração Estratégica é uma expressão mais ampla que abrange não só a gestão de suas partes ou estágios, mas também os detalhes e as discussões que antecedem a elaboração do planejamento estratégico.

Ou seja, é todo o processo de pensar, avaliar e planejar o próprio planejamento, isso é estratégico e fundamental para a eficácia, eficiência e efetividade do processo, que deve ser participativo, pois as informações operacionais têm que serem levadas em consideração além de uma análise detalhada do cenário ao qual interfere direta ou indiretamente no negócio.

CONCLUSÃO

O pensamento da Administração evoluiu durante todas as fases da humanidade, dos primórdios, egípcios e filósofos gregos. Passando por Taylor e Fayol, chegando a Peter Drucker até as mais novas tendências.

Este trabalho procurou realizar um passeio por todas as fases do pensamento da Administração, apresentando um enfoque cronológico das teorias e suas principais características.

Pois acredita-se que só com um profundo conhecimento do passado que a humanidade saberá escolher melhor o caminho do futuro.