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OS VERBOS BOTAR E COLOCAR NO FALAR CULTO DE
FORTALEZA: UMA FOTOGRAFIA SOCIOLINGUÍSTICA
Débora Lopes do Carmo (UECE)1
Aluiza Alves de Araújo (UECE)2
RESUMO: Sob a perspectiva variacionista, este estudo aborda a variação no uso dos verbos colocar e
botar no sentido de pôr, partindo de dados do corpus Português Oral Culto de Fortaleza - PORCUFORT.
O propósito desta investigação é analisar os condicionamentos linguísticos e extralinguísticos que
interferem na realização do verbo botar. Para tanto, selecionamos uma amostra constituída por 35
informantes, sendo que o perfil de cada um apresenta as seguintes características: são indivíduos nascidos
em Fortaleza; os pais são cearenses, sendo que a maioria nasceu nesta capital; residem em Fortaleza; os
que viajaram, realizaram apenas viagens de curta duração; apresentam formação superior completa; são
homens e mulheres; encontram-se em uma das três faixas etárias: de 22 a 35 anos, de 36 a 50 anos e a
partir de 50 anos de idade. Foram controlados os seguintes fatores: gênero do falante, tipo de registro,
papel do falante, sentido do verbo, indeterminação do sujeito do verbo, locução verbal, tipo de sequência
e tempo verbal. A análise estatística feita pelo GoldVarb X mostrou que apenas três variáveis foram
consideradas relevantes para o uso do verbo botar: tempo verbal, sentido do verbo e gênero do falante,
nesta ordem de importância.
PALAVRAS-CHAVE: Verbos colocar e botar; Sociolinguística Variacionista; Falar de Fortaleza.
RÉSUMÉ: Dans la perspective de variationniste, cette étude porte sur la variation de l'emploi de verbes
mis et vous mettre en ordre à partir des données du corpus portugais oral culte Fortaleza - PORCUFORT.
Le but de cette recherche est d'analyser les contraintes linguistiques et extra-linguistiques qui interfèrent
avec la réalisation de la vente de verbe. À cette fin, nous avons sélectionné un échantillon de 35
informateurs, et le profil de chacune des caractéristiques suivantes: ils sont les individus nés à Fortaleza;
les parents sont Ceará, avec la majorité né dans la capitale; vivant à Fortaleza; ceux qui ont voyagé, fait
uniquement de courts trajets; Ils ont terminé l'enseignement supérieur; sont des hommes et des femmes;
se situant dans l'un des trois groupes de 22 à 35 d'âge, 36 à 50 et de 50 ans. Les facteurs suivants ont été
contrôlés: le sexe de l'orateur, type d'enregistrement, le rôle de haut-parleur, le sens du verbe, le sujet du
verbe de l'indétermination, l'expression verbale, séquence de type et tendue. L'analyse statistique par X
GoldVarb a montré que seulement trois variables ont été considérées comme pertinentes pour l'utilisation
du verbe mis: tendu, le sens du verbe et le sexe de haut-parleur, dans cet ordre d'importance.
MOST-CLÉS: Verbes mettre et bouter; Variationniste sociolinguistique; Parlant de Fortaleza.
1 Especialista pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Professora do Estado do Ceará em Língua
Portuguesa. 2 Doutora em Linguística pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Professora Adjunto do Curso de
Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (PosLA) da Universidade Estadual do
Ceará (UECE).
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1 Introdução
O presente trabalho aborda, sob o prisma da Sociolinguística Variacionista
(LABOV, 2008[1972]), a realização variável dos verbos colocar e botar no sentido de
pôr na norma culta de Fortaleza – CE, partindo de uma amostra constituída por 35
informantes do corpus do Projeto Português Oral Culto de Fortaleza (doravante,
PORCUFORT), que foram entrevistados no período de 1993 a 1995.
O propósito desta investigação é analisar o efeito de variáveis linguísticas (papel
do falante, sentido do verbo, indeterminação do sujeito do verbo, locução verbal, tipo de
sequencia e tempo verbal) e extralinguísticas (sexo/gênero, idade, e grau de
escolaridade e tipo de registro) sobre o comportamento do verbo botar.
A revisão da literatura acerca da variação entre botar e colocar revelou que há
poucos estudos sobre o tema, pois só encontramos quatro trabalhos: o de Aguilera e
Yida (2008), o de Barreto, Oliveira e Lacerda (2012), o de Araújo (2010) e o de Batoréo
e Casadinho (2009). O primeiro se propõe a analisar e descrever as respostas (dadas e
não dadas) dos informantes ao questionário Fonético-Fonológico do Projeto Atlas
Linguístico do Brasil – ALiB, tendo como objetivo observar a presença e,
sobretudo, a ausência de certos itens, como o verbo botar. O segundo se destaca por
tratar das variantes botar e colocar sob o viés variacionista e o terceiro aborda apenas o
verbo botar, guiando-se pela perspectiva funcionalista. Por fim, o quarto analisa,
lexicalmente, o verbo botar, traçando um paralelo entre o corpus do português
brasileiro (PB) e o do português europeu (PE), sob o prisma da linguística cognitiva.
Segundo o Manual do Avaliador do Enem (ENEM, 2013), um dos problemas
mais recorrentes nas redações dos candidatos é o emprego de termos próprios da
modalidade oral, que permeiam a modalidade da escrita formal. Quando, por exemplo, o
candidato deseja imprimir um tom coloquial e informal ao texto, acaba lhe conferindo
um tom mais íntimo, próprio da oralidade ou do diálogo, terminando por utilizar
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expressões de seu meio social ou termos próprios de sua região, como, por exemplo,
botar boneco3, expressão tipicamente cearense.
Em Fortaleza, observando brevemente qualquer redação de nossos alunos,
notamos a presença do verbo botar, o que traz certa dificuldade aos professores no
momento da correção do texto, já que esse verbo é considerado inadequado, quando se
analisa a competência linguística dos alunos na dimensão textual, onde quase sempre é
exigido o uso do verbo colocar.
Segundo Bortoni-Ricardo (2005), no Brasil, o ensino voltado para a norma culta
da língua tem pelo menos duas consequências desastrosas para a grande parte da
população, usuária das variedades populares da língua: a primeira é o desrespeito aos
antecedentes culturais e linguísticos do educando, gerando bastante insegurança no
aluno; a segunda é o ensino pouco eficiente da língua padrão.
Conforme Tarallo (1997), a escola não pode ignorar as diferenças
sociolinguísticas. Os professores e também os alunos têm de estar bem conscientes de
que existem duas ou mais maneiras diferentes de dizer a mesma coisa, deixando claro,
no entanto que, dentre essas formas, há aquela considerada a variante de prestígio e
outra denominada variante popular, sendo que ambas são avaliadas de maneiras
diferentes pela sociedade. A escola tem o dever de respeitar e valorizar as variedades
linguísticas e culturais de cada aluno, mas sem lhes negar o direito de aprender as
variantes de prestígio. É necessário, portanto, que a escola compreenda as diferenças
sociolinguísticas. Logo, ampliar o repertório linguístico do aluno é uma
responsabilidade da qual a escola não deve se furtar.
No início desta pesquisa, levantamos algumas questões sobre a realização do
fenômeno em estudo, a saber:
- Qual sexo/gênero favorece o uso do verbo botar?
- Qual tipo de registro privilegia o emprego do verbo botar?
- Qual faixa etária contribui com o uso do verbo botar?
3 O significado desta expressão é dificultar a realização de alguma coisa.
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- Qual papel do falante privilegia a ocorrência do verbo botar?
- Qual sentido do verbo favorece o uso do verbo botar?
- Qual tipo de sujeito (específico ou genérico) favorece o verbo botar?
- A presença de locuções verbais beneficia a aplicação do verbo botar?
- Quais tempos verbais favorecem o emprego do verbo botar?
- Qual tipo de sequência textual contribui com o uso do verbo botar?
As hipóteses abaixo foram elaboradas no sentido de responder às questões
levantadas acima:
- Os homens contribuem com a aplicação do verbo botar, ao contrário das
mulheres;
- O Diálogo entre Dois Informantes (D2) favorece mais o emprego do verbo
botar do que o Diálogo entre Informante e Documentador (DID);
- Diferentemente dos mais velhos, os jovens privilegiam o uso do verbo botar;
- Quando o falante exerce o papel de beneficiário/experimentador, a realização
do verbo botar é favorecida;
- O uso do verbo botar é privilegiado se o sentido desse verbo apresentar o traço
+ concreto.
- Se o tipo de sujeito for o genérico, o emprego do verbo botar é favorecido;
- A aplicação do verbo botar é beneficiada pela presença das locuções verbais;
- Quando o tempo verbal é o presente do indicativo, ocorre o favorecimento do
emprego do verbo botar;
- O verbo botar é beneficiado quando a sequência textual é do tipo descritiva;
Com a realização deste estudo, temos o intuito de contribuir com a descrição
linguística do português falado em Fortaleza e, em consequência, também com a
variedade oral do português brasileiro, já que a nossa proposta é a de revelar uma
fotografia sociolinguística do falar fortalezense culto sobre o fenômeno em pauta.
Este trabalho está dividido em cinco outras partes, além desta introdução, a
primeira trata dos estudos sobre os verbos botar e colocar; a segunda apresenta os
passos metodológicos adotados na pesquisa; a terceira traz a análise de dados; a quanta
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mostra as conclusões do estudo e a quinta e última parte elenca as referências utilizadas
na investigação.
2 Estudos sobre o uso dos verbos botar e colocar no português brasileiro
Após uma exaustiva busca por pesquisas que abordassem os verbos botar e
colocar, foram encontrados apenas quatro estudos: o de Aguilera e Yida (2008), o de
Barreto, Oliveira e Lacerda (2012), o de Araújo (2010) e o de Batoréo e Casadinho
(2009). Como podemos notar, são estudos recentes e de natureza diversa. Também
observamos que só o segundo se utiliza dos pressupostos téorico-metodológicos da
Sociolinguística Variacionista. A seguir, apresentaremos, brevemente, cada um destes
trabalhos.
O estudo de Aguilera e Yida (2008) foi realizado com base nos dados do projeto
ALiB e analisa o tipo de respostas dada ao Questionário Fonético-Fonológico (QFF) do
Atlas Linguístico do Brasil - ALiB, o que poderia acarretar danos no momento de
cartografar os dados. A ausência de respostas válidas levou o grupo de pesquisadores do
ALiB - que faz parte da Regional Paraná e coordena os trabalhos nos Estados do
Paraná, São Paulo e Amapá - a se questionar sobre as possíveis causas disso nas
entrevistas realizadas junto aos oito informantes de cada uma das 25 capitais: Macapá,
Boa Vista, Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Belém, São Luís, Teresina, Fortaleza,
Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Cuiabá, Campo Grande,
Goiânia, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e
Porto Alegre, totalizando 200 informantes.
Foram analisados dois blocos de perguntas do QFF: o primeiro, o de não
respostas, com 100 informantes de nível fundamental; e o segundo, também com o de
não respostas, mas, dessa vez, com 100 informantes de nível superior. Dentre as
respostas desejadas pelas pesquisadoras, estava somente a variante botar. Esse estudo
não tem como objetivo fazer uma análise quantitativa do uso dos verbos colocar e
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botar, mas sim observar a frequência e a ausência desta última variante na fala dos
entrevistados. Os resultados deste trabalho revelaram que botar é mais frequente na fala
daqueles que possuem nível fundamental do que na fala dos que apresentam nível
superior, pois estes tendem a substituir a variante botar por outras variantes de mesmo
valor, como colocar e pôr.
A pesquisa de Barreto, Oliveira e Lacerda (2012) analisa sob o ponto de vista
quantitativo e qualitativo a variação dos verbos colocar e botar, no sentido de pôr,
sincronicamente, em uma amostra constituída por inquéritos extraídos de dois corpora:
o do Projeto Mineirês e o do Projeto NURC/RJ (Projeto de Norma Urbana Oral Culta
do Rio de Janeiro). Os informantes pertencem ao sexo masculino e feminino, além de se
diferenciarem pela localidade. Adotou-se, como critério básico para composição da
amostra, o mesmo número de palavras para cada corpus. Foram encontradas 111
ocorrências para o verbo botar e 114 para colocar, o que mostra que ambas as variantes
são usadas com frequência. A análise quantitativa, feita com o auxílio do programa
computacional VARBRUL, selecionou, como os mais relevantes na realização do verbo
botar, os seguintes fatores: a posição inicial ocupada pelo verbo na sentença (0,943); a
localização do falante (Rio de Janeiro, 0,819); a determinação do sujeito do verbo
(0,620) e o gênero feminino (0,584). Na análise qualitativa, os autores observam a
necessidade de considerar os contextos discursivos, a posição e o envolvimento do
falante e a intenção comunicativa desse falante na escolha de uma ou outra variante.
A investigação de Araújo (2010) descreve o comportamento linguístico do verbo
botar, com respeito a sua gramaticalização, quanto a ser um verbo predicador pleno4,
bem como o de ser verbo-suporte5. Utilizando-se dados escritos e orais do português
4 Nessa categoria, enquadra-se o uso primário do verbo botar, ou seja, aquele que tem como significado
básico “deslocar/conduzir algo ou alguém para um determinado lugar”, “pôr/colocar”, denotando valor de
movimento de um objeto no espaço geográfico. (ARAÚJO, 2010, p. 48) 5são verbos vazios de significação léxica que compõem sintagmas verbais complexos introduzindo
predicados nominais cujo núcleo é um nome/adjetivo. Chamam-se verbalizadores por apontarem para a
“função verbal (= predicativa) do nome/adjetivo que introduzem e verbo-suporte por suportarem ou
expressarem categorias verbais como tempo, modo, número e pessoa. Ex.: ter medo (=temer); abrir
falência (=falir); ficar triste (entristecer-se); ser alegre, parecer feliz, etc.” (ARAÚJO, 2010, p. 48, grifo
nosso)
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brasileiro, a investigação estuda o uso das construções botar + SN/SP em português,
assim como analisa as propriedades morfossintáticas e semânticas que botar assume
como verbo-suporte.
Em sua análise, Araújo (2010) compara a ocorrência do verbo botar no Rio de
Janeiro e no Ceará e observa que, no português oral culto de Fortaleza, há uma
ocorrência menor desse verbo em relação ao corpus do Rio de Janeiro, confirmando a
hipótese de que o processo de gramaticalização é mais lento na modalidade culta,
embora, mesmo em menor quantidade, já haja indícios de gramaticalização.
A autora assinala que há um aumento da ocorrência do verbo botar ao longo dos
séculos XIX e XX, o que confirma uma possível gramaticalização do verbo, à medida
que ele passa a agregar outros tipos de estruturas mais complexas, cujos componentes
apresentam seis níveis de interação. Cada um desses níveis mostrou que o verbo botar,
na categoria de verbo-suporte, pode se unir tanto a estruturas mais integradas quanto a
estruturas menos integradas, de acordo com o que essas construções se aproximam ou
se distanciam da formação de um verbo-suporte. Para Araújo (2010) essas estruturas são
classificadas em mais e menos integradas a partir de seis parâmetros: a) mobilidade do
elemento não-verbal b) posposto ao verbo-suporte e sem possibilidade de anteposição c)
Configuração sintática do elemento não-verbal: nome modificado ou com possibilidade
de inserção de elementos mais determinados; d) Possibilidade de substituição do verbo;
e) Possibilidade de substituição do elemento não-verbal por outro semelhante; f)
Possibilidade de substituição da construção por uma forma simples cognata.
Batoréo e Casadinho (2009) buscam em alguns dicionários a lexicografia do
termo botar, verbo de origem germânica, que foi integrado ao português por influência
do francês, ainda na época medieval, no sentido de golpear, empurrar. Isso pode ser
visto em textos de Gil Vicente, no Auto da Barca do Purgatório, de 1518, quando há
menção a empurrar a embarcação ao mar – diz-se ‘botar o navio ao mar’ (BATÓREO;
CASADINHO, 2009, p. 41). Nos séculos seguintes, esse verbo passa a ganhar novos
sentidos, como o de pôr, colocar, como em “uns tratam em botar os ovos de choco e
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criarem pintinhos para venderem” (PINTO, 1614, p. 245 apud BATÓREO;
CASADINHO, 2009, p.42).
Os autores ressaltam o fato de esse verbo estar intimamente presente em relatos
antigos com a finalidade de descrever hábitos locais, mas atualmente tem caído em
desuso no português padrão. Em contrapartida, está presente em dialetos setentrionais,
como em Covilhã, Beira Interior e Trás-os-Montes e em alguns dialetos das ilhas de
Madeira e Malaca.
Os estudiosos traçam, ainda, um breve perfil da utilização do verbo botar,
destacando que, embora esse verbo seja usado em ambos os lugares com o sentido de
pôr e colocar, ele é amplamente substituído pelo verbo deitar no português europeu,
como na frase “deite um pouco de alho na frigideira” (BATÓREO; CASADINHO,
2009, p. 39), sendo, portanto, pouco utilizado. No Brasil, ao contrário, o verbo é
bastante presente no discurso oral, fazendo parte de diversas expressões locais, como
botar boneco e botar banca dentre outras. Por outro lado, os autores fazem uma ressalva
quanto à utilização desse verbo, destacando que o seu emprego é visto, por vezes, com
maus olhos, por ser considerado um traço popular, fazendo com que falantes o
substituam pelo verbo colocar, por julgarem ser essa variante mais prestigiada que a
outra.
3 Metodologia
3.1 O corpus, a amostra e os informantes
Neste estudo, a amostra foi extraída do banco de dados do Projeto
PORCUFORT que, seguindo as mesmas orientações do Projeto Norma Urbana Culta do
Brasil – NURC, foi constituído com o apoio da Universidade Estadual do Ceará, no
período de agosto de 1993 a setembro de 1995, e coordenado pelo Prof. Dr. José Lemos
Monteiro (ARAÚJO, 2000).
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Quadro 1: Distribuição dos nossos informantes por sexo, faixa etária e tipo de registro
Sexo/Gênero
Masculino Feminino
Registro
Faixa etária
Diálogo entre
Informante e
Documentador
Diálogo entre
Dois
Informantes
Diálogo entre
Informante e
Documentador
Diálogo entre
Dois
Informantes
22 a 35 anos 3 3 3 3
36 a 50 anos 3 3 2 3
+ de 50 3 3 3 3
Dos 67 informantes que constituem o corpus PORCUFORT, 35 fazem parte da
amostra examinada. O quadro 1 mostra a estratificação dos nossos informantes, segundo
as variáveis sexo/gênero, faixa etária e tipo de registro. Neste quadro, observa-se que os
informantes estão distribuídos de forma bastante equilibrada em cada célula, pois, em
cada uma, há três indivíduos, excetuando-se apenas a célula que pertence ao gênero
feminino, da faixa etária de 36 a 50 anos e do tipo de registro Diálogo entre Informante
e Documentador, em que há apenas dois informantes. Isso ocorre porque o banco de
dados não tem um terceiro informante nesta célula, apesar das muitas buscas realizadas
pelos documentadores na época das gravações.
Todos os informantes do PORCUFORT apresentam, segundo Araújo (2000, p.
44), o seguinte perfil: são nascidos em Fortaleza; os pais são cearenses, sendo que a
maioria nasceu em Fortaleza; residem em Fortaleza; os que viajaram, realizaram apenas
viagens de curta duração; apresentam formação superior completa; são homens e
mulheres; encontram-se em uma das três faixas etárias: de 22 a 35 anos, de 36 a 50 anos
e a partir de 50 anos de idade. Adotaram-se, neste trabalho, as mesmas faixas etárias
estabelecidas no Projeto PORCUFORT.
Ainda de acordo com Araújo (2000), o PORCUFORT apresenta três tipos de
gravações, que são: os Diálogos entre Informante e Documentador (DID), os Diálogos
entre Dois Informantes (D2) e as Elocuções Formais (EF). Numa escala de formalidade,
o D2 seria o contexto de fala mais próximo de uma conversa espontânea, porque os seus
interlocutores são necessariamente familiares ou amigos, já o EF, que incluía as
gravações de aulas ou palestras, seria o registro mais formal. O DID, por ser uma
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entrevista, apresenta um grau de formalidade intermediário entre o D2 e o EF.
Decidimos trabalhar apenas com as transcrições dos inquéritos menos formais, o DID e
o D2, pois nosso intento era o de analisar a regra em estudo no falar mais natural dos
informantes.
3.2 Variáveis controladas
Foram controladas dez variáveis, sendo que três são de natureza extralinguística
(sexo, faixa etária e tipo de registro) e seis são de natureza linguística (papel do falante,
sentido do verbo, indeterminação do sujeito do verbo, locução verbal, tipo de sequência
e tempo verbal).
Após a leitura do artigo de Barreto, Oliveira e Lacerda (2012), decidiu-se
averiguar se algumas das variáveis utilizadas neste estudo, como gênero do falante,
papel do falante, sentido do verbo, indeterminação do sujeito do verbo e locução verbal,
atuariam da mesma forma na nossa amostra. Também testamos outras variáveis (tipo de
registro, tipo de sequência textual e tempo verbal) não controladas por estes
pesquisadores, por acreditarmos que elas também interfeririam nos resultados.
3.3 Coleta de dados, codificação e análise estatística
Primeiramente, fez-se a leitura dos inquéritos com o objetivo de encontrar as
variantes botar e colocar, tendo o cuidado de já destacá-las, à medida que se lia o texto.
Identificada cada ocorrência, realizou-se a codificação dos dados.
Para codificar cada ocorrência, elaborou-se uma chave de codificação, que tinha
a função atribuir um código a cada fator. Após a codificação, todos os dados foram
digitados, gerando o arquivo de dados que, em seguida, foi submetido à análise
estatística do programa Varbrul na sua versão mais atual, que é o Goldvarb X. Guy e
Zilles (2007, p. 105) definem esse pacote de programas como sendo “um conjunto de
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programas computacionais de análise multivariada, especificamente estruturado para
acomodar dados de variação sociolinguística”.
4 Análise dos dados
Na primeira rodada, de um total de 302 ocorrências, obtivemos 172 ocorrências
para o verbo botar e 130 para o verbo colocar, o que corresponde a 57% e 43%,
respectivamente. Ainda nessa mesma rodada, vimos a ocorrência de três nocautes no
grupo de fatores tempo verbal. Dois desses aconteceram, porque, no futuro do presente
do subjuntivo (com 01 dado), só foi registrada realização para o verbo botar, o que
também aconteceu com o imperativo afirmativo (com 04 ocorrências). O terceiro
nocaute surgiu, porque, no futuro do pretérito do indicativo (com uma ocorrência), só
foi encontrada realização para o verbo colocar.
Como não se perderiam muitos dados, decidimos retirar os nocautes na segunda
rodada. Feito isso, obtivemos, das 296 ocorrências, 167 (56,4%) para o verbo botar e
129 (43,6%) para colocar.
De acordo com o GoldVarb X, o melhor step up foi o 19 (Input 0,597 e
Significance = 0,048). O valor do input revela que, na amostra analisada, a possibilidade
de realização do verbo botar é superior a do verbo colocar. Viu-se que, dos nove fatores
controlados neste estudo, foram selecionados, como favorecedores do verbo botar,
apenas três. Foram eles, por ordem decrescente de relevância: tempo verbal, sentido do
verbo e sexo/gênero. Logo, os grupos considerados irrelevantes pelo programa foram os
seguintes: faixa etária, tipo de registro, papel do falante, indeterminação do sujeito do
verbo, locução verbal e tipo de sequência textual.
A seguir, analisaremos os resultados obtidos para cada uma das variáveis
selecionadas.
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a) O tempo verbal
A variável que mais favorece a ocorrência do verbo botar é o tempo verbal,
cujos resultados, expostos na tabela 1, revelam que o presente do subjuntivo (0,706) é o
tempo verbal que mais favorece o seu emprego. O pretérito imperfeito do indicativo
(0,644), o pretérito perfeito do indicativo (0,592) e o presente do indicativo (0,549)
também são aliados da regra, embora este último atue de forma bastante discreta. O
gerúndio (0,512) age de forma praticamente neutra, já que o seu peso relativo aproxima-
se muito do ponto neutro (0,500). O particípio (0,071) e o infinitivo (0,489)
desfavorecem o emprego da variante analisada.
Tabela 1: Efeito da variável tempo verbal sobre o uso do verbo botar
FATORES APLICA/TOTAL % P.R.
Presente do subjuntivo 2/3 66,7 0,706
Pretérito imperfeito do
indicativo 15/28 53,6 0,644
Pretérito Perfeito do
indicativo 2/22 9,1 0,592
Presente do indicativo 53/87 60,9 0,549
Gerúndio 37/70 52,9 0,512
Infinitivo 20/28 71,4 0,489
Particípio 38/58 65,5 0,071
Verificamos que o modo indicativo é mais atuante em nossos dados que outros
modos verbais, possivelmente por ele estar relacionado ao grau de certeza do discurso
do falante. Dentre os tempos verbais do modo indicativo, o presente foi o que mais se
destacou, seguido pelo pretérito imperfeito. Ambos foram utilizados para falar de um
hábito ou de fatos recorrentes, bem como descrever uma ação que está ou estava
ocorrendo no momento em que se falava, para fazer afirmações consideradas
incontestáveis ou que não dependem de um tempo específico e para falar do futuro. Isto
é comprovado pelo trecho abaixo, transcrito de um dos nossos inquéritos:
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(1) a gente bota... num tem nenhum problema (PORCUFORT – inquérito 8);
(2) homem dedicado que trabalhava... que botava tudo dentro de casa (PORCUFORT – inquérito 8)
b) Sentido do verbo
A variável que aponta o sentido do verbo foi a segunda maior aliada da
aplicação do verbo botar. Os resultados obtidos para esta variável, conforme mostra a
tabela 2, apontam para o fato de que o traço + concreto (0,567) é o único que beneficia
o verbo botar, enquanto o traço + abstrato (0,425) desfavorece o seu emprego.
Notamos que, quando este se relaciona à descrição, procedimentos e à instrução
de algo, como explicar passo a passo uma receita culinária, o verbo botar é mais
recorrente que colocar, assim como quando o sentido do verbo se relaciona a elementos
concretos.
Tabela 2: Efeito da variável sentido do verbo sobre o uso do verbo botar
Fatores Aplica/Total % P. R.
Concreto 100/157 63,7 0,567
Abstrato 67/139 48,2 0,425
Para ficar claro o que se chama de sentido do verbo, a título de ilustração, tem-
se, nas transcrições a seguir, o sentido concreto (1) e o sentido abstrato (2):
(1) exato, bota um quadradinho daquele de knorr (PORCUFORT – inquérito 9)
(2) eu só coloco o suficiente... MESMO (PORCUFORT – inquérito 9)
Ao contrário do que se comprovou neste estudo, o trabalho de Barreto, Oliveira
e Lacerda (2012) não considerou esta variável relevante para o emprego do verbo botar,
pois verificaram que esse fator se aproximou do ponto neutro.
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c) Sexo
A análise apontou a variável sexo como o último fator que mais favorece a
ocorrência do verbo botar. Com base na tabela 3, nota-se que os homens (0,558),
embora de forma pouco expressiva, privilegiam o uso desse verbo, diferentemente do
que acontece com as mulheres (0,435). Assim, os homens usam mais a variante não
padrão, enquanto as mulheres privilegiam a forma padrão. Esse fato deve-se,
possivelmente, ao papel que a mulher desempenha na sociedade, o de guardiã das
formas linguísticas de prestígio, sendo os homens mais propensos à utilização de formas
desprestigiadas.
Tabela 3: Efeito da variável sexo/gênero sobre o uso do verbo botar
Fatores Aplica/Total % P.R.
Masculino 95/156 60,9 0,558
Feminino 72/140 51,4 0,435
Segundo o trabalho de Barreto, Oliveira e Lacerda (2012, p.5), as mulheres
tendem a utilizar mais o verbo colocar (54,68%) do que os homens (45,36%). Em
contrapartida, os homens fazem mais uso do verbo botar (54,63%) do que as mulheres
(45,31%). As autoras apontaram que isso se deve, em suma, ao fato de, em
determinados contextos, os homens tenderem a agir de maneira mais informal, enquanto
que, da mulher, por questões históricas e sociais, é requerida uma postura mais
conservadora. Daí os usos mais informais de botar e levemente menos informais de
colocar. Porém, tal tendência, ainda que possa permanecer uma herança histórica e
social, não se encontra mais tão presente nos dias atuais, principalmente em grandes
cidades como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte (locais onde foram realizadas suas
entrevistas).
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Para Wolfram e Fasold (1974, p. 72), “as mulheres, mais do que os homens,
demonstram uma sensibilidade maior a traços linguísticos socialmente avaliados.”
Segundo o autor, as mulheres demonstram mais consciência das normas de prestígio
tanto em suas falas quanto em suas atitudes com relação à fala, pois são mais
preocupadas com a pressão exercida por normas locais e mais preocupadas em
assegurarem seu status.
Conforme Labov (2008), o conservadorismo é inerente às mulheres, sendo
consideradas menos inovadoras que os homens. Sobre o aspecto status, segundo o autor,
as mulheres tendem a empregar formas de prestígio, bem como, enxergam a língua
como instrumento de ascensão social.
Conclusões
Os resultados indicaram que três variáveis foram consideradas estatisticamente
significativas para a ocorrência do verbo botar. São elas: tempo verbal, sentido do verbo
e sexo, nesta ordem.
O tempo verbal que mais favorece o verbo botar é o presente do subjuntivo,
quando se relaciona à descrição, procedimentos e à instrução de algo. A variante botar
também é favorecida pelo traço + concreto, assim como é beneficiada pelos homens.
Ainda há muito que pesquisar sobre a variação dos verbos botar e colocar e
reconhecemos que se poderia ter ampliado os limites desta pesquisa, estabelecendo
comparações com outros corpora, como o NORPOFOR- Norma do Português Oral
Popular de Fortaleza, acrescentando mais grupos de fatores. No entanto, acredita-se que
a fotografia aqui apresentada já é uma contribuição para o melhor conhecimento do
falar fortalezense.
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Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2000.
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2009. Disponível em : <www.simelp2009.uevora.pt>. Acesso em: 1 dez. 2013.
FRANÇA, K. C. F. Português falado e escrito:o Enem em questão.Fortaleza:Edições
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VIEIRA, M. S.. O gênero e os fenômenos de variação da fala. Fazendo Diásporas,
Diversidades, Deslocamentos. 2010. Disponível em: <www.fazendogenero.ufsc.br/>.
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LABOV, L. Padrões Sociolinguísticos. Trad.: Marcos Bagno; Marta Scherre e
Caroline Cardoso, São Paulo: Parábola Editorial. 2008.[ Sociolinguistic Patterns.
Pensilvânia, 1972].
WOLFRAM, W.; FASOLD, R.W. The study of social dialects in American English.
Englewood Cliffs, N.J.: Prentice Hall Inc., 1974.
Recebido Para Publicação em 04 de junho de 2015.
Aprovado Para Publicação em 30 de julho de 2015.