Oswald de Andrade

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Senhor Que eu não fique nunca Como esse velho inglês Aí do lado Que dorme numa cadeira À espera de visitas que não vêm (Primeiro caderno do aluno de poesia) Oswald de Andrade Nascimento: 11/01/1890 Natural: São Paulo - SP Morte: 22/10/1954

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Senhor

Que eu não fique nuncaComo esse velho inglês

Aí do ladoQue dorme numa cadeira

À espera de visitas que não vêm

(Primeiro caderno do aluno de poesia)

Oswald de Andrade

Nascimento:11/01/1890

Natural:São Paulo - SP

Morte:22/10/1954

Oswald de Andrade

José Oswald de Souza Andrade era de família abastada. Ingressou na Faculdade

de Direito do Largo São Francisco (São Paulo) em 1909. (Só se formaria em 1919,

quando seria o orador da turma.)Publicou seus primeiros trabalhos em "O Pirralho", semanário paulista de crítica e humor, que ele mesmo fundou em 1911.

Em 1912, viajou para Paris, onde, convivendo com a boemia estudantil, entrou em contato com o futurismo e conheceu Kamiá, mãe de Nonê, seu

primeiro filho, nascido em 1914.

Poesia:

Pau-Brasil (1925)Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927)Cântico dos cânticos para flauta e violão (1945)O escaravelho de ouro (1946)

Um pouco de sua história de vida...

De volta a São Paulo, continuou no jornalismo literário. Em 1917, passou a viver com Maria de Lourdes Olzani (a Deise).

Defendeu a pintora Anita Malfatti de uma crítica devastadora de Monteiro Lobato e fundou o jornal "Papel e Tinta". Em seguida, ao lado de Anita, de Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 22.

Humor:

Revista “O Pirralho” — crônicas em português macarrônico sob o pseudônimo de Annibale Scipione (1912 — 1917)

Oswald e Tarsila do Amaral

Pelo espírito irreverente e combativo, nenhum outro escritor do modernismo ficou mais conhecido que Oswald. Sua atuação é considerada fundamental na cultura brasileira da primeira metade do século 20.

Publicou "Os Condenados" e "Memórias de João Miramar". Em 1924, iniciou o movimento Pau-Brasil, juntando o nacionalismo às ideias estéticas da Semana de 22. Em 1926, casou com a pintora Tarsila do Amaral, e os dois se tornaram a dupla mais importante das artes brasileiras (Mário de Andrade os apelidou de "Tarsiwald").

"Manifesto Antropofágico"

Oswald escreveu o "Manifesto Antropofágico", em que propôs que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria. Assim fariam Mário de Andrade em "Macunaíma" (1928) e Raul Bopp em "Cobra Norato" (1931).

Com a crise de 29, Oswald teve as finanças abaladas e sofreu uma reviravolta na vida. Rompeu com Mário, separou-se de Tarsila e casou com a escritora e militante política Patrícia Galvão (a Pagu). Da união nasceria Rudá, seu segundo filho.

Filiação aoPCB

Filiou-se ao PCB após a revolução de 1930 (romperia com o partido em 1945, embora continuasse sendo de esquerda). Em 1931, quando dirigia o jornal "O Homem do Povo", foi várias vezes detido.

Em 1936, após ter-se separado de Pagu, casou com a poetisa Julieta Bárbara. Em 1944, outro casamento, agora com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permaneceria até o fim da vida.

Além de poemas, já lançara o romance "Serafim Ponte Grande" (1933) e as peças "O Homem e o Cavalo" (1934) e "O Rei da Vela" (1937).

"A Arcádia e a Inconfidência"

Em 1939, na Suécia, representou o Brasil num congresso do Pen Club (a entidade internacional que congrega os literatos dos diversos países). Prestou concurso para a cadeira de literatura brasileira na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP com a tese "A Arcádia e a Inconfidência" e, em 1945, obteve o título de livre-docente.

Oswald morreu aos 64 anos. Sua poesia seria precursora de dois movimentos distintos que marcariam a cultura brasileira na década de 1960: o concretismo e o tropicalismo.