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Otávio Dias ∞ BradescoPresidê[email protected]

Antonio Luiz Fermino • CaixaSecretaria [email protected]

Carlos Alberto Kanak • HSBCSecretaria de Finanç[email protected]

Kelson Morais Matos • BradescoSecretaria de Organização e Suporte Administrativo [email protected]

André C. Branco Machado • Banco do BrasilSecretaria de Imprensa e Comunicaçã[email protected]

Genésio Cardoso • CaixaSecretaria de Formação Sindical [email protected]

Cristiane Zacarias • HSBCSecretaria de Igualdade e da [email protected]

Karla Cristine Huning • BradescoSecretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e [email protected]

Ana Maria Fideli Marques • ItaúSecretaria de Saúde e Condições de [email protected]

Marcio M. Kieller • ItaúSecretaria de Políticas Sindicais e Movimentos [email protected]

Ana Luiza Smolka • Banco do BrasilSecretaria de [email protected]

Júnior César Dias • ItaúSecretaria de Mobilização e Organização da [email protected]

Pablo Sérgio M. Ruiz Diaz • Banco do BrasilSecretaria de Ass. de P. Sociais e E. Socioeconô[email protected]

Anselmo Vitelbe Farias • ItaúSecretaria de Assuntos do Ramo [email protected]

Genivaldo A. Moreira • HSBCSecretaria de Esportes e [email protected]

Ademir Vidolin - BradescoAna Paula Araújo Busato - BBAlessandro Greco Garcia - BBArmando Antonio Luiz Dibax - ItaúAudrea Louback - HSBCClaudemir Souza do Amaral - SantanderClaudi Ayres Naizer - HSBCClovis Alberto Martins - HSBCDarci Borges Saldanha - ItaúDavidson Luis Zanette Xavier - BBDébora Penteado Zamboni - CaixaDenívia Lima Barreto - HSBCEdison José dos Santos - HSBCEdivaldo Celso Rossetto - HSBCEustáquio Moreira dos Santos - ItaúGerson Laerte da Silva Vieira - BBHerman Felix da Silva - Caixa

Efetivos

João Paulo Pierozan - CaixaJorge Antonio de Lima - HSBCJosé Carlos Vieira de Jesus - HSBCKarin Tavares - SantanderLilian de C. Graboski - SantanderNilceia Aparecida Nascimento - BradescoOrlando Narloch - HSBCRodrigo Pilati Pancotte - BBSelio de Souza Germano - ItaúSidney Sato - ItaúSonia Regina Sperandio Boz - CaixaTarcizo Pimentel Junior - HSBCUbiratan Pedroso - HSBCValdir Lau da Silva - HSBCVanderleia de Paula - HSBCVandira Martins de Oliveira - Itaú

Ivanício Luiz de Almeida - Itaú UnibancoDenise Ponestke de Araújo - CaixaMargarete Segalla Mendes - HSBC

SuplentesTânia Dalmau Leyva - Banco do BrasilEdna do Rocio Andreiu - HSBCCarolina M. Mattozo - Banco do Brasil

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Cartas do leitorEditorialBancosConjunturaEntrevistaCapaOpiniãoCidadaniaBalanço financeiroCulturaFormaçãoAconteceuMemórias da lutaHumor

14 70 anos da CLTDebates apontam para uma necessidade de atualização, mas

sem a flexibilização das leis trabalhistas. Direitos do trabalhador devem ser preservados.

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Discussões sobre a soberania feminina questionam se, nos dias de hoje, ser mãe é uma escolha pessoal ou uma imposição da sociedade.

Maternidade

EntrevistaSecretário de Organização do Ramo Financeiro da

Contraf-CUT, Miguel Pereira, esclarece aos bancários os impactos do Projeto de Lei 4.330/04.

Estado X ReligiãoPEC das Igrejas (Proposta de Emenda Constitucional

99/11) prevê que instituições religiosas possam con-testar decisões do STF.

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Conselho Editorial: André Machado, Ana Smolka,Carlos Kanak, Genésio Cardoso,

Júnior Dias e Otávio DiasJornalista responsável: Renata Ortega (8272-PR)

Redação: Flávia Silveira, Paula Padilha e Renata OrtegaProjeto gráfico: Fabio Souza e Renata Ortega

Diagramação e Capa: Alinne Oliveira Revisão: Maria C. Périgo

Impressão: Maxigrafica • Tiragem: 8.200 Contato: [email protected]

A revista Bancári@s é uma publicação bimestral doSindicato dos Bancários de Curitiba e região,

produzida pela Secretaria de Imprensa e Comunicação.Presidente: Otávio Dias • [email protected]

Sec. Imprensa: André Machado • [email protected]

Rua Vicente Machado, 18 • 8° andarCEP 80420-010 • Fone 41 3015.0523

www.bancariosdecuritiba.org.brOs textos assinados são de inteiraresponsabilidade de seus autores.

Por melhores condições de trabalho

Três Vértebras eum Primeiro TestamentoAutor: Pedro CarranoPáginas: 130Editora: Edição do Autor

O dia que durou 21 anosGênero: DocumentárioTempo de duração: 77 minAno de lançamento: 2012

O jornalista sindical e repórter do jornal Brasil de Fato faz sua estreia na literatura com uma seleção de três livros de inven-ção, lírica e conteúdo crítico, escritos em momentos diferen-tes ao longo de mais de dez anos.

Vencedor de vários prêmios internacionais, o documentá-rio mostra a influência do governo dos EUA no Golpe de Esta-do no Brasil em 1964. Com documentos secretos e gravações originais, reconstrói a ação militar que deu início a ditadura.

Em 2013, Campanha Nacional dos Bancários alerta sobre as péssimas condições de trabalho a que os bancários estão sub-metidos. A categoria está sendo massacrada e o resultado tem sido trabalhadores insatisfeitos, indignados e adoecidos. Leia abaixo alguns dos relatos diários que chegam ao Sindicato dos Bancários de Curitiba e região:

“Nós estamos sendo achatados com metas diárias e até ‘ho-rárias” – porque, a cada hora, recebemos correios a respeito das vendas. E quem se cobra demais e quer fazer tudo o que o banco exige corre o risco de ficar doente e cair em depressão. É muita cobrança por um salário não muito atrativo [...].”

Bancário do Itaú Unibanco

“Está cada dia mais difícil trabalhar aqui. Não temos água potável para beber, as cadeiras são todas quebradas e a deman-da de trabalho é enorme para poucos funcionários. São muitos clientes numa única agência. Não há, hoje, um funcionário que faça somente 6 horas de trabalho. [...] Nós não temos sequer tempo de ir ao banheiro. Acho que com palavras não consigo descrever o caos que está tomando conta da agência.”

Bancário do Banco do Brasil

Bancário, não se acomode! Venha para a luta, pois somente assim poderemos mudar esta situação. Faça parte da Campanha Nacional dos Bancários 2013.

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As mobilizações que abalaram o país

As manifestações populares ocorridas em junho conseguiram impor aos gover-nos uma mudança na agenda política do país. Se, antes, o grande debate no Con-gresso era a “Cura gay” e o Governo Fede-ral estava pautado pela pressão dos gran-des grupos econômicos para conceder mais isenções de impostos e concessões de serviços públicos para a iniciativa privada, agora, o povo na rua conseguiu trazer à tona outros grandes temas sociais.

A presidente Dilma Rousseff falou em um plebiscito que convoque uma Consti-tuinte específica para fazer a Reforma Po-lítica e se comprometeu em realizar uma reestruturação do sistema público de trans-porte. O Congresso acelerou para aprovar a destinação dos royalties do petróleo para educação e saúde, projeto que já havia sido recusado anteriormente pelos parlamenta-res, além de enterrar a PEC 37. Voltaram ao

debate temas como a taxação de grandes fortunas e a diminuição do imposto às camadas médias dos trabalhadores.

No Paraná, o governador Beto Richa suspendeu o reajuste da tarifa de energia, mas depois recuou (no dia 09 de julho foi efetivado o reajuste em 8,77% retroativo a 24 de junho), mesmo se recusando a re-discutir os 45% de reajuste da água nos úl-timos dois anos e o projeto “Tudo Aqui”, que deve desviar mais de R$3 bilhões para empresas privadas prestarem serviços.

Em Curitiba, o prefeito Gustavo Fruet anunciou a redução da tarifa do transpor-te de R$2,85 para R$2,70 e uma série de medidas para abrir a caixa-preta da URBS. A Câmara Municipal aprovou por unani-midade uma CPI para investigar as empre-sas de ônibus, os pedágios e a URBS.

Só a luta muda a vida. Esse é o recado das ruas. E a vida dos bancários? Precisa-

mos de mudanças? Evidente que sim! Para isso, temos que ir todos às ruas para, além de avançarmos nas grandes questões na-cionais, conquistarmos a estabilidade de emprego nos bancos privados, coibindo as demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT); impedirmos o avanço das terceiriza-ções, exigindo a retirada do Projeto de Lei 4.330/04; atualizarmos a tabela de imposto de renda, com menos taxação sob os traba-lhadores e mais sobre as grandes fortunas.

Temos que nos imbuir desse espírito de luta que tomou as ruas também em nossa campanha salarial, para conquistarmos ga-nhos reais nos salários, mais contratações e fim das demissões, respeito à jornada de 6 horas para todos e medidas concretas para coibir as metas abusivas nos bancos. Bancá-rios, vamos à luta!

André Machado,Secretário de Imprensa do Sindicato

dos Bancários de Curitiba e região

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No mês de junho, milhares de brasileiros foram às ruas mostrar sua indignação com os rumos do país. O estopim da mobilização nacional foram protestos realizados pelo Movimento Passe Livre (MPL) em São Paulo, duramente repreendidos pela polícia. Em Curitiba, mais de 15 mil pessoas tomaram as ruas no ápice dos protestos.

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“ A única forma de fazer com que a direção da Caixa resolva os problemas de condições de trabalho é uma forte mobilização, nas assembleias, nas paralisações e na greve, se necessário.”

Bancos públicos atuam na contramão

O ano de 2013 começou com péssimas impressões para os trabalhadores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Enquanto no BB, a direção con-seguiu transformar uma reivindicação legítima – a jornada de 6 horas – em um pesadelo para seus fun-cionários com a redução salarial, na Caixa, a meta de expansão da rede trouxe o problema da manutenção de novas agências com número reduzido de bancários.

As preocupações com as condições de trabalho na Caixa foram reforçadas com a apresentação, no final

de maio, de um projeto de atualização do modelo de gestão da empresa. Logo em seguida, o movimento sindical recebeu mensa-gens de funcionários teme-rosos com a reestruturação. A Caixa anunciou a aber-tura de 500 agências até o final do ano, outras 500 em 2014 e 519 no ano de 2015. Em contrapartida, o banco solicitou aos órgãos controladores autorização para contratar 12.900 fun-cionários nesse período.

A precariedade das con-dições de trabalho na Caixa tem sido tema central de debates entre trabalhadores e o movimento sindical, já que o volume de trabalho aumentou, o número de funcionários não é suficiente para a demanda e a falta de registro correto das horas-extras é prática rotineira dentro da empresa. O tema foi definido como priori-tário pelos trabalhadores para os debates da Campanha Nacional dos Bancários 2013.

Atualmente, as novas agências estão sendo abertas ao público com um contingente de sete funcionários,

BANCÁRIOS SOFREM COM MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO E CORTE DE DIREITOSTAMBÉM NA CAIXA E NO BANCO DO BRASIL

número irrisório se for considerada a quantidade de pessoas que vai até uma agência da Caixa diariamen-te procurando diversos serviços, como habitação ou FGTS, por exemplo. “É importante conhecer o proje-to de expansão da Caixa, que é grandioso. Mas é pre-ciso mais atenção às condições de trabalho nas novas unidades, pois agências com apenas seis ou sete pes-soas exigem um esforço extremo da equipe para dar conta do atendimento e das inúmeras atribuições”, declarou o presidente da Fenae, Pedro Eugênio Leite, quando o banco anunciou os números.

As reclamações sobre condições de trabalho na Caixa vão além. Os sindicatos têm recebido denún-cias recorrentes sobre a precariedade das instalações em agências e postos de atendimento e a grave situa-ção a que são submetidos os tesoureiros, com falta de pessoal, desvio de função e extrapolação de jornada. O movimento sindical bancário ressalta que condi-ções dignas de trabalho são ainda mais importantes considerando o papel social da Caixa, que deve atuar no fomento à economia, na implantação de políticas públicas e pela regulação do sistema financeiro.

“A única forma de fazer com que a direção da Caixa resolva os problemas de condições de trabalho é uma forte mobilização, nas assembleias, nas para-lisações e na greve, se necessário. Neste ano, precisa-mos de um movimento forte nas portas das agências bancárias e não podemos aceitar que alguns colegas entrem nas unidades para bater metas, temos que chamar todos para a mobilização. É o momento de denunciar os equívocos da direção da Caixa”, avalia Genésio Cardoso, representante do Paraná na Comis-são de Empregados da Caixa.

Redução de jornada e de salárioApós anos tendo a jornada legal de 6 horas como

bandeira de lutas no Banco do Brasil, no mês de janei-

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ro os funcionários foram surpreendidos pelo novo Plano de Funções Gratificadas e de Confiança, implantado unilateralmen-te pelo banco. Os bancários tiveram um prazo mínimo para decidir entre aderir à nova jornada de 6 horas, acompanhada pela redução salarial, ou permanecer em cargos em extinção. O Sindicato dos Ban-cários de Curitiba e região reagiu proto-colando diversas ações judiciais contra o novo plano.

Uma primeira vitória judicial foi con-quistada pelos assessores de Tecnologia da Informação, lotados em São José dos

Pinhais. No final de março a Justiça do Trabalho condenou o BB a se abster de reduzir o salário dos empregados que ti-veram a implantação da jornada legal de seis horas.

Além dos prejuízos financeiros, o novo plano manteve as metas abusivas e criou ainda mais desigualdades de remuneração entre pessoas que ocupam o mesmo car-go. Os bancários reagiram na tentativa de pressionar o banco a revogar as medidas que atacam a carreira e a remuneração, fa-zendo denúncias ao Governo Federal e ao Departamento de Coordenação e Controle

das Empresas Estatais (Dest). “O banco se recusa a negociar o Pla-

no de Funções, consequentemente, não houve sensatez da direção do BB no sen-tido de evitar mais passivo trabalhista, o que chamamos de gestão temerária. As ações estão em andamento e na nossa base sindical não haverá CCV, acatando decisão de assembleia. Também já denun-ciamos o conselho diretor do BB à pre-sidente Dilma Rousseff, através de várias cartas abertas e manifestos”, conclui Ana Smolka, representante do Paraná na Co-missão de Empresa do Banco do Brasil.

No dia 30 de abril, os bancários do Banco do Brasil fizeram uma greve de 24 horas, pressionando a direção do banco a abrir negociações sobre o Plano de Funções. Em Curitiba e região, 45 agências ficaram fechadas todo o dia.

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“ A conjuntura do setor bancário está marcada pela restrição ao crédito privado, demissões de trabalhadores na busca pela melhora da eficiência e recomposição das perdas através de receitas.”

Luta desigual

Metade do ano de 2013 já se passou e a mesma realidade continua assombrando os trabalhadores de bancos privados: as demissões em massa assolam a categoria, provocando falta de condições de trabalho adequada pelo número reduzido de funcionários. A insatisfação é geral entre bancários e clientes, enquanto

os bancos continuam soman-do lucros estrondosos. Em dezembro de 2012, o Santan-der encerrou o ano fechando 975 postos de trabalho que não foram repostos em todo o país. No total, foram 1.280 demissões em um único mês, sendo 1.153 sem justa causa. O balanço do ano passado: 3.153 demissões sem justa causa no banco espanhol.

A medida unilateral pro-vocou reação não só do movi-mento sindical. O Ministério Público do Trabalho ingres-sou com uma ação judicial pedindo a anulação de todas as demissões sem justa causa

ocorridas no último mês do ano. Já os trabalhadores se manifestam pedindo a abertura de negociação com o banco, mais contratações, o fim das demissões e da política de rotatividade. Com a escassez de funcioná-rios, os caixas estão acumulando funções e reuniões diárias e metas diminuem o tempo que deveria ser de-dicado aos clientes.“A falta de funcionários no Santan-der está no limite. Os bancários estão sobrecarregados,

NOS BANCOS PRIVADOS, DEMISSÕES NÃO PARAM E AGÊNCIAS CONTINUAM LOTADAS, COM FUNCIONÁRIOS E CLIENTES INSATISFEITOS

sendo cobrados ainda mais. A população também paga por isso, pois não recebe o atendimento que merece”, lembra Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Ban-cários de Curitiba e região.

No HSBC, a realidade dos bancários não é dife-rente. O medo da demissão aumenta a cada anúncio de corte de postos de trabalho feito pelo banco in-glês. As últimas notícias, do início do mês de maio, dão conta de 14 mil postos de trabalho que serão fe-chados no mundo para promover uma economia de US$ 3 bilhões e aumentar dividendos para acionistas. Em 2012, o HSBC fechou 946 postos de trabalho no Brasil, mesmo com o diretor de Recursos Humanos, João Rached, afirmando que não estão acontecendo demissões em massa no HSBC Brasil. Além disso, os bancários também enfrentam condições de trabalho precárias, com forte pressão para o cumprimento de metas e assédio constante.

Todo este cenário de ataque aos direitos dos tra-balhadores foi bem resumido pela economista do Dieese Viviam Rodrigues: “A conjuntura do setor bancário está marcada pela restrição ao crédito pri-vado, por demissões de trabalhadores na busca pela melhora da eficiência e pela recomposição das per-das através de receitas”. A análise foi proferida aos dirigentes sindicais que participaram do Encontro Nacional dos Funcionários do HSBC, realizado em maio, em Curitiba.

Para os bancários, é esse o sentimento que predo-mina, de descarte e substituição. O Bradesco iniciou uma nova empreitada tecnológica e já inaugurou uma agência sem nenhum funcionário, em São Pau-lo. O Bradesco Next conta, inclusive, com um robô

08 julho 2013

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que estaria recepcionando os clientes que buscam o sistema totalmente auto-matizado. Em maio, os bancários inicia-ram uma Campanha de Valorização dos Funcionários do Bradesco, para mostrar a falta de humanização nas relações de trabalho. O banco cortou 592 empregos no primeiro trimestre de 2013 e as con-dições de trabalho proporcionadas aos funcionários são decepcionantes.

O Itaú Unibanco, que já está há al-guns anos na liderança entre as institui-ções com os maiores lucros que atuam no país, cortou 14 mil postos de traba-lho no período entre março de 2011 e março de 2013. Somente no ano passa-do, o banco reduziu em 8% o quadro de funcionários. Os bancários continuam se mobilizando na luta pela valorização do emprego e pelo fim das demissões.

Além disso, este ano, a Contraf-CUT ini-cia o monitoramento das homologações das rescisões promovidas pelo Itaú em todo o país. “Os quatro maiores bancos privados que atuam no Brasil encerra-ram o ano de 2012 cortando, juntos, 10.752 postos de trabalho, sendo 7.935 somente no banco Itaú, de acordo com levantamento feito pelo Dieese”, finaliza o presidente do Sindicato Otávio Dias.

Lucro dos bancos privados em 2012

Demissões em Curitiba e região em 2012

Demissões em Curitiba e região até maio de 2013

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CLASSE PATRONAL DEFENDE A FLEXIBILIZAÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTASSOB JUSTIFICATIVA DE AMENIZAR OS IMPACTOS DA CRISE ECONÔMICA

Enquanto a Organização Internacional do Tra-balho (OIT) – em seu relatório sobre o Mundo do Trabalho em 2013– recomenda que a América Latina rebata as eventuais consequências da crise econômi-ca mundial estimulando a geração de empregos, o que se observa, desde 2008, são empregadores de todos os setores brasileiros atuando para tentar flexi-bilizar a legislação trabalhista. Sob a alegação de que a sobrevivência das empresas estaria ameaçada pelo momento de recessão, eles optaram e continuam de-fendendo as demissões e a supressão de direitos con-quistados, entre outros ataques.

Considerado o pior momento desde a Grande De-pressão de 1930, com níveis de desemprego próxi-mos de um recorde histórico, a crise econômica que iniciou há cinco anos deixa rastros até os dias de hoje em todos os países. Segundo a OIT, já há um déficit superior a 14 milhões de empregos no mundo, saldo

negativo que, ao final de 2013, chegará a 30,7 mi-lhões. Diante deste cenário, as recomendações inter-nacionais são por uma estratégia política equilibrada, que reduza a diferença entre crescimento salarial e aumento da produtividade, estimule o investimento, fortaleça as medidas de apoio à renda e ao salário mí-nimo e promova a criação de emprego formal.

Não à redução de direitosNos últimos dois anos, sob a justificativa da efici-

ência da‘política da austeridade’, governos e empresá-rios internacionais estão levando a cabo um processo rigoroso de cortes nos custos e nas políticas públicas, através das demissões massivas, da redução salarial e da supressão de demais direitos – como seguro-de-semprego e 13º salário, entre outros. No Brasil, em-bora o Governo Federal esteja atuando na contramão deste movimento, o empresariado tenta dar volume a

A crise e os trabalhadores

julho 201310

“ Neste cenário, o conceito de crise passa a ser relativo, manipulado e utilizado para garantir determinados interesses, como acontece com os bancos e as Provisões para Devedores Duvidosos.”

um movimento em prol da redução dos direitos traba-lhistas, por meio das negociações coletivas, da pressão sobre o governo para flexibilizar a legislação e do in-centivo às privatizações e terceirização.

No setor bancário não é diferente. Com o esto-pim da recessão, o sistema financeiro ficou solto e a crise passou a ser a sua própria desregulamentação. Com isso, para que seja possível salvar o causador da crise, fragiliza-se o trabalhador e a sociedade. Ape-sar do importante papel desempenhado pelos ban-cos públicos, fundamentais para alavancar o crédito e não permitir que a economia entre numa recessão mais profunda, os direitos trabalhistas dos bancários não estão imunes aos ataques da classe patronal. O avanço das terceirizações, a rotatividade desmedida e a redução salarial praticada tanto em bancos públi-cos quanto privados brasileiros (leia mais na editoria Bancos) são prova de que a conta da crise está sendo empurrada para a classe trabalhadora.

O trabalhador não podepagar a conta da criseDesde o estopim da recessão financeira, os movi-

mentos sociais e sindical do Brasil têm defendido ser injusto que a classe trabalhadora pague a conta da crise mundial, uma vez que não foram os trabalhadores que a causaram – e sim os investidores em mercados de ações financeiras, os empresários que não souberam administrar os investimentos e o próprio governo que não estabilizou a crise. O alerta é para que se analise o

quanto as empresas estão de fato tendo prejuízos ou se estão apenas lucrando menos, pois o que não se pode permitir é que a classe patronal se aproveite da crise para fazer economias e aumentar a lucratividade, em detrimento dos direitos trabalhistas.

De acordo com o Ma-nifesto contra o oportu-nismo e em defesa do di-reito social, redigido por profissionais ligados ao Direito, ainda em 2009, uma crise originada na desregulação do mercado financeiro e na falta de li-mites às possibilidades de ganho a partir da especu-lação – e não nos custos de produção – não pode ser superada a partir da redução dos custos do tra-balho. Este caminho seria oportunista e descompro-metido com os interesses nacionais, já que tende a gerar retração do consu-mo. “Uma crise econômica, vista do ponto de vista estrutural, somente pode ser superada por meio de um autêntico pacto social, que envolva os setores da produção, do trabalho e do consumo, gerenciado pelo Estado, e no qual se priorize a construção da justiça social”, conclui o documento.

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PL 4.330: Precarização das relações de trabalho

Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, esclarece aos bancários os perigos do Projeto de Lei 4.330/2004, que escancara a terceirização no país. Se aprovado no formato que está, o PL irá precarizar as relações de trabalho, já que funcionários de empresas poderão ser substituídos por terceiros, com a consequente redução de salário e de direitos.

O projeto também prevê um retrocesso, já que as empresas contratantes não terão mais a obrigatorieda-de da responsabilização solidária, em caso de falta de pagamentos pela terceirizada. Os representantes dos

trabalhadores ainda tentam uma versão alternativa, que preserve a atividade-fim e que garanta os mesmos direitos para os terceirizados, evitando a precarização das categorias. Confira a entrevista:

Bancári@s: Sob a alega-ção de que a terceirização é uma das técnicas de adminis-tração do trabalho que mais tem crescido, considerando

a necessidade que a empresa moderna tem de con-centrar-se em seu negócio principal e na melhoria da qualidade do produto ou da prestação de serviço, o deputado Sandro Mabel propôs, em 2004, o Projeto de Lei nº. 4.330. O que este projeto pode significar para os trabalhadores brasileiros?

Miguel Pereira: Apesar desses propósitos defendi-dos pelos empresários, a realidade prova que a tercei-rização é usada para reduzir custos, precarizando as relações de trabalho. Caso o PL 4.330/2004 seja de fato aprovado, os trabalhadores atualmente contrata-dos diretamente por seus empregadores poderão ser todos substituídos ou transformados em prestadores de serviços e terceirizados. O PL também estabelece

o tratamento salarial, de direitos e benefícios de for-ma diferenciada entre os empregados da empresa que contrata os serviços e os prestadores, mesmo que seja a mesma função, no mesmo ambiente de trabalho. Não resolverá os problemas dos atuais terceirizados que são explorados. Vai aprofundar a concentração de renda do país, pois rebaixará o padrão salarial de todos. No caso dos bancos, caso queiram contratar uma empresa especializada para o atendimento nos caixas, ou uma equipe de vendas para ofertar os serviços e produtos em substituição aos gerentes de relacionamento, po-derão fazê-lo. Seja num banco público ou privado.

Bancári@s: Segundo o PL, o objeto da contrata-ção deve ser especificado, porém ele pode ser amplo e versar sobre atividades inerentes, acessórias ou com-plementares à atividade econômica da contratante. O quanto isso pode afetar a categoria bancária?

M. P.: Afeta em cheio. Porque mesmo que o objeto social da empresa contratada seja específico e especia-lizado, os bancos podem contratar quantas empresas específicas quiserem e substituir qualquer atividade ou etapa do processo produtivo. Se a empresa for con-siderada especializada naquilo que se propõe a fazer, poderá assumir qualquer ou toda a atividade bancária. E por que os bancos vão continuar contratando bancá-rios, com os custos que temos, se eles poderão bara-tear essa relação e inviabilizar toda a estrutura sindical que existe, dividindo e fragilizando ainda mais os tra-balhadores? Vergonhosamente, a única exceção que é feita pelo PL é quanto aos correspondentes bancários, que seriam legalizados, mesmo não tendo qualquer especialização em prestação de serviços bancários.

Bancári@s: No segundo parágrafo do Artigo 2 do PL, fica estabelecido que: não se configura vínculo em-pregatício entre a empresa contratante e os trabalha-dores ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo. O que isso pode signi-ficar na prática?

DIRIGENTE DA CONTRAF-CUT ESCLARECE OS PRINCIPAIS PONTOS DO PL DA TERCEIRIZAÇÃO QUE INTERFEREM DIRETAMENTE NA VIDA DOS TRABALHADORES BANCÁRIOS

“ Se a empresa for considerada especializada naquilo que se propõe a fazer, poderá assumir qualquer ou toda a atividade bancária.”

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M. P.: O que as empresas e os bancos buscam de toda forma é evitar que seja estabelecido o vínculo de emprego direta-mente com eles, tomadores dos serviços. Isso porque a CLT, em seu artigo 3º, define o que é relação de emprego, com o víncu-lo estabelecido diretamente com a empre-sa que contratou os serviços terceirizados. Atualmente, a maioria dos prestadores de serviços bancários – com exceção aos servi-ços de limpeza, asseio e conservação e vigi-lância bancária –, caso requeiram na justiça trabalhista, tem direito ao vínculo de traba-lho estabelecido diretamente com o banco da rede privada e todos os direitos assegu-rados aos bancários na legislação e na CCT.

Além disso, a projeto prevê apenas que o contratante pode – e não deve – estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços a terceiros benefícios oferecidos aos seus empregados. O que vemos acon-tecer, atualmente, nos contratos de tercei-rização bancária? Os terceirizados sofrem todo o tipo de discriminação, têm péssi-mas condições de trabalho, falta de trei-namento e qualificação profissional e, por conta disso, estão pagando com a vida nos setores elétricos e petrolífero, em que um grande número de trabalhadores é presta-dor de serviços. Nesses setores, a cada dez mortes no trabalho, oito são terceiros. Os problemas mais corriqueiros são a falta

ou atraso de pagamento dos salários e dos direitos, como férias e 13º salário; o calo-te das verbas rescisórias, porque esse tipo de empresa surge e desaparece do dia pra noite, inclusive nos bancos públicos e pri-vados. Mas a maior marca são os ínfimos salários pagos. Os trabalhadores das lote-rias, que prestam os mesmos serviços ban-cários que um empregado da Caixa, têm remuneração equivalente a apenas 25% da recebida por este em início da carreira.

Bancári@s: Mabel defende que, no Brasil, a legislação foi atropelada pela rea-lidade e, ao tentar proteger os trabalhado-res ignorando a terceirização, conseguiu deixar mais vulneráveis os brasileiros que trabalham sob essa modalidade de contra-tação. Na sua opinião, como esse proble-ma deveria de fato ser resolvido?

M. P.: Justamente da forma contrária que seu PL propõe. Não há outra forma de proteger os trabalhadores terceiriza-dos se não for garantindo direitos iguais e representação sindical pela categoria preponderante. O projeto determina o oposto. O que o PL do Sandro Mabel (que é empresário do setor de alimentação) propõe é estabelecer garantias civis para a relação estabelecida entre as empresas. Ele se preocupa sim, em proteger as em-presas contratantes, para que não fiquem com nenhum passivo trabalhista deixado

“ Os bancos estão diretamente por trás da pressão no Congresso Nacional para aprovação do PL 4.330, não apenas para se livrarem dos atuais passivos trabalhistas, mas se aprovado, vão reduzir bruscamente seus custos.” Jo

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pelas terceirizadas. E os prejuízos que fi-quem para a classe trabalhadora. Outra questão fundamental é impedir a expan-são das terceirizações. Mesmo com o con-ceito de empresa especializada, só poderia ser autorizada a terceirização de etapas do processo produtivo que fossem acessórias, complementares e eventuais e não as liga-das à atividade principal e permanente das empresas.

Bancári@s: Qual o papel dos ban-cos nos bastidores da tramitação do PL 4.330/2004?

M. P.: Os bancos estão diretamente por trás da pressão no Congresso Nacional para aprovação do PL 4.330/2004, não apenas para se livrarem dos atuais passivos trabalhistas, mas se aprovado, vão reduzir bruscamente seus custos com contratação de pessoal, substituindo gradativamente a todos nós. Mas, nesse momento existe ou-tra novidade: a MP 615 de 17/05/2013 do Governo Federal (BC/Ministério das Comunicações e Anatel), que altera o Sis-tema Brasileiro de Pagamentos, introdu-zindo o conceito e os serviços da moeda virtual, através da telefonia móvel. E para que as nuvens possam operar, a terceiri-zação de serviços bancários precisa estar plenamente resolvida. Mas esta é outra es-tória trágica para a categoria que precisa ser tratada minuciosamente.

julho 2013 13

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) comple-ta 70 anos em 2013. A septuagenária CLT, outorgada por Getúlio Vargas em 1943, passa por um momen-to de revisões e críticas, que devem ser amplamente discutidas pelos trabalhadores e seus representantes. Durante a comemoração destas sete décadas no Con-gresso Nacional, no dia 27 de maio, o deputado Paulo Paim (PT-RS) levantou uma questão que diz respeito a todos: a flexibilização dos direitos como instrumento para a precarização dos empregados.

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Carlos Alberto Reis de Paula, também afirmou que a CLT deve ser atualizada. “Mas jamais deve ser flexibilizada, porque a flexibilização das normas trabalhistas significa, em última instância, o mais profundo desrespeito ao valor máximo do Brasil, qual seja, o trabalho humano. Não pode parar na história, mas jamais à custa do sacrifício da pessoa do trabalhador”, completou.

Dias antes, em 02 de maio, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) participou de uma sessão so-lene em homenagem à CLT no Tribunal Superior do Trabalho. Na ocasião, os sindicalistas aproveitaram para combater o Projeto de Lei 4.330, conhecido como PL das Terceirizações, de autoria do deputa-do Sandro Mabel (PMDB-GO). Foi distribuída uma carta-aberta assinada pelas centrais sindicais aos ministros do TST e também um folder com os di-zeres: “País de primeira não combina com mão de obra de terceira” a todos os presentes, mostrando os graves prejuízos para os trabalhadores e a so-ciedade brasileira caso o PL seja aprovado no Con-gresso. (Leia mais sobre o PL das Terceirizações na editoria Entrevista)

CLT e o contexto históricoPara o advogado trabalhista e assessor jurídico do

Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Nasser

CLT, uma senhora de 70 anosNO MOMENTO EM QUE SE DISCUTE SUA “MODERNIZAÇÃO”, É PRECISO TOMAR CUIDADO COM INTERESSES QUE COLOCAM EM RISCO DIREITOS DOS TRABALHADORES

1912: Acontece o 4º Congresso Operário Brasileiro, no Rio de Janeiro, organizado por parlamentares ligados ao então presidente, Marechal Hermes da Fonseca. O Congresso, porém, encontrou resistências dos trabalha-dores que não consideravam correto que, para conseguirem melhorias, teriam de se

aliar ao governo. Apesar das polêmicas, foram aprovadas importantes reivindicações, como a regulamentação do trabalho nas fábricas, a limitação do trabalho de mulheres e menores, o direito à indenização por prejuízos à saúde causados pelo trabalho e a jornada de 8 horas com descanso semanal remunerado.

1923: É composto o Conselho Nacional do Trabalho (CNT), primeiramente criado no estado de São Paulo com o nome Departa-mento Estadual do Trabalho.

1926: O Conselho Nacional do Trabalho (CNT) elabora a primeira Lei de Férias, conce-dendo 15 dias de férias a empregados e ope-

19124° Congresso Operário Brasileiro:Iniciam-se as regulamentações

1923 Criado o Conselho

Nacional do Trabalho

1926Primeira Lei de Férias:

15 dias anuais

julho 201314

Allan, é preciso lembrar o contexto da CLT na época de sua aprovação. “Não se pode esquecer que a CLT foi instituída quando vigorava uma ditadura no país. Assim, se há algo incompatível com o atual momento político do Brasil é o ca-ráter autoritário nas relações individuais de trabalho”, afirma.

A presidente da CUT no Ceará, Joa-na Almeida, fala sobre as mudanças na CLT, em artigo publicado pela Central, a respeito do contexto de sua publicação:

“Os trabalhadores se mobilizavam e o então presidente Getúlio Vargas perce-beu a oportunidade histórica para aten-der tanto a classe trabalhadora como o empresariado, postura conciliadora tí-pica do estilo de Getúlio. A partir desse momento, as lutas sindicais passaram a ter referencial permanente em momen-tos de grandes mobilizações. A Consti-tuição Federal de 1988, com o registro inédito de direitos trabalhistas e sociais, é consequência do processo de rede-

rários de estabelecimentos comerciais, indus-triais e bancários.

1930: É criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, no governo de Getúlio Vargas. O Conselho Nacional do Trabalho (CNT) passa a ser subordinado a este Ministério.

1931: É publicado o Decreto nº 19.770,

que regulava “a sindicalização das classes pa-tronais e operárias”. O governo se atribuiu um papel de controle da vida sindical, determi-nando que funcionários do Ministério do Tra-balho, Indústria e Comércio acompanhassem as assembleias dos sindicatos.

1932: Institui-se a Carteira de Trabalho

e Previdência Social como documento obri-gatório a toda pessoa que presta algum tipo de serviço a outra pessoa, seja na indústria, no comércio, na agricultura ou pecuária, ou mesmo de natureza doméstica.

1934: É instituída a Justiça do Trabalho. No mesmo ano, os bancários organizam mo-

“ Não se pode esquecer que a CLT foi instituída quando vigorava uma ditadura no país. Assim, se há algo incompatível com o atual momento político do Brasil é o caráter autoritário nas relações individuais de trabalho.”

Primeira Lei de Férias:15 dias anuais

1930Criado o Ministério do Trabalho,

Indústria e Comércio

1931 Regulamentada a sindicalização

1932 1934 Instituída a Carteira de Trabalho

e Previdência SocialNasce a

Justiça do Trabalho

mocratização do país. Por isso, ambos os textos precisam ser preservados e atualizados, nunca diminuídos”, diz.

Para acompanhar as mudanças do contexto político e história, mais de novecentas mudanças já foram feitas no texto original da CLT, além de leis ex-travagantes, ou seja, que estão fora do corpo da CLT, mas que em alguma me-dida afetam os seus artigos. “Para ilus-trar, podemos citar a Lei 5.107/66, que criou o fundo de garantia como substi-

Fotos: Arquivo

julho 2013 15

tutivo à estabilidade decenal no empre-go”, cita Nasser.

Cuidado ao “modernizar”Muito tem se falado em “moderniza-

ção”, mas pouco se tem refletido sobre o real significado do termo. “É preciso to-mar cuidado com a palavra 'moderniza-ção', que vem sendo utilizada por aqueles que defendem a precarização de direitos trabalhistas, como se direitos representas-sem entraves ao desenvolvimento econô-

mico do país. Setores mais conservadores da sociedade não perdem oportunidade para defender que se deve 'modernizar' a legislação trabalhista”, alerta o advogado.

Por outro lado, Nasser também acre-dita que, além de permitir a regulamen-tação de novos direitos, agindo em prol do progresso social com novas conquistas para os trabalhadores, é fundamental de-mocratizar o contrato de trabalho. “Não há mais sentido em atribuir ao emprega-dor poderes quase que despóticos em re-

“ Não há mais sentido em atribuir ao empregador poderes quase que despóticos em relação ao empregado, que fica submetido aosdesígnios do patrão, sem garantia de direitos constitucionais.”

vimentos grevistas, muitas vezes, reprimidos com violência pela polícia.

1935: Regulamentada a Caixa de Apo-sentadorias, prevendo contribuição para a formação destes órgãos, subordinados ao Conselho Nacional do Trabalho.

1937: A Constituição de 1937, com a ditadura do Estado Novo, classifica as gre-ves como “recursos antissociais, nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores interesses da produção nacional”.

1940: No Dia do Trabalhador, 1º de maio,

Getúlio Vargas anuncia a criação do salário mínimo.

1941: É oficialmente instalada a Justiça do Trabalho no Brasil, também no 1º de maio.

1942: De 1930 a 1942, uma série de leis trabalhistas surge, porém de forma desconexa.

1935Regulamentada a

Caixa de Aposentadoria

1937Condenaçãodas greves

1940Oficializada a

Justiça do Trabalho

1941Surgem novas

leis trabalhistas

1942Criado o

salário mínimo

Fotos: Arquivo SEEB Curitiba

16 julho 2013

lação ao empregado, que fica submetido aos desígnios do patrão, sem garantia de direitos constitucionais como de ampla defesa e do contraditório”, explica.

Os direitos e o CapitalismoO discurso liberalista costuma afir-

mar que os direitos trabalhistas “enges-sam” as relações de trabalho, o que traz prejuízos ao desenvolvimento do país. Nasser aponta o erro: “Engana-se quem pensa que o direito do trabalho não ser-

“ Nesse contexto,flexibilizaçãosignifica precarização, ou melhor, diminuir a proteção dos trabalhadores, retirando-lhes direitos e, consequentemente, minorando os custos do trabalho, na busca por lucro.”

ve ao Capitalismo. Certamente, trata-se do direito mais capitalista que existe, pois, ao passo que regula as condições de trabalho, acaba por acomodar o con-flito, sufocando-o e impondo a pacifica-ção social. Do mesmo modo, concede ao trabalhador alguns direitos em favor de sua subordinação”, afirma.

Porém, o advogado também reforça que o direito trabalhista interessa aos trabalhadores, à medida que estabelece freios à exploração desmedida da mão

Em 1942, Vargas nomeou o jurista Alexandre Marcondes Filho para assumir o Ministério do Trabalho. Foi ele quem pensou em organizar, em um único documento legal, toda a legislação produzida desde 1930. Aparece aí o gérmen da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

1943: Nasce de fato a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

1946: Transformação da Justiça do Tra-balho em órgão do Poder Judiciário.

1963: É criado o Estatuto do Trabalhador Rural, que não existia até então, mesmo com

55% da população vivendo no campo e com um setor que empregava 54% da mão de obra.

1966: Instituído o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

1990: Criado o Instituto Nacional do Se-guro Social (INSS).

de obra. Segundo Nasser, deve ser com-preendido que é do interesse dos em-pregadores maximizar a mais-valia, com majoração do lucro sobre a mão de obra e, sendo assim, são inúmeras as tentati-vas de flexibilização do direito do traba-lho. “Nesse contexto, flexibilização sig-nifica precarização, ou melhor, diminuir a proteção dos trabalhadores, retirando--lhes direitos e, consequentemente, mi-norando os custos do trabalho, na busca por lucro”, completa.

1943 1946 1963Nasce a Consolidação das Leis Trabalhistas

Justiça do Trabalhopassa ao Poder Judiciário

Criado o Estatuto do Trabalhador Rural

Instituído o FGTS

1966 1990Criadoo INSS

Fonte: Ministério Público do Trabalho julho 2013 17

julho 2013 19

Desde 2003, a categoria bancária enfrenta as consequências negativas das resoluções publicadas pelo Banco Central, sobretudo a Resolução 3.110, que dispõe sobre a contratação de corresponden-tes no país (posteriormente, alterada e consolidada pela Resolução 3.954, de fevereiro de 2011). Em um primeiro momento, vivenciou-se o aumento desmedido da rotatividade no setor financeiro, que demitiu e continua demitindo milhares de trabalha-dores todos os anos, gerando uma redução de pos-tos de trabalho cada vez maior.

Além disso, os correspondentes bancários – que, originalmente, deveriam atender a população de cidades mais distantes e sem acesso às agências bancárias – passaram a personalizar, pura e simples-mente, a precarização do emprego, com salários rebaixados, sem nenhuma qualificação profissional, trabalhando em locais sem condições mínimas de segurança e sem garantir o sigilo de clientes, entre outras irregularidades. Muitos destes trabalhadores fazem serviço bancário sem nenhum dos benefícios conquistados com muita luta pela categoria.

Hoje, além da proliferação dos corresponden-tes – localizados em panificadoras, farmácias, su-permercados, casas lotéricas, BB Mais, Caixa Aqui, entre tantos outros locais inseguros –, a categoria sofre com o crescimento descontrolado da tercei-rização, um processo que atende, sobretudo, os in-teresses dos grandes empresários, em detrimento aos direitos trabalhistas. Como se já não bastasse os ataques aos direitos dos trabalhadores brasileiros, está em pauta na Comissão de Constituição, Justi-ça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4.330, de 26 de outubro de 2004, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) – a CCJC é a última Comissão a votar a proposta que, caso apro-vada, vai ao Senado.

O PL pretende regulamentar a terceirização no Brasil segundo uma ótica eminentemente empresa-

rial, que visa flexibilizar e reduzir direitos trabalhis-tas garantidos na CLT e na Constituição Federal. Seu objetivo é claro: reduzir os custos das empresas com pessoal e institucionalizando a rotatividade devas-tadora no mercado trabalho, mais uma vez, favore-cendo a desregulamentação do Sistema Financeiro Nacional. Além de não resolver nenhum dos proble-mas atuais dos mais de 10 milhões de trabalhadores terceirizados no Brasil, o projeto traz para os demais 45 milhões de trabalhadores formais o risco imi-nente de se tornarem prestadores de serviços even-tuais, em condições precárias.

Atualmente, apesar de não haver legislação es-pecífica, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) proíbe a terceirização das atividades principais das empresas. A proposta de PL acabará com isso, desde que a empresa contratada seja classificada como“especializada”. Os bancos, por exemplo, po-derão funcionar sem qualquer bancário, com caixas e gerentes fornecidos por empresas terceirizadas como profissionais especializados nessas funções, ampliando o que já ocorre nas áreas de retaguarda, processamento de documentos e tesouraria.

Os reflexos da política do Banco Central são cada vez mais devastadores. Em vez de fomentar o desenvolvimento do país, seu papel primordial, parece estar a serviço do patronato do Sistema Fi-nanceiro Nacional. Suas resoluções se traduziram na concentração dos correspondentes nas regiões Sul e Sudeste, onde já existe concentração de agên-cias bancárias, mantendo a população de outras regiões sem atendimento bancário. É preciso que os bancários do Brasil e os demais trabalhadores atingidos pela terceirização invadam as ruas para lutar pela geração de postos de trabalho e, mais do que isso, por trabalho decente, com salários dignos e condições adequadas. Vamos à luta pelo fim da terceirização, pois um país de primeira não pode ter emprego de terceira!

Otávio Dias,presidente do Sindi-cato dos bancários de Curitiba e região.

O correspondente e a terceirização

“ Não é certo que instituições religiosas interfiram em reivindicações de direitos individuais. Elas estão tentando trazer para o público debate de questões que dizem respeito à vida privada das pessoas e que não lhes cabem decidir.”

julho 201320

O Estado Laico em riscoPEC DAS IGREJAS PROPÕE QUE INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS POSSAM INTERFERIREM DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

A Proposta de Ementa Constitucional 99/11, de autoria do deputado João Campos (PSDB/GO), ficou conhecida como a PEC das Igrejas por prever que instituições religiosas possam contestar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e Ação Decla-ratória de Constitucionalidade (ADC). Até o final de junho, a PEC já tinha sido aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJC).

De acordo com o artigo 103 da Constituição Federal, podem propor tais ações: o Presidente da República, Governadores de estados e do Distrito Federal, o Pro-curador-Geral da Repúbli-ca, as mesas da Câmara dos Deputados, do Senado, da Câmara Legislativa do Dis-trito Federal e da Assembleia Legislativa, além de partidos políticos com representação no Congresso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as entidades de classes no âmbito nacional e as confe-derações sindicais.

Para Vera Karam, pro-fessora de Direito Consti-

tucional da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora do Núcleo de Constitucionalismo e Democracia, a aprovação desta PEC seria um absurdo. “Os sujeitos atualmente autorizados para ajuizar tais ações possuem razões históricas, políticas e jurídicas para exercer tal papel. As igrejas não são equivalentes a eles, não existem estas razões”, pondera.

Justificativa da PEC No texto que justifica a PEC, é exposto que a

Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacio-nal decidiu apresentar a proposta por perceber que algumas decisões do STF vão contra a liberdade de culto:“Com este paradigma, considerando que os agentes estatais no exercício de suas funções públi-cas, muitas vezes, se arvoram em legislar ou expe-dir normas sobre assuntos que interferem direta ou indiretamente no sistema de liberdade religiosa ou de culto nucleado na Constituição, faz-se necessário garantir a todas as Associações Religiosas de caráter nacional o direito subjetivo de promoverem ações para o controle de constitucionalidade de leis ou atos normativos, na defesa racional e tolerante dos direitos primordiais conferidos a todos os cidadãos indistintamente e coletivamente aos membros de um determinado segmento religioso, observados o caráter nacional de sua estrutura.”

Para Karam, é um erro afirmar que decisões do STF vão contra a liberdade de culto, uma vez que em momento algum as deliberações indicam a se-guir uma ou outra religião, garantindo e respeitan-do o direito previsto em Constituição. Além disso, a professora destaca que a reivindicação de direitos também está posta na Constituição. “Não é certo que instituições religiosas interfiram em reivindi-cações de direitos individuais. Elas estão tentando trazer para o público debate de questões que dizem respeito à vida privada das pessoas e que não lhes cabem decidir”, completa.

Reação desproporcional As discussões sobre a interferência de igrejas

no Estado, comprometendo um de seus principais preceitos, a laicidade, aumentaram em 2013, es-

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julho 2013 21

pecialmente depois que o deputado e pastor Marcos Feliciano (PSC) passou a presidir a Comissão de Direitos Huma-nos da Câmara, em meio a polêmicas declarações, com teores racistas e ho-mofóbicos, e incitação ao ódio. A apro-vação na CCJC da PEC 99/11 acirrou ainda mais os debates. “Me parece ser uma reação desproporcional dos depu-tados da bancada evangélica a decisões do STF que vão contra alguns princí-

pios religiosos, como no caso do aborto de anencéfalos e da união estável ho-moafetiva”, considera Vera Karam.

A professora, no entanto, levanta outra questão: a busca pelo poder. As bancadas evangélica e católica (em me-nor grau) já estão muito presentes no majoritário, como costumam chamar o Legislativo, e agora querem estar pre-sentes também no contra-majoritário, o Supremo Tribunal Federal. “Eles que-

rem se legitimar para propor ementas que vão de acordo com seus interesses, que nem sempre são os mesmos de seus fiéis e seguidores. É um oportunismo do núcleo religioso em todos os níveis, a despeito de promover certo tipo de crença ou moralismo. O que buscam é mais poder para proteger suas igrejas em outras instâncias, como em ques-tões tributárias, e, com isso, alcançar mais e mais riqueza”, finaliza Karam.

Confira alguns temas em que igrejas tentaram intervir:

Divórcio: Na atual configu-ração da sociedade, é estra-nho pensar que a questão do divórcio tenha gerado tanta polêmica na época, uma vez

que hoje já está superada. Para o Estado, a institucionalização do divórcio era apenas a confirmação legal de algo que já era visto na sociedade civil: casais já vinham se separando à revelia da lei e encontrando novos parceiros. Isso vai contra a doutrina da Igreja Católica e, só em 1977, o divórcio foi instituído, mesmo que com uma margem estreita de votos.

Símbolos religiosos: Em 2012, o Ministério Público Federal pediu a retirada da frase “Deus seja louvado” de novas cédulas de real, por ver que iria contra a separa-ção entre o Estado e a igreja. Os crucifixos e outros símbo-los religiosos também estão presentes em vários órgãos públi-cos, gerando polêmica. Em alguns estados do Brasil, o uso desses símbolos em prédios públicos foi proibido.

Células-tronco: Apesar de representa-rem possibilidades imensas de avanço na medicina, com vidas que podem ser salvas, as igrejas são contra o uso de células-tronco embrionárias, pois consideram que o embrião já é um ser humano e, por isso, o homem estaria manipulando a vida humana, o que fere a ética cristã.

Aborto: Pelos mesmos motivos que são contra as células-tronco, também são contra a descriminalização do aborto. Novamente, o que prevalece é o debate a respeito sobre quando começa a vida. Para a doutrina cristã, a vida começa a partir do momento da fecundação. Aqueles que militam a favor do aborto destacam questões importantes, como a saúde pública, o poder de escolha da mulher e também que o número de abortos não diminui com a criminalização.

Direitos LGBT: Esta foi a discussão que ganhou mais força em 2013, principalmente após a posse do deputado Marcos Feliciano (PSC/SP) na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O principal argumento da bancada religiosa é de que a união civil homoafetiva, bem como a possibilidade destes casais adotarem

filhos, são uma ameaça à instituição familiar. Parlamentares evangélicos também se colocam contra o Projeto de Lei 122 que transforma a homofobia em crime, além de apresentarem projetos como o da “cura” de homossexuais.

22 julho 2013

Bancários aprovam contas do SindicatoCONFORME ESTATUTO, ENTIDADE FEZ SUA PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL PARA APROVAÇÃO DOS ASSOCIADOS

Em assembleia realizada no dia 26 de junho, no Espaço Cultural e Esportivo da categoria, os trabalhadores aprovaram a prestação de contas anual do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Na ocasião, foi apresentado também, aos bancários presentes, o Demonstrativo de Resultados referente ao ano de 2012. Desta forma, a entidade renova, mais uma vez, seu compromisso com a transparên-cia e a ética, princípios essenciais tanto para o Sindicato quanto para a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

“A manutenção do projeto cutista de transparência na utilização dos recursos da entidade e também na prestação de contas é fundamental”, ressalta Otávio Dias, presidente do Sindicato. Para o se-cretário de Finanças da entidade, Carlos Alberto Kanak, a prestação de contas anu-al aos trabalhadores é imprescindível para a credibilidade do Sindicato perante a so-ciedade. “É nosso dever fazer com que a gestão dos recursos financeiros atenda de maneira fiel aos interesses da catego-ria”, destaca Kanak. Mais informações em www.bancariosdecuritiba.org.br.

Carlos Alberto Kanak,secretário de Finanças do Sindicato

RECEITAS 31/12/2011 31/12/2012VALORES EM R$ VALORES EM R$

Receitas Mensalidades 3.003.225,00 3.442.542,34 Receitas Contribuições Assistenciais 344.635,82 487.071,95 Receitas Contribuições Sindicais 1.475.966,53 1.627.211,61 Receitas Financeiras 206.396,88 261.338,65 Receitas de Serviços 263.396,95 333.145,68 Outras Receitas 1.338.454,13 683.700,68 Receitas Não Operacionais 201,35 Receitas Alienação Imobilizado 2.495,39 42.499,89

TOTAL DAS RECEITAS 6.634.570,70 - 6.877.712,15

DESPESAS 31/12/2011 31/12/2012VALORES EM R$ VALORES EM R$

Despesas Administrativas 1.918.893,01 2.139.823,60 Despesas Com Pessoal 1.376.664,57 1.524.141,49 Despesas Com Encargos Sociais 386.365,31 293.011,62 Editorações de Jornais e Revistas 168.467,12 326.923,01 Despesas Tributárias 11.000,94 21.047,01 Despesas Financeiras 4.959,46 5.428,83 Despesas com a Sede Campestre 40.232,45 36.306,17 Despesas com a Sede Cultural 147.717,61 143.162,38 Despesas com Contribuições 660.322,11 562.041,44 Devolução Contr. de Associados 395.200,59 433.196,40 Receitas/Perdas Alienação ImobilizadoOutras Despesas Não Operacionais 830,00 2.800,00 Depreciação/Amortização 150.653,91 146.965,06 TOTAL DAS DESPESAS 5.261.307,08 - 5.634.847,01

SUPERAVIT/DÉFICIT DO EXERCÍCIO 1.373.263,62 - 1.242.865,14

I. Depreciação

II. Receitas de Serviços e Outras

III. Despesas Administrativas

OTÁVIO DIAS FRANCISCO SAVIPresidente CONTABILISTACPF: 018.513.898-57 CRC: 031031/0-0 PR

O valor desta receita é composto de: impressão de convenções, sede campestre, sede administrativa, serviços diversos, conciliações extrajudiciais e honorários assistenciais.

A composição das despesas administrativas refere-se à manuteção da estrutura da entidade. Destacam-se as despesas neste exercício com as contas de eventos realizados e custas processuais de ações coletivas e interditos proibitórios.

Curitiba - PR, 31 de Dezembro de 2012

SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DE CURITIBA E REGIÃOCNPJ: 76.587.995/0001-59

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO PERÍODO DE 01/01/2012 A 31/12/2012

Os bens que constituem o imobilizado são depreciados pelo método linear a partir de 01/01/2011 às taxas de 4% ao ano para edificações; 10% ao ano para móveis, utensílios, máquinas, equipamentos e veículos usados; de 20% ao ano para hardware, software e veículos. A depreciação foi elaborada conforme legislação em vigor.

RECEITAS 31/12/2011 31/12/2012VALORES EM R$ VALORES EM R$

Receitas Mensalidades 3.003.225,00 3.442.542,34 Receitas Contribuições Assistenciais 344.635,82 487.071,95 Receitas Contribuições Sindicais 1.475.966,53 1.627.211,61 Receitas Financeiras 206.396,88 261.338,65 Receitas de Serviços 263.396,95 333.145,68 Outras Receitas 1.338.454,13 683.700,68 Receitas Não Operacionais 201,35 Receitas Alienação Imobilizado 2.495,39 42.499,89

TOTAL DAS RECEITAS 6.634.570,70 - 6.877.712,15

DESPESAS 31/12/2011 31/12/2012VALORES EM R$ VALORES EM R$

Despesas Administrativas 1.918.893,01 2.139.823,60 Despesas Com Pessoal 1.376.664,57 1.524.141,49 Despesas Com Encargos Sociais 386.365,31 293.011,62 Editorações de Jornais e Revistas 168.467,12 326.923,01 Despesas Tributárias 11.000,94 21.047,01 Despesas Financeiras 4.959,46 5.428,83 Despesas com a Sede Campestre 40.232,45 36.306,17 Despesas com a Sede Cultural 147.717,61 143.162,38 Despesas com Contribuições 660.322,11 562.041,44 Devolução Contr. de Associados 395.200,59 433.196,40 Receitas/Perdas Alienação ImobilizadoOutras Despesas Não Operacionais 830,00 2.800,00 Depreciação/Amortização 150.653,91 146.965,06 TOTAL DAS DESPESAS 5.261.307,08 - 5.634.847,01

SUPERAVIT/DÉFICIT DO EXERCÍCIO 1.373.263,62 - 1.242.865,14

I. Depreciação

II. Receitas de Serviços e Outras

III. Despesas Administrativas

OTÁVIO DIAS FRANCISCO SAVIPresidente CONTABILISTACPF: 018.513.898-57 CRC: 031031/0-0 PR

O valor desta receita é composto de: impressão de convenções, sede campestre, sede administrativa, serviços diversos, conciliações extrajudiciais e honorários assistenciais.

A composição das despesas administrativas refere-se à manuteção da estrutura da entidade. Destacam-se as despesas neste exercício com as contas de eventos realizados e custas processuais de ações coletivas e interditos proibitórios.

Curitiba - PR, 31 de Dezembro de 2012

SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DE CURITIBA E REGIÃOCNPJ: 76.587.995/0001-59

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO PERÍODO DE 01/01/2012 A 31/12/2012

Os bens que constituem o imobilizado são depreciados pelo método linear a partir de 01/01/2011 às taxas de 4% ao ano para edificações; 10% ao ano para móveis, utensílios, máquinas, equipamentos e veículos usados; de 20% ao ano para hardware, software e veículos. A depreciação foi elaborada conforme legislação em vigor.

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Em movimentoDesde 2012, quando completou 80

anos de fundação, o Sindicato dos Bancá-rios de Curitiba e região vem promoven-do, sistematicamente, ações para movi-mentar o Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários, a Sede Campestre e atender as demandas culturais da categoria. Ciente de que a arte e a cultura são fortes ins-trumentos de mobilização e luta por direi-tos, a entidade está investindo em atrações musicais, na realização de eventos que di-vulguem os talentos bancários e também na formação artística dos sindicalizados, entre outros. “Sabemos que a dissemina-ção da cultura é uma forte aliada da classe trabalhadora, tanto para produzir conheci-mento quanto para fomentar a consciên-cia social”, explica Ana Smolka, secretária de Cultura do Sindicato.

No ano passado, além do tradicional show em comemoração ao Dia do Bancá-

SINDICATO INVESTE NA PROMOÇÃO CULTURAL E ARTÍSTICA, PARA MOVIMENTAR O ESPAÇO CULTURAL E ESPORTIVO DOS BANCÁRIOS E ATENDER AS DEMANDAS DA CATEGORIA

rio – evento que já trouxe a Curitiba can-tores como Almir Sater e Nando Reis, entre outros –, o Sindicato realizou, em agosto, a 1ª Mostra de Bandas. O evento contou com a participação de seis bandas de dife-rentes estilos musicais, todas elas com pelo menos um bancário em sua formação. Do rock’n roll ao sertanejo, da MPB ao reggae, as apresentações foram um sucesso. Nos meses de novembro e dezembro, foi a vez da 1ª Mostra de Artesãos e Escritores Ban-cários, que propiciou espaço de exposição e comercialização de trabalhos artesanais e culturais. Os expositores puderam dar visi-bilidade ao seu trabalho e trocar contatos.

Cursos de formação “Para 2013, com base em uma pes-

quisa realizada com os bancários de Curi-tiba e região, demos início ao projeto de subsidiar cursos de formação cultural em

algumas áreas”, acrescenta Ana Smolka. Iniciado no primeiro semestre, está sen-do realizado o Curso de Mosaico, minis-trado pelo artista plástico Javier Guerrei-ro. A técnica consiste em formar imagens por meio da junção de pequenas peças de diferentes materiais, como pedras, pe-daços de azulejo ou conchas, entre ou-tros. Em junho, também tiveram início as Aulas de Canto e Violão, em três turmas, sempre aos sábados.“Com isso, preten-demos oferecer aos bancários alternativas culturais que sirvam como lazer e escape da árdua rotina enfrentada nos bancos”, conclui Ana Smolka.

Acesse o site www.bancariosdecuriti-ba.org.br e fique por dentro de todos os eventos promovidos pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Vem aí, no dia 30 de agosto, o show com a dupla de sertanejo universitário Victor & Leo.

LUTA PELA LIBERDADE DA MULHER SUSCITA DISCUSSÃO DE ATÉ QUE PONTO A MATERNIDADE É UMA ESCOLHA OU UMA IMPOSIÇÃO SOCIAL

Em tempos de luta pela soberania feminina, vêm à

tona discussões mais pro-fundas sobre os papéis sociais da mulher como mãe, esposa, dona de

casa e trabalhadora. Afi-nal, nos dias de hoje, ser

mãe é uma escolha pessoal ou uma imposição da socieda-de? É justo exigir que as mu-lheres assumam todas estas funções ou abdiquem de tudo por seus filhos?

Para a secretária da Igualdade e da Diversidade

do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Cristiane Zaca-rias, é preciso se questionar ainda se é injusto desejar que as tarefas do-mésticas sejam compartilhadas com

os pais, muitas vezes ausentes, e co-brar a atuação responsável do Estado,

atualmente displicente no auxílio à cria-ção e educação dos filhos. “É preciso dar

um basta nesta ideia de que a mulher já está adaptada à sobrecarga de tarefas. Devemos lutar por rela-ções verdadeiramente comparti-

Ser ou não ser?

lhadas e por uma sociedade mais solidária com as escolhas femininas”, defende a dirigente.

Embora possa parecer que o papel social de mãe tenha sido, desde sempre, atribuído à mulher como função fundamental e insubstituível, uma breve análise histórica é capaz de mostrar que não: esta atribuição data de um momento bastante específi-co, conhecido como Idades do Ferro e do Bronze e que, com o passar do tempo, constitui-se em um mito. É o que defende a pós-doutora em Filoso-fia Contemporânea pela Universidade de São Paulo (USP) Thana Mara de Souza.

Segundo ela, foi quando ferramentas pesadas e essenciais para a conquista do mundo foram des-cobertas que se estabeleceu a atual divisão entre o homem forte, que age para conquistar o mundo, e a mulher fraca, a quem cabe a reprodução e a perpetuação da espécie. “Mas – e isso é essencial – essas atribuições foram ‘verdade’ em uma situação bastante específica; que, como processo histórico, não mais faz sentido há muito tempo. Quando a história é transformada em mito, perpetua-se o que deveria ser apenas um breve momento”, expli-cou Thana Mara, em entrevista ao jornal Mulher 24 horas, do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo.

O mito do amor maternoConsiderando o livro de Elisabeth Bandinter, in-

titulado Um amor conquistado: o mito do amor materno, a

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Ser ou não ser? professora argumenta ainda que não é porque a mu-

lher pode ter filhos – e apenas ela fique grávida – que ela tenha nascido para isso e deva manifestar o amor materno obrigatoriamente. “Por exemplo, costuma--se ver na menina que brinca com bonecas a ‘prova’ desse amor materno, a mulher destinada a ser mãe. No entanto, a menina que brinca com bonecas o faz porque pessoas lhe dão bonecas, ou seja, ensina-se a menina que ela deve exercer o papel de mãe. Isso não é natural, mas historicamente construído”, completa Thana Mara.

Este mito tem consequência direta na luta pela soberania feminina, pois substitui as mulheres como indivíduos, em suas diferentes necessidades, por uma mulher-mãe abstrata, que tem o dever de procriar e amar seus filhos acima de tudo. Sendo assim, aquelas que não desejam ter filhos passam a não serem con-sideradas mulheres completas e, mais do que isso, as mães que têm dúvidas e medos durante a maternidade – algo bastante natural, já que só se aprende a ser mãe no ato de tornar-se uma – são condenadas como “des-naturadas”, ou seja, que não obedecem sua natureza.

Embora menos impactantes, as consequências também atingem os homens, que ao se eximirem do trabalho maior na criação dos filhos, por vezes, se veem obrigados a reprimir seus anseios e desejos naturais enquanto pais. “É preciso tirar essa camisa

de força e reconhecer que cada ho-mem se faz pai de maneira distin-ta, que cada homem se constrói como pai no momento mesmo da gestação da mulher, no mesmo caminho pelo qual a mulher se constrói como mãe”, fina-liza Thana Mara.

“Toda mulher deve ter a liber-dade de escolher entre ser mãe ou não. Não estamos tentando defender ou convencê-las do contrário, apenas esclarecer que a sociedade, por vezes, nos imputam tarefas e condições que vão em desencontro com nossas necessidades e nosso querer”, acrescenta Cristiane Zacarias. Para ela, a tarefa de cuidar dos filhos não deveria ter gênero. “Acreditamos que, no dia em que as mães forem vistas como tão res-ponsáveis pela criação dos filhos quanto os pais, avós, vizinhos e o próprio Estado, nossa sociedade será melhor”, finaliza.

ParticipeSe, ao ler este texto, você sentiu vontade de participar deste debate, com

críticas ou sugestões, escreva para [email protected].

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Bradesco: Encontro define campanha de valorização

Durante o Encontro Nacional dos Fun-cionários do Bradesco, realizado de 02 a 04 de abril, em São Paulo, os bancários definiram a minuta específica de reivindi-cações, que foi entregue ao banco no dia 17 de abril. Entre as principais demandas estão a negociação de um Plano de Car-gos, Carreira e Salários (PCCS), a cons-trução de um Programa de Reabilitação,

auxílio-educação, plano de saúde e parce-lamento de férias. As negociações com o banco iniciaram no dia 28 de maio e um calendário de reuniões já foi definido.

No encontro, os participantes tam-bém discutiram o lançamento de uma campanha de valorização dos funcioná-rios, que aconteceu no Dia Nacional de Lutas no Bradesco, em 07 de maio.

Encontro Nacional do Itaú define pauta específica

Seis itens compõem a minuta de reivindicações específica construída no Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú, realizado entre os dias 02 e 04 de abril, em São Paulo. São eles: emprego, remuneração, saúde e condições de tra-balho, previdência complementar, plano de saúde e relação com o movimento sindical. A pauta foi entregue ao banco

no dia 15 de maio. Durante o encontro, os debates se

concentraram na defesa do emprego, com o fim das demissões, da rotativi-dade, das terceirizações e do horário es-tendido. Também está sendo cobrado o parcelamento do adiantamento de férias e a negociação imediata sobre PCR e a remuneração variável do programa Agir.R

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Encontro de Funcionários da Central de Atendimento

No dia 13 de abril, os funcionários da Central de Atendimento do Banco do Brasil (CABB) de São José dos Pinhais se reuniram para o 3º Encontro dos Atendentes e Funcionários da CABB, no Espaço Cultural. Foram discutidos diversos temas relativos à remuneração, condições de trabalho e mobilização. A pauta foi levada ao Encontro Nacional

dos Funcionários do Banco no Brasil.Nos anos anteriores, a união dos

funcionários das CABBs mostrou a for-ça de mobilização, definindo paralisa-ções simultâneas nas sedes de São José dos Pinhais, Salvador e São Paulo, que contaram com adesão da grande maio-ria dos trabalhadores e garantiram con-quistas importantes.

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30.04.2013

Bancários do Banco do Brasil fazem greve de 24 horas

Os bancários do Banco do Brasil cru-zaram os braços no dia 30 de abril para pressionar o banco a abrir negociações sobre o novo Plano de Funções Grati-ficadas e de Confiança, implantado em janeiro. Com as mudanças impostas pelo BB, os trabalhadores tiveram que op-tar pela redução da jornada de trabalho com redução salarial de mais de 16%. O

plano também reduz as gratificações de funções em até 80% e elimina a percep-ção da conquista da carreira de mérito.

Diante das negativas do BB em nego-ciar em Curitiba e região foram fechadas 45 agências, além da Central de Atendi-mento (CABB), do Centro de Suporte Operacional (CSO) e do Centro de Su-porte em Logística (CSL).

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15.05.2013

Conecef aprova pauta específica da Caixa

O 29º Congresso Nacional dos Empre-gados da Caixa Econômica Federal (Cone-cef) foi realizado em São Paulo, entre os dias 17 e 19 de maio, e aprovou a pauta de reivindicações específicas que norteará as negociações com a empresa durante a Campanha Nacional dos Bancários 2013.

Cinco grandes eixos foram aponta-dos como prioritários para os empre-

gados da Caixa: condições de trabalho (6 horas já para todos, mais contrata-ções, melhorias na logística e fim do assédio moral); isonomia (ATS e licença prêmio para todos, fim da discrimina-ção do REG/Replan não saldado e ticket na aposentadoria); valorização do piso; Saúde Caixa; e recuperação do poder de compra dos salários.

17.05.2013

Curitiba sedia Encontro dos Funcionários do HSBC

O Encontro Nacional dos Funcioná-rios do HSBC foi realizado em Curitiba, entre os dias 15 e 17 de maio, com a presença de mais de 100 representan-tes dos trabalhadores de todo país. Os debates foram divididos entre os temas: emprego; saúde e condições de trabalho; remuneração; plano de saúde e previ-dência complementar; organização e co-

municação; e plano de ação sindical.A pauta específica de reivindicações,

entregue ao HSBC no dia 19 de junho, apontou como temas prioritários o fim das demissões e do corte de postos; ga-rantia de direitos e emprego; remunera-ção; e melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas, do assé-dio moral e do adoecimento. Jo

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Realizado Encontro Nacional dos Funcionários do Santander

Nos dias 04 e 05 de junho foi reali-zado, em São Paulo, o Encontro Nacio-nal dos Funcionários do Santander. Cin-co grandes temas foram discutidos pelos bancários: emprego, remuneração, saúde e condições de trabalho, previdência com-plementar e plano de saúde. Foram defini-das três prioridades para negociação com o banco: emprego, saúde e condições de

trabalho e remuneração.No dia 23 de maio, bancários do San-

tander realizaram um Dia Internacional de Luta contra as práticas antissindicais em todo o mundo. No dia 11 de abril, já havia acontecido um protesto contra as demis-sões em massa promovidas pelo banco no mês de dezembro de 2012, quando fo-ram demitidos 1.153 funcionários.C

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Sindicato promove lazer através do Cicloturismo

O Cicloturismo dos Bancários já teve duas edições no primeiro semestre de 2013. No dia 23 de março, os partici-pantes passearam pelo Vale do Ribeira, entre o Leste do Paraná e o Sul de São Paulo, onde a bacia hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape proporcionou uma diversão extra. Já no dia 25 de maio, os ciclistas conheceram o Vale das Hortên-

sias, em Santa Catarina, entre Campo Alegre, Santa Luzia e Scheroeder, apre-ciando a paisagem repleta de flores, com um trajeto de 35km de trilha.

Os dois passeios tiveram grande número de participantes e foram um sucesso. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região continuará incentivan-do a prática dos passeios ciclísticos. SE

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Bancários do BB definem prioridades nacionais

O 24º Congresso Nacional dos Fun-cionários do Banco do Brasil foi realiza-do entre os dias 17 e 19 de maio, em São Paulo, e aprovou a pauta de reivindica-ções específicas dos trabalhadores, cen-trada na abertura de negociações sobre Plano de Funções Gratificadas e de Con-fiança e no combate ao assédio moral, à política antissindical e às péssimas con-

dições de trabalho no BB. Quatro grandes temas foram debati-

dos durante o encontro: remuneração e condições de trabalho; saúde e previdên-cia; organização do movimento; e Siste-ma Financeiro Nacional. Os bancários querem que o BB tenha uma postura séria para negociação, com valorização dos tra-balhadores, e o fim da gestão temerária.

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15.06.2013

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Festa Junina do Sindicato anima bancários

A tradicional Festa Junina do Sindi-cato dos Bancários de Curitiba e região reuniu toda a categoria, seus familiares e amigos na Sede Campestre da entida-de, em Piraquara, no dia 29 de junho. O arraiá estava recheado de atrações para toda a família, com comidas e bebidas típicas e diversas guloseimas. Enquanto as crianças puderam se divertir na tenda

Plenária Regional reúne bancários de Curitiba e região

No dia 21 de junho, foi realizada a Plenária Regional do Sindicato dos Ban-cários de Curitiba e região, preparató-ria para a 15ª Conferência Estadual dos Bancários. Mais de 100 representantes dos trabalhadores se reuniram no Espaço Cultural para debater os temas relativos aos cinco grandes eixos definidos pelo Comando Nacional como prioritários

Sindicato realiza 1ª Copa Bancária de Futsal

A 1ª edição da Copa Bancária de Fute-bol de Salão, promovida pela Secretaria de Esporte e Lazer do Sindicato dos Bancá-rios de Curitiba e região, começou no dia 13 de abril e se encerrou no dia 15 de ju-nho. Todos os jogos foram disputados no Espaço Cultural, aos sábados de manhã. O campeonato teve a participação de 16 ti-mes, divididos em quatro grupos.

A equipe Neguinho Véio, forma-da por bancários da agência Bradesco Champagnat, foi a campeã, após ga-nhar a final por 3 a 2 da equipe Futebol Europeu (Centro Administrativo HSBC Xaxim). O time da APCEF conquistou o terceiro lugar, após vencer por 3 a 0 a equipe Portão (Agência Banco do Brasil Portão).

para 2013: emprego; reestruturação do Sistema Financeiro; remuneração; condi-ções de trabalho; e estratégias de campa-nha, negociação e mobilização.

Além dos temas relativos à Campa-nha Nacional dos Bancários 2013, os participantes também debateram a forte onda de manifestações que tomou con-ta do país em junho.

dos brinquedos, os adultos prestigia-ram a apresentação do Trio Orbital.

Em breve, o Sindicato irá disponibi-lizar aos associados uma nova estrutu-ra de churrasqueiras na Sede Campes-tre, que está em reforma desde o mês de abril. A reinauguração será marcada pela 2ª Mostra de Bandas Bancárias, em data a ser definida.

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BANCÁRIOS ADMINISTRARAM O BANCO AUXILIAR POR UMA SEMANA E GARANTIRAM A MANUTENÇÃO DE SEUS EMPREGOS

Em meados da década de 1980, um interessante fato histórico do movimento sindical bancário ficou quase sem registro: a ocupação do então Banco Auxi-liar pelos seus trabalhadores, que impediram a entra-da de interventores e administraram o banco durante uma semana, com o objetivo de manter os empregos na instituição que, dias depois, seria liquidada pelo Banco Central. Quem conta essa história é um de seus principais articuladores, o ex-diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo Washington Luiz Moura Lima.

Washington fez parte da primeira diretoria do SEEB São Paulo após a Ditadura, em 1979, e foi um dos diretores cassados em 1983, após a greve geral da categoria. Nos anos de 1985 e 1986, participou do movimento sindical bancário na clandestinida-de, como responsável pelas mobilizações nos bancos Meridional e Auxiliar.

E foi nesse período que o “Grupo de Bancos”, for-mado por trabalhadores que assumiram um posicio-namento de direção no Sindicato, teve acesso a uma importante informação: metade dos trabalhadores do Banco Auxiliar, que empregava mais de 10 mil pessoas no país, seria demitida no dia seguinte.

Washington levou o carro de som e uma edição do

Boletim Auxiliar para a porta da matriz, em São Paulo, e ficou esperando a direção chegar, com a intenção de impedir as demissões. No informativo, o Sindicato co-municava à sociedade o balanço financeiro do Auxiliar, que estava em crise, e a demissão em massa. De acordo com o ex-dirigente, um diretor de RH do banco re-cebeu a notificação de Washington: ou as demissões eram revertidas, ou o carro de som e o boletim iam divulgar para a população o que havia ocorrido.

O banco recuou e divulgou que as demissões eram boatos. Dias depois, o Banco Central anunciou a inter-venção no Auxiliar. Novamente, o movimento sindical se mobilizou e os trabalhadores definiram em assem-bleia que iriam ocupar a matriz do banco, impedindo a entrada dos interventores.

Durante uma semana, a “Diretoria dos Trabalhado-res do Banco”, formada por escriturários, contínuos, caixas e gerentes, administrou a instituição, mantendo as agências abertas e garantindo os salários dos traba-lhadores. Neste período, todo dia era dia de mobiliza-ção. E o resultado foi um acordo que garantiu a esta-bilidade de seis meses e a realocação dos funcionários para outros bancos após a liquidação do Banco Auxi-liar pelo Banco Central.

A ocupação que deu certo

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