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¬ Dos mais de 200 projetos inscritos, 20 foram selecio- nados para um “pitching” (defesa oral do projeto) que aconteceu entre segunda e terça-feira, diante de uma comissão formada por Ro- berto Moreira, Esther Ham- burger, Cao Hamburger, An- tônio Carlos da Fontoura e Berenice Mendes. Essa comissão escolheu oito projetos (veja quadro ao lado), que vão receber R$ 250 mil para executar os seus planos de desenvolvi- mento da série proposta, o que inclui a produção de um episódio piloto. Os pilotos produzidos se- rão exibidos e submetidos a outra seleção, que vai esco- lher três projetos para rece- ber R$ 2,6 milhões para a produção dos 13 episó- dios. Entre os que participa- ram do “pitching”, a maio- ria era do eixo Rio-São Pau- lo, com apenas um de Mi- nas – do experiente rotei- rista e dramaturgo Carlos Alberto Ratton (que já assi- nou inúmeras obras, entre seriados de TV, longas-me- tragens e peças teatrais) e da produtora Regina Zola Santiago. O projeto, que propõe representar o uni- verso dos motoboys em uma cidade grande, não fi- cou entre os oito seleciona- dos para produzir o episó- dio piloto. (DR) ¬ DOUGLAS RESENDE ENVIADO ESPECIAL ¬ SÃO PAULO. Apesar da tele- visão brasileira estar domi- nada por uma espécie de oligarquia de poucas emis- soras comerciais, existe atualmente um número significativo de pessoas com o desejo de participar da criação e produção de conteúdo televisivo. Esta foi a principal cons- tatação durante a divulga- ção de resultados do FIC- TV, ontem, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, onde estiveram presentes, entre outros, os secretários do Ministério da Cultura (MinC) Alfredo Manevy (secretário-executivo) e Silvio Da-Rin (do audiovi- sual) e a gerente de proje- tos especiais da TV Brasil, Berenice Mendes. O FICTV é um edital do MinC, com orçamento do programa Mais Cultura, para projetos de produção independente para seria- dos televisivos de ficção. Criado recentemente nos moldes do DOCTV – dedi- cado à produção documen- tária –, o programa tem o objetivo de ocupar a pro- gramação da TV Brasil e outras emissoras que se propõem públicas. O FICTV recebeu 225 inscrições, o que surpreen- deu os organizadores, da- da a especificidade do pro- duto e sua complexidade de produção – geralmente pensada para 13 episódios de meia hora cada um. “Esse projeto nos fez perceber a riqueza da pro- dução independente brasi- leira. Esperamos que a TV privada perceba isso tam- bém”, disse Alfredo Mane- vy. “No Brasil, a TV comer- cial se formou de costas pa- ra a produção independen- te. E isso é nocivo não só para os produtores, mas também para a TV comer- cial, que deixa de perceber a realidade do país e tem sua variedade dramatúrgi- ca engessada.” O edital foi elaborado com algumas regras dra- matúrgicas às quais os pro- jetos tiveram que se enqua- drar. Primeiro, o recorte do público ao qual as sé- ries devem se dirigir é a “ju- ventude brasileira das clas- ses C, D e E”. Segundo, a dra- maturgia deve apresentar vi- são original, para além dos padrões rígidos da TV aber- ta. “Buscamos inovação da linguagem e do tratamento do público-alvo”, comentou Mário Borgueth, coordena- dor-executivo do FICTV. A maioria dos projetos se- lecionados surpreendeu por conter esses elementos de forma diversificada e, ao mesmo tempo, dialogar com a estrutura de lingua- gem dos seriados já estabele- cida, que vão desde forma- tos clássicos, de seriados contínuos, ou de seriados que se fecham a cada episó- dio, até outros que flertam com o reality show. Essas regras partiram, se- gundo Silvana Meireles, coordenadora do Mais Cul- tura, de algumas constata- ções. “No recorte da juventu- de, recebemos o dado de que 21% dos jovens nunca leem livros e um quarto não frequenta cinemas ou biblio- tecas”, comentou ela. “Já 94% assiste à TV – grande parte deles, todos os dias”. Daí o consenso no MinC da importância de políticas públicas para a televisão. “Este é o primeiro programa de política cultural para a TV concebida como política de governo”, disse Manevy O repórter viajou a convite do programa Mais Cultura. Televisão REALITY SHOW Record já pensa na segunda edição de “A Fazenda” Página 7 Piloto MinC olha para a TV MAGAZINE Único projeto de Minas não é selecionado ETAPA1 DO EDITAL FICTV/MAIS CULTURA: “Elvis e o Cometa” Autor: Leonardo Garcia Produtora: Mínima Concepção e Produção Visual, RS “A Passagem” Autor: Augusto Geraes Produtora: Televisão Profissional, RJ “Alfavela” Autor: Claudio Lobato Santos Produtora: Uh Tererê Diversão e Arte, RJ “3%” Autor: Pedro Aguilera Fernandes Produtora: Maria Bonita Produções, SP “Vida de Estagiário” Autor: Allan Sieber Produtora: Neoplastique Entretenimento, SP “Natália” Autor: André Alberto Pellenz Produtora: 30 Pés Filmes, RJ “Brilhante Futebol Clube” Autor: Christiano Ribeiro Pereira Produtora: Radar cinema e televisão, SP “Pulo do Gato” Autor: Alam Miranda da Silva Produtora: A Ilha Filmes Locações e Produções, BA CONTINUA NA PÁGINA 2 EDITORIA DE ARTE Ministério da Cultura divulga selecionados de edital para produções independentes de séries televisivas Fomento EDU MORAES/RECORD Teatro. Festival de Bonecos tem duas estreias internacionais hoje. Página 3 wvv leia mais www.otempo.com.br Os selecionados

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¬Dos mais de 200 projetosinscritos, 20 foram selecio-nados para um “pitching”(defesa oral do projeto) queaconteceu entre segunda eterça-feira, diante de umacomissão formada por Ro-berto Moreira, Esther Ham-burger, Cao Hamburger, An-tônio Carlos da Fontoura eBerenice Mendes.

Essa comissão escolheuoito projetos (veja quadroao lado), que vão receberR$ 250 mil para executar osseus planos de desenvolvi-mento da série proposta, oque inclui a produção de umepisódio piloto.

Os pilotos produzidos se-rão exibidos e submetidos aoutra seleção, que vai esco-

lher três projetos para rece-ber R$ 2,6 milhões para aprodução dos 13 episó-dios.

Entre os que participa-ram do “pitching”, a maio-ria era do eixo Rio-São Pau-lo, com apenas um de Mi-nas – do experiente rotei-rista e dramaturgo CarlosAlberto Ratton (que já assi-nou inúmeras obras, entreseriados de TV, longas-me-tragens e peças teatrais) eda produtora Regina ZolaSantiago. O projeto, quepropõe representar o uni-verso dos motoboys emuma cidade grande, não fi-cou entre os oito seleciona-dos para produzir o episó-dio piloto. (DR)

¬ DOUGLAS RESENDE

ENVIADO ESPECIAL

¬ SÃOPAULO. Apesar da tele-visão brasileira estar domi-nada por uma espécie deoligarquia de poucas emis-soras comerciais, existeatualmente um númerosignificativo de pessoascom o desejo de participarda criação e produção deconteúdo televisivo.

Esta foi a principal cons-tatação durante a divulga-ção de resultados do FIC-TV, ontem, na CinematecaBrasileira, em São Paulo,onde estiveram presentes,entre outros, os secretáriosdo Ministério da Cultura(MinC) Alfredo Manevy(secretário-executivo) eSilvio Da-Rin (do audiovi-sual) e a gerente de proje-tos especiais da TV Brasil,Berenice Mendes.

O FICTV é um edital doMinC, com orçamento doprograma Mais Cultura,para projetos de produçãoindependente para seria-dos televisivos de ficção.Criado recentemente nosmoldes do DOCTV – dedi-cado à produção documen-tária –, o programa tem oobjetivo de ocupar a pro-gramação da TV Brasil eoutras emissoras que sepropõem públicas.

O FICTV recebeu 225inscrições, o que surpreen-deu os organizadores, da-da a especificidade do pro-duto e sua complexidadede produção – geralmentepensada para 13 episódiosde meia hora cada um.

“Esse projeto nos fezperceber a riqueza da pro-dução independente brasi-leira. Esperamos que a TVprivada perceba isso tam-bém”, disse Alfredo Mane-vy. “No Brasil, a TV comer-cial se formou de costas pa-ra a produção independen-te. E isso é nocivo não sópara os produtores, mastambém para a TV comer-cial, que deixa de percebera realidade do país e temsua variedade dramatúrgi-ca engessada.”

O edital foi elaboradocom algumas regras dra-matúrgicas às quais os pro-jetos tiveram que se enqua-drar. Primeiro, o recortedo público ao qual as sé-ries devem se dirigir é a “ju-

ventude brasileira das clas-ses C, D e E”. Segundo, a dra-maturgia deve apresentar vi-são original, para além dospadrões rígidos da TV aber-ta. “Buscamos inovação dalinguagem e do tratamentodo público-alvo”, comentouMário Borgueth, coordena-dor-executivo do FICTV.

A maioria dos projetos se-lecionados surpreendeu porconter esses elementos deforma diversificada e, aomesmo tempo, dialogarcom a estrutura de lingua-gem dos seriados já estabele-cida, que vão desde forma-tos clássicos, de seriadoscontínuos, ou de seriados

que se fecham a cada episó-dio, até outros que flertamcom o reality show.

Essas regras partiram, se-gundo Silvana Meireles,coordenadora do Mais Cul-tura, de algumas constata-ções. “No recorte da juventu-de, recebemos o dado deque 21% dos jovens nuncaleem livros e um quarto nãofrequenta cinemas ou biblio-tecas”, comentou ela. “Já94% assiste à TV – grandeparte deles, todos os dias”.

Daí o consenso no MinCda importância de políticaspúblicas para a televisão.“Este é o primeiro programade política cultural para aTV concebida como políticade governo”, disse Manevy

O repórter viajou a convite doprograma Mais Cultura.

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REALITY SHOWRecord já pensa na segunda

edição de “A Fazenda”Página 7

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ÚnicoprojetodeMinasnãoéselecionado

ETAPA1 DO EDITALFICTV/MAIS CULTURA:“Elvis e o Cometa”Autor: Leonardo GarciaProdutora: MínimaConcepção e ProduçãoVisual, RS“A Passagem”Autor: Augusto GeraesProdutora: TelevisãoProfissional, RJ“Alfavela”Autor: Claudio Lobato SantosProdutora: Uh TererêDiversão e Arte, RJ“3%”Autor: Pedro AguileraFernandes

Produtora: Maria BonitaProduções, SP“Vida de Estagiário”Autor: Allan SieberProdutora: NeoplastiqueEntretenimento, SP“Natália”Autor: André Alberto PellenzProdutora: 30 Pés Filmes, RJ“Brilhante Futebol Clube”Autor: Christiano RibeiroPereiraProdutora: Radar cinema etelevisão, SP“Pulo do Gato”Autor: Alam Miranda da SilvaProdutora: A Ilha FilmesLocações e Produções, BA

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Ministério da Cultura divulga selecionados de edital para produções independentes de séries televisivas

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