Outsiders - Resenha

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RESENHA DOS TRÊS PRIMEIROS CAPÍITULOS DO LIVRO “Outsiders: Estudos de Sociologia do Desvio” DE AUTORIA DO CIENTISTA SOCIAL HOWARD BECKER No texto citado, o autor aborda prioritariamente os comportamentos desviantes e os indivíduos que infringem regras vigentes num grupo ou numa sociedade, denominados outsiders, assim como os grupos desviantes. Em seu trabalho, ele discorre sobre as definições de desvio comumente adotadas por cientistas, apontando seus respectivos pontos negativos, além de construir seu próprio conceito de desvio, que consiste num comportamento considerado pelos outros como desviante. Sendo assim, Becker afirma que o desvio é criado pela sociedade, pois “grupos sociais criam o desvio ao fazer as regras cuja infração constitui desvio, e ao aplicar essas regras a pessoas particulares e rotulá-las como outsiders”. Dessa forma, o autor foca seu estudo no processo pelo qual os indivíduos são considerados desviantes e não em suas características pessoais e sociais. Não obstante, o sociólogo frisa que não tem intenção de afirmar que somente atos vistos como desviantes realmente o são, fundindo, em seguida, o entendimento de desvio como um ato considerado pelos outros como desviante ao de desvio como uma ação que infringe uma regra de comportamento. A partir daí,

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RESENHA DOS TRÊS PRIMEIROS CAPÍITULOS DO LIVRO “Outsiders: Estudos de Sociologia do Desvio” DE AUTORIA DO CIENTISTA SOCIAL HOWARD BECKER

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RESENHA DOS TRÊS PRIMEIROS CAPÍITULOS DO LIVRO “Outsiders: Estudos de Sociologia do Desvio” DE AUTORIA DO CIENTISTA SOCIAL HOWARD BECKER

No texto citado, o autor aborda prioritariamente os comportamentos desviantes e os indivíduos que infringem regras vigentes num grupo ou numa sociedade, denominados outsiders, assim como os grupos desviantes.

Em seu trabalho, ele discorre sobre as definições de desvio comumente adotadas por cientistas, apontando seus respectivos pontos negativos, além de construir seu próprio conceito de desvio, que consiste num comportamento considerado pelos outros como desviante.

Sendo assim, Becker afirma que o desvio é criado pela sociedade, pois “grupos sociais criam o desvio ao fazer as regras cuja infração constitui desvio, e ao aplicar essas regras a pessoas particulares e rotulá-las como outsiders”. Dessa forma, o autor foca seu estudo no processo pelo qual os indivíduos são considerados desviantes e não em suas características pessoais e sociais.

Não obstante, o sociólogo frisa que não tem intenção de afirmar que somente atos vistos como desviantes realmente o são, fundindo, em seguida, o entendimento de desvio como um ato considerado pelos outros como desviante ao de desvio como uma ação que infringe uma regra de comportamento. A partir daí, distingue os tipos de comportamento no que diz respeito a desvio, tendo como critérios de distinção a interpretação de um ato pelos outros como desviante e a real infração de um padrão.

Dessa forma, um comportamento é:- Desviante puro, se infringe uma regra de comportamento e é

visto como uma infração pelos outros;- Desviante secreto, caso seja uma infração mas não é sabida ou

julgada pelos outros como tal;- Falsamente acusado, quando se adéqua a algum padrão de

comportamento e, não obstante, é visto julgado como uma infração;- Apropriado, se está reconhecidamente de acordo com as regras.

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Em seguida, o autor faz uma distinção entre os modelos simultâneo e sequencial de análise do desenvolvimento do comportamento individual, se posicionando a favor do último.

O primeiro desses modelos consiste numa tentativa de explicação de comportamentos desviantes a partir da ocorrência simultânea de fatores que contribuem para o comportamento em questão. Já o modelo seqüencial vê o desvio como desenvolvido numa sequência de passos que resultam em tal comportamento. Assim, a explicação de cada passo explica parte do comportamento final.

Para exemplificar isso, Becker discorre a partir de um modelo seqüencial sobre o encadeamento de comportamentos, ou a forma como eles se desenvolvem, que levam o indivíduo a se tornar um usuário de maconha. De acordo com ele, há três condições, que surgem sequencialmente, pelas quais os indivíduos devem passar para chegarem ao uso de maconha por prazer e, por conseguinte, tornarem-se usuários dessa droga, já que esse é o motivo pelo qual ela é consumida, tendo em vista que tal psicotrópico não causa dependência, fazendo com que seu uso não seja compulsivo.

Tais condições são o aprendizado da técnica correta de usar maconha, do reconhecimento dos efeitos da droga e da apreciação desses efeitos.