Página Setor orienta produtores de leite a cortarem custos · Produtos Derivados (Sindilat)....

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Página 5 Preços de Referência Matéria-prima (l) Outubro Novembro Dezembro* Acima do padrão R$ 0,9536 R$ 1,0008 R$ 0,9625 Padrão R$ 0,8292 R$ 0,8702 R$ 0,8369 Abaixo do padrão R$ 0,7463 R$ 0,7832 R$ 0,7532 Obs.: os valores são posto plataforma, considerando produção de 1.000l/dia. *Projeção V ENDE-SE EXCELENTE SÍTIO 112 ha BR 472 – Gutierrez/Barra do Quarai – Fronteira com Uruguai Possui luz elétrica – Sinal de celular – Local agradável. Propriedade ideal para quem quer ter uma vida no campo com toda a tranquilidade. A sede possui sobrado com 2 dormitórios + salão de festas + churrasqueira. Casa auxiliar para caseiro – 2 poços – 3 galpões – caminhonete S-10 simples – trator equipado. Propriedade composta por campo de boa qualidade – água abundante (2 barragens). Áreas comuns - acesso asfaltado – area verde - arvorísmo – casa sede - galpões – pasto de qualidade – árvores frutíferas. Direto com o proprietário. Miguel Ângelo Rispoli Fones: (55) 99621-4360 / (55) 3412-4044 Uruguaiana – Rs A tão esperada recuperação de preços do leite não veio. Depois de registrar alta em novembro como reflexo da suspensão das importações de leite do Uruguai, o valor projetado pelo Conseleite para dezembro é de R$ 0,8369 - 3,83% abaixo do consolidado no mês anterior (R$ 0,8702). Por conta disso, o grupo de- cidiu orientar aos produtores que reduzam os custos de pro- dução e, consequentemente, a oferta interna. É o jeito de buscar melhor equilíbrio na cadeia produtiva e tentar via- bilizar novamente a atividade. “Fizemos todo um trabalho de melhoria de mercado, que até sinalizou recuperação, mas agora retroagiu. O produtor precisa se reassegurar, incluir em seu planejamento a redução de custo. A situação é gra- ve”, afirma o presidente da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues. O dirigente explica que cada produtor deve adequar a produção individualmente, conforme sua realidade, mas que a ação no campo provavel- mente envolverá descarte de vacas que apresentam longos períodos de lactação ou que estejam no final da vida útil e revisão da dieta alimentar do rebanho. O Conseleite ainda aponta que uma possível re- dução de 10% na produção, consequência dos cortes nas propriedades, poderia reabilitar a atividade, trazendo novamente margens interessantes pela re- lação de oferta e demanda. “É consenso que a situação está péssima para o setor, tanto para a indústria quanto para o produtor”, diz o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, também à frente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat). Relatório da assessoria econômica do Sistema Farsul estima alta de 4% na produ- ção de leite gaúcha em 2017, chegando a 3,37 bilhões de litros. O consumo de lácteos, por outro lado, caiu 5% entre 2013 e 2016, estando hoje em 166 litros per capita/ano, se- gundo o Rabobank. “A crise econômica atingiu todos os setores, e o Brasil exibiu três anos de queda consecutivas do PIB, afetando diretamente o consumo das famílias, que desde 2014 já retraiu 11%”, informa o documento. A consequên- cia é uma queda acumulada de 20% na remuneração pelo leite nos dez primeiros meses do ano passado, com base em números do Cepea/Esalq. O valor de outubro foi o menor desde janeiro de 2016. A situação, mostra o estudo, derruba os preços em todos os elos da cadeia, mas é pior para o produtor. “A indústria é livre para adquirir leite mais barato dos países vizinhos e recompor suas margens, já os produtores são compelidos a vender o seu leite no merca- do interno, pois não tem as mesmas vantagens do setor industrial”. Lembra a seguir que a compra de leite uruguaio e argentino afetou diretamente a cotação interna ao longo do ano, e que eles apresentam custos de produção meno- res e possuem as mesmas condições de comércio que o produtor nacional. O Conseleite atribuiu a nova retração no valor de referência do leite em de- zembro ao período de festas Setor orienta produtores de leite a cortarem custos A reunião mais recente do Conseleite também foi mar- cada pela aprovação de novos parâmetros de cálculo para o valor de referência do produto, que passam a vigorar a partir deste mês. A atualização de- mandou dois anos de pesquisa por parte da câmara técnica do grupo e corrige defasagem de cerca de 9% nos custos de produção na indústria e nos tambos, considerando as mu- danças tecnológicas ocorridas desde 2005, de quando datava o último levantamento. A medida traz mudanças Conseleite aprova novos parâmetros de cálculo substanciais de rendimento na indústria e na participação da matéria prima em cada deri- vado, segundo o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Marco Antonio Montoya. O valor de referência gaúcho também deverá estar mais alinha- dos com os de Santa Catarina e Paraná, que já implementaram ajustes. A câmara técnica é formada por dois represen- tantes dos laticínios e outros dois da produção rural, além da equipe técnica da UPF, contratada para tabulação e análise dos dados publicados mensalmente. de fim de ano, que impacta o consumo de lácteos. A queda foi puxada pelo leite UHT (-6,51%) e em pó (-2,31%), os dois itens mais importantes na composição do mix das indústrias gaúchas. O setor espera ainda que, depois da retomada da importação de leite uruguaio, o governo cumpra de fato promessas de compensação, como formação de estoques (foram aprovados R$ 12 milhões em recursos pelo Ministério do Desenvolvimento Social em novembro do ano passado), e mecanismos como preço mínimo, recuperação de créditos tributários PIS e Cofins destinados a produto- res, além de regime de cotas para importação de produtos estrangeiros. Rodrigues afirma que é preciso rever planejamentos

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Preços de ReferênciaMatéria-prima (l) Outubro Novembro Dezembro*Acima do padrão R$ 0,9536 R$ 1,0008 R$ 0,9625Padrão R$ 0,8292 R$ 0,8702 R$ 0,8369Abaixo do padrão R$ 0,7463 R$ 0,7832 R$ 0,7532

Obs.: os valores são posto plataforma, considerando produção de 1.000l/dia. *Projeção

VENDE-SE EXCELENTE SÍTIO 112 haBR 472 – Gutierrez/Barra do Quarai – Fronteira com Uruguai

Possui luz elétrica – Sinal de celular – Local agradável.Propriedade ideal para quem quer ter uma vida no campo com toda a tranquilidade.

A sede possui sobrado com 2 dormitórios + salão de festas + churrasqueira.Casa auxiliar para caseiro – 2 poços – 3 galpões – caminhonete S-10 simples – trator equipado.Propriedade composta por campo de boa qualidade – água abundante (2 barragens).Áreas comuns - acesso asfaltado – area verde - arvorísmo – casa sede - galpões – pasto de qualidade – árvores frutíferas.

Direto com o proprietário.Miguel Ângelo Rispoli

Fones: (55) 99621-4360 / (55) 3412-4044Uruguaiana – Rs

A tão esperada recuperação de preços do leite não veio. Depois de registrar alta em novembro como reflexo da suspensão das importações de leite do Uruguai, o valor projetado pelo Conseleite para dezembro é de R$ 0,8369 - 3,83% abaixo do consolidado no mês anterior (R$ 0,8702). Por conta disso, o grupo de-cidiu orientar aos produtores que reduzam os custos de pro-dução e, consequentemente, a oferta interna. É o jeito de buscar melhor equilíbrio na cadeia produtiva e tentar via-bilizar novamente a atividade. “Fizemos todo um trabalho de melhoria de mercado, que até sinalizou recuperação, mas agora retroagiu. O produtor precisa se reassegurar, incluir em seu planejamento a redução de custo. A situação é gra-ve”, afirma o presidente da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues.

O dirigente explica que cada produtor deve adequar a produção individualmente, conforme sua realidade, mas que a ação no campo provavel-mente envolverá descarte de vacas que apresentam longos períodos de lactação ou que estejam no final da vida útil e revisão da dieta alimentar do rebanho. O Conseleite ainda aponta que uma possível re-dução de 10% na produção, consequência dos cortes nas propriedades, poderia reabilitar a atividade, trazendo novamente

margens interessantes pela re-lação de oferta e demanda. “É consenso que a situação está péssima para o setor, tanto para a indústria quanto para o produtor”, diz o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, também à frente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat).

Relatório da assessoria econômica do Sistema Farsul estima alta de 4% na produ-ção de leite gaúcha em 2017, chegando a 3,37 bilhões de litros. O consumo de lácteos, por outro lado, caiu 5% entre 2013 e 2016, estando hoje em 166 litros per capita/ano, se-gundo o Rabobank. “A crise econômica atingiu todos os setores, e o Brasil exibiu três anos de queda consecutivas do PIB, afetando diretamente o consumo das famílias, que desde 2014 já retraiu 11%”, informa o documento. A consequên-cia é uma queda acumulada

de 20% na remuneração pelo leite nos dez primeiros meses do ano passado, com base em números do Cepea/Esalq. O valor de outubro foi o menor desde janeiro de 2016.

A situação, mostra o estudo,

derruba os preços em todos os elos da cadeia, mas é pior para o produtor. “A indústria é livre para adquirir leite mais barato dos países vizinhos e recompor suas margens, já os produtores são compelidos a vender o seu leite no merca-do interno, pois não tem as mesmas vantagens do setor industrial”. Lembra a seguir que a compra de leite uruguaio e argentino afetou diretamente a cotação interna ao longo do ano, e que eles apresentam custos de produção meno-res e possuem as mesmas condições de comércio que o produtor nacional.

O Conseleite atribuiu a nova retração no valor de referência do leite em de-zembro ao período de festas

Setor orienta produtores de leite a cortarem custos

A reunião mais recente do Conseleite também foi mar-cada pela aprovação de novos parâmetros de cálculo para o valor de referência do produto, que passam a vigorar a partir deste mês. A atualização de-mandou dois anos de pesquisa por parte da câmara técnica do grupo e corrige defasagem de cerca de 9% nos custos de produção na indústria e nos tambos, considerando as mu-danças tecnológicas ocorridas desde 2005, de quando datava o último levantamento.

A medida traz mudanças

Conseleite aprova novos parâmetros de cálculosubstanciais de rendimento na indústria e na participação da matéria prima em cada deri-vado, segundo o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Marco Antonio Montoya. O valor de referência gaúcho também deverá estar mais alinha-dos com os de Santa Catarina e

Paraná, que já implementaram ajustes. A câmara técnica é formada por dois represen-tantes dos laticínios e outros dois da produção rural, além da equipe técnica da UPF, contratada para tabulação e análise dos dados publicados mensalmente.

de fim de ano, que impacta o consumo de lácteos. A queda foi puxada pelo leite UHT (-6,51%) e em pó (-2,31%), os dois itens mais importantes na composição do mix das indústrias gaúchas.

O setor espera ainda que, depois da retomada da importação de leite uruguaio, o governo cumpra de fato promessas de compensação, como formação de estoques (foram aprovados R$ 12 milhões em recursos pelo Ministério do Desenvolvimento Social em novembro do ano passado), e mecanismos como preço mínimo, recuperação de créditos tributários PIS e Cofins destinados a produto-res, além de regime de cotas para importação de produtos estrangeiros.

Rodrigues afirma que é preciso rever planejamentos