Painel - edição 248 - nov.2015

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Há 13 anos o Aeroporto Leite Lopes tem habilitação para operar voos de carga em rotas internacionais, mas esbarra nas obras necessárias para ampliar a infraestrutura Não basta ser internacional EVENTO Cobertura da 8ª Semana de Engenharia AGRONOMIA As mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar CONTRA A CORRUPÇÃO AEAARP adere à campanha painel

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Veículo de divulgação oficial da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP).

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Há 13 anos o Aeroporto Leite Lopes tem habilitação para operarvoos de carga em rotas internacionais, mas esbarra nas obrasnecessárias para ampliar a infraestrutura

Não basta serinternacional EVENTO

Cobertura da8ª Semana de Engenharia

AGRONOMIAAs mudas pré-brotadas de

cana-de-açúcar

CONTRAA CORRUPÇÃOAEAARP adere à campanha

painelAno XVIII nº 248 novembro/ 2015

A E A A R P

Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

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O AEROPORTO, DE NOVO

Vivo em Ribeirão Preto há mais de 40 anos. E desde que me mudei para cá, logo depois

de terminar a faculdade, acompanho de perto as discussões acerca do Aeroporto Leite

Lopes. O enredo todos nós conhecemos e talvez nem mesmo a Biruta instalada lá seja

capaz de indicar para que lado os ventos dessa discussão, aparentemente interminável,

sopra desta vez.

Estão superados os debates acerca da mudança do local, sobre a possível criação de um

novo aeroporto e também a internacionalização. O Leite Lopes é um terminal habilitado

para operação internacional há 13 anos e todos os levantamentos técnicos indicam a

permanência e o inves�mento naquele local.

Observem que enquanto os laudos técnicos não são emi�dos e os pareceres não são

concluídos, não há decisão polí�ca que seja capaz de ultrapassar esta barreira. Nesta

edição da revista Painel, voltamos ao tema na reportagem principal, tantas vezes pautas

na AEAARP e nesta publicação.

A matéria descreve as obras que estão programadas para o Leite Lopes e demonstra

que esses inves�mentos não podem estar sujeitos às disputas. Afinal, a técnica deve

sobrepujar a polí�ca. É neste campo, o da técnica, que devem ser tomadas as decisões

de Estado, aquelas que independem de pessoas e ideologias e se perpetuam. Aeroportos

abandonados em todo o mundo – sim, inves�mentos incorretos não acontecem só no

Brasil – são exemplos disso. Quando o interesse polí�co sobrepõe-se à técnica, a chance

de cometer erros aumenta.

Nesta edição também estão relatadas as palestras proferidas na 8ª Semana de En-

genharia, a úl�ma semana técnica promovida pela Associação neste ano de 2015. Há

também a cobertura fotográfica do Almoço dos Agrônomos, um dos eventos sociais mais

tradicionais do nosso calendário. A cada período procuramos criar ambientes como este

dos colegas agrônomos, que proporcionem o diálogo, fortaleçam a amizade e possibilitem

contatos de trabalho.

É assim que mais um encontro social, o Happy Hour, começa a se firmar como tradição

na AEAARP. Todos os meses cerca de 100 pessoas atendem ao nosso convite e se reúnem

com os amigos na sede da AEAARP.

Esta edição da Painel é, portanto, a síntese da missão à qual a Associação de propõe:

fortalecer os debates técnicos que influenciam na qualidade de vida e no desenvolvimento

da cidade, aprimorar os laços de amizade e companheirismo entre os associados e ofe-

recer conhecimento técnico que influencie nas carreiras de estudantes e profissionais.

Eng. civil Carlos AlencastrePresidente

Eng. civilCarlos Alencastre

Editorial

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Expediente

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

ÍndiceESPECIAL 05A culpa é de quem?

TECNOLOGIA 09Programa gratuito para cálculo de estruturas

ENGENHARIA 108ª Semana de Engenharia

CAMPANHA 17AEAARP contra a corrupção

EVENTO 18Orgulho de ser agrônomo

AGRONOMIA 22Melhorando o potencial produtivo da cana

FOCO 24

CREA-SP 25PPRA e PCMAT são privativos dos profissionais do CREA

NOTAS E CURSOS 26

A S S O C I A Ç Ã ODE ENGENHARIAARQUITETURA EAGRONOMIA DERIBEIRÃO PRETO

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente

Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho2º Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. agr. Callil João FilhoDiretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes AlvesDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes AraújoDiretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaArquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes SantosEngenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna

Conselheiros TitularesEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. civil Edgard CuryEng. civil Elpidio Faria JuniorArq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do AmaralEng. agr. Geraldo Geraldi JrEng. agr. Gilberto Marques SoaresEng. mec. Giulio Roberto Azevedo PradoEng. elet. Hideo KumasakaEng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoArq. Luiz Eduardo Siena MedeirosArq. e urb. Maria Teresa Pereira LimaEng. civil Ricardo Aparecido Debiagi

Conselheiros SuplentesEng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArq. e urb. Celso Oliveira dos SantosEng. agr. Denizart BolonheziEng. civil Fernando Brant da Silva CarvalhoArq. e urb. Fernando de Souza FreireEng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro

CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARPEng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves

REVISTA PAINELConselho Editorial: - eng. civil Arlindo Sicchieri, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos,eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto [email protected]

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39,cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - [email protected]

Editora: Daniela Antunes – MTb 25679

Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044

Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719Angela Soares - [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Foto da Capa: Bruna Zanuto

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também nãoexpressam, necessariamente, a opinião da revista.

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AEAARP

ESPECIAL

A culpa

Governos federal, estadual e municipal comparPlham aresponsabilidade na execução da ampliação do Aeroporto Leite

Lopes, que exige obras no terminal, na pista e no entorno

Desde 2002, o Aeroporto Leite Lopes

está habilitado para o tráfego interna-

cional de cargas, segundo o Departa-

mento Aeroviário do Estado de São Pau-

lo (DAESP). De acordo com a Prefeitura

Municipal, Ribeirão Preto atrai 7% das

importações do país e as demandas de

pelo menos 250 municípios convergem

para a cidade, o que garan�ria a opera-

ção de um modal aéreo de cargas.

O Leite Lopes foi incluído no Progra-

ma de Aviação Regional, que vai inves-

é de quem?

�r R$ 7,3 bilhões em 270 aeródromos

do Brasil. A Secretaria de Aviação Civil

(SAC), do Governo Federal, não soube

informar quanto será inves�do em Ri-

beirão Preto. Argumenta que os valo-

res serão conhecidos após a conclusão

do anteprojeto, que deveria ter ficado

pronto em 2015 e vai contemplar a am-

pliação e recuperação da pista de pou-

so e decolagem, ampliação do pá�o de

aeronaves para 22 posições, ampliação

do terminal de passageiros e reforma

Fonte: Daesp e SAC

Como é Como será

Pista 1.800 metros operacionais 2.100 metros operacionais

Terminal de passageiros 5.362m² 37.939 m²

Pá�o de aeronaves 10 posições 22 posições

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Revista Painel

Área Incorporada ao Sí�o AeroportuárioDeslocamento da Pista de PousoNovo Limite Síio AeroportuárioAdequação de Viário de Acesso ao AeroportoPassaem Inferior

Como será a passagemna Avenida ThomazAlberto WhatelyGaleria dupla de 400 metros

de comprimento

Duas pistas de 3,6 metros de

extensão

Calçadas para pedestres com

1,2 metros em cada sen�do

da seção contra incêndio.

Segundo o Daesp, o projeto básico

entregue à SAC prevê o deslocamento

em 500 metros da pista de pouso em

direção à Avenida Tomaz Alberto Wha-

tely, com a mesma distância de recuo

em relação ao bairro Quin�no Facci. A

obra obje�va ampliar a área operacio-

nal da pista (hoje ela tem 2.100 metros,

mas são usados apenas 1.800 metros),

deslocando a curva de ruído. O Daesp

considera esta a grande vantagem da

obra por conferir ganhos à operação. O

terminal de passageiros terá dois pavi-

À Prefeitura Municipal cabe a inter-

venção em duas ruas laterais (Rua Ame-

ricana e Rua Pouso Alegre) e a implanta-

ção de uma ciclovia no entorno.

Depois de cumpridas estas etapas, o

local estará apto à operação internacio-

nal de cargas, autorizada há 13 anos.

Isso não significa que sairão do Leite Lo-

pes voos regulares de passageiros para

o exterior. Neste caso, as empresas de-

mentos, pontes de embarque e a área

comercial será ampliada.

Ao Governo do Estado de São Paulo,

cabe a intervenção nas estruturas viá-

rias do entorno, como a implantação de

passagem inferior na Avenida Thomas

Alberto Whately, que será a�ngida pelo

deslocamento da pista, e as desapro-

priações no entorno. Segundo o Daesp,

este projeto foi elaborado pela empresa

Desenvolvimento Rodoviário S/A (Der-

sa) e dará fluidez ao tráfego da avenida,

reduzindo distâncias e tempo de deslo-

camento.

Fonte: Daesp

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AEAARP

PROJETOS ELÉTRICOS EMMÉDIA TENSÃO

CONSTRUÇÃO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIAELETRICA AEREA

TRANSFORMADOR EM PEDESTAL EM REDESUBTERRÂNWEA

ILUMINAÇÃO ORNAMENTAL

INSTALAÇÃO CAIXA DE INSPEÇÃO CI

[email protected]

FONE (16) 3102 5017 RIBEIRÃO PRETO—SP

INSTALAÇÃO DE TUBULAÇÃO REDESUBTERRÂNEA

www.lopesesilva.net.br

PROJETOS E EXECUÇÃO DE REDES DEDISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

+

+++++++ +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++

++++++++++ +++++++++++++++++++++++++++++++

++++++++++++++ +

++

+++++++++ de 1 milhão de pessoas passam pelo

Aeroporto Leite Lopes todos os anos

O Daesp explica que a internaciona-

lização do aeroporto atende a critérios

técnicos definidos por análise de mer-

cado. Alves alerta para o fato de, no

mundo, exis�rem “elefantes brancos”,

que consumiram grandes volumes de

recursos e nunca atenderam os propósi-

tos aos quais estariam des�nados (veja

os exemplos no box da próxima página).

Em 2011, Alves ministrou palestra na

AEAARP como parte dos esforços da en-

�dade em tratar a questão do aeropor-

to do ponto de vista técnico. Naquela

Painelque o Leite Lopes é bem localizado, ofe-

rece conforto para o acesso, uma vez

que está às margens da Rodovia Anhan-

guera, e o trajeto das aeronaves para

pousos e decolagens preserva a cidade.

O fluxo de pessoas foi mais um indica-

dor analisado por Alves, e no aeropor-

to de Ribeirão Preto este índice cresce

com mais velocidade do que em todos

os outros aeroportos paulistas adminis-

trados pelo Daesp.

vem iden�ficar a demanda para depois

oferecerem o serviço. O Leite Lopes po-

derá receber aeronaves exclusivamente

de cargas, que exige infraestrutura es-

pecífica e diferente daquela necessária

para os passageiros.

O engenheiro Cláudio Jorge Pinto Al-

ves, docente do Ins�tuto Tecnológico

de Aeronáu�ca (ITA), explica que para

a operação de cargas, não é necessário,

por exemplo, a permanência de profis-

sionais dos órgãos reguladores e de se-

gurança, como Receita Federal e Polícia

Federal. Eles podem ser acionados por

demanda, ou seja, quando es�ver agen-

dada a chegada de uma aeronave. Já no

terminal de passageiros, os postos de-

vem funcionar ininterruptamente.

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8

Revista Painel

ResponsabilidadesA SAC afirma que o anteprojeto não

foi concluído no prazo es�pulado pelo

fato de não estarem prontas todas as

licenças necessárias. A úl�ma é a que

analisa a curva de ruídos, que significa

o impacto sonoro da operação do ae-

roporto para a vizinhança. A Compa-

nhia Ambiental do Estado de São Pau-

Os elefantes brancos

Cláudio Jorge Pinto Alves, docente do Ins�tuto Tecnológi-

co de Aeronáu�ca (ITA), afirma que aeroportos fantasmas

ou subu�lizados tornaram-se problemas globais. Em todo

o mundo, 69% dos aeroportos operam com prejuízo, se-

gundo Conselho Internacional de Aeroportos.

No mundo

Na cidade histórica de Jaisalmer, em 2013 foi acoplado a uma

base aérea. Custou US$17 milhões e tem capacidade para ope-

rar três aviões narrow-body de 180 passageiros com fluxo anual

de 300.000 passageiros. Nunca foi usado e está abandonado.

Em Ciudad Real, o aeroporto aberto em 2008 foi projetado como

alterna�va ao Aeroporto Internacional de Barajas, em Madrid,

distante cerca de 240 quilômetros. Custou US$1,1 bilhão e ne-

nhum passageiro o u�lizou até 2012, quando foi fechado.

Índia

Espanha

No Brasil

Araca�

Goianá

Na pista de 1.800 metros, que pode receber aeronaves de gran-

de porte, só pousam jatos execu�vos e de táxi aéreo. O aeropor-

to, que é novo, consumiu R$ 36 milhões na construção. Espe-

rava-se que a operação internacional alavancasse o turismo na

praia de Canoa Quebrada, que fica no município.

O Aeroporto Internacional Presidente Itamar Franco fica a 46

quilômetros de Juiz de Fora (MG). É a segunda maior infraestru-

tura aeroportuária de Minas Gerais; a pista tem 2.540 metros

de extensão a 411 metros de al�tude. A construção foi anuncia-

da em 2001, as obras inauguradas em 2005, mas, somente em

agosto de 2011 passou a ser u�lizado. Foram inves�dos mais de

R$100 milhões no aeroporto, que exigiu mais de R$50 milhões

adicionais na construção de estrada pavimentada que permi�s-

se o acesso à ele.

Fonte: Engenheiro Cláudio Jorge Pinto Alves

lo (Cetesb), informou que “o DAESP já

apresentou os estudos sobre as curvas

de ruído, levando-se em consideração

o deslocamento da pista existente, de

modo a mi�gar o ruído. Os estudos es-

tão em análise pela equipe técnica que

trata deste assunto na CETESB e neste

momento não há previsão para a con-

clusão”. O Daesp argumenta que as me-

didas que devem ser adotadas na parte

que lhe cabe nesta parceria dependem

do anteprojeto da SAC.

Para a AEAARP, o aeroporto é estraté-

gico para a região. “A discussão do local

onde está instalado já é superada, é in-

cabível inves�r em uma nova estrutura

se aquela tem condições de ser u�liza-

da”, lembra o engenheiro Carlos Alen-

castre, presidente da Associação. Esta

foi uma das discussões que pautaram

os debates acerca do Leite Lopes nas

úl�mas décadas. “Se este debate está

superado e a internacionalização está

definida, não podem exis�r imbróglios

polí�cos que atrasem tanto a efe�vação

do projeto”, pondera.

Alencastre acredita que as questões

técnicas devem subsidiar as decisões

administra�vas em relação ao Leite Lo-

pes. “As paixões devem ser colocadas

em segundo plano quando a respon-

sabilidade dos gestores exige medidas

que vão impactar no futuro de uma re-

gião tão importante quanto a de Ribei-

rão Preto”, afirma.

O engenheiro José de Oliveira Reis pre-

parou o projeto do primeiro Plano Diretor

da história de Ribeirão Preto em 1945.

Nele, sugeriu o redimensionamento do

aeroporto para que pudesse receber

aeronaves mais potentes no futuro. De

seu projeto, uma das poucas sugestões

acatadas foi a transferência da estação

ferroviária para o local onde está agora.

Oliveira Reis havia orientado para que a

linha férrea se comunicasse com o aero-

porto, criando um porto seco. Alencastre

afirma que esta história demonstra como

as decisões técnicas devem se sobrepor

as decisões administra�vas e polí�cas.

“Só com planejamento podemos dimen-

sionar as necessidades da cidade”, diz.

Page 9: Painel - edição 248 - nov.2015

tenham acesso às informações necessárias

e se atualizem quanto à revisão da norma”,

destacou o engenheiro Lima da Silva.

Como surgiuO programa foi criado em 2014 como

trabalho de conclusão de curso do en-

genheiro Lima da Silva. Ele já gostava de

programar computadores e aprendeu a

linguagem Java para buscar a implemen-

tação da norma técnica em plataforma

descomplicada para o usuário.

Depois de concluir a graduação, ele

lapidou o programa e o lançou no E-tools,

espaço virtual da UPF que disponibiliza

programas para aqueles que trabalham

com engenharia e arquitetura.

“Já tínhamos um software anterior

baseado na norma anterior, chamado de

Visual Taco, mas já estava ultrapassado

devido à mudança na norma, que aconte-

ceu em 2011. Precisávamos de uma nova

ferramenta com as normas atualizadas”,

salientou o professor Pravia. Ele orientou o

trabalho de conclusão de curso e coordena

a página E-tolls, que existe há 10 anos.

A página na internet tem 24,5 mil usu-

ários cadastrados, oriundos de vários paí-

ses, como Argen�na, Venezuela, Uruguai e

Portugal, e disponibiliza outros programas

produzidos pela UPF que são ferramentas

computacionais para o ensino de engenha-

ria. O projeto conta com apoio da Funda-

ção de Amparo à Pesquisa do Estado do

Rio Grande do Sul (Fapergs), do Conselho

Nacional de Desenvolvimento Cien�fico e

Tecnológico (CNPq) e do Centro Brasileiro

da Construção em Aço (CBCA).

TECNOLOGIA

cálculo de estruturasPrograma gratuito para

O aplicativo JWood, programa edu-

cacional para cálculo de estruturas de

madeira desenvolvido na Universidade

de Passo Fundo (UFP), promete ser eficaz

para auxiliar no cálculo conforme a norma

técnica vigente. A ferramenta foi desen-

volvida pelo engenheiro Juliano Lima da

Silva e pelo professor da Faculdade de

Engenharia e Arquitetura (Fear), Zacarias

Mar�n Chamberlain Pravia.

Segundo os autores, o diferencial do

JWood está no fato de que ele atualiza

conceitos de engenharia no espaço com-

putacional. O foco do programa parte da

revisão da norma técnica, a NBR 7190,

de 30 de agosto de 1997, referente a

Projetos de Estruturas de Madeira, na

qual são apresentadas tabelas, fórmulas e

métodos de cálculos estruturais extensos

e complexos. O sozware é des�nado a

estudantes que buscam conhecimentos

na área de estruturas, professores que

desejam u�lizar a ferramenta para acom-

panhar suas aulas e profissionais do ramo

de projetos e construção.

Segundo o professor Pravia, os usuários

podem emi�r um relatório de todo o di-

mensionamento das peças u�lizadas de

acordo com a norma brasileira.

Como funcionaO usuário deve inserir dados referen-

tes ao dimensionamento do elemento

estrutural a ser calculado e observar

os subsídios re�rados da norma, o que

o auxiliará na tomada de decisões. A

ferramenta acompanha o usuário pelas

etapas de cálculo, mostrando processos

necessários para dimensionar a estrutura.

“O programa busca simplificar e agilizar

o processo de dimensionamento de ele-

mentos de madeira, para que os usuários

Endereço na internet tem este e outros programasgratuitos, produzidos em pesquisas acadêmicas

O programa pode ser baixado

gratuitamente no endereço

www.etools.upf.br

2014 como

.brrrrr

Contamos com suacolaboração!

Destine16% dovalorda ARTpara aAEAARP

(Associação deEngenharia, Arquitetura

e Agronomia deRibeirão Preto)

Agora você escreve o nome

da entidade e destina parte do

valor arrecadado pelo CREA-SP

diretamente para a sua entidade

Page 10: Painel - edição 248 - nov.2015

10

Revista Painel

ENGENHARIA

Fontes de geração de energia renovável e redução do consumode energia elétrica foram os destaques da semana

8ª Semana deEngenharia

A importância daBioeletricidadeJoão Carlos de Souza Meirelles,engenheiro civilSecretário de Energia doEstado de São PauloSão Paulo-SP

O engenheiro civil João Carlos de Sou-

za Meirelles, secretário de Energia do

Estado de São Paulo, apresentou a ma-

triz energé�ca do estado e o compara�-

vo em relação ao país.

De acordo com o balanço energé�co

do estado, em 2014 foram produzidos

43% da energia elétrica consumida. Os

Atenta à crise do setor energé�co,

a AEAARP convidou especialistas em

energia para a 8ª Semana de Engenha-

ria. Segundo o engenheiro naval José

Eduardo Ribeiro, diretor de Engenha-

ria da AEAARP e coordenador cien�fi-

co do evento em parceria com o vice-

presidente, engenheiro Tapyr Sandroni

Jorge, a vocação da região de Ribeirão

Preto em geração de energia alterna�va

vem da grande produção de etanol, de-

rivado da cana-de-açúcar, e também da

produção de energia elétrica excedente

nas caldeiras das usinas. A seguir, o re-

sumo das palestras, cujos vídeos estão

disponíveis na sede da Associação.

O evento reuniu centenas de profissionais e estudantes na AEAARP

outros 57% precisaram ser importa-

dos. Meirelles lembrou que no início de

2015, o estado de São Paulo teve um

apagão em decorrência de uma oscila-

ção de frequência nas linhas de trans-

missão. Para evitar o problema, ele

alerta que é preciso gerar mais energia

próxima aos centros consumidores,

além de diversificar a matriz energé�ca.

Estado de São PauloO secretário esclareceu que o estado

tem adotado diversas soluções estraté-

gicas como, por exemplo, a u�lização do

gás natural, ampliação da produção das

energias renováveis, aumento da efici-

Page 11: Painel - edição 248 - nov.2015

11

AEAARP

ência energé�ca e redução das emissões

de carbono para amenizar a crise ener-

gé�ca. “Estamos esgotando o potencial

hidroelétrico brasileiro. E não estamos

aproveitando a água excedente do perí-

odo da cheia para garan�r a energia du-

rante a seca. Por isso, precisamos produ-

zir energia de outras fontes”.

Para esclarecer o aumento de 60,1%

na conta de energia do consumidor re-

sidencial, que aconteceu nos úl�mos

meses, Meirelles explica que foram

acionadas 21 usinas termoelétricas da

Petrobras, em ciclo aberto – que é aque-

le em que a usina funciona oito horas

por dia, para produzir energia durante o

horário de pico (entre 14h e 19h).

O secretário defende que para en-

frentar os problemas da crise energé�-

ca é preciso gerar energia termoelétrica

na base, por meio do ciclo combinado

– aquele que a usina trabalha 24 horas

por dia e sete dias por semana.

Fontes renováveisA energia derivada da cana-de-açúcar,

litros de etanol anidro e 11.509 milhões

de litros de etanol hidratado. Quanto

à gasolina, excluído os 27% de etanol

adicionado, foram consumidos 19.816

milhões de litros.

Iluminação LED – Mitose VerdadesRoberto de Azevedo, engenheiroDiretor da RA Consultoria em qualida-de e produ�vidadeRibeirão Preto-SP

LED é a sigla de Light Emi�er Diode,

que traduzido para o português signifi-

ca diodo emissor de luz. Foi criado na

década de 1960 e aperfeiçoado nos úl-

�mos anos. Há oito anos, o engenheiro

Roberto de Azevedo esteve na China

para visitar 28 fábricas de LED, que pro-

duziam para países da Europa e tam-

bém para os Estados Unidos. Os produ-

tos eram feitos seguindo os critérios de

fabricação e cer�ficação desses países,

garan�ndo a sua qualidade.

Azevedo explicou que a China é um

dos pouquíssimos países que fabricam

o LED. No Brasil, por exemplo, não exis-

te indústria que cria os componentes

eletrônicos do LED. Aqui, as empresas

montam esses produtos.

por exemplo, só é produzida durante o

período de safra, que acontece entre

abril e novembro. “A geração de energia

com derivados da cana não se sustenta,

pois teríamos oito meses de energia. O

que nós faríamos nos outros quatro me-

ses da entressafra?”, indagou.

Para Meirelles, a energia solar preci-

sa ser difundida, porém produz apenas

algumas horas por dia. “Para intensifi-

car o uso dessa matriz, precisaríamos

desenvolver equipamentos que arma-

zenem essa energia”. Já a eólica, o se-

cretário diz que a média de produção é

boa, porém sofre com a oscilação, mes-

mo em locais com muito vento.

Região de Ribeirão PretoO secretário assinou um acordo em

Sertãozinho-SP entre uma distribuido-

ra de gás natural da região e uma usi-

na de Itápolis. “Estamos criando um

programa da u�lização do biometano,

originado da transformação da vinhaça,

para subs�tuir o diesel no transporte de

cana dentro das usinas”. O projeto será

iniciado em 2016.

Meirelles lembrou que a demanda

por etanol começou a par�r da década

de 1970, com a crise do petróleo. “Hoje,

89% dos veículos leves do Brasil são

flex. Só no ano passado, foram produzi-

dos 2.840.000 veículos flex”.

“Neste ano, consumimos quase a

mesma quan�dade de gasolina e de

etanol”. De janeiro a agosto de 2015,

foram consumidos 18.838 milhões de li-

tros de etanol – sendo 7.329 milhões deJoão Carlos de Souza Meirelles Roberto de Azevedo

Page 12: Painel - edição 248 - nov.2015

12

Revista Painel

Mitos e verdadesHá mitos em relação ao LED como,

por exemplo, que o produto não es-

quenta. “O LED esquenta sim”, disse o

engenheiro. Outro mito é que as lâm-

padas LED duram para sempre. “A pre-

visão de duração da LED gira entre 45

mil a 50 mil horas, ou seja, entre 8 e 10

anos, dependendo do uso”.

As lâmpadas LED não emitem raios

ultravioletas e infravermelhos, econo-

mizam até 80% de energia e não supor-

tam ambientes úmidos. “Os sistemas

em LED são caros, porém o retorno de

inves�mento é rápido. Em três ou qua-

tro meses já se paga o custo inicial”. O

engenheiro contou que uma loja de Ri-

beirão Preto gastava cerca de 420 qui-

lowa�-hora por mês com lâmpadas flu-

orescentes. Com a troca para o sistema

LED, o consumo caiu para 86 kWh por

mês. “A concessionária de energia foi lá

para ver se não �nha gato”.

InmetroA par�r do dia 15 de dezembro de

2015, todo produto LED que entrar no

Brasil deverá ser cer�ficado pelo Ins�-

tuto Nacional de Metrologia, Qualidade

e Tecnologia (Inmetro). Até então, lâm-

padas LED produzidas inteiramente em

plás�co ou em uma espécie de alumínio

cortante estavam sendo comercializa-

dos legalmente no país. “As lâmpadas

LED que não oferecem risco para o

consumidor são aquelas feitas com ba-

quelites e termoplás�cos, componentes

resistentes ao calor”.

Segundo Azevedo, uma empresa chi-

nesa produzirá lâmpadas para comer-

cializar no Brasil. Para isso, criou labora-

tórios de testes no Quênia, Madagascar

e África do Sul – países com a mesma

incidência solar do Brasil – para garan�r

a qualidade do produto.

Na opinião de Azevedo, falta incen�-

vo para a disseminação do LED no Bra-

sil. “O IPI, por exemplo, passou de 10%

para 15%. Sem contar o aumento do dó-

lar, visto que a tecnologia é importada”.

Energia SolarFotovoltaica – leis epolí�ca públicaRoseli Doreto, advogada, e

Fernando Medeiros, engenheiroquímico

Diretores Energybras Energias

Renováveis

Ribeirão Preto-SP

O mercado de energia fotovoltaico

está se desenvolvendo no Brasil, se-

gundo o engenheiro químico Fernando

Medeiros, e as principais caracterís�cas

dessa tecnologia são:

-redução da dependência energé�ca

das fontes de energias fósseis,

-u�lização imediata da energia gera-

da, com a possibilidade de armazena-

Como comprar

- Verificar a qualidade e o formato

do alumínio. Alguns modelos são

cortantes na hora da instalação.

- Checar as marcas. Existem mui-

tas marcas desconhecidas e não

cer�ficadas.

mento em baterias ou envio para a rede

de distribuição,

-possibilidade de ser instalada em lo-

cais não atendidos por outras fontes de

energia,

-vida ú�l es�mada em 25 anos,

-baixo índice de manutenção.

Existem dois �pos geração de ener-

gia. A centralizada, como a Usina Itai-

pu, que necessita de grandes linhas de

transmissão até chegar ao consumidor

final, processo no qual há perda de até

30% de energia. E a distribuída, como a

fotovoltaica, pois a energia é produzida

no próprio local do consumo e a perda

é mínima.

Instalação e funcionamentoOs módulos dos painéis fotovoltaicos

são posicionados em direção ao norte.

“Quando fazemos um projeto, posicio-

namos os painéis pensando em todas as

estações do ano e no deslocamento do

sol”. O sistema precisa receber radiação

direta do sol para que funcione, segun-

do o engenheiro. Em dias nublados, por

exemplo, a geração de energia é discre-

ta.

Os módulos são cons�tuídos por cé-

lulas fotovoltaicas, disposi�vos desen-

volvidos para realizar a conversão direta

de energia solar em energia elétrica. O

Roseli Doreto

Page 13: Painel - edição 248 - nov.2015

13

AEAARP

material mais usado nestes sistemas é o

silício cristalino.

Quando a radiação solar a�nge os

módulos, são a�vados os elétrons das

células fotovoltaicas, formando uma

corrente elétrica con�nua que é enca-

minhada para os inversores, que con-

vertem a energia con�nua para a al-

ternada – �po de energia comum em

residências. “Esse inversor consegue

verificar também se está ocorrendo um

consumo instantâneo na casa”, explicou

Medeiros.

ProjetoPara iniciar o projeto de implantação

do sistema fotovoltaico é preciso checar

o posicionamento geográfico do lote, o

consumo anual de energia elétrica e a

área disponível no telhado. Com isso, é

elaborado um memorial descri�vo do

projeto, de acordo com as normas téc-

nicas da distribuidora de energia, e se

inicia o processo de solicitação de aces-

so à distribuidora.

Paralelamente, são instalados os mó-

dulos solares e um técnico da conces-

sionária de energia realiza a vistoria no

local. Com a aprovação da distribuido-

ra, é solicitada a subs�tuição do me-

didor de energia e dá inicio à geração

de energia pelo sistema fotovoltaico.

Iden�ficação dos mini e micro geradores

Todo estabelecimento gerador de energia fotovoltaica precisa ter placa

de iden�ficação. Isso evita acidentes quando a rede das concessionárias de

energia precisa de reparos. Medeiros acrescenta que, quando a energia da

rede cai, o inversor do sistema fotovoltaico automa�camente derruba a ener-

gia do estabelecimento também, o que é mo�vo de reclamação de alguns

consumidores. “Para que o produtor de energia fotovoltaica não fique sem

energia elétrica durante um apagão da rede, seriam necessários sistemas de

automação, que encareceriam o produto”.

A advogada Roseli Doreto explicou que é pleiteado junto à Agência Nacio-

nal de Energia Elétrica (ANEEL) o inversor híbrido – equipamento que aciona

automa�camente baterias instaladas no sistema fotovoltaico quando cai a

energia da rede. “Durante a interrupção da energia, este sistema trabalharia

como rede secundária e não principal, permi�ndo que o gerador de ener-

gia fotovoltaica não sofra com o apagão”, explicou. A advogada pondera que

quando começa a gerar energia fotovoltaica e diminui o uso da rede, a trans-

missão e distribuição ficam estáveis, o que gera menos queda no sistema.

“Todo processo, desde a criação do pro-

jeto até a aprovação, dura entre 45 e 90

dias”, explicou.

ANEELA mini e micro geração de energia

pelos consumidores foram autoriza-

das pela Agência Nacional de Energia

Elétrica (ANEEL), através da Resolução

482/2012, que pontua quais procedi-

mentos os interessados têm de seguir e

como o sistema deve ser estabelecido.

Medeiros destaca que cada consumi-

dor pode gerar até um megawa� (MW)

de potência no estabelecimento. “Isso

significa, aproximadamente, quatro mil

módulos de sistema fotovoltaico”. Dian-

te da crise do setor energé�co, a ANEEL

tem consulta pública aberta para discu-

�r a possibilidade dos estabelecimentos

– residências ou empresas – gerarem

até 5 MW.

A energia elétrica excedente do sis-

tema fotovoltaico é injetada na rede e

Fernando Medeiros

Page 14: Painel - edição 248 - nov.2015

14

Revista Painel

Automação residencialClaudio Calil, programador eanalista de sistemasDiretor Aureside – Associação Brasileirade Automação ResidencialRibeirão Preto-SP

As exigências por conforto e segu-

rança têm sido fatores para o desen-

volvimento da automação residencial,

segundo o programador e analista de

sistemas Claudio Calil. “Esse recurso

não está mais restrito às pessoas de

classe alta. O acesso rápido e fácil à in-

formação está gerando novas deman-

das de clientes”.

Calil explica que os sistemas automa-

�zados estão 50% mais baratos do que

há cinco anos. “Na cidade de São Paulo,

grande parte dos imóveis já estão com

estrutura para receber a automação”. O

mercado é restrito, pois os equipamen-

tos precisam integrar diferentes �pos de

equipamentos de fabricantes diversos.

Automação 1.0 e 2.0Na automação residencial 1.0, os sis-

temas principais eram itens de confor-

to. Os custos eram altos restringido o

acesso à tecnologia. Exis�am protocolos

diferentes, gerando alta complexidade

na programação de equipamentos, pois

cada fabricante criava um protocolo par-

o crédito gerado pode ser compensado

em outras unidades consumidoras vin-

culadas ao mesmo Cadastro Nacional

da Pessoa Jurídica (CNPJ) e Cadastro de

Pessoa Física (CPF), em até 36 meses.

“Eu produzo energia fotovoltaica na

minha casa e passei a conta de ener-

gia elétrica dos meus pais para o meu

nome. Agora, o que eu produzo de ex-

cedente é aba�do na conta deles tam-

bém”, comentou o engenheiro.

Mesmo com energia excedente, as

concessionárias con�nuam cobrando

a taxa mínima. “Por isso, quando di-

mensionamos um sistema fotovoltaico,

projetamos uma produção de 90% do

valor médio consumido, pois a taxa mí-

nima sempre vai exis�r”. O engenheiro

explicou que o retorno do inves�mento

pode vir a par�r de três anos. “Isso va-

ria muito em função da tarifa, ou seja,

quanto maior a tarifa de energia, menos

tempo leva para pagar o inves�mento”.

DemandaEm 2013, começou a implantação

dos primeiros sistemas de mini e mi-

cro geração e a procura pela tecnologia

começou a aumentar a par�r de 2014.

“Em 2014, ano de eleição, ainda havia

muita dúvida quanto a redução da tarifa

de energia”. Com o aumento da energia

elétrica, a par�r de 2015, a procura pela

instalação do sistema aumentou expo-

nencialmente. “Instalamos mais painéis

no primeiro semestre de 2015 do que

no ano passado inteiro”.

Alguns dos entraves para disseminar

a tecnologia, segundo o engenheiro,

são a falta de linhas de financiamento

e os altos impostos. “Nos Estados Uni-

dos, por exemplo, a construção de pré-

dios com sistemas fotovoltaicos garante

isenção de impostos, que acaba pagan-

do todo o sistema”, finaliza. Cláudio Calil

�cular. “Com isso, não era possível a inte-

gração dos vários equipamentos de uma

residência”. Os primeiros programas

também eram instáveis e incompletos,

contou Calil, e a mão de obra de instala-

ção e programação não era qualificada.

Com a automação residencial 2.0,

houve mudanças no mercado como,

por exemplo, a criação de protocolos

padrões – z-wave, zigbee, KNX – que são

menos vulneráveis do que os anterio-

res. “As empresas que queriam entrar

no mercado de automação, passaram a

u�lizar um dos padrões existentes, em

vez de criar um novo”, explicou.

Público-alvoPessoas de 25 a 35 anos, que estão

comprando a casa própria, têm sido o

público-alvo da automação residencial.

“Esses consumidores querem ter um

sistema de som, acessar câmeras de se-

gurança remotamente e se interessam

por aplica�vos que agilizam o dia-a-dia”.

Com a inserção da bandeira vermelha

na conta de energia elétrica, em 2015,

muitos consumidores buscam a automa-

ção como forma para reduzir o consumo

de energia elétrica. “Existem sistemas

que habilitam ou desabilitam aparelhos

que gastam mais energia como chuveiro,

máquina de lavar, ar-condicionado etc.”.

A automação residencial também é

muito procurada por pessoas que u�li-

zam o sistema assistência médica domi-

ciliar. Neste caso, existem sensores de

queda, acionamento do cuidador, bo-

tões de pânico espalhados pela casa e

aparelhos que geram relatórios diários

ou semanais, que são enviados para o

médico automa�camente.

TendênciasO setor de automação residencial

está atravessando momento de agita-

Page 15: Painel - edição 248 - nov.2015

15

AEAARP

ção devido ao crescimento do merca-

do, aumento da divulgação do tema e

da concorrência. “Novos produtos são

lançados o tempo todo e as tendências

de negócios na área também mudam

rápido”. Mul�nacionais como Google,

Apple, Microsoz, Samsung e LG estão

inseridas no mercado, oferecendo di-

versas tecnologias.

“A tendência é que o uso de equipa-

mentos móveis, como tabletes e celula-

res, sejam intensificados na automação

domés�ca”. Calil ressaltou que a pos-

sibilidade de controlar todos os equi-

pamentos elétricos de uma residência

remotamente contribuirá para a cons-

trução de casas mais sustentáveis.

Os próximos passos serão interligar a

automação com a nuvem, para que os

protocolos e programações da residên-

cia fiquem armazenados e possam ser

acessados de qualquer parte do mundo.

Norma�zação e cer�ficaçãoNo Brasil, não existem normas da As-

sociação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) específicas para a automação.

Para o ano de 2016, está previsto que

a ABNT publique norma para áudio, ví-

deo e automação. A expecta�va de Ca-

lil é a de que seja a tradução da ANSI/

InfoComm, legislação norte-americana

específica para o setor criada em 1977

e que sofreu muitas alterações.

Associações que atuam como cer�fi-

cadoras de empresas do setor de auto-

mação estão trabalhando para a homo-

logação da norma. Calil contou que nos

Estados Unidos, o governo só contrata

serviços de automação de empresas

que sejam cer�ficadas pela InfoComm,

associação internacional criada em

1939 que determina normas de áudio,

vídeo e automação e é man�da por 97%

dos fabricantes líderes no segmento.

Energia EólicaEduardo Angelo, engenheiromecânicoDiretor de Divisão Siemens WindPower & RenawablesSão Paulo-SP

A energia eólica está deixando de ser

coadjuvante na matriz energé�ca mun-

dial, segundo o engenheiro mecânico

Eduardo Angelo. No úl�mo ano, só a

China implantou parques eólicos com

potência de 23 Gigawa�s (GW), lideran-

do o ranking dos países que mais inves-

tem neste �po de geração de energia.

Até 2020, o povo chinês contará com

200 GW de energia eólica. “Para ter no-

ção da grandeza desse número, a ma-

triz energé�ca brasileira total, incluindo

Eduardo Angelo

hidroelétrica, termoelétrica e outros,

tem cerca de 140 GW”, informou o en-

genheiro.

“A par�r de 2017, será acrescido na

matriz energé�ca mundial cerca de 60

GW por ano”. Segundo a Associação

Mundial de Energia Eólica, o Brasil,

África do Sul, México, Turquia, Nova

Zelândia e Austrália são os países que

têm perfil para que a tecnologia se de-

senvolva rapidamente. Hoje, o Brasil é

o líder da América La�na no setor e ga-

ran�u o 10° lugar entre os países com

maior capacidade instalada de energia

eólica, no ano de 2014. “Em 2008, o

Brasil �nha zero por cento de par�cipa-

ção em energia eólica. Hoje, tem mais

de cinco por cento e vai chegar a 11%,

até 2023”.

Page 16: Painel - edição 248 - nov.2015

16

Revista Painel

Instalação dos parquesOs parques precisam ser instalados em

áreas que tenham ventos com velocida-

de média acima de oito metros por se-

gundo. Antes da implantação do parque,

também é feito estudo para verificar se

há rota migratória de aves. “Com novas

tecnologias, conseguimos zerar o índice

de mortandade de aves em parques eóli-

cos”, comemorou o engenheiro.

É inevitável gerar gás carbônico du-

rante a construção de uma usina eólica.

Porém, cada equipamento compensa o

que gerou de poluição em sua fabrica-

ção em apenas cinco meses e meio de

operação.

Assista ao vídeo da MidAmerican Energy Company que mostra a constru-

ção de um parque eólico. O link está disponível no endereço eletrônico da

AEAARP, na área de No�cias, e foi exibido durante a palestra de Angelo.

www.aeaarp.org.braeaarp.org

Alunos do colégio Bassano Vaccarini expuseram maquetes de monumentos brasileiros

de engenharia e arquitetura , sob a orientação da arquiteta Marília Marchió.

Situação no BrasilEm 2015, o Brasil conta com aproxi-

madamente 7 GW de geração de energia

eólica instalada. Mas, segundo Angelo, o

país tem potencial para chegar a 300 GW.

75% das usinas eólicas do Brasil estão

instaladas no Nordeste e 25% no Sul. “Os

ventos são mais favoráveis e constantes

no Nordeste e no Sul é mais espalhado”.

O estado do Rio Grande do Norte é o lí-

der do país, com 2 GW instalados.

Existe o mito de que só é possível ins-

talar parques de energia eólica no lito-

ral. “O interior dos estados tem muito

potencial. Todos os parques eólicos da

Bahia estão instalados no interior”. An-

gelo afirmou que as construções trazem

desenvolvimento para a região, pois ge-

ram empregos locais, inves�mento em

capacitação profissional e perspec�va

de surgimento de novas carreiras. “Es-

�ma-se que são gerados 15 postos de

trabalho diretos e indiretos para cada

megawa� instalado”.

Em 2014, dos R$ 22 bilhões inves�-

dos na geração de energia no Brasil, R$

17,35 bilhões foram des�nados para a

eólica. Com o funcionamento dos par-

ques eólicos existentes no país, várias

usinas térmicas deixaram de operar,

proporcionando redução de custo com

energia de R$ 5 bilhões no úl�mo ano.

MercadoA eólica é uma energia compe��va. A

tarifa é mais barata do que várias outras

fontes de geração. “A energia gerada

dos ventos deixou de ser apenas um

apelo climá�co. Prova disso, são os lei-

lões que o governo vem promovendo”.

Para desenvolver a tecnologia, é ne-

cessário criar máquinas eficientes, tor-

res mais altas e pás mais longas. “Hoje,

temos torres de 120 metros e pás que

chegam a 60 metros”.

DesafiosA logís�ca para a construção dos

parques evolui, mas, segundo Angelo,

está longe do ideal. A cadeia produ�-

va da construção de usinas eólicas é o

maior desafio. “Muitas vezes, temos

de montar indústrias para fabricar as

torres, pás e outros equipamentos ne-

cessários próximas aos parques”. Outro

entrave são os tributos, determinante

na escolha do local onde será instalado

o parque. “Muitas peças ainda são im-

portadas e cada estado tem um valor de

importação. Os inves�dores buscam lo-

cais em que terão custos menores”.

Page 17: Painel - edição 248 - nov.2015

17

AEAARP

A AEAARP aderiu à campanha 10 Me-

didas Contra a Corrupção encabeçada

pelo Ministério Público Federal (MPF)

que consiste em reunir assinaturas em

um abaixo assinado de apoio a propostas

legisla�vas de combate à corrupção. As

propostas versam sobre prestação de

contas, métodos para seleção de servi-

dores públicos, campanha pela denúncia

de atos de corrupção e conscien�zação e

proteção àqueles que denunciam.

Além disso, as medidas obje�vam au-

mentar penalidades aplicadas aos crimes

de corrupção e tornar hediondo aquele

contra a corrupção

CAMPANHA

AEAARPAssociação apoia oficialmente a campanha

do Ministério Público Federal

que envolver grandes valores. O MPF

quer também criminalizar a prá�ca de

caixa dois em campanhas eleitorais, per-

mi�r punição de par�dos polí�cos por

corrupção em condutas futuras, agilizar

o rastreamento do dinheiro desviado e

fechar brechas da lei por onde o dinheiro

desviado escapa.

As medidas estão separadas em 20

anteprojetos de lei que podem ser aces-

sados no endereço www.10medidas.

mpf.mp.br, onde também pode-se obter

uma cópia do documento e instruções

para coletar assinaturas.

Carlos Alencastre, presidente da AEA-

ARP, explica que o intuito da campanha

é tornar a corrupção um crime de alto

risco. Ele lembra que no Brasil os crimes

de colarinho branco e desvios come�dos

por polí�cos e agentes públicos são igno-

rados ou esquecidos pela população no

decorrer do tempo.

“Ferramentas de marke�ng, por exem-

plo, não podem ser soberanas à lei e colo-

car para debaixo do tapete falcatruas que

lesam a população”, diz Alencastre. A ade-

são da AEAARP à campanha foi aprovada

em reunião do Conselho Delibera�vo.

Page 18: Painel - edição 248 - nov.2015

18

Revista Painel

EVENTO

agrônomoOrgulho de ser

A AEAARP, por meio da comissão for-

mada por engenheiros agrônomos, res-

gatou uma das mais tradicionais festas

da en�dade. Em comemoração ao dia

do profissional de agronomia, o Almoço

dos Agrônomos aconteceu pela primei-

ra vez no dia 12 de outubro de 1975,

segundo o livro AEAARP 60 anos: histó-

rias e conquistas, e, como há 40 anos,

o evento de 2015 foi pautado pela in-

teração dos convidados, a amizade e a

alegria.Os agrônomos da ESALQ

18

Revista Painel

Mais de uma centena de profissionais e seus familiaresreuniram-se na AEAARP para o Almoço dos Agrônomos

Page 19: Painel - edição 248 - nov.2015

19

AEAARP

Os agrônomos da UNESP-Jaboticabal

José Messias Cardoso, Marley de Barros Ferreira, Manoel

Eduardo Tavares Ferreira e Milena de Barros Ferreira

Dilson Rodrigues Cáceres, Theresa Maria de Martins, Jussara

Guarnieri, Paulo Cesar Guarnieri e Antonio Carlos Giovanini

Wilson Emilio da Costa Junior, Lairce Costa, Maria de

Fatima Helvany e Hamilton Luiz Helvany Dias

Regina Leipner de Oliveira, Marcelo Arantes de Oliveira,

Gilberto Marques e João Batista de Carvalho Ferreira

Leonardo Pereira, Giovanna Guimarães, Rita Pereira e Cesar Augusto Pereira

Luiz Fernando de Souza, Eliana Padilha, Maraisa Lima e Gilberto Marques Maria Gabriela, Alexandra Amarolli, Zilda Amarolli, Carlos Alberto Amarolli, Igor

Amarolli, Carlos Eduardo Amarolli, José Luiz Domingues, Sueli Domingues, Maria

Domingues e Hilda Domingues

19

AEAARP

Page 20: Painel - edição 248 - nov.2015

20

Revista Painel

Comissão organizadora do Almoço dos Agrônomos

Os agrônomos da Faculdade de Agronomia de Espírito Santo do Pinhal-SP

José Garcia Alves Ferreira, Victor Gregolate, Paula Ribeiro e Ivete Ribeiro

Denise Pinheiro, Cleuza Janete Marques

da Silva e Rodrigo Pinheiro

Guido De Sordi e Mauricio Estellita Clarissa Chufalo e Luiz Ricardo Manfrim Roque

Michelli Galhardi, Milene Galhardi, Millié Menelli, Tiago Penha,

Clayton Galhardi e Gustavo Galhardi

Denizart Bolonhezi, Matheus Bolonhezi, Maria Lucia Bolonhezi,

Rosangela Saiki e Noboro Saiki

20

Revista Painel

Carmem Silvia, José Batista Ferreira, Maurício Muradas,

João Paulo Figueiredo e Vera Figueiredo

Page 21: Painel - edição 248 - nov.2015

21

AEAARP

João Batista Lorenzato e Sonia Cristina MastrogiacomoSuzi Noval e Ricardo Noval

Jesus Carmo, Elcio Martins, Javert Carmo e José Carlos GonçalvesPaulo Rodrigues e Solange Fecuri

21

Page 22: Painel - edição 248 - nov.2015

22

Revista Painel

AGRONOMIA

potencial produtivoMelhorando o

Sistema de mudas pré-brotadas acelera aimplantação e renovação dos canaviais

clone – des�nado à biomassa.

O uso do sistema MPB aumenta os

ganhos econômicos na implantação

de novos viveiros e na renovação e

expansão dos canaviais. Além disso, a

tecnologia u�liza mudas sadias, o que

contribui para diminuir o número de

pragas e doenças nas plantações, princi-

palmente, a Sphenophorus levis, um �po

de praga comum na cana-de-açúcar. Essa

A colheita da cana crua representa

mais de 80% da cana-de-açúcar colhi-

da no estado de São Paulo e, segundo

a Agência Paulista de Tecnologia dos

Agronegócios (APTA), a principal es-

tratégia para combater o declínio da

produ�vidade é a renovação dos cana-

viais. O engenheiro agrônomo Denizart

Bolonhezi, da APTA Centro Leste, está

pesquisando a u�lização do método de

propagação de mudas conhecido como

MPB (mudas pré-brotadas) – processo

de mul�plicação rápida de mudas e que

garante uniformidade no plan�o – o que

pode melhorar a qualidade dos viveiros

e ampliar o potencial produ�vo da cana.

No sistema convencional de manejo

dos canaviais – conceito usado desde

1530 – é aberto um sulco no solo e co-

locado o colmo-semente dentro. Já no

sistema MPB, as mudas pré-brotadas

são plantadas no lugar do colmo. Essas

mudas são produzidas a par�r de cortes

na própria cana, onde estão as gemas da

planta, passam por cuidados fitossanitá-

rios, com a aplicação de fungicidas, e são

armazenadas em caixas de brotação. Este

ciclo dura 60 dias.

Desde 2009, a pesquisa intitulada

“Plan�o de Mudas Pré-Brotadas (MPB)

de cana-de-açúcar em sistemas de

manejo conservacionista de solo”, coor-

denada por Bolonhezi e um bolsista do

Conselho Nacional de Desenvolvimento

Cien�fico e Tecnológico (CNPq), avalia a

implantação da MPB em três sistemas

de manejo do solo: convencional, cul�vo

mínimo e plan�o direto sobre palhada de

mucuna verde. O estudo também prevê

a avaliação de duas cul�vares de cana-

-de-açúcar: a IACSP95-5000 – des�nado

à produção de açúcar e álcool – e um

da cana

Sistema MPB de cana em transplantio direto sobre palhada de mucuna verde. Ribeirão Preto/ SP, maio de 2015

Assista ao vídeo que mostra uma

máquina cortando os minirrebo-

los com gema – parte da planta

que dá origem ao MPB – da cana

para produzir mudas pré-brota-

das no endereço eletrônico da

AEAARP, na área NoQcias.

www.aeaarp.org.brrp rg

Page 23: Painel - edição 248 - nov.2015

23

AEAARP

2015 foi escolhido o Ano Inter-

nacional dos Solos pela Organi-

zação das Nações Unidas (ONU).

O obje�vo é mobilizar a socieda-

de para a importância dos solos

como parte fundamental do

meio ambiente e alertar sobre

os perigos causados pela degra-

dação, explica a Sociedade Brasi-

leira de Ciência do Solo.

espécie é responsável pela destruição

das soqueiras da planta e, consequente-

mente, pela diminuição da produ�vidade

e longevidade do canavial.

Para a�ngir escala comercial é preciso,

ainda, mais pesquisas em melhoramen-

to gené�co, em fitotecnia e criação de

manobras. “Essa condição passa a ser

desconsiderada, o que acaba facilitando

a erosão, por falta de terraços necessá-

rios”, explica. Neste caso, o plan�o direto

funciona como um aliado, impedindo o

escorrimento da água diretamente sobre

o solo, para evitar a erosão.

“O preparo do solo representa, em

média, 14% do custo de renovação do

canavial. Por isso a adoção de sistemas

de manejo conservacionista pode contri-

buir na redução significa�va dos custos”,

explica Bolonhezi. Fora os custos, os pro-

dutores de cana têm outro fator para se

preocupar: a conservação do solo. Pois,

caso seja detectado algum problema

em suas terras, o produtor poderá ser

autuado de acordo com a Lei Estadual

nº 6.171/88 – que dispõe do uso, con-

servação e preservação do solo agrícola.

maquinários específicos para o sistema.

Situação dos canaviaisO custo de preparo do solo, das mudas

e dos encargos trabalhistas tem encareci-

do o processo de reforma dos canaviais.

Processo este que antes era feito, no

máximo, a cada 5 anos e hoje chega a

ser realizado em intervalos de até 7 ou

8 anos, com custos que podem chegar a

R$ 7 mil por hectare, explica o engenheiro

agrônomo Paulo Peixoto, diretor de Co-

municação e Cultura da AEAARP.

Nos sistemas de colheita sem queima

prévia da cana, os talhões são sistema�-

zados para reduzir números de manobras

e re�rar ou afastar os terraços. Peixoto

explica que o número de terraços é de-

terminado pela declividade do terreno,

ou seja, menos terraços geram menos

Page 24: Painel - edição 248 - nov.2015

Em outubro, os amigos voltaram a se

reunir na AEAARP para o happy hour.

www.facebook.com/aeaarp

SocialSocialFOCOSocialFOCOSocialEm outubro, os amigos voltaram a se

SocialEm outubro, os amigos voltaram a se

reunir na AEAARP para o happy hour.

Socialreunir na AEAARP para o happy hour.

Socialwww.facebook.com/

Social.facebook.com/

Pedro Henrique Giagio, Vinicius Cavarzani, Matheus Imperatriz e Renan Tocchini

Julio Cesar Bianchini, Heloisa Bianchini, Elisabete Nicolino de Almeida,

Monica Abreu e Fernando Carlucci

Hosana Costa, Alexandre Costa, Camila Costa e Gustavo Cavarzani

Luciana Pundel, Gabriela Ferraro, Gisele Fabris Moreira e Roberto De Lazari

João Ricardo, Leticia Donati, Marina Borges e João Guilherme Tremischini

Page 25: Painel - edição 248 - nov.2015

25

AEAARP

CREA-SP

PPRA e PCMATsão privativos dos profissionais do CREA

O Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais (PPRA) é um documento

obrigatório, exigido pelo Ministério do

Trabalho a todos os empregadores e

estabelecimentos que admitam traba-

lhadores como empregados. Tem como

principal finalidade o reconhecimento,

iden�ficação, avaliação e controle de to-

dos os riscos ambientais (�sicos, químicos

e biológicos) existentes no ambiente de

trabalho. O obje�vo é preservar a saúde

e a integridade �sica dos trabalhadores.

O Programa de Condições e Meio

Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção (PCMAT), exigido também

pelo Ministério do Trabalho em canteiros

de obras com mais de 20 trabalhadores,

estabelece diretrizes administrativas,

de planejamento e de organização que

obje�vam a adoção de procedimentos

e normas de segurança detalhadas. A

adoção do PCMAT objetiva prevenir

acidentes e doenças ocupacionais, nas

condições e no meio ambiente de traba-

lho na Indústria da Construção.

Segundo a Resolução 437 de 27 de

novembro de 1999 do CONFEA, estes

documentos devem ser elaborados

por profissionais do Sistema CONFEA/

CREA que possuam especialização em

Engenharia de Segurança do Trabalho. A

Resolução cita que os estudos, projetos,

planos, relatórios, laudos e quaisquer

outros trabalhos ou a�vidades de En-

genharia de Segurança do Trabalho, so-

mente serão reconhecidos como de valor

legal e só poderão ser subme�dos às

autoridades competentes se es�verem

acompanhados das devidas Anotação de

Responsabilidade Técnica (ARTs).

A Lei Federal 5.194/66 de 24 de dezem-

bro de 1966, que regula o exercício das

profissões de Engenharia, reforça a Reso-

lução 437/99. O Art.º 13 da Lei dispõe que:

“Os estudos, plantas, projetos, laudos e

qualquer outro trabalho de Engenharia, de

Arquitetura e de Agronomia, quer público,

quer par�cular, somente poderão ser sub-

me�dos ao julgamento das autoridades

competentes e só terão valor jurídico

quando seus autores forem profissionais

habilitados de acordo com esta Lei”.

Desta forma, o PCMAT e o PPRA ela-

borados por profissional que não esteja

legalmente habilitado e que não tenha a

ART, não tem valor legal.

O empregador precisa ficar atendo. Ao

contratar serviços da área de segurança

do trabalho de empresas ou pessoas

�sicas não registradas no CREA-SP estará

adquirindo serviços e ou documentos

sem valor jurídico.

Para não correr riscos, é necessário

verificar a regularidade do profissional

e da empresa prestadora do serviço,

solicitando aos mesmos as certidões

de registro no CREA-SP ou através de

consulta ao site do www.creasp.org.br.

É imprescindível a emissão da ART pelos

serviços contratados, na qual deverá

constar o nome da empresa (para con-

trato com pessoa jurídica) ou somente

no nome do profissional (para contrato

com pessoa �sica).

Os documentos não têm valor legal se não foremelaborados por profissionais habilitados pelo Conselho,

com devido preenchimento da ART

CREA-SP

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Revista Painel

NOTAS E CURSOS

José Ernesto Costa Carvalho de Jesus

Engenheiro civil

Renan Moura Guimarães

Engenheiro civil

Lourenço Tri�o Nogueira

Engenheiro civil

Daisy Lucidi Moraes

Engenheiro civil

Vanderlei Evangelista

Engenheiro civil

Fernando de Oliveira

Engenheiro mecânico

Marilia Vercelle Rubio Vendrusculo

Engenheira ambiental

Fabiano José da Silva

Engenheiro mecânico

Luiz Antônio Mafud

Engenheiro agrônomo

Leonardo Ramos Barbieri

Engenheiro agrônomo

Samuel Cury

Engenheiro agrônomo

Gianfrancesco Barbosa Mano

Arquiteto e urbanista

Alvaro Bueno Barbosa

Técnico em eletrotécnica

Antônio Ricardo Paulon

Técnico em eletrotécnica

Luiz Henrique Tavares

Técnico agrícola

Antônio Aparecido Fernandes

Técnico em eletrônica

Lucas Santos Vian

Estudante de agronomia

novos associados

INSTAPAINEL

Uma escada possibilita o acesso à sede

da AEAARP a par�r do estacionamento

de visitantes. O projeto preservou

os ninhos das corujas, tradicionais

ocupantes dos fundos da AEAARP.

Foto de Angela Dorta, setor de eventos

Envie para aeaarp@aeaarp.

org.br uma foto feita por

você e ela poderá ser

publicada nesta coluna

Uma dissertação de mestrado da Escola de

Engenharia de São Carlos (EESC) da USP pro-

põe a criação de filtros de fibras flexíveis de

algodão e de poliéster para fins de tratamento

de água. O estudo concluiu que os fios usa-

dos na indústria têx�l �veram a eficácia que,

acompanhada da redução do uso de produtos

químicos e de menor uso de espaço, podem

ser uma solução para a redução de custos

para o abastecimento público de água. A aná-

lise consiste em filtros cujos leitos filtrantes

(seu recheio, onde o processo em si ocorre)

são cons�tuídos de microfibras de algodão ou

poliéster paralelas entre si e presas na parte

inferior do suporte. O escoamento do líquido

a ser filtrado é ascendente e direto, ou seja,

Tecnologia para tratamento da água

A Secretaria de Agricultura e Abasteci-

mento do Estado de São Paulo, por meio do

Ins�tuto Agronômico (IAC), de Campinas, de-

senvolveu 90% dos cul�vares de café arábica,

o �po mais comum no mercado brasileiro. No

total, foram 66 cul�vares deste café. “Embora

se adaptem bem aos diversos sistemas de

produção, em pra�camente todas as regiões

produtoras do Brasil, com a modernização

Café do Brasil

não é necessária a floculação e a decantação,

processos que fazem as impurezas se aglu�-

narem e sedimentarem em tanques, para a

posterior filtração. A tecnologia possibilita a

remoção de sólidos da água, devido à sua alta

super�cie de contato — consequência das

dimensões micrométricas dos fios.

da cafeicultura e implementação de novas

técnicas de manejo da lavoura cafeeira,

deverá ocorrer adoção gradual de novas

cul�vares, sempre buscando maior equilíbrio

entre produ�vidade e qualidade, conforme

exigências do mercado”, explica Gerson Silva

Giomo, pesquisador da Secretaria e diretor

do Centro de Café do IAC.

Fonte: IAC

Veja detalhes na área de NoQciasna página da AEAARP

www.aeaarp.org.brrp rg

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