Pais e Responsáveis Pelas Crianças

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 Generated by CamScanner  n t r o d u ~ o PAIS ERE PON SAVEIS PELAS CRIAN<;AS  : A C o n s i c t e r a ~ a o po s iti va ioco ndicional as pessoas envolvidas DO processo Juliana do s Santos Lopes 2 A presens:a de um hebe, exerce um sistematico e persistente dominio sobre as vidas exteriores e interiores de todos os membros de uma casa. Dado que esses membros devem se reorientar para adaptar-se a sua presens;a, eles tambem tern de se desenvolver como individuos e como um grupo. ( .. E tao acertado dizer que os bebes controlam e criam suas famflias, como o inverso. Uma familia so pode educar um be be sendo educada por este". (Erikson, 1976) 0 trabalho com criam;as possui, alem de to dos os diferenciais j a abordados ate aqui, um fator singular : A existencia do terceiro na rela9ao. Ou ainda, a presen9a, a proximidade de um (ou varios) terceiros, que interferem na rela9ao entre o terapeuta e o cliente: Os pais e/ou responsaveis. Muitos equivocos sao cometidos, quando esse fato e desconsiderado ou desqualificado pelos terapeutas infantis. Tenho me deparado com hist6rias de crian9as que for am levadas a psic6Iogos, precisando re al .me nt e de atendimento que, no entanto, nao deram continuidade ao processo. Muitas vezes nem voltaram ap6s as primeiras entrevistas, em funr;:ao de insatisfa9ao dos pais com a forma como foram atendidos. Algumas dessas falas dos pais me veem a caber;:a nesse momenta: "Fui la levar meu filho por ele estar fechado, agressivo c sofrendo na escola em fun9ao do afastamento de colegas e a psic6loga ate agora nao fez wna sessao com ele Diz que o problema e familia r e por isso, s6 me atende ". Outra: "Meu :filho tem ido a erapia, tern mudado tanto .. era tao timido, retraido .. e agora, tern feito e dito coisas que nem parece que veem dele . Agora nao sei como fazer ou lidar com ele". Por outro lado, ao supervisionar ps ic6logos iniciantes, uma das queixas principais que surge em suas falas tern sido : poise, comecei a atender a crian9a e agora, quando ele comei;a a rnelhorar, os pais interrompem o processo". Ou ainda: "todos os pais deveriarn ser encaminhados para a psicoterapia, ja que sao eles, a razao principal para o sofrimento ps iquico dos filhos . " Ao elaborar esse texto, tento refletir sobre essas falas, buscando aproximar-me do ' Tcxto elaborad o par:i o Curso de Espcci31izai;3o cm Psicologia Humanista Er.istcncial; Disciplina: Psicotcrapia com c rinni;as, Rcaliz 3 do p c l ~ EC - P UC Min :is cm Arcos, durance o anode 201112012 . . f' <ic6 oga , E s p ~ c i a l i t a em Ps icol ogia Humanista c cm Psicnrnotricidadc Rclaciona l, Profcssora da Puc Mina ~ cm Arco~  Com m31s de 15 :i n u s c  1 c  1 n d o ~ e ao ar e ndim c nto a :: rian i :t e o ri c nta.,:a  1 de pais. Julianalopcs.psi @1'Tiail.c o nl

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Pais e Responsáveis Pelas Crianças - fenomenologia

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    Introdu~o

    PAIS ERE PON SA VEIS PELAS CRIAN

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    fen6meno rela9ao pais/terapeuta/criarJ9a para encontrar-me com a sua essencia. Penso que ha algo que esta prescnte em todas es as falas. Traduziria isso com uma frase: encontro-me em rela~iio com um ser humano (a crian

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    .. ..

    que "iniciou-se uma real terapia que acabou por ser bem sucedida".

    Ao reler esse trecho do relato de Rogers, fico a pensar: Se a pessoa que estava em psicoterapia era o J. ovem se ' , d A

    , ra que o autor estava se re1enn o a um processo terapeutico bem sucedido que beneficiou tanto a mae, quanto o jovem em questao? Tenho a impressao que, ao ser escutado coma pessoa, ao serem atribuidos significados a sua experiencia de ser mae, ao

    ser dado o devido valor ao sofrimento vivido em "suas relai;:oes perturbadas com o marido,,

    (Rogers, 1961), a mae daquele jovem pOde ressignificar a sua experiencia e talvez buscar uma nova forma de relai;:ao com o filho.

    De acordo com Rogers e Kinget (1975) esse insight, dentre outros dais, serviu para que Rogers pudesse repensar o lugar do terapeuta na relac;ao, o que mais tarde provocou toda

    uma reformulai;:ao na relai;:ao terapeuta cliente. Mas, costumo pensar nele como uma mudani;:a

    de .. atitude .na rela:c;ao com os responsaveis pelas criani;:as em atendi.mento. Rogers sai de uma

    postura investigativa, ou puramente informativa e de orientai;:ao de pais, para uma postura de

    acolhimento, considerai;:ao e respeito a experiencia desse pai ou dessa mae como pessoa que

    faz parte do processo de desenvolvimento e evoluc;ao do filho.

    Qual seria entao, a atitude do terapeuta de criani;:as junta aos pais ou responsaveis por elas durante o processo? Penso que as tres condic;oes propostas por Rogers estarao presentes

    nesse processo. No entanto, a considerac;ao positiva incondicional a pessoa, que vem

    exercendo a :fun9ao de pai e/ou mae e, a meu ver, uma das mais fundamentais. Assim, e preciso considerar que, na fun9ao de pai ou mae, existe uma pessoa que se depara com a

    dificil tarefa de oferecer condi96es humanas facilitadoras ao processo de desenvolvimento de

    outra pessoa. Uma pessoa, que nem sempre (ou na maioria das vezes) nao se constituiu ainda como pessoa, no sentido pleno da palavra, conforme proposto por Rogers. Alguem que, ao

    longo do desempenho dessa tarefa, dar-se-a conta de que e falho, das pr6prias limitas:oes e

    pode se sentir extremamente culpado em relac;ao a algo que vai mal no desenvolvimento dos

    filhos. Alguem que sera constantemente provocado a assumir determinadas posturas e tomar

    atitudes nas relai;:oes com os filhos, sabre as quais muitas das vezes nem fazem ideia, na

    medida que nao viveram tais experiencias enquanto filhos em suas relai;:oes parentais. Ou seja, nesse momenta se deparam com a falha dos pr6prios pais, com o que nao receberam e que por

    isso, nao tern pra dar. Sentem raiva e culpa par sentir raiva e essa profusao de sentimentos,

    muitas vezes pode bloquear o andamento do processo. Alguem que sente rnedo quando se ve

    diante da responsabilidade de conduzir um ser humano pela vida, pois muitas vezes ainda nem

    conseguiu perceber-se coma urn ser existente no mundo, dar o significado a sua pr6pria vida.

    Alguem que vive a experiencia de matemidade ou paternidade, como um fardo um castigo,

    uma imposi~ao , sabre a qual sentem que nao decidiram, ou nao tiveram escolha.

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    . . : : . . ..

    E fundamental quc o terapcuta tenha em mente, que a experiCncia de ser mile ou pai' ao contrcirio do que nos prega a mfdia e as campanhas publicitarias por ocasiao do dia das

    maes, nao e algo puramente instintivo e facilmente constituido. Trata-se de uma tarefa ardua,

    constituida por crises de reorganiza9ao pessoal a cada nova e!-3pa de desenvolvimento do

    filho.

    Assim, as pessoas que assurnem a tarefa de se "criar" um ser humano, nao estao a

    priori habilitadas a faze-lo. Essas se tomam pai ou mae na delicada constru9iio da rela~o com esse nova ser. Podem, inclusive, nao darem conta de assumir tal tarefa, ou mesmo desistir de

    partes dela ao longo da caminhada. Muitas das vezes, nem chegam a exercer o mi~mo necessa:rio para que a constituicyao desse novo Ser se de de fonna satisfat6ria. Visto que, para assumir tal tarefa, o ~or por esse nova Ser e, a meu ver, o principal ingrediente.

    Tenho VerifiGado q~ . quando um adulto leva uma crian~ a um.:psic61ogo,.:.quer~ .-seja .por . . .

    . ind~cayao de terceiros, quer seja esse adul~o o pai, a miie, a ti_a, ou a av6, est& demonstranc;lo, )10 . .

    . minima, um interesse por essa crianya. E e esse in~eresse, essa d.i.sponibilidade em estar ali, para f~e~ algopor ela, que devera ser o fio de ligayiio entre o responsavel e o terapeuta, a fun de se iniciar e dat pros~egukento a. u~a reia~iio terape~tica. .

    . Essas. e ~utras ideias surgem em minha mente quando me proponho a adotar uin.a at~ttlde de coris1dera9~0 positiv~ inco~ci~nal e empatia com os responsaveis pelas crian9as que atendo. Coin base nisso, e _tain}?e~ .nos ensinamentos de meu querido mestre Escipio da Cunha Lobo3, ~enho desenvolvendo uma forma de atendirnento a crian9a, procurando ~onsiderar tod~ as pessoas" envolvidas I\O processo, ou seja: o terapeuta, a c~9a, os. responsaveis, a professora etc. Tai. procedim~nto exige do terapeuta um nivel de dedicay~O que vai alem dos encontros semanais com a crian9a em consult6rio. Essa atitude esta presente,

    n.as pcrguntaS c comema.riu.5 de Cu1Tcdu.1., Hu.:i ldc:fui.u:arncs ~UC: UW:iCi:1.l..ll uri~lllayaO, . ll\J:S momentos de angtistia e incertezas que demandam uma sessao extra com os pais. Alem disso,

    tenbo trabalhado com o que chamo de entrevistas de orienta9ao relacional, a partir dos

    e~ip.am~ntos. ~ psicoter~pia relacional de~e~V

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    pessoa e exercer a funrao . ~ p Y pat , mae. retendo aqu1, falar um pouco da entrevista inicial sem,

    no entanto esgotar o assunt ' o, Ja que as entrev1stas segwntes estarao relac1onadas ao que se

    compreende do processo da criarn;:a.

    2. A entrevista inicial com os pais.

    A entrevista inicial com os pais, considerando-se tudo que foi dito acima, nao tem o

    objetivo fuiico de collier informac;:oes. Ela deve serum momenta de encontro, onde a pessoa, do pai .ou da mae, devera ser vista, para alem da funyao que ela exerce na relac;:ao com o filho.

    Assim,. .entendo que a entrevista inicial, (que pode ter desdobramentos 'para mais de um enc9ntro ), precisaria atender a alguns objetivos principais: a) Acolher a pessoa e trabalhar a

    .. relac;ao com OS pais; b) Compreender 0 Lugar da crianc;:a .. na :dinami.ca familiar; c) collier info.rtnac;:oes sabre o desenvolvi.mento psicoafetivo; d) fomecer informac;:oes sobre o proc~.sso e apontar possiveis caminhos.

    Abaixo, apresentarei de fonna esquematica alguns pontos para os ~Uais dev~J;Dos ?t~ntar durante as primeiras entrevistas, a fim de atingir os objetivos acima citados. E clarQ: que, dependendo do teor do primeiro encontro, poderemos prioriz.ar mais um ou' 6\,rtl'~ elemetito, ,' ":" . abordando os demais em entrevist,as post~ores. .

    2.1'. Escutar a queixa e acolher a pessoa: .-

    . A queixa compreende muit~ .mais do que u:in~ fr~e q~e ~kplica a m~tiv~~.~" :o q~ . levou tal pessoa a buscar ajuda. Ela nos dara pistas sabre o fio condutor do :processo. A explicitac;:ao da queixa depende da relac;:ao de confianc;:a construida entre familia e t~rapeuta. E e essa explicitac;:ao e posterior reflexao .do profissional que nos dara 0 fio condutor para as

    etapas seguintes. Ao escutar a queixa e necessario procurar compreender o seu sigruficapO' . para quern a. apresenta: Como o familiar se relacioqa com o problema ou sofrime~to d~ crian9a: ... . supervaloriza um problema? Desconhece a existencia de um problema? Enxerga s6 problema e riao a crianc;:a? Esta envolvido, sen5ibilizado com a questao e interessado em buscar ajuda?'Camllfla o real ~otivo de suas preo~upac;:oes?

    Em certa ocasiao atendi a uma mae que trouxe o filho por uma. queixa ~scol~r de . .

    dificuldades de aprendizagem. Essa quei~a, que no inicio parecia ser a Unica razao de s~ presenc;:a ao consult6rio, aos pouc~os foi se dissipando. Quando lhe foi oferecida oportu~d~de de

    . . . .

    folar sobre o que realmente achava que gerava sofrimento no filho e preocupac;:ao para'ela, a m.ae

    acabou abordando a questao da identificac;:ao sexual do menin.o. Um te~a que era tabu na

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    familia, e no qual, pela primeira vez a ma.e estava sentindo-se segura o suficiente para tocar. ~

    ~ Mas, escutar a queixa, tambem e acolher a pessoa E para acolher, e preciso adotar a

    atitude de empatia, que envolve: a) Escutar sem julgar: Tentar distinguir naquela fala, a pessoa da mae e do pai, Diferenciando-a da funyao. A fun9ao mlie "deveria ser capaz de" algumas atitudes

    para exerce-la adequadamente. A pessoa que esta sendo mlie faz o que lhe foi possivel naquele

    memento, levando-se em conta a sua condiyao humana e existencial. b) Acolher a humanidade: Significa dar o devido valor ao que e vivido, oa experiencia de ser pai e mae. As incertezas, as

    anglistias e duvidas muitas vezes nao tem um es~o para serem compartilhadas, acolhidas. Os pais tambem acreditam que deveriam saber como fazer. q Colocar-se disponivel: E deixar o caminho aberto para que se sintam a vontade para voltn- sempie que possivel. Dizer-Ihes do traballio em parceria.

    2.2 Escutar e compreender a rela~io.

    E importante saber em que "lugar" aquela crian~a e vista ou colocada na familia. Qual o significado da sua existencia para aquele nucleo familiar. Assim, ao inves de uma anamnese

    objetiva e detalhada, costumo Pedir ao responsavel que apresente a crian~ pra mim: Assim, geralmente pergunto: "Para voce, quern e a Joao?" E possivel observar com essa questio:

    Como o responsavel ve a crian~a: um bebC, um pequeno adulto, a causa de uma separa9io, o irmio do fulano, o seu filho amado e perfeito, etc.

    Como se relaciona com a crian?: a partir da birra, a partir do lugar de "coitadinho", a partir do lugar de indiscipliriado, hiperativo, problematico, como uma pessoa?

    TambCm pe90 que me cantem: "Como e a hist6ria do Joio na sua vida?" e as vezes ~~ .fit1 ~.-. J. ,.. "'n~r:::"I pc-,..,.,-~.,,.,r1-. "O .., .. ,. ..... ~"'' ..... ,., ... n; .. ,. .............. l..n ... rl ... rl .. 1 .. .,,, _l".uJ.:..a u- .... u l>1.. J-, 0 w ......... ;;..;..._ ... -- ..._ ___ - -~- -- - --0 -- ----

    0 lugar que a crian? ocupa na vida da mae e do pai. Existe como um bet:>S? Existia desde o inicio? Passou a existir quando comeyou a "dar problemas"? Existe de fonna

    condicionada (quando e boazinha, quando chora). Existe coma pessoa? Enfirn, Existe? 0 lugar da crian? na dinamica familiar. Como se constituiu a rela9ao com a mac, com o

    pai, com os irmaos e outras figuras parentais? Com a chegada desse novo membro, quais

    papeis exerce no am~iente familiar?

    Com o tempo e um pouco de experiencia conseguimos perceber se o relate do responsavel

    prioriza estagios do desenvolvimento psicoafetivo da crian93 e desconsidera outros estagios. Se tivennos em mente as etapas de desenvolvimento; podemos verificar falhas no percurso e periodos

    de omissoes e interrups:lio da rela9ao afetiva. Tudo isso deve ser registrado posteriormente a fim de que tenhamos referencias para entrevistas futuras de orienta'(ao e acompanhamento.

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    Outro ponto que costurno abordar ncssa elapa e sobre a pessoa que se tomou mae ou a pessoa

    que se iornou pai: "Como voce estava, o que estava vivendo quando o Joao passou a existir em sua "d ?"AP . d v1 a . artir essa fala, podemos identificar muitas vezes:

    Maternagem: Como se deu o encontro mae/bebe. Como se instaurou a relai;ao

    simbi6tica/fusionada; como comei;ou a ocorrer o processo de separas;ao e individuas;ao e o

    processo de afirma9ao pessoal da crianya na relas;ao com a mae. Como e a relas;ao de afetividade e autoridade matemas.

    Paternagem: Como foi o apoio do pai nos primeiros meses de vida; De que forma as

    demandas extemas a diade ma'.e/bebe, foram cuidadas pelo pai, para a prote

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    B. Fatores r d cvaates uos P ri111eiros meses de vida:

    l. Doem;as: a) Ligadas a atividade cerebral;b) Doen9as ou traumatismos de inf'ancia que levaram a uma reclusao ou intemamento; C) Doenyas psicossomaticas; d) Possibilidades e limita96es relacionadas ao corpo.

    2 . Situa~oes traumaticas ou negativas vividas duran1e os primeiros meses e/ou primeiros anos: Perdas, nascimento de irmaos, separa9oes etc.

    C. Desenvolvimento geral

    1. Desenvolvimento psicomotor: nao s6 as idades, mas como se deu o processo. (sentar, engatinhar, andar, correr).

    2. Desenvolvimento da linguagem: balbucios, palavras/frase, frases.

    3. Desenvolvimento de habitos de higiene: controle dos esfmcteres; independencia.

    4. Socializa9ao

    D. Hist6ria Escolar (Quando ha uma queixa mais explicita referente a essa questao)

    1. Como se deu a inser9ao no ~verso da leitura e escrita: Em casa, na escola; 2 . Significado da escola para a ~ainilia; 3. Esco Iha da escola e suas caracteristicas;

    4. Entrada precoce OU tardia, processo de adapta9ao, ausencias.

    5. Trocas constantes de escola

    6. Processo de alfabetizayao, metodo utilizado na escola

    2.4 Informar sobre o processo de atendimento.

    Penso ser fundamental oferecer aos pais alguns esclarecimentos iniciais quanto a

    modalidade de servi90 que estao. buscando. Trata-se do contrato de trabalho. Uma coloca9ao

    objetiva e adequada das "regras do jogo" logo no inicio do trabalho, nos permite voltar a elas, sempre que necessano como forma de lidar com fenomenos tranferenciais e boicotes surgidos

    ao longo do processo. Assim, e irnportante informar quanto ao:

    I. Atendimcnto em psicoterapia infantil; o que significa?

    2. Entrevistas regulares de orientayao e esclarecimento aos pais:

    3. Importancia da freqilencia e seqilencia do processo.

    4 . Contrato de trabalho: Valor das sessoes, fonna de pagamento; procedimentos quanta a faltas,

    feriados etc,

    5. Normas ins titucionais quando for o caso.

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    4. Finalizando, mas nao concluindo ...

    Concluir um texto q . . . ~e procurou abordar a rela9ao com os pats ou responsave1s pelas cnanyas em atendirnentos 6 para mim " ,,._ . . .

    ' , uma tare1a e11 dua. Isso por que sempre se tern um pouco mats a d1zer a esse respe1to. Independente de todos os roteiros, sugestOes e dicas sobre como abordar os pais, hli sempre algo mais que e

    quase impossivel de se colocar em palavras. Esse algo mais diz respeito a rela9lio que se estabelece entre o.

    terapeuta e os responsaveis. Diz respeito aos sentimentos que surgem em n6s ao longo das primeiras entrevistas: 0 desejo de ajudar, a raiva que muitas vezes sentimos de um ou outro responsavel, a tend~ncia que muitas vezes temos de tomar partido da mae, do pai ou da crian9a. Alcm disso, temos nossas pr6prias duvidas com relayllo a tarefa de ser pai e mile e mesmo sobre a ~ossa fim9ilo enquanto terapeutas de crian9as. Muitas vezes me pergwito: "Ate onde vai o meu fazer? Qua! c a minha respoosabilidade perante essa crianya e ou esses pais"?

    Penso que.asprimeiras-entrevistas com os pais silo fundameatais .. para que se estabe!eya uma relayllo de

    confiaw;:a e devemos ter rnuita a:tenyiio a esses primeiros encontros. Porem, ainda que se estabeleya uma boa

    rela~ao no inicio, poderemos nos deparar com inUmeros desafios ao longo do processo, principalmente quando as necessidades psicoafetivas das crian9as vao de encontro ao que nllo foi atendido ou vivenciado pelos pais na

    sua pr6pria bist6ria como filho ou filha. E quando identificamos isso, precisamos estar atentos mais a pessoa do que a fun~ao que ela exerce, procurando escuta-la de fonna empatica em suas difi.culdades e inscguranyas em oferecer ~quilo que a crianya necessita para seu pleno desenvolvimento.

    Referencias Bibliograficas

    ERIKSON, Erik H. ldenti.dade-, juventnde e crise. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

    ROGERS Carl R. Tornar-se Pessoa, 2'1 ed. , Lisboa, - Moraes Editores, 1961 ~ . .

    ROGERS, C.R. & KINGET, G.M. Psicoterapia & Rela~oes Humanas. Belo Horizonte, Interlivros, 197 5.