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    S o instinto no chega

    PLACENTA PRVIA RECUPERAO PSPARTO DERMATITE DA FRALDAHISTRIA DE GONALO M. TAVARES MODA LEITURAS ROTEIRO

    N. 296setembro2015

    BOASNOTAS?NOOBRIGADO!

    EduardoS

    D-LHES TEMPOPARA BRINCAR!

    PEDAGOGIAS

    ALTERNATIVAS

    www.paisefilhos.pt

    mensal

    PVPcontinente3.9

    5

    GRAVIDEZquando h risco

    5

    601753

    002256

    I

    00296

    INCLUI2BRINDES

    ESTUDARDicas paraacordaros neurnios

    Tudoparaentrarcomopdireito

    ESTREIANA CRECHE

    SEM PRESSES

    REGRESSO

    S AULAS

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    00

    sumrio

    REGRESSO S AULAS

    SETEMBRO

    97

    LIFESTYLE

    90

    HISTRIA

    88

    LER

    84

    ROTEIRO

    78

    MODA

    73

    CADERNOS

    70

    SHOPPING

    Tudo o que precisa saber para um ano letivo bem sucedidoDe volta rotina, h cuidados a ter e estratgias a seguir.

    edi296

    26

    14

    32

    Gravidez de riscoTodos os perigos

    Sem stresseConselhos para pais e filhos

    54

    78

    50

    60

    ProfessoresCasos de sucesso

    EstudosCom tempo e mtodo

    BelezaEsfoliar a pele

    O que comer?Em tempo de escola

    Pedagogias alternativasNem todos seguem a mesma pauta

    Estreia na crecheNem sempre fcil

    26

    CRNICAS: 12Eduardo S 24Mrio Cordeiro 44Snia Morais Santos 30Isabel Stilwell 48 Paulo Farinha

    80

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    editorialUm ano especial

    H 20 anos, no se falava (tanto)em certificaes nem projetoseducativos, muito menos naimportncia de estimular o de-senvolvimento ou de despistar

    eventuais inadaptaes desde cedo. E, talvezpor isso, na hora de escolher a creche preocu-pei-me sobretudo com o peso da mensalidade,o espao fsico e, claro, a educadora. Foi uma

    deciso fcil mas, reconheo agora, talvez com

    poucos critrios e muito corao. primeira visita , fiquei fascinada com o col-gio, uma casa trrea rodeada por um recreioamplo e um pinhal denso. L dentro, em redorde um terreiro retangular de cu aberto, dis-punham-se as cinco salas das Cores: as portas

    envidraadas a condizer, as paredes forradasa desenhos naifs, os cabides personalizados,o tapete redondo das conversas, a piscina debolas, as estantes com livros, a mesa de ativi-dades, o cantinho das brincadeiras, os banqui-nhos alinhados, os mini-lavatrios, a imensa

    janela para o recreio Era difcil resistir. Ateu, que nunca frequentara uma creche, meimaginava, deliciada, a fazer jantarinhos nacozinha equipada ou a deitar os bebs nas ca-minhas de colchas s flores. Encantada com assalas repletas de meninos e meninas de bibes

    verdes e amarelos, facilmente fui seduzida (econvencida) pelo discurso da diretora do col-gio (que seria, por sinal, a primeira educadorada minha filha). E, sem grandes argumentos oudvidas, cedi aos encantos da sala Amarela edas suas duas responsveis. Trs anos depois,quando foi altura de colocar a mais nova nasala Vermelha, nem me passou pela cabea

    procurar alternativa.Reconheo que houve momentos menos bons

    o pior foi mesmo aquele ms de setembrode choradeira infernal e braos estendidos ealturas em que questionei as regras e os mto-dos pedaggicos, mas a verdade que, durantesete anos, aquele colgio fez parte integrante

    da minha vida (e da minha famlia). E que,tambm a mim, deixou marcas, recordaese, sobretudo, muitas lies. Talvez por isso,quando passo por l, ainda espreito, com um

    nervoso miudinho, o imponente edifcio devrios andares que agora acolhe a sala Amarela.Prova de que, at numa escolha to delicada,o corao pode acertar.

    Estreia na creche ou regresso escola, o msde setembro marca-nos a todos, pais e filhos.Para eles, tempo de conhecer e rever colegase professores, quem sabe de fazer escolhas,estabelecer metas e promessas. Para ns, al-tura de reorganizar horrios e prioridades, mastambm de rever procedimentos e estratgias.Por tudo isto, preparamos uma edio espe-cial regresso s aulas. Com dicas, conselhose opinies. Para que este novo ano no sejaapenas mais um

    Guy Ryder[diretor-geral da Organizao Internacional

    do Trabalho (OIT). in Observ ador]

    hora de mobilizargovernos, empregadorese associaes detrabalhadores para (...)para permitirem quemulheres que trabalhamamamentem.

    Lus Graa,[director do do servio de obstetrcia do

    Hospital de Santa Maria. in Jornal i]

    Se a preservao deovcitos em mulheresque no tm cancroj se faz, por que razono se h-de poder fazerem mulheresque tm cancro?,

    Preparamos uma edio especial

    regresso s aulas. Com dicas, conselhos

    e opinies. Para que este novo ano

    no seja apenas mais um

    Helena Gatinho

    [diretora]

    Eles dizem...

    Foto capa

    Fotolia

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    As mulheres que desejem ter trs filhos devem comear a tentarengravidar aos 23 anos para garantir as melhores hipteses de

    uma prole tripla. Pelo menos isto o que defende um grupo deinvestigadores britnicos que, atravs do estudo da vida reprodutivade 58 mil mulheres, criaram uma calculadora de fertilidade que dpistas sobre o melhor percurso de conceo ao longo dos anos emque o sistema reprodutor funciona.Para os especialistas da Universidade de Sheffield, se o desejo dematernidade de um s beb, a maior parte das mulheres nodeve esperar muito para alm dos 32 anos. Em paralelo, os mesmoscientistas advertem para os riscos de encarar uma fertilizao in vitro(FIV) como uma espcie de seguro de fertilidade que lhes permiteadiar quase indefinidamente a gravidez, j que esta tcnica no d

    qualquer garantia de que funcione em todos os casos.

    Plano de 12 dias para uma misso familiar: Acabarcom as fraldas e com o chichi na cama.

    Quando iniciar o treino do bacio?Antes dos 18 meses so poucos os msculosque esto suficientemente desenvolvidos parao controlo dos esfncteres. O importante estar atento aos sinais que indicam que estopreparados: caminhar com segurana, sentar-secom equilbrio, ter a fralda seca depois da sesta, terconscincia que est a fazer chichi e/ou coc, terautonomia para conseguir baixar e subir as calas.

    Qual o segredo para o sucessodo desfralde?

    muito importante potenciar, apoiar e motivar!Antes e durante. Dar aos nossos filhos ferramentasque os ajudem a adquirir autonomia. fundamentaldeixar as crianas tentar e experimentar fazer ascoisas sozinhas mesmo que levem tempo emotiv-las: No conseguiste desta vez, mas tenhoa certeza que se tentares conseguirs. As crianasreagem melhor s atitudes de motivao do que acrticas, por isso importante elogiar ou reforar obom comportamento.

    Os pais tambm tm de estar preparados?Sim, a base pais e filhos preparados! Os pais seremparticipativos uma vantagem para qualqueretapa do desenvolvimento. importante que afamlia esteja numa fase tranquila e sem grandespreocupaes. Fases de mudanas (de casa, deescola, divrcio, nascimento de um irmo) noso alturas benficas para se iniciar o desfralde. No preciso ter pressa! Alm disso, devem mentalizar--se que os descuidos acontecem e que fazem partedo processo. Os pais no devem ceder a presses

    sociais, feitas por amigos,familiares ou educadorespara comear o desfralde.L porque o filho davizinha tem a mesmaidade e j deixou asfraldas, no quer dizer que

    o vosso esteja preparado.

    Teresa Martins

    Menos ralhetes,mais elogios[Olga Reis, psicloga clnica]

    QUER TRS FILHOS?COMECE A TENTAR AOS 23!Cientistas criam calculadora de fertilidade

    Nova tcnica aumentasucesso da FIV

    Cientistas norte-americanos revelaramque possvel prever anomalias nos

    cromossomas de embries humanoscriados a partir de fertilizao in vitro (FIV)nas primeiras 30 horas aps a unio deum ovcito e de um espermatozoide.A confirmar-se, esta descoberta pode vir apromover o aumento da taxa de sucessodesta tcnica. Os embries resultantes deFIV normalmente tm de ser transferidosentre trs a cinco dias aps a criao,embora as anomalias cromossmicasapenas sejam identificveis a partirdo quinto ou sexto dia. Com este novomtodo, ser possvel identificar maisrapidamente os embries saudveis.

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    bloco de notas

    Decidir se o beb vai ficar em casa ou entrar nacreche nunca uma deciso fcil. Recentemente,investigadores irlandeses estudaram os

    efeitos do ambiente familiar e da creche nodesenvolvimento infantil e chegaram conclusode que os bebs caseiros desenvolvem ascapacidades de linguagem mais cedo e maisdepressa. No entanto, os bebs que esto emcasa, mas saem todos os dias para socializarpossuem, ainda de acordo com os investigadoresda Universidade de Maynooth, capacidadesmotoras acrescidas, em especial na coordenaomos-olhos. O estudo diz que nenhuma dasopes melhor que a outra, sendo importante

    que as crianas at aos trs anos experienciem,sempre que possvel, os dois tipos de situaes.

    Em casa ou na creche?

    As mes e os pais so dominados por um instinto natural deproteo em relao ao seu beb. E, impulsionados por esseinstinto, gostam de vigi-lo constantemente, mesmo enquanto

    est a dormir. Essa relao simbitica de profunda perceosurge logo na gravidez e atinge a sua maior intensidadenos primeiros meses de vida do beb, assumindo diversasformas e prolongando-se para sempre. precisamente estaatitude instintiva de cuidado e proteo que causa umatenso contnua nos pais, no sentido de monitorizarem quasepermanentemente a criana, preparando tudo ao mnimopormenor para evitar qualquer problema que possa surgir.Quando o beb passa a dormir sozinho no seu quarto, os paistm maior necessidade em vigiar o seu sono, o despertar, oschoros, bem como as brincadeiras. E por isso a hora de deitar

    torna-se muitas vezes ligeiramente assustadora para os pais.Especialmente durante os primeiros meses, representa umaforma temporria de separao da criana, que os leva aprecipitarem-se logo ao mnimo rudo vindo do quarto para

    verem, tocarem e tranquilizarem o beb.Para acalmar os pais, os sistemas de monitorizao porudio e vdeo (intercomunicadores), permitem aos paisdesempenharem as suas tarefas dirias sem qualqueransiedade, pois tornam possvel vigiar o beb como seestivessem sempre perto dele. Gradualmente, os paisaprendem a conhecer a criana e a compreend-la atravs dos

    cuidados dirios. O banho, a muda da fralda e os mimos paraadormecer so momentos fundamentais de ligao mtua.Mas o mais importante de tudo compreender que o amor uma questo de confiana. Os medos dos pais podem muitas

    vezes assustar as crianas e muito importante que aprendamdesde cedo a relacionar-se com o mundo exterior. Tudo o queas crianas precisam de saber que tm os pais ao seu ladonas descobertas dirias.

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    O observatrio Chicco acompanha o desenvolvimento da criana nos primeiros anos de vida,com a colaborao de mes, mdicos, especialistas e m puericultura, associaes e creches,para propor produtos simples e seguros para cada fase do crescimento.www.chicco.pt

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    Ateno primeira fralda!A composio do mecnio d indicaes sobre ascapacidades cognitivas do recm-nascido, revela umestudo realizado por um grupo de cientistas da CaseWestern Reserve Un iversity (EUA).O mecnio o nome cientfico das primeiras fezesque o beb produz aps o parto. De textura espessae pegajosa, a cor pode variar entre o preto e o verde-escuro e esta fralda suja , habitualmente, verificadacom toda a ateno pelos profissionais de sade, dadoque as caractersticas do ind icaes preciosas sobre ofuncionamento do sistema digestivo e sobre o intestinodo recm-nascido. Agora, este estudo veio mostrarque o mecnio pode tambm dar indicaes sobre

    as capacidades cognitivas do beb, nomeadamentenos casos em que a me consumiu lcool em grandesquantidades durante a gravidez.

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    MXIMA ABSORO DE XIXISE FEZES LQUIDASA fralda Dodot Sensitive oferece o mximo cuidado da Dodot

    para a delicada pele do recm nascido.

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    bloco de notas

    Este ano, as aulas comeam uma semana mais tardedo que o habitual: o ano letivo ter incio entre 15 e 21de setembro. O 1 perodo termina a 17 de dezembro eo 2 arranca a 4 de janeiro de 2016, terminando a 18 demaro;. O 3 perodo comea a 4 de abril e termina a 3de junho para os 9, 11 e 12 anos, a 9 de junho do 1 ao8 e 10 anos, a 1 de julho parao pr-escolar e a 12 de julhopara o 4 e 6 anos. As friasdo Natal decorrem entre 18 e 31de dezembro, as do Carnavalentre 8 e 10 de fevereiro e asda Pscoa de 21 de maro a 1

    de abril.

    Aulas arrancam mais tarde

    Depois das frias de vero, em que os midos

    crescem a olhos vistos, no so s as calas e as

    mangas das camisolas que ficam curtas Pode ser

    tambm necessrio trocar a cadeirinha para o carro

    e ensin-los a apertar bem o cinto de segurana.

    No espere que o seu filho atinja os 18 Kg para omudar de uma cadeira com arns (cinto interno) paraoutra do grupo II/III, aprovada dos 15 aos 36 Kg, queutiliza o cinto de segurana para prender a criana e a

    cadeira em simultneo como no adulto.

    O cinto deve ficar justo sobre o corpo, bem orientadonas guias marcadas a vermelho e nunca torcido.Regule as costas altura correta.

    Mantenha a criana na cadeira do grupo II/III (bancoelevatrio com costas) at o mais tarde possvel,sobretudo em veculos sem encosto de cabea noslugares de trs dessa forma aumenta a proteo dacoluna cervical.

    Mesmo em automveis com encosto de cabeaatrs, nunca utilize banco elevatrio antes dos oito ou

    nove anos pois o cinto de segurana poder ficar altojunto ao pescoo, levando a criana a p-lo por baixodo brao o que um erro muito grave.

    Se a criana j tem mais de 1,35 m de altura podeutilizar apenas o cinto de segurana; mas se o veculo alto e a sua cabea no fica perto do teto podecontinuar a utilizar um banco elevatrio at ter 1,50 m.

    APSI Associao para a Promoo da Segurana Infantilwww.facebook.com/apsi.org.ptwww.apsi.org.pt |[email protected] | 21 884 41 00

    Transporte no carro

    crianas mais velhas

    DICAS DE SEGURANA

    H dezenas de aplicaes que podem facilitar a vida aos paisno dia-a-dia com os filhos. Sugerimos-lhe algumas.Feed baby Para monitorizar as rotinas do beb, desdea amamentao mudana das fraldas, sem esquecer osbanhos, o sono e os principais marcos de desenvolvimento.Especialmente til para pais estreantes. iOS e AndroidMagicSleep Recria os sons uterinos para acalmar o beb

    e ajud-lo a adormecer mais rapidamente. iOS e AndroidBaby Pack & Go Uma checklist para quem gosta desair de casa sem aquela sensao de que se esqueceu dequalquer coisa importante para o beb. iOSTweekaboo Para registar os pequenos e grandesmomentos, no dia-a-dia, nas datas especiais, nas horas maisimprprias, nos instantes imprevistos. Uma espcie de diriode recordaes, em tempo real, para partilhar em privado com a famlia. iOSPuzzle for kids Divertidos e educativos, estes minipuzzles ajudam a entreter os mais novos quando os pais

    precisam de 10 minutos de sossego. Para crianas em idadepr-escolar. iOS e Android

    Artkive J no sabe onde guardar os desenhos e trabalhoscriativos dos seus filhos mas tambm no capaz de osdeitar fora? Descarregue esta app! o arquivo perfeito paraas obras de arte dos mais pequenos. E no fim do ano letivopode transformar os trabalhos num livro nico. iOSNet Nanny Numa poca em que tudo est acessvelonline, pode tornar-se complicado para os pais selecionaros contedos adequados aos filhos. Com esta aplicao possvel filtrar e bloquear contedos e garantir uma

    utilizao segura. iOS e Android.

    ROTINAS MAIS FCEIS

    Apps amigas dos pais

    FAMLIA

    http://www.facebook.com/apsi.org.pthttp://www.apsi.org.pt/mailto:[email protected]:[email protected]://www.apsi.org.pt/http://www.facebook.com/apsi.org.pthttp://c/Users/jprudencio/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%2010.0/en_GB/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/jprudencio/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%2010.0/en_GB/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/jprudencio/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%2010.0/en_GB/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdf
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    Ser adolescente e passar os diasno sof, a correr os canais de

    televiso, a jogar no tablet e atrocar smss no smartphonetem mais perigos do quecausar um ataque de nervosaos adultos. Investigadoresdinamarqueses realizaram umestudo em que imobilizaramjovens durante duas semanase verificaram que estes no s perdiam um tero dafora muscular como apresentavam capacidades delocomoo idnticas de idosos com cerca de 70 anos.

    Para alm disso, quando foi tempo de recuperar ascapacidades motoras, os adolescentes demoraram trsvezes mais tempo a chegarem aos nveis iniciais.

    Adolescentes commsculos de idosos

    PESO AFETARENDIMENTO ESCOLARA aptido cardiorrespiratria e o peso do corpotm efeito no rendimento escolar. Ou seja, quantomais saudveis forem os alunos nestes dois campos,melhores notas obtm. Segundo um estudodesenvolvido pela Faculdade de Motricidade Humanada Universidade de Lisboa, as consequncias so

    visveis nas disciplinas de Portugus, Matemtica,Cincias da Natureza e Ingls. Na investigao,efetuada em 14 escolas pblicas com 1531 alunosdo 7 ano, os autores observaram que os estudantescom peso normal tinham um desempenho escolarmais elevado quando comparados com alunos comexcesso de peso e obesos. E os alunos com aptidocardiorrespiratria mais saudvel tambm obtiverammelhor rendimento escolar. Face a estes resultados,os investigadores ressalvam a importncia da prticaregular de atividades fsicas e desportivas na escola,

    em contextos mais ou menos informais.

    Os alunos finlandeses vo deixar de ser ensinados a escrever mo, com o fim progressivo das aulas de caligrafia.As autoridades educativas do pas conhecidas pelassuas estratgias inovadoras tomaram a deciso apsreconhecerem que a forma mecnica de escrita, atravs deteclados, hoje mais importante e mais comuns junto dasnovas geraes, com as mensagens escritas e as redessociais a tomarem o lugar dos antigos mtodos de escrita.Minna Harmanen, responsvel do Conselho Nacional deEducao da Finlndia, explicou a deciso ao jornal britnicoThe Guardian: Anteriormente, as nossas crianas eramensinadas a escrever o mais depressa possvel logo queiniciavam a escolaridade, mas hoje isso s acontece nosegundo ano, por volta dos oito anos de idade. Isto s ignificaque apenas tm um ano letivo para o conseguirem fazer,antes de passarem a concentrar-se no contedo da escrita.

    Finlndia acaba com aulas de caligrafia

    nmer mdi dpergunt qu um crin cmeno d 11 no fa tdo o di

    8

    As novas geraes de homens es to cada vez mais envolvidasno seu papel de progenitores, passam muito tempo com ascrianas e criam laos de vinculao cada vez mais apertados.As concluses fazem parte de um estudo realizado no ReinoUnido, o qual revelou que os pais atuais no querem replicar osmodelos do passado, quando os homens no se envolviam nainfncia dos filhos, limitando-se ao papel de financiadores.Segundo a investigao, mais de 60 por cento dos homensinquiridos revelam ter uma relao mais prxima com os filhosdo que aquela que tiveram com os pa is, vistos como demasiadoocupados para se envolverem nas atividade quotidianas dafamlia. Por outro lado, perto de 70 por cento acreditam quecomunicam mais e melhor com as crianas, so capazes de criarinteresses em comum e organizam atividades fora de casa em

    que todos podem par ticipar.

    Homens mais presentes

    PAIS

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    crnica Porque sim no resposta

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    1.Convencionou-se assumir que o mundo que valoriza o dinheiro ou est mais perto do cu oucontamina as pessoas com a vertigem de que tudo se compra. Ora, se foi o dinheiro que criou

    condies para que a escola ao abrir-se, obrigatoriamente, para todas as crianas corrigisse asdesigualdades com que o bero as poderia, desde o princpio, ter enviesado, foram as escolhas(mais que o dinheiro) que outros, antes, fizeram, que criaram as condies para que a poltica e aeconomia, em sintonia, fizessem com que a escolaridade obrigatria se tivesse transformado nagrande revoluo da Humanidade. Porque tornou a escola mais plural e mais singular. E s issopermitiu que as pessoas passassem a ser menos desconfiadas entre si e tivessem mais e melhoresoportunidades para conhecer e para pensar. claro que do mesmo modo que os pais ao mesmo tempo que poupam sofrimentos aosseus filhos no podem refugiar-se em slogans como: Ele no luta por nada (como se filhoscomodistas em excesso no fossem consequncia dos pais que tentam substituir-se suaautonomia, vezes demais), tambm acerca da educao se tem de perceber que no basta omesmo tem tudo e no luta por nada. Como entre os pais e os filhos, essencial que se saiba o

    que se quer: da escola e daquilo que se deve exigir dela, em funo dos recursos que lhe so dados.Queremos melhores notas, melhores alunos ou melhores pessoas?O desafio do futuro ser, portanto, fazer com que ao contrrio daquilo que se passa com muitosmeninos em todo o mundo, que precisam de muita escola, cada vez mais escola melhor escolaseja, entre ns, sinnimo de menos tempos lectivos, de mais literacia, de melhor educao e demais humanidade. O que, muito mais do que seria desejvel, no acontece.Mais escola no , por inerncia, melhor educao e pessoas melhores, como todos sabemos.Melhor educao no significa, esclarea-se, crianas mais sossegadas, mais silenciosas, maisfalsas ou mais obedientes. No! Representa crianas vivas e serenas; crianas autnticas e

    espontneas; crianas que escutam e que perguntam; crianas curiosas e criativas; crianassingulares e solidrias; crianas que brincam e que estudam; crianas ruidosas e atentas; crianas

    que respeitam e interpelam; e crianas que aprendem e que pensam. Crianas mais educadas so,em resumo, crianas que falam do que sentem sem que confundam crueldade (que so verdadessem afeto) com verdade (que so verdades com bondade). Melhor educao significa, portanto,crianas sensatas e proativas. E crianas que no privilegiam o controle (do que sentem) aopensamento (com que ligam).

    2.Imaginando um ranking de crianas bem educadas (e, portanto, de pessoas melhores),

    vivemos, ainda, num pas tolhido por necessidades educativas especiais. E num pas emque o nfase colocado na formao cientfica (e na matemtica, em particular) vai continuandoa presumir, precipitadamente, que um mundo novo se alicera mais nas cincias e menos nashumanidades, mais na estatstica e menos na palavra, mais nos desempenhos e menos no carter,mais na tcnica e menos na filosofia, na histria e na poltica. Como se ou se fosse branco ou sefosse preto; mas nunca colorido. Ora, um pas onde o ou prevalece sobre o e, como todos jpercebemos, corre o risco de ser mais amigo da estupidez que da educao! E, insistindo em ser

    Melhor educao no significa crianas mais sossegadas,

    mais silenciosas, mais falsas ou mais obedientes

    Boas notas?Eduardo S[psiclogo]

    No, obrigado!

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    assim, jamais ser cmplice com o futuro. Porque um melhor futuro para os alunos no reside nomodo como uma formao em medicina ou em gesto os torne mais ricos, mais depressa.

    O futuro exigir sempre! para alm daquilo que estudem, que eles saibam fazer conviver umcorpo, um pensamento, uma famlia, um conjunto de amigos, uma vida pessoal, uma vida amorosa,uma vida profissional, e pontos de vista, sonhos e projetos com que ligam, entre si, todas estas

    vidas; com paixo e com convices. No indo por a, o melhor que se consegue transformarcrianas interessadas em alunos desinteressantes.Mas, tambm em funo dessa mesma aspirao de construirmos pessoas mais educadas emelhores, os pais no podem ficar espera que a escola ou o Estado definam, implementeme resolvam aquilo que eles, antes de mais ningum, devem fazer em funo da boa educao.O crescimento dos filhos requer escolhas e convices. Exige tempo, trabalho e determinao.Recomenda prudncia e paixo. E no se faz margem das hesitaes, das dvidas e dos errosdos pais. Porque o bom nunca fcil. Nem se faz sem algum sofrimento. Mas com trabalho, comescolhas, com tempo e com determinao. Sem tudo isso, a ideia dum crescimento fcil para as

    crianas , sobretudo, um sinal de preguia dos pais.

    3.Como podem, ento, os pais, contornar as omisses dum pas que, desde h muito, pareceter trocado uma poltica de educao por medidas soltas, muitas delas errticas? Como

    podem ter a liberdade de desobedecer a este impasse de: ou termos poltica sem educao oueducao sem poltica? Como podem fazer com que uma criana seja, ao mesmo tempo, mimadae combativa? E fazer com seja boa pessoa e boa aluna? Como podem os pais ser a autoridadereguladora de que a escola precisa, tornando-a melhor?

    a)Percebendo que a escola, sendo indispensvel e preciosa, no to importante como parece.b)Acarinhando a funo da famlia como a escola das escolas.c)Nunca perdendo de vista que as crianas primeiro so singulares e s depois sero protagonistas.Nunca ao contrrio.d)Compreendendo que alunos submissos e crianas educadas no so a mesma coisa.e)Reconhecendo que quanto mais os pais so amigos da escola mais as crianas se tornamamantes do conhecimento.f)Assumindo que todos os trabalhos de casa que sejam repetio em lugar de ser de recreao e derecriao so prprios de escolas com dfices de ateno.g)Atentando que por trs duma criana com insucesso escolar pode estar, tambm, um professorem dificuldades.h)No fazendo pelas crianas aquilo que devem ser elas a fazer por si.

    i)No perdendo de vista que repetir no aprender. E que conhecer implica confrontar, duvidar,perguntar e reconhecer.j)Aceitando que no h crianas difceis sem educadores assustados.k)No deixando de considerar que as explicaes tero de ser a exceo e, jamais, a regra. E que,mesmo quando elas existam, excecionalmente, que no representem algum que estuda com ascrianas, que estuda para as crianas ou que lhes poupa dvidas, dilemas e perguntas.l) Ousando insurgir-se contra todos os atelis de tempos livres que sejam uma soluo decomodismo escolarizada, regra geral de se ter menos famlia, ou uma forma batoteira de fazer,longe dos pais, os trabalhos de casa.m)Reclamando que um recreio no uma pausa, mas uma oportunidade de convivncia sem aqual no se cresce.n)Acarinhando a ideia de que, mais importante que as boas notas so os bons alunos. Daquelesque erram e que aprendem. E mais importante, ainda, que os bons alunos so aqueles que, tendovrias vidas, so bons alunos, bem educados e boas pessoas.

    O crescimento dos filhos requer escolhas e convices. Exige tempo, trabalho

    e determinao. Recomenda prudncia e paixo. E no se faz margem

    das hesitaes, das dvidas e dos erros dos pais

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    gravidez&parto Fatores de risco

    [texto]Teresa Martins [fotografia]Fotolia

    redobradoscuidados

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    So vrias as situaesque colocam a gravideznuma categoria de risco.Conhea os fatores maisfrequentes e como deve

    ser feita a vigilncia aolongo das 40 semanas.

    Ter um beb um processo natural,na maioria das vezes: depois deuma gravidez de termo, o partodecorre sem grandes sobressaltose nasce um beb saudvel. Dois

    dias depois, me e filho tm alta hospitalar eseguem, num namoro inigualvel, para casa,

    para a famlia, para um novo dia-a-dia. Porm,

    nem sempre assim. Nem todas as gravidezesdecorrem tranquilamente e algumas reque-rem vigilncia mdica apertada ao longo das40 semanas. So vrios os fatores que levam aque uma gravidez seja considerada de risco ou,

    nos casos mais crticos, de alto risco. Mas todosimplicam a possibilidade, em maior ou menorgrau, de complicaes para a me ou para o beb.Ou para ambos.O rtulo de gravidez de risco pode ser assustador,mas h que perceber que no significa que meou beb vo, efetivamente, ter problemas. Signi-

    fica que uma gravidez que requer um acompa-nhamento especial e uma monitorizao maisrigorosa para debelar (ou minimizar) qualquersituao que possa surgir antes, durante e atdepois do parto.So vrios os fatores que contribuem parauma gravidez de risco, desde a idade materna,a doenas anteriores gravidez ou problemas quesurgem no decorrer da gestao. Nem todas ascomplicaes podem ser prevenidas, mas partedos riscos pode ser minimizada com algumasalteraes no estilo de vida, como adotar umaalimentao equilibrada, praticar exerccio fsicoe deixar de fumar. Estes so os cuidados bsicos

    a ter antes de engravidar, quer saiba ou no quea sua gravidez pode ser de risco.Fique a conhecer as principais situaes quepodem comportar algum risco para a me e/oupara o beb e o que pode ser feito para contornarou minimizar as complicaes.

    Idade materna

    A idade considerada ideal para engravidar entreos 20 e os 30 anos. Antes disso, o aparelho repro-dutor feminino no est totalmente desenvolvidoe depois dos 30 h uma diminuio na fertili-dade e um risco mais elevado de surgirem vriascomplicaes. O risco relacionado com a idadeaumenta gradualmente, de forma continua, como aumento da idade materna, confirma CristinaVilhena, obstetra no Hospital Garcia de Orta.A partir dos 35 anos, h um conjunto de riscosque, embora tambm ocorram em grvidas mais

    jovens, passam a ser mais frequentes. O maior

    problema da gravidez tardia a dificuldade em

    engravidar, j que a fertilidade feminina sofre umdeclnio acentuado depois dos 35. Alm disso, hum risco acrescido de anomalias cromossom-ticas e malformaes congnitas. As anomaliascromossmicas devem-se a erros que ocorremdurante a diviso das clulas e que sabemosserem mais frequentes em mulheres de idademais avanada, explica Cristina Vilhena, su-blinhando que existem exames para avaliao

    destas anomalias (invasivos e no invasivos),cada um com diferentes taxas de deteo e comdiferentes riscos.O risco de complicaes durante a gestao,problemas com a placenta e parto prematurotambm aumentam com a idade. Os cuidadosnecessrios na gravidez depois dos 35 (tal comoem qualquer gestao) devem comear ainda an-tes da conceo: importante que a mulher faauma consulta com o ginecologista, onde feita

    a avaliao clnica e anlises pr-concecionais.

    Um estilo de vida saudvel sempre um bom

    ponto de partida para uma gravidez tranquila

    Minimizar

    Embora nemtodas ascomplicaespossam serprevenidas, possvelminimizaros riscos

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    A partir dos 35 anos a fertilidade decresce

    e o risco de complicaes comea a subir

    Peso da meTer menos de 45 quilos ou mais de 90 pode in-fluenciar negativamente a forma como decorre agestao e o prprio parto, assim como o desen-

    volvimento e a sade do beb. A melhor forma deanalisar se o peso adequado altura, atravsdo clculo do ndice de Massa Corporal (IMC =peso (kg) altura2 (m)). Um IMC menor que 18,5(baixo peso) ou igual ou superior a 30 (excessode peso) aumenta o risco de vrios problemas,quer para a me quer para o beb.Os bebs de mulheres com baixo peso podemter crescimento limitado durante a gravidez enascer tambm com baixo peso. Estes bebstm um risco aumentado de sofrer atrasos nodesenvolvimento e de vir a ter doenas cardio-

    vasculares e diabetes na idade adulta. Por outrolado, o excesso de peso ou obesidade da me noincio da gravidez aumentam o risco de hiperten-so, diabetes gestacional, pr-eclampsia e partopor cesariana. Assim, importante alcanar um

    peso equilibrado antes da gravidez.

    Hipertenso um problema que pode comprometer seria-mente a sade e a vida da me e do beb e umadas patologias mais frequentes na gravidez,alerta Cristina Vilhena. Temos essencialmentedois tipos de hipertenso: a crnica ou prvia

    gravidez e a gestacional ou induzida pela gravi-

    A gravidez de gmeos

    tem caractersticas

    prprias e implica

    um seguimento mais

    cuidadoso. Dificilmente

    atinge as 40 semanas

    de gestao e muitos

    dos partos so feitos

    por cesariana. A

    gravidez mltipla

    apresenta por um

    lado particularidades

    e complicaes

    especficas e por outro

    o risco aumentado de

    outras complicaes

    que tambm ocorrem

    em gestaes unifetais

    (nomeadamente

    diabetes ou

    hipertenso), mas que

    so mais frequentes

    nestas gestaes,

    explica Cristina

    Vilhena. Assim, as

    consultas e exames

    devem ser mais

    frequentes. No que

    diz respeito aos fetos,

    as complicaes

    relacionam-se,

    sobretudo, com o

    nmero de placentas:

    gmeos idnticos

    e com uma nica

    placenta so mais

    vulnerveis do que

    os que tm placentas

    independentes.

    A multiplicar

    gravidez&parto Fatores de risco

    dez. Ambas podem complicar e conduzir a situa-es de maior gravidade, como a pr-eclmpsiaou sndrome HELLP.A pr-eclmpsia o aumento da presso arterialacompanhada da eliminao de protena pela

    urina. Normalmente, esta complicao comeadepois da 20 semana. Quando no tratada ade-

    quadamente, pode culminar em eclmpsia, aforma mais grave das doenas hipertensivasna gravidez. Esta caracteriza-se pela pressoarterial muito elevada acompanhada de outrossintomas graves, como convulses. Nesta fase,a vida da me e do beb entra em risco.O tratamento para a hipertenso deve ser defi-nido pelo mdico. fundamental vigiar a tensodurante toda a gravidez e pode ser necessriofazer ecografias mais frequentes para verificar oestado e o desenvolvimento do beb. A vigilnciaclinica realizada em funo da gravidade, dura-o da doena (no caso da hipertenso crnica) e

    do controlo tensional durante a gestao, referea obstetra, explicando que as consultas mdicasso mais frequentes de forma a monitorizar atenso arterial e ajustar a teraputica quandonecessrio.

    DiabetesUma grvida com diabetes prvia exige maiscuidados, principalmente se se tratar de umadoena com muitos anos de evoluo, explicaCristina Vilhena. Nestes casos, podem existir le-ses em rgos como o corao, o rim ou o olho.

    No entanto, existem vrias formas de prevenoe a futura me tem um papel decisivo nesta fase.Para ter um beb saudvel, importante que elaaprenda a controlar a doena. aconselhvel co-mear um controlo rigoroso alguns meses antesde engravidar. Assim, o mdico pode despistar aexistncia de complicaes, como a retinopatia(olhos) e nefropatia (rins), que, de outra forma,tero que ser controladas durante a gestao.Em geral, e na sua maioria, so doentes queso devidamente acompanhadas em consultahospitalar de Endocrinologia e que realizam umacompanhamento pr, peri e ps-concecional.

    Isto de extrema importncia porque facto

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    gravidez&parto Fatores de risco

    conhecido que o mau controlo metablico no pe-rodo peri-concecional se associa a um risco au-mentado de malformaes congnitas, sublinhaa obstetra, explicando que os riscos para me epara o beb so minimizados mediante adoode um estilo de vida saudvel, com prtica deexerccio fsico regular, alimentao saudvele acima de tudo um bom controlo metablico.

    A diabetes gestacional, ao contrrio da diabetespr-existente, um problema que surge durante

    a gravidez e que, geralmente se normaliza depoisdo parto. A grvida fica com excesso de acarno sangue, que pode atravessar a placenta echegar ao beb. Se no for controlada, os be-bs podem ser muito grandes, o que dificulta o

    parto e aumenta a probabilidade de cesariana.O beb tambm fica mais propenso a ter icte-rcia e hipoglicemia aps o parto. Em muitosdestes casos possvel obter um bom controlometablico com a instituio de uma dieta ade-quada, mas por vezes necessria a instituiode teraputica farmacolgica com insulina para

    controlo dos valores de glicmia. A vigilnciadestas grvidas deve ser realizada num centrode referncia e individualizada de acordo com

    a gravidade da doena, do controlo metablico,do aparecimento de eventuais complicaes.

    AsmaA necessidade de oxignio aumenta significativa-mente nos dois primeiros trimestres de gravideze natural que a grvida sinta alguma falta de

    flego. Por isso, o acompanhamento mdico dagrvida asmtica essencial. So vrios os fatoresque podem agravar a asma nesta altura: altera-es hormonais, aumento do volume uterino,

    a ansiedade e o risco aumentado de infees

    respiratrias, sobretudo pneumonia. A asmano controlada na gravidez comporta riscospara a me (pr-eclampsia, hemorragia uterinae prematuridade), mas tambm para o beb, quepode nascer com baixo peso e imaturidade. importante que as grvidas no suspendam otratamento prescrito pelo mdico, pois podemocorrer complicaes indesejveis.

    Doenas cardacasA gravidez pode ser uma situao de alto risconuma mulher portadora de doena cardaca, por

    isso fundamental discutir com o cardiologistatodas as eventuais complicaes que da podemsurgir. Na gravidez, normal o ritmo cardacoaumentar at 20 por cento e o volume de sangueaumentar 40 a 50 por cento. Nos primeiros doistrimestres, a tenso arterial baixa, normalizandono ltimo. Se a mulher j tem problemas car-dacos, possvel que eles se agravem durante agravidez, j que o corpo vai, progressivamente,

    preparar-se para o trabalho de parto, altura emque exigido maior esforo do corao. Por outrolado, a gravidez e o puerprio esto associados amudanas cardiocirculatrias importantes, que

    podem agravar a situao clnica das mulherescom doena cardaca.

    Nas grvidas com doenas cardacas, o risco demortalidade materna pode chegar a 50 por centoe, por isso, exigem cuidados especiais desde antesda conceo. A cardiopatia a causa de morteindireta mais frequente na gravidez, ou seja, acausa de morte por doena prvia gestao.

    Histria de abortoO risco de aborto ronda os 20 por cento depois deum primeiro, 30 por cento depois de dois abortos

    consecutivos e de 40 por cento depois de trs,mas estes so situaes raras. A investigaodetalhada do casal deve ser feita depois de trsperdas fetais. Infelizmente em menos de metadedos casos possvel detetar uma possvel causa,refere Cristina Vilhena. Entre as causas maisfrequentes destacam-se anomalias cromoss-micas dos progenitores, malformaes uterinasou outras deformidades da cavidade uterina,causas imunolgicas e causas endcrinas. Aidentificao e o tratamento adequado (quandopossvel) da causa dos abortos de repetio poderesolver o problema e permitir uma gravidez determo bem-sucedida.

    Repouso

    Algumassituaesobrigam a mea desacelerar oritmo de vida e arepousar

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    Gravidez&partoDisfunes da zona plvica

    [texto]Rosa Cordeiro [Fotografia]Fotolia

    gota a

    Estima-se que 40 por cento das mulheres portuguesas soframou venham a sofrer de incontinncia urinria. Ainda assim,as disfunes do pavimento plvico continuam a ser tabu,e apenas dez por cento da populao procura ajuda mdica.

    gota

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    Decore estas palavras: pavimentoplvico. No, no vai encontr-lonum corredor do Aki, na prate-leira entre o cho flutuante e omosaico composite. Esta zona,

    de grande importncia na anatomia da mulher, constituda pelo conjunto de msculos e liga-

    mentos cuja funo suportar os rgos plvicos,isto , a bexiga, o tero e o intestino (reto). Onome at pode fazer lembrar algo robusto, masna verdade o pavimento plvico fraco e tem

    pouca resistncia.No caso das mulheres, que o que nos interessa

    para este texto, a nossa prpria anatomia jogacontra ns, com o canal vaginal a funcionar comouma abertura nos msculos do pavimento pl-vico. Ou seja, os nossos rgos plvicos estopendurados, sem uma base de sustentaoslida. Se a isto juntarmos gravidezes e partos,os riscos para o j de si fraquinho pavimento

    plvico acentuam-se.

    Prevenir o melhor remdioLembra-se quando estava grvida e andavaconstantemente a caminho da casa de banhopara fazer xixi? Pois bem, agora que est na faseps-parto pode dar por si a fazer xixi mesmoantes de conseguir chegar casa de banho. Esteproblema, embora comum, no costuma ser dis-cutido pelas recm-mams. O motivo principalprende-se com a vergonha, algo que Isabel Ramosde Almeida, fisioterapeuta especializada na rea

    da sade da mulher, confirma: H de facto umgrande constrangimento em falar de disfunesna zona plvica, e por isso a maioria das mulheressofre em silncio, justificando para si prpriasque normal, que no nenhum drama perderuma gotinha ou outra de xixi quando espirram,ou no sentir prazer no sexo desde o parto. Masno h qualquer normalidade nas disfunesdo pavimento plvico, mesmo na mais comumincontinncia urinria de esforo. E quantomais cedo se comear o tratamento, melhor.

    Alis, prevenir o melhor remdio. E por estapreveno que a fisioterapeuta Isabel Ramos de

    Almeida luta ativamente, quer com o trabalho

    que realizou ao longo de 24 anos na MaternidadeAlfredo da Costa, quer com o protocolo que estatualmente a implementar no Hospital dos Lu-

    sadas, quer ainda com a criao, em 2012, daAMSU Associao da Mulher para a SadeUroginecolgica. A preveno e a educao somuito importantes, refere, e a preparao para

    o parto e a recuperao ps-parto tm um papelfundamental.De facto, saber expulsar o beb meio cami-nho andado para minimizar um estiramentoem excesso do pavimento plvico, provocado

    por uma expulso muito demorada, e tambmpode evitar o recurso a frceps ou ventosa que,inevitavelmente, danificam o pavimento plvico.A fisioterapeuta clara: A preparao para oparto no deve ser vista como ginstica ou comoescola de pais, mas sim verdadeira preparao,feita por uma equipa de enfermeiros e fisiote-rapeutas, que deixe a mulher conhecedora do

    seu corpo, do processo do parto e do que fazere quando fazer.

    Outro ponto fulcral haver uma recuperaodo parto muito ligada ao pavimento plvico.H pessoas para quem a recuperao do parto

    significa perder peso, e por isso vo recuperarpara os ginsios Isto impensvel, diz IsabelRamos de Almeida. Da o protocolo que criou naMaternidade Alfredo da Costa, e que agora est a

    implementar nos Hospital dos Lusadas: todos ospartos vaginais so seguidos de fisioterapia, pararecuperar a sensibilidade e tonicidade musculare prevenir futuras disfunes.

    A ponta do icebergA incontinncia urinria um problema de sadepblica, do qual conhecemos apenas a ponta doiceberg, esclarece a fisioterapeuta. H pouca visi-bilidade das disfunes associadas ao pavimento

    plvico e pouca informao disponvel sobre o

    A preparao para o parto e a recuperao

    ps-parto so de extrema importncia

    Esforo

    Muitas mulheresperdem gotas

    de urina quando

    pegam em pesos,

    realizam atividades

    de impacto ou

    quando tossem,

    espirram

    ou riem muito

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    Adianta pouco fazer tratamentos se a mulher

    no adotar comportamentos e hbitos de vida

    saudveis no que respeita regio plvica

    assunto, e isso tem de mudar. um problema queconduz baixa autoestima e ao isolamento, comas mulheres afetadas a deixarem de conviver ede participar em eventos sociais s vezes at

    mesmo familiares , com medo de cheiraremmal ou de algum notar. No de mais repetir:perder umas gotas de xixi no normal, sejaem que circunstncia ou em que idade for, e algo que tem tratamento, muitas vezes simples,

    dependendo do grau.No normal ter perdas de urina, mas o en-

    velhecimento da zona do pavimento plvico natural. A isto, temos de somar outros fatores

    H que pedir ajuda, quanto mais

    cedo melhor. O tratamento dependedo grau da disfuno, mas a primeira

    abordagem recomendada simples

    e no invasiva: fisioterapia. O

    nome oficial, informa Isabel Ramos

    de Almeida, reeducao do

    pavimento plvico, e inclui trs reas:

    estimulao eltrica (sondas vaginais

    ou anais que obrigam os msculos

    a trabalhar, dando-lhes fora, tnus

    e sensibilidade), biofeedback ( o

    processo de ganhar conscincia da

    localizao e utilizao dos msculos

    do pavimento plvico, utilizando a

    sonda; depois, ao longo do dia, a

    mulher deve repetir as contraes

    musculares, em vrias posies, paraaprender a defender-se, diminuindo

    o impacto das suas aes dirias),

    e assimilao de hbitos de vida

    saudveis, tal como referimos no texto.

    Em graus mais avanados, recorre-

    se tambm cirurgia e/ou aos

    medicamentos. Aqui, essencial que

    estes procedimentos sejam feitos

    por mdicos especializados, com

    conhecimentos slidos da anatomia

    plvica. A uroginecologia a rea

    da medicina dedicada ao estudo,

    diagnstico e tratamento das disfunes

    do pavimento plvico da mulher.

    O que se pode fazer?

    Gravidez&partoDisfunes da zona plvica

    Tudo isto natural, mas pode ser minimizadoatravs da educao, como explica a fisiotera-

    peuta Isabel Ramos de Almeida. H hbitos devida saudveis a adotar, to simples que deviampassar de mes para filhas. O problema que,como h to pouca informao e visibilidadepara estas questes, as prprias mes precisamainda de ser educadas. Um ponto importante saber fazer xixi e coc na posio correta [n.r: vercaixa]. No andar com a bexiga cheia, no caso do

    xixi, e sentar-se na sanita apenas quando se temvontade de evacuar, no caso do coc h pessoas

    que vo para a casa de banho ler, apenas porqueacham que est na hora, e isto um pssimohbito, porque passam imenso tempo na sanita, afazer fora, a pressionar a zona plvica. Mas ondeno podemos mesmo falhar na gravidez e no

    ps-parto, com uma boa preparao e recupe-rao. O que devemos fazer ouvir s mulheres que, no ano a seguir ao parto, se sentirem algumsintoma destes que acham normais, devem irao mdico. Porque muitas vezes na avaliao

    ps-parto est tudo bem, mas depois, quandocomeam a fazer a sua vida normal, a carregar

    pesos, a ir ao ginsio, que estas disfunes se

    comeam a notar.

    Disfunes vriasA incontinncia urinria a face mais visveldas disfunes do pavimento plvico (afinal decontas, mais de 60 milhes de pessoas em todoo mundo sofrem deste problema), mas no anica. E o parto fator de risco para todas.Dentro da incontinncia, existem dois tipos dediagnstico: incontinncia urinria de esforo,que ocorre quando a mulher faz algum tipo deesforo, como tossir, espirrar, correr, rir, e in-

    continncia urinria de urgncia, que a perdainvoluntria de urina precedida por uma vontadesbita e inadivel de fazer xixi. A bexiga hipera-tiva, por seu lado, est constantemente a dar amensagem ao crebro de que quer urinar; pode ouno ser acompanhada de sintomas de incontinn-cia e est associada a um aumento exponencialda frequncia urinria (normalmente urina-sequatro a oito vezes durante o dia, dependendoda ingesto de lquidos, e nenhuma ou uma vezdurante a noite).Existem tambm disfunes anais, que se tra-duzem pela incontinncia de fezes ou gases,

    podendo ou no incluir sintomas de urgncia.

    que contribuem para as disfunes nesta zona.

    A especificidade da anatomia da mulher pre-disposio, como j vimos. As gravidezes e ospartos tambm oferecem sempre algum riscopara o pavimento plvico. O mesmo para asatividades fsicas de impacto, como correr ou

    jogar tnis, principalmente em mulheres que j

    tiveram partos. A profisso que desempenhamostambm conta: se passarmos o dia de p, ou acarregar pesos, h uma presso constante nazona plvica. Por ltimo encontramos doenas

    associadas, como por exemplo a obstipao epessoas com um fator alrgico muito elevado,que passam o tempo a tossir; em ambos os casos,exerce-se demasiada presso na zona plvica.

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    Pode no saber, mas

    h uma maneira certa

    e errada de evacuar eurinar. A posio agachada

    a melhor, dizem os

    especialistas, pois permite

    um relaxamento e

    descontrao muito maior

    dos msculos. E podemos

    faz-lo no conforto da

    nossa sanita, utilizando um degrau debaixo dos

    ps. Com os ps elevados, inclina-se o corpo para

    a frente, em posio de ccoras, num ngulo de,

    sensivelmente, 35 graus (com os braos estendidos,

    os cotovelos devem ficar ao nvel dos joelhos). Veja

    um vdeo explicativo (em ingls) no endereo

    www.youtube.com/watch?v=pYcv6odWfTM.

    A posio certa na sanita

    As laceraes dos msculos que rodeiam o nusso frequentes durante o parto, principalmentequando existem rasgaduras ou corte at ao esfnc-ter anal e utilizao de frceps. As disfunes po-dem surgir logo ou manifestarem-se anos depois.O prolapso dos rgos plvicos so hrnias dergos como o tero, o reto e a bexiga, que descempara dentro da vagina ou, atravs dela, para oexterior. Acontece quando os msculos do pa-

    vimento plvico enfraquecem ou se rompem. Hvrios graus de prolapsos, sendo que de inciopodem ser assintomticos, mas depois do quei-

    xas como sensao de presso e peso na vaginaou nas costas, incontinncia urinria, sintomasintestinais, desconforto nas relaes sexuais, e,em graus mais avanados, aparecimento de umabola entrada da vagina.

    Algumas disfunes sexuais tambm esto rela-cionadas com problemas do pavimento plvico. Eaqui, mais do que nunca, a mulher tem tendnciapara achar que normal, principalmente se teveum filho h pouco tempo, culpando as hormonas.No entanto, a falta de prazer e de desejo podeestar relacionada com a atonia ou distenso dosmsculos plvicos.

    Seja qual for o caso, o importante que as mulhe-res percebam que se algo as incomoda porqueno normal, e que se no normal tem de ser

    analisado por um mdico. Com a conscinciade quem conhece o seu corpo e sabe que algoerrado se passa, sem medos e sem vergonhas.

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    crnica A Seduo do SER

    24Pais&filhossetembro2015

    Que seca! foi assim que a Ana reagiu nossa conversa. Estvamos na praia, conversa

    com uns amigos, quando um deles comentou: Est-se aqui to bem e afinal daqui ameia-dzia de dias j estamos a trabalhar e os pequenos comeam as aulas. A Ana,que parecia alheia ao mundo e por maioria de razo aos pais, reagiu de pronto: Queseca!. Entreolhmo-nos e os pais dela resolveram responder: Mas j ests de frias h

    sei l quantos meses... no ests farta? Ainda por cima este ano tm a benesse de mais uma semana!Olha, ns no. A Ana levantou-se, pegou na toalha e afastou-se, no sem antes ter dito: S faltadizerem que no vosso tempo ningum tinha frias e adoravam as aulas.... A cena continuou, com osmeus amigos a dizerem que a filha estava cada vez mais malcriada e eu a tentar ignorar o assunto,tambm porque me parecia uma leitura demasiado rpida dizer que a Ana estava muito malcriadas por achar que comear aulas era uma seca.Realmente, no nosso tempo tnhamos frias, se tnhamos. Quase quatro meses. E, tal como a Ana,protestvamos sempre que algum nos dizia que ramos privilegiados mas, por outro lado, ao chegar

    setembro j o ar trazia um travo nostlgico de vontade de rever os colegas, as salas de aula, a escola e pasme-se at mesmo os s tores.O vero deixa saudades. A maioria dos jovens trabalha muito, durante o ano letivo, e o apanhar-seem frias corresponde a uma sensao de irrealidade. Nos primeiros dias, alis, h muito a fazer:os pais apresentam o seu caderno reivindicativo: arrumar o quarto, deitar fora o lixo acumulado,escolher a roupa que j no serve e que continua a ocupar espao, tratar de meia dzia de coisas que

    ficaram para quando tiver tempo, e ainda h que dormir, ver televiso e jogar consola at mais tarde,programas com os amigos, e beliscarmo-nos de cinco em cinco minutos para termos a certeza de queno um sonho. Finalmente chega o ansiado repouso do guerreiro, geralmente coincidente a ida paracasa de familiares, atividades de interrupo letiva, campos de frias, casa de amigos, praia... A sim,so frias a srio. Reencontram-se grupos, reocupam-se espaos, medem-se as diferenas nas coisas enas pessoas, curte-se o ar livre e a gesto flexvel das horas.

    Passado este perodo, os dias comeam a ser mais pequenos e as folhas do calendrio a passar maisrapidamente. H a sensao de que das 200 coisas programadas para as frias teremos muita sorte sefizermos 20, e isso pode gerar nostalgia. Chega ento setembro e o aproximar das aulas. Que seca! diria a Ana e todas as Anas deste mundo.Convm admitir um perodo de transio para o luto das frias e para o retomar do ritmo letivo.Setembro esse perodo, com alguns deveres, reencontros, preparao psicolgica (e fsica) e(recomendo) uma reviso (leitura, apenas) da matria do ano anterior porque ajuda os neurnios arecuperar o que de importante se deu e que ser muito til para garantir a continuidade no novo ano.A Ana, ao ver no regresso s aulas uma autntica seca no se estaria a lembrar de todas as coisas quepode fazer e que, na maioria dos casos, so divertidas e tm implicaes no presente e no futuro. E noque vai aprender e aperfeioar-se. E tambm que no h s direitos, mas tambm deveres.Enquanto o sistema solar (e o escolar) forem o que so, h sempre a garantia de que para o ano h maisvero. O bye-bye vero s, afinal, um at junho, Ana. Podes dormir descansada. A seca no te vaidesidratar!

    Mrio Cordeiro

    [pediatra] Regressar seca

    ...ou talvez noConvm admitir um perodo de transio para o luto das friase para o retomar do ritmo letivo. Setembro esse perodo

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    Muitas coisas podem acordar o seu beb,mas uma fralda hmida no ser uma delas.

    Mais seco mais rpido.

    Porque tem o primeiro dente a nascer ou tem

    saudades suas. H muitas razes pelas quais

    o seu beb pode acordar de noite, mas com

    Dodot no ser por culpa de uma fralda hmida.

    S Dodot fica mais seca em menos tempo,

    proporcionando at 12 h de securapara uma

    noite de sono sem interrupes.

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    escola Bebs

    [texto]Sofia Castelo [fotografia]Rui Botas

    um dos momentos mais aguardados. O beb vaipassar os dias fora de casa, a descobrir o mundoe a fazer novos amigos. Descansem os mais ansiosos:

    a estreia tem tudo para correr bem.

    Amochila e a lancheira com oHomem-Aranha j esto com-pradas. O bibe aos quadradi-nhos azuis e brancos e com onome bordado tambm. O bon

    completa o conjunto. Agora s falta chegar asegunda semana de setembro e Afonso vai co-mear a frequentar o jardim-de-infncia. Talcomo acontece nesta altura com milhares de

    crianas pelo pas fora, para este menino detrs anos, de grandes olhos castanhos e sor-riso sempre pronto, o regresso de frias vai sermarcado por uma grande mudana: deixa deficar uns dias com a av Ema e o av Antnio,outros dias com a av Mil e o av Z e passara ir todos os dias escolinha.Achmos que era uma boa altura para ir parao pr-escolar. Eu e o pai visitmos vrios stiosaqui nas redondezas e optmos por aquele quenos pareceu melhor e com uma melhor relaoentre as mensalidades e a oferta, diz a me. O

    Afonso est entusiasmado, j foi connosco veras instalaes e tambm conheceu algumas

    crecheeducadoras, embora ainda no se saiba qualvai ser a dele. Acha-se muito crescido e nopara de dar a novidade a toda a gente, acres-centa Paula Lemos, mas no esconde algumaapreenso. Uma coisa ir l, ver o recreio, ascrianas a correrem, outra quando perceberque tem de ficar todos os dias sem os pais nemos avs vamos ver como corre, diz, disfar-ando um suspiro.

    O ano letivo que agora arranca sero ltimo em que apenas as crianasde cinco anos tm lugar garantidona rede pblica de ensino pr-escolar. De acordo com um diplomapublicado no incio de julho em Dirioda Repblica, todas as crianas quecompletem quatro anos at ao inciodo ano letivo 2016/2017 tero lugargarantido nos jardins-de-infnciaestatais. O objetivo, a mdio prazo,

    alargar esta garantia de vagaspblicas a todas as crianas quecompletarem trs anos.De recordar que a UE, atravs doQuadro Estratgico para CooperaoEuropeia no Domnio da Educao eFormao, define que pelo menos 95por cento das crianas com idadesentre os quatro anos e o incio daescolaridade obrigatria devemfrequentar a Educao Pr-Escolar.

    Pr-escolar pblico aos quatro anos em 2016

    estreia na

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    Tudo comea com a escolha doestabelecimento. O meu conselho que os pais no confiem numlocal apenas porque familiaresou amigos gostam, ou porque asmensalidades parecem razoveis,mas que procurem informar-se exaustivamente das opeseducativas e curriculares adotadas,do quadro de pessoal, docente eno docente, das condies fsicase pedaggicas, dos horrios e detodos os pontos que considerem

    importantes, aponta VanessaLoureno, que adianta: e no fiquempela visita primeira escola, pormuito perfeita que parea!No h que ter medo de fazerperguntas ou de ser chato. Afinal decontas, a criana vai passar muitotempo naquele ambiente! Faamvrias visitas, a horas diferentes,falem com o maior nmero depessoas e se sentirem que, poralguma razo, no so bem-vindosou recebidos de forma aberta,descartem essa hiptese. As boas

    creches e jardins-de-infncia no smantm contactos estreitos com asfamlias, como fazem de tudo paraos promover, adianta a psiclogaeducacional.Escolhida a escola, h que aapresentar criana. Marquem umavisita em famlia e mostrem a sala,

    o espao das refeies, as casas debanho, os recreios se isso for feitona companhia da educadora ou dasfuturas educadoras, tanto melhor.Feitas as apresentaes, tempo deconversar, muito, sobre a escola e oque a vem, salientando sempre ospontos positivos.E, se mesmo com todos os cuidados,a criana chora desalmadamentequando deixada na sala do jardim--de-infncia? Vanessa Lourenodeixa algumas dicas: No primeiro

    dia, deix-la por meia hora, nosegundo por uma hora, no terceiroduas horas, depois meio dia e por afora, at chegar jornada completa.E, se disser que a vai buscar a umacerta hora, por exemplo antesde os meninos se sentarem paraalmoar, cumprir escrupulosamenteo combinado. Isso d garantias criana de que no foi abandonadae que chegar sempre o momentode se reunir famlia.Passada a fase de ambientao,quando o adulto diz adeus, at

    logo, o pai/me vai trabalhar edepois vem-te buscar h que sairrapidamente e no prolongar adespedida, apesar de todos os gritose choros. Provavelmente, menos decinco minutos depois, as lgrimassecam porque a criana viu umacoisa ou algum que a interessou!.

    Como preparar a entrada e os primeiros dias

    escola Bebs

    Vida nova?Seja aps a licena parental ou a meio caminho

    entre os primeiros meses e a idade pr-escolar,a entrada na creche ou jardim-de-infncia um momento importante para toda a famlia.Para trs ficam os cuidados exclusivos de pais,avs ou amas e o caminho em frente feito derotinas partilhadas com os colegas, horrios,tarefas mais ou menos ldicas refeiescom paladares diferentes, novas caras, novasexigncias mas tambm de muitas experinciase momentos de crescimento e de alegria.A deciso de colocar uma criana na creche ouno jardim-de-infncia nunca imediata e, mui-tas vezes, no fcil para os adultos, reconhecea psicloga Vanessa Loureno. Mas acredito

    que, na esmagadora maioria dos casos, se fosseperguntado aos pais se esto arrependidos, elesdiriam que no, acrescenta.Muitas, muitas vezes, as pessoas relatam queos filhos esto diferentes, mas para melhor.Mais autnomos, mais confiantes, a falaremde amigos novos, das educadoras, das auxilia-res certo que h poucas situaes em quea transio para esta vida nova acontece deforma linear, mas tambm certo que, quase

    sempre, as dificuldades so transitrias e ul-trapass-las vale a pena.E que dificuldades so essas? Curiosamente, outalvez no, em alguns casos a ansiedade inicial bem mais visvel nos pais que na criana.Por muitas conversas e visitas preparatriasque haja, ela no sabe exatamente ao que vai,mas os adultos, mais que no seja porque re-cordam o seu prprio percurso escolar, achamque sabem! importante manter a calma eencarar esta situao como natural e um si-nal de crescimento e desenvolvimento, no s

    da criana como de toda a famlia. A escolano um castigo, divertida, segura, abrehorizontes, cria ferramentas de socializaoe, salvo em casos muito, muito excecionais,tem profissionais dedicados e competentes,que gostam de crianas e, em especial, gostamenormemente das suas crianas. H, por isso,muitas condies para que as coisas corrambem.

    Seguro de amorQuando o tema creche vem baila, AnaElias, me de Rosa, 19 meses, que se mostranervosa e expectante. At agora, ela esteve

    Foto

    s:ColgioReggioEmilia

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    CrecheQualquer estabelecimento reconhecido

    e certificado que visa o acolhimento paracrianas desde o fim da licena parentalat aos trs anos, durante a par te do diaem que os pais ou as pessoas que astenham sua guarda no podem estarcom elas.Objetivos: Proporcionar s crianas um climade segurana fsica e emocional quecontribua para o seu bem-estar edesenvolvimento; Partilhar com a famlia os cuidados e aresponsabilidade do desenvolvimento; Fazer o despiste precoce de qualquer

    inadaptao ou deficincia, garantindo

    um encaminhamento adequado paracada caso;

    Prevenir e compensar falhas sociais eculturais do meio familiar.

    Jardim-de-infnciaQualquer estabelecimento reconhecidoe certificado que esteja orientado para odesenvolvimento da criana a partir dostrs anos e que proporciona atividadeseducativas e de apoio famlia.Objetivos: Promover o desenvolvimento pessoale social da criana e proporcionar-lhecondies de bem-estar e segurana; Contribuir para a igualdade de

    oportunidades no acesso escola,

    para o sucesso na aprendizageme desenvolvimento da expresso e

    comunicao; Despertar a curiosidade e o pensamentocrtico; Despistar inadaptaes, deficinciase precocidades para uma melhororientao e encaminhamento da criana; Incentivar a participao das famlias noprocesso educativo e estabelecer relaesde colaborao com a comunidade; Apoiar a famlia, dando as refeiess crianas e assegurando que tmonde ficar at mais tarde (ocupadas comatividades de animao educativa).

    Fonte: Instituto da Segurana Social

    Princpios da creche e do jardim-de-infncia

    na ama que vive trs andares acima de ns. uma pessoa em que tenho toda a confianamas, infelizmente, tem alguma idade e decidiuno tomar mais conta de crianas. Tivemos

    de arranjar uma soluo e optmos por umacreche muito perto, com boas referncias eonde j esto filhos de amigos, ou de amigosde amigos. O meu problema no com o stio,mas com a forma como a Rosa se vai adaptar,em especial s refeies ou na hora de dormir. que, recorda Ana, nem sempre fcil que elacoma e tambm luta imenso contra o sono. Aminha dvida : com tantos midos, ser quelhe vo dar ateno suficiente?Tambm Paula Lemos se mostra preocupadacom a forma como Afonso vai viver o quoti-

    diano no jardim-de-infncia. um mido quefaz imensas perguntas e que parece altamentedespachado mas, ao mesmo tempo, muitoagarrado a ns, especialmente a mim e s duasavs. O meu receio que sinta uma diferenato grande que passe a odiar a escola. O bomdisto que, se no gostar, somos os primeirosa ser informados!, diz, a sorrir. O Afonso noesconde nada, tem o corao ao p da boca.Prevejo algumas manhs complicadas!Perante tais dvidas, Vanessa Loureno de-fende a importncia de preparar o melhorpossvel os novos tempos. H algumas coi-

    sas que se podem fazer, nas semanas e mesesanteriores, para garantir que a escola escolhida a melhor e a mais adequada para a realidadeda famlia, revela (ver caixa).As crianas so criaturas de hbitos e, por isso,tudo o que quebre esses hbitos tem capacidade

    para as perturbar. Cabe aos adultos garantir

    que essa perturbao no s passageira comomoderada. Como que isso se faz? Com atenoe amor, garante.Significa isto, mostrar criana que a ida para aescola no um castigo, no um afastamento,nem um abandono. sim, um sinal de que esta crescer e uma oportunidade de passar d iasbem divertidos, com pessoas que gostam delae que lhe vo ensinar muitas coisas novas eestimulantes. Mas importante que ela tenhaa certeza de que, no final desses dias, o colo dospais estar sempre espera. E quem fala depais, fala de irmos, de avs, de tios, de quem

    for importante. Pode at no verbalizar essacerteza, mas quem a conhecer bem e prestarateno reconhece o momento em que a escolase transforma de uma novidade com as suaszonas claras e escuras para mais uma rotinadas boas, conclui Vanessa Loureno.

    Faa uma visitaAntes do primeiro dia, leve-o a conhecer a escola, a salae, se possvel, a educadora

    Um lugar especial

    importante transmitirque a escola no umcastigo, divertida, segura, abre horizontes

    e cria ferramentas desocializao

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    Ocarrossel mais parece uma montanha russa. Sobe e desce, em lugar de andar s

    roda, como no filme da Mary Poppins, que elas j viram mil vezes. Mas mais es-pantoso, ainda, a chvena gira sobre si mesma, mais depressa umas vezes, depoismais devagar, no sei bem se por ao de quem l se senta dentro, se por algumadeciso pr-programada.

    O que sei que tanto eu como a Carminho no quisemos andar na chvena. No quisemosmesmo, preferindo um cavalo, um para ela e outro para mim, lado a lado, prontos a abandonar apista para cavalgar a galope pela serra de Sintra. E nem nos importmos que a Madalena e o avtivessem mais coragem do que ns, ou mais ou menos, fingindo que no vamos como faziamacrobacias disparatadas, e se divertiam tanto, ao ponto das gargalhadas ecoarem por toda a feira(as gargalhadas da Madalena so to espantosas que contagiam qualquer um...).Mas tudo isso aconteceu no ano passado. Em julho de 2014, quando elas ainda tinham trsanos, quase a fazer quatro, h sculos e sculos, como lhe diro se lhes perguntar. E os medos

    dos trs, quase a fazer quatro, no tm justificao quando se tem quatro a fazer cinco, aindamenos quando existe uma mana pequenina a quem preciso dar bons exemplos. Por tudo isto,a Carmo comeou, logo pelo Natal, a anunciar que quando a feira voltasse ao largo de S. Pedro iaandar na chvena. E eu, que no queria passar por medricas, disse-lhe que ia com ela.Quando o dia finalmente chegou, escolhemos uma chvena azul, de um design plagiado da Aliceno Pas das Maravilhas. A Carmo, que j d mortais para a frente que me param o corao, aquimordia o lbio, naquela mistura de medo e desejo, que d um sabor mgico a tudo. Tentmosas duas ignorar o ar de especialistas do av e da Madalena, e quando o apito tocou estvamosprontas. segunda rodadela a Carmo j dava gritos de felicidade e terceira encontrou forma

    de acelerar a velocidade. Contudo, de repente, perguntou: Av, quando que acaba? No queroque acabe! Raios! De onde vem o medo de que as coisas boas acabem, de que a Carminho sofre?Enquanto que a Madalena, que nos acena da outra chvena, vive o presente em absoluto.

    Mas se no gentico, a irm gmea idntica to diferente, poderia ser epigentico, porquesabemos hoje que os intercmbios qumicos dentro do tero, as experincias afinal, podemlevar a que determinada caraterstica se revele ou se esconda, mas se for epigentico, comoposso ento sentir-me to igual a ela? Como se lhe tivesse doado esta insuportvel pergunta quedesmancha-o-prazer. Mas se foi c fora que aprendeu, no contacto connosco, foram as nossaspalavras, atos e omisses que a levam agora a gozar s metade, porque a outra metade alamentar que o gozo seja efmero?O divertido no ter respostas. O divertido , na busca de entendermos quem somos, e doantdoto para nos salvar daquilo que no queremos ser, tecermos cumplicidades e empatias, sermos avs e netos.Respondo-lhe que era maador rodar para sempre numa chvena. Que as coisas boas acabam,para podermos viver outras, novas e diferentes, to boas ou melhores do que aquelas que j

    vivemos. E venho para casa a jurar a mim mesma que vou gozar cada segundo destas minhasnetas, sem deixar que o medo do futuro estrague estes dias entre ns.

    crnica Dirio de uma av galinha

    O divertido , na busca de entendermos quem somos,

    e do antdoto para nos salvar daquilo que no queremos ser,

    tecermos cumplicidades e empatias

    A insuportvel pergunta

    Isabel Stilwell

    [jornalista]

    que desmancha-o-prazer

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    Escola Regresso

    [texto]Cristina Valente* [Fotografia]Fotolia

    Regresso s aulas

    sem pressesde no estarem a conseguir alcanar o estatutode perfeitas. Quando pedimos aos nossos fi-lhos: Faam o vosso melhor! eles sabem queo que queremos realmente dizer : Sejam osmelhores!.Mas ser que existe uma alternativa compe-tio pura e dura? Sim: as crianas devem terobjetivos para cumprir, mas devem ser incenti-

    vadas sobretudo a esforarem-se, mais do queapenas a atingirem resultados. O processo maisimportante do que o sucesso

    Os efeitosat porque a presso que sentimos para mol-darmos crianas e adolescentes superestrelasno est a ajudar os nossos filhos, pois estessofrem cada vez mais de ansiedade, depressoe outros problemas de sade.Ou seja, em vez de estarmos a criar uma gera-o de elevado potencial, estamos a torn-losansiosos, infelizes e supersensveis. E a prejudicarprofundamente as nossas relaes com estesmidos que tanto amamos. Parece que estamos

    a esquecer-nos todos de um dado importante einfalvel: que crianas stressadas simplesmenteno aprendem!

    tempo de rever metas e prioridades: no os pressionenem sufoque com objetivos nem trabalhos de casa.D-lhes tempo para brincar e deixe-os sonhar.

    Em contagem decrescente para oregressao s aulas (e s rotinas),convm rever procedimentos e

    prioridades. Em educao, a pre-veno a melhor ferramenta de

    disciplina; e a planificao, a segunda melhor! Secriarmos um plano juntamente com as nossascrianas para o novo ano letivo, isso dar-nos-

    a todos uma excelente estrutura: a rotina nafamlia um requisito e no uma opo!

    A ansiedade e a presso sobre os filhos

    Hoje em dia, j no temos que nos preocuparcom doenas infantis incurveis; por isso, onosso foco agora o sucesso acadmico dosnossos filhos. Mas queremo-lo tanto que quaseos sufocamos emocionalmente: acreditamosque tm que comear a trabalhar cada vez maiscedo. Para terem as melhores notas e acesso s

    universidades de excelncia que, por sua vez,lhes vo proporcionar os melhores empregos ecasamentos! Deixem-me dizer-vos uma coisa:esto completamente errados.

    A ansiedade e a neurose parentais esto a atingirpropores assustadoras. O problema que as

    crianas esto muito conscientes disso e do facto

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    Os pais preocupam-se

    quando os filhos tm muito

    tempo livrecomo

    se apenas brincadeira

    e nada de trabalho oslevassem ao fracasso!

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    escola Regresso

    Tempo livre para brincar

    Como valorizam esta educao competitiva, ospais preocupam-se quando os filhos tm muitotempo livre como se apenas brincadeira e nada

    de trabalho os levassem ao fracasso! A maiorparte dos momentos dos filhos esto repletos deatividades estonteantes. Por isso, deixo aqui um

    pedido: no os sujeite a atividades extracurricu-

    lares que possam tornar a vida da famlia aindamais dura. As crianas tero muitos anos pelafrente para se apaixonarem por um desporto.O valor da brincadeira espontnea tem vindoa desaparecer aos poucos. O que a maior partedos pais no sabe que o tempo sossegado semfazer nada, quando a criana deixada sozinhae em paz, serve para meditar, para resolver osseus prprios problemas, para descobrir as suas

    prprias solues, enfimpara crescer!Estar aborrecido, sonhar acordado e andar nas

    nuvens assim que as crianas aprendem real-mente a usar a sua imaginao, a alimentarema sua criatividade e a procurarem solues.Os efeitos que as crianas podem sofrer quandoso sujeitas a demasiadas presses so inmeros:Em casa

    expressam sentimentos de impotncia, faltade esperana e inutilidade (No presto ou Souestpida);desinteressam-se subitamente de atividades

    familiares ou outras de que gostam (por exemplo,desportivas);adquirem tiques nervosos (enrolar cabelo,roer unhas, arrancar borbulhas) ou manifes-

    Enquanto as crianas ainda frequentam o

    jardim-de-infncia, os pais apressam-sea ensinar criana a ler e a fazer contasantes do tempo, isto , antes da idadeescolar. Essa manobra narcsica (os paisgostam de exibir filhos gnios!) no trazqualquer vantagem e carrega, at, umprejuzo: enfraquecer o seu interesse pelaleitura e pela aritmtica quando depo isentrar na escola. No fundo, conhecer as

    letras e os nmeros antecipadamente

    retira-lhe a satisfao da descobertae de progredir, ao mesmo tempo queos seus coleguinhas.Entretanto, outrascompetncias (mais importantes nestasidades) costumam ser negligenciadas,como por exemplo, ensinarem as crianasa vestirem-se e a lavarem-se sozinhase a conseguirem ultrapassar algumasdificuldades sem ajuda.

    Fazer contas antes do tempo

    Estar aborrecido e andar nas nuvens assim

    que as crianas aprendem realmente a usar a sua

    imaginao e a alimentarem a sua criatividade

    Presso

    Os efeitos nacriana soinmeros, visveisem casa e na escola

    Atividades

    O excesso podetornar a vidada famlia aindamais dura

    tam comportamentos obsessivo-compulsivos

    (lavar as mos demasiadas vezes, desenvolverrituais repetitivos);

    mudam de um estado de esprito feliz e tran-quilo para um mais temperamental (gritar semmotivo) e deprimido (dificuldade em sorrir, olhartriste, autoestima desastrosa);ganham uma preocupao crnica, entram em

    pnico sem razo, possuem menos resistncia frustrao do que o normal;

    mudam os hbitos alimentares e perdem oapetite;passam a sofrer de insnias (dificuldade emadormecer e em permanecer a dormir durante

    a noite); queixam-se de dores de estmago e cabeasem causa aparente;passam a sofrer de ataques de asma, herpeslabial, eczemas, etc.

    Na escola

    Ou mostram-se extremamente preocupadascom testes, provas e TPCs ou perdem o interessena escola e nos trabalhos escolares, tm notasmais fracaspedem para ir casa de banho vrias vezes

    durante as aulas;queixam-se de dores frequentes ou outras des-culpas para no terem que ir escola;

    ganham resistncia leitura e matemticapedem para ir para casa descansar ou brincar.

    Regresso sem choquesO incio de um ano escolar pode ser uma boaoportunidade para os pais refletirem sobre tudoisto e para se prepararem para este novo desafio.

    At porque, o regresso s aulas nem sempre fcil...Depois de trs meses num alegrefar niente, volta-rem rotina escolar pode ser um choque para

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    As roupas so um dos temasprincipais das clssicas batalhasmatinais que pais e filhos (sobretudoos mais novos) enfrentam durantetodo o ano letivo. Vestir uma crianapara a escola requer alguma atenoe muito bom senso. As crianasprecisam de roupas e calado:ConfortveisLevesFceis de vestir e despir / calarRespirveisImpermeveis (calado)Os pais, para a sua prpriacomodidade, precisam que as suascrianas tenham roupas:Fceis de lavar e de secarFceis de engomar (ou quedispensem o ferro)Mas as batalhas s acontecemporque os pais j acordam atrasados.Por isso, deve ser criada uma rotinainegocivel cujas consequnciasdevem ser discutidas e determinadasantecipadamente (por exemplo, se

    no te levantares nos prime iros 15minutos da primeira chamada, tersque deitar-te 15 minutos mais cedonessa noite). Tome agora nota dealgumas dicas que podem tornar assuas manhs mais calmas:Acordar meia hora mais cedo!Escolher roupa no dia anterior(inclui sapatos e acessr ios). Deixea criana escolher o que vai vestir(quando a criana sente que lhe dada escolha, reage melhor). Nose preocupe com a falta de gostoe resista presso social de terum menino muito bem vestidinho(mas sem vontade prpr ia!). A tarefade escolher roupas ser to maissimples e rpida quanto menosroupa houver no guarda-roupa!Institua que, depois de escolhidas,as roupas no podem ser mudadasna manh seguinte. A no ser queo clima mude de repente! Por falarnisso, consulte sempre o boletimmeteorolgico de vspera.

    Como evitar batalhas matinais

    todos. Muitos comeam a lamuriar-se: Mamno gosto da escola. Na realidade, o que eles

    querem dizer Mam, no quero que as friasacabem, isto estava a ser to bom!. Nisso, esta-mos todos de acordo, certo?Durante o tempo de aulas, uma famlia com umritmo cadenciado de rotinas funciona melhor,

    vive mais tranquilamente e mais feliz!

    Sugestes simplesEis ento algumas sugestes muito simples masque podem facilitar o regresso rotina:

    D o exemplo: mostre que as frias e o bembom acabaram tambm para os adultos. Se as

    crianas virem os seus pais a ajustarem-se aonovo ritmo, acabaro por fazer o mesmo.Sono: nenhuma criana reagir bem se, depoisde trs meses a deitar-se tarde, de um dia parao outro algum lhe pedir para estar na camas 20h! Por isso, comece a reajustar a rotina dedeitar cerca de duas semanas antes de as aulascomearem. Tente que a criana v para a camacerca de 20 minutos mais cedo a cada dois outrs dias.Regra PSP / Nintendo / Jogos de Computador:

    permita o vcio apenas ao fim-de-semana.Regra TV: consoante as idades, reduza e limite

    os minutos defronte da televiso a melhoraltura para fazer zapping infantil ser entre o

    final dos TPCs e o incio do jantar. Ver televi-so imediatamente antes de dormir excita ascrianas e atrasa a descida de temperatura docorpo, essencial para a fase do adormecimento!Zona de Escola: determine uma zona comumaos irmos ou individual para que coloqueml tudo o que esteja relacionado com a escola(desde as batas, bibes e fardas, at s mochilase guarda-chuvas).Zona de Estudo: crie uma zona sem distraes

    para as crianas fazerem os trabalhos de casa(juntas ou separadas, conforme a idade dos ir-mos, a tipologia da casa e as rotinas da famlia)Secretria less is more: num dos fins-de-semanaque antecede a entrada na escola, d uma voltaao quarto dos midos com a ajuda deles!... etorne-o num quarto mais amigo do estudo.Ou seja, faam uma limpeza geral secretriae deixem apenas o material necessrio para astarefas escolares. Ningum consegue concen-trar-se se estiver a olhar para um tampo de mesacheia de objetos muito menos uma criana!Refrescar o crebro: v s compras de materialescolar com eles se no achar a tarefa dema-

    siado esgotante e aproveite para (re)introduziralguns conceitos esquecidos durante o vero(falar de matemtica vendo os preos e a despesatotal; ou de lngua portuguesa, lendo os rtulose ttulos, etc.)Combata o consumismo: antes de sair para ascompras, passe em revista o material usado e

    veja se tem artigos novos que tenha compradono ano anterior.Estas so sugestes simples, mas que podemtornar cada novo ano letivo no melhor de sempre!

    Vamos a isso?

    *psicloga, coach parental e autora de Coaching para

    Pais, Editora A Esfera dos Livros, 2014

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    contem-noscomo foi

    [texto]Ana Sofia Rodrigues

    reportagem Recordaes

    Lusa SobralO seu ltimo lbum relataepisdios da infncia,vividos na escola

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    www.paiseflhos.pt 39

    A entrada no primeiro ciclo um marco histrico no percursoescolar de todas as crianas. Desafimos quatro figuras pblicas

    resgatarem as memrias desse memorvel dia. Tempos maisou menos longnquos, recordados por todos com saudade.

    Lusa SobralColgio O Nosso JardimLusa Sobral, 27 anos, cantora, compositora, letris tae toca vrios instrumentos. Uma das revelaes damsica portuguesa, tem conquistado pblicos mesmointernacionalmente. O seu ltimo lbum, LU-PU-I-PI-SA-PA, relata episdios da infncia, vividos na escola.

    Tinha mesmo acabado de fazer seis anos, quandoentrei na primeira classe. Continuei na mesma

    escola onde tinha feito a pr-primria, por isso

    no senti uma grande diferena, mas como a

    Primria funcionava num edifcio diferente, foi

    uma mudana de estatuto. Passava a fazer parte

    dos mais velhos e senti que estava a crescer. Lem-

    bro-me que a escola se chamava O Nosso Jardim.

    Era na zona da Estrela, em Lisboa. Todos os meus

    amigos passaram para a primeira classe comigo

    e a nossa professora chamava-se Ana Maria. Re-

    cordo-me bem da sala de aula. De entrar e pare-cer-me grande, de ter um quadro grande direita

    e de ter achado muita piada a uma das paredes

    onde havia uma fila de cabides, cada um com o

    nosso nome, para colocarmos a nossa mochila.

    Sentmo-nos numas mesas corridas viradas para

    o quadro, por ordem alfabtica. Almomos e

    lanchmos na sala e havia um menino que levava

    quase sempre Bollycao ou batatas fritas O que

    ns invejvamos aqueles lanches!

    Uns dias antes fui com a minha me comprar a

    mochila e o estojo a condizer. Ns escolhamoso papel e ela forrava os livros com papel auto-

    colante por cima. Eram sempre os livros mais

    bem forrados da turma. Ela era profissional! Nas

    aulas, toda a gente adorava rebentar as bolhas

    do papel autocolante, mas eu, com pena, no

    tinha nenhuma bolha para rebentar pois estavam

    sempre impecveis...

    Foi a minha me que me levou de carro no pri-

    meiro dia e depois voltei para casa na carrinha

    da escola. Nunca me esqueci que o motorista

    morava mesmo frente da minha casa! No recreio

    brincava com as minhas amigas aos casamentos

    e com uns tijolos que saam do cho. Nunca fui

    uma tima aluna; era mdia. No gostava mesmo

    nada de Matemtica e preferia Estudo do Meio

    e Msica, claro. No ano passado, fui convidada

    para cantar na Festa de Natal do Colgio. Subi

    ao palco e fiquei to emocionada que quase noconsegui cantar!

    Kiko MartinsColgio TeresianoKiko Martins, 35 anos, estudou em Paris na Escola deCozinha Cordon Bleu e passou por vrios prestigiadosrestaurantes. Em Lisboa abriu dois espaos, onde mostranovas formas de saborear a carne e o peixe. Participatambm em vrios programas de televiso, como oChefs Academy.

    Na altura, vivia no Rio de Janeiro. Lembro-me

    que a escola se chamava Colgio Teresiano e erana Rua Marqus de So Vicente. No Brasil, antes

    da primeira classe, existia um ano inicial a

    Classe de Alfabetizao que nos ajudava a

    preparar para a entrada na Primria. Como eu

    j andava no colgio desde a infantil, a primeira

    classe no era uma novidade assim to grande.

    O mais estranho talvez tenha sido ter de ficar

    quieto durante muito tempo. Sempre fui uma

    criana muito ativa e irrequieta, que andava

    sempre de um lado para o outro e, por isso, no

    foi fcil inicialmente manter-me sossegado.Tenho a certeza de que se me perguntassem o

    que mais ansiava aprender na primeira classe,

    a minha resposta seria preferir correr e brincar.

    No recreio, jogava sempre bola. Era louco por

    jogar bola! Tinha muita energia e era a maneira

    de a gastar. Tambm gostava de brincar ao pico

    esconde, que c em Portugal conhecem como

    escondidas. Usava um uniforme: uma camisa

    branca com o smbolo da escola, cales e t-

    nis azuis. No tinha outra opo, por isso no

    havia hiptese de gostar ou no. Lembro-me

    Lusa Sobral,O Nosso JardimFoi uma mudanade estatuto. Passavaa fazer parte dos maisvelhos e senti queestava a crescer.

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    tema de capa Tema do artigo

    40 Pais & Filhossetembro2015

    Kiko Martins,Colgio TeresianoO mais estranho talveztenha sido ter de ficarquieto durante muitotempo. Sempre fui umacriana muito ativae irrequieta

    que tentava ter tnis e mochilas originais, compormenores diferentes dos normais.

    Vivamos bastante perto do colgio, por isso, no

    primeiro dia, fui a p com a minha me. Ao final

    do dia, era um dos meus irmos mais velhos que

    me ia buscar. A professora chamava-se Regina

    e tinha j vrios amigos que vieram comigo do

    pr-escolar. Fiquei nessa escola at aos dez anos,

    altura em que voltei para Portugal.

    Vrios anos mais tarde, j casado, mas ainda

    sem filhos, visitei a escola. Senti uma nostalgia

    enorme... Foi muito emocionante! Guardo mui-tas recordaes do tempo em que vivi no Rio de

    Janeiro e, voltar escola, fez-me relembrar todos

    esses momentos bons. Foi bom sentir de novo

    o cheiro e a humidade da cidade e lembro-me

    de ter ficado bastante admirado por perceber

    que o ptio da escola, que na altura me parecia

    enorme, era na verdade bastante mais pequeno.

    Nuno DelgadoCentro Helen Keller

    considerado o melhor judoca de sempre em Portugal.Com uma medalha de bronze nos Jogos Olmpicos deSydney e outros prmios internacionais, ainda o mentorda maior Escola de Judo do pas e chefe de equipatcnica da Federao Portuguesa de Judo.

    Recordo-me que, no meu primeiro dia de aulas,

    foi o meu pai que me levou escola, no nosso Fiat

    127. Fomos a conversar o caminho todo. Colo-

    quei-lhe muitas dvidas! Mas a maior diferena

    tinha sido uns meses antes, ainda na sala dos

    cinco anos. Mudei de escola a meio do ano e no

    conhecia ningum. Lembro-me que fui entrevis-

    tado pelo meu profess