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    Geologia Regional

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    Figura 3.1 Limites geolgicos das bacias do Parnaba, Graja e So Lus.

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    Paleontologia das Bacias do Parnaba, Graja e So Lus

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    Figura 3.2 Mapa Geolgico das bacias do Parnaba, Graja e So Lus.(baseado em Lima & Leite, 1978 e Schobbenhaus et al., 1981).

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    A forma elptica arredondada da grande rea se-dimentar da Bacia do Parnaba, com o dimetro

    maior orientado no sentido nordeste-sudoeste, ins-crita em uma geometria hexagonal, derivada es-truturalmente de tectnica linear evidenciada pelosfalhamentos, flexuras e lineamentos que deram ori-gem ao mosaico de blocos escalonados. So oselementos estruturais que condicionaram a distri-buio dos eixos deposicionais e dos estratos (Ca-rozziet al., 1975; Fortes, 1978; Geset al., 1990).

    3.2 Litoestratigrafia, Espessura e Extensodos Sedimentos

    Na primeira sntese da Bacia (Mesner & Wool-dridge, 1964), a sedimentao foi apresentada emtrs megaciclos, demarcados por discordnciasregionais.

    Os ciclos so de idades neo-ordoviciana a eo-carbonfera; neocarbonfera a jurssica; e cretci-ca, com coberturas do Tercirio e do Quaternrio.

    Em subsuperfcie a coluna de sedimentos temcercade3.400m(Ges et al.,1990).Apequenaes-pessura e ampla distribuio dos sedimentos soatribudas a umalenta subsidncia (Cunha, 1986).

    Aguiar (1971), Cordani et al. (1984), Caputo &Lima (1984) e Della Fvera (1990) consideraram

    que a atual extenso de sedimentos o remanes-cente de uma rea originalmente maior. Indcios desedimentos paleozicos com caractersticas estra-tigrficas e sedimentolgicas semelhantes suge-rem conexes com a Bacia do Amazonas e baciasde reas extracontinentais como as situadas emGana, na frica.

    3.3 Evoluo de Conceitos

    Almeida (1969), que autor da primeira integra-o e sntese da geologia da plataforma brasileira,definiu dois ciclos de sedimentao na evoluo

    geolgica do Fanerozico as fases talassocrticae geocrtica. Soareset al.(1974 e 1978) reconhe-ceram em anlise estratigrfica nas bacias intra-cratnicas do Amazonas, Parnaba e Paran, seteciclos de sedimentao relacionados com a subsi-dncia das bacias e variao da curva do nvel domar.

    Estes resultados so correlacionveis com os di-vulgados por Sloss (1963) que apontou, nas reasdo crton do continente norte-americano, seis se-qncias maiores separadas por discordnciasmarcantes. Cada discordncia era seguida poruma fase transgressiva, com as camadas preser-

    vadas, pois, durante esta fase, cada unidade co-berta por superposies de sedimentos.

    As fases regressivas, entretanto, que se situa-vam no final de cada ciclo, no foram preservadas,pois medida que se formavam tinham os toposdos sedimentos expostos e erodidos.

    A correlao destes ciclos e de outros identifica-dos nos demais continentes, mostrou que esteseram mecanismos globais, controlados pelas varia-es do nvel do mar (Miall, 1984).

    O estudo de relaes de rochas sedimentares,por seqncias deposicionais delimitadas por dis-cordncias ou concordncias relativas foi aplicadona Bacia do Parnaba. O Paleozico dividido emtrs seqncias deposicionais por Mesner & Wool-dridge (1964), Cunha (1986), Della Fvera (1990),Ges & Feij (1994) e Ges (1995). A primeira se-qncia, de influncia marinha, corresponde aoGrupo Serra Grande (fase talassocrtica de Almei-da,1969e beta de Soares et al.,1974e1978).Ase-gunda seqncia corresponde s formaes Itaim,Pimenteira, Cabeas, Long e Poti (fase talasso-crtica egama). A terceira seqncia, que encerrao Paleozico, compreende as idades do Carbonfe-ro Superior ao Trissico. a fase geocrtica e deltacom as formaes Piau, Pedra de Fogo e Motuca edelta acom a Formao Sambaba.

    Ges & Rosseti (2001), por interpretao de da-dos de superfcie e subsuperfcie mostraram quehavia ampla correlao nas reas de sedimenta-es da Bacia de So-Lus Graja, e que o ArcoFerrer-Urbano Santos no representou uma barrei-ra topogrfica para a deposio destes sedimen-tentos. Rosseti (2001) reconheceu nesta rea trsseqncias deposicionais, de idade aptiana e neo-cretcea.

    3.4 Tectnica e Estratigrafia

    Carozzi et al. (1975);Fortes (1978); Cunha (1986)

    e Cordaniet al.(1994) reconheceram as estruturasdo Ciclo Brasiliano que atuaram na compartimenta-o da Bacia, durante o Paleozico. So perten-centes direo nordeste do Lineamento Trans-brasiliano, noroeste do Lineamento Picos-SantaIns e norte-sul do Lineamento Tocantins-Araguaia(Figura 3.3).

    Aps o trmino do Ciclo Brasiliano (Cam-bro-Ordoviciano), por subsidncia termomecni-ca, os grabens foram preenchidos pelo progressi-vo afundamento ao longo das faixas tectonicamen-te instveis, a partir do final do Ordoviciano (Caputo& Lima, 1984).

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    No Paleozico, os eventos que ocorreram namargem oeste da Amrica do Sul, ento pertencen-te ao continente Gondwana, tiveram influncia naBacia do Parnaba. Em termos paleobiogeogrfi-cos, as faunas marinhas do Siluriano, Devoniano eCarbonferomostram afinidadescom outras de mes-ma idade, registradas no proto-oceano Pacfico.

    No Carbonfero, foram iniciados os movimentosprecursores de agregao do supercontinente Pan-

    gea, ligado Orogenia Eoherciniana (Ges & Feij,1994). O primeiro reflexo foi o arqueamento do Altodo Rio Parnaba (Castelo Branco & Coimbra, 1984),deslocando o depocentro da bacia para noroeste.

    No Permiano, a Antclise Tocantins-Araguaia e oArco Tocantins se elevaram, e as comunicaesentre as Bacias Amazonas e Parnaba foram encer-radas. Na continuidade at o Trissico, a rea de-posicional foi deslocada para o centro da bacia fi-nalizando o ciclo continental com as formaes Mo-tuca e Sambaba.

    No Mesozico, os principais elementos tectni-cos regionais foram a Estrutura de Xambio de ori-

    entao leste-oeste, situado no centro da bacia; oArco Ferrer-Urbano Santos delimitando as peque-

    nas bacias marginais associadas abertura doAtlntico Sul Equatorial, e o Alto do Rio Parnaba(Aguiar, 1969; Rezende & Pamplona, 1970; Hasuiet al., 1991, Ges, 1995) (Figura 3.4).

    No Jurssico e Cretceo, os derrames e diques dediabsio, que sorochas de ambientes distensionaisindicamosefeitosdaseparaodoscontinentes.Asunidades litoestratigrficas do Cretceo Inferior eincio do Cretceo Superior esto associadas com asubsidncia relacionada ao desenvolvimento do rif-te atlntico. Pelos eventos biolgicos identificados,so reconhecidas as correlaes com as megasse-qunciasdiferenciadas para as bacias marginais doleste (Changet al., 1990b; Ponte, 1994).

    As unidades litoestratigrficas do Paleozico aoTrissico correspondem Bacia do Parnaba. NoJurssico e Cretceo Inferior as unidades de diab-sio-basaltos, e as formaes Corda e Pastos Bonscorrespondem Bacia de Alpercatas, demarcadapelo elemento estrutural de Xambio, de orientao

    Paleontologia das Bacias do Parnaba, Graja e So Lus

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    A - Lineamento Tocantins-AraguaiaB - Lineamento Picos- Santa InsC - Lineamento Transbrasiliano

    Figura 3.3 Estruturas do Ciclo Brasiliano de comparti-mentao no Paleozico (segundo Fortes, 1978).

    Figura 3.4 Estruturas de compartimentao noMesozico (segundo Ges, 1995).

    D- Arco Ferrer-Urbano Santos

    E- Anfclise de Xambio

    F- Alto do Rio Parnaba

    Alto estrutural

    Baixo deposicional

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    leste-oeste, que de alto interno no Paleozico pas-sou a eixo deposicional no Mesozico. Esta bacia

    ainda pouco estudada. Na Bacia de So Lus-Graja as unidades comidade entre Aptianoe Neo-cretceo, compreendem as formaes Graja,Cod, Itapecuru , Alcntara e Cojupe.

    Para a compatibilizao da terminologia local,baseada em dataes bioestratigrficas elabora-das principalmente para as bacias da MargemContinental Leste (Feij, 1994) e a geocronologiaformal e internacional apresentada a tabela decorrelao do Cretceo (Figura 3.5).

    A tabela de sntese dos conceitos geocronolgi-cos e litoestratigrficos, aplicada sistematizaodos eventos biolgicos apresentada na Figura 3.6rene os dados das cartas cronolitoestratigrficadeGes et al. (1990) e Ges & Feij (1994), acresci-das de modificaes de Lima & Campos (1980) eRossetiet al.(2001).

    3.5 Paleozico

    Do Ordoviciano/Silurianoao Mississipiano, a se-dimentao clstica, predominantemente mari-nha, marcada por acentuada subsidncia na bor-da leste com atuao da direo nordeste e noro-

    este.

    Os sedimentos se iniciam com indicadores gla-ciais, intercalados com deposio marinha. Caroz-

    ziet al.(1975) descreveram trs fases de superpo-sio fluviomarinha com distributrios deltaicos, eplataformas marinhas.

    A influncia das variaes do nvel do mar foimuito importante no controle da bacia, durante oPaleozico. As interpretaes estratigrficas per-mitiram identificar trs seqncias deposicionaisdo Neopaleozico (Della Fvera, 1990). A primeiraseqncia, no Devoniano apresenta plataformasmarinhas de tempestade. A segunda seqnciadevono-mississipiana tem o primeiro intervalotransgressivo correspondendo Formao Longinferior e o segundo intervalo regressivo correspon-deaotopodaFormaoLongeporobasaldaFormao Poti. A terceira seqncia mississipianacorresponde ao topo da Formao Poti compreen-dendo um sistema transgressivo com lobos sigmoi-dais deltaicos e tempestticos. Plataformas terrge-nas apresentam eventual formao de pntanos elagunas, em reas batidas por tempestades (Ian-nuzzi, 1994).

    No Pensilvaniano e Permiano h um desseca-mento geral da bacia. No Pensilvaniano, a sedi-mentao elica seguida de sedimentao mari-nha transgressiva (Formao Piau). Os ambientes

    so de linha de costa mista clstica/carbontica,oscilante, intercalando zonas de restrio de eva-poritos (Lima Filho, 1992; Lima Filho & Rocha Cam-pos, 1993; Santos, 1994).

    No Permiano ocorreu novo rebaixamento do n-vel de base com sedimentao elica seguida porelevao do nvel dos corpos aquticos interioresem ambientes lacustres e evaporticos (FormaoPedra de Fogo). Os ambientes quentes e ridos daFormao Motuca propiciaram a formao de eva-poritos. Na sedimentao elica, em regio semi-desrtica com dunas (Formao Sambaba), data-da possivelmente como Trissico, no foram evi-

    denciados registros de atividade orgnica.

    3.6 Distenso e Magmatismo Associados Abertura do Atlntico

    Ges (1995) props a denominao Anfclise deAlpercatas, para a unidade morfolgica correspon-dente ao expressivoprocesso magmtico, intrusivoe extrusivo, que ocorreu no Mesozico. Esta deno-minao foi baseada na serra das Alpercatas deorientao ENE-WSW, localizada no estado do Ma-ranho.

    Geologia Regional

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    PERODO FORMAL

    POCA IDADE LOCAL

    C

    R

    E

    T

    C

    E

    O

    SENONIANO

    GLICO

    CENOMANIANO

    ALBIANO

    ALAGOAS

    APTIANOJIQUI

    BARREMIANO BURACICA

    ARATU

    NEOCOMIANO

    HAUTERIVIANO

    RIO DA SERRAVALANGIANO

    BERRIASIANO

    JURSSICO TITONIANO DOM JOO

    Figura 3.5 Geocronologia do Mesozico, no Nordes-te do Brasil (adaptado de Ges & Feij, 1994).

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    Figura 3.6 Unidades geocronolgicas e litoestratigrficas das bacias do Parnaba, Graja e So Lus(modificado de Ges et al., 1990 e Ges & Feij, 1994).

    MILHESDE

    ANOS

    GEOCRONOLOGIALITOESTRATIGRAFIA

    PERODO POCA IDADE

    CRETCEO

    SENONIANO COJUPE

    100

    GLICO

    CENOMANIANO ALCNTARA

    ALBIANOITAPECURU

    ALAGOAS COD/GRAJAAPTIANO

    130 BARREMIANO BURACICA CORDA/PASTOS BONS

    NEOCOMIANO SARDINHA

    200

    JURSSICO MOSQUITO

    TRISSICOSAMBABA

    250

    PERMIANO

    NEO

    TATARIANO MOTUCA

    KAZANIANO

    UFIMIANO

    PEDRA DE FOGOEO

    KUNGURIANO

    ARTINSKIANO

    SAKMARIANO

    ASSELIANO

    300

    CARBONFERO

    PENSILVANIANO

    STEFANIANOVESTFALIANO

    NAMURIANO

    PIAU

    MISSISSIPIANO VISEANOTOURNAISIANO POTI350

    DEVONIANO

    NEO FAMENIANOFRASNIANO LONGCABEAS

    PIMENTEIRA

    ITAIMMESO GIVETIANO

    EIFELIANO

    400 EOEMSIANO

    PRAGIANOLOKOVIANO

    SILURIANO

    PRIDOLIANOLUDLOVIANOVENLOKIANO

    LANDOVERIANO

    JAICS

    TIANGUIPU

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    O elemento tectnico de destaque a Estruturade Xambio, de orientao leste-oeste. Situada no

    centro da Bacia, foi um alto interno durante o Paleo-zico (Aguiar, 1969). No Mesozico, a fragmenta-o do Pangea modificou o arcabouo tectnicoda bacia, passando a Estrutura de Xambio acompor um novo eixo deposicional (Hasui et al.,1991), alterando localmente as conformaes dosestratos.

    A conceituao de anfclise proposta por Ges(1995) restrita para as rochas derivadas do vul-canismo fissural. So os derrames da FormaoMosquito, do Trissico-Jurssico, situados na bor-daoestedabacia,eassoleiraseosdiquesdedia-bsio da parte oriental, equivalentes no tempo Formao Sardinha, do Eocretceo (Lima & Leite,1978).

    Os derrames baslticos intercalam sedimentosque alguns autores atribuem Formao Corda.Santos et al. (1984) citam que o contato superiordos basaltos com a Formao Corda discordantee marcado por uma superfcie de eroso acentua-da.

    3.7 Subsidncia Relacionada ao Rifte Atlntico

    Pela fragmentao do bloco afro-brasileiro e de-

    senvolvimento da Margem Continental Leste doBrasil, foram diferenciadas, na Bacia Recncavo-Tucano e em outras bacias marginais, quatro se-qncias sedimentares (Asmus, 1984):

    Fase pr-rifte:

    Fase rifte:

    Fase ps-rifte:

    Seqncia de mar:

    seqncia de continente, no finaldo Jurssico;seqncia de lagos, no CretceoInferior basal.seqncia de golfo, de idade Ala-goas, no estgio de proto-oceano;apso Albiano, evoluodo ocea-no Atlntico.

    Com a progressiva abertura do Atlntico Sul, odeslocamento do continente para oeste, e a rota-o horria do plo, os esforos criaram pequenasbacias em grbens nas zonas do embasamento(Szatmariet al., 1987), durante o Cretceo Inferior.A gerao de baixos deposicionais, com sedimen-tao subaqutica propiciou a expanso das mani-festaes de vida, com o evento biolgico repre-sentado pela freqente ocorrncia de conchostr-ceos e uma associao de peixes.

    A composio da fauna de peixes da seqnciasedimentar de lagos formada por grupos de ca-ractersticas arcaicas, que derivaram do Jurssico

    marinho do hemisfrio norte e migraram para ambi-entes lacustres. A Bacia Recncavo-Tucano abri-

    gou a maior variedade de representantes, nos quaisosLepidotes(Semionotidae) so os mais numero-sos. O gnero ocorre na Bacia do Parnaba e emoutras bacias cretceas interiores. Seu apareci-mento assim como a freqente ocorrncia dos con-chostrceos um evento biolgico relacionado aoseventos geolgicos de abertura da Margem Lestedo Atlntico e ao estabelecimento de conexes en-tre bacias (Carvalho & Santos, 1994).

    A Formao Pastos Bons, pelo contedo em pei-xes fsseis era considerada de idade jurssica, ecomo tal situada estratigraficamente entre os derra-mes Mosquito e os diabsios Sardinha. Posterior-mente, as formaes Corda e Pastos Bons foramconsideradas de mesma idade por seus invertebra-dos fsseis (Lima & Leite, 1978). A datao por pali-nomorfos da Formao Pastos Bons no Andar Bura-cica, revelam uma posio no Cretceo Inferior-Barremiano (Lima & Campos, 1980).

    Os sedimentos Pastos Bons preenchem as de-presses dos grbens alinhados sobre a antigarea do Arco de Xambio e a Anfclise de Alperca-tas (Ges, 1995). Extravasam seus limites e reco-brem discordantemente as formaes paleozicasPoti, Piau, Pedra de Fogo e Motuca. Em ambiente

    de baixa energia, conservam as faunas de peixes ede conchostrceos. So correlacionveis com asfaunas que ocorrem nas bacias interiores, e na Mar-gem Continental Leste.

    As formaes Pastos Bons e Corda so coloca-das na Bacia do Graja, at que novas pesquisasdetalhem a geologia da rea.

    No Aptiano-Albiano, a ruptura do Gondwana pro-piciou o desenvolvimento da Margem Atlntica SulEquatorial. A ela esto associadas as pequenas ba-cias marginais, um sistema de riftes costeirose a evo-luo estrutural do Arco Ferrer-Urbano Santos (Re-zende & Pamplona, 1970 e Miura & Barbosa, 1972).

    O arqueamento do Alto Rio Parnaba e do Arcode Xambio comportando-se como uma antclise,propiciou o soerguimento da rea central, delimi-tando uma nova rea de subsidncia. Ges (1995)a definiu como a Bacia de Graja, com o limite nor-te do Arco Ferrer-Urbano Santos, separando asbacias de So Lus e Barreirinhas. O preenchimen-to foi efetuado com depsitos elicos e marinhos doAptiano/Albiano das formaes Graja e sedimen-tos fluviais e estuarinos do Albiano da FormaoItapecuru.

    A Bacia de So Lus associada ao sistema deriftes costeiros e delimitada pelos Arco do Rosrio a

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    leste, Arco Ferrer-Urbano Santos a sul e Arco To-cantins a leste. A depresso formada a partir do

    Aptiano foi preenchida por sedimentos das forma-es Cod e Graja e no Albiano pelos sedimentosda Formao Itapecuru. Durante o Cenomaniano aBacia de So Lus evoluiu com sedimentao mari-nha rasa, e seu preenchimento continuou at o Ter-cirio (Aranhaet al., 1990). Nos sedimentos de co-bertura da parte emersa da Bacia de So Lus data-dos no Cenomaniano, ocorrncias de fsseis soregistradas na regio de litoral, em torno da baa deSo Marcos. Compreendem faunas marinhas e ter-restres e floras terrestres.

    Rossetti & Truckenbrodt (1999) apresentaramuma nova nomenclatura estratigrfica para a Baciade So Lus. Na base colocaram a Formao Cod,com idade aptiana. Considerando que o termo Ita-pecuru englobava vrias unidades, elevaram-nas categoria de Grupo Itapecuru. Est dividido emUnidade Indiferenciada (Albiano), FormaoAlcntara do Albiano Superior ao Cenomaniamo eFormao Cojupe do Turoniano ao Paleoceno.

    Em trabalho posterior, Ges & Rossetti (2001) in-terpretaramqueasedimentaoentreasbaciasdeGraja e So Lus era contnua, denominando area como Bacia So Lus-Graja. A nova nomen-clatura foi aplicada para as reas da bacia do Gra-

    ja.No estudo dos eventos biolgicos, que so oselementos operacionais de correlao aplicadosna estratigrafia de eventos (Kauffman, 1987), o usodesta nomenclatura estratigrfica apresentou algu-mas dificuldades. Como os bioeventos represen-tam a resposta biolgica dinmica de mudanaem intervalos de tempo determinados, devem teruma posio estratigrfica definida.

    A primeira dificuldade referente ao Cretceo.Rosseti et al., (2001) e Paz & Rossetti (2001) conclui-ram que havia duas seqncias deposicionais daregio de Cod, separadas por uma descontinui-

    dade de carter regional. A unidade inferior neoap-tiana era correspondente descrio original deLisboa (1914), para a Formao Cod. Colocarama unidade superior na Unidade Indiferenciada, que

    tem predominncia de sedimentao clstica, situ-ando-a na base do Grupo Itapecuru, datada no

    Meso/Neoalbiano.Os peixes fsseis que ocorrem em carbonatos

    na regio de Cod e Brejo caracterizam dois even-tos biolgicos correlacionveis com os que ocor-rem em carbonatos nos membros Crato e Romual-do da Formao Santana.

    No primeiro evento do Aptiano, os fsseis do cal-crio laminado so mantidos na Formao Cod, eso correlacionados ao Membro Crato da Forma-o Santana. Esto de acordo com o trabalho dePaz & Rossetti (2001).

    O segundo evento datado do Albiano, repre-sentado pela caracterstica e diversificada faunade peixes, idntica do Membro Romualdo, For-mao Santana, da Bacia do Araripe, e FormaoRiachuelo da Bacia Sergipe/Alagoas. Ocorrem emcarbonatos, e na Bacia do Araripe so interpreta-dos como ocorrentes uma superfcie de inundaomarinha (Ponte & Ponte-Filho, 1996). Como noesto registrados por Rossetiet al.(2001) e Paz &Rossetti (2001), so mantidos como unidade su-perior da Formao Cod, at que novos estudosdefinam as nomenclaturas estratigrficas maisapropriadas.

    A outra observao referente ao uso da deno-

    minao de Formao Itapecuru para a rea geo-grfica de Itapecuru-Mirim. Como a Formao Ita-pecuru uma unidade operacional de mapeamen-to reconhecida e utilizada nos trabalhos da rea,com preciso superior denominada Unidade Di-ferenciada, foi mantida no presente estudo.

    Os trabalhos que esto sendo realizados na re-gio do rio Itapecuru, por pesquisadores da UFRJ,desde 1990, visam entre seus objetivos, o estudode fsseis associados seo-tipo da FormaoItapecuru no sentido definido por Campbell (1949).Nesta rea, e em nveis estratigrficos foram regis-trado organismos de ambiente continental: verte-

    brados e invertebrados.Napequenareaemestudo,ossedimentosdeco-bertura da Bacia de So Lus, datados como Ceno-maniano so enquadrados na Formao Alcntara.

    Paleontologia das Bacias do Parnaba, Graja e So Lus

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