PANORAMA DO COMPLEXO DE LAGARTAS DE DIFÍCIL...

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0 Uni- ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO DE AGRONOMIA PANORAMA DO COMPLEXO DE LAGARTAS DE DIFÍCIL CONTROLE NA CULTURA DA SOJA RENATA FERREIRA SILVA GOIÂNIA Outubro/2013

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Uni- ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO DE AGRONOMIA

PANORAMA DO COMPLEXO DE LAGARTAS DE DIFÍCIL CONTROLE NA CULTURA DA SOJA

RENATA FERREIRA SILVA

GOIÂNIA Outubro/2013

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RENATA FERREIRA SILVA

PANORAMA DO COMPLEXO DE LAGARTAS DE DIFÍCIL CONTROLE NA CULTURA DA SOJA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Agronomia do Centro Universitário de Goiás, Uni-ANHANGUERA, sob orientação do Prof.. Ms. Jardel Barbosa dos Santos, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Goiânia Outubro/2013

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A minha mãe que ofereceu apoio,

sabedoria, paciência e amor incondicional

nesta trajetória. Esta conquista é nossa!

A minha irmã que mesmo longe sempre

acreditou que eu alcançaria meus objetivos.

Ao meu pai, por tanta inspiração e amor

que guardo por ti. “Tenho certeza que de onde

você estiver você está feliz assim como eu.

Você permanecerá eternamente em minhas

lembranças e, principalmente em meu

coração.”

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AGRADECIMENTO

Durante estes cinco últimos anos muitas pessoas participaram da minha

vida. Algumas já de longas datas, outras mais recentemente. Dentre estas

pessoas algumas se tornaram muito especiais, cada uma ao seu modo, seja

academicamente ou pessoalmente; e seria difícil não mencioná-las.

À minha família e em especial à minha mãe, por tanto amor,

compreensão, paciência e dedicação que teve todos esses anos me apoiando

sem deixar com que eu fraquejasse ou desistisse no meio do caminho. Amo-

lhe incondicionalmente, você é sem dúvida meu maior orgulho e meu maior

amor!

À minha querida amiga Jéssica Lemos, pela amizade, pelo apoio, por

acreditar nessa conquista e que mesmo estando longe, ter conseguido estar

tão perto. “To infinity and beyond”.

Aos amigos que passaram na minha vida durante esse percurso, alguns

ficaram outros apenas deixaram suas marcas. Aos amigos de Rio Verde e

por todos os momentos, as festas, os trabalhos, o companheirismo fica a

minha gratidão e saudades, especialmente às lindas: Paulinha, Jack,

Nayarinha, Verônica, Kamylla, Karina e Jocielly. E aos amigos de Goiânia,

pela recepção e por ter encontrado nesse grupo amigas tão especiais: Waine,

Karine e Virgínia.

Aos professores que me inspiraram nessa trajetória, em especial ao

Professor Jardel Barbosa, por aceitar o desafio de ser Orientador desse

trabalho e por todo o auxílio no desenvolvimento do mesmo.

Á Família AGROQUIMA, que se tornou um segundo lar. Por ter

acreditado em mim, me proporcionando experiências indescritíveis, por ter

sido fonte inspiratória para a escolha do tema deste trabalho e por ter me

proporcionado, principalmente, à oportunidade de fazer parte dessa equipe.

Serei eternamente grata por terem me aberto portas para o mundo!

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“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar

agora e fazer um novo fim”.

Chico Xavier.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10

2.1 A Soja no Brasil 10

2.2 A Nova Dinâmica das Lagartas na Soja 11

2.3 Lagartas Desfolhadoras que Compõe o Complexo de Difícil Controle e Generalidades 13

2.3.1 Chrysodeixis includens 13

2.3.2 Heliothis virescns 15

2.3.3 Lagartas do complexo de Spodoptera 17

2.4 Nova Praga 18

2.4.1 Helicoverpa armigera 19

2.5 Manejo integrado de pragas desfolhadoras

2.5.1 Amostragens de Pragas

21

23

2.5.2 Níveis de Ação e Dano Econômico 23

2.5.3 Agentes de Mortalidade Natural 24

2.5.4 Métodos de Controle 26

2.5.4.1 Controle Químico 27

2.6 Práticas Inadequadas de Manejo 29

2.7 Peculiaridades do Complexo de Difícil Controle de Lagartas Desfolhadoras 30

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 32

REFERÊNCIAS 33

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Resumo

Este trabalho aborda o surgimento de um novo complexo de lagartas desfolhadoras na cultura da soja que vem causando graves danos econômicos. O objetivo dessa revisão bibliográfica, portanto, é fornecer informações atuais sobre o complexo de lagartas desfolhadoras de difícil controle, seus danos à cultura da soja, os principais manejos de controle e medidas a deliberar. O Brasil é grande exportador de soja, com grandes áreas plantadas e grande mercado consumidor dessa produção. Diante da enorme escala de produção atingida pela cultura da soja. É esperado o surgimento de desafios de controle de pragas e doenças, que necessitam serem resolvidos para manter viável a produtividade e a própria sustentabilidade deste cultivo. Há uma nova dinâmica na ocorrência de lagartas-da-soja e esse enfoque se deve às novas épocas de ocorrência e à proporção de espécies de lagartas desfolhadoras. O aparecimento de surtos de lagartas consideradas até anteriormente como pragas secundárias, como a Chrysodeixis includens e Heliothis virescens, trazem a importância do manejo dessas pragas na cultura da soja. Toda a decisão de manejo deve ser tomada com base na amostragem, no reconhecimento das espécies ocorrentes, no momento de ocorrência no ciclo da cultura, no custo do controle e no valor resultante da produção, além de preconizar a utilização de inseticidas menos agressivos aos organismos não alvos. Diante dessa realidade, práticas bastante comuns hoje nas lavouras de soja, visando o aproveitamento de operações, aliado às aplicações frequentes de produtos de amplo espectro de ação e o não uso das amostragens de pragas, tem levado a um grande desequilíbrio nas lavouras de soja acarretando sérios problemas. Conclui-se que é necessário um gerenciamento eficiente no agronegócio da soja, através da adoção de tecnologias, que visam reduzir riscos e custos e aumentar a produtividade de forma sustentável. PALAVRAS-CHAVE: Glycine max. Desfolhadoras. Manejo de Pragas. Fitossanidade.

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1 INTRODUÇÃO

A cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill) tem-se destacado na agricultura brasileira

por sua importância econômica, é a principal cultura do país tanto em volume como na

geração de renda. O Brasil é o maior exportador do grão, ao qual a soja tem uma importância

social já que utiliza mão de obra rural e gera renda aos mais variados setores envolvidos no

processo. Vários fatores contribuem para o aumento no consumo mundial de soja, ganhou

destaque o crescente poder aquisitivo da população nos países em desenvolvimento o que

provocou uma mudança no hábito alimentar (CARVALHO, 2012).

Diante da enorme escala de produção atingida pela cultura da soja, com grandes áreas

plantadas em monocultivo, é esperado o surgimento de desafios de controle de pragas e

doenças, que necessitam ser resolvidos para manter viável a produtividade e a própria

sustentabilidade deste cultivo. Embora todo esse cenário econômico fomente a soja, a cultura

tem sido atacada por várias pragas, as quais podem ocorrer durante todo o seu ciclo. A cultura

abriga um número elevado de espécies de insetos, sendo que alguns causam sérios prejuízos e

são considerados como pragas principais (CARVALHO et al, 2012).

O aparecimento de surtos de lagartas consideradas como pragas secundárias, traz a

importância do manejo dessas pragas na cultura da soja. A cultura da soja está sujeita, durante

todo o seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies de insetos. Embora esses insetos tenham

suas populações reduzidas por predadores, parasitoides e doenças, em níveis dependentes das

condições ambientais e do manejo de pragas que se prática, quando atingem populações

elevadas, capazes de causar perdas significativas no rendimento da cultura, necessitam ser

controlados (EMBRAPA, 2011).

A ocorrência de lagartas na soja tem apresentado grandes alterações na proporção de

espécies e da fase predominante dos picos populacionais, ao longo do ciclo da cultura e,

portanto, implicando em riscos de redução da produtividade. Essa alteração na ocorrência de

lagartas, associada às características das cultivares de soja, predominantemente de ciclo mais

curto, com florescimento mais precoce e de menores IAF (índice de área foliar), contribui

para a menor tolerância da soja ao desfolhamento (GUEDES et al., 2011). Nesse contexto

surge, então, o complexo de lagartas desfolhadoras de difícil controle na soja, composto por:

Lagarta Falsa-Medideira (Chrysodeixis includens), Lagarta-da-Maçã (Heliothis virescens),

Complexo de Spodopteras (Spodoptera sp.) e a nova praga Helicoverpa armigera.

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O objetivo dessa revisão bibliográfica, portanto, foi fornecer informações atuais sobre

complexo de lagartas desfolhadoras de difícil controle, seus danos à cultura da soja, os

principais manejos de controle e medidas a deliberar.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A soja no Brasil

O desenvolvimento da economia brasileira conta com a importante participação do

complexo produtivo da soja (CARVALHO et al., 2012). Na safra 2011/2012, o Brasil

produziu 65,67 milhões de toneladas de soja em grão, em uma área colhida de 24,85 milhões

de hectares (RICHETTI, 2012).

A área plantada de soja na safra 2012/2013, alcançou recorde de 27.721,6 mil

hectares, apresentando um incremento de 10,7% em comparação com o verificado na

temporada 2011/12 – 25.042,2 mil hectares. Esse desempenho fez a produtividade nacional

atingir a média de 2.937 kg/ha, representando um recorde de crescimento e um incremento

de10,8% em relação à obtida em 2012 (CONAB, 2013).

Alguns fatores contribuem para o aumento no consumo de soja, e um deles é que

países desenvolvidos estão aumentando o seu poder aquisitivo e com isso mudando seus

hábitos alimentares, este fato faz com que surja um novo hábito alimentar nesses países, onde

estes passam a se alimentar de carne suína, bovina e de frango. Tal fato contribui para um

aumento da necessidade de soja, já que esta faz parte dos ingredientes que compõe a ração

destes animais. Além do significativo aumento no uso de biocombustíveis fabricados a partir

do grão, resultado de um ascendente interesse mundial na produção e no consumo de energia

renovável e limpa (CARVALHO et al., 2012).

Ainda segundo o mesmo autor, o Brasil apresenta uma fronteira agrícola com alto

potencial em expansão, por ter para onde e como crescer sua produção. Nesse contexto

projeta um salto produtivo na cultura em mais de 40% até 2020, enquanto que nos Estados

Unidos, o maior produtor mundial, o crescimento no mesmo período deverá ser no máximo de

15%. Com essa projeção, o Brasil atingirá a produção de mais de 105 milhões de toneladas,

quando será isoladamente o maior produtor mundial dessa commodity.

O processo produtivo agrícola envolve aspectos conjunturais que vão desde a decisão

do produtor em investir no setor, passando pelo preparo do solo, plantio, colheita,

comercialização, chegando por último ao consumidor final. Fatores como clima, pragas e

doenças, disponibilidade de crédito, infraestrutura de armazenagem e logística influenciam a

produção de alimentos ao final do processo, podendo resultar em escassez ou excesso de

oferta. Tal situação pode acarretar preços baixos para o produtor ou, por outro lado, preços

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altos para o consumidor. Entre estes fatores mencionados, acredita-se que o clima seja a

variável mais importante na oferta mundial de alimentos (RIBEIRO, 2012).

A modernização dos processos e técnicas de produção é um dos fatores que explicam

o excelente desempenho do setor que hoje incorporam conhecimento científico e tecnologias

de ponta, que estão entre os mais avançados do mundo tropical. Essas inovações garantem

uma maior adaptação das culturas as mais diversas condições de clima e solo, além de

aumento na produtividade das culturas (FILHO, 2011).

Diversas são as causas sobre as perspectivas futuras de aumento da demanda por grãos

de soja no mundo, entre elas destaca-se o aumento da população humana; o poder aquisitivo

que continuará incrementando-se, principalmente nos países asiáticos, onde está o maior

potencial de consumo; uso da soja para produção de biocombustíveis, tintas, lubrificantes,

plásticos e vernizes, aumento gradativo do consumo da soja na alimentação humana no

ocidente entre outras causas (SEDIYAMA, 2009).

O gerenciamento eficiente no agronegócio soja, através da adoção de tecnologias, que

visam reduzir riscos e custos e aumentar a produtividade de forma sustentável, preservando-se

o meio ambiente, tem importância especial. Possibilita ao profissional da área a participação

em mercados cada vez mais globalizados e competitivos (CÂMARA; CATTELAN, 2011).

2.2 A nova dinâmica das lagartas na soja

A cultura da soja tem se destacado no mundo por sua importância econômica, junto,

com esse fator alguns problemas como insetos-praga vêm atenuando esse cenário, desta

forma, acarretando a produtividade de grãos (BATISTA et al., 2005). Consideram-se pragas

às espécies de insetos, ácaros, pela sua ocorrência, causam danos econômicos significativos à

cultura e, consequentemente, diminuem drasticamente a produtividade, lucratividade e a

qualidade do produto final. As perdas na produtividade são devido ao ataque direto e indireto

da praga, por atuarem como agente dispersor de vários patógenos de plantas (HILDER;

BOULTER, 1999).

CARVALHO et al. (2012), dizem que a relação da distribuição geográfica, condições

ambientais, desenvolvimento da cultura e as práticas culturais adotadas é o que determina a

intensidade e frequência no aparecimento de pragas. Há suspeita que o uso generalizado de

fungicidas para controlar a ferrugem asiática da soja esteja causando efeitos deletérios nos

fungos entomapatogênicos e, como consequência, levando aos surtos de lagartas (BUENO et

al., 2007). O aparecimento desses surtos de lagartas, consideradas até anteriormente como

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pragas secundárias, trazem à tona a importância do manejo integrado de pragas (MIP) na

cultura da soja (TOMQUELSKI et al., 2008).

Há, portanto, uma nova dinâmica na ocorrência de lagartas-da-soja e isso faz com que

haja um foco maior na necessidade de mudanças no manejo dessas pragas e a redução dos

riscos de danos. Esse enfoque se deve às novas épocas de ocorrência e à proporção de

espécies de lagartas desfolhadoras (GUEDES et al.,2011).

A ocorrência de lagartas na soja tem apresentado grandes alterações na proporção de

espécies e da fase predominante dos picos populacionais, ao longo do ciclo da cultura e,

portanto, implicando em riscos de redução da produtividade. Essa alteração na ocorrência de

lagartas, associada às características das cultivares de soja, predominantemente de ciclo mais

curto, com florescimento mais precoce e de menores IAF contribui para a menor tolerância da

soja ao desfolhamento.

Nesse período também mudou o manejo fitossanitário, com controle mais efetivo de

plantas daninhas, expondo a soja recém-emergida às espécies cortadoras e desfolhadoras.

Além disto, com o amplo uso de fungicidas que impactam sobre a incidência de fungos

entomopatogênicos, como Nomuraea rilleyi (doença-branca), que reduziam as populações de

lagartas. De outro lado, o maior risco de perdas determina ações mais frequentes e agressivas

para o controle de pragas, o controle químico, que muitas vezes se mostram pouco efetivas

para a sua redução (GUEDES et al., 2011).

Degrande e Vivan (2009) afirmam que durante o estádio reprodutivo, período de

formação de grãos e sementes, há menos oportunidade para as plantas compensarem o dano.

Estes estádios apresentam maior efeito na produção quando comparado aos danos

ocasionados em outros estádios de desenvolvimento, além disso, mortes de plantas que levem

à redução do estande, normalmente contribuem para perdas elevadas de produtividade.

As alterações da composição de espécies de lagartas da soja foram detectadas a partir

do momento que houve um aumento da população das lagartas falsa medideiras, das lagartas

das maçãs e das lagartas do complexo de Spodoptera, como também, redução da população

da lagarta da soja, que por décadas foi à lagarta predominante na soja brasileira (GUEDES et

al.,2011). Os autores citam que tal fato, indica uma alteração na composição de espécies e um

crescimento populacional daqueles de mais difícil controle em soja. Tais alterações apontam

para a sobrevivência das lagartas mais tolerantes aos inseticidas usados em soja.

Possivelmente em muitos casos seriam necessárias doses maiores para controlar as lagartas

falsas medideiras, lagartas das maçãs e complexo de Spodopteras, que compõe o atual

complexo de difícil controle de lagartas na soja, do que para controlar a lagarta da soja.

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Guedes et al. (2011), tenta explicar o surto de lagartas, relacionando tal fato com o

fenômeno do La Niña, que altera o regime e a distribuição das chuvas no Centro-Sul do Brasil

que é menor como mais irregular. Explicam que esses menores índices de precipitação

determinaram efeito danoso sobre o desenvolvimento da cultura da soja, proporcionando

menor área foliar, e redução nos índices de produtividade. Já o conhecimento sobre a

influência do evento La Niña sobre a ocorrência de insetos é pequena, apesar de haver

informações de campo que em anos com chuvas irregulares ocorre mais insetos que em anos

do fenômeno El Niño.

Diante do cenário de ampla ação de novas lagartas na soja, e para que essas não

afetem a produtividade das lavouras, os produtores têm que lançar mão de ferramentas para

diminuir esses problemas. Contudo, o uso indiscriminado de produtos de amplo espectro, ou

seja, não seletivo, além de eliminar os inimigos naturais pode selecionar o aparecimento de

populações resistentes a esta praga, exigindo o uso de doses elevadas (BATISTA et al., 2005).

Portanto, o maior risco de ocorrência de lagartas e o menor desenvolvimento da soja

devem servir de alerta ao produtor para um maior rigor no monitoramento das populações, no

seu reconhecimento e se necessário no manejo das pragas desfolhadoras da soja (GUEDES et

al., 2011).

2.3 Lagartas desfolhadoras que compõe o complexo de difícil controle e generalidades

As lagartas são umas das principais pragas da cultura da soja, pois podem provocar

grandes quedas de produtividade, causadas por danos indiretos pela perda de área foliar,

entrada de patógenos pelas lesões e danos diretos quando as lagartas atacam as vagens e os

grãos. A principal lagarta desfolhadora que atualmente ataca a cultura da soja é a lagarta falsa

medideira (Chrysodeixis includens). Na atualidade está sendo notada a migração de pragas de

outras culturas para a soja, devido à sucessão de culturas, como a lagarta da maçã (Heliothis

virescens) a qual atacava o algodoeiro e hoje é uma praga importante na cultura da soja e

lagartas do complexo Spodoptera (DEGRANDE; VIVAN, 2009).

2.3.1 Chrysodeixis includens

Na cultura da soja, nas últimas safras, têm ocorrido surtos de falsa medideira (SOSA-

GÓMEZ et al., 2003), esta que até publicações recentes era referida como Pseudoplusia

includens. Entretanto, Goater et al. (2003), ao reavaliar o gênero Pseudoplusia, o

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reclassificaram para o gênero Chrysodeixis, que de acordo com os sistematas desse grupo, é a

classificação válida atualmente.

As lagartas desta espécie apresentam coloração verde claro, com uma série de linhas

brancas longitudinais espalhadas sobre o dorso. Tipicamente, apresentam apenas três pares de

falsas pernas na região abdominal fazendo com que, no seu deslocamento, ocorra intenso

movimento do corpo, parecendo medir palmos. Daí o nome comum “lagarta mede-palmo”. A

fase de pupa ocorre nas folhas, no interior de um abrigo produzido pela lagarta, a qual tem

coloração variando do marrom ao verde. A mariposa (de até 35 mm de envergadura)

apresenta asas dispostas na forma de uma quilha quando a mariposa está em repouso, de cor

marrom ou cinza, com brilho cúpreo, com duas manchas prateadas em cada uma das asas do

primeiro par (DREGANDE; VIVIAN, 2011).

Seu ciclo de vida tem duração de 46 dias, a fase ovo de aproximadamente cinco dias

(Figura 1ª) e a lagarta cerca de vinte dias (Figura 1b). Ao final da fase de larva, a espécie

comumente empupa na folha (Figura 1c) e tem duração da fase de pupa de sete dias e o adulto

(Figura 1d) tem longevidade de quatorze dias e cada fêmea oviposita cerca de quinhentos

ovos (DREGANDE; VIVIAN, 2011).

Figura 1: Chrysodeixis includens nas fases de ovo (a), lagarta (b), pupa (c) e adulto (d).

Fonte: EMBRAPA ( 2013).

Essas lagartas causam danos à cultura da soja, pois consomem o parênquima foliar

deixando as nervuras, conferindo aos folíolos aspecto rendilhado. Esta espécie é de difícil

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controle, quando comparada com a lagarta-da-soja. Com manejo inapropriado de suas

populações, há relatos de resistência a inseticidas (SOSA-GÓMEZ et al., 2010). Além de que,

tipicamente, esta espécie é favorecida por condições de seca, ou períodos de seca que

antecederam aos surtos. Outra característica marcante é o consumo de grande área foliar,

aproximadamente 120 cm² (PAPA; CELOTO, 2007). Lavouras biologicamente

desequilibradas, com ausência de inimigos naturais, como fungos entomopatogênicos, são

mais atacadas pela praga (DREGANDE; VIVIAN, 2011).

A Lagarta Falsa-medideira têm ganhado recente importância no cenário nacional da

cultura da soja, devido ao aumento populacional em comparação com a lagarta-da-soja

Anticarsia gemmatalis (GUEDES et al., 2011). Isto tem gerado uma série de dúvidas nos

agentes de assistência técnica em relação ao controle. Possivelmente, seja um problema

resultante de desequilíbrios causados pelo uso inadequado de inseticidas e fungicidas, fazendo

uso de aplicações preventivas e produtos não seletivos (SOSA-GÓMEZ et al., 2003).

2.3.2 Heliothis virescens

As lagartas conhecidas como lagarta- da- maçã do algodoeiro tem coloração que varia

de verde-amarelada à marrom-avermelhada até próximo à preta. A maioria possui listras

pálidas, longitudinais ao corpo e pequenos pontos escuros em todos os segmentos do corpo

(SOSA-GÓMEZ et al., 2010). As lagartas de H. virescens apresentam micro-espinhos nas

pintas salientes do corpo, e no seu máximo desenvolvimento (sexto estádio) atinge até 3,5 cm

de tamanho. A pupa é marrom e fica localizada no solo, medindo 18 mm de comprimento

(DREGANDE; VIVIAN, 2011).

O adulto de H. virescens (Figura 2 a) é uma mariposa com 25mm a 35mm de

envergadura, facilmente identificada por apresentar três faixas transversais de coloração

escura, sendo que as asas posteriores são claras, esbranquiçadas, com três faixas cruzadas no

centro. Os ovos são colocados normalmente nas partes próximas ao ponteiro ou gemas apicais

das plantas, individualmente, fato que ajuda na dispersão da praga na lavoura. A quantidade é

variável, sendo que uma fêmea (Figura 2b) pode colocar em torno de 600 ovos. São de

hábitos noturnos, normalmente põem os ovos à noite, e durante o dia ficam escondidas entre

as folhas das plantas (TOMQUELSKI; MARTINS, 2011).

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Figura 2: Lagarta (a) e adulto (b) de Heliothis virescens.

Fonte: EMBRAPA (2013).

Os danos da lagarta da maçã são observados desde a germinação à colheita, atacando

as folhas novas, normalmente o ápice das plantas. A desfolha provocada na cultura em função

do ataque desta praga é menor que a de outras lagartas, que podem estar presente em maiores

quantidades (TOMQUELSKI; MARTINS, 2011).

Na ausência das vagens, por exemplo, quando o surto ocorre na fase vegetativa e de

florescimento (R1 e R2), assume o hábito de praga desfolhadora. O nível de desfolha da soja

pela praga é o mesmo considerado para outros insetos desfolhadores (DREGANDE; VIVIAN,

2010). No florescimento o inseto pode atacar as flores, sendo importante relatar a maior

ocorrência em flores de cores brancas. Com o aparecimento dos canivetes a lagarta pode

passar a atacá-los, e com o desenvolvimento afetar as vagens e os grãos em formação

(TOMQUELSKI; MARTINS, 2011). Em geral, as lagartas comem vagens, mas podem,

também, se alimentar de folhas e brotos terminais da soja (SOSA-GÓMEZ et al., 2010).

Esta praga não costuma ocorrer de maneira generalizada e suas infestações costumam

ocorrer em alguns talhões da fazenda, o que justifica a amostragem. É uma praga mais

tolerante aos inseticidas do que a lagarta da soja e a lagarta falsa medideira. Esta é a razão de

frequentes casos de insucesso no combate. Portanto, é fundamental o diagnóstico precoce

desta praga na área a fim de evitar confusão na identificação, bem como evitar o controle de

lagartas de tamanho grande, que são mais difíceis de ser controladas (DREGANDE; VIVIAN,

2010).

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2.3.3 Lagartas do complexo de Spodoptera Nos últimos anos, a ocorrência de lagartas do gênero Spodoptera tem aumentado na

cultura da soja, causando reduções importantes na produtividade (BUENO et al., 2010).

Nesse gênero, Spodoptera cosmioides (WALKER, 1858) e Spodoptera eridania (CRAMER,

1782) (Figura 3 a e 3b) são as espécies mais importantes na soja, consideradas pragas em

expansão nesta cultura, atacando as plantas principalmente na fase reprodutiva (SOSA-

GÓMEZ et al.; GAZZONI; YORINORI, 1995).

Nessa fase da soja, além das folhas, S. eridania e S. cosmioides causam também

injúrias às vagens, assumindo, assim, importância significativa (SANTOS et al., 2005). Além

disso, ataques de Spodoptera spp. podem também ocorrer em plantas recém-germinadas,

quando lagartas de instares mais avançados cortam as plantas rente ao solo. Elas causam um

sintoma semelhante ao ataque da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) (HUFNAGEL, 1767) de

redução de estande.

O ataque às plântulas de soja no início do desenvolvimento é realizado principalmente

por Spodoptera frugiperda (Figura 3c) (J. E. SMITH, 1797) (SOSA-GÓMEZ et al., 1993).

Figura 3: Lagarta e adultos de Spodoptera cosmioides (a); Lagarta e adultos de Spodoptera

eridania (b); Lagarta e adultos de Spodoptera frugiperda

(c).

Fonte: EMBRAPA (2010).

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Como desfolhadoras, as lagartas de Spodoptera spp. têm grande importância

econômica devido à sua voracidade. S. cosmoides consome aproximadamente o dobro de área

foliar do que as outras espécies de lepidópteros de importância na soja (MOSCARDI et al.,

2012).

Mariposas dessa espécie ovipositam massas de ovos com camadas sobrepostas que

podem conter mais que 100 ovos por postura. Ao contrário de outras espécies do gênero, S.

cosmioides e S. eridania não apresentam hábito canibal. Assim, as lagartas neonatas dessas

espécies, ao eclodirem, se alimentam agrupadas por alguns dias, quando apenas raspam as

folhas. Posteriormente, dispersam-se pela lavoura onde irão consumir folhas e vagens de soja,

podendo causar perdas significativas nas lavouras, se não forem manejadas corretamente

(MOSCARDI et al., 2012).

As lagartas do grupo Spodoptera, quando atacam a soja na fase reprodutiva da

lavoura, costumam se abrigar no interior das plantas, próximo à região das vagens e, com isso,

ficam protegidas dos inseticidas, que, muitas vezes, têm dificuldades para atingi-las. Essa

dificuldade ocorre devido ao “efeito guarda-chuva”, causado pelas plantas bem

desenvolvidas, cujas folhas formam uma barreira protetora de difícil penetração pelos

produtos (BUENO et al., 2010).

2.4 Nova Praga

Nas últimas safras, ataques severos de lagartas na cultura da soja, têm sido relatados

por produtores rurais. A suspeita predominante recai sobre a ocorrência de populações do

gênero Helicoverpa causando, conforme sua especificidade, severos danos na cultivar

(EMBRAPA, 2013).

O crescimento populacional de lagartas do gênero Helicoverpa e consequentes

prejuízos aos sistemas de produção foram ocasionados por um processo cumulativo de

práticas de cultivo inadequadas, caracterizadas pelo plantio sucessivo de espécies vegetais

hospedeiras (milho, soja e algodão) em áreas muito extensas e contíguas associadas a um

manejo inapropriado dos agrotóxicos. Isso tornou o agroecossistema progressivamente

suscetível a doenças e aos insetos-praga devido à farta disponibilidade de alimentos, sítios de

reprodução e abrigo durante quase todo o ano (EMBRAPA, 2013).

A semeadura dos cultivos anuais de milho, soja e algodão sucessivas com cultivo

predominante da semeadura de cultivares de milho transgênico (milho Bt) expressando

proteínas tóxicas do Bacillus thuringiensis, e de cultivares de soja e de algodão transgênicos

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com resistência a herbicidas, tem contribuído para o ataque severo de novas pragas.

Adicionalmente, as questões abordadas anteriormente ainda faz–se a implantação da ponte

verde, constituída pelo cultivo adicional de sorgo, milheto e feijão, o que sem duvida

contribui para a mudança das pragas na cultura da soja (EMBRAPA, 2013).

Ainda aliado a isso, tornou-se predominante à utilização de mistura de agrotóxicos, de

produtos não seletivos com o mesmo sítio de ação sobre os organismos-alvo e não alvo

(inimigos naturais). A falta de cuidado no uso de agrotóxicos além de provocar a redução

populacional dos inimigos naturais das pragas e desequilíbrios biológicos nos sistemas

agrícolas, causa contaminação e problemas de saúde pública derivados dos efeitos tóxicos em

humanos (EMBRAPA, 2013).

Assim, esse sistema agrícola altamente desequilibrado é o que tem propiciado a

abundância contínua de alimentos para as pragas, contribuindo significativamente para a

proliferação desses insetos. Essas pragas têm atingido níveis populacionais tão elevados, que

acabam superando o limiar de atuação dos agrotóxicos comprometendo a eficiência de

controle. Essa situação tem causado perdas econômicas significativas aos sistemas de

produção, a exemplo do que ocorreu na safra de soja e algodão 2012/2013 (EMBRAPA,

2013).

2.4.1 Helicoverpa armigera

Na ultima safra agrícola foi relatada a primeira ocorrência de Helicoverpa armigera

(Figura 4) no Brasil, que era considerada, até o momento, uma praga quarentenária. A

notificação ocorreu nos Estados de Goiás, na cultura da soja; Bahia, em tiguera de soja; e

Mato Grosso, na cultura do algodoeiro (CZEPAK et al, 2013).

A Helicoverpa armigera apresenta ampla distribuição geográfica, sendo registrada na

Europa, Ásia, África e Oceania (ZALUCKI et al. 1986, GUO, 1997), sendo até então

considerada praga quarentenária, no Brasil (CZEPAK et al., 2013). As lagartas de H.

armigera se alimentam de folhas e caules, contudo, têm preferência por brotos,

inflorescências, frutos e vagens (REED 1965, WANG; LI, 1984), causando danos tanto na

fase vegetativa quanto reprodutiva (CZEPAK et al., 2013).

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Figura 4: Vista lateral da fase larval de H. armigera. (a) e vista superior do adulto de H.

armigera (b).

Fonte: CZEPAK (2013).

Essa praga possui alto potencial reprodutivo, sendo que cada fêmea tem a capacidade

de ovipositar de 1.000 a 1.500 ovos, sempre de forma isolada, sobre talos, flores, frutos e

folhas, preferencialmente no período noturno. Para a postura, prefere a face adaxial das folhas

e superfícies pubescentes. O período larval é constituído por cinco a seis instares e pode durar

de duas a três semanas, dependendo das condições climáticas, e, no último instar, a lagarta

possui de 30,0 mm a 40,0 mm de comprimento e coloração variando do verde ao amarelo

claro, marrom avermelhado ou preto (EPPO, 1981).

São detalhes característicos da lagarta, a sua cápsula cefálica de cor parda clara, linhas

finas brancas laterais e a presença de pelos (MATTHEWS, 1999).

Além disto, apresenta como característica importante, que a difere de outras espécies

de noctuídeos, é que a H. armigera apresenta um comportamento peculiar, encurvando a

cápsula cefálica até o primeiro par de falsas pernas, e assim permanecendo por algum tempo

(CZEPAK et al., 2013).

A espécie H. armigera apresenta grande mobilidade e alta capacidade de

sobrevivência, mesmo em condições adversas, podendo completar várias gerações ao ano e

finalizando o seu ciclo de ovo a adulto no período de quatro a seis semanas (FITT, 1989).

Além disto, pode se dispersar com grande facilidade, pois os adultos são migrantes naturais e

apresentam movimento de longo alcance, podendo chegar a 1.000 km de distância

(PEDGLEY, 1985).

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O hábito alimentar polífago, em associação com uma alta capacidade de dispersão e

adaptação a diferentes cultivos, tende a favorecer o sucesso da espécie H. armigera, como

praga. Além disto, hospedeiros alternativos, nas proximidades agrícolas, assumem papel

decisivo na dinâmica sazonal dos insetos, pois podem dar suporte à permanência de

populações das pragas (FITT, 1989).

É possível que esta praga esteja disseminada por todo o Brasil. Em muitas localidades,

os agricultores relatam a presença de lagartas de morfologia e comportamento alimentar

similares aos observados nos locais onde o inseto foi coletado e identificado (CZEPAK et al,

2013).

O manejo dessa praga ainda se encontra em fase inicial de estabelecimento.

Entretanto, com base em estudos realizados em outros países, a identificação correta da

espécie, técnicas efetivas de amostragem de ovos e lagartas, ou até mesmo pupas, são

essenciais, como subsídios para as tomadas de decisão sobre as melhores táticas de controle,

devendo os levantamentos ser realizados em todas as possíveis culturas hospedeiras

(CZEPAK et al, 2013).

Como táticas de controle a serem recomendadas, podemos considerar, tendo como

referência outros países, as armadilhas iscadas com feromônio sexual da praga, a utilização de

materiais resistentes, Bt ou convencionais, a destruição de restos da cultura, a liberação de

inimigos naturais, como, por exemplo, o Trichogramma sp., que apresenta grande associação

à espécie H. armigera, e, por fim, o uso de inseticidas seletivos, visando à manutenção dos

inimigos naturais nas áreas agrícolas, sendo de fundamental importância a rotação dos

mecanismos de ação dos produtos, para reduzir a pressão de seleção dos ingredientes ativos,

haja vista a facilidade com que a praga pode desenvolver resistência (MCCAFFERY et al.,

1986; KIN; COLEMAN, 1989, DURAIMURUGAN; REGUPATHY, 2005; KUMAR et al.,

2009).

2.5 Manejo Integrado das Pragas Desfolhadoras

No Brasil, os benefícios conseguidos com a implantação e uso do programa de manejo

integrado de pragas (MIP) foram econômicos e ambientalmente grandes (GAZZONI, 1994;

KOGAN, 1998; PANIZZI, 2006). No início da década de 80, com o programa, a média de

aplicações de inseticidas na cultura da soja no Estado do Paraná de mais de cinco foi reduzida

para menos de duas por safra (FINARDI; SOUZA, 1980).

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O manejo integrado de pragas da soja recomendado para os artrópodes e moluscos que

atacam as folhas desta cultura é o conjunto de todas as tecnologias disponíveis que, adotadas

conjuntamente na condução da lavoura, visa manter o agroecossistema da soja o mais

próximo possível de um equilíbrio ecológico (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012). De acordo

com esse autor, o MIP-SOJA é composto por várias tecnologias disponíveis que, adotadas em

conjunto na condução a lavoura visam manter o agroecossistema da soja o mais próximo de

um equilíbrio ecológico. Esse programa integrado, com suas diferentes táticas, em cuja base,

por exemplo, está o reconhecimento das pragas e dos seus inimigos naturais, o monitoramento

desses insetos e os níveis de ação, pontos fundamentais para as decisões a serem tomadas na

condução da lavoura e dos quase dependem o sucesso desse programa de manejo integrado.

O MIP-SOJA preconiza que nem todos os organismos que atacam as folhas da soja

precisam de controle, visto que há infestações toleráveis sem reduções economicamente

significativas na produção final. Nesse contexto, os inseticidas não devem ser aplicados

preventivamente, e sua utilização é apenas justificável quando a população de pragas for igual

ou superior aos níveis de ação recomendados pela pesquisa. Eles representam na prática, o

mínimo de insetos ou sua injúria que torna o controle a ser adotado economicamente

justificável. Esse nível de desfolha tolerado na cultura da soja antes de iniciar qualquer

medida de controle pode diferir ligeiramente ao redor do mundo (HOFFMANN-CAMPO et

al., 2012).

No Brasil o nível de ação recomendado para iniciar o controle das desfolhadoras é de

30% de desfolha no período vegetativo ou 15% quando a cultura estiver no estádio

reprodutivo (EMBRAPA, 2011). Paralelamente, o MIP-SOJA preconiza também o nível de

ação baseado na densidade populacional de lagartas, considerando a necessidade de

intervenção sempre que a população atingir 20 lagartas grandes por metro, sendo estas

monitoradas através de amostragens realizadas como o pano de batida (EMBRAPA, 2011).

Além do uso de produtos mais seletivos, estes passaram a ser usados com maior

critério, respeitando a real necessidade de controle, baseada no monitoramento periódico dos

insetos nas lavouras e os níveis de ação pré-estabelecidos para cada praga (KOGAN et al.,

1977; PANIZZI et al., 1977; HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). Entretanto, apesar dos

benefícios proporcionados pelo MIP-SOJA, na última década esse programa sofreu um

grande retrocesso, sendo seus princípios esquecidos, seu uso praticamente abandonado pelos

produtores de soja e, consequentemente, as aplicações voltaram a atingir uma média de quatro

a seis aplicações por safra (MORALES; SILVA, 2006; PANIZZI, 2006; MOSCARDI et al.,

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2009) ou até mais em alguns casos extremos, sendo este um incremento substancial de uso de

agrotóxicos nas lavouras (QUINTELA et al., 2006).

O manejo integrado de pragas (MIP) reúne medidas de controle químico, físico e

biológico, onde os mesmos são indicados após o monitoramento da área, com a detecção da

população dos insetos pragas, a cima do nível de dano econômico (PRAÇA et al., 2006).

2.5.1 Amostragens das pragas

Para o monitoramento das lagartas desfolhadoras, utilizam-se as amostragens com o

pano de batida, de cor branca, preso em duas varas, com 1m de comprimento, o qual deve ser

estendido entre duas fileiras de soja. As plantas da área compreendida pelo pano devem ser

sacudidas vigorosamente sobre o mesmo, havendo, assim, a queda das pragas que deverão ser

contadas. Esse procedimento deve ser repetido em vários pontos da lavoura, considerando-se

a média de todos os pontos amostrados (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

No caso de lavouras com espaçamento reduzido das entrelinhas e plantas

desenvolvidas, recomenda-se usar o pano de batida e bater apenas as plantas de uma das

fileiras. Essas amostragens devem ser realizadas nas primeiras horas da manhã ou à tardinha,

período de menor atividade dos insetos, possibilitando a sua contagem sobre o pano de batida

(HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

Ainda segundo o mesmo autor, na mesma área onde são feitas as amostragens com o

pano de batida, deve-se realizar o exame de todas as partes da planta, principalmente hastes,

pecíolos, ponteiros e vagens. Para que se possa avaliar a infestação das pragas na lavoura,

sugere-se que o número de insetos seja anotado em cada ponto de amostragem, para posterior

cálculo da média da lavoura. Quanto maior o número de amostragens realizadas na área,

maior será a segurança de previsão correta da infestação de insetos-pragas na lavoura.

2.5.2 Níveis de ação e de dano econômico

O nível de dano econômico é a menor população de pragas que pode causar danos

econômicos significativos às plantas. Entretanto, para qualquer praga que ataque a soja é

importante considerar a tolerância que a planta possui a um determinado nível populacional

da praga e o seu consequente dano. Ou seja, as medidas de controle só se justificam no

momento em que a praga atingir o chamado nível de ação, o qual precede o nível de dano

econômico (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012).

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O nível de ação representa o momento economicamente correto para que uma medida

de controle seja iniciada, evitando assim, que a população do inseto-praga cresça e ultrapasse

os níveis de dano econômico (PEDIGO et al., 1986). Para as maiorias das pragas, existem

parâmetros que permitem tomar a decisão de usar medidas de controle, de forma criteriosa e

no momento certo (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012).

As lagartas devem ser controladas quando forem encontradas, em média, 20 lagartas

grandes (>1,5 cm) por 1m (uma fileira de plantas), ou com menor número se a desfolha

atingir 30%, antes da floração, e 15% tão logo apareça às primeiras flores (EMBRAPA,

2006).

A identificação de adultos nas lavouras é mais facilmente detectada no final da tarde, e

trata-se de uma informação importante para o produtor, podendo predizer possíveis

infestações da praga. Vale destacar que somente a quantidade de adultos não é um dado

confiável. Deve ser analisada também a quantidade de ovos, já que são afetados em grande

parte pelos inimigos naturais (TOMQUELSKI; MARUYAMA, 2009).

2.5.3 Agentes de mortalidade natural

Nos ambientes naturais e agroecossistemas ocorre à ação de inimigos naturais sobre os

insetos, esses inimigos naturais podem ser outros insetos ou microrganismos. São inúmeros os

microrganismos que causam doenças nos insetos, os mais conhecidos são os fungos

Entomophthora aphidis predador de pulgões, Hirsutella thompsonii de ácaros, Nomurea rileyi

de lagartas e Aschersonia aleyrodes de mosca branca e cochonilha. Quanto ao vírus o mais

conhecido é o Baculovirus que provoca a morte das lagartas na soja e as bactérias que

ocorrem em menor frequência, sendo Bacillus thuringiensis a espécie mais conhecida e que

coloniza lagartas (MOSCARDI et al., 2012).

O fungo entomopatogênico N. rileyi é o agente causal da doença branca em lagartas,

como a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) e outras. Essa doença deixa as lagartas com

aspecto mumificado de coloração branca no seu estádio inicial, posteriormente passando para

coloração esverdeada. O período de coloração esverdeada é o período de disseminação do

fungo onde são formados os conídios, os quais são levados pelo vento, que reinicia o processo

de infecção de novas lagartas (SOSA-GÓMEZ et al., 2003).

O aparecimento natural de doenças em insetos pragas deve ser observado, por que em

alguns casos não há a necessidade de controle químico, mas para isso deve-se ocorrer

condições que favoreçam o agente causal da doença (PEREIRA et al., 1998).

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Na safra de soja 2010/2011 foi observado à ocorrência de dois agentes

entomopatogênicos causando a morte de lagartas na cultura da soja, onde os mesmos foram N.

rileyi e Baculovirus sp (CASTAÑON et al, 2011). Segundo Ávila (2007), as safras brasileiras

anteriores de soja foram baixas as incidências da doença branca causada pelo fungo N. rileyi,

devido a grande quantidade de fungicidas aplicados para controle da ferrugem asiática.

Segundo Sosa-Gómez et al., (2003), as maiorias dos fungicidas utilizados na soja para

controle da ferrugem asiática inibem a germinação do fungo N. rileyi.

De acordo com Ávila (2007), as lagartas de maior infecção são a lagarta da soja e a

falsa medieira. Observou-se na lagarta da maçã que o N. rileyi causa a morte da mesma,

deixando a endurecida, posteriormente o fungo inicia a colonização da parte externa da

lagarta, dando inicio a formação do micélio e logo após a dos conídios (CASTAÑON et al.,

2011).

A grande quantidade de lagartas mortas pelo fungo N. rileyi, ocorre devido à

diminuição das aplicações de fungicidas para controle da ferrugem asiática e pelas condições

ambientais favoráveis ao desenvolvimento do fungo. Em síntese, as condições ideais para o

desenvolvimento do fungo são umidade maior que 70%, temperatura elevada e fechamento da

entrelinha pela cultura (CASTAÑON et al., 2011).

Dentro do Manejo Integrado de Pragas (MIP), o controle biológico com inimigos

naturais pode ser usado com sucesso sob a H. virescens, também. Um exemplo são as

espécies de Trichogramma, existentes naturalmente. Em estudo realizado por Fernandes et al,

(2003), observou-se, inclusive, que em alguns casos o produtor não precisa realizar aplicações

de inseticidas quando da ocorrência em maiores infestações de T. pretiosum.

Outros inimigos naturais Braconídeos possuem a característica de apresentar um

casulo na fase final de seu desenvolvimento, normalmente de coloração branca a cinza-escura.

São considerados parasitoides muito eficientes, pois podem encontrar as lagartas dentro de

estruturas como as vagens para depositar os seus ovos. Diante do exposto é de fundamental

importância a utilização de inseticidas seletivos, a fim de proporcionar maior sobrevivência

destes inimigos naturais (TOMQUELSKI et al., 2008).

Para H. armigera, recomenda-se a liberação inundativa do parasitóide de ovos,

Trichogramma pretiosum associada ao monitoramento da população de adultos via uso de

armadilhas iscadas com feromônio sexual sintético, com uma armadilha a cada cinco hectares.

A utilização de armadilha contendo feromônio deve ser utilizada para detectar a chegada da

mariposa na área alvo. A captura das primeiras mariposas, em média três mariposas por

armadilha, indica o início da oviposição e a necessidade de liberar o agente de controle

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biológico. A liberação dos parasitoides, geralmente, é realizada pela distribuição nas plantas

de cartelas de papelão contendo ovos de um hospedeiro alternativo parasitado ou liberação

direta dos adultos de Trichogramma (EMBRAPA, 2013).

Como medida emergencial há a necessidade de autorização imediata pelo MAPA para

comercialização e liberação desses parasitóides. Também é essencial o fomento a novas

biofábricas para a produção dos parasitóides em escala comercial. O controle biológico com o

parasitóide de ovos pode ser utilizado tanto no milho como na soja e no algodão. Obviamente,

deve-se considerar o efeito negativo dos inseticidas químicos não seletivos sobre o agente de

controle biológico na mesma época de liberação do parasitoide (EMBRAPA, 2013).

2.5.4 Métodos de controle

Dentre as várias técnicas utilizadas para manter as populações das pragas abaixo dos

níveis de dano, estão às medidas de controle. Especial atenção deve ser dada ao controle

químico, sempre ponderado em relação ao controle biológico, seja natural ou aplicado, e não

utilizado de forma indiscriminada, para obter resultados satisfatórios e mais duradouros

(HOFFMANN-CAMPO et al., 2012). Estudos recentes têm mostrado que o uso

indiscriminado de inseticidas e outros agrotóxicos da soja intensificam o ataque de pragas,

como lagartas (CORRÊA-FERREIRA et al., 2010).

Não há um modelo ou padrão de manejo indicado para todas as regiões produtoras do

Brasil que seja adequado a uma região ou mesmo a um município, dada a grande quantidade

de situações que se manifestam em cada local, como resultados da interação dos fatores que

interferem na ocorrência de pragas e das iniciativas de manejo para a sua supressão

(GUEDES et al., 2011).

Entretanto, é reconhecido pela maioria dos técnicos e produtores que a cultura da soja

é atualmente um cenário caracterizado pela maior fragilidade da cultura ao ataque de lagartas,

beneficiadas especialmente pelo manejo fitossanitário atualmente praticado na cultura

(GUEDES et al., 2011).

Sempre que disponíveis outras táticas de controle, como o controle cultural, controle

biológico aplicado, feromônios, resistência de plantas a insetos e a transformação genética,

devem ser preferencialmente utilizadas de forma isolada ou integrada, de acordo situação

(HOFFMANN-CAMPO et al., 2012).

Assim, toda a decisão de manejo deve ser tomada com base na amostragem e no

reconhecimento das espécies ocorrentes. O controle deve considerar as espécies, o momento

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de ocorrência no ciclo da cultura, o custo do controle e o valor resultante da produção, além

de preconizar a utilização de inseticidas menos agressivos aos organismos não alvos

(GUEDES et al., 2011).

2.5.4.1. Controle Químico

O uso correto de táticas de controle químico e biológico é de crucial importância para

o sucesso do controle das lagartas na soja. Sendo assim, o uso de agrotóxicos sem a realização

do monitoramento das pragas e sem a adoção de níveis de ação é inaceitável, pois tem

ocasionado uso abusivo, uma das principais causas dos desequilíbrios ecológicos de

artrópodes nos sistemas de produção agrícola (EMBRAPA, 2013).

Considerando a ausência de níveis de ação para controle do complexo de lagartas de

difícil controle para as condições brasileiras, os inseticidas químicos devem ser utilizados de

forma emergencial respeitando os níveis de controle disponíveis na literatura internacional.

Esses níveis de controle devem ser posteriormente referendados ou modificados pela pesquisa

nacional de acordo com a cultura alvo. Para os agentes de controle biológico devem ser

observados os níveis populacionais das lagartas (EMBRAPA, 2013).

Deve-se ainda observar as dosagens recomendadas dos inseticidas, não usando

superdosagens ou subdosagens, uma vez que a eficiência de controle pode ser reduzida, além

de poder contribuir para a seleção de populações resistentes aos inseticidas aplicados

(EMBRAPA, 2013).

Aplicações múltiplas em uma dosagem média geralmente são mais eficazes do que

uma única aplicação em superdosagem. Recomenda-se também a rotação de inseticidas de

diferentes modos de ação para evitar seleção de populações resistentes. A utilização de

produtos mais seletivos aos inimigos naturais e polinizadores deve ser priorizada na escolha

dos inseticidas para minimizar os desequilíbrios biológicos observados nas lavouras

(EMBRAPA, 2013).

Dessa forma, os produtos devem ser utilizados em ordem de preferência:

1) Inseticidas biológicos ou liberação de inimigos naturais devidamente registrados;

2) Inseticidas do grupo dos reguladores de crescimento de insetos;

3) Inseticidas dos grupos das diamidas ou espinosinas;

4) Inseticidas bloqueadoresde Na;

5) Inseticidas do grupo das evermectinas;

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6) Carbamatos.

Deve ser levado em consideração que o difícil controle da lagarta falsa medideira

ocorre, porque em soja mais desenvolvida observa-se a presença da lagarta, geralmente

durante e após a época de floração, quando a soja já está fechada. Esta praga tem o hábito de

permanecer mais concentrada nos terço inferior e médio das plantas, fazendo com que haja

menor probabilidade de ser atingida pelas gotas das pulverizações, as quais ficam retidas nas

folhas do terço superior. Por isso, é necessário que o agricultor aplique adequadamente os

inseticidas para efetivar o seu controle, adotando tecnologia de aplicação, com volume de

calda e bicos adequados (EMBRAPA, 2011).

As lagartas falsas medideiras são mais vorazes, normalmente não circulam no topo da

planta e são mais tolerantes a inseticidas. Nem todos os inseticidas e doses indicados e/ou

registrados para A. gemmatalis o são para as lagartas falsas medideiras, também há relatos de

populações resistentes a inseticidas (SOSA-GÓMEZ et al., 2003).

No caso da H. virescens, não existem inseticidas registrados no Ministério da

Agricultura para a lagarta da maçã na soja. No algodoeiro, os produtos comumente utilizados

são bifentrina, fempropatrina, metomil, spinosad, thiodicarb, profenofós + cipermetrina e

indoxacarb (DEGRANE; VIVIAN, 2011).

Os inseticidas e doses usadas para as lagartas conhecidas em soja estão sendo

ineficientes para o controle do gênero Helicoverpa. Isto porque nenhum inseticida, disponível

no mercado, é capaz de circular na planta e contaminar novos brotos. Portanto, a folha

formada depois da aplicação de inseticida, não tem possibilidade de ser protegida contra

pragas, via sistêmica ou por formação de gases (GASSEN, 2013).

Os novos grupos de inseticidas como a antronilamida, a diamida do ácido ftálico e a

espinosina são lagarticidas eficientes e controlam o gênero Helicoverpa, porém em doses mais

elevadas do que as usadas para as lagartas conhecidas em soja e em algodão. É importante

destacar que nenhum desses inseticidas se caracteriza como fisiológico nem apresenta

circulação na planta, para contaminar folhas novas. São bons lagarticidas que agem,

principalmente, por ingestão. Outro ponto importante é que observações de campo indicam

dificuldade de controle com inseticidas piretróides, mesmo em doses elevadas. Os inseticidas

carbamatos, os fosforados e os inibidores de quitina, têm matado as lagartas presentes na

aplicação, porém com doses elevadas (GASSEN, 2013).

O uso frequente e doses elevadas de inseticidas podem facilitar a ressurgência de

populações da praga nas lavouras (GASSEN, 2013). Muitas vezes, a aplicação dos inseticidas

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é realizada de forma inadequada, seja através de aplicações preventivas, junto com o

dessecante ou com o herbicida pós-emergente ou mesmo com as aplicações de fungicidas.

Essas práticas, bastante comuns hoje nas lavouras de soja, visando o aproveitamento de

operações, aliado às aplicações frequentes de produtos de amplo espectro de ação, sobretudo

na fase inicial do desenvolvimento da soja e o não uso das amostragens de pragas com o

método do pano, tem levado a um grande desequilíbrio nas lavouras de soja acarretando sérios

problemas como, por exemplo, a eliminação do complexo de inimigos naturais (EMBRAPA

SOJA, 2011).

As lagarta do complexo Spodoptera têm um grande grupo de agentes de controle

biológico que usualmente as mantêm sob controle. Entretanto, na última década, o uso de

inseticidas tem crescido muito na soja. Esse uso abusivo e errôneo de agrotóxicos na cultura

tem eliminado esses inimigos naturais, fazendo que as populações dessas pragas,

anteriormente consideradas secundárias, causem prejuízos em muitas regiões produtoras

(BUENO et al., 2010).

Na ausência do controle biológico natural, pragas, normalmente consideradas sem

importância econômica, vêm causando preocupações aos sojicultores, com necessidade,

muitas vezes, de controle. Além disso, pragas principais vêm ocorrendo em níveis

populacionais muito elevados, além da ocorrência de populações de insetos resistentes aos

inseticidas químicos (SOSA-GÓMEZ et al., 2003), tudo isso levando a um maior custo de

produção e consequências drásticas de poluição ambiental.

2.6 Práticas inadequadas de manejo

De acordo com Guedes et al. (2011), existem algumas praticas consideradas

inadequadas quando se trata do manejo de lagartas, tais quais: a falta de amostragem de

pragas (população e localização); a falta de conhecimento e consideração com as fases mais

sensíveis da cultura; a utilização do “cheirinho” com inseticidas de amplo espectro, após a

emergência da soja; o desconhecimento das espécies de lagartas-da-soja; os erros na

identificação das espécies-praga, implicando em erros nas doses dos inseticidas e escape das

espécies mais tolerantes; a pulverização de inseticida junto com a aplicação de herbicidas,

portanto “fora” do momento populacional adequado, determinando a perda de ação do

produto antes dos picos de lagartas; a pulverização de inseticidas junto com a aplicação de

fungicidas, portanto, uma aplicação muitas vezes tardia para percevejos e ácaros; a utilização

de doses elevadas, com efeito negativo sobre inimigos naturais; a utilização de doses

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insuficientes para a praga-alvo, permitindo sua sobrevivência, novo crescimento e

reinfestação e os erros na escolha de inseticidas para as pragas-alvo mais importantes.

2.7 Peculiaridades do complexo de difícil controle de lagartas desfolhadoras

O Controle das pragas na cultura da soja é na atualidade um dos grandes gargalos para

os sojicultores, a cada dia a pressão dos insetos-pragas é mais expressiva, ocasionando perdas

em produtividade significativas (CARVALHO et al., 2012). No Brasil, os benefícios

conseguidos com a implantação e uso do programa de manejo integrado de pragas (MIP)

foram econômicos e ambientalmente grandes (GAZZONI, 1994; KOGAN, 1998; PANIZZI,

2006).

O uso do pano de batida para o monitoramento dos insetos-pragas, a tomada de

decisões de controle apenas quando os níveis de ação preconizados pela pesquisa sejam

atingidos e o uso de produtos recomendados e mais seletivos para o controle das principais

pragas são pontos básicos e importantes para o sucesso do programa (CORRÊA-FERREIRA,

2010).

Além do uso de produtos mais seletivos, estes passaram a ser usados com maior

critério, respeitando a real necessidade de controle, baseada no monitoramento periódico dos

insetos nas lavouras e os níveis de ação pré-estabelecidos para cada praga (KOGAN et al.,

1977; PANIZZI et al., 1977; HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

Algumas práticas, atualmente, utilizadas pelos sojicultores, como o uso de inseticidas

de amplo espectro de ação em mistura com herbicidas para dessecação de plantas daninhas,

ou em pós-emergência, ou ainda, por ocasião das aplicações de fungicidas, fazendo o

aproveitamento de operações, tem levado a áreas totalmente desequilibradas e com sérios

problemas de pragas (EMBRAPA, 2011).

De acordo com SOSA-GÓMEZ et al., (2003), essas práticas, bastante comuns hoje nas

lavouras de soja, visando o aproveitamento de operações, aliado às aplicações frequentes de

produtos de amplo espectro de ação, sobretudo na fase inicial do desenvolvimento da soja e o

não uso das amostragens de pragas com o método do pano, tem levado a um grande

desequilíbrio nas lavouras de soja acarretando sérios problemas como, por exemplo, a

eliminação do complexo de inimigos naturais.

Na ausência do controle biológico natural, pragas, normalmente consideradas sem

importância econômica, vêm causando preocupações aos sojicultores, com necessidade,

muitas vezes, de controle. Além disso, pragas principais vêm ocorrendo em níveis

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populacionais muito elevados, além da ocorrência de populações de insetos resistentes aos

inseticidas químicos (SOSA-GÓMEZ et al., 2003), tudo isso levando a um maior custo de

produção e consequências drásticas de poluição ambiental (CORRÊA-FERREIRA, 2010).

Apesar dos danos causados na cultura da soja ser, em alguns casos, alarmantes, não se

indica a aplicação preventiva de produtos químicos, pois, além do grave problema de poluição

ambiental, a aplicação desnecessária eleva os custos da lavoura e contribui para o

desequilíbrio populacional dos insetos (EMBRAPA, 2011).

Portanto, o controle das principais pragas da soja deve ser feito com base nos

princípios do manejo integrado de pragas (MIP). Em situações adversas, como estresse

hídrico e excesso de chuvas, o técnico também deverá os considerar, na tomada de decisão

para realizar o controle dos insetos-pragas, o porte das plantas, o tamanho da área a ser tratada

e a disponibilidade de equipamentos (EMBRAPA, 2011).

Deve-se atentar para as doses indicadas, utilizar EPI, equipamento de proteção

individual, desde o preparo, à aplicação dos defensivos, até dar o destino correto às

embalagens, conforme legislação vigente (EMBRAPA, 2011).

Em decorrência da dificuldade de controle dessas lagartas, e perda de produtividade

provocada devido à desfolha, os produtores têm utilizado pulverizações sequenciais, visando

evitar o aumento da densidade populacional de lagartas na soja. No entanto, pouco se conhece

do momento mais adequado das pulverizações e dos inseticidas mais eficientes, a fim de se

fazer um controle satisfatório (PERINI et al., 2011).

Dentro do Manejo Integrado de Pragas, o início deste programa requer amostragens

representativas da área, com pessoal capacitado para a identificação. As lagartas, quando

ocorrem nos períodos de enchimento de grãos, devem ser tratadas com maior cuidado por

atacarem a soja diretamente, provocando a abertura das vagens que podem cair no solo ou

ficar presas na planta, nesse caso como porta de entrada, abrigando doenças que inviabilizam

a sua germinação (TOMQUELSKI et al., 2008).

O controle químico, apesar de apresentar vantagens como praticidade, rapidez e em

alguns casos custo baixo, não deve ser utilizado de forma única. Sabe-se do problema de

resistência desta praga a inseticidas, fato que pode ser explicado em função de o inseto se

alimentar de diversas estruturas, além de fatores inerentes à praga, o que desta forma a faz

escapar da ação dos inseticidas (TOMQUELSKI et al., 2008).

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na agricultura moderna não é mais admitido à produção a todo custo. O uso

indiscriminado de agrotóxicos e as condições ambientais favoráveis cultura da soja são fatores

propícios para o surgimento à nova dinâmica de lagartas da soja. O controle dessas pragas é

na atualidade fator crucial para os produtores de soja, sendo que a cada safra a pressão de

insetos-pragas é mais expressiva com o advento de novas espécies, ocasionando perdas em

produtividade significativas.

O uso do MIP torna-se cada vez mais importantes, pois resulta na produção mais

sustentável e mais econômica, com diminuição no uso de agrotóxicos e consequentemente

possível seleção de insetos-pragas, evitando até mesmo que ocorra resistência a certos

produtos por parte dessas pragas por uso indiscriminado de agrotóxicos e incluindo, também,

a preservação dos inimigos naturais e resultando assim, em menores danos econômicos e uma

produção mais sustentável, podendo, assim, impedir novas migrações, novos surtos e uma

nova dinâmica de insetos-pragas na cultura da soja.

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