Panorama Mensal - acionista.com.br · Foi neste último mês que o IFIX, pela primeira vez, ficou...

6
1 de julho, 2014 Análise Fundamentalista Panorama Mensal Estratégia & Porólio: Fundamento x Senmento Panorama Mensal | Estratégia Análise XP Dando sequência ao panorama passado (“Armadilha de Desconfiança”), no qual procuramos trabalhar a intensificação e disseminação do enfraquecimento da avidade econômica através da perspecva da queda da confiança dos agentes doméscos, entendemos que os dados revelados ao longo de junho não só reforçaram este contexto como também trouxeram preocupações adicionais. As estascas de vendas no varejo e produção industrial seguem raficando o processo de desaceleração comentado no mês anterior. A julgar pelo calendário de junho repleto de feriados, meia jornada e fesvidades devido a Copa do Mundo, fica pracamente impossível acreditar que o mês que acaba de se encerrar tenha sido posivo para alguma retomada, pelo contrário! Neste contexto, as úlmas divulgações econômicas começam a revelar uma realidade mais desafiadora. A lista começou com o anúncio, pelo Banco Central, de que o rombo nas contas externas de US$ 6,3 bilhões havia sido o pior para maio desde 1947. No mesmo dia, o Ministério do Trabalho revelou que o total de vagas formais criadas no mês de maio (58,8 mil) era o menor já registrado no período em 22 anos. Por úlmo, mas não menos importante, foi a vez de o Tesouro Nacional assumir que as contas públicas computaram, às vésperas do Mundial, um déficit de R$ 10,5 bilhões, número sem precedentes para maio desde que o governo assumiu um compromisso com o ajuste fiscal, em 1997. Nada bom. Este resultado não só reforça a dificuldade de se equilibrar as contas públicas em um ambiente de descompasso entre as dinâmicas de receita e despesa como expõe a fragilidade de se ulizar a políca fiscal de maneira cíclica em um contexto de fraco crescimento. Por fim, tamanha decepção com o resultado fiscal do mês de maio acaba por trazer de volta o receio com velhos fantasmas que contribuíram, e muito, para arranhar nossa credibilidade. Cresce a probabilidade de não angirmos a (baixa) meta de 1,9% de superávit primário com relação ao PIB para este ano, pois o terreno fica mais férl para o uso de contabilidades criavas para postergar o reconhecimento do desequilíbrio das nossas contas públicas. Este contexto já nos custou a perda de um patamar na escala de crédito pela agência de risco S&P. A manutenção deste quadro poderá ter impactos mais dramácos, como a perda do grau de invesmento. O objevo aqui não é ser alarmista, mas reconhecer que estamos atravessando uma divergência entre senmento e fundamento, e que essa divergência tem aumentado. Fechamos o primeiro semestre do ano com uma forte performance dos avos doméscos, movimento que teve início em meados de março, em que o principal catalisador foi a revelação das pesquisas eleitorais, mostrando que a presidente Dilma não estava tão firme assim para a sua reeleição e obrigou o mercado a precificar uma possível alternância de poder. A nossa bolsa está encerrando a primeira metade do ano como uma das melhores no mundo quando computada em dólar. O real está fechando o período como a moeda mais forte do mundo e a curva de juros já passa a embur um cenário bem menos dramáco do que chegou a precificar no início do ano. É importante entender o papel do senmento e como ele tem sido decisivo para atribuir todo este destaque posivo no desempenho dos avos doméscos. O senmento nos mercados melhorou muito e permanece bem suportado baseado totalmente na hipótese de alternância de poder no fim do ano. No curto prazo, mantemos nossa visão de que a divergência entre a piora do fundamento e a manutenção de um senmento ainda elevado deverá se sustentar, dado que as úlmas evidências polícas corroboram uma melhora marginal no quadro da oposição. Teremos um segundo turno apertado e os mercados não podem ignorar isso no preço. Por outro lado, cresce a sensibilidade e a exposição neste cenário eleitoral que vai ganhando caráter binário. Em caso de vitória da oposição, connuamos avaliando que existe espaço para um rally adicional e a divergência será sustentada por uma melhora substancial no senmento. Em caso de vitória da situação, esta divergência deverá ser fechada de maneira bastante negava, reflendo um quadro de deterioração no fundamento e incapacidade de uma resposta adequada dos governantes. Fundamento ou senmento? Por ora, entendemos que a situação exige alguma neutralidade em termos de exposição ao risco até que o conjunto de informações desenhe alguma clareza quanto ao que esperar para o mês decisivo de outubro. Índice Estratégia & Macroeconomia Análise Fundamentalista Análise Técnica Fundos Imobiliários Futuros & Commodies Disclaimer Lauro Vilares Analista, CNPI-T Ricardo Kim Analista, CNPI

Transcript of Panorama Mensal - acionista.com.br · Foi neste último mês que o IFIX, pela primeira vez, ficou...

1 de julho, 2014

Análise Fundamentalista

Panorama Mensal Estratégia & Portfólio: Fundamento x Sentimento

Panorama Mensal | Estratégia

Análise XP

Dando sequência ao panorama passado (“Armadilha de Desconfiança”), no qual procuramos trabalhar a intensificação e disseminação do enfraquecimento da atividade econômica através da perspectiva da queda da confiança dos agentes domésticos, entendemos que os dados revelados ao longo de junho não só reforçaram este contexto como também trouxeram preocupações adicionais.

As estatísticas de vendas no varejo e produção industrial seguem ratificando o processo de desaceleração comentado no mês anterior. A julgar pelo calendário de junho repleto de feriados, meia jornada e festividades devido a Copa do Mundo, fica praticamente impossível acreditar que o mês que acaba de se encerrar tenha sido positivo para alguma retomada, pelo contrário! Neste contexto, as últimas divulgações econômicas começam a revelar uma realidade mais desafiadora.

A lista começou com o anúncio, pelo Banco Central, de que o rombo nas contas externas de US$ 6,3 bilhões havia sido o pior para maio desde 1947. No mesmo dia, o Ministério do Trabalho revelou que o total de vagas formais criadas no mês de maio (58,8 mil) era o menor já registrado no período em 22 anos. Por último, mas não menos importante, foi a vez de o Tesouro Nacional assumir que as contas públicas computaram, às vésperas do Mundial, um déficit de R$ 10,5 bilhões, número sem precedentes para maio desde que o governo assumiu um compromisso com o ajuste fiscal, em 1997. Nada bom.

Este resultado não só reforça a dificuldade de se equilibrar as contas públicas em um ambiente de descompasso entre as dinâmicas de receita e despesa como expõe a fragilidade de se utilizar a política fiscal de maneira cíclica em um contexto de fraco crescimento. Por fim, tamanha decepção com o resultado fiscal do mês de maio acaba por trazer de volta o receio com velhos fantasmas que contribuíram, e muito, para arranhar nossa credibilidade. Cresce a probabilidade de não atingirmos a (baixa) meta de 1,9% de superávit primário com relação ao PIB para este ano, pois o terreno fica mais fértil para o uso de contabilidades criativas para postergar o reconhecimento do desequilíbrio das nossas contas públicas.

Este contexto já nos custou a perda de um patamar na escala de crédito pela agência de risco S&P. A manutenção deste quadro poderá ter impactos mais dramáticos, como a perda do grau de investimento.

O objetivo aqui não é ser alarmista, mas reconhecer que estamos atravessando uma divergência entre sentimento e fundamento, e que essa divergência tem aumentado. Fechamos o primeiro semestre do ano com uma forte performance dos ativos domésticos, movimento que teve início em meados de março, em que o principal catalisador foi a revelação das pesquisas eleitorais, mostrando que a presidente Dilma não estava tão firme assim para a sua reeleição e obrigou o mercado a precificar uma possível alternância de poder.

A nossa bolsa está encerrando a primeira metade do ano como uma das melhores no mundo quando computada em dólar. O real está fechando o período como a moeda mais forte do mundo e a curva de juros já passa a embutir um cenário bem menos dramático do que chegou a precificar no início do ano. É importante entender o papel do sentimento e como ele tem sido decisivo para atribuir todo este destaque positivo no desempenho dos ativos domésticos. O sentimento nos mercados melhorou muito e permanece bem suportado baseado totalmente na hipótese de alternância de poder no fim do ano.

No curto prazo, mantemos nossa visão de que a divergência entre a piora do fundamento e a manutenção de um sentimento ainda elevado deverá se sustentar, dado que as últimas evidências políticas corroboram uma melhora marginal no quadro da oposição. Teremos um segundo turno apertado e os mercados não podem ignorar isso no preço. Por outro lado, cresce a sensibilidade e a exposição neste cenário eleitoral que vai ganhando caráter binário. Em caso de vitória da oposição, continuamos avaliando que existe espaço para um rally adicional e a divergência será sustentada por uma melhora substancial no sentimento. Em caso de vitória da situação, esta divergência deverá ser fechada de maneira bastante negativa, refletindo um quadro de deterioração no fundamento e incapacidade de uma resposta adequada dos governantes.

Fundamento ou sentimento? Por ora, entendemos que a situação exige alguma neutralidade em termos de exposição ao risco até que o conjunto de informações desenhe alguma clareza quanto ao que esperar para o mês decisivo de outubro.

Índice

Estratégia & Macroeconomia

Análise Fundamentalista

Análise Técnica

Fundos Imobiliários

Futuros & Commodities

Disclaimer

Lauro Vilares

Analista, CNPI-T

Ricardo Kim

Analista, CNPI

Panorama Mensal | Estratégia

1 julho, 2014

Panorama Mensal | Estratégia 2

Análise Fundamentalista: Portfólios

Carteira XP

A Carteira XP teve um bom desempenho (alta de 4,65%), superando o índice Bovespa em 0,89 p.p.. No ano, acumula um ganho de 4,51p.p. ante o Ibovespa, com

alta de 7,74% contra alta de 3,22% no Ibovespa.

Carteira XP Dividendos

A Carteira XP Dividendos teve, mais uma vez, uma boa performance (+5,62%), superando o Ibovespa em 1,86 p.p. e o Idiv (índice que agrega o desempenho médio

das empresas com perfil de fortes pagamentos de dividendos) em 1,03 p.p.. No acumulado do ano, a carteira apresenta um desempenho positivo de 13,42%,

contra alta de 3,22% do Ibovespa e leve alta de 0,88% do Idiv.

Carteira XP Small Caps

Esse não tem sido um ano bom para os papéis de menor valor de mercado em nossa bolsa. No mês, nossa Carteira XP Small Caps apresentou performance positiva

de 0,68%, abaixo do Ibovespa (+3,76%).

Carteira XP Alpha

A Carteira XP Alpha, apresentou um bom desempenho no mês de junho, com alta de 4,52% no período, contra 3,76% do Ibovespa. A Carteira apresentou um

desempenho 0,75 p.p. acima do Ibovespa.

Para acessar o relatório detalhado sobre as Carteiras Recomendadas clique aqui.

Carteira XP 7,7 -2,8 37,5 -12,1 15,9 76,5 20,2 19,6 148,2

dif. p.p. 4,5 p.p. 12,7 p.p. 30,1 p.p. 6,0 p.p. 14,8 p.p. 31,5 p.p. 8,1 p.p. 21,7 p.p. 135,8 p.p.

Carteira XP Dividendos 13,4 14,1 16,4 3,6 29,3 41,8 23,9 42,8 167,7

dif. p.p. 10,2 p.p. 29,6 p.p. 9,0 p.p. 21,7 p.p. 28,3 p.p. -32,7 p.p. 11,8 p.p. 45,0 p.p. 132,4 p.p.

Carteira XP Small Caps -10,8 -9,0 28,4 -19,3 - - -12,4 -5,4 -15,9

dif. p.p. -14,0 p.p. 6,5 p.p. 21,0 p.p. -0,4 p.p. - - -24,4 p.p. -3,2 p.p. 8,1 p.p.

Carteira XP Alpha -5,1 -3,3 - - - - - - -8,2

dif. p.p. -8,3 p.p. -11,8 p.p. - - - - - - -20,3 p.p.

Ibovespa 3,2 -15,5 7,4 -18,1 1,0 45,0 12,0 -2,2 12,4

Carteira XP -6,5 2,5 3,7 3,7 -0,1 4,7 - - - - - -

dif. p.p. 1,0 p.p. 3,7 p.p. -3,3 p.p. 1,3 p.p. 0,7 p.p. 0,9 p.p. - - - - - -

Carteira XP Dividendos -4,1 0,0 6,0 2,8 2,7 5,6 - - - - - -

dif. p.p. 3,4 p.p. 1,1 p.p. -1,1 p.p. 0,4 p.p. 3,5 p.p. 1,9 p.p. - - - - - -

Carteira XP Small Caps -9,6 -1,4 -3,4 0,4 2,4 0,7 - - - - - -

dif. p.p. -2,1 p.p. -0,2 p.p. -10,4 p.p. -2,0 p.p. 3,2 p.p. -3,1 p.p. - - - - - -

Carteira XP Alpha -9,3 2,5 8,9 -5,3 -5,3 4,5 - - - - - -

dif. p.p. -1,8 p.p. 3,6 p.p. 1,8 p.p. -7,7 p.p. -4,5 p.p. 0,8 p.p. - - - - - -

Ibovespa -7,5 -1,1 7,1 2,4 -0,8 3,8 - - - - - -

*Inicial: Carteira XP 30/4/2009, Carteira XP Dividendos 2/1/2009, Carteira XP Small Caps 30/12/2010, Carteira XP Alpha 28/6/2013.

mai/14 dez/14jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14Portfólio jan/14 fev/14 mar/14 abr/14

Performance: Carteiras XP

Portfólio 2014 2013 2012 2011 2010 2009Últimos

12 m

Últimos

24 mInicial*

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

abr-13 mai-13 jun-13 jul-13 ago-13 set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14

DESEMPENHO ANUAL

Carteira XP Carteira XP Divdendos Carteira XP Small Caps Carteira XP Alpha Ibovespa

Panorama Mensal | Estratégia

1 julho, 2014

Panorama Mensal | Estratégia 3

Análise Técnica

O mês começou de maneira lenta, com o Ibov em tendência de baixa, mas depois de alguns dias andando de lado, tivemos uma forte alta que rompeu o topo do

ano formado em maio, mas depois disso a força compradora se esgotou, formamos dois topos no mesmo nível em torno de 55.200, perdemos o fundo entre eles e

iniciamos uma correção mais forte, que trouxe o Ibov para baixo da média de 21 dias, o que reverteu a tendência de alta para baixa. Essa tendência de baixa ainda

não está consolidada, pois um movimento altista que rompa a média de 21 para cima reverteria novamente a tendência para alta, mas a sinalização do fim do mês

foi sem dúvida negativa. Se continuarmos a cair, teremos nova zona de suporte em 51.200, se voltarmos a subir, resistência fica no fundo perdido em 54.300.

Observando agora um gráfico de longo prazo, maio se encerrou na mínima do mês, o que normalmente é bem negativo, mas apesar da expectativa baixista, junho

foi um mês de boa alta, com o Ibov chegando a subir quase 8%, mas novamente tivemos entrada de pressão vendedora durante o mês e no fechamento a alta foi

de apenas 3,76%, com a máxima testando uma longa LTB e também a forte resistência em 54.300. Se esse patamar for rompido assim como a máxima de outubro

do ano passado, a situação ficará bem positiva, olhando o longo prazo. Se voltarmos a cair, 47.000 é fortíssimo suporte que, se perdido, abre espaço para o teste

do fundo de 2008.

Panorama Mensal | Estratégia

1 julho, 2014

Panorama Mensal | Estratégia 4

Fim do semestre e ano positivo Ao longo deste semestre, destacamos diversos elementos macroeconômicos e exclusivos ao mercado de FIIs, que nos fizeram acreditar que ele entraria em uma nova fase. O mês de junho encerra a primeira metade do ano, comprovando e reforçando nossas premissas: um crescimento estável e muito pouco volátil. Foi neste último mês que o IFIX, pela primeira vez, ficou positivo no ano, finalmente se recuperando do desempenho desastroso de janeiro. Nossa visão com relação aos principais elementos do mercado continua a mesma, inalterada desde fevereiro. Não acreditamos ser necessário repetir o que nos leva a esta linha de pensamento, visto que, durante o último mês, praticamente nada mudou. Em função disto, este mês vamos utilizar este espaço para focar em aspectos mais específicos do mercado, refletidos em alguns eventos ocorridos ao longo das últimas semanas. O primeiro tema que gostaríamos de abordar é o movimento de incorporação de ativos, que pode futuramente promover algumas mudanças relevantes na atual configuração no mercado. Além do aumento da liquidez, tem também como objetivo promover redução de custos e otimização da gestão. Foi inicialmente realizado pelos fundos imobiliários JS Real Estate Renda Imobiliária (JSIM11), JS Real Estate Recebíveis Imobiliários (BJRC11) e JS Real Estate Multigestão (JSRE11), em operação já mencionada no último relatório. A novidade foi que, em junho, observamos o mesmo movimento com o The One (ONEF11) e o Rio Bravo Renda Corporativa (FFCI11). O primeiro teria seu imóvel incorporado pelo segundo e deixaria de existir, sendo seus cotistas recompensados com cotas do FFCI11 em proporções ainda não informadas ao mercado. A administradora se comprometeu a passar informações detalhadas da incorporação até o dia 30 de setembro. São movimentos que consideramos benéficos e que estariam eliminando uma singularidade do mercado de FIIs nacional. É interessante observar que, ao compararmos com mercados externos, observamos distribuições de patrimônio consideravelmente distintas. O mercado de FIBRAs mexicano, por exemplo, que possui um tamanho bastante semelhante ao nosso, opera com apenas 7 fundos, contra 120 em nosso mercado. Já os EUA, que possuem um mercado com o patrimônio aproximadamente cinquenta vezes superior ao nosso, possui “apenas” o dobro do número de fundos. Junto com as operações de incorporação, nos últimos meses, outras operações com objetivo de aumentar a liquidez e facilitar as negociações têm chamado atenção: são as operações de desdobramento. O Kinea Renda Imobiliária (KNRI11) no primeiro dia útil de junho passou a negociar em patamares em linha com a maior parte do mercado, após desdobramento de 1 para 10 e o Kinea Renda Corporativa completa o mesmo processo no primeiro dia de julho. Caso o objetivo, que é o aumento de liquidez, seja atingido, estaríamos eliminando, ou pelo menos reduzindo, uma das principais barreiras de entrada e reposicionamento no mercado de FIIs, em especial para investidores institucionais entre outros investidores de patrimônio elevado. Para finalizar, recentemente, impulsionados pelo comportamento agressivo do IGP-M entre setembro e abril, fundos de CRI pagaram rendimentos muito elevados, o que fez com que eles chegassem a patamares incoerentes de precificação. Alguns deles estão já 20% acima de seus valores patrimoniais. Acreditamos que, uma vez que o IGP-M volte a oscilar, o que já foi observado em maio com uma deflação de 0,10% e em junho com outra de 0,74%, isto vai se refletir nos rendimentos destes ativos. Este é nosso cenário para o segundo semestre, o que deve torná-lo um período de pagamentos menos expressivos pelos fundos dessa categoria, em especial os que possuem alta exposição a este índice. Isto pode e deve causar uma correção no valor de suas cotas.

Panorama Mensal | Estratégia

1 julho, 2014

Panorama Mensal | Estratégia 5

Commodities: Grande possibilidade de El Niño deve trazer mais volatilidade

aos preços.

O aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico costuma causar alterações climáticas regionais e globais, e seus efeitos chamamos de “El Niño”. É um

fenômeno climático que acontece de forma irregular e suas causas ainda não são muito bem conhecidas.

Entre seus efeitos estão: diminuição de peixes na região central e sul do Oceano Pacífico e na costa oeste do Canadá e dos EUA, intensificação da seca no nordeste

brasileiro, aumento de chuvas na costa oeste da América do Sul, entre outros.

Para algumas culturas, favorece o desenvolvimento enquanto para outras não é tão bom assim.

Para as culturas de milho, soja e arroz, por exemplo, os efeitos são positivos. As chuvas causadas pelo El niño afetam positivamente o rendimento das plantações.

Para outras culturas como cana-de açúcar e café por exemplo, o impacto é negativo para a cultura (positivo para os preços), já que afeta as colheitas de culturas na

América do Sul.

Vale ficar atento, após um encerramento de preços negativos no mês para as commodities agrícolas (milho, boi gordo e café na BM&F), continuidade da

movimentação baixista para o milho, uma boa retomada altista para os preços do café pode acontecer. É evidente que essas quedas abrem espaços para correções

técnicas, mas é fato que a crescente possibilidade da visita do El Niño deve mexer com os preços, refletindo os fundamentos das culturas e também a cabeça dos

especuladores, o que pode adiantar ou acelerar ainda mais o mercado, trazendo mais volatilidade.

Falando mais propriamente da cultura milho, atenção também para a fraqueza das exportações, fraqueza da nossa moeda e alta disponibilidade do produto no

mercado interno, o que somado ao fenômeno climático deverá provocar ainda mais quedas nos preços, que poderão ser estancadas por uma ação do governo,

com leilões para garantir preço aos produtores.

Quanto ao café, colocando em conta sua alta volatilidade, não deve ser difícil vermos os preços voltarem a níveis testados no primeiro trimestre, ou perto disso.

Cientistas alertam que, este ano, o El Niño poderá ser o mais violento dos últimos 17 anos, devido ao aquecimento global. Segundo meteorologistas, deve chegar

em Julho e “ficar” até agosto.

Panorama Mensal | Estratégia

1 julho, 2014

Panorama Mensal | Estratégia 6

Disclaimer 1. O atendimento de nossos clientes pessoas físicas e jurídicas (não institucionais) é realizado por agentes de investimento. Todos os agentes de investimento que atuam através da XP Investimentos CCTVM S/A (“XP Investimentos Corretora”) encontram-se

devidamente registrados na Comissão de Valores Mobiliários. A relação completa de agentes de investimento da XP Investimentos Corretora pode ser consultada no site http://www.cvm.gov.br > Agentes Autônomos > Relação dos Agentes Autônomos

contratados por uma Instituição Financeira > Corretoras > XP Investimentos e no site http://www.xpi.com.br, da XP Investimentos. Na forma da legislação da CVM, o agente autônomo de investimento não pode administrar ou gerir o patrimônio de investidores.

O agente de investimento é um inter-mediário e depende da autorização prévia do cliente para realizar operações no mercado financeiro.

2. Este relatório foi elaborado pela XP Investimentos CCTVM S/A (´XP Investimentos Corretora´) e tem como único propósito fornecer informações que possam ajudar o investidor a tomar sua decisão de investimento. Este relatório não constitui oferta ou

solicitação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data da divulgação deste relatório e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis.

3. O analista de investimento responsável pela elaboração deste relatório, em conformidade ao artigo 17, I, da Instrução Normativa CVM n. 483/10, declara que as recomendações expressas neste relatório refletem única e exclusivamente suas opiniões pessoais

e foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à pessoa ou a instituição à qual está vinculado.

4. O analista de investimento está indiretamente envolvido na intermediação dos valores mobiliários objeto deste relatório, em conformidade ao artigo 17, II, c, da Instrução Normativa CVM n. 483/10.

5. A remuneração do analista de investimento responsável por este relatório é indiretamente influenciada pelas receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela pessoa a que esteja vinculado, em conformidade ao artigo 17, II, e, da

Instrução Normativa CVM n, 483/10.

6. Os instrumentos financeiros discutidos neste relatório podem não ser adequados para todos os investidores. Este relatório não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de cada investidor. Os

investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A rentabilidade de instrumentos financeiros pode apresentar variações, e seu preço ou valor pode aumentar

ou diminuir. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste relatório em relação a desempenhos futuros. A XP Investimentos Corretora se

exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo.

7. Este relatório não pode ser reproduzido ou redistribuído para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento por escrito da XP Investimentos Corretora. Informações adicionais sobre os instrumentos

financeiros discutidos neste relatório se encontram disponíveis quando solicitadas.

8. A Ouvidoria da XP Investimentos Corretora tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus proble-mas. Para contato, ligue 0800 722 3710.

9. O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da Corretora: www.xpi.com.br.

10. Inexistem situações de conflitos de interesses entre a XP Investimentos e a utilização desse produto.

11. Este relatório é baseado na avaliação dos fundamentos de determinadas empresas e dos diferentes setores da economia. A análise do ativo objeto do relatório utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções.

As condições de mercado, o cenário macroeconômico, os eventos específicos da empresa e do setor podem afetar o desempenho do investimento.

12. Essa operação foi executada seguindo conceitos da Análise Técnica como: tendência, suporte, resistência, candles, volume, médias móveis entre outros. Essas ferramentas visam a identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, sempre com

utilização de “stops” para limitar possíveis perdas.”

13. Este produto é indicado, sobretudo, a investidores cujo perfil haja sido definido como Conservado e Moderado, de acordo com a Política de Suitability aplicada pela XP Investimentos.

14. A operação com renda fixa se consubstancia na compra e venda de títulos de renda fixa, que podem ser públicos (porque emitidos pelo governo) ou privados (porque emitidos por empresas, finan-ceiras ou não), pré-fixados (porque baseado em taxa fixa de

rentabilidade) ou pós-fixados (porque baseado em indexadores, como índices de inflação etc.). Os riscos da operação com títulos de renda fixa estão na capacidade de o emissor (governo, em se tratando de título público; ou empresa, em se tratando de título

privado) honrar a dívida (risco de crédito); na impossibilidade de venda do título ou na ausência de investidores interessados em adquiri-lo (risco de liquidez); e na possibilidade de variação da taxa de juros e dos indexadores (risco de mercado). Em se tratando

de título privado, o risco de merca-do inclui, ainda, o chamado prêmio do risco, que é aquele inerente à capacidade de pagamento da emissora do título.

15. LCA, CRI e Debêntures não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). CDB e LCI contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante a devolução do principal investido acrescido de juros referente a rendimentos, na

hipótese da incapacidade de pagamento da instituição financeira, de até R$ 70 mil.

16. Este produto é indicado, sobretudo, a investidores cujo perfil haja sido definido como Moderado, Moderado-agressivo, Agressivo, de acordo com a Política de Suitability empregada pela XP Investi-mentos.

17. Ação é uma fração do capital de uma empresa que é negociada no mercado. É um título de renda variável, ou seja, um investimento no qual a rentabilidade não é preestabelecida, dependendo das cotações nos mercados. O investimento em ações é um

investimento de risco e os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste material em relação a desempenhos. As condições de mercado, o

cenário macroeconômico, os eventos específicos da empresa e do setor podem afetar o desempenho do investimento, podendo resultar até mesmo em significativas perdas patrimoniais. A duração recomendada para o investimento é de médio-longo prazo. O

patrimônio do cliente não está garantido neste tipo de produto.

18. Este produto é indicado, sobretudo, a investidores cujo perfil haja sido definido como Moderado-agressivo, Agressivo, de acordo com a Política de Suitability empregada pela XP Investimentos.

19. Commoditie é um objeto ou determinante de preço de um contrato futuro ou outro instrumento derivativo, podendo consubstanciar um índice, uma taxa, um valor mobiliário ou produto físico. É um investimento de risco muito alto, que contempla a

possibilidade de oscilação de preço devido à utilização de alavancagem financeira. A duração recomendada para o investimento é de curto prazo e o patrimô-nio do cliente não está garantido neste tipo de produto. As condições de mercado, mudanças climáticas

e o cenário macroeconômico podem afetar o desempenho do investimento.