Paper 36 :: Papel e arte

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36 PAPEL E ARTE

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Por meio da arte, o papel se converte em inúmeras criações com diversas cores, texturas e formas. Conheça algumas histórias de pessoas capazes de transformar uma folha em verdadeiras obras de arte e confira b elíssimas ilustrações do designer Carlo Geovani.

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36PAPEL E ARTE

Buscando aproximar-se ainda mais dos profissionais gráficos e principais parceiros, a International Paper desenvolveu uma nova linha de comunicação para a marca Chambril, reforçando seus atributos mais marcantes: papel que garante alta qualidade de impressão e desempenho no processo gráfico, permeados pela confiabilidade dos serviços prestados pela IP. Esses pontos estão representados no conceito “Chambril é 100% produtividade”, expressos em uma linha de anúncios que será impressa no papel Chambril e encartada nas principais revistas do setor gráfico, uma iniciativa que demonstrará, na prática, os resultados de impressão obtidos com o produto.

A International Paper investirá Us$ 90 milhões na construção de uma caldeira de biomassa na unidade de Mogi Guaçu, aprovada após dois anos de estudos e planejamentos. As obras têm previsão de início para este mês e conclusão no primeiro semestre de 2013. Com capacidade para gerar 210 toneladas de vapor por hora, o que corresponde à energia elétrica suficiente para abastecer 40 mil residências, a caldeira reafirma a preocupação da IP com o meio ambiente. Com sua inauguração, a fábrica de Mogi Guaçu passa a operar com 90% de energia gerada por fontes renováveis. “Trazer um investimento como esse é tão importante para a competitividade quanto para a sustentabilidade do nosso sistema integrado de manufatura”, ressalta Jean-Michel Ribieras, presidente da IP para a América Latina.

Fábrica de Mogi Guaçu terá nova caldeira de biomassa

2010 foi um ano de consolidação para o IIP, que investiu R$ 1 milhão em projetos nas comunidades próximas às suas fábricas, além do Guardiões da Biosfera, que abrange escolas de todo o País. As ações envolveram diretamente cerca de 28 mil pessoas por ano e, indiretamente, uma média de 170 mil. O IIP tem dois anos de existência, mas a International Paper do Brasil organiza projetos sociais há mais tempo, como é o caso do Concurso de Redação, realizado há 35 anos. Desde 2003, a companhia investiu R$ 24 milhões em projetos socioambientais.

Instituto International Paper investe R$ 1 milhão em projetos socioambientais

Nova linha de comunicação Chambril

Foram selecionados 20 novos alunos para a segunda turma do projeto Formare no curso de Assistente de Operações Industriais. As aulas começaram em 21 de março e são ministradas por voluntários da própria IP. “O curso prepara os estudantes para o mercado de trabalho, oferecendo uma formação ampla”, afirma Gláucia Faria, analista de Responsabilidade social e sustentabilidade. Podem se inscrever no projeto jovens moradores de Mogi Guaçu com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa. O processo seletivo é composto por uma prova, dinâmica, entrevista e visita domiciliar. “Nossa maior satisfação é verificar a transformação que o projeto proporciona nos participantes. Essa é a missão do Instituto International Paper: transformar vidas”, finaliza Gláucia.

Segunda turma do Formare inicia atividade

IIP participa de exposição da Fundação SOS Mata AtlânticaEm comemoração aos seus 25 anos, a Fundação sOs Mata Atlântica criou a exposição Sua Mata, Sua Casa, que percorre 12 capitais brasileiras, desde 11 de fevereiro, para destacar a importância da Mata Atlântica e a relação das pessoas com o meio ambiente. O Instituto International Paper integra o evento com a exibição do episódio Mata Atlântica do projeto Guardiões da Biosfera. “Participar de uma ação como essa, apoiando uma Fundação

reconhecida mundialmente como é a sOs Mata Atlântica, é de extrema importância para o Instituto, pois vai ao encontro de nosso trabalho, junto às comunidades, de conscientização e educação socioambiental”, afirma o presidente do Instituto International Paper, Ricardo C. Zangirolami. O projeto Guardiões da Biosfera, que leva informações sobre a fauna e flora brasileiras para crianças da 1ª a 4ª séries do ensino fundamental, é desenvolvido pelo IIP.

Utilizar sacolas plásticas para descartar o lixo é uma opção muito agressiva ao meio ambiente, já que elas levam, no mínimo, 100

anos para se decompor. Evitar seu uso é mais simples do que parece. Quando o lixo é "limpo", como os materiais de escritório, ele pode ser jogado diretamente na lixeira. No caso de descarte doméstico, lixeiras de banheiro e cozinha, por exemplo, é possível construir saquinhos com jornal. Basta dobrar três folhas juntas - para que fique bem resistente - e colocar no cesto. Existe a opção de fazer um origami com jornal para esse fim. saiba como no site www.institutoninarosa.org.br/ecologia/324-saquinho-de-jornal.

NA próxiMA ediçãO: curiosidades sobre livros

ABriL 2011

EsTA é UMA PUBLICAçãO MENsAL dA

Pense nisso

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• diretoria Jurídica e de Assuntos Corporativos ricardo C. Zangirolami• direção do Projeto Alessandra Fonseca - Gerente de Comunicação e Marketing Institucional / e-mail [email protected] • Estagiária de Comunicação Fernanda Camargo• Criação e Produção Agência ideal • direção de Arte e Projeto Gráfico Tom Comunicação • Coordenação Editorial Marina rodriguez • Redação Camila Gonçalves e Marina rodriguez • Revisão ricardo César • Impressão Ogra • Jornalista responsável ricardo Cesar – MTB 33669• Colaboraram nesta edição Bete Brito, artista plástica; Camila Cruz, analista de Marketing Júnior da IP; Carlo Giovani, artista plástico responsável pelas imagens utilizadas nesta edição; Flávia Terzi, arquiteta; Lúcia rosa, artista plástica; Mônica Alves, designer e artista plástica; Gláucia Faria, assistente de Responsabilidade social e sustentabilidade; Jean-Michel ribieras, presidente da IP para a América Latina; ricardo C. Zangirolami, presidente do Instituto International Paper e diretor Jurídico e de Assuntos Corporativos da International Paper e Vania passos, coordenadora do grupo Orisampa.sugestões e Correspondências Avenida paulista, nº 37, 14° andar - Cep 01311-000

EsTA PUBLICAçãO FOI IMPREssA EM PAPEL CERTIFICAdO PELO PROGRAMA BRAsILEIRO dE CERTIFICAçãO FLOREsTAL.

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Nova turma do curso de Assistente de Operações Industriais da Escola Formare

Agora você pode ver a paper no issuu. Confira no endereço www.issuu.com/paperdigital

qAs várias formas do papelr

Mas isso é papel?

durante a Casa Cor em 2008, um dos maiores eventos de arquitetura e decoração do mundo, a artista plástica Bete Brito expôs uma de suas criações preferidas: 22 painéis brancos de dois metros de altura, com detalhes ondulados em relevo. Os objetos foram projetados para serem colocados na parte externa de uma casa. Pode parecer difícil de acreditar, mas a matéria-prima utilizada na criação é o papel. A obra foi criada por meio da técnica do papel machê, na qual folhas usadas são batidas com água, cola e gesso, e em seguida peneiradas, transformando-se em uma massa que tomará forma com o auxílio de um molde de ferro ou madeira. “Após a aplicação de um verniz adequado, qualquer produto de papel machê pode ficar exposto ao sol e à chuva, sem nenhum dano”, explica a artista. Com a mesma técnica, também são produzidas estátuas, esculturas, mandalas, pratos decorativos, entre outros.

Além de criativa, a técnica é totalmente sustentável. “Utilizo como matéria-prima folhas descartadas por empresas e faço corantes com materiais fornecidos pela própria natureza”, afirma. Com um método especial, Bete extrai pigmentos de frutas, folhas e sementes utilizados na massa do papel. A técnica do papel machê foi desenvolvida cerca de dois anos antes de Cristo, nas regiões da China, Pérsia e Índia, e utilizada na Europa para criar objetos decorativos. As famosas máscaras do carnaval

de Veneza, por exemplo, são feitas assim.

Recorta e cola

Muitas adolescentes possuem agendas cheias de fotografias e impressos que remetem a situações especiais, para serem relembradas diversas vezes. Alguns profissionais transformam essa prática quase “instintiva” em arte: trata-se do scrapbooking. Registros apontam que ele nasceu em torno do século XVII na Alemanha e, há cerca de 100 anos, passou a fazer parte da tradição das famílias dos Estados Unidos como conhecemos atualmente: cadernos ou álbuns onde são coladas fotografias de momentos especiais, acompanhadas de um pequeno texto relacionado à situação e adornos em papel ou tecido, como ilustrações e colagens.

A prática chegou ao Brasil há cerca de oito anos, e foi acompanhada de perto pela arquiteta Flávia Terzi, uma das pioneiras do scrapbooking no País. “Uma amiga me apresentou a técnica, que ela aprendeu na Austrália. Como estava grávida, comecei a fazer um livro sobre o bebê”, recorda-se. A paixão pelo costume de decorar álbuns foi imediata e, hoje, as duas amigas são sócias de uma loja especializada em são Paulo, além de ministrarem aulas por todo o País.

O scrapbooking pode parecer simples, mas exige técnica e estudo em sua composição criativa. “Todas as páginas devem ter decoração, título, texto e a fotografia – que é o mais importante”, garante. Os elementos da página devem “contar uma história”, e daí vem a importância dos recortes de papel em sua composição.

Como é um produto muito pessoal, o scrapbook é uma espécie de obra de arte sobre a vida de seu criador. “Eu queria que minha avó tivesse feito um deles. Imagine que maravilha ela se recordando de cada fato, lendo textos escritos com sua própria letra”, filosofa Flávia. O “álbum de memórias” também pode ser um complemento para a vida digital: “vivemos em um tempo em que as pessoas sequer revelam as fotos. Nós propomos que elas interajam, criem e contem pequenos acontecimentos tendo o papel como base”, explica Flávia.

Um livro, várias histórias

O papelão sempre foi um dos materiais

mais utilizados nas criações da artista

plástica Lúcia Rosa e, por isso, ela

mantém contato com cooperativas de

catadores de material reciclado. Inspirada

em um projeto argentino, ela ajudou

a criar, há quatro anos, a organização

dulcinéia Catadora. Nela, filhos de

catadores de papelão empregam o

material usado na criação de capas de

livros, cujo conteúdo é doado pelos

autores e impresso na instituição. “é

um projeto social por meio da arte. Os

participantes recebem uma quantia

ao final de cada dia e desenvolvem a

capacidade de expressão por meio da

pintura das capas”, afirma Lúcia.

Os jovens utilizam tintas sobre o

papelão e têm total liberdade para criar.

“Incentivamos a leitura dos livros, mas

eles podem fazer uma obra que não tenha

qualquer relação com seu conteúdo”,

garante. dessa forma, os livros contam

duas histórias: uma feita de letras,

em seu miolo, e outra feita de cores,

na capa. Os pintores não aprendem

técnicas específicas – pelo contrário, são

estimulados a desenvolver ao máximo sua

capacidade de expressão e criatividade.

“Eles são orientados a pintar com

liberdade e sem preocupação”, explica

Lúcia. Com a criação, os participantes do

projeto desenvolvem o autoconhecimento

e aprimoram a linguagem.

Entre os autores editados pelo projeto

dulcinéia Catadora estão Manuel de

Barros e Alice Ruiz. Os livros/obras

de arte são comercializados em bares

e restaurantes paulistanos e pela

internet. Quando acontecem eventos de

lançamento, os cartazes de divulgação

também são feitos de papelão pintado

pela oficina. A renda é revertida aos

participantes e investida na compra

de mais materiais para a criação de

livros. Todos os papelões utilizados

são adquiridos em cooperativas de

catadores, criando uma espécie de ciclo

de continuidade. “Trata-se de um material

que pode ser transformado diversas

vezes, muito importante para a criação”,

finaliza Lúcia.

Papel, mãos e muita criatividade

Por meio da arte, o papel se converte em inúmeras criações com diversas cores, texturas e formas. Conheça

algumas histórias de pessoas capazes de transformar uma folha em verdadeiras obras de arte

As ilustrações que compõem a capa e o miolo desta edição da Paper foram feitas pelo designer Carlo Giovani, que produz imagens

tridimensionais sobrepondo várias camadas de papel. O material despertou o interesse de Carlo por ser fácil de encontrar e de trabalhar, e se tornou uma das suas principais ferramentas de criação. “Desenvolvo projetos em papel desde a universidade, muito antes da popularização

dos paper toys”, explica. Entre seus produtos está a composição de embalagens e animações em stop motion feitas em papel.

A palavra origami deriva de dois verbos japoneses: oru – dobrar e kami – papel. Utilizando apenas as mãos e uma folha, os praticantes são capazes de criar diversas figuras. Uma clássica expressão artística do Japão, não se sabe ao certo quando o origami foi criado. A primeira publicação sobre o tema é um livro com instruções para dobrar um pássaro sagrado da Índia, em 1797. Mas, bem antes disso, ele já era passado de geração em geração por meio da cultura oral. Também existem registros de dobraduras feitas por mouros no norte da África no século VIII, que levaram a tradição até a Espanha, país que se encarregou de espalhar a tradição pela América Latina.

O Orisampa se reúne regularmente para trocar informações sobre a arte, além de criar diversas peças. Como o nome sugere, o grupo é legitimamente paulistano e, entre os locais que já serviram de ponto de encontro, estão o Pateo do Collegio, o Parque do Ibirapuera e, atualmente, a Biblioteca Monteiro Lobato. “O origami é uma arte versátil, não somente pelo número de peças que podem ser criadas, como pelo material utilizado. Podemos usar um folheto publicitário entregue no farol ou um papel importado sofisticado”, explica Vania Passos, coordenadora do grupo. Além da função decorativa, o origami pode ser adorno na moda, aprimorar a coordenação motora na educação, ter fins terapêuticos na área da saúde, para planejamentos na área da engenharia, entre outras funções.

Para Vania, o origami é mais do que uma paixão: tornou-se sua profissão. Ela se graduou em Artes Plásticas, mas atuou como bancária durante muitos anos. Em um dia de trabalho, uma garota se aproximou dela com um lírio em dobradura, presente de um desconhecido. “Quando vi aquilo, quis aprender na hora. Fiz inúmeras pesquisas na internet, conheci o grupo de origami e, desde 2005, participo das reuniões”, recorda-se. Com o aprendizado adquirido em encontros de origamistas, livros e pesquisas, Vania cria vários produtos, como peças de decoração, convites para casamentos e aniversários. “Analiso a personalidade do cliente ou o tipo de festa que está preparando, por exemplo. Com base nas informações, começo a criação”, explica. A grande vantagem é a exclusividade das peças. Uma noiva, por exemplo, fez questão de entrar na igreja com um buquê feito de flores de origami. Certamente, um detalhe que tornou seu casamento único.

Muitas técnicas, uma base

Mônica Alves sempre foi uma apaixonada por papel. A ponto de, durante a infância, fazer questão de ajudar a mãe a embrulhar os presentes de Natal só para poder lidar com as embalagens e fitas. Quando optou por cursar Programação Visual, também utilizou o material em diversos trabalhos. “Uma vez criei um rótulo de cerveja todo feito com recortes. Pintei em papel alguns detalhes como uma caneca e ramos de trigo, recortei e compus a imagem”, explica a designer e artista plástica.

A paixão pelo papel e pela criação não permite que Mônica se acomode em apenas uma técnica. Entre as ferramentas de criação, está a serigrafia – em que a tinta é espalhada sobre uma tela com um desenho vazado posicionada sobre um pedaço de pano ou folha de papel, imprimindo uma gravura no material. Ela também já trabalhou com pintura de aquarela em papel, tanto para fazer testes antes de criar na tela, quanto como um meio de arte por si. Outro método trabalhado por ela é a monotipia, na qual um desenho feito à tinta em uma superfície de vidro é pressionado contra o papel, criando uma nova imagem que pode ser complementada com outras técnicas, como desenhos em giz de cera.

Inspirada pelo artista Henri Matisse, Mônica já fez várias colagens com papel colorido, recortando e colando as formas que compõem a imagem. “se pararmos para pensar, a colagem é uma pintura feita de papel”, reflete. Outra técnica que envolve colagem é a decupagem, em que as figuras são impressas em papel fino, quase transparente, como o de seda, e aplicadas a uma tela, papel ou madeira. O material delicado pode receber novas colagens, que compõem o trabalho. Quão maior a variedade de materiais, mais Mônica consegue criar. “O artista precisa experimentar o máximo que puder”, afirma. Por isso, são utilizados vários tipos de papel. “Aqueles que adquirimos nas lojas possuem formatos e tipos de tinta diferentes de jornais ou revistas, por exemplo”. Cada um deles pode ser usado para uma das muitas criações de Mônica.

qAs várias formas do papelr

Mas isso é papel?

durante a Casa Cor em 2008, um dos maiores eventos de arquitetura e decoração do mundo, a artista plástica Bete Brito expôs uma de suas criações preferidas: 22 painéis brancos de dois metros de altura, com detalhes ondulados em relevo. Os objetos foram projetados para serem colocados na parte externa de uma casa. Pode parecer difícil de acreditar, mas a matéria-prima utilizada na criação é o papel. A obra foi criada por meio da técnica do papel machê, na qual folhas usadas são batidas com água, cola e gesso, e em seguida peneiradas, transformando-se em uma massa que tomará forma com o auxílio de um molde de ferro ou madeira. “Após a aplicação de um verniz adequado, qualquer produto de papel machê pode ficar exposto ao sol e à chuva, sem nenhum dano”, explica a artista. Com a mesma técnica, também são produzidas estátuas, esculturas, mandalas, pratos decorativos, entre outros.

Além de criativa, a técnica é totalmente sustentável. “Utilizo como matéria-prima folhas descartadas por empresas e faço corantes com materiais fornecidos pela própria natureza”, afirma. Com um método especial, Bete extrai pigmentos de frutas, folhas e sementes utilizados na massa do papel. A técnica do papel machê foi desenvolvida cerca de dois anos antes de Cristo, nas regiões da China, Pérsia e Índia, e utilizada na Europa para criar objetos decorativos. As famosas máscaras do carnaval

de Veneza, por exemplo, são feitas assim.

Recorta e cola

Muitas adolescentes possuem agendas cheias de fotografias e impressos que remetem a situações especiais, para serem relembradas diversas vezes. Alguns profissionais transformam essa prática quase “instintiva” em arte: trata-se do scrapbooking. Registros apontam que ele nasceu em torno do século XVII na Alemanha e, há cerca de 100 anos, passou a fazer parte da tradição das famílias dos Estados Unidos como conhecemos atualmente: cadernos ou álbuns onde são coladas fotografias de momentos especiais, acompanhadas de um pequeno texto relacionado à situação e adornos em papel ou tecido, como ilustrações e colagens.

A prática chegou ao Brasil há cerca de oito anos, e foi acompanhada de perto pela arquiteta Flávia Terzi, uma das pioneiras do scrapbooking no País. “Uma amiga me apresentou a técnica, que ela aprendeu na Austrália. Como estava grávida, comecei a fazer um livro sobre o bebê”, recorda-se. A paixão pelo costume de decorar álbuns foi imediata e, hoje, as duas amigas são sócias de uma loja especializada em são Paulo, além de ministrarem aulas por todo o País.

O scrapbooking pode parecer simples, mas exige técnica e estudo em sua composição criativa. “Todas as páginas devem ter decoração, título, texto e a fotografia – que é o mais importante”, garante. Os elementos da página devem “contar uma história”, e daí vem a importância dos recortes de papel em sua composição.

Como é um produto muito pessoal, o scrapbook é uma espécie de obra de arte sobre a vida de seu criador. “Eu queria que minha avó tivesse feito um deles. Imagine que maravilha ela se recordando de cada fato, lendo textos escritos com sua própria letra”, filosofa Flávia. O “álbum de memórias” também pode ser um complemento para a vida digital: “vivemos em um tempo em que as pessoas sequer revelam as fotos. Nós propomos que elas interajam, criem e contem pequenos acontecimentos tendo o papel como base”, explica Flávia.

Um livro, várias histórias

O papelão sempre foi um dos materiais

mais utilizados nas criações da artista

plástica Lúcia Rosa e, por isso, ela

mantém contato com cooperativas de

catadores de material reciclado. Inspirada

em um projeto argentino, ela ajudou

a criar, há quatro anos, a organização

dulcinéia Catadora. Nela, filhos de

catadores de papelão empregam o

material usado na criação de capas de

livros, cujo conteúdo é doado pelos

autores e impresso na instituição. “é

um projeto social por meio da arte. Os

participantes recebem uma quantia

ao final de cada dia e desenvolvem a

capacidade de expressão por meio da

pintura das capas”, afirma Lúcia.

Os jovens utilizam tintas sobre o

papelão e têm total liberdade para criar.

“Incentivamos a leitura dos livros, mas

eles podem fazer uma obra que não tenha

qualquer relação com seu conteúdo”,

garante. dessa forma, os livros contam

duas histórias: uma feita de letras,

em seu miolo, e outra feita de cores,

na capa. Os pintores não aprendem

técnicas específicas – pelo contrário, são

estimulados a desenvolver ao máximo sua

capacidade de expressão e criatividade.

“Eles são orientados a pintar com

liberdade e sem preocupação”, explica

Lúcia. Com a criação, os participantes do

projeto desenvolvem o autoconhecimento

e aprimoram a linguagem.

Entre os autores editados pelo projeto

dulcinéia Catadora estão Manuel de

Barros e Alice Ruiz. Os livros/obras

de arte são comercializados em bares

e restaurantes paulistanos e pela

internet. Quando acontecem eventos de

lançamento, os cartazes de divulgação

também são feitos de papelão pintado

pela oficina. A renda é revertida aos

participantes e investida na compra

de mais materiais para a criação de

livros. Todos os papelões utilizados

são adquiridos em cooperativas de

catadores, criando uma espécie de ciclo

de continuidade. “Trata-se de um material

que pode ser transformado diversas

vezes, muito importante para a criação”,

finaliza Lúcia.

Papel, mãos e muita criatividade

Por meio da arte, o papel se converte em inúmeras criações com diversas cores, texturas e formas. Conheça

algumas histórias de pessoas capazes de transformar uma folha em verdadeiras obras de arte

As ilustrações que compõem a capa e o miolo desta edição da Paper foram feitas pelo designer Carlo Giovani, que produz imagens

tridimensionais sobrepondo várias camadas de papel. O material despertou o interesse de Carlo por ser fácil de encontrar e de trabalhar, e se tornou uma das suas principais ferramentas de criação. “Desenvolvo projetos em papel desde a universidade, muito antes da popularização

dos paper toys”, explica. Entre seus produtos está a composição de embalagens e animações em stop motion feitas em papel.

A palavra origami deriva de dois verbos japoneses: oru – dobrar e kami – papel. Utilizando apenas as mãos e uma folha, os praticantes são capazes de criar diversas figuras. Uma clássica expressão artística do Japão, não se sabe ao certo quando o origami foi criado. A primeira publicação sobre o tema é um livro com instruções para dobrar um pássaro sagrado da Índia, em 1797. Mas, bem antes disso, ele já era passado de geração em geração por meio da cultura oral. Também existem registros de dobraduras feitas por mouros no norte da África no século VIII, que levaram a tradição até a Espanha, país que se encarregou de espalhar a tradição pela América Latina.

O Orisampa se reúne regularmente para trocar informações sobre a arte, além de criar diversas peças. Como o nome sugere, o grupo é legitimamente paulistano e, entre os locais que já serviram de ponto de encontro, estão o Pateo do Collegio, o Parque do Ibirapuera e, atualmente, a Biblioteca Monteiro Lobato. “O origami é uma arte versátil, não somente pelo número de peças que podem ser criadas, como pelo material utilizado. Podemos usar um folheto publicitário entregue no farol ou um papel importado sofisticado”, explica Vania Passos, coordenadora do grupo. Além da função decorativa, o origami pode ser adorno na moda, aprimorar a coordenação motora na educação, ter fins terapêuticos na área da saúde, para planejamentos na área da engenharia, entre outras funções.

Para Vania, o origami é mais do que uma paixão: tornou-se sua profissão. Ela se graduou em Artes Plásticas, mas atuou como bancária durante muitos anos. Em um dia de trabalho, uma garota se aproximou dela com um lírio em dobradura, presente de um desconhecido. “Quando vi aquilo, quis aprender na hora. Fiz inúmeras pesquisas na internet, conheci o grupo de origami e, desde 2005, participo das reuniões”, recorda-se. Com o aprendizado adquirido em encontros de origamistas, livros e pesquisas, Vania cria vários produtos, como peças de decoração, convites para casamentos e aniversários. “Analiso a personalidade do cliente ou o tipo de festa que está preparando, por exemplo. Com base nas informações, começo a criação”, explica. A grande vantagem é a exclusividade das peças. Uma noiva, por exemplo, fez questão de entrar na igreja com um buquê feito de flores de origami. Certamente, um detalhe que tornou seu casamento único.

Muitas técnicas, uma base

Mônica Alves sempre foi uma apaixonada por papel. A ponto de, durante a infância, fazer questão de ajudar a mãe a embrulhar os presentes de Natal só para poder lidar com as embalagens e fitas. Quando optou por cursar Programação Visual, também utilizou o material em diversos trabalhos. “Uma vez criei um rótulo de cerveja todo feito com recortes. Pintei em papel alguns detalhes como uma caneca e ramos de trigo, recortei e compus a imagem”, explica a designer e artista plástica.

A paixão pelo papel e pela criação não permite que Mônica se acomode em apenas uma técnica. Entre as ferramentas de criação, está a serigrafia – em que a tinta é espalhada sobre uma tela com um desenho vazado posicionada sobre um pedaço de pano ou folha de papel, imprimindo uma gravura no material. Ela também já trabalhou com pintura de aquarela em papel, tanto para fazer testes antes de criar na tela, quanto como um meio de arte por si. Outro método trabalhado por ela é a monotipia, na qual um desenho feito à tinta em uma superfície de vidro é pressionado contra o papel, criando uma nova imagem que pode ser complementada com outras técnicas, como desenhos em giz de cera.

Inspirada pelo artista Henri Matisse, Mônica já fez várias colagens com papel colorido, recortando e colando as formas que compõem a imagem. “se pararmos para pensar, a colagem é uma pintura feita de papel”, reflete. Outra técnica que envolve colagem é a decupagem, em que as figuras são impressas em papel fino, quase transparente, como o de seda, e aplicadas a uma tela, papel ou madeira. O material delicado pode receber novas colagens, que compõem o trabalho. Quão maior a variedade de materiais, mais Mônica consegue criar. “O artista precisa experimentar o máximo que puder”, afirma. Por isso, são utilizados vários tipos de papel. “Aqueles que adquirimos nas lojas possuem formatos e tipos de tinta diferentes de jornais ou revistas, por exemplo”. Cada um deles pode ser usado para uma das muitas criações de Mônica.

36PAPEL E ARTE

Buscando aproximar-se ainda mais dos profissionais gráficos e principais parceiros, a International Paper desenvolveu uma nova linha de comunicação para a marca Chambril, reforçando seus atributos mais marcantes: papel que garante alta qualidade de impressão e desempenho no processo gráfico, permeados pela confiabilidade dos serviços prestados pela IP. Esses pontos estão representados no conceito “Chambril é 100% produtividade”, expressos em uma linha de anúncios que será impressa no papel Chambril e encartada nas principais revistas do setor gráfico, uma iniciativa que demonstrará, na prática, os resultados de impressão obtidos com o produto.

A International Paper investirá Us$ 90 milhões na construção de uma caldeira de biomassa na unidade de Mogi Guaçu, aprovada após dois anos de estudos e planejamentos. As obras têm previsão de início para este mês e conclusão no primeiro semestre de 2013. Com capacidade para gerar 210 toneladas de vapor por hora, o que corresponde à energia elétrica suficiente para abastecer 40 mil residências, a caldeira reafirma a preocupação da IP com o meio ambiente. Com sua inauguração, a fábrica de Mogi Guaçu passa a operar com 90% de energia gerada por fontes renováveis. “Trazer um investimento como esse é tão importante para a competitividade quanto para a sustentabilidade do nosso sistema integrado de manufatura”, ressalta Jean-Michel Ribieras, presidente da IP para a América Latina.

Fábrica de Mogi Guaçu terá nova caldeira de biomassa

2010 foi um ano de consolidação para o IIP, que investiu R$ 1 milhão em projetos nas comunidades próximas às suas fábricas, além do Guardiões da Biosfera, que abrange escolas de todo o País. As ações envolveram diretamente cerca de 28 mil pessoas por ano e, indiretamente, uma média de 170 mil. O IIP tem dois anos de existência, mas a International Paper do Brasil organiza projetos sociais há mais tempo, como é o caso do Concurso de Redação, realizado há 35 anos. Desde 2003, a companhia investiu R$ 24 milhões em projetos socioambientais.

Instituto International Paper investe R$ 1 milhão em projetos socioambientais

Nova linha de comunicação Chambril

Foram selecionados 20 novos alunos para a segunda turma do projeto Formare no curso de Assistente de Operações Industriais. As aulas começaram em 21 de março e são ministradas por voluntários da própria IP. “O curso prepara os estudantes para o mercado de trabalho, oferecendo uma formação ampla”, afirma Gláucia Faria, analista de Responsabilidade social e sustentabilidade. Podem se inscrever no projeto jovens moradores de Mogi Guaçu com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa. O processo seletivo é composto por uma prova, dinâmica, entrevista e visita domiciliar. “Nossa maior satisfação é verificar a transformação que o projeto proporciona nos participantes. Essa é a missão do Instituto International Paper: transformar vidas”, finaliza Gláucia.

Segunda turma do Formare inicia atividade

IIP participa de exposição da Fundação SOS Mata AtlânticaEm comemoração aos seus 25 anos, a Fundação sOs Mata Atlântica criou a exposição Sua Mata, Sua Casa, que percorre 12 capitais brasileiras, desde 11 de fevereiro, para destacar a importância da Mata Atlântica e a relação das pessoas com o meio ambiente. O Instituto International Paper integra o evento com a exibição do episódio Mata Atlântica do projeto Guardiões da Biosfera. “Participar de uma ação como essa, apoiando uma Fundação

reconhecida mundialmente como é a sOs Mata Atlântica, é de extrema importância para o Instituto, pois vai ao encontro de nosso trabalho, junto às comunidades, de conscientização e educação socioambiental”, afirma o presidente do Instituto International Paper, Ricardo C. Zangirolami. O projeto Guardiões da Biosfera, que leva informações sobre a fauna e flora brasileiras para crianças da 1ª a 4ª séries do ensino fundamental, é desenvolvido pelo IIP.

Utilizar sacolas plásticas para descartar o lixo é uma opção muito agressiva ao meio ambiente, já que elas levam, no mínimo, 100

anos para se decompor. Evitar seu uso é mais simples do que parece. Quando o lixo é "limpo", como os materiais de escritório, ele pode ser jogado diretamente na lixeira. No caso de descarte doméstico, lixeiras de banheiro e cozinha, por exemplo, é possível construir saquinhos com jornal. Basta dobrar três folhas juntas - para que fique bem resistente - e colocar no cesto. Existe a opção de fazer um origami com jornal para esse fim. saiba como no site www.institutoninarosa.org.br/ecologia/324-saquinho-de-jornal.

NA próxiMA ediçãO: curiosidades sobre livros

ABriL 2011

EsTA é UMA PUBLICAçãO MENsAL dA

Pense nisso

Pape

r fo

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pres

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• diretoria Jurídica e de Assuntos Corporativos ricardo C. Zangirolami• direção do Projeto Alessandra Fonseca - Gerente de Comunicação e Marketing Institucional / e-mail [email protected] • Estagiária de Comunicação Fernanda Camargo• Criação e Produção Agência ideal • direção de Arte e Projeto Gráfico Tom Comunicação • Coordenação Editorial Marina rodriguez • Redação Camila Gonçalves e Marina rodriguez • Revisão ricardo César • Impressão Ogra • Jornalista responsável ricardo Cesar – MTB 33669• Colaboraram nesta edição Bete Brito, artista plástica; Camila Cruz, analista de Marketing Júnior da IP; Carlo Giovani, artista plástico responsável pelas imagens utilizadas nesta edição; Flávia Terzi, arquiteta; Lúcia rosa, artista plástica; Mônica Alves, designer e artista plástica; Gláucia Faria, assistente de Responsabilidade social e sustentabilidade; Jean-Michel ribieras, presidente da IP para a América Latina; ricardo C. Zangirolami, presidente do Instituto International Paper e diretor Jurídico e de Assuntos Corporativos da International Paper e Vania passos, coordenadora do grupo Orisampa.sugestões e Correspondências Avenida paulista, nº 37, 14° andar - Cep 01311-000

EsTA PUBLICAçãO FOI IMPREssA EM PAPEL CERTIFICAdO PELO PROGRAMA BRAsILEIRO dE CERTIFICAçãO FLOREsTAL.

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Nova turma do curso de Assistente de Operações Industriais da Escola Formare

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