Para Começar: Mês das Vocações - dehonianos.org.br e... · O desafio de viver em comunidade 8...

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços! Dehonianos ........................................ 1 Para Começar: Mês das Vocações Agosto, mês vocacional. O Diretório da Liturgia (CNBB, 2015) explica, à página 141, que o mês de agosto é dedicado à oração, reflexão e ação nas comunidades sobre o tema das vocações. Em cada semana lembra-se uma vocação ou dimensão vocacional. A 1ª semana é dedicada à Vocação para o ministério ordenado (diáconos, padres e bispos); a 2ª semana vem consagrada à Vocação para a vida em família (atenção especial aos pais); a 3ª semana considera a Vocação para a vida consagrada (religiosos/as e consagrados/as seculares); a 4ª semana conscientiza sobre a Vocação para os ministérios e serviços na comunidade; a 5ª Semana celebra o Dia Nacional do/a Catequista. Nossa vida congregacional apresenta duas celebrações especiais: o 90º aniversário da morte de Padre Dehon (12/08) e a posse do novo governo provincial da Província Brasil São Paulo (10/08). Somos imensamente gratos por essas efemérides, a saber que, segundo Epicuro, “as pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”. A obra de Deus em toda vocação, e mediante cada vocação, é cultivar e testemunhar a fé eficaz no Senhor Jesus Cristo (cf. Jo 6,29). Tal feitura erige-se pela renovação do espírito e da mentalidade, revestindo o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade (cf. Ef 4,23-24). P. Mariano,scj. ANO II | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus - Província BSP | 105 a Edição - 31/07/15 |||| Abrindo Espaços e criando Laços!

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Para Começar: Mês das VocaçõesAgosto, mês vocacional. O Diretório da Liturgia (CNBB, 2015) explica, à página 141, que o mês

de agosto é dedicado à oração, reflexão e ação nas comunidades sobre o tema das vocações.

Em cada semana lembra-se uma vocação ou dimensão vocacional. A 1ª semana é dedicada à Vocação para o ministério ordenado (diáconos, padres e bispos); a 2ª semana vem consagrada à Vocação para a vida em família (atenção especial aos pais); a 3ª semana considera a Vocação para a vida consagrada (religiosos/as e consagrados/as seculares); a 4ª semana conscientiza sobre a Vocação para os ministérios e serviços na comunidade; a 5ª Semana celebra o Dia Nacional do/a Catequista.

Nossa vida congregacional apresenta duas celebrações especiais: o 90º aniversário da morte de Padre Dehon (12/08) e a posse do novo governo provincial da Província Brasil São Paulo (10/08). Somos imensamente gratos por essas efemérides, a saber que, segundo Epicuro, “as pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”.

A obra de Deus em toda vocação, e mediante cada vocação, é cultivar e testemunhar a fé eficaz no Senhor Jesus Cristo (cf. Jo 6,29). Tal feitura erige-se pela renovação do espírito e da mentalidade, revestindo o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade (cf. Ef 4,23-24).

P. Mariano,scj.

ANO II | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus - Província BSP | 105a Edição - 31/07/15

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços! NestaEdição

Igreja e Congregação

Intenções do Apostolado da Oração 4

Que ideia, Francisco! 6

Nomeação do novo Ecônomo Geral 7

Palavras de Padre Dehon 5Palavras de Padre Dehon

O desafio de viver em comunidade 8

Falecidos do mês de Julho 11

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NestaEdição

Província BSP e Distrito BSL

Saberes e Sabores 18

P. Joãozinho: teologia e devoção em poesia e canção 17

Retiro e despedida de P. Ronilton no Distrito BSL 12

O novo Superior Provincial, P. Ronilton, chegou 13

Vivências e Reminiscências 14

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Intenções do Apostolado da Oração para Agosto

Geral – Voluntários ao serviço dos necessitados: Para que aqueles que colaboram no campo do voluntariado se entreguem com generosidade ao serviço dos mais necessitados.

Evangelizadora – Ir ao encontro dos marginalizados: Para que, saindo de nós mesmos, saibamos fazer-nos próximos daqueles que se encontram nas periferias das relações humanas e sociais.

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Palavra de Padre Dehon

IX. A Santa Sé

Quantos encorajamentos recebemos dos dois grandes pontífices, Leão XIII e Pio X!

No dia 13 de março de 1885, Dom Langénieux pedia a Leão XIII uma bênção para a nossa renovação para a querida Congregação reorganizada depois da provação. Ele enviou-nos a bênção pedida.

Dom Thibaudier escrevia-me no dia 24 de março: “Estou muito feliz pela graciosa carta de Reims e pala paternal bênção do Santo Padre que ela vos transmite. Christus factus est oboediens usque ad mortem... Vir obediens loquetur victorias”.

No dia 25 de fevereiro de 1888 foi o Breve de Louvor. É concebido em termos de uma benevolência excepcional. A pia Congregação surgiu como uma planta florida e perfumada, no

meio das rosas e dos espinhos deste século. Ela é altamente louvada por diversos bispos, que pedem que a bênção do Papa venha como um orvalho fecundante, fazê-la crescer mais e fazê-la produzir frutos abundantes. E o Papa louva-a e a recomenda insistentemente.

Fui agradecer ao Santo Padre em Roma e tive uma audiência inesquecível. Leão XIII mostrou-se muito paternal, encorajou-me e disse-me: “Li bem o decreto que vos dei. Sei que fazeis bem. O vosso intuito é muito belo. A reparação é muito necessária. A pobre França está sob o jugo das seitas. Pregai as minhas encíclicas, elas combatem os erros contemporâneos. É preciso rezar também pelos padres. Há muitos que se perdem. Há também muitos que não têm o fervor de seu santo estado... Para as vossas casas de adoração, ser-vos-ão necessárias fundações... Tenho a confiança de que a vossa obra se desenvolverá”.

O Papa tinha-me dito: “Pregai as minhas encíclicas!” Fi-lo em Roma mesmo em conferências que tiveram um certo eco. Todos os anos tinha uma audiência encorajadora do Santo Padre.

Leão XIII amava muito a nossa pequena família religiosa. Concedeu-lhe diversos favores espirituais e confiou-nos a bela missão do Congo.

Mas a aprovação definitiva do Instituto devia nos vir por Pio X. Ela data do dia 14 de julho de 1906. Ela é a recompensa da “abundância dos frutos da salvação que a Congregação já produziu” e confirma “os elevados louvores e recomendações que Leão XIII lhe tinha concedido”.

Pio X foi sempre muito encorajador para nós nas audiências que nos concede todos os anos. A última, sobretudo, foi muito benevolente. Hei de contá-la mais tarde.

Souvenirs (Recordações ou Memórias) de Padre Dehon, 09.http://www.dehondocs.it/slideshow.html?id=634efebe-b398-4181-b00d-071fda0c3e1f

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Que ideia, Francisco!Francisco em Prato: em vez de paramentos, roupas para os pobres

Um ‘pedido’ todo especial partiu do Papa Francisco à cidade italiana de Prato, conhecida como uma das capitais têxteis da Europa. Segundo a Agência AGI, o Santo Padre sugeriu que os empreendedores que queriam lhe oferecer tecidos para os paramentos, em ocasião da sua visita de 10 de novembro, na Toscana, dessem um novo rumo à gentileza dos presentes: metros de tecido para confeccionar roupas que abrigassem os pobres do frio ou camisetas para estudantes de países tropicais.

O bispo de Prato, Dom Franco Agostinelli, já anunciou que a ideia de Francisco foi acolhida com entusiasmo. Inclusive as 270 empresas chinesas associadas à CNA (Confederação Nacional do Artesanato e da Pequena e Média Empresa) aderiram à iniciativa e poderão contribuir não somente com tecidos, mas com roupas já confeccionadas.

A economia de Prato, com pouco mais de 190 mil habitantes, gira em torno da produção têxtil desde a época medieval. E é próprio na cidade industrial toscana que o Papa Francisco começará o seu encontro com a Igreja italiana, que estará reunida em Florença para o Convênio Eclesial Nacional.

O dia é 10 de novembro e, logo cedo da manhã, às 8h15 (horário italiano), o Pontífice encontrará os trabalhadores e empreendedores de Prato, na praça central. Está previsto um discurso do Santo Padre aos presentes. O bispo Agostinelli declarou que “toda a diocese está em festa pelo evento que vai marcar a nossa história: realmente Pedro visitará a nossa igreja e nos confirmará na fé”.

Logo depois, o Papa Francisco seguirá para Florença, onde encontrará os mais de 2 mil participantes do V Convênio Eclesial da Igreja italiana, entre bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, com o pronunciamento de mais um discurso. Na agenda do Santo Padre em Florença, também consta encontro com os doentes e almoço com os pobres. Durante a tarde do mesmo dia, o Pontífice presidirá a Santa Missa no Estádio Municipal ‘Artemio Franchi’

(http://www.omensageiro.org.br/francisco-em-prato-em-vez-de-paramentos-roupas-para-os-pobres/).

Este discurso parece conhecido, eco de outros ícones, de outros tempos, com interpelação para todos os tempos...

“Queres honrar o Corpo de Cristo? Então não O desprezes nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres no templo com vestes de seda, enquanto O abandonas lá fora ao frio e à nudez. Aquele que disse: ‘Isto é o Meu Corpo’ (Mt 26,26), e o realizou ao dizê-lo, é o mesmo que disse: ‘Porque tive fome e não Me destes de comer’ (cf. Mt 25,35); e também: ‘Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a Mim que o deixastes de fazer’ (Mt 25,42.45). Aqui, o corpo de Cristo não necessita de vestes, mas de almas puras; além, necessita de muitos desvelos. […] Deus não precisa de vasos de ouro, mas de almas que sejam de ouro” (São João Crisóstomo).

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Nomeação do novo Ecônomo Geral“O Superior Geral da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus,

- depois de receber o consenso de seu Conselho na reunião extraordinária de 21 de julho de 2015;

- conforme o n. 135 das Constituições e do Diretório Geral, nomeia P. Luca Zottoli scjEcônomo Geral da Congregação, até o momento primeiro conselheiro provincial da Província

Italiana Setentrional. O seu mandato inicia no dia 26 de setembro de 2015 e durará tanto quanto o mandato do

Superior Geral.Dado em Roma, na Cúria Geral, no dia 25 de julho de 2015.”

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O desafio de viver em comunidade (2) 4ª. A ameaça da permissividade.

A imagem da serpente: Mensagem à Igreja de TiatiraA serpente ataca sem fazer barulho quando menos se espera, silenciosamente, sorrateira e

assim é a mais perigosa dos animais. Vem disfarçada. Assim é a permissividade em comunidade. Chega despercebida, vai entrando e se instala.

A ela cabe a palavra do anjo à Igreja de Tiatira: “Conheço as tuas obras e o teu amor, tua fé e teu serviço...” (Ap 2,19). Mas, para esta comunidade serviçal, o anjo guarda uma reprovação que é a de permitir que a falsa profetiza, Jezabel, ensine e engane aos meus servos (cf. Ap 2,20). A permissividade consiste em permitir esta atividade de poder e dominação. Fala de limites não definidos, falta de critérios consistentes. Embora haja diálogo comunitário, a busca que prevalece é a do conforto, bem estar, sobrevivência, mesmo que sob a capa da fé, do amor, do serviço e da perseverança. Jezabel simboliza a perversão e a sedução, o sincretismo entre o religioso e o pagão, disfarçada em oráculo divino. Essa situação induz ao erro.

Podemos entrar em uma situação como esta, quando nosso pensar comunitário é fraco, quando falta um enraizamento no exercício da reflexão partilhada, ou quando há uma liderança dominadora que inibe a manifestação sincera. Entra-se em uma situação de vulnerabilidade, ao sopro de qualquer vento de doutrina ou de pensar que não favorece o discernimento e consequente crescimento. Entra-se em uma situação “light” onde o que vale é o que me agrada e não mais o que me ajuda a seguir em profundidade o Senhor.

Para sanar a permissividade, o anjo da Igreja de Tiatira não lhe pede conversão, mas sim que mantenha o que tem e robusteça sua fé, obras, amor, perseverança, crendo neles como dom e defendo-os como uma loba a seus filhotes! Que marque melhor seus limites, a partir de Deus, e exerça a difícil arte do discernimento. Para que isto aconteça, precisamos de pensadores e pensadoras em profundidade, o que nem sempre é sinônimo de erudição. Nossas comunidades devem formar-se continuamente para tomar decisões através de uma formação que lhes permita refletir sobre seu próprio ser e agir, vida e missão. Um grupo comunitário cresce quando é capaz de se confrontar com os problemas que encontra.

5ª. A ameaça da falta de comunicação.A imagem da quimera: Mensagem à Igreja de Sardes.

A quimera é um animal imaginário, composto de três partes de outros animais: cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. Não existe! Embora cada parte seja real, o conjunto não existe. É falso, sem fundamento. A ameaça da quimera para nós é a de sermos um grupo formado também de muitas partes, mas que não existe, porque falta a comunicação e assim não forma uma verdadeira comunidade. Isto pode acontecer quando há medo de expressar os verdadeiros sentimentos e de encarar os próprios conflitos. Sem comunicação interna e externa, falha-se no projeto de construir comunidades em torno do projeto de Jesus Cristo: “Nada antepor ao amor de Cristo... que nos conduza juntos para a vida eterna” é um ideal que pode vir a faltar.

A quimera é composta de partes diferentes, cada uma puxando em uma direção. Sinaliza um corpo dividido, com uma pertença pouco clara, sem projeto comum forte que unifique o conjunto. Podem existir nela membros bons, positivos, mas que não chegam a vivificar o corpo. Lembra a Igreja de Sardes, à qual o anjo disse: “Tens fama como se estivesses vivo, mas estás morto... pois não encontrei tuas obras perfeitas diante de Deus” (Ap 3,1-2).

A questão aqui é a verdade interior ameaçada. O modo de sair desta situação é a Pergunta. Ousar questionar-se: Encontrar a missão da comunidade. Voltar à vocação que a comunidade tem em si, ao que Deus a chama a ser e fazer. O chamado de Deus através da Igreja hoje é o de sermos especialistas de comunhão, especialistas em relações fraternas. O oposto da imagem da quimera. Nossas comunidades, pelo seu modo de ser, são chamadas a contestar a mentalidade mundana do pensar só em si. A fraternidade é o melhor dom que podemos entregar ao mundo. O antídoto do individualismo. Isto porque carregamos em nós a semente do Reino que germina! Nesta perspectiva o projeto comunitário é o mais importante. O retomar a identidade. Voltar às fontes que, para nós, são as Constituições. Como orientar-me segundo estas normas se as desconheço, se não as leio, não medito nem pratico?...

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O desafio de viver em comunidade (2) 6ª. A ameaça da insignificância.

A imagem do camaleão. Mensagem à Igreja de FiladélfiaQuem já viu um camaleão conhece sua falta de significado, pois se adapta totalmente a qualquer

ambiente. Qual a sua ameaça? A de passar despercebido, inadvertido, de mudar de cor conforme o ambiente em que se encontra. Muitas comunidades hoje experimentam a mudança de situação. Passou-se a ser um grupo social sem prestígio, pequeno, sem privilégios, por vezes até medroso, voltado para seu interior e sem contatos significativos com o mundo ao redor.

Em que consiste a ameaça? Em espiritualizar a insignificância, que oculta medos, invejas, competições internas. Não seria isto o que o Papa Francisco tem denunciado com vigor e constitui uma ameaça para a Igreja, hoje? A Igreja mudou de posição no mundo e nós também, com nossas comunidades. Como chegar a ser fermento na massa, ter algum peso na sociedade?

Lembra a situação da igreja de Filadélfia da qual se diz ser um grupo com muito pouco poder, que sofre a hostilidade ambiental por parte dos que a rodeiam (cf. Ap 3,7ss).

Esta brusca mudança faz-nos perguntar sobre o sentido da vida religiosa, hoje. Insignificância não é o mesmo que falta de significado. Podemos ser insignificantes, mas sermos significativos. Lembremos a longa fila de pessoas humildes, pequenas, “insignificantes” da Sagrada Escritura, e que foram de peso na História da Salvação: os israelitas no Egito, Davi diante de Golias, Judith, Ester, Ruth... É um “Resto de Israel”, secreto, anônimo, povo pequeno, mas diferente, fiel ao seu Deus e à Aliança. Esta fidelidade é que o faz forte. É um resto germinal! Princípio e origem de algo novo. Significativo. Podemos ser aos olhos do mundo presenças “insignificantes” nas quais o Espírito de Deus pode manifestar sua força. E ressoam para nós as palavras do anjo à Igreja de Filadélfia: “Já sei que teu poder é pequeno... mas abri uma porta diante de ti que ninguém pode fechar” (Ap 3,8): A porta da Vida!

7ª. A ameaça da mediocridade.A imagem do sapo: Mensagem à Igreja de Laodiceia

Este é um animal que só é simpático e bonito nos desenhos animados. Não atrai ninguém, e nas estórias infantis, o castigo dos príncipes é serem transformados em sapo! Só voltam ao normal quando alguém os ama como são em sua aparência desagradável. Esta ameaça aparece quando as comunidades se tornam medíocres, cheias de medo, quando não se cultiva mais o que dá sentido à vida. É como uma canoa que vai ao sabor da correnteza. Podemos sofrer deste mal quando não chegamos à medida plena que podemos dar, em todos os sentidos de nossa vida comunitária. Ficamos sempre no meio do caminho... Por exemplo, não vibramos de entusiasmo com nossa espiritualidade como um dia vibramos, com o que constitui o tecido diário de nossa vida consagrada. É o que os antigos chamavam da grande ameaça da acédia, ou tristeza espiritual. Os salmos parecem não incidir sobre a realidade que nos circunda, e esta realidade pode até não nos importar. Ficamos longe de nossos pais e mães da vida religiosa, protagonistas de sua época, a partir dos claustros e conventos, dentro deles, mas abertos à vida. Assim é a Igreja de Laodicéa, da qual o Senhor disse: “Conheço tuas obras e não és nem frio nem quente! Oxalá fosses frio ou quente! Mas só és morno... por isto vou vomitar-te de minha boca” (Ap 3,15-16).

A transformação do ambiente medíocre se dá quando a experiência de Deus na vida torna-se apaixonante, vigorosa, quando é presença do Espírito de Deus em seus seguidores. Um Espírito que nos habite no mais profundo e que se comunica por palavras ou no silêncio. Como escrevia Merton: O santo prega, andando, sentando-se, levantando-se... Todos os nossos gestos podem se tornar profundamente plenos, a partir da nossa decisão por Deus: “o buscar verdadeiramente a Deus!” (Regra Beneditina 58,7) que nos é pedido a cada dia, em todas as circunstâncias.

ConclusãoEsta a grande chave da mudança. O convite à adoração, como criatura diante do Deus que se

revela. Esta atitude dilata o coração, enche de sentido nossa vida e lhe dá significado, sendo uma presença que manifesta o Reino de Deus já entre nós.

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O desafio de viver em comunidade (2)

Nesta dinâmica, como as Igrejas dos primeiros momentos, Deus que se fez homem pede que humanizemos nossas comunidades, do modo como Jesus o compreende. Comunidades vivas, vibrantes, onde o outro não é ameaça, o diferente é integrado, as barreiras são ultrapassadas. Comunidades com entranhas de misericórdia, que refletem o amor infinito de Deus, aquele que acreditou e continua acreditando na melhor de suas obras, a pessoa humana, salva como Povo de Deus, “povo congregado na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (cf. LG 4, Imagem do Deus Trindade).

Ir. Vera Lúcia Parreiras Horta OSB http://www.cimbramonastica.org.br/-o-desafio-do-viver-em-

comunidade

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Falecidos do mês de Julho/2015

No dia 02 de julho/2015 faleceu nosso confrade P. Johannes van Kaam da Confederação Holandesa-Flândrica (NLV), em Asten, Holanda. Ele havia nascido no dia 24/06/1922, feito a primeira profissão em 08/09/1945 e se ordenara padre aos 15/07/1951.

No dia 17 de julho/2015 faleceu o Sr. Paulo Kopicki (irmão de nosso Confrade P. Antônio Kopitski), em Rio Negrinho/SC. Estava com 51 anos

de idade e veio a óbito em decorrência de ataque cardíaco, deixando esposa e dois filhos. As exéquias tiveram lugar no sábado, às 15:00.

No dia 20 de julho/2015 faleceu o Sr. Joaquim Tenório Ferreira (tio do nosso Confrade P. Ronaldo Ferreira), em Paraisópolis/MG. Estava com 74 anos de idade, teve AVC e sofria de pneumonia. Sepultado às 11:00 de 21/07, em Paraisópolis, deixou esposa e cinco filhos.

No dia 22 de julho/2015 faleceu nosso confrade P. Renaat de Ceulaer da Confederação Holandesa-Flândrica (NLV), em Berlaar, Bélgica. Nascido aos 11/09/1929, professou em 17/10/1949 e foi ordenado presbítero no dia 10/07/1955.

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Retiro e despedida de P. Ronilton no Distrito BSL

Retiro Anual dos Confrades Dehonianos do Distrito BSL e despedida e envio do Padre Ronilton

“Se caminhar é preciso, caminharemos unidos...”, diz a letra de um velho canto das comunidades. Melhor quando paramos juntos para rezar e nos fortalecer com a graça de Deus. Foi assim o nosso retiro anual, que aconteceu nos dias 13 a 16 de julho, no Sítio dos Padres, em Santa Inês – Maranhão.

Dom Wilson Tadeu Jönck,scj, arcebispo de Florianópolis-SC, foi o que nos orientou durante esses dias, com toda a sua experiência de religioso do Coração de Jesus, e agora na missão de Bispo.

Logo no primeiro encontro já deu o norte do que viveríamos. O texto bíblico inspirante para o nosso retiro foi Jeremias 6,16 - “Parai um pouco na estrada para observar, e perguntai sobre os antigos caminhos, qual o melhor para seguirdes por ele, assim encontrareis lugar tranquilo para viver”.

E assim foi, com a boa orientação, refletimos os textos bíblicos e auxiliares, celebramos a Eucaristia, rezamos as Laudes, adoramos o Senhor no Santíssimo Sacramento, fizemos nossa celebração penitencial e confissão, partilhamos e concluímos com uma grande ação de graças ao nosso Deus, que nos deu a oportunidade de mais uma vez rever nossos caminhos e pedir para que Ele caminhe conosco.

Também esses dias teve sabor de despedida. Na quinta-feira à noite, após o termino do retiro, realizamos o segundo encontro do Dsitrito BSL, deste ano de 2015. Ouvimos a partilha do Padre Ronilton sobre o Capitulo Geral que aconteceu em Roma, alguns projetos próprios da nossa missão e o Padre Superior Distrital se despediu para assumir a missão de Superior Provincial.

Foi apresentado o Superior Interino, até nossa assembleia de novembro, Padre Djalma Lúcio Magalhães Tuniz, que assumiu a palavra e fez um agradecimento ao novo Superior Provincial por todo o empenho que ao longo dos últimos anos teve junto ao nosso distrito.

Foi feito um pedido de perdão pelas vezes que não colaboramos com ele na sua missão e, com a participação de todos, fizemos um envio com emoção e esperança.

Que o Coração de Jesus continue nos abençoando e que o nosso coração seja sempre semelhante ao d’Ele.

Pe. Djalma Lúcio M. Tuniz.

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O novo Superior Provincial, P. Ronilton chegou

Caro Confrade, Vivat Cor Jesu!É com grande alegria que convidamos

você, caro confrade, para a posse do novo Superior da nossa Província, P. Ronilton Souza de Araújo, SCJ. Lembro-lhe que a confirmação da sua presença vai até amanhã, 31 de julho.

Por favor, não se esqueça de rezar pelo P. Ronilton e por seu Conselho. Obrigado.

Aproveito, também, para comunicar-lhe que P. Ronilton chegou a São Paulo na terça-feira passada (28.07) e foi muito bem acolhido na sua nova casa, Provincialado. No dia seguinte, mesmo sem arrumar as suas coisas no quarto, já começou a trabalhar. Está sereno, alegre e esperançoso.

No Coração de Jesus, P. Robson, scj.

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Vivências e Reminiscências de P. Belmiro (2)Na minha via histórica, a grande cidade

Santo André foi minha grande emoção pelos fatos que ali ocorreram. Cheguei lá em meados de fevereiro de 1992.

Foi deixar o rural e, repentinamente, estar na maior metrópole da América do Sul. Senti-me pequeno diante de um monstro imenso sem rosto e sem forma. Sucedi, como pároco, o P. Geraldo Hillesheim, de saudosa memória, na ocasião em processo de saída do ministério. Beno e Boll tinham feito o mesmo e o P. Fridolino Donato Wiemes falecera; de todos quantos foram a Santo André, não contando o P. Donato, hoje, só eu permaneço na Congregação.

Foi pena deixarmos esta obra. Seria um lugar emblemático, pela configuração geográfica e pelo perfil pastoral: duas grandes favelas, hoje urbanizadas, e três bairros. Fica na divisa das três mais importantes cidades do ABC, à porta da Universidade do ABC. No mesmo terreno da matriz, a igreja, num conjunto arquitetônico único com amplo estacionamento no subsolo, a nave e anexos, secretaria na frente, salas de pastoral e sacristia nos fundos e no pavimento superior a casa paroquial; o salão paroquial e a Faculdade de Teologia para os leigos completam o conjunto. Com certeza, hoje, uma das paróquias mais bem concebidas da diocese de Santo André. Não fosse o trabalho dos dehonianos, nada disso teria sido feito. Reconheceu-o o Cardeal Dom Cláudio Hummes quando, numa concelebração de um dia 28, em São Judas, todos paramentados e prontos para a procissão de entrada, com o báculo na mão, antes de dizer “nossa proteção está no nome do Senhor” diante de Dom Celso Queiróz e todos os padres disse: “o P. Belmiro, em Santo André, colheu rosas no meio das pedras”.

Até hoje, estas palavras do Cardeal vibram dentro de mim.Saí de Santo André, na tarde de 11 de dezembro, às quinze horas e, à noite do mesmo dia, tomei

posse como pároco reitor da Paróquia Santuário São Judas Tadeu, na cidade de São Paulo. De lá saí para ser vigário paroquial em São José dos Campos, em dezembro de 2003. São José dos Campos pertence ao meu passado desde fevereiro de 2006, quando fui à Varginha. No período de Varginha, morei também em Três Corações, na Paróquia da Cotia, a pedido do bispo da Campanha com o consentimento do P. Felipe Dalcegio de 1º de agosto a 31 de outubro de 2009, quando voltei a Varginha e fui transferido para São Manoel do Paraná, onde estou desde 17 de fevereiro de 2010.

São Judas e a grande mestraSão Judas é uma obra muito grande, tem uma rotina bem organizada, muitos párocos, padres e

irmãos lá deixaram sua contribuição. Experimenta-se a face divina e humana da Igreja pela Liturgia, pelo atendimento de confissões, pela caridade, pelas ofertas de formação espiritual e apostólica, pela imensa obra social, pela comunicação. Sendo uma comunidade com grande número de religiosos, funcionários e voluntários, tem a possibilidade de oferecer uma resposta de grande qualidade às demandas que aí chegam. Lá, eu que tive como professores de teologia moral Dom José Antônio do Couto e o P. Silvino V. Kunz, uma senhora muito pequena, pobre e humilde como o pobre e humilde Jesus, vinda do Nordeste e que tinha tudo para fracassar na vida, convenceu-me de que a moral católica é verdadeiramente adequada e assumida pelos pobres; não por todos os pobres, mas por aqueles que procuram a Deus de coração sincero. Esta mulher teve todas as experiências desumanizadoras: miséria extrema, prostituição, casamento desastrado. Encontrou o caminho da plenitude humana na Igreja e segue neste caminho com fidelidade e convicção exemplares. Até conhecer esta criatura, no meu imaginário, a mortal católica era possível de ser vivida pela classe média e pelas classes mais elevadas, mas não por aqueles que a vida jogou na rua da amargura. Depois de conhecer a experiência desta vida, senti-me diante de uma doutora da via histórica que nos levará à meta, á perfeição humana. Hoje sou obrigado a exclamar: “quanta sabedoria pessoas pobres em situação tão adversa haurem das fontes da salvação”!

Não resta dúvida, os pobres são nossos mestres. Esta é uma das lições que colhi neste lugar abençoado.

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Vivências e Reminiscências de P. Belmiro (2)

São José dos CamposBela paróquia. Comunidade de cristãos maduros. Com que consciência oferecem o dízimo! quantas

pessoas bem preparadas e bem sucedidas na vida profissional e humana, que amam desinteressada e intensamente a Igreja e se apresentam. Fui vigário paroquial neste lugar, nos anos 2004 e 2005. Destes cristãos aprendi a importância da convicção. O povo exige segurança, firmeza e convicção em nós, no que dizemos e no que fazemos. Neste período, em 2005, participei do intereclesial de Ipatinga.

VarginhaEstive em Varginha nos anos 2006 – 2010. Nesta paróquia aprendi a trabalhar com os presos, o

que é uma verdadeira ciência. Fui coordenador diocesano da pastoral carcerária. Fui também o animador e coordenador diocesano da Doutrina Social da Igreja. Para estas maravilhosas experiências, tive a indicação do P. Provincial, P. Paulo, e do Pároco, P. Everaldo. De 01 de agosto a 31 de outubro de 2009 atendi a Paróquia da Cotia, em Três Corações. O Bispo queria um padre experiente para recuperar aquela paróquia. Fui bem sucedido.

São Manoel do ParanáEstou aqui desde 2010. Há apenas dois mil e cem habitantes. Um lugar onde o padre tem tempo

para ler, rezar, fazer tudo na maior calma. O povo não é exigente. Por outro lado, não adianta exigir muito do povo. Só se avança se o povo quiser. Apesar dos escassos recursos já fizemos uma bonita e bem prática estrutura material. A etnia dominante é nordestina. A organização da pastoral e o incentivo para a mística estão frutificando.

Concluo acrescentando que em Santo André tive a oportunidade de especializar-me em História e Sociologia do Trabalho. Fiz o curso de pós graduação sobre este tema, na fundação Santo André.

Pe. Belmiro,scj.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

P. Joãozinho: teologia e devoção em poesia e canção

Amor Sem Fim

Não, não há quem me ame assim,somente Deus tem amor sem fim.

Se eu atravesso o vale escuro não temerei, pois tenho um escudo.

Ele é Jesus, o meu Senhor,o Filho de Deus, o meu, o meu Salvador.

Sou precioso aos olhos de Deus.Criou este mundo para os filhos seus.

Entrega nações em troca de mim,pois sou precioso e me ama sem fim.

Se você perdeu sua doce paz,saiba que alguém o ama demais

Ele é Jesus, o meu Senhor,morreu numa cruz e se deu por amor.

Não, não há quem me ame assim,somente Deus tem amor sem fim.

http://www.vagalume.com.br/padre-joaozinho/amor-sem-fim.html

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Saberes e Sabores de providência

A montanha

Certo senhor, acompanhado por sua filhinha, ia subir uma montanha muito alta. Sugeriu que a menina fosse à frente e ele atrás.

Ela começou a subida com muito entusiasmo, pois queria mostrar ao pai como era forte e capaz. O caminho, porém, tornava-se cada vez mais íngreme e difícil e a menina, por isso, caía de vez em quando. Mas, por ser corajosa, levantava-se e punha-se novamente a subir.

Os espinhos lhe rasgavam a roupa e lhe feriam a pele, mas mesmo assim, continuava a subir.

Finalmente não pôde mais subir e levou um tombo cruel. Então, chorando, virou-se para o pai.

Ele a tomou nos braços e a levou assim até o cume. Nunca ele esperava que ela subisse sozinha.

Deus não quer que subamos a montanha da vida sozinhos. Toda a nossa experiência nos ensina que temos um grande amigo invisível, mas muito real, que espera o momento em que nós, cônscios de nossa fraqueza, nos voltemos para Ele, em busca da proteção e auxílio que Ele nos quer dar.

Autor desconhecido: http://www.tomcoelho.com.br/index.aspx/s/

Parabolas_Exibir/40/A_montanha