PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA: REFLEXÃO SOBRE OS … · abordado em livros didáticos (LD) de...
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PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA: REFLEXÃO SOBRE OS DIREITOS
HUMANOS A PARTIR DO ENSINO SOBRE O REGIME CIVIL MILITAR
BRASILEIRO
Camila Maria Piccoli – Mestrado História UCS
Drª. Eliana Gasparini Xerri – Mestrado História UCS
Resumo
O estudo apresenta abordagens sobre direitos humanos no ensino de História, partindo
do questionamento: qual a importância da reflexão sobre o Regime Civil Militar
Brasileiro no texto presente no livro didático “História” do Ensino Médio para a
manutenção dos direitos humanos? A abordagem terá como base a análise de discurso
segundo Orlandi e a análise de conteúdo segundo Bardin. A escolha do livro deve-se ao
fato de ser um dos mais distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
de 2015. Utilizaremos como base teórica o Programa Nacional de Educação em Direitos
Humanos (2007) e o dossiê Direito à verdade e à memória (2007) para conceituar
direitos humanos. As reflexões até o momento apontam que a violação aos direitos
humanos ocorreu de forma institucionalizada pelo estado brasileiro e, que, se faz
presente ainda em espaços públicos e privados da sociedade, portanto, a análise didática
sendo permanente no ensino de história tende a contribuir para diminuir tal ação.
Palavras Chave: Regime Civil Militar Brasileiro, Direitos Humanos, Livro Didático.
O artigo é resultado parcial da pesquisa que vem sendo realizada no Programa
de Pós-Graduação Mestrado em História da Universidade de Caxias do Sul, intitulada
“Para que não se esqueça: a memória do Regime Civil Militar Brasileiro nos livros
didáticos de História do Ensino Médio”.
A pesquisa reflete sobre como o Regime Civil Militar Brasileiro (RCMB) é
abordado em livros didáticos (LD) de História do Ensino Médio, a partir da análise de
discurso e de conteúdo presente nas coleções. Para este estudo, a análise refere-se a um
dos cinco livros mais distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
de 2015, qual seja, “História1”. O recorte para a pesquisa é uma abordagem com ênfase
nos direitos humanos, pois acreditamos que este é um tema ainda pouco discutido em
nossa sociedade.
Sobre o Livro Didático
1 VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila de Castro; FERREIRA, Jorge; SANTOS, Gerogina dos. História.
Editora Saraiva, 2013.
Pelo menos há dois séculos, o Livro Didático (LD) permeia o cotidiano escolar,
sendo, muitas vezes, o único material utilizado por docentes e discentes em sala de aula,
no processo de aquisição de conhecimentos. O LD desempenha papel importante na
educação brasileira, e é utilizado pelos professores em diversas situações: como fonte de
orientação para explicações, apoio ao planejamento de aulas, sugestões para avaliações,
material de estudo e atualização. Segundo (ABUD, 2007, p.114-115):
(...) o livro didático é, provavelmente, a única leitura dos alunos e o único
tipo de livro que entra nas casas da maior parte da população brasileira. Não
é raro se encontrarem referências à leitura de capítulos de livros didáticos
pelas famílias dos alunos. Dessa forma, o livro informa, cria e reforça
concepções de História e visões de mundo, mesmo fora do ambiente escolar.
(...) A importância que os livros didáticos adquiriram faz deles os mais
poderosos instrumentos de produção do currículo no cotidiano escolar. (...) O
livro didático é quase que o único material de apoio que o professor encontra
à sua disposição e, por isso, apoia nele a parte central de seu trabalho –
planeja as aulas seguindo a disposição dos conteúdos, utiliza os textos em
sala de aula, monta com eles um material próprio e deles retira as questões da
avaliação .
A análise do LD fornece informações sobre as expectativas, valores e crenças
vigentes da e na sociedade, o grau de desenvolvimento científico e as circunstâncias
econômicas e materiais de sua produção, além de ter forte relação com a construção de
identidades2, sobretudo, as nacionais LUCA (2009, p.151). É neste sentido que verificar
o conteúdo sobre o Regime Civil Militar Brasileiro (RCMB), atentando para a questão
dos direitos humanos no texto presente no LD “História”, constituí tarefa importante no
ensino de História.
Concordamos com FERRAZ (2011, p. 23), no que se refere ao uso desta fonte,
optando por situar o LD em suas diferentes dimensões: é preciso entendê-lo no tempo,
para isso utilizaremos um breve histórico das normatizações e leis que configuram o
material didático aqui analisado.
2 De acordo com Candaü, “no que se refere ao indivíduo, identidade pode ser um estado – resultante, por
exemplo, de uma instância administrativa: meu documento de identidade estabelece minha altura, minha
idade, meu endereço, etc, – uma representação – eu tenho uma ideia de quem sou – e um conceito, o de
identidade individual. (...) Aplicada a um grupo, a complexidade aumenta. (...) Se admitirmos esse uso
pouco rigoroso, metafórico, a identidade é certamente uma representação. Exemplos não faltam para
mostrar que, de maneira constantemente renovada, os indivíduos percebem-se (...) membros de um grupo
e produzem diversas representações quanto à origem, história e natureza desse grupo. (...) é provável que
os membros de uma mesma sociedade compartilhem as mesmas maneiras de estar no mundo
(gestualidade, maneiras de dizer, maneiras de fazer, etc), adquiridas quando de sua socialização primeira,
maneiras de estar no mundo que contribuem a definí-los e que memorizaram sem ter consciência”
(CANDAÜ, 2014, p. 25-26).
O LD no Brasil tem sua história combinada com as políticas públicas. A partir
de 1930 inúmeros decretos nortearam a produção e distribuição dos materiais didáticos
em nosso país, até que em 1985 é criado o PNLD, a partir do Decreto nº 91.542 de
19/08/85, que passa a permitir que o professor faça a escolha do livro que utilizará em
aula, e também fortalece a ideia de um livro durável e de boa qualidade, que será
reutilizado durante três anos. (FREITAG, COSTA e MOTTA, 1997, p. 17-18).
Segundo o Ministério da Educação e Cultura (MEC):
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) tem como principal
objetivo subsidiar o trabalho pedagógico dos professores por meio da
distribuição de coleções de livros didáticos aos alunos da educação básica.
Após a avaliação das obras, o Ministério da Educação (MEC) publica o Guia
de Livros Didáticos com resenhas das coleções consideradas aprovadas. O
guia é encaminhado às escolas, que escolhem, entre os títulos disponíveis,
aqueles que melhor atendem ao seu projeto político pedagógico.
Em 1996, de acordo com MIRANDA e LUCA (2004, p. 126-127), é que inicia
dentro do PNLD, efetivamente, a avaliação pedagógica dos livros, sendo que para serem
distribuídos pelo governo, eles devem passar por inscrição e avaliação prévias através
de editais próprios para tal fim.
O LD pode ser considerado mercadoria, produto cultural, fruto da política
educacional, material escolar influenciado por editores, autores e sua ciência de
referência; material produzido num dado contexto histórico e influenciado por esse; se
distingue devido ao seu conteúdo, linguagem, natureza de edição e editor, autoria,
características físicas, público a que se destina e espaço de circulação.
Ao utilizarmos o LD como fonte de pesquisa precisamos atentar para os
procedimentos de sua produção, difusão, circulação, escolha e aquisição conforme nos
ensina MUNAKATA (2007, p. 138).
LAJOLO (1996, p. 4-5) contribui com o conceito de LD ao considerar que:
Didático, então, é o livro que vai ser utilizado em aulas e cursos, que
provavelmente foi escrito, editado, vendido e comprado, tendo em vista essa
utilização. (...) Como sugere o adjetivo didático, que qualifica e define um
certo tipo de obra, o livro didático é um instrumento específico e
importantíssimo de ensino e de aprendizagem formal. (...) Por desfrutar de
uma tal importância na escola brasileira, o livro didático precisa estar
incluído nas políticas educacionais com que o poder público cumpre sua
parte na garantia da educação de qualidade para todos (...) Além disso, o livro
didático caracteriza-se ainda por ser passível de uso na situação específica da
escola, isto é, de aprendizado coletivo e orientado por um professor. Por tais
razões, o livro didático dirige-se, simultaneamente, a dois leitores: o
professor e o aluno (1996, p. 4-5).
Apesar de recentes pesquisas que abordam o LD, este suscita novas
abordagens, e tende ainda a oferecer contribuições significativas para o campo da
formação de professores, afirmam ALMEIDA e MIRANDA (2012, p. 269),
principalmente quando associados a temas como direitos humanos e possibilita
reflexões importantes junto aos estudantes.
Nesse sentido, o reconhecimento sobre as narrativas3 presentes no LD de
História do Ensino Médio podem apontar para a permanência de conceitos e valores que
pouco remetem a questionamentos sobre o período a ser abordado e também
estabelecem relações precárias com os direitos humanos e a democracia. Essas questões
demonstram a necessidade da realização de estudos que abordem a forma como o
RCMB está sendo trabalhado no Ensino Médio, a partir da avaliação de materiais
disponíveis.
É importante considerar que no edital do PNLD de 2015, são 12 as etapas de
avaliação do LD, desde a elaboração do edital, até a escolha do livro pelo professor que
o utilizará na escola. Esse cuidado objetiva levar às salas de aula apenas obras de
qualidade, porém acreditamos que uma análise posterior, como a que apresentamos
neste trabalho, é importante no sentido de verificar se as etapas da avaliação tem surtido
efeito na escolha dos livros. Por se tratar de tema da História do Brasil recente, e, sob o
qual há muito a ser investigado, entendemos que os materiais devem estar atualizados
pois são disponibilizados e distribuídos para todo o país. Suas abordagens podem
comprometer o processo de construção do ensino pois nem sempre se revelam críticos e,
desta forma, pouco contribuem para a formação da consciência histórica.
Educação para Direitos Humanos no livro “História”
A partir destas colocações, pensaremos a Educação para Direitos Humanos.
Segundo MIRANDA (2006, p. 33), a história dos Direitos Humanos no Brasil é algo
recente. A primeira lei sancionada, relacionada com o tema, criou o Conselho de Defesa
3 De acordo com J. Rüsen, “nenhum historiador pode negar o fato de que existe uma atividade criadora da
mente humana funcionando no processo do pensamento e do reconhecimento históricos. A narrativa é a
maneira como essa atividade é produzida e ‘História’ – mais precisamente, uma história – é o produto
dela”. Para o autor, a narrativa histórica é “um sistema de operações mentais que define o campo da
consciência histórica (...) a narrativa é, portanto, o processo de constituição de sentido da experiência no
tempo” (RÜSEN, 2011, p. 94-95).
dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) em 16 de março de 1964, quinze dias antes
do golpe militar4 que deu início ao RCBM, sendo que sua instalação ocorreu 50 dias
antes do Ato Institucional número 5, o qual constituiu a negação dos direitos humanos,
cancelando as garantias institucionais, estabelecendo o acirramento da censura à
imprensa, extinguindo os direitos civis, sociais e políticos. Foi durante o período da
ditadura que os direitos humanos são pensados no Brasil, importante considerar que o
CDDPH se reunia em sigilo, o que caracteriza uma contradição de atos. Várias
entidades surgem a partir deste período, lutando a favor da anistia e se posicionando
pelos direitos humanos.
Ainda sobre a importância do tema, FIGUEIREDO (2015, p. 132) descreve o
processo de ocultação e extinção de arquivos secretos dos órgãos militares brasileiros, o
que corrobora para ainda não termos alcançado a plena democracia. Para o autor, “a
cumplicidade de militares e civis na ocultação dos arquivos da ditadura é um entrave
para a conclusão do processo de redemocratização” Ele conclui:
É preciso dizer: as graves violações dos direitos humanos cometidas na
ditadura foram (e seguem sendo) ocultadas graças a um pacto entre militares
e civis. Um pacto desenhado no final do regime militar e amadurecido em
tempos de democracia. O acordo silencioso subverte a própria lógica da
democracia, ao permitir que o poder militar negue subordinação ao poder
civil. E também ao aceitar que o poder civil, por sua vez, seja incapaz de
enquadrar o poder militar.
De acordo com o dossiê Direito à Verdade e à Memória: Comissão Especial
sobre Mortos e Desaparecidos Políticos5, (BRASIL, 2007, p. 18).
Só conhecendo profundamente os porões e as atrocidades daquele lamentável
período de nossa vida republicana, o País saberá construir instrumentos
eficazes para garantir que semelhantes violações dos Direitos Humanos não
se repitam nunca mais.
Assim, consideramos que cerca de 50 mil pessoas teriam sido detidas nos
primeiros meses do RCMB, e em torno de 10 mil teriam vivido no exílio em algum
momento do período, de acordo com o projeto Brasil Nunca Mais (1979 - 1985).
Confirmando a importância disto, (BARBOSA, 2007, p.157-158) contribui:
4 Adotamos neste momento Golpe Militar por considerarmos a violação aos Direitos Humanos. O termo é
uma referência usual ao período RCMB. 5 Produzido pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e pela Secretaria Especial de
Direitos Humanos do Brasil, que foi criada a partir da Lei nº 9.140 de 1995.
É preciso que a geração atual e as futuras tenham plena consciência de que as
ditaduras, qualquer que seja o pretexto de que se valham, são muito
parecidas: não toleram opositores, cerceiam as liberdades, censuram a
imprensa, violam os direitos humanos, prendem, torturam e matam. É
também fundamental que essas gerações formem a convicção inabalável de
que o surgimento das ditaduras pode ter muitas causas e, entre elas, está
quase sempre a descrença na democracia e a crença ilusória em promessas
milagrosas
O Brasil foi o único país da América Latina que perdoou os militares sem
exigir nem reconhecimento dos crimes cometidos, nem pedido de perdão, na anistia
“ampla, geral e irrestrita” que os próprios articularam antes de deixar o poder, assinala
KEHL (2010, p. 124).
O fato de não discutirmos direitos humanos da forma devida no Brasil
demostra a fragilidade da memória coletiva das lutas pela democracia em nosso país. A
transição política ocorreu, apesar de não punir os assassinos e torturadores do período
em estudo, porém ainda ouve-se o discurso de apoiadores do RCMB, (BARBOSA,
2007, p. 165-166);
No Brasil, após passadas mais de duas décadas do término do regime
autoritário, ainda não se restaurou por inteiro a verdade, não se revelou
plenamente o conteúdo da memória, fundamental para a ação educativa
permanente em direitos humanos, apesar da existência de iniciativas, tais
como o Projeto Brasil Nunca Mais, (...), bem como o livro Direito à Memória
e à Verdade (...). Tanto assim é que ainda não foram totalmente
disponibilizados a qualquer cidadão os assim chamados arquivos da ditadura,
o que impede a consolidação da memória, como um processo educativo
imprescindível, viola preceitos básicos de direitos e ignora os anseios da
cidadania pela construção de uma memória coletiva e pelo acesso a
informações estruturais para as vidas individuais de milhares de cidadãos
brasileiros.
Para referendarmos as afirmações acima, PIOVESAN (2010, p. 96), nos diz
que, considerando a historicidade dos direitos humanos e a fixação de parâmetros
protetivos mínimos à dignidade humana, a partir da Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 1948, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966), da
Convenção contra a Tortura (1984) e da Convenção Americana de Direitos Humanos
(1969), devemos destacar quatro direitos: o direito a não ser submetido à tortura, o
direito à justiça, o direito à verdade e o direito à prestação jurisdicional efetiva, na
hipótese de violação a direitos.
Adotamos estes marcos por estarem intimamente relacionados com um dos
temas que devem permear as aulas e reflexões no ensino de história. Entendemos que,
(MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS, 2007, p. 17):
O não reconhecimento do direito à memória e à verdade de forma efetiva é
mais um ingrediente para a persistência de violações graves aos direitos
humanos, como a tortura, as execuções sumárias e extrajudiciais, o
extermínio e outras formas bárbaras de ação de instituições públicas e de
grupos privados. Também contribui para alimentar posturas conservadoras
que continuam criminalizando lideranças e movimentos populares que lutam
pelos direitos humanos.
Conscientes de que a sociedade brasileira possui entre as suas instituições a
escola como uma das mais importantes, várias são as possibilidades que permeiam seus
espaços, entre elas, o ensino de história oferece, ou não, espaços de reflexões associados
à memória, ao convívio pautado pela cidadania e pela reflexão sobre os direitos
humanos. Consideramos ainda que, REIS (2014, p. 5), aponta que os temas relacionados
ao RCMB continuam atuais, visto que aspectos de seu legado permanecem à espera de
soluções, tais como o autoritarismo que continua a impregnar certas relações sociais; a
democratização incompleta do Estado e da sociedade, visto que parte desta ainda não é
capaz de exercer plenamente a cidadania; os níveis elevados de violência social e
policial a que estamos submetidos; e as desigualdades sociais extremas que ainda
caracterizam o Brasil. Compartilhamos com o autor a ideia de que o RCMB não foi o
causador de tais problemas, mas interrompeu um processo político que poderia ter
levado ao enfrentamento de algumas destas questões, e ainda conduziu ao agravamento
das desigualdades que as geraram.
Aponta CERRI (2011, p. 8) que a tradição brasileira de conciliação política fez
com que a ditadura e os ditadores saíssem de cena quase despercebidos, e, desta forma,
os esqueletos no armário da ditadura não se calaram totalmente.
De tempos em tempos, algum protesto, alguma manifestação ou concessão de
pensão a ex-presos políticos ou às famílias de desaparecidos por ação da
forças repressivas recoloca no centro da cena aquelas feridas cobertas que
ainda doem.
Dessa forma, o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH)
aponta que a educação deve contribuir para, (BRASIL, 2007, p. 25):
a) criar uma cultura universal dos direitos humanos;
b) exercitar o respeito, a tolerância, a promoção e a valorização das
diversidades (étnico-racial, religiosa, cultural, geracional, territorial, físico-
individual, de gênero, de orientação sexual, de nacionalidade, de opção
política, dentre outras) e a solidariedade entre povos e nações;
c) assegurar a todas as pessoas o acesso à participação efetiva em uma
sociedade livre.
Em conformidade ao propósito deste estudo, passaremos a verificação de como
isso acontece no LD escolhido.
Educação em Direitos Humanos no Livro Didático “História”
Para a realização do trabalho a pesquisa estará embasada na metodologia
qualitativa e quantitativa, através da análise de discurso e de conteúdo, considerando os
LD mais utilizados no Ensino Médio, metodologias usualmente utilizadas pelas
propostas da área educacional. Através da medição e quantificação será possível
estabelecer categorias de palavras e ideias que proporcionarão uma nova abordagem de
livros-textos no Ensino Médio.
No LD “História” os capítulos analisados são o capítulo 48 e o capítulo 49. A
escolha refere-se ao fato de estes capítulos serem relativos ao período do RCMB, o que
vem de encontro ao nosso objetivo de pesquisa, e faremos a análise de cada deles
pautada em uma das metodologias aqui apresentadas.
Utilizamos a análise do discurso no capítulo 48, para compreender como os
autores justificam o golpe; enquanto que,no capítulo 49, utilizamos a análise de
conteúdo, para mensurar as expressões mais pontuais do período e como elas são
apresentadas pelos autores.
O capítulo 48, intitulado “O Brasil e a República democrática”, ocupa as
páginas 724 até 745, e é composto por três substítulos: “A crise do Estado Novo”,
“Tempo de democracia” e “O golpe de 1964”. O capítulo 49, “Brasil: a república dos
generais” vai da página 746 a página 762 e é composto por sete subtítulos: “A ditadura
disfarçada”, “O avanço das oposições e o AI-5”, “O crescimento econômico”, “A luta
armada”, “Começa a abertura”, “A ditadura sem saída” e “Diretas Já!”.
Em uma primeira verificação, ainda de forma descomprometida, percebemos
que os mesmos são apresentados nas cores verde/amarelo, possibilitando a identificação
com as cores propagadas durantes o RCMB, e que objetivavam a aproximação de forma
lúdica da população com o governo instaurado. Iniciamos a análise do capítulo, cujo
último ponto da cronologia presente na linha do tempo a qual abre o capítulo, é “1964 –
Golpe derruba Jango da presidência da República”. Este capítulo será estudado através
da análise de discurso, a partir de Orlandi.
O primeiro subtítulo, “A crise do Estado Novo” aponta que os comandantes
militares que até então apoiavam Getúlio passaram a exigir um regime democrático,
sendo que o ano de 1945 marcou a transição entre ditadura e democracia. Os termos
ditadura e democracia são citados, porém não são explicados no texto. Este capítulo fala
ainda do fim da censura à imprensa e da anistia, que “libertou todos os presos políticos”,
sendo que também não são explicados os termos censura e anistia. Na sequência são
apresentados breves textos sobre o período conhecido como democrático e populista, os
quais não serão objeto de análise nesse artigo, visto não terem relação com nosso
objetivo de pesquisa.
Em seguida o texto apresenta um box intitulado “Conversa de Historiador”
com um fragmento de texto da historiadora Angela de Castro Gomes sobre a “Terceira
República (1945-1964), que fala sobre a democracia no período. O box encerra com a
questão: “Apesar das limitações existentes, quais os argumentos utilizados pela autora
para definir o regime político de 1945-1964 como democrático”? O subtítulo: “O
crescimento das esquerdas”, inicia da seguinte forma: “nesse período, grupos que
defendiam reformas sociais se multiplicaram e se fortaleceram” (p. 735). O texto aponta
que o movimento sindical e dos estudantes se fortalecem, o Partido Comunista volta a
crescer adotando uma postura mais moderada, e os trabalhadores rurais também não
ficam alheios a estes movimentos, com a criação das Ligas Camponesas, permitindo
assim a reflexão sobre o crescimento da democracia, a qual será violada nas próximas
páginas.
O capítulo permanece apontando aspectos da política eleitoral, ações dos
governos JK, Jânio e Jango. Sobre o último governo do período, o título escolhido
é “João Goulart e a radicalização política”, o qual descreve que João Goulart toma posse
em setembro de 1961, e em seu programa político são citadas as reformas de base,
defendidas pelas esquerdas (reforma bancária, fiscal, urbana, tributária, administrativa,
agrária e universitária). Continua escrevendo sobre o regime parlamentarista, onde João
Goulart não tinha como levar adiante as reformas. O texto aponta que em janeiro de
1963, a partir de um plebiscito, a população vota pelo retorno do presidencialismo. “O
clima político no país estava acirrado” (p. 739), sendo que as organizações de esquerda
exigiam uma reforma agrária radical. O lema era “reforma agrária na lei ou na marra”.
“A reforma agrária era tida como necessária por diversos setores da sociedade
brasileira, incluindo os conservadores” (p. 739). O texto fala ainda de duas organizações
de direita que se destacam no período: Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes) e
Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad). “O Ipes e o Ibad tinham como objetivo
conspirar para a queda de Goulart” “Além disso, a tensa conjuntura internacional da
Guerra Fria atuava de maneira negativa na política brasileira, agravando os conflitos
entre direitas e esquerdas. O processo revolucionário cubano assustava os grupos
conservadores, receosos que o mesmo pudesse ocorrer no Brasil” (p. 739).É mister
considerar nestas abordagens, a construção do discurso presente no texto didático, pois,
conforme ORLANDI (2000, p.16)
Levando em conta o homem na sua história, considera os processos e as
condições de produção da linguagem, pela análise da relação estabelecida
pela língua com os sujeitos que a falam e as situações em que se produz o
dizer. Desse modo, para encontrar as regularidades da linguagem em sua
produção, o analista de discurso relaciona a linguagem à sua exterioridade.
Consideramos que a relação entre o discurso do LD e os fatos da época,
necessitam, para maior compreensão, dialogar, estabelecendo vínculos entre os
discentes e o material impresso, caso contrário, a significação será prejudicada. Ao
percebermos a forma discursiva, consideramos também as exigências das produções
editoriais, mas reconsideramos que o número de páginas, box e outros elementos,
precisam conversar e se aproximar do universo discente.
Na continuidade do capítulo, no ítem “Oposição nas ruas” é escrito que no
início de 1964 o presidente aceita a proposta das esquerdas, anunciando no Comício da
Central do Brasil o projeto da reforma agrária e a nacionalização das refinarias de
petróleo particulares. O comício e as reformas irritaram os setores de direita, que
realizaram uma passeata contra Jango, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Dias depois, marinheiros e fuzileiros navais revoltaram-se contra o comando da
Marinha. A anistia que eles receberam do governo causou grande indignação nos
oficiais das Forças Armadas. Muitos militares passam então a apoiar os colegas que
queriam derrubar o presidente. Verificar se tem fotografia para podermos comentar.
Apoiamos a análise em ORLANDI (2000, p. 19) pois,
Nos estudos discursivos, não se separam forma e conteúdo e procura-se
compreender a língua não só como uma estrutura mas sobretudo como
acontecimento. Reunindo estrutura e acontecimento a forma material é vista
como o acontecimento do significante (língua) em um sujeito afetado pela
história.
Afetar o discente pela história é interagir também com o uso da linguagem, e
portanto, com o discurso, uma vez que, esse aproxima ou distancia. Ao abordar o
período imediatamente anterior ao RCMB, os autores não significam os fatos, apenas os
narram “friamente”, consideramos que o processo em análise deveria ser melhor
contextualizado, utilizando outras representações como imagens, músicas, poesia, ou
seja, aspectos vivenciados cotidianamente pelos jovens do ensino médio.
O último subtítulo, “O golpe de 1964”, conta como se deu o golpe entre 31 de
março e 01 de abril de 1964, explicando que uma tropa liderada pelo General Olímpio
Mourão Filho saiu de Minas Gerais em direção à Guanabara para tomar o poder. O texto
cita ainda que “sindicalistas, sargentos, fuzileiros navais, estudantes e militantes de
esquerda tentaram em vão de mobilizar contra o golpe”.
Frase interessante: “nos bairros ricos do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Belo
Horizonte, muitos comemoravam a deposição do presidente”.
O texto cita ainda que, declarado vago o cargo de presidente, Jango não
apresentou resistência, e como muitos outros imaginava que a situação repetiria o
quadro de 1945, logo havendo o retorno à normalidade democrática. “A interrupção do
regime democrático parecia não interessar a ninguém” (p. 743). “A sociedade brasileira
não se deu conta de que era o início de uma ditadura que duraria 21 anos”. (p. 743).
Sendo esta a última abordagem do capítulo 48, percebemos uma narrativa
linear, pautada por destacar ações pessoais mais do que coletivas, governamentais mais
do que sociais, refletindo aspectos da historiografia positivista mesmo que em box tenha
ensaiado breves reflexões, as quais não foram aprofundadas, portanto não colaborando
para entendimentos acerca de democracia e cidadania.
Apresentaremos o capitulo 49 intitulado “Brasil: A República dos Generais”,
utilizando a análise do conteúdo, a partir de BARDIN (1977, p. 43-44).
O objeto “(...) da análise de conteúdo é a palavra, isto é, o aspecto individual
e atual (em ato) da linguagem (...) a análise de conteúdo trabalha a palavra,
quer dizer, a prática da língua realizada por emissores identificáveis. (...) a
análise de conteúdo toma em consideração as significações (conteúdo),
eventualmente a sua forma e a distribuição destes conteúdos e formas
(índices formais e análise de co-ocorrência)”
BARDIN (1977, p. 36) esclarece em unidades de codificação, no caso desta
pesquisa serão as palavras e unidades de contexto. Para a análise, consideramos palavras
e expressões que acreditamos serem representativas, de acordo com o interesse do
trabalho, separando-as em dois grupos. O primeiro grupo diz respeito à nomenclatura
utilizada para o RCMB, e o segundo grupo trata das que representem cidadania e
direitos humanos.
As palavras e expressões selecionadas são:
Grupo 1 - Ditadura, regime militar, governo militar, golpe militar, revolução,
regime autoritário.
Grupo 2 – Cidadãos, direitos, direitos humanos, violência, repressão, tortura.
Desta forma, a partir da contagem destas palavras e expressões, será possível
procedermos com a análise de conteúdo, conforme Bardin, que afirma que “na análise
quantitativa, o que serve de informação é a frequência com que surgem certas
características do conteúdo” (BARDIN, 1977, p. 21).
O quadro abaixo apresenta a contagem das palavras, separadas em grupos:
Quadro 1.
Grupo 1 Grupo 2
Palavra /
Unidades de
contexto
Número de
ocorrências no
texto
Palavra /
Unidades de
contexto
Número de
ocorrências no
texto
Ditadura 28 Cidadãos 2
Regime / Regime
militar
20 Direitos 8
Governo militar 6 Direitos humanos 1
Golpe / Golpe
militar
7 Violência 1
Revolução 2 Repressão 10
Regime autoritário 1 Tortura 6
Fonte: autoras.
A partir do quadro, percebemos que o maior número de ocorrências, no que diz
respeito à nomenclatura utilizada para o RCBM é a de Ditadura, que aparece no capítulo
em questão em 28 ocasiões, enquanto a expressão Regime / Regime militar aparece 20
vezes no texto, as expressões Governo Militar e Golpe / Golpe Militar aparecem 7 vezes
cada, Revolução aparece duas vezes, enquanto Regime autoritário ocorre apenas uma
vez.
Analisamos que, entre 13 subtítulos que compõem o capítulo 49, em 11 deles
os autores não fazem distinção no uso dos verbetes Ditadura / Regime militar / Golpe
militar / Regime autoritário, sendo que estes são utilizados para designar um mesmo
contexto.
Percebemos, porém, que na introdução, no qual aparecem mais vezes a palavra
Direitos, a opção é por utilizar apenas a expressão Ditadura, como também acontece no
subtítulo “Linha dura em ação”, que só trás a expressão Ditadura representada.
Acreditamos que essa escolha dos autores demonstre uma visão de que a Ditadura foi
um momento de cerceamento de liberdades, porém nem por isto a expressão Direitos
Humanos aparece muito representada no texto, sendo que sua ocorrência é uma única
vez.
No que diz respeito as expressões referentes ao nosso objetivo de estudo, qual
seja, analisar os direitos humanos no livro didático de História, percebemos que a
expressão Repressão aparece no texto 10 vezes, e a expressão Tortura ocorre 6 vezes, o
que nos leva a concluir que os autores estão preocupados em demonstrar no capítulo a
questão da violência praticada no período do RCMB. A palavra Direitos, em vários
contextos, aparece 8 vezes, porém, como já identificamos anteriormente, a expressão
Direitos Humanos ocorre apenas uma vez. A palavra cidadania, por sua vez, não
aparece no texto em nenhum momento, enquanto a palavra cidadãos aparece duas vezes.
Desta forma, entendemos que a nossa preocupação com a questão dos direitos
humanos no LD é confirmada, visto termos identificado durante a análise que essas
expressões não são discutidas no texto didático. É importante considerar ainda a
formatação do livro, para tanto utilizamos ABUD (2007, p. 114-115).
Os livros de História ‘integrada’ secundarizam os contéudos de História do
Brasil, que fica restrito à quarta parte do total de números de páginas de cada
coleção. Com problemas de espaço na publicação, em grande parte do
material didático, fatos de História do Brasil são simplificados, para que sua
explicação caiba em poucas linhas. (...) Em alguns livros, dá-se mais espaço
às revoltas de servos e vilões na Idade Média ou às técnicas de embalsamento
no Egito do que aos movimentos sociais no Brasil do início do século XX.
Conclusões Iniciais
Concluímos a necessidade de estudar e possibilitar aos estudantes a construção
de conceitos fundamentais, como Direitos Humanos. Também assinala esta
importância, a necessidade de melhor conhecer a história recente do país, a fim de
refletir sobre fatos pouco esclarecidos e suscitar novas pesquisas sobre a temática.
Mesmo que considerarmos as limitações impostas pelas normas que
oficializam a produção dos livros didáticos, consideramos de significativa importância
maior aprofundamento sobre o tema aqui analisado, pois, não restam dúvidas de que a
violência instalada pelo RCMB, cuja violação ainda não foi plenamente conhecida pela
sociedade brasileira e, portanto, acaba por influenciar ações de respeito aos Direitos
Humanos, necessita ser refletido e dessa forma avitada.
Sendo o Ensino de História um espaço privilegiado para a construção e
reflexão de conceitos relacionados à vida, também os livros didáticos acabam por ser
influenciadores ou não de práticas que permeiem e incentivem a consciência histórica.
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