Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco

176
PARÂMETROS para a Educação Básica do Estado de Pernambuco Parâmetros na Sala de Aula Ciências Naturais Ensino Fundamental - Anos Finais

description

Parâmetros para aEducação Básica doEstado de Pernambuco

Transcript of Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco

  • P A R M E T R O Spara a Educao Bsica do Estado de Pernambuco

    Parmetros na Sala de Aula

    Cincias Naturais

    Ensino Fundamental - Anos Finais

  • Parmetros para aEducao Bsica do

    Estado de Pernambuco

  • Parmetros para aEducao Bsica do

    Estado de Pernambuco

    Parmetros na sala de aula

    Cincias Naturais6 ao 9ano do Ensino Fundamental

    2013

  • Eduardo CamposGovernador do Estado

    Joo Lyra NetoVice-Governador

    Ricardo DantasSecretrio de Educao

    Ana SelvaSecretria Executiva de Desenvolvimento da Educao

    Ceclia PatriotaSecretria Executiva de Gesto de Rede

    Lucio GenuSecretrio Executivo de Planejamento e Gesto (em exerccio)

    Paulo DutraSecretrio Executivo de Educao Profissional

    Undime | PE

    Horcio Reis Presidente Estadual

  • GERNCIAS DA SEDE

    Shirley MaltaGerente de Polticas Educacionais de Educao Infantil e Ensino Fundamental

    Raquel QueirozGerente de Polticas Educacionais do Ensino Mdio

    Cludia AbreuGerente de Educao de Jovens e Adultos

    Cludia GomesGerente de Correo de Fluxo Escolar

    Marta LimaGerente de Polticas Educacionais em Direitos Humanos

    Vicncia TorresGerente de Normatizao do Ensino

    Albanize CardosoGerente de Polticas Educacionais de Educao Especial

    Epifnia ValenaGerente de Avaliao e Monitoramento

    GERNCIAS REGIONAIS DE EDUCAO

    Antonio Fernando Santos SilvaGestor GRE Agreste Centro Norte Caruaru

    Paulo Manoel LinsGestor GRE Agreste Meridional Garanhuns

    Sinsio Monteiro de Melo FilhoGestor GRE Metropolitana Norte

    Jucileide AlencarGestora GRE Serto do Araripe Araripina

    Josefa Rita de Cssia Lima SerafimGestora da GRE Serto do Alto Paje Afogados da Ingazeira

    Anete Ferraz de Lima FreireGestora GRE Serto Mdio So Francisco Petrolina

    Ana Maria Xavier de Melo SantosGestora GRE Mata Centro Vitria de Santo Anto

    Luciana Anacleto SilvaGestora GRE Mata Norte Nazar da Mata

    Sandra Valria CavalcantiGestora GRE Mata Sul

    Gilvani PilGestora GRE Recife Norte

    Marta Maria LiraGestora GRE Recife Sul

    Patrcia Monteiro CmaraGestora GRE Metropolitana Sul

    Elma dos Santos RodriguesGestora GRE Serto do Moxot Ipanema Arcoverde

    Maria Dilma Marques Torres Novaes GoianaGestora GRE Serto do Submdio So Francisco Floresta

    Edjane Ribeiro dos SantosGestora GRE Vale do Capibaribe Limoeiro

    Waldemar Alves da Silva JniorGestor GRE Serto Central Salgueiro

    Jorge de Lima BeltroGestor GRE Litoral Sul Barreiros

    CONSULTORES EM CINCIAS NATURAIS

    Ana Rita Franco do RgoDbora Campos Marinho de Ges Pires Francimar Teixeira da SilvaJacineide Gabriel Arcanjo Judimar Teixeira da Silva

    Lucielma Bernardino Coelho de Arruda Patrcia Smith CavalcanteRosngela Estvo Alves FalcoRosinete Salviano Feitosa Sandra Vasconcelos Oliveira e Silva

  • Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaHenrique Duque de Miranda Chaves Filho

    Coordenao Geral do CAEdLina Ktia Mesquita Oliveira

    Coordenao Tcnica do ProjetoManuel Fernando Palcios da Cunha Melo

    Coordenao de Anlises e PublicaesWagner Silveira Rezende

    Coordenao de Design da ComunicaoJuliana Dias Souza Damasceno

    EQUIPE TCNICA

    Coordenao Pedaggica GeralMaria Jos Vieira Fres

    Equipe de OrganizaoMaria Umbelina Caiafa Salgado (Coordenadora)

    Ana Lcia AmaralCristina Maria Bretas Nunes de Lima

    Las Silva Cisalpino

    Assessoria PedaggicaMaria Adlia Nunes Figueiredo

    Assessoria de LogsticaSusi de Campos Ewald

    DiagramaoLuiza Sarrapio

    Responsvel pelo Projeto GrficoRmulo Oliveira de Farias

    Responsvel pelo Projeto das CapasCarolina Cerqueira Corra

    RevisoLcia Helena Furtado Moura

    Sandra Maria Andrade del-Gaudio

    Especialista em Cincias NaturaisGisele Brando Machado de Oliveira

    Maria de Ftima Lages FerreiraMnica Tanure Loureno Ferreira

  • SUMRIO

    APRESENTAO 11

    INTRODUO 13

    CARTA AO PROFESSOR 15

    1 CONTEXTUALIZAO 16

    2 ORIENTAES METODOLGICAS 18

    3 AVALIAO DA APRENDIZAGEM 27

    4 SEQUNCIAS DE ATIVIDADES DIDTICAS PARA O 6 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 32

    5 SEQUNCIAS DE ATIVIDADES DIDTICAS PARA O 7 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 66

    6 SEQUNCIA DE ATIVIDADES DIDTICAS PARA O 8 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 117

    7 SEQUNCIA DE ATIVIDADES DIDTICAS PARA O 9 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 137

    8 REFERNCIAS 166

  • APRESEntAO

    Em 2013, a Secretaria de Educao do Estado comeou a disponibilizar os Parmetros

    Curriculares da Educao Bsica do Estado de Pernambuco Esses parmetros so fruto

    coletivo de debates, propostas e avaliaes da comunidade acadmica, de tcnicos

    e especialistas da Secretaria de Educao, das secretarias municipais de educao e de

    professores das redes estadual e municipal

    Estabelecendo expectativas de aprendizagem dos estudantes em cada disciplina e em

    todas as etapas da educao bsica, os novos parmetros so um valioso instrumento de

    acompanhamento pedaggico e devem ser utilizados cotidianamente pelo professor

    Mas como colocar em prtica esses parmetros no espao onde, por excelncia, a educao

    acontece a sala de aula? com o objetivo de orientar o professor quanto ao exerccio

    desses documentos que a Secretaria de Educao publica estes Parmetros na Sala de

    Aula Este documento traz orientaes didtico-metodolgicas, sugestes de atividades

    e projetos, e propostas de como trabalhar determinados contedos em sala de aula Em

    resumo: este material vem subsidiar o trabalho do professor, mostrando como possvel

    materializar os parmetros curriculares no dia a dia escolar

    As pginas a seguir trazem, de forma didtica, um universo de possibilidades para que sejam

    colocados em prtica esses novos parmetros Este documento agora faz parte do material

    pedaggico de que vocs, professores, dispem Aproveitem!

    Ricardo DantasSecretrio de Educao de Pernambuco

  • IntRODUO

    Aps a publicao dos Parmetros Curriculares do Estado de Pernambuco, elaborados em

    parceria com a Undime, a Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco apresenta os

    Parmetros Curriculares na Sala de Aula

    Os Parmetros Curriculares na Sala de Aula so documentos que se articulam com os

    Parmetros Curriculares do Estado, possibilitando ao professor conhecer e analisar propostas

    de atividades que possam contribuir com sua prtica docente no Ensino Fundamental,

    Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    Esses documentos trazem propostas didticas para a sala de aula (projetos didticos,

    sequncias didticas, jornadas pedaggicas etc) que abordam temas referentes aos

    diferentes componentes curriculares Assim, junto com outras iniciativas j desenvolvidas

    pela Secretaria Estadual de Educao, como o Concurso Professor-Autor, que constituiu um

    acervo de material de apoio para as aulas do Ensino Fundamental e Mdio, elaborado por

    professores da rede estadual, os Parmetros Curriculares na Sala de Aula contemplam todos

    os componentes curriculares, trazendo atividades que podem ser utilizadas em sala de aula

    ou transformadas de acordo com o planejamento de cada professor

    Alm disso, evidenciamos que as sugestes didtico-metodolgicas que constam nos

    Parmetros Curriculares na Sala de Aula se articulam com a temtica de Educao em

    Direitos Humanos, eixo transversal do currculo da educao bsica da rede estadual de

    Pernambuco

    As propostas de atividades dos Parmetros Curriculares na Sala de Aula visam envolver os

    estudantes no processo de ao e reflexo, favorecendo a construo e sistematizao

    dos conhecimentos produzidos pela humanidade Ao mesmo tempo, esperamos que este

    material dialogue com o professor, contribuindo para enriquecer a sua prtica de sala de

    aula, subsidiando o mesmo na elaborao de novas propostas didticas, fortalecendo o

    processo de ensino-aprendizagem

    Ana SelvaSecretria Executiva de Desenvolvimento da Educao

    Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    15

    cARtA AO PROfESSOR

    Caro(a) professor(a)

    Escrevemos para voc este programa com o objetivo de sugerir procedimentos

    metodolgicos que podem enriquecer seu planejamento dirio Nossas sugestes esto

    baseadas nos Parmetros Curriculares do Estado de Pernambuco (PCP) e podero ser

    utilizadas de acordo com sua proposta de trabalho, bem como, com a proposta de sua

    escola

    Este programa contm exemplos de atividades didticas para alguns dos eixos temticos

    dos PCP, exemplos esses que podem complementar o trabalho realizado com materiais

    didticos a serem elegidos por voc

    Propomos, tambm, ao longo das atividades, materiais que podero ser teis em suas

    pesquisas sobre os temas a serem trabalhados A sua atuao que far com que esse

    programa atinja os objetivos educacionais relacionados s necessidades especficas de sua

    prtica pedaggica cotidiana e ao direito que o estudante tem de aprender

    importante lembrar que os exemplos de atividades no esgotam as inmeras possibilidades

    de trabalho com cada tema do eixo escolhido

    Voc quem decidir, baseado em sua experincia, o momento mais adequado para o uso

    de cada atividade didtica que aqui apresentamos

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    16

    1. cOntEXtUALIZAO

    Apresentamos, neste documento, propostas de Sequncias de Atividades Didticas que

    visam apoiar o professor de Cincias do Ensino Fundamental Anos Finais no planejamento e

    no desenvolvimento de suas atividades pedaggicas

    Estruturamos seis propostas de atividades sendo assim distribudas:

    6 ano

    01 para contemplar o eixo temtico Vida e Ambiente abordando o tema: Fluxo de Matria

    e Energia nas Cadeias alimentares

    01 para contemplar o eixo temtico Vida e Ambiente abordando o tema: Fluxo de Matria

    e Energia nas Teias Alimentares

    7 ano

    01 para contemplar o eixo temtico Vida e Ambiente e abordar o tema Biodiversidade

    conceitos bsicos de ecologia e dinmica dos diferentes ecossistemas

    01 para contemplar o eixo temtico Vida e Ambiente abordando os temas Espaos,

    Biodiversidade Caractersticas fundamentais e diversidade dos ecossistemas brasileiros

    8 ano

    01 para contemplar o eixo temtico Vida e Ambiente abordando o tema Organizao e

    Metabolismo Fotossntese

    9 ano

    01 para contemplar o eixo temtico Ser humano e Sade abordando o tema Gentica

    Bases da herana gentica e Biotecnologia

    OrgaNizaO dOs ExEmPlOs dE atividadEs didtiCas

    Os materiais foram organizados, utilizando os mltiplos recursos de linguagem e tendo como

    referncia as expectativas de aprendizagem para cada tema, conforme se apresentam nos

    Parmetros Curriculares para Educao Bsica do Estado de Pernambuco (outubro de 2012)

    As propostas esto diversificadas e apresentam atividades para:

    1 - levantamento das concepes prvias dos estudantes acerca do tema em geral;

    2 - ampliaes de conhecimento terico acerca de contedos especficos relativos ao

    tema;

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    173- interpretao dos eventos contados pela histria da cincia;

    4- envolvimento e/ou interpretao de experimentos;

    5- vivncias em processos investigativos (trabalho de campo);

    6- sistematizao dos conhecimentos apreendidos e ampliados com o estudo do tema;

    7- sugestes para o processo avaliativo;

    8- textos de leitura complementar para o professor

    Bales de dilogo

    Ao longo dos textos dialogamos com o professor, trazendo dicas e sugestes dentro dos

    bales de dilogos, nos quais apresentamos mensagens de estmulo ao exerccio da

    interdisciplinaridade, ao protagonismo e emponderamento dos estudantes, valorizao de

    saberes socioculturais j construdos, bem como ao envolvimento com diversas modalidades

    lingusticas existentes no mundo contemporneo multiletramento

    A concepo de multiletramento trazida aqui a apresentada por Guimares e Dias (2002)

    e destaca a necessidade do professor buscar, cada vez mais, percorrer

    mltiplos caminhos e alternativas, distanciando-se do discurso monolgico da resposta certa, da sequncia linear de contedos, de estruturas rgidas dos saberes prontos, com compromissos renovados em relao flexibilidade, e variedade, alm da contextualizao no mundo das relaes sociais e de interesses dos envolvidos no processo de aprendizagem (GUIMARES; DIAS, 2002, p 23)

    Enfim, o que apresentamos aqui so apenas alguns exemplos dentro da infinidade de

    possibilidades existentes Cabe ao professor adequar, ampliar, construir novas propostas a

    partir das referncias e conduzi-las da maneira que lhe for mais conveniente, levando em

    considerao o pblico alvo, a realidade escolar, o contexto socioambiental e cultural da sua

    regio, especialmente tendo em vista alcanar as expectativas de aprendizagem previstas

    para cada temtica

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    18

    2. ORIEntAES MEtODOLGIcAS1

    As instituies educacionais devem possibilitar aos estudantes o acesso s informaes

    em suas mltiplas dimenses e por meio de estratgias educativas, que favoream a

    construo e a ressignificao de conhecimento O trabalho escolar em Cincias Naturais

    representa a transposio do saber comum para o cientfico Para isso, o conhecimento

    deve ser reestruturado, esquematizado, simplificado e reconstrudo, de modo a promover

    sua assimilao pelos estudantes Nessa perspectiva, o professor deve assumir a importante

    funo de mediar a interao dos estudantes com os objetos de conhecimento

    Para possibilitar que os educadores diversifiquem os modos pelos quais sero abordadas

    e avaliadas as expectativas de aprendizagem propostas nos Parmetros Curriculares de

    Pernambuco, apresentamos, neste documento, algumas sugestes metodolgicas que,

    tambm, podem ser utilizadas como instrumentos avaliativos

    Considerando as diferentes circunstncias em que ocorrem o ensino e a aprendizagem,

    de suma importncia que o processo educativo esteja impregnado por um vasto repertrio

    de estratgias didticas, possibilitando alcanar as mltiplas habilidades dos estudantes

    Os procedimentos devem estimular a curiosidade e favorecer o raciocnio crtico, objetivando

    incentivar a investigao, desenvolver a capacidade de comunicao, a interpretao de

    fatos e dados, com anlise e sntese para aplicao na prtica

    O professor poder incluir diversas formas de expresso do conhecimento, fazendo uso de

    recursos audiovisuais, msicas, artes cnicas etc A expresso verbal em atividades como

    rodas de conversa, debates e seminrios oferece oportunidades de compartilhar, confrontar

    e articular ideias, fortalecendo a capacidade argumentativa

    Entre outras atividades, que podem ser desenvolvidas para trabalhar o conflito entre as ideias

    novas e as prvias, tm-se mostrado produtivas aquelas que favorecem a ressignificao de

    conceitos, a contextualizao, a problematizao e a interdisciplinaridade

    Os temas transversais foram propostos para atender s demandas da prtica social, de

    1 Texto extrado dos Parmetros para a Educao Bsica do Estado de Pernambuco (de Orientaes metodolgicas at Animaes, Simulaes e Jogos, inclusive)

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    19relevncia e atualidade nas dimenses conceitual, procedimental e atitudinal, visando a

    subsidiar prticas para a vida saudvel e o exerccio da cidadania em sua plenitude

    Os temas transversais devem ser trabalhados em interface com as expectativas de

    aprendizagem, articulando-se progressivamente com os processos de crescimento e

    desenvolvimento cognitivo dos estudantes

    2.1. sUgEstEs dE aBOrdagENs traNsvErsais

    tica

    Questes como relaes entre conhecimento cientfico, tcnicas e tecnologias,

    transformaes sociais causadas pelas inovaes tecnolgicas e neutralidade ou no do

    conhecimento cientfico, formam o cenrio ideal para o desenvolvimento dos contedos da

    tica em Cincias no Ensino Fundamental

    Sade

    A sade como tema transversal visa ao autoconhecimento para o autocuidado e sade na

    vida coletiva O autoconhecimento para o autocuidado possibilita o entendimento de que

    a sade tem uma dimenso pessoal que se expressa, no espao e no tempo de vida, pelos

    meios de que cada ser humano dispe para trilhar seu caminho em direo ao bem-estar

    fsico, mental e social No entanto, deve ser reforado que o mbito do autocuidado no

    est relacionado automedicao Nos contedos que tratam da sade, transversalizam-se

    questes ligadas alimentao e medicao, ao saneamento bsico, segurana e aos

    cuidados no consumo dos alimentos e produtos usados na limpeza domstica

    Meio ambiente

    So grandes os desafios quando procuramos direcionar as aes para a melhoria das

    condies de vida no mundo Assim, os contedos de meio ambiente devem estar

    integrados s demais reas de conhecimento, numa relao de transversalidade, de modo

    que impregnem a prtica educativa e criem uma viso local e global da questo ambiental,

    nos aspectos fsico, histrico e social Em relao transversalidade da questo ambiental,

    o currculo de Cincias pode abordar os blocos dos ciclos da natureza, do manejo e da

    conservao ambiental e as relaes entre sociedade e meio ambiente

    Orientao sexual

    As famlias reivindicam a presena da orientao sexual na escola, pois reconhecem sua

    importncia para as crianas e os jovens, assim como a dificuldade em abordar tais questes

    em casa A partir da distino entre os conceitos de organismo e corpo, a abordagem deve

    ir alm das informaes sobre anatomia e fisiologia, pois os rgos no existem fora de um

    corpo que funciona de forma sistmica A abordagem da orientao sexual, nesse sentido,

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    20deve favorecer a apropriao do prprio corpo, contribuindo para o fortalecimento da

    autoestima e a conquista de maior autonomia, dada a importncia do corpo na identidade

    pessoal Como tema transversal, pode-se abordar em orientao sexual: diferena sexual

    entre gneros, relaes homoafetivas, respeito ao outro, doenas sexualmente transmissveis,

    gravidez na adolescncia, entre outros assuntos

    Pluralidade cultural

    Ao tratar de diferentes vises de mundo, possvel articular a concepo de tempo com

    mitos da gnese do universo, numa comparao com a estruturao e a especificidade do

    pensamento cientfico A pluralidade cultural valoriza a possibilidade de mudanas como

    obra humana coletiva, comportando anlises especficas e devendo ser tratada, em especial,

    em proximidade com os interesses dos adolescentes, tais como: violncia sexual, explorao

    do trabalho, drogas, alcoolismo, criminalidade, entre outros

    Trabalho e consumo

    A transversalidade do trabalho e do consumo deve possibilitar a discusso dos processos

    de apropriao e transformao dos componentes da natureza em produtos necessrios

    vida humana Aparelhos, mquinas, instrumentos, materiais e processos que possibilitam

    essa transformao pelo ser humano devem ser considerados em relao cincia e

    tecnologia como frutos do empreendedorismo social, em um mundo real, concreto e

    historicamente circunstanciado Ao discutir Cincias, Tecnologia, Sociedade e Ambiente

    (CTSA), a transversalidade se d no estudo da produo de bens e servios: como eles

    se modificam no tempo histrico; como se criam constantemente novas necessidades; o

    impacto sobre o meio ambiente e as relaes envolvidas nas esferas produtivas (relaes de

    trabalho e consumo)

    Empreendedorismo

    Empreender alterar a realidade para obter a autorrealizao, oferecendo valores positivos

    para o coletivo O empreendedorismo pode representar uma ferramenta singular para o ensino

    e a aprendizagem de Cincias Naturais A utilizao das expectativas de aprendizagem em

    desenvolvimento ou j consolidadas pode propiciar a previso cientfica em vrios aspectos,

    como as consequncias do uso de novas tecnologias, da liberao de medicamentos, da

    proliferao de vetores de doenas, da utilizao de novas matrias-primas, dos impactos

    ambientais, dentre outras Assim, o empreendedorismo na abordagem transversal pode

    oportunizar o estabelecimento de relaes entre o meio ambiente e a sociedade de modo

    sustentvel, aplicando a atividade empreendedora de utilizao, manipulao e modificao

    do ambiente de forma consciente e criteriosa

    Cultura Digital

    A sociedade atual conhecida como a Sociedade do Conhecimento no apenas pela

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    21quantidade de informaes geradas e divulgadas, mas, principalmente, pelo que se faz com

    toda essa informao A Cultura Digital baseia-se na Cibercultura, numa perspectiva de uso

    das Tecnologias da Comunicao e Informao na escola, para promover a produo e

    autoria de alunos e docentes, para a promoo de redes de comunicao e saberes escolares

    e para o trabalho coletivo e cooperativo TVs, celulares, internet e jogos esto presentes na

    vida de nossos alunos em diversos graus, e o uso desses equipamentos de modo proativo,

    qualificado e orientado pelos docentes pode enriquecer a escola na promoo de uma

    aprendizagem centrada nos estudantes

    2.2 sUgEstEs mEtOdOlgiCas gErais

    As sugestes metodolgicas gerais representam propostas que devem ser aplicadas em

    conjunto e de forma articulada para cada expectativa de aprendizagem ou articulando vrias

    expectativas ou disciplinas

    Ressignificao dos conceitos

    Antes mesmo do processo de escolarizao formal, os estudantes constroem concepes

    sobre o significado das palavras e do mundo So as chamadas concepes alternativas

    ou prvias que, muitas vezes, se restringem ao senso-comum As concepes prvias

    representam variveis das mais importantes no ensino de Cincias Naturais Assim, o educador

    deve investir na compreenso das concepes prvias dos estudantes, no significado que

    atribuem s palavras, para, partindo desse entendimento, problematizar situaes que exijam

    o confronto de vises de mundo e a elaborao de novos significados Nesse processo

    de confronto e construo, os conceitos so ressignificados e a apropriao do conceito

    cientfico torna-se, potencialmente, mais eficaz

    Contextualizao

    Muitas vezes, no processo de ensino e aprendizagem, o estudante assume uma posio

    passiva A contextualizao um recurso que tira o estudante dessa condio de mero

    espectador e o faz assumir as responsabilidades da aprendizagem, pois o mobiliza para

    estabelecer uma relao de reciprocidade com o objeto do conhecimento A contextualizao

    evoca reas, mbitos ou dimenses presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza

    capacidades cognitivas j adquiridas e em desenvolvimento

    Problematizao

    No processo de ensino e aprendizagem, fundamental que o estudante seja instigado a

    participar efetivamente da busca de solues para os problemas propostos O modo de

    formular as questes e de dar instrues ao estudante deve permitir e favorecer o alcance

    de concluses diferentes das esperadas A resoluo de situaes-problema um fator

    que possibilita saber a verdadeira fase de desenvolvimento cognitivo do estudante, pois

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    22determina seu nvel de desenvolvimento real e o que poder ser alcanado com o auxlio de

    outro indivduo em nvel mais avanado

    Interdisciplinaridade

    Interdisciplinarmente, uma investigao deve partir da necessidade de explicar, compreender,

    intervir, mudar, prever algo que desafia, necessitando a ateno de mais de um olhar, ou

    seja, a atividade deve estar sustentada por um eixo integrador Nesse sentido, explicao,

    compreenso, interveno so processos que requerem um conhecimento que vai alm

    da descrio da realidade e mobiliza capacidades cognitivas para deduzir, fazer inferncias

    ou previses a partir do fato observado Por meio do problema gerador, so identificados

    os conceitos que podem contribuir para descrev-lo, explic-lo e tecer os caminhos que

    conduziro s solues Dessa forma, na concepo, execuo e avaliao interdisciplinar,

    os conceitos utilizados devem ser formalizados, sistematizados e registrados no mbito

    dos componentes curriculares, que contribuem para o desenvolvimento do projeto e no

    de forma isolada ou com alguma especificidade disciplinar, como ocorre nos projetos

    multidisciplinares

    Recursividade

    A recursividade consiste no desenvolvimento das expectativas de aprendizagem de forma

    gradual e em espiral, o que possibilita a elevao dos nveis de complexidade e contextos

    durante todo o Ensino Fundamental Dessa maneira, as expectativas de aprendizagem devem

    estar distribudas ao longo desse perodo, observando-se o que se espera ser ensinado-

    aprendido no ano escolar, considerando-se a faixa etria do estudante No currculo com a

    perspectiva recursiva, os contedos no apresentam temporalidade fixa, assim como no

    esto sobrepostos num sentido de acumulao Ao contrrio, o conhecimento vai sendo

    ensinado-aprendido gradativamente A recursividade possibilita a aquisio ou construo do

    conhecimento em um nvel maior de complexidade, em cada etapa do processo, estando

    adaptvel capacidade cognitiva do estudante que aprende em um contexto, muitas vezes

    real e nem sempre condizente com o desenvolvimento potencial

    Alfabetizao e letramento cientfico

    Na contemporaneidade, de fundamental importncia a compreenso dos processos

    pelos quais a linguagem das Cincias adquire significados, possibilitando aos estudantes

    a ampliao do universo de conhecimento e da cultura, de maneira a formar-se como

    cidado inserido na sociedade Assim, a alfabetizao, que consiste na compreenso da

    Cincia e da Tecnologia, torna-se fundamental ao estudante para atuar, responsavelmente,

    como cidado e consumidor, na sociedade O letramento, por sua vez, consiste no saber

    fazer, isto , no domnio das tcnicas prprias da Cincia e da Tecnologia

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    232.3 sUgEstEs mEtOdOlgiCas EsPECFiCas

    As sugestes metodolgicas especficas representam estratgias de ensino que podem ser

    aplicadas individualmente ou em pequenos grupos, para a efetivao de tpicos/contedos

    ou expectativas de aprendizagem

    Contato com a Histria das Cincias Naturais

    Orientada por uma viso de mundo especfica, a comunidade cientfica produz um tipo

    prprio de conhecimento, que se modifica ao longo do tempo Para evitar uma viso da

    Cincia como um conhecimento pronto, inquestionvel e isento de interferncias sociais,

    econmicas e culturais, e promover a compreenso processual da construo da Cincia

    preciso trabalhar a dimenso da Histria das Cincias Naturais A relao entre as explicaes

    cientficas e o contexto scio-histrico de sua produo e a constatao de que princpios

    considerados fundamentais, em determinadas pocas, foram modificados ou substitudos

    por outros, podem ajudar o estudante a perceber o carter histrico da produo cientfica,

    alm de permitir o contato dele com o mtodo e o pensamento cientficos

    O ensino por investigao

    No ensino de Cincias por investigao, os estudantes interagem, exploram e experimentam

    o mundo natural, mas no so abandonados prpria sorte, nem ficam restritos a

    uma manipulao ativista e puramente ldica Nessa perspectiva, a aprendizagem de

    procedimentos ultrapassa a mera execuo de certo tipo de tarefas, tornando-se uma

    oportunidade para desenvolver novas compreenses, significados e conhecimentos do

    contedo ensinado As atividades de carter investigativo implicam, inicialmente, a proposio

    de situaes problema que ento orientam e acompanham todo o processo de investigao

    Nesse contexto, o professor desempenha o papel de mediador das atividades O professor

    oportuniza, de forma significativa, a vivncia de experincias pelos estudantes, permitindo-

    lhes, assim, a construo de novos conhecimentos acerca do que est sendo investigado

    As atividades investigativas podem caracterizar-se como prticas experimentais de campo

    e de laboratrio, de demonstrao, de pesquisa, com filmes, de simulao de computador,

    com bancos de dados, de avaliao de evidncias, de elaborao verbal e escrita de um

    plano de pesquisa, entre outros

    Atividades experimentais

    As situaes de experimentao devem propiciar oportunidade para que os estudantes

    elaborem hipteses, testem-nas, organizem os resultados obtidos, reflitam sobre o

    significado de resultados esperados e, principalmente, sobre o dos inesperados, e usem

    as concluses para a construo do conceito pretendido A experimentao no exige

    recursos sofisticados ou laboratrios bem equipados Muitas vezes, experimentos simples

    que podem ser realizados em casa, no ptio da escola ou na sala de aula, com materiais do

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    24dia a dia, levam a descobertas importantes Outras vezes, podem ser realizados experimentos,

    utilizando-se laboratrios virtuais que, alm de valer-se do recurso tecnolgico, possibilitam

    a realizao de experimentos de outra forma inacessveis

    Atividade prtica no deve se constituir apenas em atividade mecnica de medio,

    observao, descrio, entre outras, sem que se extraiam lies sobre o objeto estudado O

    objeto em estudo de uma atividade experimental pode ser um animal vivo ou conservado,

    uma planta ou parte dela, um fenmeno fsico ou qumico, ou ainda, o objeto pode ser uma

    regio florestal ou um rio, entre outros Frente a essa concepo, a atividade prtica para

    um ensino de Cincias significativo pressupe participao do estudante em uma situao

    de ensino e aprendizagem, em que se exercite a anlise e reflexo sobre dados primrios da

    natureza

    A busca dessas situaes leva o professor a criar tarefas que propiciem aos estudantes,

    experincias fsicas e lgico-matemticas, para as quais se faz necessrio integrar questes,

    leituras ampliadas e debates, que complementam a atividade prtica em si

    A vivncia de situaes com o objeto fisicamente presente possibilita o estmulo no

    somente cognitivo, mas tambm emocional com a atividade, o que provavelmente estimula

    os estudantes busca de novas elaboraes tericas Por isso, as atividades prticas podem

    ser desenvolvidas em salas de aula, laboratrios, jardins escolares e em diversos ambientes

    externos escola, como parques, jardins pblicos, reservas ambientais, museus ou, mesmo

    na casa do estudante

    Demonstraes, excurses, experimentos e determinados jogos, desde que permitam

    experincias diretas com objetos presentes fisicamente, podem, de acordo com a definio

    proposta pelos autores do presente estudo, ser considerados atividades prticas Nesse

    sentido, atividades prticas no contemplam somente um debate, leitura, aula expositiva e

    outras de natureza terica Esse tipo de atividade tem um forte potencial na sistematizao

    das aulas prticas, mas no se configuram como tal (ANDRADE & MASSABNI, 2011)

    Trabalho de campo

    A conscincia de que a interferncia do ser humano pode ser extremamente mais impactante

    que a de outros seres vivos de fundamental importncia para a formao da conscincia

    ecolgica Assim, a explorao ampla e diversificada do ambiente, por meio do trabalho de

    campo, habitua o estudante a observar os fenmenos tal como acontecem na realidade,

    estimulando a compreenso das mltiplas formas de interao dos seres vivos com o meio

    ambiente Ao deslocar o ambiente de aprendizagem para fora da sala, o trabalho de campo

    articula e motiva os estudantes O contato com a natureza, o convvio com seus elementos

    representam experincias vivenciais insubstituveis, que podem conduzir ao reconhecimento

    da natureza como um valor e alterar a forma de atuao nela

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    25Atividades ldicas

    O ldico pode ser definido como uma categoria geral na qual esto inseridas todas as

    atividades que tm caractersticas de jogos, brinquedos e brincadeiras As atividades ldicas

    so fundamentais no desenvolvimento e na educao, sendo capazes de promover

    o desenvolvimento pessoal e sociocultural, revitalizando os processos de ensino e

    aprendizagem, tornando-os mais ricos e significativos Os jogos e brincadeiras so elementos

    muito valiosos no processo de apropriao do conhecimento Permitem o desenvolvimento

    de competncias e habilidades no mbito da comunicao, das relaes interpessoais, da

    liderana e do trabalho em equipe, utilizando a relao entre cooperao e competio em

    um contexto formativo O jogo oferece o estmulo e o ambiente propcios que favorecem

    o desenvolvimento espontneo e criativo dos estudantes Ao professor, permite ampliar

    o conhecimento em tcnicas ativas de ensino, desenvolvendo capacidades pessoais e

    profissionais para estimular, nos estudantes, a capacidade de comunicao e expresso,

    mostrando-lhes uma nova maneira, ldica, prazerosa e participativa, de relacionar-se com o

    contedo escolar, levando a uma maior apropriao dos conhecimentos envolvidos Utilizar

    jogos como instrumento pedaggico no significa trabalhar com jogos prontos, nos quais

    as regras e os procedimentos j esto determinados, mas, principalmente, implica estimular

    a criao, pelos estudantes, de jogos relacionados com os temas discutidos no contexto da

    sala de aula

    Seminrios

    A apresentao de um seminrio propicia a utilizao de material audiovisual, estimula a

    criatividade na confeco de cartazes e slides e o desenvolvimento da escrita, oralidade e

    capacidade de sntese, pois devem ser produzidos textos para apresentao ao professor

    e aos colegas A comunicao oral geralmente difcil para os estudantes O seminrio

    oportuniza a eles pesquisarem em diferentes fontes, visitar instituies, entrevistar

    especialistas, organizar ideias, realizar julgamentos crticos e exercitar posturas ticas Alm

    disso, ensina-lhes a ordenar as ideias para exp-las e defend-las perante os colegas, a ouvir

    crticas, debat-las e sustent-las de forma argumentativa

    Desenvolvimento de projetos

    A participao dos estudantes na definio dos temas e na elaborao de protocolos para

    o desenvolvimento das atividades de fundamental importncia em um projeto Todas as

    etapas devem ser discutidas, com a delimitao clara do papel de cada estudante O ensino

    por meio de projetos, alm de consolidar a aprendizagem, contribui para a apropriao de

    contedos procedimentais e atitudinais e para a aquisio de princpios, que podem ser

    generalizados para situaes alheias vida escolar Trabalhar em grupo produz flexibilidade,

    dilogo argumentativo sobre o pensamento do outro, auxiliando no desenvolvimento

    da autoconfiana necessria para engajamento na atividade, participao na diviso de

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    26trabalho e das responsabilidades e na aceitao do outro Fazer parte de uma equipe

    exercita a autodisciplina e o desenvolvimento de autonomia Essa participao cria um

    comprometimento e uma responsabilidade compartilhada quanto execuo e ao sucesso

    do projeto Assim, um projeto no deve ser uma tarefa determinada pelo professor, mas sim

    um trabalho eleito e discutido por todos, professor e estudantes

    Animaes, Simulaes e Jogos

    O uso de animaes, simulaes e jogos, na perspectiva da Cibercultura, podem auxiliar

    na compreenso dos contedos pelos estudantes Eles podem ser usados para apresentar

    contedos, testar hipteses, sistematizar conceitos e reforar contedos, entre outros Hoje

    existem diversos bancos de dados gratuitos e pagos que renem bastante material pronto,

    para uso direto do professor No entanto, preciso que essas ferramentas estejam inseridas

    no planejamento de ensino de cada disciplina, para que o professor saiba o que fazer,

    quando fazer e para que servir a atividade

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    27

    3. AVALIAO DA APREnDIZAGEM

    A avaliao no processo de aprendizagem deve apontar o estgio de desenvolvimento em

    que o estudante se encontra, detectando suas dificuldades e possibilidades de avanos

    Assim sendo, a avaliao tem como objetivo localizar as dificuldades dos estudantes

    para o replanejamento de atividades, que visem a sanar as deficincias diagnosticadas

    Apresentamos a seguir alguns instrumentos de avaliao, que podem servir como modelo

    para serem utilizados no ano de escolaridade a critrio do professor

    3.1 diriO dE BOrdO

    O dirio de bordo uma forma de registro de uma observao, como se fosse feito por um

    viajante que estivesse a bordo de um meio de transporte: avio, barco, carro, trem ou navio

    O que caracteriza essa atividade o registro feito em intervalos pequenos (dirios ou quase

    dirios), com riqueza de detalhes e com ilustrao do que foi observado

    Pode ser feito individualmente: cada estudante realiza o seu prprio dirio, em caderno ou

    folhas de papel So importantes o acompanhamento e a orientao do professor, para

    que o estudante se interesse em fazer o registro e o perceba como significativo para sua

    aprendizagem No caso dos dirios de bordo em pequenos grupos, os componentes dividem

    as tarefas de escrever, ilustrar e acompanhar o que est sendo observado So necessrios

    momentos de troca de ideias no grupo, para que a atividade desenvolva as habilidades de

    trabalho em equipe Na modalidade de dirio de bordo coletivo, toda a classe participa da

    atividade, com a orientao do professor Os estudantes decidem o que registrar, quem

    escreve e quem desenha, a cada momento Essa forma fica mais significativa se feita em

    cartaz para ficar exposto na sala

    3.2 CaixiNha dE msiCa

    Solicite que os estudantes, em dupla, criem perguntas sobre determinado assunto Rena

    em uma caixinha essas perguntas, depois de revistas por voc, professor, e passe a caixinha

    de mo em mo, enquanto todos, em roda, ouvem uma msica Interrompa a msica e

    pea ao estudante que est com a caixinha na mo que retire uma pergunta, leia-a e d a

    resposta Se houver dificuldades, todos podem ajud-lo

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    283.3 JOgO dE trilha

    Cada grupo de estudantes cria uma trilha numerada Em diversos cartes, escrevem-se

    perguntas que sero distribudas na trilha Jogando com dados e marcadores, o estudante

    que cair em uma casa com pergunta deve responder a ela para prosseguir Caso no o

    consiga, os outros participantes podem ajud-lo O carto deve ser trocado at que ele

    acerte outra pergunta e continue a caminhar

    3.4 BiNgO

    Material necessrio: 10 perguntas ou respostas (numeradas de 1 a 10) elaboradas pelos

    estudantes e revistas pelo professor; cartelas como de Bingo, com oito espaos e somente

    cinco ocupados com nmeros que variam de 1 a 10, peas para marcao

    Procedimento: o professor sorteia uma pergunta ou resposta, fala o nmero e os estudantes

    que tm esse nmero na cartela anotam a pergunta ou a resposta no caderno Se for uma

    resposta, eles devem criar uma pergunta coerente com ela Se for uma pergunta, eles devem

    dar a resposta

    Quando todos tiverem marcado toda a cartela e realizado a tarefa de responder ou perguntar,

    o professor faz os comentrios e uma avaliao/correo oral

    3.5 varal dE dEsaFiOs E PrOBlEmas

    medida que os assuntos forem sendo desenvolvidos, incentive os estudantes a responderem

    aos desafios e problemas relacionados, expostos em um varal da sala Em data marcada, faa

    um comentrio sobre alguns desses desafios e problemas, observando como os estudantes

    esto se saindo

    3.6 POrtFliO

    um conjunto de diferentes tipos de documentos que mostra como os conhecimentos

    foram sendo construdos, as estratgias utilizadas para aprender e a motivao do estudante

    para continuar aprendendo O portflio, diferentemente de outras formas de avaliao,

    como o exame ou a prova de escolha mltipla, d a oportunidade aos professores e aos

    estudantes de refletirem sobre o processo vivido e sobre suas mudanas ao longo do curso

    No que diz respeito aos professores, o portflio permite que eles acompanhem o trabalho

    dos estudantes em um contexto, em que a atividade de ensinar no considerada como

    uma atividade complexa baseada na entrada e sada de informao, mas em elementos e

    momentos inter-relacionados

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    29Avaliar um portflio no mais difcil do que avaliar e qualificar o saber explicitado em

    um exame, em um ensaio, em um trabalho de pesquisa ou em um projeto de trabalho,

    ainda que possa ser, e de fato o , pela quantidade e diversidade de informao que se

    recolhe, mais trabalhoso necessrio que o professor estabelea os critrios que sero

    usados na avaliao e explique-os de forma pormenorizada aos estudantes, antes que eles

    iniciem a realizao do portflio Tais critrios podem envolver, desde a mera recopilao

    de evidncias at a interpretao dos problemas surgidos ao longo do processo de

    aprendizagem (HERNNDEZ, 2000, p 172-173)

    3.7 traBalhO COm FilmE/vdEO

    O professor deve assistir ao filme, antes de realizar a atividade com os estudantes e elaborar

    um roteiro para orient-los

    Ttulo do filme

    Nacionalidade

    Ficha tcnica: Empresa produtora; Categoria; Direo; Fotografia; Sinopse

    Objetivos do filme

    Aspectos que devem ser observados

    Questes para debate

    3.8 traBalhO Em grUPO

    Tema: O tema deve ser um problema que instigue a pesquisa e de onde se extrair uma

    mensagem

    Desenvolvimento:

    a) Pesquisa individual em casa e redao preliminar, que dever ser apresentada para os

    colegas do grupo, em sala de aula

    b) Construo do texto final pelos componentes do grupo, a partir dos resumos individuais

    Essa parte dever ser realizada em sala de aula e o texto final dever constar de:

    Introduo: viso geral do tema

    Desenvolvimento: momento de tornar evidente o tema

    Concluso: apresentao dos resultados da pesquisa

    Referncias

    3.9 traBalhO dE CamPO

    importante que o professor explique sobre o campo a ser visitado e elabore, juntamente

    com os estudantes, um roteiro de visitao, que contenha:

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    30a) a justificativa

    b) os objetivos

    c) o desenvolvimento (passos metodolgicos e critrios)

    d) a avaliao

    O produto final pode ser uma:

    Produo de um texto reflexivo

    Exposio de fotografias

    Apresentao de um vdeo

    Produo de um trabalho artstico

    Para cada produto final, o professor deve deixar claro, para os alunos, os critrios de avaliao

    3.10 PEsqUisa EsCOlar

    Tema: o tema deve ser um problema que motive a pesquisa e de onde se extrair uma

    mensagem importante delimitar o tema a ser pesquisado, visto que quanto maior for a

    extenso de um assunto menor ser sua compreenso

    Fontes de informao: Devem ser acessveis e adequadas faixa etria podendo ser usados

    computadores, livros, filmes, documentos, fotografias, dicionrios, jornais e revistas

    Para organizar e avaliar as informaes, o estudante deve: reler as anotaes das

    diferentes fontes; agrupar as informaes semelhantes; selecionar e organizar aquelas

    mais interessantes; julgar a veracidade e a relevncia da informao e da fonte; detectar

    preconceitos e manipulaes

    Estrutura do produto final:

    Introduo: apresentao resumida da ideia geral da pesquisa e sua importncia.

    Desenvolvimento: descrio do tema.

    Concluso: apresentao dos resultados da pesquisa.

    Referncias: devem ser escritas de acordo com as normas da ABNT.

    3.11 rEsUmO

    Resumir encontrar a ideia principal e os pontos importantes de um texto

    Cada pargrafo contm uma ideia bsica e como um captulo, normalmente, formado

    por vrios pargrafos, ento fundamental que se descubra a ideia bsica de cada um,

    atribuindo-lhe um ttulo Aps dar ttulos a todos os pargrafos, deve-se ampliar esse ttulo, a

    partir da ideia nele contida No final, tem-se um novo texto mais sucinto

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    313.12 PrOva dE qUEstEs dE rEsPOstas CONstrUdas

    Uma prova de boa qualidade deve ter:

    Instrues informando as habilidades, o nmero de questes, os valores e as normas

    para a resoluo da prova

    Linguagem apropriada ao estudante para o qual foi elaborada.

    Linguagem apresentando claramente o problema a ser solucionado.

    Questes formuladas para verificar a aprendizagem de contedos relevantes e habilidades

    desenvolvidas

    Nmero de questes compatveis com o tempo previsto para sua resoluo.

    Grau de dificuldade determinado pela natureza do contedo.

    3.13 PrOva Em dUPlas

    A prova em duplas dever acontecer em dois momentos:

    Um momento individual na sala de aula, em data anterior aplicao da prova em duplas.

    Nesse momento, a prova pode conter apenas questes de mltipla escolha ou questes

    de mltipla escolha e de respostas mltiplas Esta prova pode valer aproximadamente

    40%

    Um momento em duplas, tambm na sala de aula, com questes discursivas que avaliem

    habilidades mais complexas que promovam discusso entre a dupla Outra sugesto

    que o professor selecione um dos temas estudados e pea aos estudantes que tragam

    notcias ou reportagens sobre o mesmo A dupla discute as duas reportagens e produz

    um texto nico, relacionando o que leram Para este momento, sugerimos o valor de

    60%

    Toda prova em dupla dever ser acompanhada de uma autoavaliao, que dever ter a

    funo de avaliar o aspecto atitudinal que esse instrumento possibilita

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    32

    4. SEQUncIAS DE AtIVIDADES DIDtIcAS PARA O 6 AnO DO EnSInO fUnDAMEntAL

    4.1 sEqUNCia 01

    Eixo Temtico: Vida e Ambiente

    Tema da Atividade: Fluxo de Matria e Energia Cadeias Alimentares

    Apresentao

    Este documento est estruturado da seguinte forma: apresentamos propostas de atividades,

    que visam ao levantamento de concepes prvias acerca das cadeias alimentares, atividades

    de ampliao do conhecimento especfico, atividade de sistematizao, bem como textos

    para leitura complementar, suporte ao professor

    Dicas e sugestes ao professor esto

    distribudas ao longo dos textos inseridos nos bales de

    dilogo.

    O professor, frente aos exemplos de atividades aqui apresentados, pode adequar, ampliar e

    conduzir as atividades da maneira que lhe for mais conveniente, levando em considerao

    o pblico alvo, a realidade escolar, os contextos socioambiental e cultural da sua regio

    As atividades propostas visam alcanar as expectativas de aprendizagem previstas para a

    temtica que apresentamos a seguir

    Sugerimos ao professor buscar, ao mximo, exercer sua prtica dentro dos princpios da

    interdisciplinaridade Em algumas das atividades, j sugerimos direcionamentos para que

    isso ocorra

    Expectativas de Aprendizagem

    As expectativas de aprendizagem para os estudantes do 6 ano do Ensino Fundamental,

    relativas a esse tema, esto em conformidade com os parmetros para a Educao Bsica

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    33do Estado de Pernambuco (outubro de 2012), que visam favorecer aos estudantes o

    desenvolvimento de habilidades para:

    compreender o fluxo de matria e energia, ao longo dos ambientes naturais e artificiais,

    considerando as cadeias alimentares;

    compreender a cadeia alimentar como fluxo de matria e energia nos ecossistemas;

    representar o fluxo de matria e energia das cadeias alimentares, por meio de linguagem

    simblica;

    classificar os seres vivos representados em uma cadeia alimentar quanto ao hbito

    alimentar, grau de consumo e nvel trfico;

    reconhecer a importncia dos seres fotossintetizantes nas snteses de alimento para

    outros seres vivos, para compreend-los como iniciadores das cadeias alimentares

    Desenvolvimento

    Atividade 1 Problematizao: Levantamento de concepes prvias

    Professor(a) lembre-se de que:

    Figura 1 Diagrama dos princpios da problematizao Elaborado pelas autoras

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    34Conduo da atividade

    Disponibilizar para os estudantes:

    cola, canetinhas coloridas e uma folha grande de papel kraft;

    fichas (tamanho meio ofcio) com ilustraes de diversos representantes de seres vivos:

    vegetais, animais ( herbvoros e carnvoros) e fungos, utilizando imagens de espcies

    existentes na regio

    1. Criando uma histria: Onde tem caa tem caador.

    O professor pode sugerir outro ttulo que remeta s relaes alimentares

    11 Pea a cada estudante que crie uma histria com os personagens ilustrados nas fichas e

    registre no caderno para posterior anlise do professor

    12 Em seguida, organize os estudantes em grupo Cada estudante socializar sua histria e o

    grupo reconstruir uma nica histria A histria do grupo dever ser representada, por meio

    de um painel em papel kraft, a ser elaborado, a partir de colagens das fichas disponibilizadas

    pelo professor e desenhos livres

    13 Os grupos devero socializar na turma as histrias criadas

    Durante a apresentao, fique atento s

    falas, anote-as e lance novas perguntas para instigar os estudantes a expressarem suas

    concepes acerca dos elos alimentares que os personagens da histria

    estabelecem entre si.

    Essas concepes o

    auxiliaro na conduo da atividade de forma a (re)

    significar e a ampliar as concepes que o grupo

    j possui.

    14 Durante a apresentao de cada grupo, sugerimos ao professor que faam

    questionamentos, como:

    Quais so os seres vivos da histria?

    De que maneira eles se relacionam entre si?

    Quais so os elementos no vivos da natureza, que compem esta histria (os estudantes

    podero, por exemplo, ter representado, por meio de desenhos, elementos abiticos do

    ambiente: sol, gua, solo, nuvens)?

    Qual a importncia de cada um dos elementos no vivos para os seres vivos representados

    na histria?

    Como cada um dos seres vivos representado consegue energia para realizar as atividades

    descritas na histria?

    Que mudanas aconteceriam se o nmero de determinado ser vivo (exemplifique com

    os personagens da histria) aumentasse ou diminusse?

    Qual a participao do sol na vida de cada um dos seres nesta histria?

    O que acontece com cada um dos seres vivos representados depois que morrem?

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    35Atividade 2 Investigando um ambiente do meu entorno

    A visita a um jardim, a uma horta,

    a um pomar, a uma praia uma boa possibilidade de se investigar o

    hbito alimentar dos seres vivos de um determinado ecossistema. Esse tipo de

    atividade possibilita a integrao de outras reas, favorecendo a

    interdisciplinaridade.

    O trabalho de campo exige

    planejamento. Lembre-se de que, dependendo de sua proposta, voc deve assegurar: transporte, autorizao dos pais, alimentao, itens de segurana,

    visita prvia ao local e preparo dos materiais didticos

    necessrios.

    Conduo da atividade.

    1 Divida a turma em grupos e explique que a atividade ser sistematizada em um portflio

    2 Dentro do possvel, oferea ou pea aos estudantes que tragam de casa: lupa, lanterna,

    termmetro, prancheta de apoio, mquina fotogrfica, saquinhos plsticos para coleta de

    vestgios e carcaas de animais, frutos, sementes, flores que j estejam cados no solo Tais

    instrumentos os auxiliaro na investigao e posterior montagem do portflio

    3 Os estudantes devem observar o ambiente, registrando, por meio de fotos, desenhos

    ou descrio, seus habitantes e outros aspectos que o caracterizam Oriente o registro de

    aspectos como: temperatura, iluminao, cores, cheiros, sons produzidos pelos seres vivos

    que transitam nos diferentes estratos do ecossistema o solo, o ar, a vegetao rasteira e

    copa das rvores, dentre outros

    4 Entregue uma tabela por grupo para registro das observaes

    Sugesto de estruturao da tabela

    Ambiente visitado: _____________________Dia:___/____/___Hora da observao:______

    Registre as caractersticas do ambiente (temperatura, iluminao, cores, cheiros, sons)

    Seres Vivos ou vestgios observados nos diferentes estratos do ambiente

    No solo:

    No ar:

    Na gua:

    5 No retorno da atividade de campo, oriente os estudantes para organizarem os registros

    e, juntamente com os materiais coletados, montarem o portflio do ecossistema visitado

    Exera a interdisciplinaridade!

    Convide os professores de Histria e Geografia para colaborarem nesta

    atividade.

    6 O portflio pode ser montado com a colaborao dos

    professores das demais reas disciplinares Pea aos

    estudantes que, por meio de pesquisa terica e dilogo

    com seus professores, coletem dados para compor o

    documento que deve conter:

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    3661 Caracterizao histrica e geogrfica da regio visitada A representao em mapa e

    a coleta de depoimentos de pessoas da comunidade do entorno, podem enriquecer

    a atividade

    62 Descrio textual das caractersticas fsicas observadas no ambiente visitado

    63 Descrio textual e ilustrada (desenhos, fotos e materiais coletados) dos seres vivos

    observados nos diferentes estratos do ambiente, durante o trabalho de campo

    Disponibilize fontes tericas de pesquisa que possam ser utilizadas

    na sala de aula. Busque a contribuio dos professores de portugus, arte, msica,

    lnguas estrangeiras, para que sejam contempladas as mltiplas formas de

    linguagem e gneros textuais.

    64 Texto elaborado com base em

    pesquisas tericas que contenham

    informaes gerais acerca dos

    espcimes observados (ciclo de vida,

    necessidades para sobrevivncia,

    relaes que estabelecem com outros

    seres vivos, hbitos alimentares etc)

    Valorize a produo dos estudantes!

    65 Texto elaborado com base em pesquisas tericas, que contenham

    informaes gerais acerca das principais espcies tpicas da regio

    66 Depoimentos dos estudantes acerca do que foi mais significativo

    para o grupo ao realizar essa atividade

    7 Socialize na escola o portflio produzido pelos estudantes Essa atividade pode ser restrita

    turma, ser apresentada para a comunidade escolar e/ou ser disponibilizada para o acervo

    bibliogrfico da escola

    Atividade 3 Cadeia Alimentar: ampliando o conhecimento

    Ao realizar o trabalho de campo, provavelmente, voc pode perceber que uma vida depende

    de outra e de tudo que dela participa: o ar, a gua, o solo, o sol Ningum vive sozinho

    Os seres vivos relacionam-se, o tempo todo, com tudo que os cerca E so muitas as

    relaes que os seres estabelecem entre si e com o ambiente Mas, dentre todas as relaes,

    a relao alimentar a que cria o elo mais forte entre os seres vivos

    Sem alimento, no existe vida Substncias como gua, acares, gorduras, sais minerais,

    protenas compem os alimentos Os alimentos desempenham importantes funes no

    corpo dos seres vivos Quais so essas funes?

    Discuta com seus colegas de grupo e registre suas concluses

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    37Quem alimenta quem?

    Lembre-se: disponibilize para

    os estudantes recortes, ilustraes de seres vivos

    tpicos da regio.

    Na luta pela sobrevivncia, os seres vivos servem de alimento para outros seres vivos Observe

    as imagens apresentadas nos grupos 1, 2 e 3, a seguir

    Imagens disponveis em: Acesso em: 10 out 2013

    Montando Cadeias alimentares

    Para realizar esta atividade, voc precisar de uma tesoura e cola

    Voc representar algumas sequncias de Quem alimenta quem? e, para isso, dever

    proceder do seguinte modo:

    a) recorte as ilustraes dos seres vivos disponibilizadas pelo professor;

    b) construa trs sequncias, demonstrando quem serve de alimento para quem;

    c) cole cada uma das imagens nos crculos abaixo, de modo a representar a relao alimentar

    existente entre os organismos de cada grupo

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    38Modelo da prancha a ser utilizada pelos estudantes para colagem das imagens:

    VOC ACABOU DE REPRESENTAR TRS CADEIAS ALIMENTARES

    Em grupo, analise as sequncias montadas Discuta as seguintes questes e registre suas

    concluses:

    1 O que est sendo transferido de um ser vivo para outro, nas diferentes cadeias alimentares

    representadas, que voc apresentou?

    2 Por que as setas esto representadas em uma nica direo (unidirecional)?

    3 Observe os seres vivos, que ocupam o primeiro elo de todas as cadeias alimentares O que

    eles tm em comum?

    4 Se cada um desses seres vivos morrer, eles serviro de alimento para qual ser vivo?

    Atividade 4 Ampliando conhecimento: o fluxo de matria e energia nos ecossistemas

    A matria est constantemente ciclando dentro de um ecossistema (ambiente), ou seja, o

    que os seres vivos retiram do ambiente, eles devolvem Tem sido assim, desde o incio da

    existncia da vida na Terra, at os dias de hoje Trata-se de um ciclo eterno Nos ambientes,

    h uma constante passagem de matria e energia de um ser vivo para outro at chegar aos

    decompositores, que so aqueles que reciclam parte da matria utilizada nesse fluxo

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    39A esse percurso de matria e energia que se inicia em um ser vivo produtor e termina em um

    decompositor, chamamos de cadeia alimentar

    Alm da matria, a energia tambm passa por todos os componentes de um ecossistema,

    s que, enquanto a matria circula, a energia flui, o que significa que a energia, ao contrrio

    da matria, no retorna ao ecossistema

    Apresente o esquema para

    a turma e pea que realizem a atividade

    proposta.

    Disponvel em: Acesso em: 10 out 2013

    As cadeias alimentares podem ser representadas de forma a demonstrar as quantidades de

    energia que fluem de um ser vivo para outro Cada degrau da pirmide representa um nvel

    de energia, conhecido como nvel trfico

    Analise as imagens abaixo e desenvolva as atividades propostas

    1 Preencha os degraus da pirmide com os nomes dos seres representados na cadeia

    esquematizada

    Disponvel em: Acesso em: 10 out 2013

    2 Quantos nveis trficos essa pirmide apresenta?

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    403 Quem ficou no maior degrau, ou seja, onde se concentra a maior quantidade de energia?

    4 O que est acontecendo com a quantidade de energia de um nvel (degrau) para outro?

    5 Por que voc acha que isso acontece?

    6 Considerando o ambiente em que vivem os seres representados na cadeia, estabelea

    uma comparao entre a quantidade (nmeros) de indivduos de cada espcie apresentada

    Se a energia flui ao longo das cadeias alimentares preciso ento que exista uma fonte

    constante de energia que abastea os ecossistemas

    Atividade 5 Ampliando conhecimento: compreendendo o papel dos produtores na captao e transformao de energia

    Analise o esquema e responda questo proposta

    Disponvel em: Acesso em: 10

    out 2013

    Por serem capazes de produzir seu prprio alimento, os produtores so chamados de seres

    autotrficos

    1 Qual a fonte de energia utilizada pela planta para produzir seu alimento?

    2 Que tipo de energia essa fonte primria fornece?

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    413 Essa fonte primria de energia a mesma, que abastece os demais ecossistemas do

    planeta Terra? Justifique

    Associe as ideias...A partir da glicose, acar resultante da fotossntese, as algas e os vegetais produzem,

    ainda, outras substncias nutritivas, como outros acares, amido, celulose, protenas,

    gorduras, leos e vitaminas Ocorre, assim, a transformao da energia primria em

    outro tipo de energia, que fica armazenada nas molculas dessas substncias

    4 Que tipo de energia essa?

    As substncias sintetizadas pelos produtores, juntamente com minerais e gua, formam

    os corpos dos vegetais: suas folhas, caule, razes, frutos, sementes

    5 Como os vegetais conseguem gua e minerais?

    6 Se uma planta ficar no escuro, qual ser a primeira substncia que deixar de produzir?

    Justifique

    Nas cadeias alimentares, todos os indivduos que no so produtores so chamados de

    heterotrficos e representam os consumidores Os consumidores que se alimentam

    diretamente dos produtores so chamados consumidores primrios ou herbvoros

    7 Quais so os herbvoros representados em cada uma das cadeias que voc montou?

    Os animais que se alimentam dos herbvoros so chamados de consumidores

    secundrios ou carnvoros

    8 Quais so os consumidores secundrios da cadeia que voc montou?

    Uma cadeia alimentar pode apresentar vrios outros consumidores: tercirios, e s

    vezes, at quaternrios Os consumidores que se alimentam somente de animais so

    conhecidos como carnvoros ou predadores, e aqueles que se alimentam de animais

    e vegetais so chamados de onvoros

    9 Consulte suas cadeias alimentares e descubra os seres vivos que so:

    a) carnvoros:

    b) onvoros:

    10 E voc, que tipo de consumidor ?

    11 Esquematize uma cadeia alimentar da qual voc faa parte, usando setas e palavras

    12 Classifique cada um dos integrantes da cadeia que voc esquematizou, de acordo com

    o tipo de nutrio

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    42Atividade 6 Sistematizando o conhecimento acerca de cadeias alimentares...

    Faa as atividades e veja o quanto aprendeu sobre as cadeias alimentares.

    Observe a ilustrao da cadeia alimentar e resolva as atividades propostas

    1 Transforme a cadeia alimentar em uma pirmide alimentar

    2 Classifique todos os seres da cadeia quanto ao tipo de nutrio e nvel trfico

    3 O que acontece com a matria, que forma o corpo dos seres depois que eles morrem?

    Disponvel em: < http://profangelobiolblogspotcombr > Acesso em: 10 out 2013

    Avaliao da Aprendizagem

    Como j destacamos nas orientaes didticas, a avaliao deve ser processual, visando

    apontar o estgio de desenvolvimento de cada estudante, identificando as concepes e

    dificuldades referentes temtica A partir do diagnosticado, importante que o professor

    redirecione suas propostas e aes, a fim de sanar, ao mximo, as deficincias individuais

    Neste documento, sugerimos atividades de diversas naturezas e, assim, vrios instrumentos

    avaliativos podem ser utilizados No item Avaliao da Aprendizagem, o professor pode eleger

    o mais adequado para ser aplicado nos diferentes momentos do trabalho

    O importante sempre analisar com o estudante o que os instrumentos apontam, levando-o

    a refletir com tranquilidade acerca do seu processo e se (co)responsabilizar por seu

    aprendizado Sugerimos que o professor privilegie instrumentos que o ajudem a observar

    os avanos, no somente cognitivos, mas tambm os atitudinais, seja nas tarefas individuais

    ou coletivas

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    43Texto de leitura complementar2

    Fluxo de energia nos ecossistemas2

    A luz solar representa a fonte de energia externa sem a qual os ecossistemas no conseguem

    manter-se A transformao (converso) da energia luminosa para energia qumica, que

    a nica modalidade de energia utilizvel pelas clulas de todos os componentes de um

    ecossistema, sejam eles produtores, consumidores ou decompositores, feita atravs

    de um processo denominado fotossntese Portanto, a fotossntese seja realizada por

    vegetais ou por micro-organismos o nico processo de entrada de energia em um

    ecossistema

    Muitas vezes, temos a impresso de que a Terra recebe uma quantidade diria de luz, maior

    do que a que realmente precisa De certa forma isto verdade, uma vez que por maior

    que seja a eficincia nos ecossistemas, os mesmos conseguem aproveitar apenas uma

    pequena parte da energia radiante Existem estimativas de que cerca de 34% da luz solar

    seja refletida por nuvens e poeiras; 19% seria absorvida por nuvens, oznio e vapor de gua

    Boa parte do restante que chega a superfcie da terra, ou seja 47%, ainda refletida ou

    absorvida e transformada em calor, que pode ser responsvel pela evaporao da gua, no

    aquecimento do solo, condicionando, dessa forma, os processos atmosfricos

    A fotossntese utiliza apenas uma pequena parcela (1% a 2%) da energia total que

    alcana a superfcie da Terra. importante salientar que os valores citados acima so

    valores mdios e no especficos de alguma localidade Assim, as propores podem

    embora no muito variar de acordo com as diferentes regies do pas ou mesmo do

    planeta

    Um aspecto importante para entendermos a transferncia de energia dentro de um

    ecossistema a compreenso da primeira lei fundamental da termodinmica que diz:

    A energia no pode ser criada nem destruda e sim transformada Como exemplo

    ilustrativo dessa condio, pode-se citar a luz solar, a qual, como fonte de energia, pode

    ser transformada em trabalho, calor ou alimento em funo da atividade fotossinttica;

    porm de forma alguma pode ser destruda ou criada

    Outro aspecto importante o fato de que a quantidade de energia disponvel diminui

    medida que transferida de um nvel trfico para outro Assim, nos exemplos dados

    anteriormente de cadeias alimentares, o gafanhoto obtm, ao comer as folhas da rvore,

    energia qumica; porm, essa energia muito menor que a energia solar recebida pela planta

    Essa perda nas transferncias ocorre sucessivamente at se chegar aos decompositores

    2 Texto disponvel em:< http://wwwsobiologiacombr/conteudos/bio_ecologia/ecologia6php> Acesso em: 10 out 2013

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    44

    Disponvel em: Acesso em:10 out 2013

    E por que isso ocorre? A explicao para esse decrscimo energtico de um nvel trfico

    para outro, o fato de que cada organismo necessita de grande parte da energia absorvida

    para a manuteno das suas atividades vitais, tais como diviso celular, movimento,

    reproduo etc

    O texto sobre pirmides, a seguir, mostrar as propores em biomassa, de um nvel

    trfico para outro Podemos notar que, medida que se passa de um nvel trfico para o

    seguinte, diminui o nmero de organismos e aumenta o tamanho de cada um (biomassa)

    Pirmides Ecolgicas: Quantificando os Ecossistemas

    Pirmides ecolgicas representam, graficamente, o fluxo de energia e matria entre os

    nveis trficos no decorrer da cadeia alimentar Para tal, cada retngulo representa, de

    forma proporcional, o parmetro a ser analisado

    Esta representao grfica pode ser:

    Pirmide de nmeros Representa a quantidade de indivduos em cada nvel trfico da

    cadeia alimentar proporcionalmente quantidade necessria para a dieta de cada um

    desses

    Imagem disponvel em:< http://wwwsobiologiacombr> Acesso em: 10 out 2013

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    45Em alguns casos, quando o produtor uma planta de grande porte, o grfico de nmeros

    passa a ter uma conformao diferente da usual, sendo denominado pirmide invertida

    Imagem disponvel em:< http://wwwsobiologiacombr> Acesso em: 10 out 2013

    Outro exemplo de pirmide invertida dado, quando a pirmide envolve parasitas, sendo

    assim os ltimos nveis trficos mais numerosos

    Pirmide de biomassa Pode-se tambm pensar em pirmide de biomassa, em que

    computada a massa corprea (biomassa) e no o nmero de cada nvel trfico da cadeia

    alimentar O resultado ser similar ao encontrado na pirmide de nmeros: os produtores

    tero a maior biomassa e constituem a base da pirmide, decrescendo a biomassa nos

    nveis superiores

    Imagem disponvel em:< http://wwwsobiologiacombr> Acesso em: 10 out 2013

    Tal como no exemplo anterior, em alguns casos, pode ser caracterizada como uma

    pirmide invertida, j que h a possibilidade, por exemplo, de reduo da biomassa de

    algum nvel trfico, alterando tais propores

    Pirmide de energia

    A energia solar captada pelos produtores vai se dissipando ao longo das cadeias alimentares

    sob a forma de calor, uma energia que no utilizvel pelos seres vivos medida que

    essa energia dissipada pelo ecossistema, ocorre uma permanente compensao com a

    utilizao de energia solar fixada pelos produtores, passando depois atravs de todos os

    outros elementos vivos do ecossistema

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    46O nvel energtico mais elevado, nos ecossistemas terrestres, constitudo pelas plantas

    clorofiladas (produtores) O resto do ecossistema fica inteiramente dependente da energia

    captada por eles, depois de transferida e armazenada em compostos orgnicos O nvel

    imediato constitudo pelos herbvoros Um herbvoro obter, portanto, menos energia

    das plantas clorofiladas do que estas recebem do Sol O nvel seguinte corresponde ao dos

    carnvoros Apenas parte da energia contida nos herbvoros transitar para os carnvoros

    e assim sucessivamente.

    Foi adaptado um processo de representao grfica dessa transferncia de energia nos

    ecossistemas, denominado pirmide de energia, em que a rea representativa de cada

    nvel trfico proporcional quantidade de energia disponvel Assim, o retngulo que

    representa a quantidade de energia que transita dos produtores para os consumidores de

    primeira ordem maior do que aquele que representa a energia que transita desses para os

    consumidores de segunda ordem e assim sucessivamente

    As cadeias alimentares esto geralmente limitadas a 4 ou 5 nveis trficos, porque h

    perdas de energia muito significativas nas transferncias entre os diferentes nveis.

    Consequentemente, a quantidade de energia que chega aos nveis mais elevados j no

    suficiente para suportar ainda outro nvel trfico

    Imagem disponvel em:< http://wwwsobiologiacombr> Acesso em: 10 out 2013

    Calculou-se que uma superfcie de 40000m2 pode produzir, em condies adequadas,

    arroz em quantidade suficiente para alimentar 24 pessoas durante um ano Se esse arroz,

    em vez de servir de alimento ao homem, fosse utilizado para a criao de gado, a carne

    produzida alimentaria apenas uma pessoa, nesse mesmo perodo

    Quanto mais curta for uma cadeia alimentar, maior ser, portanto, o aproveitamento da

    energia Em pases com falta de alimentos, o homem deve optar por obt-los atravs de

    cadeias curtas Para clculo da eficincia nas transferncias de energia de um nvel para o

    outro, h necessidade de avaliar a quantidade de matria orgnica ou de energia existente

    em cada nvel trfico, ou seja, necessrio conhecer a produtividade ao longo de todo o

    ecossistema

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    47A produtividadedo Ecossistema

    A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade primria bruta (PPB),

    que corresponde ao total de matria orgnica produzida em gramas, durante certo tempo,

    em certa rea ambiental:

    PPB = massa de matria orgnica produzida/tempo/rea

    Descontando desse total a quantidade de matria orgnica consumida pela comunidade,

    durante esse perodo, na respirao (R), temos a produtividade primria lquida (PPL),

    que pode ser representada pela equao:

    PPL = PPB R

    A produtividade de um ecossistema depende de diversos fatores, dentre os quais os mais

    importantes so a luz, a gua, o gs carbnico e a disponibilidade de nutrientes

    Em ecossistemas estveis, com frequncia, a produo de (P) iguala o consumo de (R).

    Nesse caso, vale a relao P/R = 1.

    Imagem disponvel em:< http://wwwsobiologiacombr> Acesso em: 10 out 2013

    Produtividade Primria Bruta (PPB) = Taxa fotossinttica total

    Produtividade Primria Lquida (PPL) = PPB Respirao dos auttrofos

    Produtividade Lquida da comunidade (PLC) = PPL Consumo por herbvoros

    Eficincia Ecolgica

    Eficincia ecolgica a porcentagem de energia transferida de um nvel trfico para o

    outro, em uma cadeia alimentar De modo geral, essa eficincia , aproximadamente, de

    apenas 10%, ou seja, cerca de 90% da energia total disponvel em um determinado nvel

    trfico no so transferidos para a seguinte, sendo consumidos na atividade metablica

    dos organismos do prprio nvel ou perdidos como restos Em certas comunidades, porm

    a eficincia pode chegar a 20%

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    48

    Imagem disponvel em:< http://wwwsobiologiacombr> Acesso em: 10 out 2013

    4.2 sEqUNCia 02

    Eixo Temtico: Vida e AmbienteTema da Atividade: Fluxo de Matria e Energia Teias Alimentares

    Apresentao

    Este documento est estruturado da seguinte forma: apresentamos propostas de atividades

    que visam ao levantamento de concepes prvias acerca da dinmica dos fluxos de matria

    e energia nas teias alimentares; atividades de ampliao do conhecimento especfico;

    propostas de atividades investigativas; atividades de sistematizao e textos de leitura

    complementar para suporte ao professor

    Dicas e sugestes ao professor esto distribudas

    ao longo dos textos inseridos nos bales de dilogo.

    Cabe ao professor, adequar, ampliar e conduzir as atividades aqui propostas da maneira

    que lhe for mais conveniente, levando em considerao o pblico alvo, a realidade escolar

    e o contexto socioambiental e cultural da sua regio Essas atividades visam alcanar as

    expectativas de aprendizagem previstas para a temtica que apresentamos a seguir

    Sugerimos ao professor buscar, ao mximo, exercer sua prtica dentro dos princpios

    da interdisciplinaridade Em algumas das atividades propostas, j apontamos alguns

    direcionamentos para que isso ocorra

    Expectativas de Aprendizagem

    As expectativas de aprendizagem para os estudantes do 6 ano do Ensino Fundamental

    relativas a este tema est em conformidade com os parmetros para Educao Bsica

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    49do Estado de Pernambuco (outubro de 2012), que visam favorecer aos estudantes o

    desenvolvimento de habilidades para:

    compreender a teia alimentar como fluxo de matria e energia integrados nos

    ecossistemas;

    diferenciar cadeia de teia alimentar;

    representar o fluxo de matria e energia nas teias alimentares, por meio de linguagem

    simblica;

    classificar os seres vivos representados em uma teia alimentar quanto ao hbito alimentar,

    grau de consumo e nvel trfico;

    reconhecer a importncia da manuteno das teias alimentares naturais para o equilbrio

    dos ecossistemas

    Desenvolvimento

    Atividade 1 Levantamento de concepes prvias acerca dos conceitos bsicos relativos s teias alimentares

    Professor(a) lembre-se de que:

    Figura 1 Diagrama dos princpios da problematizao Elaborado pelas autoras

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    50Conduo da atividade

    1 Pea aos estudantes que, individuamente, observem as cadeias alimentares, a seguir e

    resolvam as questes propostas

    Disponvel em: Acesso em: 10 out 2013

    Atente e registre as expresses dos grupos.

    Contenha-se para no corrigir os estudantes neste momento.

    Estas concepes o auxiliaro

    na conduo da atividade, de forma a (re)significar e ampliar as

    concepes que o grupo j possui.

    1 Considerando que os seres vivos representados vivam em um mesmo ecossistema, uma

    cadeia pode se relacionar com a outra? De que forma?

    Nessas inter-relaes, o que um ser vivo busca e transfere para o outro?

    2 Pea aos estudantes que apresentem, no grupo, suas concluses e, juntos, elaborem um

    texto conceituando as teias alimentares

    3 Os grupos devero socializar o texto para toda a turma

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    51Atividade 2 Ampliando conhecimentos: construindo teias alimentares uma rede de alimentos

    Lembre-se

    de disponibilizar canetinhas coloridas e fita

    crepe para a turma.

    Conduo da atividade

    Organize a turma em grupos, distribua 5 fichas de papel

    (10x20cm) por grupo e apresente para eles a seguinte situao:

    A descrio da comunidade da floresta

    dever ficar exposta no quadro para consulta dos estudantes,

    durante a atividade.

    Em uma floresta tropical, convivem quatis, aves,

    lagartos, cobras, sapos, onas, muitos insetos,

    aranhas, minhocas, lesmas e fungos representados

    por cogumelos e orelha-de-pau A floresta apresenta

    muitos arbustos e rvores frondosas, grandes

    produtoras de flores, sementes e frutos

    Os grupos devero:

    a) Representar, registrando em seus cadernos, trs possveis cadeias alimentares existentes

    nessa floresta

    b) Classificar os seres componentes das cadeias, de acordo com o seu alimento

    c) Escolher uma das cadeias alimentares construdas e, com as canetinhas coloridas,

    escrever os nomes de seus integrantes nas fichas de papel

    d) Sobre o comando do professor, cada grupo dever afixar as fichas no quadro, e desenhar

    setas de modo a montar uma cadeia alimentar As cadeias devero ser diferentes e

    construdas uma debaixo da outra

    e) Depois que todos os grupos finalizarem a tarefa, convide diferentes estudantes para

    descobrirem as possveis cadeias que se inter-relacionam e, para evidenci-las com

    setas, de modo a constiturem teias alimentares

    Veja alguns possveis exemplos de cadeias e teias alimentares que os estudantes

    podero elaborar.

    Finalize a atividade, questionando o papel dos decompositores nas teias alimentares.

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    52Atividade 3 Construindo uma ECOCOLUNA DE DECOMPOSIO

    O texto que sugerimos, a seguir, foi traduzido e adaptado, a partir da publicao Bottle

    Biology3

    Uma visita ao site wwwbottlebiologyorg

    fornece tambm muitas informaes interessantes

    Por meio dessa atividade, muitos conceitos

    podem ser ampliados, tais como: ecossistemas,

    energia, ciclos biogeoqumicos, cadeias

    alimentares, adaptao, predao, cooperao,

    competio, propriedades da gua, ciclos de

    vida, habitat e nicho ecolgico, decomposio,

    sistemas fechados e sistemas abertos

    Diferentes capacidades associadas aos

    processos cientficos podem ser estimuladas

    com esta atividade, tais como: observar,

    registrar, interpretar, identificar variveis,

    formular questes, construir modelos,

    experimentar

    Estimule os estudantes a utilizarem a

    imaginao para construrem uma Ecocoluna

    O modelo apresentado na figura ao lado o

    mais complexo e consiste num conjunto de

    unidades interligadas, representando habitats

    para diversos seres vivos (caracis, aranhas,

    louva-a-deus, moscas da fruta, minhocas,

    fungos e diversos seres microscpicos,

    diferentes tipos de plantas)

    As possibilidades de construo so variadas e pode-se

    dar asas imaginao No entanto, necessrio pensar previamente sobre as hipteses de

    construo e manuteno dos habitats

    As transformaes so parte integrante desta experincia e podem trazer grandes desafios

    3 Disponvel em: Acesso em: 09 jun 2013

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    53Passo a passo da Construo da ECOCOLUNA DE DECOMPOSIO

    Antes de comear, leia atentamente as dicas que apresentamos a seguir:

    Escolha o tipo de garrafa mais adequado

    Nem todas as garrafas oferecem as mesmas possibilidades de

    trabalho Por vezes, garrafas que parecem ser iguais apresentam uma

    diferena de 1 ou 2 milmetros no seu dimetro, o que vai causar

    alguma dificuldade na construo das colunas pretendidas

    Escolha garrafas de mesma marca de bebida, pois essas se apresentam

    mais semelhantes em termos de forma e de tamanho As garrafas

    lisas originam colunas com maior resistncia e maior duraoComo remover os rtulos mais facilmente

    Com um secador de cabelo, consegue-se retirar os rtulos com

    grande rapidez Liga-se o secador na posio mais fraca e mantm-

    se a garrafa a cerca de 10 cm, deslocando-a rapidamente para cima e

    para baixo, de modo que o ar aquea a cola do rtulo Com cuidado,

    puxa-se uma ponta do rtulo at que a cola comea a descolar

    A garrafa deve estar sempre em movimento, para evitar que fique

    superaquecida e deformada Deve estar destampada ou ento cheia

    de gua

    Uma forma mais rpida de retirar os rtulos encher a garrafa at

    cerca de um quarto do seu volume com gua quente Tapa-se e roda-

    se para aquecer a cola, aps alguns segundos consegue-se comear

    a descolar o rtulo

    A cola fica muitas vezes como resduo na garrafa, aps retirarmos

    o rtulo Se se pretende elimin-la, basta esfregar uma pequena

    quantidade de gordura nessa cola A gordura, quando se esfrega, d

    origem a pequenas esferas de cola, que se retiram com facilidade Como cortar as garrafas

    A forma mais fcil de cortar uma garrafa faz-lo ao longo de uma

    linha desenhada previamente Uma vez decidido o local do corte,

    coloca-se a garrafa no canto de uma caixa de papelo vazia (a tampa

    de algumas caixas de sapatos ou a tampa das caixas de papel de

    impresso dos computadores) Apoia-se uma caneta no eixo da caixa,

    de modo que o bico toque no local da garrafa selecionado para o

    corte Lentamente roda-se a garrafa Este trabalho efetuado mais

    facilmente com duas pessoas

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    54Mos obra

    Voc vai precisar de:

    3 garrafas PET de 2 litros;

    uma tampa de garrafa;

    restos de comida, folhas, papel de jornal, ou outro material considerado interessante para

    decomposio

    O que fazer:

    1 Retire os rtulos de trs garrafas de 2 litros

    2 Corte a parte de cima de uma das garrafas, 2 a 3 cm abaixo do local onde

    comea a arredondar, de forma que a parte inferior fique perfeitamente cilndrica

    3 Corte a parte de cima de outra das garrafas, 2 a 3 cm acima do

    local onde comea a arredondar Corte a parte de baixo da garrafa

    2 a 3 cm abaixo do local onde comea a arredondar O cilindro

    resultante deve ter o topo e a parte inferior arredondados

    4 Corte a parte de baixo da terceira garrafa, 1 a 2 cm acima do local

    onde comea a arredondar, de forma que o cilindro resultante tenha

    a parte inferior reta

    5 Inverta C e encaixe na base D Encaixe B em C e coloque fita-cola na juno do meio,

    por uma questo de segurana No se esquea dos

    orifcios de entrada do ar Adicione a parte de cima A

    com a ajuda de fita-cola (ver ilustrao ao lado) Voc

    vai poder levantar e abaixar esta tampa

    6 Note que, para os encaixes serem perfeitos, os

    cortes com final curvo devem encaixar em cortes

    com final direito

    7 Por vezes, as Ecocolunas podem ficar muito

    pesadas e se desequilibrarem com facilidade Com o

    auxlio de velcro, pode-se fix-la parede ou mesa

  • PARMETROS NA SALA DE AULA DE CINCIAS NATURAIS

    55Quais ingredientes escolher?

    Os ingredientes para se montar a Ecocoluna podem ser folhas, matos e restos de cortes de

    plantas, restos de alimentos, jornais, estrume de animais e solo

    Se houver interesse em estudar a rapidez com que os materiais se transformam, pode-se

    construir duas colunas semelhantes, e ench-las com folhas de duas espcies diferentes de

    rvores

    Pode-se adicionar fertilizante a uma das colunas, ou gua de um lago ou de um rio

    Quanto tempo demora?

    Vai comear a surgir bolor e outras evidncias da decomposio, durante os primeiros dias,

    aps o enchimento da coluna

    Dois ou trs meses o tempo suficiente para ver o material orgnico, tal como folhas,

    frutos, vegetais serem decompostos dramaticamente As cascas das rvores, o papel e

    lascas de madeira demoraro mais tempo a decompor-se, embora aconteam alteraes

    interessantes num perodo de dois ou trs meses

    Que quantidade de gua juntar?

    Deve-se manter a coluna mida a fim de se observar mais rapidamente a decomposio

    Deve-se evitar inundar a coluna para que no fique com gua em excesso Isso pode criar um

    ambiente anaerbico, ou uma ausncia completa de oxignio, onde aparecem micrbios,

    que originam odores muito intensos

    Quando se aumenta o nmero e o tamanho dos orifcios para a entrada de ar na coluna,

    aumenta- se a circulao de ar Como que isto poder afetar a decomposio?

    O registro dos dados:

    Uma vez decidido como encher a coluna deve-se observar cuidadosamente o que se coloca

    no seu interior Deve-se anotar a cor, a textura, o cheiro e a forma de tudo o que se puder

    observar na garrafa Deve-se, se possvel, pesar todo o material antes de ser colocado no

    interior da garrafa

    Os dados devem ser registrados pelo menos uma vez por semana Anote as alteraes

    referentes altura dos materiais, cor, forma, textura e odor

    Mantenha uma rgua perto da coluna para se determinar variaes de alturas dos

    constituintes Registre-as

    Pode-se, se possvel, inserir um termmetro no topo da coluna para determinar variaes

    de temperatura

  • PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

    56A anlise e a sistematizao dos dados:

    Analise cada uma das observaes feitas, resgatando os contedos j estudados Sistematize

    os dados observados em um relatrio descritivo, utilize fotos, textos, tabelas e grficos para

    apresentar os principais resultados (conte com a ajuda dos professores de Portugus e

    Matemtica)

    Apresente suas concluses:

    Descreva quais as principais concluses do seu grupo acerca das relaes estabelecidas

    entre os produtores, consumidores e decompositores, nos ecossistemas construdos e

    observados

    Resgate o conceito de DECOMPOSIO para discutir os resultados

    Na natureza o lixo reciclado a tod