Paraná Em Foco

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Direito da mulher ao voto completa 82 anos e elas já são maioria entre os novos filiados de partidos, mas com muito espaço a ser conquistado na política nacional E M F OCO 37 MAR.2014 Roberto Carlos faz show pelo aniversário de Curitiba na reabertura da Pedreira Paulo Leminski Dono do Facebook e comprador do WhatsApp revela que aplicativo pode valer mais que R$ 19 bilhões Agronegócio, indústria e emprego garantem PIB de 5% ao Paraná em 2013. O do Brasil ficou em 2,3% PARANÁ CADA VEZ MAIS FEMININA

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Direito da mulherao voto completa82 anos e elas já sãomaioria entre os novosfiliados de partidos,mas com muito espaçoa ser conquistado napolítica nacional

EM FOCO37MAR.2014

Roberto Carlos faz showpelo aniversário de Curitiba

na reabertura da PedreiraPaulo Leminski

Dono do Facebook e compradordo WhatsApp revela que

aplicativo pode valer maisque R$ 19 bilhões

Agronegócio, indústria eemprego garantem PIB de5% ao Paraná em 2013.O do Brasil ficou em 2,3%

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CADA VEZ MAIS

FEMININA

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4 MAR.2014 Paraná em Foco

EDIÇÃO 37MARÇO DE 2014

PublicaçãoEditora Paraná Em Foco

EditorSílvio Oricolli

RedaçãoLucian Haro

ColunistaNilson Monteiro

ColaboradoresAbram Szajman

Bruna MaarinCíntia Renata Mion

Luciana Maria BassiNoêmia Dias

Wilson Pedrosa

Comercial Guaracy Ribas Junior

Projeto Gráfico e Diagramação Celso Arimatéia

Tiragem 30.000 exemplares

auditados pela GP Auditores

Fale com a redaçã[email protected]

[email protected]

(041) 3029-6786

www.jornalparanaemfoco.com.brwww.facebook.com/paranaemfoco

@paranaemfoco

FÓRUMLEGÍTIMO

Ao se completar, neste ano, os 82 anos da conquista dodireito ao voto, o que por si só seria motivo de sobra paracomemorações, as mulheres dão exemplo de maturidadepolítica ao procurar nos partidos políticos o meio deconsolidar estratégias para fazer valer seus direitos, suacidadania.

E não é só inerte tomada de consciência. Foram paraas ações, a ponto de terem superado os homens nonúmero de filiação nas agremiações partidárias em todoo Brasil.

Se for considerar que elas são maioria do eleitoradobrasileiro (51%), isso já explicaria o crescente número defiliações. No entanto, o que chama a atenção deestudiosos e mesmo daquelas que já ocupam cargoseletivos há décadas é que esse é o caminho correto enatural para legitimar e amparar suas lutas.

Ao focar a questão da filiação, é importante separar aquestão partidária da decisão em apoiar temas comunsligados à política de gênero. É uma reafirmação daconsciência de que a força coletiva em defesa de suas(aliás, de todos) se multiplica com o respaldo dos partidose na inserção política. De cara limpa e peito aberto.

E em ano eleitoral é possível vislumbrar que muitasdelas miram um pouco além: vagas nos parlamentos emesmo nos governos estaduais e federal. O que também élegítimo, afinal a lei estabelece em 30% a cota femininadas candidaturas de cada partido.

Por isso, nesta edição, Paraná Em Foco dedica espaço amulheres envolvidas com a política, desde pesquisas atémilitância – a maioria em cumprimento de mandatos –para mostrar que, pela política, é possível ampliar ospleitos e fazer prevalecer os direitos, não só de gênero,mas de toda a sociedade.

Boa leitura!

EDITORIAL

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Paraná em Foco MAR.2014 5

ÍNDICE

INFRAESTRUTURA10 ALÍVIO PARA O BOLSO DO USUÁRIO

10 BRASIL E EUROPA POR CABO SUBMARINO

CIÊNCIA & TECNOLOGIA12 JOVENS APERFEIÇOAM APLICATIVO DA NASA

14 BRASIL TERÁ SUBMARINO NUCLEAR EM 2013

16 WHATSAPP PODE VALER MAIS QUE US$ 19 BILHÕES

SAÚDE08 PREVENÇÃO EM TODAS AS OCASIÕES

09 PINCELADA SOBRE DEPRESSÃO

06 VIDA SAUDÁVEL COMEÇA NA INFÂNCIA

POLÍTICA18 AGORA É QUE SÃO ELAS

CIDADES22 YES, TEREMOS JOGOS DA COPA

ECONOMIA

30 ECONOMIA DO PARANÁAUMENTA 5%

ARTIGO50 LÍDER-COACH: COMO CHEGAR LÁ

34 PIB DO BRASIL CRESCE 2,3%

36 LUCRO DA PETROBRAS É DE R$ 23,57 BILHÕES

36 RECORDE DO PRÉ-SAL: 407 MIL BARRIS POR DIA

37 DADOS EM TEMPO REAL

37 ECONOMIA DE R$ 9 BI COM PREGÃO ELETRÔNICO

38 ARRECADAÇÃO FEDERAL CHEGA A R$ 1,138 BILHÃO

38 RECEITA DO PARANÁ CRESCE 8,67%

39 A ECONOMIA A CAMINHODA MODERNIDADE

CIDADANIA26 PARA FACILITAR A VIDA DO CONSUMIDOR

27 BENEFÍCIOS PARA MAIS DE 19 MILHÕES DE PESSOAS

MEIO AMBIENTE28 ANTES QUE SEJA TARDE

CULTURA40 NA LINHA DO INUSITADO

42 ESPAÇO REDIVIVO

44 CURITIBA, ANO 321

FOTOGRAFIA46 WILSON PEDROSA:

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6 MAR.2014 Paraná em Foco

SAÚDE

VIDASAUDÁVELCOMEÇA

NAINFÂNCIA

Atualmente, uma em cada trêscrianças brasileiras, com

idade entre 5 e 9 anos, temexcesso de peso devido aosmaus hábitos alimentares

Da Redação

Dados do Ministério da Saúde sobre hábi-tos alimentares e estilos de vida, condensadosno Vigitel 2012, mostram que o excesso de pesoatinge 51% da população brasileira, dos quais17% são obesos. O mais preocupante é que cri-anças e adolescentes seguem o mesmo cami-nho. Por exemplo, o levantamento anual doministério comprovou que uma em cada trêscrianças, de 5 a 9 anos de idade, está com ex-cesso de peso.

Para evitar que se tornem adultos obesosou com excesso de peso, os pais devem comba-ter a obesidade já nos primeiros anos de vidados filhos. A publicação “Dez Passos para umaAlimentação Saudável”, do Ministério da Saú-de, recomenda que evitem oferecer às crian-ças alimentos industrializados, enlatados, em-butidos e frituras, com gordura e sal em exces-so, aditivos e conservantes artificiais.

A recomendação é não dar às crianças pe-quenas doces, sorvetes e refrigerantes. “Oshábitos alimentares são formados nos primei-ros anos de vida. Então, é importante que as

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Paraná em Foco MAR.2014 7

Ações preventivasO Ministério da Saúde desenvolve diversas ações para auxiliar no

combate à obesidade infantil, entre as quais estão os guiasalimentares, que servem de diretrizes gerais com

recomendações de alimentação saudável, como o “DezPassos para uma Alimentação Saudável” para crianças

menores de dois anos.Há ainda o programa “Estratégia Amamenta e Alimenta

Brasil”, que capacita e qualifica profissionais de saúde dasUnidades Básicas de Saúde (UBS) para orientar as mães e

responsáveis sobre alimentação saudável. Em 2010, oMinistério da Saúde publicou o “Manual das Cantinas

Escolares Saudáveis: promovendo a alimentaçãosaudável”, destinado a donos de cantinas escolares e

com o enfoque na transformação da cantina numespaço promotor de saúde na escola.

O Programa “Saúde da Escola” também é importantepara a promoção da alimentação saudável no

âmbito escolar. O programa está em quase todos osmunicípios brasileiros e se realiza através de ações

desenvolvidas pelas equipes de atenção básica nasescolas que contribuem para a prevenção da

obesidade.(Com Blog da Saúde)

crianças não recebam esses alimen-tos antes dos dois anos de idade. Oconsumo desses produtos faz comque elas se desinteressem pelos ali-mentos saudáveis, como frutas e ver-duras e formem hábitos não saudá-veis que podem se perdurar na idadeescolar e na adolescência”, comentaPatrícia Jaime, coordenadora de Ali-mentação e Nutrição do Ministério daSaúde.

Fonte de doenças

A especialista diz que a obesida-de deve ser combatida porque ela éum forte fator de risco para o desen-volvimento de doenças crônicas nãotransmissíveis. Pessoas obesas têmmais chance de sofrer infarto, AVC,trombose, embolia e arteriosclerose,além de desenvolver problemas or-topédicos, apneia do sono e algunstipos de câncer.

Para orientar pais e crianças no

combate ao excesso de peso, a psicó-loga e coordenadora do grupo decombate à obesidade infantil do Hos-pital da Criança de Brasília, PriscilaDias, recomenda atividades físicastrês vezes por semana e que não co-loquem as crianças para comer nafrente da TV. “Quando se está na fren-te da TV, a criança não percebe o quecome e nem a quantidade que estácomendo. Então tentamos descons-truir isso”, explica.

Ela conta que os profissionais dohospital não trabalham com dietas oumesmo com proibição de alimentos,mas em construir uma alimentaçãosaudável. “Ensinamos algumas estra-tégias para a criança aprender a li-dar com a comida. A família tem queestar presente no tratamento. Se aalimentação não está boa é reflexoda família. Por isso, tem que mudar aalimentação da família toda”, sugerePriscila.

Patrícia: “Os hábitosalimentares sãoformados nos primeirosanos de vida”

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8 MAR.2014 Paraná em Foco

SAÚDE

PREVENÇÃO EMTODAS AS OCASIÕES

Diversão e descontração são marcas das grandes festas populares,mas é fundamental não se expor a riscos de contrair doenças

Da Redação

Passado o período do Carnaval,o Ministério da Saúde mantém acampanha de prevenção às doençassexualmente transmissíveis (DSTs)e aids, visando aos outros grandeseventos do ano, incluindo a Copa doMundo, que será realizada em junho.Com o lema “Se tem festa, festaçoou festinha, tem que ter camisinha”,“a campanha trabalha com a ideiada prevenção em todas as festivida-des que temos, durante o ano todo.É importante alertar a populaçãonão só para o uso da camisinha, mastambém para o diagnóstico preco-ce”, destaca o ministro da Saúde,Arthur Chioro.

Estados e municípios receberam104 milhões de preservativos na pri-meira remessa desse ano. Em 2013,

o Ministério da Saúde distribuiu 610milhões de preservativos e tambémdistribuiu 4,7 milhões de testes rápi-dos e 4,1 milhões de testes tradicio-nais de HIV.

O Ministério da Saúde estima que

150 mil brasileiros são portadoresdo vírus HIV, mas não têm conheci-mento da situação. “Se a pessoa sabeda infecção, ela já começa o trata-mento imediatamente, melhorandosua qualidade de vida. Quanto maiscedo começa, a chance de transmis-são se reduz muito”, afirmou o Se-cretário de Vigilância em Saúde, Jar-bas Barbosa.

Neste ano, estão previstos inves-timentos de R$ 1,2 bilhão para com-bater à aids e demais DSTs, dos quaisR$ 770 milhões em medicamentos.São 518 Centros de Testagem e Acon-selhamento (CTA) por todo o País,com mais de 8 milhões de testes fei-tos em 2013. O resultado fica prontoem apenas 30 minutos.

O Brasil é o primeiro no mundo aoferecer o tratamento, logo após adescoberta do vírus no teste rápido.

(Com Por tal Brasil e Ministér io da Saúde)

Chioro:“É importantealer tar apopulação não sópara o uso dacamisinha, mastambém para odiagnósticoprecoce”

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Paraná em Foco MAR.2014 9

ARTIGO

PINCELADA SOBRE DEPRESSÃO

Luciana Maria Bassi*

Todo o sujeito experimenta sen-timento de tristeza e melancolia pelomenos uma vez na vida, o que é na-tural. Porém, a tristeza e ansiedadeque passam a tornar o dia a dia difí-cil assim como suas tarefas cotidia-nas, merecem atenção mais do queespecial.

Depressão vem do latim “depres-sus” que significa abatido ou aterra-do. Afeta o humor, a forma de ver omundo e a fisiologia como sono, ali-mentação e vigor. Mantém a pessoatriste, preocupada e ansiosa.

Os sintomas, por mais conhecidosque sejam pelos leigos, são de sumaimportância para o diagnóstico e tra-tamento:

- perda do interesse por ativida-des anteriormente agradáveis;

- perda ou aumento de peso numcurto espaço de tempo;

- insônia ou excesso de sono;- indisposição e cansaço fre-

qüentes;- sensação de inferioridade e cul-

pa;- diminuição do raciocínio, dificul-

dade para organizar o pensamento ememória comprometida.

Certos acontecimentos marcantesna vida, provocadores de forte estres-se por um período prolongado, podem

ocasionar a depressão. Acontecimen-tos capazes de mudar a rotina, tra-zer sensação de perda e insegurançafazem com que o sujeito se esforcemuito para se adaptar e provocamestresse físico e emocional.

Sabe-se que o ser humano é umacriatura resultante da integração cor-po e mente, uma verdadeira máqui-na com todas as ferramentas para seubom funcionamento. Quando, portempo prolongado, o sofrimento estápresente, essa “máquina” pode fa-lhar, inclusive bloqueando neuro-transmissores como a serotonina enoradrenalina.

Além disso, os depressivos são,geralmente, muito exigentes consi-go e tem um ideal muito alto, já “en-goliram muitos sapos” justamente depessoas que mais amam e, por isso,estão cheios de mágoas e ressenti-mentos.

Quando recebo alguém em meuconsultório com esse sofrimento,meu auxílio é tentar criar uma de-manda, uma questão, uma pergunta

fundamental, uma dúvida sobre suascertezas neuróticas, um verdadeirohiato no seu discurso projetivo e,muitas vezes, sem faltas. Esta é tare-fa fundamental na tentativa de dimi-nuir a alienação a respeito de si mes-mo.

Por mais que, em alguns casos,a medicação seja de suma importân-cia para amenizar o sofrimento fisi-co, seria aparentemente fácil buscaruma solução somente fora sem es-forço ou trabalho psíquico e sem terde focar suas feridas, sem revirarsua intimidade.

Processar lentamente essas feri-das escondidas e estampadas ao mes-mo tempo pela depressão é desafia-dor, mas também libertador. A ener-gia psíquica envolvida no conflitopoderá ser utilizada com o tratamen-to, para fins mais produtivos e nãosomente para a autopiedade.

Será na análise que esses confli-tos inconscientes serão revirados eelaborados, onde o sujeito poderá re-vivê-los sem julgamento do analista.

*Luciana Maria Bassi épsicóloga em Curitiba

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Processar lentamenteessas feridas escondidase estampadas ao mesmotempo pela depressão é

desafiador, mastambém libertador.

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10 MAR.2014 Paraná em Foco

INFRAESTRUTURA

BRASIL E EUROPA POR

CABO SUBMARINO

Segundo informações da Telebrás,o novo cabo submarino, que ligará oBrasil à Europa, com investimentos daordem de R$ 185 milhões deverá es-tar pronto em 2016.

A definição do cronograma saiuna segunda quinzena de janeiro, apóso conselho de administração da esta-tal aprovar a assinatura de um pré-acordo de acionistas para a formaçãode uma empresa joint-venture, queirá construir a operar o cabo. O iní-cio das obras está previsto para osegundo semestre deste ano.

A nova companhia terá 35% departicipação acionária da Telebrás,20% de fundos de investimento bra-sileiro e 45% da IslaLink SubmarineCables.

O projeto, que já se arrastava há

pelo menos dois anos, segundo ana-listas do setor, ganhou impulso apóso ex-funcionário da Agência de Se-gurança norte-americana, EdwardSnowden, ter denunciado que o go-verno do seu país promove espiona-gem no mundo todo. E grande partedo tráfego de comunicação entre oBrasil e a Europa passa pelos Esta-dos Unidos.

Atualmente, a conexão entre oBrasil e a Europa é feita por apenasum cabo submarino, o Atlantis 2, li-derado pela Embratel, Deutsche Te-lekom, Telecom Italia e France Tele-com, que já está no limite de sua ca-pacidade, tanto que é utilizado qua-se que só para comunicação de vozentre os dois continentes.

(Com Telebrás e Ministér io das Comunicações)

ALÍVIO PARAO BOLSO DOSUSUÁRIOS

Devido à redução dos valores dereferência para tarifas deremuneração de redes móveisdeterminada pela Agência Nacionalde Telecomunicações (Anatel), ocusto das ligações locais einterurbanas de telefone fixo paracelular está 13% mais barato. Emmédia, o preço das chamadas locaisde fixo para celular caiu de R$ 0,45para R$ 0,39 por minuto, enquantoas ligações interurbanas de fixo paramóvel com DDD, iniciando com omesmo dígito, foi reduzido de R$0,93 para R$ 0,80. O valor médio dasdemais ligações interurbanas de fixopara celular baixou de R$ 1,05 paraR$ 0,92. A medida entrou em vigorneste mês.Desta forma, o usuário da telefoniafixa que, por exemplo, pagava contamensal de R$ 55, irá desembolsar R$49 a partir de agora, em média.A redução é decorrente do PlanoGeral de Metas de Competição daAnatel, aprovado pela Resolução n°600, de 8 de novembro de 2012, eabrange chamadas da telefonia fixapara celular, sejam locais ou de longadistância, originadas nas redes dasconcessionárias da telefonia fixa(Oi, Telefônica, CTBC, Embratel eSercomtel) destinadas às operadorasmóveis.A expectativa da agência é que osnovos valores nas chamadas de fixopara móvel gerem economia anual daordem de R$ 2,1 bilhões para osconsumidores. Novas quedas devalores estão previstas para 2015.(Com Anatel)

Da Redação

Custo das ligações de telefonefixo para móvel ficou mais emconta para os consumidores

Atualmente, a conexão entre o Brasil e aEuropa é feita por apenas um cabo submarino,o Atlantis 2, liderado pela Embratel, DeutscheTelekom, Telecom Italia e France Telecom, quejá está no limite de sua capacidade

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Da Redação

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Por Bruna Maarin*

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

JOVENS APERFEIÇOAMAPLICATIVO DA NASA

Samanta (à direita): “minhassugestões foram mais quantoà questão social do app,como deixar suainteratividade mais fácil paracrianças”

Paranaense integrou ogrupo que contribuiupara melhorar oprograma sobre ciênciae astronomia que agorapode ser baixado emaparelhos Android

Um grupo de jovens, moradoresdo País de Gales, colaborou volunta-riamente com a Agência EspacialAmericana (Nasa) para aperfeiçoaros aplicativos educacionais da agên-cia. Entre os dez jovens estão doisbrasileiros, que residem naquele paíscom suas famílias, há cerca de dezanos: a paranaense Samanta Tomcza-ck, de 16 anos, e o paulista RafaelGonçalves, de 19 anos.

Os jovens ficaram dois meses tes-tando os aplicativos que estão dispo-níveis no Space Place da Nasa, umsite educacional direcionado ao pú-blico infanto-juvenil. O grupo, alémde testar as funções disponíveis nosapps (programas) para navegador,também realizaram testes com asversões móveis do sistema.

Inicialmente, apenas a versão

para iOS dos aplicativos podia serbaixada. No entanto, após a colabo-ração dos voluntários, agora há tam-bém uma versão para Android. Asversões são grátis e podem ser bai-xadas na loja de aplicativos do Goo-gle ou mesmo na App Store.

“Sempre gostei de tecnologia e (oprojeto) me ajudou a gostar mais. Vaiser um diferencial para mim”, disseRafael, que faz no momento uma es-pécie de curso técnico em matemáti-ca e computação. “Demos nossas opi-niões sobre o aplicativo, que tinhaalguns defeitos, e sugerimos umaversão para Android”, cojmpletou.

Já Samanta se interessou maispela “parte interativa” do aplicativo,que tem vídeos, atividades e jogosrelacionados ao Sol, ao espaço e aoSistema Solar. “Meu interesse é es-tudar jornalismo. Por isso, minhassugestões foram mais quanto à ques-tão social do app, como deixar suainteratividade mais fácil para crian-ças”, esclareceu a paranaense.

Segundo a Nasa, os testes, feitosà distância, ajudaram a “adicionarmaterial ao aplicativo, a mostrar pon-tos fortes e fracos” e a desenvolveruma versão para Android do app - queantes só estava disponível para apa-relhos Apple -, recém-lançada.

(Especial para Paraná Em Foco)

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14 MAR.2014 Paraná em Foco

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

BRASIL TERÁ SUBMARINO

Pelo programadesenvolvido emparceria com a França,o País construirátambém quatrosubmarinos depropulsão convencional

NUCLEAR EM 2023Da Redação

O primeiro submarino brasileirocom propulsão nuclear deve ficarpronto em 2023, segundo o almiran-te de esquadra Gilberto Max RofféHirschfeld, coordenador-geral doPrograma de Desenvolvimento deSubmarinos (Prosub), criado em2008, mediante acordo de coopera-

ção e transferênciade tecnologia entreo Brasil e a Fran-ça. O almirante

deu a informação durante audiênciapública, realizada no mês passado,à Comissão de Relações Exteriorese Defesa Nacional (CRE).

Além do submarino nuclear, o pro-grama, sob a responsabilidade daMarinha do Brasil, ainda prevê aconstrução de quatro submarinos depropulsão convencional (diesel-elétri-cos). Serão ainda construídos um es-taleiro e uma base naval em Itaguaí,no Rio de janeiro.

Hirschfeld defendeu a necessida-de de o Brasil desen-volver e manter umforte sistema de defe-

sa, com uma For-ça Armada po-tente, ao avali-ar que o País é

foco de “am-

bições”, em razão de suas riquezas na-turais e capacidades. “Não para en-trar em guerra, ao contrário, mas parater o poder de dissuasão”, destacou.

Um submarino de propulsão nu-clear é ideal por ser consideradoarma de maior poder de dissuasãoque existe, disse o almirante, ao des-tacar, entre outras vantagens, o seupoder de deslocamento e a capacida-de de permanecer submerso por maistempo. Isso ocorre porque é capaz degerar oxigênio, dispensando subidasregulares à superfície, o que o tornamenos detectável pelos inimigos.

O almirante adiantou que, com atecnologia, o Brasil ganha capacida-de não apenas para construir, mastambém projetar submarinos con-vencionais e nucleares, ao esclare-cer que o acordo com o governo fran-cês assegura a transferência de todaa tecnologia necessária para esseganho de autonomia. “Projetar é apalavra chave. Até agora vínhamosconstruindo apenas submarino de

superfície, mas nunca projeta-mos”, observou.

O coordenador do Prosubassegurou, porém, que o

País já domina todo o ci-clo tecnológico

para a constru-ção do reator de

propulsão nucle-ar a ser utilizado noprojeto, de responsabi-lidade da estatal Nu-

clebrás EquipamentosPesados S.A (Nuclep), que

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Paraná em Foco MAR.2014 15

Milharesde empregos

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de

Relações Exteriores e DefesaNacional (CRE), confirmou a

importância estratégica doprograma, tendo em vista os

ganhos para o desenvolvimentocientífico-tecnológico e o

fortalecimento da indústria.Segundo ele, a indústria de defesa

é um setor que multiplicaconhecimento e gera renda,

emprego e desenvolvimento comopoucos, sendo responsável porparcela importante do ProdutoInterno Bruto (PIB) em países

desenvolvidos.Ferraço adiantou ainda que, no

auge de sua capacidade, o Prosubdeverá gerar nove mil empregos

diretos e outros 32 mil indiretos. E,em sua avaliação, só isso já

justifica os investimentos. “Mesmoem um país que não é assombrado

pelo fantasma da guerra, em quefalta dinheiro para áreas

essenciais”, disse ao acrescentarque desenvolver um submarino vai

além da questão de prestígiointernacional. “Um submarino

nuclear vai nos dar, com certeza,retaguarda e poder de dissuasão

em águas profundas. E vai permitirdisputarmos em melhores

condições um assento no Conselhode Segurança da ONU”,

acrescentou.

O senadorFerraço estimaque o Prosubirá gerar novemil empregosdiretos

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está sendo desenvolvido em São Paulo. A França en-tra com a parte de “interface” para aplicação no sub-marino e seu projeto, além das tecnologias de opera-ção e manutenção do equipamento.

Respeitabilidade

Hirschfeld disse que, com essa conquista, o Paísserá visto com muito mais respeitabilidade no mun-do. Por isso, acredita que, como parte do seleto gru-po de nações com capacidade de projetar e construiresses equipamentos, uma das contribuições será re-forçar o poder de garantir o antigo pleito do Brasilpor um assento permanente no Conselho de Segu-rança da ONU.

Observou, no entanto, que o alcance do Prosubvai além da questão de defesa, pois o programa, cujocusto em todas as etapas é estimado em R$ 21 bi-lhões, tem amplo potencial para irradiar conhecimen-tos e capacitação em favor dos centros de pesquisa,das universidades e da indústria brasileira.

Mas para que os ganhos sejam permanentes, eleobservou que o País não pode se acomodar após aconstrução dos submarinos já projetados, pois há ris-co de esses conhecimentos se perderem. “Não pode-mos parar de fazer, não temos o direito de perder umprograma dessa envergadura”, afirmou.

Parceria

O Almirante esclareceu o motivo que levou o Bra-sil a firmar parceria com a França na área, ao afir-mar que, na época, apenas esse país e a Rússia dis-punham de tecnologia para construção de submari-no com propulsão nuclear – atualmente participamdo grupo a China, os Estados Unidos e a Inglaterra.E só a França aceitou o compromisso de transferir atecnologia.

(Com Agência Senado)

Almirante Hirschfeld (à esquerda na foto): “Até agora vínhamosconstruindo apenas submarino de super fície, mas nunca projetamos”

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

WHATSAPP PODE VALERMAIS QUE US$ 19 BILHÕES

Por Bruna Maarin*

Aplicativo vai permanecer completamente independente,masterá acesso a todos os recursos do Facebook para crescer

Brian Acton e JanKoum, os criadores

do WhatsApp

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O fundador do Facebook, MarkZuckerberg, afirmou que o WhatsA-pp vale mais do que os US$ 19 bi-lhões pagos por ele, segundo o siteTechCrunch. “Se conseguirmos fazerum bom trabalho com o WhatsApp eaumentá-lo, ele será um negócioenorme”, afirmou durante sua apre-sentação no Mobile World Congress,em Barcelona no dia 24 de fevereiro.

No início do mês passado, Zucker-berg anunciou a aquisição, por US$16 bilhões aos acionistas e mais US$3 bilhões em ações futuras, do apli-cativo de mensagem instantâneaWhatsApp, que tem cerca de 450 mi-lhões de usuários mensais em ativo eapenas 55 trabalhadores. O valor doacordo foi um dos maiores pagos em

uma “startup” de tecnologia, e gerouum burburinho no mercado e diver-sas análises da mídia e de especialis-tas para justificar o preço alto.

Usuários se manifestaram nasredes sociais sobre a compra do apli-cativo, e surgiu a desconfiança de quea privacidade das mensagens doWhatsApp está comprometida. Embo-ra ainda não existam mais detalhesde como será a operação do aplicati-vo pelo Facebook, Zuckerberg afir-mou que o WhatsApp vai permane-cer completamente independente,mas terá acesso a todos os recursosdo Facebook para crescer.

O dono da companhia tambémdisse que fará uma pausa nas aquisi-ções. Durante sua palestra na feira

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O QUE PODE MUDAR COM A COMPRADO WHATSAPP PELO FACEBOOK

O mundo dos negócios, e das redes sociais, foi surpreendido com a notícia de que o Facebook adquiriu o WhatsappMensenger, principal aplicativo de mensagens para smartphones. De imediato, surgiram boatos do que podeacontecer com o futuro de ambas as redes sociais.

Mas, pelo que anunciou o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, nada será alterado no momento. Ele afirmouque “o WhatsApp vai continuar a operar de forma independente dentro do Facebook” e que “irá complementarnosso chat existente e serviços de mensagens para fornecer novas ferramentas para nossa comunidade”. Ou seja,o usuário do Whatsapp não deve ser surpreendido com mudanças, pelo menos tão cedo.

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Zuckerberg: “Depois de comprar umaempresa por US$ 16 bilhões, provavelmente

você f icará satisfeito por um tempo”

de tecnologia, uma pessoa da plateiaperguntou se o executivo tem inten-ções de comprar o SnapChat, aplica-tivo de mensagens concorrente doWhatsApp.

“Não”, respondeu Zuckerberg.“Depois de comprar uma empresa porUS$ 16 bilhões, provavelmente vocêficará satisfeito por um tempo”, com-pletou. O criador do WhatsApp JanKoum também participou do eventopoucas horas antes e anunciou que oaplicativo permitirá chamadas de vozno segundo semestre deste ano.

O Facebook “nasceu” em feverei-ro de 2004 como uma rede estudan-til na Universidade de Harvard (Es-tados Unidos), onde estudava seu co-

fundador e principal responsável. Emdezembro de 2004, apenas 10 mesesapós surgir, o Facebook já tinha ummilhão de usuários. Atualmente, arede social conta com mais de 1,2bilhão de membros, quase a metadedas pessoas que têm acesso à inter-net em todo o planeta. No ano passa-do, o Facebook gerou lucro de US$1,1 bilhão, com perspctiva de cresci-mento.

De origem ucraniana, Koum fun-dou o Whatsapp junto com Brian Ac-ton, um engenheiro norte-america-no, que conheceu quando trabalha-vam juntos para o Yahoo! Inc. Am-bos decidiram desenvolver um sis-tema de mensagem instantânea, queacabou convertendo-se na maior pla-taforma de mensagem móvel domundo.

(Especial para Paraná Em Foco)

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18 MAR.2014 Paraná em Foco

POLÍTICA

AGORA É QUE Pela primeira vez na história, as mulheres superaram os homens

no número de filiações a partidos políticos. Tudo indicaque elas vêm com tudo nas eleições deste ano

Por Lucian Haro

Militantes perpétuas da luta pelaigualdade de gênero, as mulherestêm dado passos largos também narepresentação política. Historica-mente, conquistaram o direito ao votono Brasil em 1932, mais recentemen-te a Lei das cotas - que determina quecada partido deve lançar pelo menos30% de candidaturas femininas poreleição - e, pela primeira vez, supe-

raram os homens no número de filia-ções a legendas políticas.

A informação é do Fórum Nacio-nal de Instâncias de Mulheres de Par-tidos Políticos, grupo que se reúnepara discutir a atuação da mulher naesfera pública, e leva em conta o pe-ríodo entre outubro de 2012 e outu-bro de 2013. Com base nos dados domovimento, elas representam 64%

das 136 mil pessoas que ingressaramnos mais de 30 partidos do País, nos12 meses de referência.

Na leitura da cientista política,Luciana Veiga, da Universidade Fede-ral do Paraná (UFPR), o aumento nonúmero de filiações nesse período tema ver, claro, com as eleições que seaproximam - quando serão eleitos opresidente da República, senadores e

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SÃO ELASdeputados estaduais e federais. Mashá outros pontos que precisam serobservados, como o fato de os parti-dos estarem cumprindo a Lei das co-tas e de as mulheres estarem mais en-volvidas nas questões coletivas.

“É um caminho natural. Hoje amulher participa muito mais dos as-suntos públicos e tem mais liberda-de para isso, inclusive. Todo esse con-texto de conquistas caminha paraque, de fato, a gente tenha, a longoprazo, cada vez mais participação emtodas as esferas públicas”, diz.

Luciana também concorda com atese de que exemplos bem sucedidosde mulheres que chegaram ao topodo poder, como Cristina Kirchner, naArgentina, Michelle Bachelet, no Chi-le, e a própria presidente Dilma Rous-seff, têm motivado a entrada delaspara a vida pública.

A cientista política revela, no en-tanto, outro fenômeno, até então pou-co falado. Segundo ela, há estudosque comprovam que os partidos cha-mados de esquerda dão maior aber-tura às mulheres sem tradição políti-ca e que querem ingressar no parla-mento. “Percebemos, porém, que nospartidos de direita, as mulheres quegeralmente se candidatam a algumcargo estão diretamente ligadas a ho-mens já envolvidos na política, sejammaridos, irmãos, ou pais”, afirma.

Imensa maioria

Embora o número de filiações demulheres tenha superado o de ho-mens, nos últimos anos, ainda sãoeles que dominam a política brasi-leira. Dados da Procuradoria Espe-cial da Mulher do Senado e da Justi-ça Eleitoral mostram, por exemplo,que dos 15,1 milhões de filiados apartidos atualmente 8,4 milhões sãodo sexo masculino e 6,7 milhões sãodo sexo feminino - sendo que elas re-presentam 51% do número de elei-

Julieta Reis: “A mulher avançouna vida pública, mas os homensainda lidam melhor com o ‘jogo dopoder’ necessário parasobreviver na política”

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POLÍTICA

tores. Enquanto a representação fe-minina chega a 10% no Senado Fe-deral, é de apenas 9% na Câmara dosDeputados.

O jogo do poder (deles)

Cumprindo o quinto mandato naCâmara Municipal de Curitiba, a ve-readora Julieta Reis (DEM) é do tem-po em que a mulher precisava “suarmuito a camisa” para derrotar umhomem em uma eleição. “A competi-ção não era tão igual quanto hoje. Euformei uma base comunitária muitoforte antes de me candidatar, come-cei de baixo pra cima, como costumodizer. Tive uma grande articulaçãopopular antes de encarar a primeiraeleição”, garante.

Julieta diz que decidiu entrarpara a vida pública impulsionadapela onda patriota que a capital doEstado vivia nos anos 90. “No finalda década de 80, início dos anos 90,houve uma grande motivação na ci-dade. As pessoas acreditavam mui-to na atividade política. Foi nessaépoca que resolvi entrar para a vidapública”, revela a vereadora que seelegeu para o primeiro mandato em1997.

A única ressalva que faz é comrelação à articulação da mulher den-tro dos ninhos partidários e banca-

das, onde, segundo ela, os homensainda se dão melhor. “Queira, ou não,os homens ainda lidam melhor comesse ‘jogo de poder’, necessário parasobreviver na vida política”, afirma.

Politica por vocação

Já a atual prefeita de Colombo, naRegião Metropolitana de Curitiba,Beti Pavin (PSDB), diz que as mulhe-res têm, sim, mostrado a que vieramna política. “Tivemos que lutar bas-tante para conquistar esses direitos(ao voto e às candidaturas principal-mente), e agora, temos que saberaproveitá-los para fazer a justiça so-cial que a população tanto precisa”,diz.

Beti tem uma relação de amorcom a política, ou vocacional, comoela mesma diz. É funcionária de car-reira da Prefeitura de Colombo des-de 1977, iniciando sua trajetóriacomo telefonista. Anos depois, foiconvidada para trabalhar no gabine-te do então prefeito e, tendo acessomais próximo ao dia a dia da admi-nistração pública, pegou gosto pelacoisa.

Em 1988 se lançou candidata avereadora e foi a primeira mulher aassumir uma cadeira na Câmara Mu-nicipal da cidade. Depois foi vice-prefeita (de 1993 a 1996), prefeitapor duas vezes (1997 a 2004), depu-tada estadual (2007 a 2010) até vol-tar ao cargo máximo do município,em 2012.

Defensora das companheiras par-tidárias, ela entende no entanto, quea mulher ainda precisa conquistarmais. “Precisamos de mais apoio, in-clusive das próprias mulheres. Temosque romper essa barreira da políticae levar a lição que praticamos tãobem em casa para outros lares, paraa vida pública”, sugere.

Quebra de paradigmas

Filiada ao Partido dos Trabalha-dores (PT) desde 1989, a deputadaestadual Luciana Rafagnin represen-ta bem a participação da mulher navida pública e a quebra de tabus. Ci-entista política por formação e agri-cultora familiar por criação, ela co-meçou sua trajetória pelos movimen-tos sociais do Sudoeste paranaensee foi eleita vereadora, pela primeiravez, em 1992 - a primeira petista nomunicípio. Mais tarde, em 2006, jáeleita deputada estadual, foi a primei-ra mulher a assumir a presidência daComissão de Agricultura, Indústria,Comércio e Turismo da AssembleiaLegislativa do Estado.

Na opinião dela, a mulher estápreparada para competir com igual-dade nos pleitos, embora considere

Luciana Veiga: “Todo essecontexto de conquistas caminhapara que a gente tenha, a longoprazo, cada vez mais mulheres napolít ica”

Beti Pavin: “Precisamos de maisapoio, principalmente daspróprias mulheres. Temos quelevar a lição que praticamos tãobem em casa para a vida pública”

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Mundo melhorRecente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)mostra que, para 41% dos brasileiros, o mundo seria um lugar melhorcaso mais mulheres entrassem para a política. A proporção é quatrovezes maior do que os que pensam o contrário - que a situação piorariacom uma maior participação do sexo feminino - 9%.

O estudo revela, também, que, embora o País tenha eleito sua primeirapresidenta desde a Proclamação da República, elas ainda são sub-representadas na maioria dos cargos elegíveis brasileiros. Um exemplo éa Câmara dos Deputados: das 513 cadeiras disputadas nas eleições de2010, apenas 45 foram ocupadas por mulheres, ou seja, 8,7% do total.

Dos 146 países analisados pela União Interparlamentar (IPU) nesseaspecto, o Brasil está em 119º lugar, representando uma das taxas maisbaixas do mundo de participação da mulher na vida pública.

Nas prefeituras, no entanto, a situação é um pouco melhor: 12% sãocomandadas por mulheres, um recorde histórico nacional, mas aindalonge de representar a composição feminina na população adultabrasileira, de 53%.

que alguns pontos ainda precisemmudar dentro das legendas. “Na horade decidir os nomes para as eleições,no entanto, a mulher ainda não é vis-ta com prioridade, principalmente emrelação à parte financeira, o que aca-ba por inibir a participação femininanas disputas”, diz ela, afirmando, noentanto, que seu partido foi o primei-ro a defender e garantir o empregoda lei das cotas.

Ainda segundo a deputada, his-toricamente, os homens sempre do-minaram esse espaço (a política),por isso criou-se o tabu de que polí-tica não era coisa para mulher, parajustificar esse domínio. “Mas essemito vai sendo quebrado, à medidaque as mulheres vão ocupando osespaços, tanto público quando pri-vados, e desempenhando bem suasfunções”, defende.

Luciana Rafagnin: “Mas esse mito vai sendo quebrado, à medida queas mulheres vão ocupando os espaços, tanto público quandoprivados, e desempenhando bem suas funções”

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YES, TEREMOS

CIDADES

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JOGOS DA COPA

Após Fifa confirmar Curitiba na rota da Copa do Mundo,setores refazem planos para os jogos do mundial

Os curitibanos que faziam figaspara que desse tudo certo para a re-alização dos jogos da Copa do Mun-do na cidade já podem descruzar osdedos. Mesmo depois da série deatrasos nas obras na Arena da Bai-xada - único palco para os jogos domundial por aqui - a Fifa bateu omartelo e anunciou que vai mantera capital na rota das partidas, queserão realizados em junho.

A notícia caiu como confete nãosó para os milhares de aficionadospor futebol, mas principalmente paraos vários setores envolvidos na recep-ção dos turistas, que já contavam coma realização das partidas por aqui ecom os benefícios que elas trarão.

Sem dúvida, o setor com maiorexpectativa - e também o que arcariacom os maiores prejuízos, caso aCopa não viesse para cá - é o dos ho-téis. Pelo que afirma o presidente daAssociação Brasileira da Indústria deHotéis no Paraná (ABIH-PR), Henri-que Lenz Filho, 80% das acomoda-ções disponíveis em Curitiba já estãoreservadas para os dias dos jogos, porconta de um acordo feito com a Fifa.“Quem ainda não reservou sua hos-pedagem só vai encontrar vagas, ago-

ra, nos hotéis que não fizeram esseconvênio”, diz.

Quanto à possibilidade (agora re-mota), de a cidade ficar fora dos jo-gos, Lenz Filho afirma que os prejuí-zos seriam incalculáveis. “Seria, semdúvida, uma catástrofe. Desde 2008,quando a cidade foi eleita uma dascidades sede para o Mundial, come-çou a nossa preparação. Inclusive, fi-zemos um acordo para que nenhumevento de grande porte, como con-gressos, seminários e reuniões fosserealizado durante o mês de junho, jus-tamente para que os hotéis ficassemdisponíveis para a imprensa, os turis-tas e familiares de jogadores”, afirma.

Ainda segundo ele, além do di-nheiro que os turistas deixarão aqui,os investimentos feitos nos hotéis,como reformas, readequações e trei-namento dos funcionários vão ficarcomo legado da Copa para o setor.

Comércio

A maior expectativa de público épara o jogo entre Austrália e Espa-nha (atual campeã), marcado para o23 de junho. E, por isso, o comérciojá está se preparando com os artigosdas seleções e principalmente com os

verde-amarelos. De acordo com ovice-presidente da Associação Co-mercial do Paraná (ACP), AntônioEspolador Neto, a entidade ainda nãopôs na ponta do lápis os números re-lativos ao crescimento esperado parao setor nesse período, mas a perspec-tiva é boa.

“A notícia (da confirmação dos jo-gos) foi excelente, foi um ponto muitopositivo para a cidade e para todomundo. Agora, a nossa única preocu-pação é quanto aos feriados que osvereadores estão querendo decretarnos dias dos jogos. Já temos feriadosnos dias dos jogos do Brasil decreta-dos pela presidente, isso acaba com ocomércio. A única oportunidade que

Espolador Neto:“Nossa única preocupação é quanto

aos feriados que estão querendodecretar nos dias dos jogos.Isso acaba com o comércio”

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Por Lucian Haro

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CIDADES

os lojistas terão de vender mais é nosdias dos jogos”, enfatiza.

Bares e Restaurantes

Já a Associação Brasileira de Ba-res e Restaurantes do Paraná (Abra-sel-PR) tem números fechados e pre-vê um aumento de R$ 240 milhões

em movimentação financeira no se-tor de alimentação no Paraná, prin-cipalmente nas cidades do litoral, Fozde Iguaçu e Curitiba, durante os en-tre meses de maio e julho por causada Copa.

“Serão milhões destinados emimpostos municipais, estadual e fe-

deral, que são revertidos para saú-de, educação e melhorias para popu-lação”, explica o diretor executivo daassociação, Luciano Bartolomeu. Se-gundo ele, a expectativa é fechar oano com aumento de R$ 600 milhõesem movimentação financeira para osetor somente no Paraná.

Perspectiva ar tíst ica da fachada da Baixada da Arena, em Curit iba

Tabela de jogos em Curitiba:16 de junho

xIrã Nigéria

20 de junho

xEquador Honduras

23 de junho

xEspanha Austrália

26 de junho

xArgélia Rússia

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Só vantagensO coordenador geral da Copa do Mundo no Paraná, Mário Celso Cunha,elencou os principais benefícios que o mundial trará para a cidade.Segundo ele, dados do Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e PequenasEmpresas (Sebrae) mostram, por exemplo, que até agora, ospreparativos para os jogos já renderam R$ 281 milhões em negóciospara micro e pequenas empresas.“A escolha de Curitiba para a Copa trouxe um grande volume deinvestimentos nas áreas de turismo, educação, infraestrutura, saúde e,principalmente, mobilidade urbana. Em virtude da Copa, muitasempresas também aumentaram seus investimentos e se programarampara o aumento da demanda de turistas”, destaca.Entre as ações que foram feitas não só para a Copa, mas que ficarãocomo legado após o megaevento, Cunha lembra das obras realizadaspela Infraero nos aeroportos Afonso Pena (com investimentos de R$ 350milhões), Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina; um novo CentroIntegrado de Comando e Controle, dois caminhões de alta tecnologiacedidos pelo Ministério da Justiça (cada um custando R$ 5 milhões eque ficarão para a Polícia Militar após a Copa); as obras de mobilidadeurbana (PAC da Copa), que incluem sete projetos; e ainda a ampliaçãodo turismo interno, da geração de empregos e impostos e dofortalecimento do orgulho cívico.

Ainda de acordo com Bartolo-meu, o trade turístico e a cidade es-tão prontos para o mundial. “Dentreas cidades sede, somos a que apre-senta os preços mais convidativos nosegmento. Esperamos uma maior mo-vimentação entre os meses de maioe julho”, projeta.

Lenz Filho: “Quem aindanão reservou suahospedagem só vaiencontrar vagas, agora,nos hotéis que nãof izeram esse convênio”

Mário Celso Cuinha:“Em vir tude da Copa,muitas empresastambém aumentaramseus investimentos e seprogramaram para oaumento da demanda deturistas”

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CIDADANIA

PARA FACILITAR AVIDA DO CONSUMIDOR

Usuários de telecomunicações no Brasil contam com regulamento que amplia e assegurao cumprimento de seus direitos, incluindo o cancelamento automático de serviços

Principais inovações:Cancelamento automáticoMesmo sem falar com um atendente da operadora, o consumidor poderácancelar seu serviço por meio da internet ou simplesmente digitando umaopção no menu na central de atendimento telefônico da prestadora. Ocancelamento automático deverá ser processado pela operadora em, nomáximo, dois dias úteis. Também poderá ser efetuado por meio deatendente, se o cliente assim desejar.

Call centerA prestadora será obrigada a retornar a ligação para o consumidor caso amesma sofra descontinuidade durante o atendimento no seu call center.A conversa deve ser gravada, a exemplo dos demais diálogos entre acentral de atendimento da prestadora e o usuário, e armazenada por seismeses. O consumidor tem direito à cópia dessas gravações.

Contestar cobrançasSempre que o consumidor questionar o valor ou o motivo de umacobrança, a empresa terá 30 dias para lhe dar uma resposta. Se nãoresponder nesse prazo, a prestadora deve automaticamente corrigir afatura, caso não tenha sido paga, ou devolver em dobro o valordesembolsado. O consumidor pode questionar faturas com até três anosde emissão.

Validade do crédito de celular pré-pagoTodas as recargas de telefonia celular na modalidade de pré-pago valerão,no mínimo, 30 dias. Atualmente, há créditos com períodos de validadeinferior, o que confunde o consumidor. As operadoras deverão aindaoferecer duas outras opções de prazo de validade de créditos, de 90 e180 dias. O usuário também deverá ser avisado sempre que os créditosestiverem para expirar.

Promoções valem para todosAtualmente, muitas operadoras fazem ofertas promocionais para atrairmais assinantes, mas não oferecem as mesmas condições para aquelesque já assinam os seus serviços. Com o regulamento, assinante ou nãotem direito a aderir a qualquer promoção que for anunciada pelaoperadora, na área geográfica da oferta.

Unificação de atendimentoCom o novo regulamento, os consumidores de pacotes combo (que unemtelefonia fixa, banda larga e TV por assinatura, por exemplo) poderãoresolver assuntos relativos a qualquer um dos serviços entrando emcontato com uma única central de atendimento telefônico.

(Com Anatel)

É ver, crer e, principalmente, usar para sa-ber se realmente funciona. Desde o final do mêspassado, estão garantidos o aumento da trans-parência nas relações de consumo e a amplia-ção dos direitos de quem utiliza telefonia fixa emóvel, internet e televisão por assinatura. Issoconsta do Regulamento Geral de Direitos doConsumidor de Serviços Telecomunicações(RGC) que foi aprovado no dia 21 de fevereiropelo Conselho Diretor da Agência Nacional deTelecomunicações (Anatel). As medidas, depen-dendo da complexidade, vão demorar, no míni-mo, quatro meses para entrarem em vigor.

Na elaboração do documento, a Anatel con-siderou os principais problemas registradospelos consumidores em sua central de atendi-mento. Apenas em 2013, foram recebidos maisde 3,1 milhões de reclamações contra operado-ras de serviços de telecomunicações, a maioriadelas relacionadas à cobrança - 33,9% do total.

As novas obrigações previstas no regulamen-to variam de acordo com o porte da operadora:as que têm até 5 mil consumidores, as que têmentre 5 mil e 50 mil e as que têm mais de 50 milusuários.

Da Redação

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CIDADANIA

BENEFÍCIO PARA MAIS DE19 MILHÕES DE PESSOAS

Ao fazer um balanço dos três anosda instituição do “Saúde Não TemPreço”, completados no dia 14 de fe-vereiro, o Ministério da Saúde infor-mou que até aquele momento o pro-grama beneficiava 19,4 milhões debrasileiros, com remédios gratuitoscontra asma, hipertensão e diabetesem 4.119 cidades com 30.146 farmá-cias públicas e privadas, que aderi-ram à ação.

Dos municípios, 1.464 são de ex-trema pobreza que estão inseridos naestratégia do governo de subsidiar osmedicamentos à população brasilei-ra em drogarias particulares, comple-mentando os pontos de retirada deitens que já eram ofertados de graçanos postos de atendimento do Siste-ma Único de Saúde (SUS).

O número de municípios mais ca-rentes do país contemplados superaa meta traçada pelo Governo Fede-ral de atingir 1.377 municípios deextrema pobreza até 2014. Quando oprograma foi lançado, havia 578 mu-nicípios com esse perfil.

“A ação facilitou o acesso aos me-dicamentos da população destes locais,que muitas vezes tinha de se locomo-ver até outros municípios para retirartais itens nos postos de saúde, que sófuncionam em horário comercial – per-dendo tempo, dinheiro para transpor-te e às vezes um dia de trabalho. Ago-ra elas podem recorrer a farmáciasparticulares perto de casa em horárioalternativo ao do seu expediente”, dis-se o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Considerando que o paciente jácomprava medicamentos no Farmá-

cia Popular pagando 10% do preçode mercado, a economia anual paraum hipertenso varia de R$ 450 a R$820, e, no caso de um diabético, va-ria de R$ 100 a mais de R$ 1 mil.

Para obter os produtos disponí-veis no Saúde não Tem Preço, o usu-ário precisa apresentar CPF, docu-mento com foto e receita médica den-tro do prazo de validade. Pessoas commais de 60 anos ou com dificuldadesde locomoção ficam dispensadas dapresença física, podendo o medica-mento ser retirado com procuraçãopor familiares ou amigos.

A gratuidade dos medicamentostambém atraiu um número maior defarmácias a participarem do Farmá-cia Popular. O número de estabeleci-mentos privados credenciadas que,em 2011, era 14 mil, chegou a 29,6mil em janeiro deste ano. Em todo oPaís, são 30.146 farmácias, entre

Programa está presente em quase 4,2 mil municípios brasileiros efornece, de graça, remédios contra asma, hipertensão e diabetes

Farmácia PopularO Saúde Não Tem Preço faz parte doprograma Farmácia Popular, instituído em2004 com estabelecimentos montadospelo Governo Federal para fornecerremédios com até 90% de desconto.A partir de 2006 foram incluídas noprograma farmácias da rede privada, quepassaram a ofertar produtos até 90%subsidiados pelo Governo. O programaoferece medicamentos para problemasde saúde comuns à população, comocolesterol, osteoporose, doença deParkinson, glaucoma, além decontraceptivos e fraldas geriátricas.Nos últimos três anos, o Ministério daSaúde investiu mais de R$ 3,9 bilhões noFarmácia Popular: foram R$ 774 milhõesem 2011, R$ 1,3 bilhão em 2012 eR$ 1,9 bilhão, em 2013. O orçamentopara 2014 é de cerca de R$ 2,6 bilhões. (Com Blog da Saúde)

públicas (rede própria administradapelo governo) e particulares creden-ciadas, que distribuem os remédios.

Da Redação

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MEIO AMBIENTE

ANTES QUE Plano para preservar o tatu-bola, que já seencontra na lista dos ameaçados deextinção deve ficar pronto até o final do ano

Incorporado à lista vermelha dosanimais ameaçados na categoria vul-nerável, a preservação do tatu-bola(Tolypeutes tricinctus) chama a aten-ção de instituições voltadas à preser-vação das espécies. Tanto que o sím-bolo da Copa do Mundo deste anoserá objeto do Plano Nacional deConservação de Espécies da FaunaAmeaçadas de Extinção, que será ela-borado pelo Instituto Chico Mendesde Conservação da Biodiversidade(ICMBio), vinculado ao Ministério doMeio Ambiente (MMA) e deve estarconcluído até o final deste ano.

O tatu-bola, espécie que só ocor-re na Caatinga e no Cerrado brasilei-ros e que inspirou a escolha do mas-cote da próxima Copa do Mundo deFutebol “corre sério risco de desapa-recer da natureza”, alerta RodrigoCastro, secretário-executivo da ONGcearense Associação Caatinga e umdos defensores do Projeto Tatu-Bola,lançado pela entidade no início de2012. “Com esse projeto, buscamosdirecionar uma parte da paixão domundo pelo futebol para salvar a es-pécie da extinção. E somente conse-

Tatu-bola: um símboloameaçado de extinção

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SEJA TARDEDa Redação

Foco regionalSegundo Marcelo Marcelino de Oliveira, diretor dePesquisa, Avaliação e Monitoramento daBiodiversidade do ICMBio, a partir de agora, aabordagem será territorial para abranger o maiornúmero possível de espécies de todos os biomas.“Interessa-nos atacar todas as pressões que levamcada espécie ao risco de extinção, por isso, a meta,agora, é fazer planos territoriais e não mais porespécie”, esclareceu.No momento, há 44 planos de conservação deespécies ameaçadas que estão sendo implantadospelo ICMBio em todas as regiões do Brasil,envolvendo 362 tipos de animais dos biomasmarinho, Caatinga, Cerrado, Amazônia, Pampa ePantanal.

guiremos isso se protegermos o vali-oso patrimônio natural da Caatinga”,afirmou.

Para João Arthur Soccal Seyffar-th, analista ambiental da Secretariade Biodiversidade e Florestas doMMA, toda espécie ameaçada deveter um plano de conservação, quevisa melhorar seu estado de conser-vação e, se possível, tirá-la da listade espécies ameaçadas. No caso dotatu-bola, o MMA está oferecendoapoio institucional ao projeto da As-sociação Caatinga, facilitando a arti-culação com parceiros importantes ecom o ICMBio para a elaboração eimplantação do Plano Nacional deConservação de Espécies da FaunaAmeaçadas de Extinção, que abran-gerá este animal nos biomas habita-dos por ele.

O objetivo principal do ProjetoTatu-Bola, desenvolvido em parceriacom a The Nature Conservacy (TNC)e a União Internacional para a Con-servação da Natureza (UICN), alémda manter a espécie na natureza, éapoiar ações de pesquisa e a elabo-ração de ações de implantação doplano nacional de conservação doanimal.

“Se nada for feito pela espécie, elacorre o risco de desaparecer da na-tureza nos próximos 50 anos e esti-ma-se que, na última década, 30% dapopulação remanescente tenham de-saparecido”, alerta Castro, ao acres-centar que “esse projeto é fundamen-tal para reduzirmos o risco iminentede extinção do tatu-bola”.

(Com Ministér io do Meio Ambiente)

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Castro: “esse projeto é fundamental parareduzirmos o risco iminente de extinção do tatu-bola”

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30 MAR.2014 Paraná em Foco

ECONOMIA

Por Sílvio Oricolli

Vários fatores contribuírampara o bom desempenho doPIB estadual, que deve mantero ritmo de crescimentoneste ano

Vários fatores contribuírampara o bom desempenho doPIB estadual, que deve mantero ritmo de crescimentoneste ano

Alicerçado no aumento da rendado agronegócio, na expansão do em-prego formal e nos primeiros impac-tos do programa Paraná Competiti-vo, o Produto Interno Bruto (PIB) es-tadual foi de 5% em 2013, de acordocom dados do Instituto Paranaensede Desenvolvimento Econômico eSocial (Ipardes). O crescimento daeconomia nacional, segundo informa-ções do Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE) foi de 2,3%no mesmo período. O PIB paranaen-se de 2011 a 2013 aumentou, em mé-dia, 4,2% ao ano, ao passo que o na-cional teve expansão média de 2%.

Na avaliação do presidente doIpardes, Gilmar Mendes Lourenço,não é correto dizer que o Estado está“descolado” da economia nacional aose fazer o comparativo dos desempe-nhos paranaense e brasileiro. “O Pa-raná não é uma ilha. No entanto, temdemonstrado capacidade de ativarmecanismos que lhe dão maior resis-tência em momentos de crise e favo-recem ocupar a dianteira no cresci-mento da economia de forma susten-tada”, pontuou o economista.

Mesmo considerando prematurofazer previsão de crescimento, ele es-tima que a expansão da economia pa-ranaense em 2014 pode repetir o

O desempenho daagricultura, aliandoprodução e preços,

foi decisivo paraa expansão do PIB

paranaense

ECONOMIADO PARANÁAUMENTA 5%

ECONOMIADO PARANÁAUMENTA 5%

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ECONOMIA

Lourenço: “O Paraná temdemonstrado capacidade de

ativar mecanismos que lhedão maior resistência emmomentos de crise efavorecem ocupar adianteira no crescimento

da economia de formasustentada”

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mesmo nível do ano passado ou atémais. “Para isso, dependemos de vá-rios fatores, a começar pelo desem-penho da economia nacional, a recu-peração da crise no cenário interna-cional e os efeitos positivos da Copado Mundo e das eleições. Tambémpara isso concorrem benefícios advin-dos do Paraná Competitivo e os in-vestimentos em infraestrutura, nes-te caso, a partir da liberação dosempréstimos que dependem do avaldo Governo Federal”, analisou.

Lourenço disse que a supersafra

agrícola colhida pelos produtores pa-ranaenses aliada aos preços satisfa-tórios dos principais produtos nomercado internacional contribuírampara o aumento da renda no agrone-gócio. “Isso gerou impacto positivona atividade e contribuiu para o bomdesempenho da economia estadual”,acrescentou.

De acordo com o Ipardes, em2013, a safra de grãos do Paraná re-sultou em cerca de 23 milhões de to-neladas, com aumento de 31% emcomparação com o volume colhido noano anterior. Destacaram-se a soja,com acréscimo de 31% e o milho, 8%.No geral, considerando também a

safra de inverno, o volume degrãos produzido no Estado passoudos 36 milhões de toneladas:17,7% a mais que em 2012, ape-sar dos prejuízos provocados pe-las geadas de julho passado.

Emprego

O presidente do Ipardes dis-se ainda que a vitalidade do

mercado de trabalho formal foi de-cisiva para o Paraná exibir númerosvigorosos em sua expansão econô-mica no ano passado, a ponto de res-ponder por mais de 8% do saldo lí-quido das admissões no Brasil o quelhe assegurou a terceira colocaçãonesse quesito, atrás de São Paulo,com 24%, e Rio de Janeiro, com 9%,segundo números do Ministério doTrabalho e Emprego. O interiorficou com 80% dos postos formaiscriados em 2013.

Industrialização

Lourenço disse ainda que o avan-ço da economia estadual também re-flete “os primeiros impactos do Pa-raná Competitivo (programa de in-dustrialização do Governo do Estado)que já atraiu mais de R$ 30 bilhõesem investimentos públicos e privados(nacionais e internacionais)”. O pro-grama, segundo o próprio governo,tem potencial para gerar 150 mil em-pregos, considerado os investimentosfeitos até o momento.

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ECONOMIA

PIB DO BRASILCRESCE 2,3% EM 2013Com essa evolução sobre 2012, o total de riquezasproduzidas no País atingiu R$ 4,84 trilhõesDa Redação

34 MAR.2014 Paraná em Foco

“É importante ressaltar que o cres-cimento de 2013 foi um crescimentode qualidade puxado, entre outras coi-sas, pelos investimentos.” Assim se ex-pressou o ministro da Fazenda, GuidoMantega, ao comentar o anúncio do cres-cimento de 2,3% do Produto Interno Bruto(PIB) – a soma dos bens e serviços produzi-dos no País – no ano passado, conforme anun-ciou o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE), no final de fevereiro.

Segundo o ministro, esse desempenho mostraque a economia está em trajetória de aceleraçãogradual em relação a 2012 – cresceu apenas 0,9% - e

O ministro Mantegaprevê que a economiamanterá o ritmo decrescimento neste ano

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que essa será a tendência para esteano. Disse ainda que, apesar dos re-sultados pouco expressivos da indús-tria nos últimos dois anos, o setorpode voltar a ter papel fundamentalnos resultados futuros. “A indústriasofreu por falta de dinamismo domercado mundial, não apenas domercado brasileiro: o setor poderácrescer mais, aumentando as expor-tações, em razão do câmbio mais fa-vorável”, ponderou.

E acrescentou que o futuro seráinfluenciado por estabilidade cambi-

al, investimentos crescentes e in-gressos de capitais no País.

Destaques

De acordo com o IBGE, a expan-são de 6,3% nos investimentos foi oprincipal destaque da demanda inter-na do País no ano passado, impulsio-nado pela procura por máquinas eequipamentos, com alta de 10,2%.“Os investimentos foram a grandediferença, já que, em 2012, eles ti-nham caído 4%. O governo fez vári-as linhas de financiamento (como osdo BNDES). Programas imobiliários,como o Minha Casa, Minha Vida tam-bém contribuíram”, avaliou RebecaPalis, pesquisadora de Contas Na-cionais do IBGE.

Igualmente o consumo das famí-lias teve efeito importante nos rumosda economia, com alta de 2,3%, odécimo consecutivo, puxado pelo au-mento de 2% da massa salarial real ede 8,5% nas operações de créditopara pessoa física. No entanto, a pes-quisadora ressalta que o ritmo doconsumo continua caindo. Basta verque, antes de 2012, a expansão ti-nha sido de 3,2%. Contribuíram parafrear o setor o aumento da inflação ea taxa de juros que influem no poderde compra e nas operações de crédi-to, respectivamente.

(Com IBGE e Agência Brasil)

Rebeca: “Os investimentosforam a grande diferença,

já que, em 2012, elestinham caído 4%”

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De acordo com o IBGE, a expansão de6,3% nos investimentos foi o principal

destaque da demanda interna do País noano passado, impulsionado pela procura por

maquinas e equipamentos,com alta de 10,2%.

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ECONOMIA

LUCRO DAPETROBRAS É DER$ 23,57 BILHÕES

Resultado ficou 11% acima dodesempenho de 2012. Um dos fatoresque contribuíram para a expansão foi oaumento no preço dos combustíveis

Da Redação

Ao anunciar, na última semana de fevereiro, quea Petrobras alcançou lucro líquido de R$ 23,57bilhões, superando em 11% o resultado de 2012(R$ 21,18 bilhões), a presidente da estatal,Maria das Graças Foster, creditou odesempenho a vários fatores, listando, entreeles, a redução das exportações de derivadosde petróleo, os aumentos do refino no País edos preços de venda ao consumidor do diesel eda gasolina, que tiveram os valores corrigidosem 20% e 11%, respectivamente, no anopassado. O faturamento bruto da empresacresceu 8%, atingindo R$ 304,89 bilhões.“Esse aumento em relação ao ano passadodecorre exatamente dos vários aumentos depreços que tivemos em 2012 e queaconteceram inteiros em 2013 mais osaumentos de 2013”, acrescentou. Com aexpansão do refino nacional, ela confirmou quea companhia conseguiu reduzir as exportações.“Foi um resultado bastante positivo eimpactado, certamente, pelo aumento depreços”, destacou.Para Maria das Graças, a menor incidência daperfuração de poços secos favoreceram ocrescimento da empresa. “Isso faz parte donegócio, mas estamos fazendo uma gestão paranão sermos surpreendidos além do planejado”,afirmou. Segundo ela, a empresa deixou “asbordas do pré-sal” e interiorizou a exploraçãopara diminuir riscos. “Com mais caixa,voltaremos às bordas”, adiantou.

RECORDE DO PRÉ-SAL:407 MIL BARRIS POR DIAO resultado foi obtido com a exploração de21 poços nas bacias de Santos e de CamposDa Redação

No dia 20 defevereiro, a Petro-bras anunciou re-corde de produçãono pré-sal com amarca de 407 milbarris de petróleodiários nas Baciasde Santos (SP) eCampos (RJ). O vo-lume foi obtidooito anos após a primeira descoberta do pré-sal, em 2006. Contri-buiu para elevar a produção o início da extração no poço 9-SPS-77, localizado no campo Sapinhoá, com 36 mil barris por dia.

A Petrobras esclareceu que o recorde foi estabelecido pela ex-ploração de 21 poços – 10 na Bacia de Santos e 11 na Bacia deCampos. Ainda de acordo com a petrolífera, enquanto no Brasil aempresa levou apenas oito anos para obter o recorde no pré-sal,na Bacia do Golfo do México a demora foi de 19 anos para atingirvolume semelhante.

A estatal informou ainda que, neste ano, entrarão em operaçãomais três plataformas: no primeiro trimestre, a P-58 vai realizarextrações no campo Norte de Parque das Baleias; no terceiro tri-mestre será a vez da FPSO Cidade de Ilhabela produzir no campode Sapinhoá e, no quarto trimestre, a FPSO Cidade de Mangarati-ba iniciará a produção no Campo de Lula, na área de Iracema Sul.

Ainda segundo a Petrobras, até 2016 mais oito plataformas vãocomeçar a operar na Bacia de Santos. Quando todas as estruturasestiveram em funcionamento a produção pretolífera no pré-sal seráde um milhão de barris por dia, segundo estimativas da companhia.

(Com Por tal Brasil)

O que éFPSO: Floating Production, Storage and Offloading (Unidadeflutuante de produção, armazenamento e transferência): Pla-taformas flutuantes utilizadas para extração de petróleo

Pré-sal: camada de solo formada por rochas sob a crosta ter-restre. Essa camada é constituída por sal petrificado, deposita-do sob outras lâminas menos densas no fundo dos oceanos.

Maria das Graças: “Foi umresultado bastante posit ivoe impactado, cer tamente,pelo aumento de preços”

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Desde o início de fevereiro estádisponível às empresas um aplicati-vo móvel que permite, por intermé-dio de celulares e tablets, acessardados do Cadastro Nacional da Pes-soa Jurídica (CNPJ) e a visualizaçãoda localização da firma em um mapa.Com isso é possível acompanhar pe-didos de alteração de norma empre-sarial, de nome, endereço, naturezajurídica, tamanho da organização,visualizar o histórico da empresa ousolicitar o cancelamento de pedidos.

O aplicativo permite ainda a con-sulta ao Cadastro Nacional de Ativi-dades Econômicas (Cnae) e o acessoa informações do Simples Nacional.Mas não é permitido fazer a inscri-ção no CNPJ por meio do aplicativo.Para fazer a consulta, é preciso ape-nas ter o número do CNPJ daempresa. O aplicativo,

ECONOMIA

DADOS EMTEMPO REAL

Pessoas jurídicas podem acompanhar pedidose informações nas bases de dado do governo

por meio de aplicativo móvel da Receita

Da Redação

ECONOMIA DER$ 9 BI COMPREGÃOELETRÔNICO

Em 2013, o Governo Federal utilizouo pregão eletrônico em 37 milprocessos, o que correspondeu a60% do total das compras econtratações públicas, contabilizandoeconomia de 18%, cerca deR$ 9,1 bilhões no período.No ano passado, os gastos com ascompras governamentais totalizaramR$ 68,4 bilhões na aquisição debens e serviços por meio de223,2 mil processos, levando-se emconsideração todas as modalidadesde contratação, segundo dados doPortal de Compras do governofederal (Comprasnet).Os produtos mais adquiridos pelogoverno por meio do pregãoeletrônico fazem parte do grupo deequipamentos e artigos para usomédico, dentário e veterinário, comoremédios, vacinas e camashospitalares. Essas comprasmovimentaram em torno deR$ 3,9 bilhões. Já em relação aosserviços, o mais contratado pelaAdministração Pública Federal foi ode engenharia, com R$ 2,3 bilhões.Pequenas reformas e construção deestradas são exemplos dessasaquisições.A secretária de logística e tecnologiada informação, Loreni Foresti, explicaque este resultado se deve àquantidade de órgãos públicosespalhados pelos estados, e quedevem ser analisadosseparadamente. “Os órgãos federaisde Roraima foram,proporcionalmente, os maiorescontratantes do pregão eletrônico:92% do valor de suas compras foramrealizados por essa modalidade”,acrescentou a secretária. (Com Ministér io do Planejamento)

Da Redação

chamado “APP CNPJ”, está disponí-vel para download em tablets e smar-tphones com sistemas operacionaisAndroid e IOS e pode ser baixado pelaGoogle Play e Apple Store.

O subsecretário de arrecadaçãoe atendimento da Receita Federal,Carlos Roberto Occaso, informa queo aplicativo foi criado visando sim-plificar e facilitar o acesso às infor-mações da Receita. “Um aplicativodeste atinge milhões de usuários efacilita demais os processos”, afir-mou, ao acrescentar que, atualmen-te, há mais de 17 milhões de CNPJsativos, 1,8 milhão de pedidos de ins-crição no CNPJ por ano e cinco mi-lhões de pedidos de alteração porano. Os principais usuários que se-

rão atendidos pelo novo aplicati-vo são empresários, conta-

dores e despachantes.(Com Receita Federal)

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ECONOMIA

ARRECADAÇÃO FEDERALCHEGA A R$ 1,138 TRILHÃOEsforço fiscal e recuperação daeconomia elevaram a receita dos tributosfederais em mais de 4% em 2013

Da Redação

A arrecada-ção de impostos,contribuições fe-derais e demaisreceitas atingiuR$ 1,138 trilhãoem 2013, comalta real de4,08% (desconta-da a inflação doperíodo) sobre2012, segundodados da Secre-taria da Receita Federal. Isso decorreu por causa da recuperação da econo-mia no segundo semestre e dos parcelamentos especiais. O refinanciamentode dívidas de instituições financeiras e de multinacionais e a reabertura doRefis da Crise, por exemplo, renderam R$ 21,785 bilhões no ano passado.

Segundo a Receita, em dezembro, a arrecadação foi de R$ 118,36 bilhões,recorde para o mês e a segunda melhor da história, atrás apenas de janeirode 2013 – R$ 121,878 bilhões em valores corrigidos pelo IPCA. Também con-tribuiu para o aumento da receita a arrecadação extraordinária de R$ 2,5bilhões de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Excluídos os parcelamentos especiais, a arrecadação teria fechado 2013com alta de 2,12% acima da inflação, o que, segundo a Receita Federal, indicaa recuperação da economia, principalmente a partir do segundo semestre. Ocrescimento de 3,57% nas vendas refletiu-se na alta real de 8,03% na arreca-dação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Finan-ciamento da Seguridade Social (Cofins), tributos ligados ao faturamento.

O aumento na lucratividade das empresas a partir do segundo semestrefez a arrecadação do IRPJ e da CSLL encerrar o ano com aumento real de8,46%. Já as reduções de tributos para estimular a economia levaram o go-verno a deixar de arrecadar R$ 77,8 bilhões em 2013. A redução a zero daContribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), cobrada nos com-bustíveis, representou renúncia de R$ 11,5 bilhões, ao passo que a desonera-ção da cesta básica teve impacto fiscal de R$ 6,8 bilhões.

(Com Agência Brasil)

Recorde em janeiroCom aumento real de 0,91% emrelação a igual mês do ano passado,a arrecadação do primeiro mês doano foi de R$ 123,66 bilhões, valorrecorde para os meses de janeiro,segundo a Receita Federal. Aevolução foi influenciada pelopagamento feito pelas empresas daprimeira cota, em alguns casos dacota única, do Imposto de RendaPessoa Jurídica e da ContribuiçãoSocial Sobre Lucro Líquido (CSSLL)relativa ao último trimestre do anopassado. A Receita prevê alta realde 3% na arrecadação de 2014.(Com Receita Federal)

Receita do Paranácresce 8,67%Ao se comparar com o valor de umano antes (R$ 27,83 bilhões), aarrecadação do Paraná em 2013cresceu 8,67%, descontada ainflação do período, chegando aR$ 32,14 bilhões. O Imposto sobreCirculação de Mercadorias eServiços (ICMS) contribuiu comR$ 20,72 bilhões, 9,84% acima dosR$ 17,75 bilhões de 2012.As despesas totais foram deR$ 32,04 bilhões, um aumento realde 5,81% sobre os R$ 28,49 bilhõesde 2012. A Secretaria da Fazendaconsiderou que o aumento dosinvestimentos do Estado contribuiupara a evolução dos números:R$ 1,79 bilhão frente a R$ 1,3bilhão de 2012, com aumento realde 29,37%.(Com SEFA)

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ARTIGO

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A ECONOMIA A CAMINHO

DA MODERNIDADE

Abram Szajman*

*Abram Szajman é presidente da FecomercioSPe dos conselhos regionais do Sesc e do Senac

O Brasil do século 21 já é e serácada vez mais um País com cresci-mento econômico alicerçado no se-tor de comércio e serviços, que seafirma como polo dinâmico geradorde emprego.

As transformações recentes dasociedade brasileira atestam essarealidade e apontam para uma ten-dência irreversível. O aumento darenda do consumidor, acompanhadopor uma distribuição que fez da clas-se média o segmento majoritário dapopulação, provocou inicialmente umforte consumo de bens, que agora seconverte em demanda por serviços.

Em outras palavras, a emergenteclasse C, depois de comprar casa,carro, computador e outros bens du-ráveis, quer agora melhorar sua qua-lidade de vida gastando com viagens,academias de ginástica, cursos deidiomas, especializações e demaisserviços vinculados às áreas de saú-de, educação, lazer e cultura.

Tudo aquilo que antes era privi-légio de uma minoria agora está seincorporando ao cotidiano de milhõesde pessoas, portanto.

Essa mudança estrutural profun-da acentua a redução da participaçãoda indústria brasileira no PIB, fenô-meno planetário e tão inevitável

como foi, no século passado, a pro-dução agrícola ter cedido espaço aosprodutos manufaturados.

Isto não quer dizer, como alardei-am alguns, que o nosso País esteja sedesindustrializando.

Assim como a monocultura agro-exportadora dos tempos da colônia edo império se transformou no pujan-te agronegócio dos dias atuais, tam-bém a nossa indústria pode e devedeixar de ser a atual plataforma peri-férica, poluidora e tecnologicamentedefasada, resultado de décadas deprotecionismo.

Essa superação, entretanto, nãovirá pela via da obstrução aos produ-tos importados. Não virá também pelainsistência em focar na indústria aspolíticas públicas de fomento da pro-dução, como insistem aqueles que,dentro e fora do Governo Federal,parecem empenhados em paralisar aroda da história.

O que se faz necessário, ao con-trário, é orientar a atividade econô-mica para as boas práticas ambien-tais. Simplificar a burocracia e redu-zir o peso do Estado, não apenas paraa indústria, mas para o conjunto daatividade econômica. Ampliar a ofer-ta de mão de obra qualificada, ampa-rando a pesquisa e a inovação, sem

as quais seguiremos à margem doverdadeiro valor agregado proporci-onado apenas pelo conhecimento epela educação continuada.

Com todo o respeito pelas legíti-mas manifestações dos diversos se-tores, entendemos que as políticaspúblicas devem ser consonantes comas mudanças relativas que ocorremno PIB.

O Brasil é uma economia a cami-nho da modernidade e, em valoresabsolutos, isso implica numa expan-são de todos os setores. O setor deserviços, porém, tende a ser cada vezmais expressivo, relativamente àsatividades primária e secundária. Damesma forma, ignorar que a inserçãoglobal faz parte desse jogo é apostarnuma improvável volta ao passado.

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CULTURA

NA LINHA DO INUSITADOAtrações internacionais invadem Curitiba dentro da programação do Festival de Teatro

Por Lucian Haro

O Festival de Teatro de Curitibatraz, a cada ano, uma novidade. Des-ta vez, em sua 23ª edição, vai en-cher a cidade - além das atraçõesnacionais - com montagens interna-cionais de tirar o fôlego. Do próxi-mo dia 25 de março a 6 de abril, oevento ocupará 65 espaços, entreruas, calçadas, parques e praças,além dos principais teatros da ca-pital, promovendo um encontro en-tre pessoas, artes cênicas e entre-tenimento.

Nesta edição, a programação damostra principal inclui 35 espetácu-los, sendo sete estreias nacionais equatro de grupos estrangeiros. Lean-dro Knopfholz, diretor do Festival,destaca alguns aspectos importantesda mostra. “Trabalhamos para formarum retrato abrangente do teatro bra-sileiro, combinando clássicos, novadramaturgia, novas maneiras de en-cenar e a comunicação com outrasartes”, diz.

Ele também indica tendênciascomo a maior abertura para o cená-rio internacional, o espaço para com-panhias estáveis, espetáculos inspi-rados por experiências pessoais,como “BR Trans” e “SPAM”, e, ain-da, a presença da música, seja emmusicais na concepção clássica ounão (“Jim”).

Palco aberto

Como há alguns anos, a abertu-ra do Festival será com um espetá-culo de fora do país e de rua: ElHombre Venido de Ninguna Parte.A peça chilena do grupo Gran Rey-neta trará diversas traquitanas aoLargo da Ordem - como plataformas

que levantam e se transformampara revelar atores escondidos. Par-te do equipamento precisará serreconstruído no Brasil a partir dedesenhos.

Apesar do aparato lúdico, a tra-ma trata de um viajante controverso.“Não é um espetáculo engraçadinho.O personagem se estrepa, é mau ca-ráter, perde tudo, e não se regene-ra”, relata um dos curadores do even-to, Celso Curi.

Mantendo a linha do inusitado,a também chilena “Otelo” usa bo-necos para contar a história do mou-ro de Shakespeare, numa aborda-gem pouco comum, tratando-se deuma peça adulta e trágica. “É umespetáculo que lida com a sexuali-dade de maneira bastante especial,não é politicamente correto”, dizCuri, referindo-se à trama de ciú-mes e assassinato passional.

Já “Sonata de Outono” é a visão

El hombre Venido de NingunaParte: Uma história mágicae poética de um homemque tem a capacidadede viajar no tempo

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Serviço:A venda de ingressos está disponível pelo site

www.festivaldecuritiba.com.br e também nas bilheterias localizadasno Shopping Mueller, Palladium e ParkShoppingBarigüi.

particular do celebrado diretor ar-gentino Daniel Veronese para o fil-me cult de mesmo nome do suecoIngmar Bergman (lançado em 1978).Nele, uma mãe retorna à casa da fi-lha ressentida pela ausência da pro-genitora, uma pianista famosa.

Da Argentina virá ainda o espe-táculo “SPAM”, um solo com apoiodo músico Zypce – que promete rou-bar a cena com a execução ao vivo ecom vários instrumentos. O diretor,Rafael Spregelburd, é um daquelesartistas pop procurados para opinarsobre tudo, dada sua verborragia –

o espetáculo trata da vida contempo-rânea pelo matiz da informática.

A única peça estrangeira não lati-no-americana, “The Rape of Lucrece”,foi um dos destaques do festival deEdimburgo, na Escócia, em 2012, e erasondada pelo festival desde a ediçãopassada. O poema de Shakespeare,musicado e narrado pela artista Cami-lle O´Sullivan, da Royal ShakespeareCompany, promete um espetáculo bas-tante forte, de conteúdo erótico e quenarra a violação de Lucrécia.

Para todos os gostos

O Festival contará, também, comoutras atividades já consagradas: Ri-sorama – festival de humor com standup comedy e personagens -, MishMash – série de apresentações devariedades, incluindo mágica e artecircense -, Guritiba – programaçãovoltada às crianças – e Gastronomix– quermesse de alta gastronomia comrenomados chefs brasileiros.

Um programação focada exclusi-vamente em teatro de rua – Sesi naRua – possibilitará ao público assis-tir espetáculos de companhias queutilizam o espaço público como ce-nário. Essa mostra inclui as peças “Opequeno manual”, “A Pereira da tia”e “Os gigantes da Montanha”.

(Com FCC)

Otelo:Adaptação de

Companhiachilena recria

personagens daobra de

Shakespeare

SPAM: A peçaconta a históriade umprofessornapolitano delinguística quesofre uminsólitoacidente eperde – juntoao público – amemória dosfatos

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42 MAR.2014 Paraná em Foco

CULTURA

ESPAÇO REDIVIVOPalco de grandes espetáculos, a Pedreira Paulo Leminski será reaberta nopróximo dia 29, no aniversário de Curitiba, com o show de Roberto Carlos

Por Noêmia Dias *

Um pouco da história da PedreiraEm 1989, a Prefeitura de Curitiba, trocou o barulho das explosões de dinamite na antiga Pedreira Municipal (antes foi usina

de asfalto), pela mistura de sons, cores e brilho dos grandes shows. O batismo com o nome de Paulo Leminski foi uma justahomenagem ao poeta, escritor, músico, compositor e publicitário curitibano.

Atualmente, a Pedreira Paulo Leminsk i é um local de shows e espetáculos ao ar livre, como capacidade para acomodar25 mil pessoas. Com cerca de 110 mil metros quadrados de extensão e localizada na região norte de Curitiba, o espaço estácercado por um paredão de rocha de trinta metros de altura. O seu palco tem cerca de 480 metros quadrados e foiimplantado em 1990. Assim, onde antigamente era extraída pedra e pó de brita para pavimentar as ruas da cidade, estáatualmente o espaço cultural Paulo Leminski e a Ópera de Arame – construída em 1992 em razão do 1º Festival de Teatro deCuritiba -, e que formam o Parque das Pedreiras, um dos pontos turísticos mais visitadosem Curitiba.

A inauguração da antiga Pedreira, no dia 24 de agosto de 1989, foi marcada com oespetáculo “Parceiros de Paulo Leminski”. Era um programa “Perhappiness”, criado pelaFundação Cultural de Curitiba para homenagear Leminski, falecido dois meses antes, em 7de junho. A inauguração oficial, no entanto, foi em 30 de setembro de 1990, com a entregada primeira etapa das obras de adaptação do novo espaço cultural da cidade.

Atualmente, o local conta com palco coberto, camarins, lago, heliporto, estacionamentoprivativo para artistas e equipes de produção, sala para ambulatório e área para convidadosespeciais. O palco tem 10 metros de altura, 18 de largura e 13,8 metros de profundidade.

No dia em que Curitiba completa321 anos – 29 deste mês –, o show deRoberto Carlos marcará a reaberturada Pedreira Paulo Leminski. O localde espetáculos, por onde já passaramgrandes expressões da música comoa banda AC/DC, Paul McCartney, BonJovi, David Bowie, The Killers, PearlJam, No Doubt, Sepultura, MiltonNascimento, Iron Maiden, INXS,Pixies e Ramones, estava fechado des-de 2008, por decisão judicial. Na oca-sião, o Ministério Público do Paranáentrou com ação em nome de mora-dores do bairro Abranches, onde aPedreira está localizada, que reclama-vam de tumulto e barulho nos dias deshows e apresentações.

Seis anos depois, a DC Set Even-tos, empresa vencedora da licitaçãoda Prefeitura de Curitiba para admi-nistrar o local, anunciou o fim dasobras de reforma, a liberação judici-al e o show de reabertura com o Ro-

berto Carlos. O preço dos ingressosvai de R$ 300,00 a R$ 600,00.

De acordo com o sócio-gerente daDC Set, Hélio Pimentel, a escolha porRoberto Carlos ocorreu em razão deo cantor ser uma unanimidade noPaís. “Roberto Carlos é um ícone na-cional e internacional. Será uma for-ma bacana de comemorar a reaber-tura da Pedreira”, afirmou. Ele con-

tou ainda que a expectativa para oshow do rei é de público não superi-or a 10 mil pessoas, uma vez que aspessoas deverão se acomodar em ca-deiras distribuídas pelo local.

Pimentel conta ainda que, a par-tir de agora, a Pedreira deverá rece-ber novamente grandes espetáculose shows. “Teremos uma agenda beminteressante para 2014, com shows

Roberto Carloscanta noaniversário deCuritiba nareinauguração dode um dos maisimpor tantesespaços deeventos da cidade

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Licitação e revitalizaçãoPor estar fechada desde 2008, a Prefeitura de Curitiba, então sob o comando do

prefeito Luciano Ducci (PSB), anunciou, em maio de 2012, a intenção derevitalizar a Pedreira Paulo Leminski e outros espaços culturais, como a Ópera deArame e o Parque Náutico. A intenção era fazer as adequações necessárias pormeio de PPP’s (Parcerias Públicas Privadas). Assim, depois do processo licitatório,e da homologação da empresa vencedora, a DC Set Evento Ltda, recebeu o sinalverde para iniciar as obras de reforma nesses locais, com investimento de cercade R$ 15 milhões.

Na Pedreira foram reformados os sanitários, palco, pista, camarins e instalaçõeselétricas. Além de os equipamentos e acessos terem sido estruturados emobediência às leis de acessibilidade e um espaço para a Polícia Militar foiconstruído.

Depois de encerradas as obras, o local passou por perícia, que apontoucondições favoráveis para receber shows. Na oportunidade, a equipe de peritos(formada por geólogos, arquitetos e engenheiros) avaliou a infraestrutura,segurança, acústica e a capacidade de público. A perita Vera Lúcia Camposatestou a liberação da Pedreira, afirmando que “não há dúvida de que o espaçoesteja apto a receber os shows, claro que há necessidade de conversar, e que asleis sejam realmente cumpridas dentro das restrições necessárias, como algunspontos de tolerância”.

De posse do laudo extrajudicial, a juíza Mariana Fowler Gusso, então responsávelpelo caso, disse que o próximo passo seria uma reunião entre a Prefeitura e osmoradores para uma conciliação. A intenção era promover um termo deajustamento de conduta que definiriam as regras para a reabertura do espaço. Oencontro foi realizado e as intenções foram formalizadas, culminando com o “sim”pela reabertura da Pedreira Paulo Leminski.

Para o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, areabertura deste espaço cultural é um marco importante para Curitiba. “Existe agarantia de que os usuários terão toda a segurança e o conforto necessários, e apopulação do entorno terá seus direitos respeitados, seguindo o que foideterminado pelo Ministério Público”, disse.

Depois das obras de reformas concluídas, o diretor da empresa, Hélio Pimentelafirmou que o grande desafio, a partir daquele momento, seria a definição deconteúdo para a Pedreira. “Não será só agendar shows, um anseio de toda acidade, mas também criar ações que façam com que o espaço pulse cultura e quetambém ajude no desenvolvimento da consciência ambiental e de questões desustentabilidade na cidade”, afirmou.

de diversos estilos, de gêneros abran-gentes”, assegurou.

A ação que impedia apresenta-ções na Pedreira foi revogada pelaJustiça do Paraná em janeiro desteano, por decisão do juiz EduardoBana, da 4ª Vara de Fazenda Públi-ca, que considerou cumpridas as exi-gências feitas pelo Ministério Públi-co para que o local pudesse ser rea-berto ao público. Para isso, além dareforma feita pela empresa nos sani-tários, palco, pista, camarins e insta-lações elétricas; adequações nosequipamentos e acessos para atenderàs leis atuais de acessibilidade, ain-da foi firmado acordo que envolve oMP, moradores e Prefeitura, por in-termédio da Fundação Cultural deCuritiba (FCC), que prevê limite deaté dois shows de grande porte a cada30 dias; apresentações marcadasentre segundas e quintas-feiras ter-minem até as 23 horas; shows às sex-tas, sábado e vésperas de feriadosdevem terminar até a 1h do dia se-guinte; apresentações aos domingosterminarão até as 20h; eventos nãodevem coincidir com clássicos ou de-cisões de futebol na cidade, além daatuação expressiva das entidades desegurança e saúde pública durante oseventos. Com isso, a nova capacida-de de público para eventos foi fixadaem 25 mil pessoas.

Fan FestTão logo a Pedreira Paulo Le-

minski foi liberada pela Justiça, o pre-feito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT),ofereceu o espaço à Fifa para ser sededas Fan Fests oficiais da Copa doMundo, na cidade, ao invés do ParqueBarigui, que apresenta dificuldadescomo enchentes e licença ambientalpara a realização das festas.

“A Fan Fest é uma tranquilidade,porque evita o impacto no ParqueBarigui. E, agora, a gente já pode,com a sentença (judicial), comunicarà Fifa que temos esse espaço”, disseFruet à época. O local para a realiza-ção da Fan Fest ainda não está defi-nido em Curitiba.

(Especial para Paraná em Foco)

Cordiolli:“Seguindo o quefoi determinadopelo MinistérioPúblico”

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44 MAR.2014 Paraná em Foco

CRÔNICA

A cidade pisa em poças.Infinita, sua neblina me consome

em madrugadas úmidas.Há um misto de nostalgia e velo-

cidade da luz neste caminhar molha-do. Sentimentos grudados nos pon-teiros e nas velas acesas no altar daidade. Escorre gordura nas vidraçasde pensões baratas. O lume da calça-da de mármore rebate a luz dos re-fletores.

Curitiba, três séculos e 21 anosna mochila, me assanha pelo seu jei-to. Seduz: meio polaca, meio índia,meio européia, meio negra, meiometropolitana, meio aldeia, meio sa-gaz, meio malaca, mistura de raças,

CURITIBA,Nilson Monteiro*

culturas, falares, uma Babel do aves-so cortada por carroções de madei-ra, sulcos na terra, e a loucura dosneons, sulcos óticos.

Caminho, lerdo, por suas ruaspovoadas de sabiás. Há no ar um jei-to poético de sentir e viver, matar emorrer. Plena de predicados e adje-tivos, nem liga. Parece senhora de si.Parece. Sua alma me segue viva. Ador espia aqui e ali, mostra a identi-dade aqui e ali e faz piruetas no teuperfil verdejante, com rugas dessestantos anos e pose de moderna. Émoderna, embora cultive teias pro-vincianas em seu cérebro múltiplo.Cosmopolita e conservadora.

Há sapos elásticos em nosso pas-sado de agora há pouco nas águasbarrentas de teus bairros. Olhos es-bugalhados espiavam para nossosdias que viriam em tantos outrosmeses das águas. Saltavam. O calen-dário desfolhado lembra os sapos, aspipas, os balões, as estrelas, os api-tos de trens, os charcos, as lambidasde vento gelado que tomávamosquando março ia se esfumaçando eanunciando abril. O calendário é cru-el, tenta apagar a infância, mas ossapos permanecem pulando dentro

ANO 321A cidade tem seus remendos,

tecidos esgarçados no pano social e nascortinas imundas que balançam

em janelas prostituídas. Há encantosnessas janelas e em seus convites.

O pano esgarçado é sofrível,está largado pelas ruas.

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* Nilson Monteiro é jornalista e escritor

do peito. Nostálgicos, de línguas afi-adas em busca de lembranças.

A cidade tem seus remendos, te-cidos esgarçados no pano social e nascortinas imundas que balançam emjanelas prostituídas. Há encantosnessas janelas e em seus convites. Opano esgarçado é sofrível, está lar-gado pelas ruas. Mas, março passarápido. Restam as lembranças man-chadas de perfume, baton e esmaltebaratos.

Nossa Senhora da Luz dos Pi-nhais, junto a santos de todas as reli-

giões, incluindo as agnósticas, quenos cuide da desesperança e do obs-curo. A fé não falha, nem nesta cida-de onde a Boca Maldita não perdoanem o papa. À benção todos os san-tos que me benzem e curam enquan-to me perco em divagações por suaspraças e ruas.

O homem nu, petrificado, não olhaa mulher nua. Há um crime anuncia-do na esquina nas dobras do PasseioPúblico. E um samba quadrado, fei-joada com mentruz, na Saldanha Ma-rinho.

Os faróis atropelam a cibernéticae desabam sobre os signos da geria-tria ou da informática urbana. Piscamcomo velas ardentes.

Orgulhosa de suas virtudes, a ci-dade comemora mais um aniversárioneste março e cultivo dúvidas: são ascidades as pessoas? Esta Curitibapoética, cinza e iluminada me enso-pa os olhos.

Vou embora pro Cajuru.Lá, sou amigo do Padre. Terei a

cerveja que quero, na mesa que es-colherei.

A fé não falha, nemnesta cidade onde aBoca Maldita não

perdoa nem o papa.À benção todos os

santos que mebenzem e curam

enquanto me percoem divagações porsuas praças e ruas.

Divu

lgaç

ão

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46 MAR.2014 Paraná em Foco

FOTOGRAFIA

Nascido no Rio de Janeiro, há 53anos, dos quais 39 dedicados à

fotografia, Wilson Pedrosa é um dosgrandes nomes do fotojornalismo

brasileiro, cobrindo grandes eventose acontecimentos nacionais e

internacionais.

Começou a carreira em 1977, noJornal de Brasília, transferindo-se,

em 1979, para o Correio Brasiliense.Depois, em 1984, foi para o Jornaldo Brasil, como coordenador daSucursal de Brasília; em 1989 foi

contratado pelo jornal Estado de SãoPaulo, também como coordenador e,em 2000, foi para São Paulo como

editor de fotografia do Grupo doEstadão, onde permaneceu até

2013. Atualmente mora em Curitiba.

IRÃ

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POR WILSON PEDROSA

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FOTOGRAFIA

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POR WILSON PEDROSA

PERU

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ARTIGO

LÍDER-COACH:COMO CHEGAR LÁ

Cíntia Renata Mion*

*Cíntia Renata Mion é psicóloga, trabalha com orientação vocacionale profissional e é sócia da A&C Soluções Corporativas em São Paulo

O termo coaching é um dos mais discutidos atualmen-te nas organizações e tem representado muito mais doque mero modismo. Significa uma saída para que asempresas tenham equipes de alta performance, atuandoem função dos resultados esperados e adaptando-se àsexigências do mercado.

A palavra coach foi emprestada do meio esportivo esignifica técnico ou treinador do time. Nas equipes es-portivas, o coach tem a função de incentivar e ajudar osatletas a alcançarem os melhores resultados, através dodesenvolvimento de novas habilidades.

“Coache”, do inglês medieval, significa carruagem,ou seja, levar algo, transportar, fa-vorecer a saída de um estado atualpara um estado mais satisfatório.Esta palavra foi adaptada para coa-ch e exemplifica bem o que o treina-dor de uma equipe esportiva faz.

O líder-coach, que as organiza-ções tanto precisam, é aquele quecria condições para que o lideradoaprenda e se desenvolva, aumentan-do sua iniciativa e criatividade. Nãose pode mais esperar que os líderesdas organizações sejam autocráticos e se utilizem dopoder para conseguir o que querem. O líder que se dese-ja atualmente é aquele que mobiliza a equipe através doaprendizado contínuo.

O líder-coach é aquele que proporciona desenvolvi-mento antes de cobrar performance. Para isso, existe o“executive coaching”, ou seja, um processo realizado porprofissionais especializados, que busca a elevação dopotencial dos executivos e aquisição de novas compe-tências técnicas ou comportamentais.

O processo de executive coaching é composto por

sessões individuais com o líder e tem como base a con-fiança mútua. É aplicável a profissionais que desejammelhorar a performance profissional, querem aprimo-rar habilidades específicas (por exemplo, a comunica-ção interpessoal), sentem que necessitam de mudançaem sua carreira, encontram dificuldade na recolocaçãoprofissional, sentem resistência em sua equipe de tra-balho, entre outras funções.

Através da aquisição das habilidades desejadas, olíder tem condições de exercer sua capacidade de líder-coach, buscando a formação de líderes em sua própriaequipe de trabalho.

O líder-coach utiliza ferramentascomo feedback e delegação, mas,acima de tudo, preocupa-se com odesenvolvimento de seus liderados,tanto nos aspectos profissionaisquanto nos pessoais.

As vantagens do coaching sãomuitas. Os liderados se beneficiamcom a aquisição de habilidades quefarão a diferença no mercado de tra-balho, aumentando, inclusive, suaempregabilidade. A organização ga-

nha com a existência de equipes de alta performance,alinhadas aos objetivos esperados.

Tendo em vista que o meio ambiente está cada vezmais competitivo, é mais do que necessário que as or-ganizações aprendam com seus próprios erros e seadaptem às mudanças. Não existe mais lugar paraempresas estagnadas e essa é a realidade que o mun-do empresarial vive.

Organizações que não evoluem estão fadadas ao fra-casso e, desta forma, líderes que não mudam tambémperderão seu lugar no mercado de trabalho.

O líder-coach, que asorganizações tanto precisam,

é aquele que criacondições para queo liderado aprendae se desenvolva,aumentando sua

iniciativa e criatividade.

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