Parnasianismo e Simbolismo
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Parnasianismo e SimbolismoCaracterísticas e principais autores
ParnasianismoParnasianismo e principais autores no Brasil
Contexto (final da década de 1870)
•Parnassus: morada das musas (mitologia):▫Antiguidade clássica (greco-romana).
•Ideais antirromânticos:▫Objetividade no trato dos temas;▫Culto da forma.
•Traços:▫Descrição nítida;▫Visão tradicionalista da forma (metro, rima,
ritmo);▫Ideal da impessoalidade → realismo.
Mimese pela mimese = arte pela arte.
Características•Objetividade temática:
▫Negação do sentimentalismo romântico;•Impassibilidade + Impessoalidade;•Perfeição formal → racionalismo:
▫Fatos, paisagens, objetos exóticos;▫Amor carnal;▫Preferência pelo soneto.
Principais autores (Brasil)•Alberto de Oliveira (poeta dos vasos);•Raimundo Correia (poeta das pombas);•Olavo Bilac (nacionalista);
•Francisca Júlia (musa impassível);•Vicente Carvalho (poeta do mar).
TríadeParnasian
a
Alberto de Oliveira•Composição do quadro: cena/retrato;•Arte pela arte → tentativa de desfazer-se
do compromisso com os níveis da existência (busca pela impessoalidade):▫Concentra-se na reprodução de objetos
decorativos;•Fidelidade a leis métricas;•Fetichismo do objeto;•Alheio a problemas nacionais.
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio;Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente de um calor sombrio [...]
(Vaso Chinês)
Esta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
(Vaso Grego)
É um velho paredão, todo gretado.Roto e negro, a que o tempo uma oferendaDeixou num cacto em flor ensanguentadoE num pouco musgo em cada fenda.
(O muro)
Temática decorativa(objetos ornamentais).
Descrição objetiva, mas não completamente
impassível.
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio;Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente de um calor sombrio [...]
(Vaso Chinês)
Esta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
(Vaso Grego)
É um velho paredão, todo gretado.Roto e negro, a que o tempo uma oferendaDeixou num cacto em flor ensanguentadoE num pouco musgo em cada fenda.
(O muro)
Temática decorativa(objetos ornamentais).
Descrição objetiva, mas não completamente
impassível.
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio;Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente de um calor sombrio [...]
(Vaso Chinês)
Esta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
(Vaso Grego)
É um velho paredão, todo gretado.Roto e negro, a que o tempo uma oferendaDeixou num cacto em flor ensanguentadoE num pouco musgo em cada fenda.
(O muro)
Temática decorativa(objetos ornamentais).
Descrição objetiva, mas não completamente
impassível.
OBJETO
DESCRIÇÃO
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio;Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente de um calor sombrio [...]
(Vaso Chinês)
Esta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
(Vaso Grego)
É um velho paredão, todo gretado.Roto e negro, a que o tempo uma oferendaDeixou num cacto em flor ensanguentadoE num pouco musgo em cada fenda.
(O muro)
Temática decorativa(objetos ornamentais).
Descrição objetiva, mas não completamente
impassível.
OBJETO
DESCRIÇÃO
ABAB
Esquema de rimas
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio;Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente de um calor sombrio [...]
(Vaso Chinês)
Esta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
(Vaso Grego)
É um velho paredão, todo gretado.Roto e negro, a que o tempo uma oferendaDeixou num cacto em flor ensanguentadoE num pouco musgo em cada fenda.
(O muro)
Temática decorativa(objetos ornamentais).
Descrição objetiva, mas não completamente
impassível.
OBJETO
DESCRIÇÃO
ABAB
Esquema de rimas
Busca por rimas preciosas: Pronome + adjetivo
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio;Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente de um calor sombrio [...]
(Vaso Chinês)
Esta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
(Vaso Grego)
É um velho paredão, todo gretado.Roto e negro, a que o tempo uma oferendaDeixou num cacto em flor ensanguentadoE num pouco musgo em cada fenda.
(O muro)
Temática decorativa(objetos ornamentais).
Descrição objetiva, mas não completamente
impassível.
OBJETO
DESCRIÇÃO
ABAB
Esquema de rimas
Busca por rimas preciosas: Pronome + adjetivo
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Versos decassílabos
Ser palmeira! Existir num píncaro azulado,Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;Dar ao sopro do mar o seio perfumado,Ora os leques abrindo, ora os leques fechando;[...]
E isto que aqui não digo então dizer: - que te amo,Mãe natureza! Mas de modo tal que o entendas,Como entendes a voz do pássaro no ramoE o eco que têm no oceano as borrascas tremendas.
(Aspiração)
Natureza exaltada → visão trazida pela tradição romântica.
Descrição da paisagem (tema parnasiano), rigidez da forma
+ fascínio poético pela natureza.
Raimundo Correia•+ “sensível” → combinações semânticas e
musicais;▫Sensações / sinestesia;▫Pessimismo;▫Cadências pré-simbolistas.
Raia sanguínea e fresca a madrugada (As pombas)As cabeleiras líquidas ondulam (Missa Universal)Por céus de ouro e de púrpura raiados (Anoitecer)De um sanguinoso abutre a rubra garra viva (O povo)
Esta, de fel mesclada e de doçura,Melancolia augusta e vespertina,Que, com a sombra, avulta, cresce, invadeE enche de luto a natureza inteira...Esse outro bardo, o sabiá, não trina
Nos galhos de cheirosa laranjeira;E, ao silêncio e ao torpor cedendo, cerraO dia os olhos no Ocidente absortos;E fuma um negro incenso,Que envolve toda a terra- Sepultura comum, túmulo imenso,Dos vivos e dos mortos...[...]
(Harmonias de uma noite de verão)
Olavo Bilac• Exaltado nacionalismo;• “Indiferença” → viabiliza o trato de
diferentes temas como exercício literário;• “Chave de ouro” → fim do poema = acorde
de efeito.• Real fantasia artística + sentimento da
condição humana sob um prisma descritivo.
Na maior alegria andar chorando (son. VI)Capaz de ouvir e de entender estrelas (XIII)Saiba, chorando, traduzir no verso (XXV)Como um jorro de lágrimas ardentes(XXIX)
Torce, aprimora, alteia, limaA frase, e enfim,No verso de ouro engasta a rima.Como um rubim.Quero que a estrofe cristalina,Dobrada ao jeitoDo ourives, saia da oficinaSem um defeito.
Assim procedo. Minha penaSegue esta norma,Por te servir, Deusa serena,Serena forma.
(Profissão de Fé)
Poema metalinguístico.
Fechamento de “efeito”
Francisca Júlia•Fidelidade e rigidez;•+ próxima da impassibilidade parnasiana.
Musa! um gesto sequer de dor ou de sinceroLuto jamais te afeie o cândido semblante!Diante de Jó, conserva o mesmo orgulho; e dianteDe um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.
Em teus olhos não quero a lágrima; não queroEm tua boca o suave e idílico descante.Celebra ora um fantasma anguiforme de Dante,Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.
(Musa Impassível)
Vicente de Carvalho• Parnasiano convicto → rigor formal + atitude
antirromântica;• Poeta naturista (visão da natureza).
Ao pôr do Sol, pela tristezaDa meia-luz crepuscular,Tem a toada de uma reza
A voz do mar.
Aumenta, alastra e desce pelasRampas dos morros, pouco a pouco,O ermo de sombra, vago e oco,Do céu sem sol e sem estrelas.Tudo amortece; a tudo invadeUma fadiga, um desconforto...Como a infeliz serenidadeDo embaciado olhar de um morto.(Sugestões do crepúsculo)
Vicente de Carvalho• Parnasiano convicto → rigor formal + atitude
antirromântica;• Poeta naturista (visão da natureza).
Ao pôr do Sol, pela tristezaDa meia-luz crepuscular,Tem a toada de uma reza
A voz do mar.
Aumenta, alastra e desce pelasRampas dos morros, pouco a pouco,O ermo de sombra, vago e oco,Do céu sem sol e sem estrelas.Tudo amortece; a tudo invadeUma fadiga, um desconforto...Como a infeliz serenidadeDo embaciado olhar de um morto.(Sugestões do crepúsculo)
Imagens da natureza + ressonâncias psicológicas.
Situação objetiva (crepúsculo)Reação diversa (estímulo exterior, resposta humana)
SimbolismoSimbolismo e principais autores no Brasil
Simbolismo•Reação ao positivismo e ao materialismo:
▫Parnasianismo: representava o pensamento da classe burguesa + privilegiada. Estilo das camadas dirigentes.
▫Simbolismo: movimento de oposição ao pensamento vigente.
•Valorização do interior humano e de valores transcendentais:▫O Bem, o Belo, o Verdadeiro, o Sagrado.
•Contra a “objetificação” do sujeito;•Resgate do símbolo.•Brasil → pouca repercussão.
Além do significado.Evoca, traz à
imaginação, admite interpretação.
Antecipa movimentos de vanguarda (modernistas)
Características•Subjetividade → íntimo, interior;•Intuição, espiritualidade, místico;•Anseios, estados da alma;•“Religião do verbo”:
▫Musicalidade:▫Assonância/aliteração, ritmo, ecos, rimas
internas;▫Sinestesia → mistura de sentidos;
•Referências ao vago, misterioso, místico, nebuloso;
•“Poesia existencial”.
Cruz e Sousa• Obras marcadas pelo preconceito racial, pelas
dificuldades e pela doença (tuberculose);• Dor e sofrimento do negro = sofrimento humano;• Jogos de sons, sentidos e palavras
Vozes, veladas, veladoras, vozes,volúpias dos violões, vozes veladas,vogam nos velhos vórtices velozesdos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas(Violões que choram)
E fria, fluente, frouxa claridadeflutua como as brumas de um letargo... (Lua)
Cruz e Sousa• Obras marcadas pelo preconceito racial, pelas
dificuldades e pela doença (tuberculose);• Dor e sofrimento do negro = sofrimento humano;• Jogos de sons, sentidos e palavras
Vozes, veladas, veladoras, vozes,volúpias dos violões, vozes veladas,vogam nos velhos vórtices velozesdos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas(Violões que choram)
E fria, fluente, frouxa claridadeflutua como as brumas de um letargo... (Lua)
ALITERAÇÃO
Cruz e Sousa• Obras marcadas pelo preconceito racial, pelas
dificuldades e pela doença (tuberculose);• Dor e sofrimento do negro = sofrimento humano;• Jogos de sons, sentidos e palavras
Vozes, veladas, veladoras, vozes,volúpias dos violões, vozes veladas,vogam nos velhos vórtices velozesdos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas(Violões que choram)
E fria, fluente, frouxa claridadeflutua como as brumas de um letargo... (Lua)
ALITERAÇÃO
RIMAS INTERNAS
Alphonsus de Guimaraens• Pouca variação temática:
▫Presença constante da morte da amada;▫Natureza, arte e religião;▫Amor e misticismo.
Meus pobres sonhos que sonhei, já tão sonhados,Que vento de desdita e de luto vos leva?Que fúria de pavor, sedenta de pecados,Vos guia em turbilhões de poeira e treva?(Pobres sonhos)
Ontem, à meia-noite, estando juntoA uma igreja, lembrei-me de ter vistoUm velho que levava às costas isto:
Um caixão de defunto.(O Leito)
Cynthia Funchalhttp://www.portuguesatodaprova.com.br
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