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Profa. Amanda Aires Página 1 de 100 Curso Completo de Microeconomia Profa. Amanda Aires Teoria e Questões Comentadas Parte 1: Demanda e Oferta Sumário Página 3. Teoria dos Preços 3 Conceito de Microeconomia 3 3.1. Lei da demanda 4 3.2. Deslocamento da curva de demanda 14 3.3.Lei da Oferta 51 3.4. Deslocamento da curva de oferta 55 3.5. Ponto de Equilíbrio 66 3.6. Dinâmica de mercado 70 Exercícios 87 Olá meus queridos! Chegamos hoje a nossa primeira aula!! Daqui até o final, serão ainda mais 6 aulinhas e muitos, muitos exercícios! Na aula de hoje, nós daremos o pontapé inicial nos nossos estudos sobre as ferramentas fundamentais da economia. A partir da próxima aula, contudo, falaremos com mais detalhes sobre os dois principais agentes da economia: o consumidor e o produtor. Na aula de hoje, falaremos sobre um assunto que todas as bancas adoram: A teoria dos preços. Um conceito super simples, mas que são de vital importância para que se compreenda como o governo intervém na economia. Vale aqui uma informação importante: nós não veremos nessa parte o assunto sobre elasticidades. A razão para isso é simples. À medida que eu fui elaborando a aula, vi que ela ficou imensa (e extremamente necessária) com o assunto de teoria dos preços. Assim, para que a

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Parte 1: Demanda e Oferta

Sumário Página

3. Teoria dos Preços 3

Conceito de Microeconomia 3

3.1. Lei da demanda 4

3.2. Deslocamento da curva de demanda 14

3.3.Lei da Oferta 51

3.4. Deslocamento da curva de oferta 55

3.5. Ponto de Equilíbrio 66

3.6. Dinâmica de mercado 70

Exercícios 87

Olá meus queridos!

Chegamos hoje a nossa primeira aula!! Daqui até o final, serão ainda mais 6 aulinhas e muitos, muitos exercícios!

Na aula de hoje, nós daremos o pontapé inicial nos nossos estudos

sobre as ferramentas fundamentais da economia. A partir da

próxima aula, contudo, falaremos com mais detalhes sobre os dois principais agentes da economia: o consumidor e o produtor.

Na aula de hoje, falaremos sobre um assunto que todas as bancas adoram: A teoria dos preços. Um conceito super simples, mas que

são de vital importância para que se compreenda como o governo intervém na economia.

Vale aqui uma informação importante: nós não veremos nessa parte o assunto sobre elasticidades. A razão para isso é simples. À medida que

eu fui elaborando a aula, vi que ela ficou imensa (e extremamente necessária) com o assunto de teoria dos preços. Assim, para que a

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aula não tenha 150 páginas, passei o assunto de elasticidades para uma outra parte da aula.

Na aula de hoje, teremos ainda uma novidade quanto aos exercícios:

antes de fazer os exercícios da Cespe, faremos algumas questões de outras bancas (para ser mais específica, da Cesgranrio). Nessa altura,

você deve estar pensando:

1

Eu explico: as questões da Cespe (in)felizmente não trazem os desenhos das curvas que vamos analisar (jájá você saberá sobre quais

curvas estou falando). Assim, você precisa abstrair o desenho, o que,

de início, não é simples. Como a Cesgranrio adora um desenho de gráfico, nós vamos analisar os gráficos por essas questões para

depois, com a mente treinada, resolver as questões da Cespe, ok? Nesse caminho, a meta é resolver nada menos que mais de 70 itens!

Pois é, temos muito o que fazer hoje, viu! Isso não quer dizer que

vamos resolver 70 questões, mas itens. Isso também não quer dizer que serão todos da Cespe, estou contando também com outras

bancas, ok? Assim, serão 20 itens da Cespe e mais 10 questões da Cesgranrio! Como cada questão da Cesgranrio possui 5 itens, fazendo

1 Imagem disponível em: http://www.zun.com.br/uso-do-hifen-no-novo-acordo-ortografico/

Professora, por quê??

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umas continhas de padaria, resolveremos a quantidade de itens considerada acima!

3. Teoria dos preços

Durante muito tempo, os economistas buscaram descobrir o que

determina o valor das coisas. O que faz, por exemplo, o carro ter um valor tão alto e o sal um valor tão baixo. Dessa procura, surgiram duas

teorias: a teoria objetiva, que afirma que o valor de um bem depende do esforço e do trabalho para sua obtenção e a teoria

subjetiva, que associa que o valor do bem depende da sua utilidade e

do seu nível de escassez.

Posteriormente, essas suas teorias foram reunidas e o valor do bem,

agora, é determinado como o resultado do seu custo de produção (associado ao esforço e ao trabalho) e da sua preferência (associada à

necessidade ou ao desejo).

De fato, os bens oferecidos no mercado têm preços. O preço é

definido como o valor do bem expresso em moeda. Segundo a teoria econômica, os preços são resultado da interação entre dois

agentes: os consumidores (que se preocupam com a utilidade dos bens) e as empresas (que representam o esforço ou os custos de

produção).

O preço de um bem é definido como valor

desse bem expresso em moeda. Ele é resultdo da interação entre os consumidores e as empresas.

Hoje, buscamos analisar, com detalhes, como acontece a formação de

preços em uma economia e alguns dos problemas econômicos mais importantes, além de estudar os fatores que influenciam na escolha da

quantidade que será demandada e que será ofertada de um determinado bem, assim como definir o equilíbrio de mercado. Para

começar, vamos compreender o conceito de microeconomia?

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Conceito de microeconomia

Diferentemente da macroeconomia que estuda o agregado (como visto

no fluxo circular da riqueza analisado na aula passada), a microeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento

dos agentes econômicos, ou seja, qualquer indivíduo ou entidade que desempenha um papel na economia. A

microeconomia estuda como e por que consumidores, empresas, governo, trabalhadores, investidores, entre outros, tomam decisões

econômicas, ou fazem escolhas.

É de interesse de estudo da microeconomia, ainda, a forma pela qual

os agentes econômicos interagem de modo a formar unidades maiores, os mercados. Sendo assim, a microeconomia explica, entre

outras questões, como a formação dos preços, a quantidade ofertada ou demandada e o quanto será investido. Assim,

poderemos inferir porque os mercados dos bens são diferentes, e

como são influenciados por políticas econômicas e mudanças no ambiente internacional. Para começar a compreender o mercado,

analisaremos, inicialmente porque as famílias ou consumidores consomem. Toda a análise do consumo é vista, na microeconomia,

através da demanda.

Mas, antes disso, eu te pergunto: se o preço da gasolina aumentar (como temos visto nos últimos tempos), você consumirá mais gasolina

ou menos gasolina?

3.1. Lei da demanda.

Antes de definir a lei da demanda, queria saber o que você respondeu

na questão acima! Você comprará mais, menos ou a mesma

quantidade? Possivelmente, você respondeu que comprará menos gasolina quando o preço aumentar, não foi isso?

Essa relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade que um consumidor planeja comprar (ou a quantidade demandada desse

bem) é conhecida por Lei da Demanda. Ela estabelece uma relação negativa entre a quantidade consumida e o preço do bem em

questão.

Agora, eu te pergunto o seguinte? Sob as condições dadas

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anteriormente, você comprará menos SEMPRE? Olhe, pense bem, eu estou perguntando se você comprará SEMPRE uma quantidade menor?

Do jeito que a questão foi posta, você não pode dizer que SEMPRE

comprará menos. Por quê? Por uma simples razão: imagine que você ganhe o prêmio do Big Brother Brasil. Você vai comprar menos

gasolina mesmo possuindo uma renda maior? Possivelmente não, né?!

Ou ainda, imagine que o preço do álcool combustível chegue a R$

100,00/l. Ainda assim você comprará menos gasolina?

Dessa forma, do jeito que está posta a lei, ela acaba sendo aplicada

em pouquíssimos casos e termina sendo violada em muitos outros. Pensando nisso, os economistas adicionaram uma hipótese bastante

importante e que tornará a lei válida para a maioria esmagadora dos casos. Essa hipótese é denominada de Hipótese de Ceteris Paribus.

A expressão em latim ceteris paribus significa algo como “todos os demais fatores relevantes pernamecem inalterados”, ou seja, agora

com a adição dessa hipótese, a lei da demanda se torna válida, e afirma que à medida que o preço de um bem aumenta, os

consumidores estarão dispostos a consumi-lo em menor

quantidade, considerando que todas as demais variáveis que podem influenciar o seu comportamento se mantêm

constantes, ou seja, na hipótese de Ceteris Paribus. A relação negativa entre quantidade e preço para o consumidor ocorre porque,

em alguns casos, a renda dos indivíduos se torna insuficiente para adquirir o produto e, em outros, os indivíduos optam por algum

substituto próximo mais barato.

A Lei da Demanda afirma que, com tudo o mais

mantido constante, a quantidade demandada de

um bem diminui quando o preço dele aumenta.

Como exemplo desse fato, imagine que os preços dos rodízios de sushi aumentem. Com essa elevação, você levará em conta a possibilidade

de ir, por exemplo, a um rodízio de carnes ou massas. Nesse caso,

você reduzirá a quantidade demandada de sushi porque estará trocando esse produto por carnes, um substituto que ficou,

relativamente, mais barato (observe que o uso do “relativamente” é importante porque o preço do rodízio de carnes, de fato, não

diminuiu).

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Outra possibilidade é que com o aumento do preço do rodízio do sushi, você não poderá ir tantas vezes ao restaurante, pois, já que o seu

salário não aumentou igualmente com o preço do rodízio, o seu poder

de compra ficou reduzido.

Em termos matemáticos, a Lei da demanda vira uma função, a função

demanda, que informa a quantidade de um bem que será procurada para cada nível de preço. Analiticamente:

Função demanda: DQ D P

A função demanda pode ser representada, graficamente, através da

curva de demanda, também conhecida unicamente como demanda. No gráfico cartesiano temos que o preço se encontra no eixo vertical e

a quantidade demandada no eixo horizontal.2

Para compreender como o gráfico funciona, vamos analisar a sua

construção. Ainda analisando a gasolina que ficou mais cara, vamos colocar no gráfico, a situação inicial. Nesse caso, você consumia a

quantidade Q1 ao preço P1.

Ainda seguindo a análise anterior, imagine agora que o preço aumente. O que acontecerá? Você reduzirá a quantidade demandada!

2 Observe aqui que, diferentemente do que ocorre em um gráfico na matemática em que a variável dependente (no nosso caso, quantidade) fica no eixo vertical e a variável independente (no caso, preço) fica no eixo horizontal, na economia, ocorre o inverso. Isso é feito apenas para simplificar o raciocínio.

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Analiticamente:

Assim, depois dos ajustes, teremos a seguinte estrutura:

Finalmente, para desenhar a curva de demanda, basta ligar os pontos no plano cartesiano. E Voilà:

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Figura 1: Curva de Demanda

A curva de demanda representa a relação entre preço de um bem e a quantidade

demandada desse bem.

A curva de demanda representa o comportamento do agente

econômico chamado consumidor. Para preços mais altos, as pessoas consumirão menos do bem, pois os bens substitutos ficarão

relativamente mais baratos, levando o consumidor a adquirir mais desses bens. O aumento dos preços também reduz a renda real (poder

de compra) do consumidor, o que gera uma retração no consumo do bem.

Antes de continuar, gostaria de fazer três observações:

(i) O termo “relativamente” muitas vezes acaba sendo

utilizado de forma incorreta. Nesse caso, o “relativamente” pode ser melhor compreendido com um exemplo: imagine

que você compra sempre a mesma marca de, digamos,

margarina. Um belo dia você chega no supermercado e observa que a margarina aumentou de preço! Não é que

ela ficou, necessariamente, mais cara que a melhor margarina que existe no mercado, mas ela ficou,

simplesmente, mais cara. Em uma situação como essa, você pode pensar: “Ah, por esse preço, eu vou levar a

margarina de marca Y. Ela é mais cara, mas para pagar mais pela margarina que eu vinha consumindo, não vale a

pena.” Já aconteceu isso com você? Se sim, Quando esse

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fato ocorre, é justamente o funcionamento mental da nossa curva de demanda! Legal, né?

(ii) Embora a curva de demanda pareça muito mais uma reta,

na verdade ela possuirá um formato que nós economistas chamamos de convexo. Contudo, as bancas, para

simplificar, consideram como uma reta. Como, para fins mais simples, a curva e a reta estabelecem a relação

negativa entre quantidade de preço, vamos utilizar a reta por ser mais simples de desenhar, ok?

(iii) Por fim, quando falamos em variação do preço, os efeitos dessa variação incidirão sobre a quantidade

demandada (por exemplo, Q1 e Q2), não sobre a demanda ou curva de demanda. Ou seja, quando o

preço varia, nós teremos um movimento ao longo da curva de demanda (como mostrado pela setinha

vermelha no gráfico acima) e não da curva de demanda. A compreensão disso é fundamental e nós

vamos voltar a esse ponto mais algumas vezes!

A curva de demanda pode representar as escolhas de apenas um dos consumidores de uma economia, ou de todos de uma forma agregada.

No primeiro caso temos a demanda individual, que graficamente representa-se pela curva de demanda individual, e no segundo caso

tem-se a curva de demanda de mercado, representada na figura abaixo.

Pode-se, facilmente, obter a curva de demanda de mercado somando-se todas as quantidades demandadas por cada consumidor

para cada preço. Na figura abaixo, a demanda agregada de um bem foi calculada para apenas três consumidores. Quando o preço de

mercado for igual a $4, o consumidor A não adquire o bem (note que a quantidade é zero para a DA quando o preço é $ 4,00), e os

consumidores B e C compram, digamos, 6 e 10 unidades, respectivamente.

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Figura 2: Curva de Demanda de Mercado

A demanda de mercado é representada como a soma das demandas individuais dos

consumidores.

Assim, a curva de demanda de mercado representa o somatório das demandas individuais. Para o preço de $ 4,00, o consumidor A

não demandará desse bem. Como os consumidores B e C

demandarão, respectivamente, 6 e 10 unidades, teremos que, ao preço de $ 4,00, a demanda de mercado será de 16 unidades.

A demanda de mercado é a curva que relaciona

cada um dos preços possíveis à quantidade demandada por todos os consumidores.

Para ver a importância de definição da lei da demanda e da curva de

demanda de mercado vamos resolver a primeira questão da aula?

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Exercício 1

(CESGRANRIO, Casa da Moeda, Analista de Finanças, 2005) A curva de demanda do mercado é dada pela:

a) soma das demandas individuais multiplicada pelos preços

dos bens.

b) soma das demandas individuais dos bens superiores.

c) soma das demandas individuais.

d) soma das demandas individuais dos bens inferiores e

subtração das demandas individuais dos bens superiores.

e) subtração das demandas individuais dos bens inferiores e

soma das demandas individuais dos bens superiores.

Alguma sugestão de como resolver? Veja que a questão pede,

expressamente, a definição de demanda de mercado. Vamos analisar item por item. A letra (A) afirma que é a soma das demandas

individuais multiplicada pelos preços dos bens. Está certo isso? Não, não está correto porque nós não vamos multiplicar pelos preços

dos bens! Como dito anteriormente, a demanda de mercado é unicamente dada pela soma das demandas individuais dos

consumidores.

A alternativa (B), por sua vez, afirma que a demanda de mercado é

dada pela soma das demandas individuais dos bens superiores. Rapidamente, só para que você entenda esse item, os bens superiores

são vistos como bens em que quando a renda (e não o preço)

aumenta, a demanda (e não a quantidade demandada) aumentará de forma bastante sensível. Por exemplo, o sal não seria um bem

superior, mas necessário. Quando formos analisar elasticidade,

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próximo assunto depois de teoria dos preços, veremos essa definição com mais calma. De toda forma, ele fala que a demanda de mercado

diz respeito ao somatório dos bens superiores.

Não teremos demanda de mercado dos demais bens? Claro que

teremos! Logo, a alternativa (B) é, também, incorreta!

Vamos mais?

A assertiva (C) afirma que a curva de demanda é dada pela soma das demandas individuais! Simples assim! Nesse caso, não temos nem o

que pensar, a alternativa (C) é a alternativa correta!

Mas vamos analisar porque as demais estão erradas?

A letra (D) diz que a demanda de mercado é a soma das demandas

individuais dos bens inferiores e subtração das demandas individuais dos bens superiores. Se a alternativa (B) mereceu um

“Como assim”, essa aqui merece dois!!

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Veja, esse tipo de questão é apenas para testar se você está realmente confiante! Porque tanto a letra (D) quando a letra (E), que

afirma que a demanda de mercado é dada subtração das demandas

individuais dos bens inferiores e soma das demandas individuais dos bens superiores, não possuem nada de verdadeiro.

A banca faz isso para pegar aqueles que não sabem!

Na verdade, as duas alternativas nem possuem uma definição

econômica! Nesse caso,

GABARITO: (C)

Antes de prosseguirmos, contudo, vale aqui duas explicações importantes:

1. Toda vez, eu disse TODA, que houver uma variação no preço do bem em análise, haverá um deslocamento ao longo da curva de

demanda! Sempre, sempre, sempre! Mais na frente, nós vamos ver que outros fatores irão deslocar a demanda, mas ainda não

chegamos neles.

2. A segunda vai levar um pouco mais de tempo para explicar:

Em economia, a maior parte dos bens obedece a lei da demanda, ou

seja, para esses bens, quando o preço aumenta, a quantidade diminui e vice-versa. Há uma simples e notória relação entre quantidade e

preços sob a hipótese de ceteris paribus. Contudo, essa relação, não é válida para todos os bens. Existe um tipo de bem, que analisaremos

agora que, que não obedece a lei da demanda. Esse bem se chama de Bem de Giffen.

Embora seja bem difícil encontrar um bem de Giffen em uma economia, as bancas e, em especial, a CESPE, adoram esse bem

justamente porque ele é uma exceção da regra básica. Antes de definir o que ele seja, vou te contar uma historinha, ok? Aliás, essa historinha

é bastante recorrente em todos os livros de economia.

Os bens de Giffen foram encontrados inicialmente na Inglaterra da

revolução industrial. Durante esse tempo, a batata inglesa era um dos bens que fazia parte do menu básico do proletariado. O economista

Giffen, analisando o comportamento da classe trabalhadora, observou

que os consumidores não se comportavam da forma esperada quando havia uma variação no preço desse bem.

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Assim, todas as vezes que os preços caiam, as pessoas passavam a demandar (ou procurar) menos o bem e quando o preço aumentava,

os consumidores passavam a demandar mais do bem.

Nesse caso, diferentemente do que acontece com um bem ordinário, a curva de demanda de um bem de Giffen possui inclinação positiva! É

isso mesmo, tudo o que vale para a maioria quase absoluta dos bens não vale para o bem de Giffen!

Ainda bem, esses bens não são solicitados em termos gráficos, porque isso tornaria a nossa análise bastante complicada, sendo solicitado

apenas em questões mais teóricas.

Infelizmente, por outro lado, não existem muitos outros exemplos

sobre tipos de bens de Giffen para que eu possa explicar a você. A maioria esmagadora dos livros traz apenas a noção da batata inglesa

na Inglaterra na época da revolução industrial. Assim, hoje, por exemplo, as batatas não são mais considerados bens de Giffen.

Entendido?

Nós vamos voltar ainda algumas vezes a noção de bem de Giffen hoje.

À medida que a aula for progredindo, passaremos a analisar ainda

mais esse bem, ok?

Mas vamos continuar o nosso trabalho. Nós vimos como a curva de

demanda é construída e vimos ainda como acontecem os movimentos ao longo da curva. A partir de agora, vamos compreender quais

fatores levam a variações da curva de demanda.

Vamos lá?

3.2. Deslocamento da curva de demanda

A curva de demanda relaciona a procura por um determinado bem a

seu preço. De forma mais específica, mostra que a demanda é menor para preços maiores. Assim, nós vimos que é possível mostrar que a

quantidade demandada de um produto depende do preço que será cobrado por ele. Mas, o preço não é o único fator que determina a

quantidade demandada de um bem. A única coisa que faz você comer sushi é o preço? Será que o preço da carne não afetaria, em nenhuma

hipótese, o seu consumo?

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Pois é, fatores como a existência de substitutos próximos e o preço que é cobrado por eles também influenciam a demanda de um bem.

Por exemplo, a manteiga é uma substituta próxima para a margarina,

sendo assim, um aumento no preço da manteiga pode induzir a troca desse bem por margarina, o que aumenta o consumo desse último

bem.

Os fatores listados anteriormente modificam a quantidade consumida,

sem que haja uma mudança nos preços. Em outras palavras, a quantidade demandada é maior ou menor para um mesmo preço

anterior. Vamos analisar isso, intuitivamente?

Imagine que a curva de demanda abaixo represente a sua demanda

por cinema:

Inicialmente, você está no ponto (A). Digamos, por hipótese, que você vai ao cinema duas vezes por mês (Q1 = 2) e paga R$ 17,00 (P1 =

17). Imagine agora que você ganhou a última edição do Big Brother Brasil. Com essa nova renda, você irá mais vezes ou menos vezes ao

cinema? Possivelmente, mais vezes, não é? Nesse caso, eu posso dizer que você irá mais vezes ao cinema pagando o mesmo preço pelo ticket

(o que é mostrado pela setinha vermelha na figura abaixo) ou que, para a mesma quantidade de vezes que você vai ao cinema, você

poderia pagar mais por saída (o que é mostrado pela setinha verde na figura abaixo).

A

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Nos dois casos, é possível notar que haverá um movimento para fora

da curva de demanda original. Quando isso acontece, dizemos que há um deslocamento paralelo da curva. Esse deslocamento é mostrado na

figura abaixo (onde D1 é a demanda original e D2 é a demanda final):

Ora, eu não falei em variação de preço, mas de uma outra variável

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que não preço. No caso acima, eu falei de uma variação na renda do consumidor! Logicamente, outras variáveis farão com que ocorra o

mesmo movimento, são elas:

Gostos ou preferências;

Expectativas;

Preço de bens relacionados.

Grosso modo a renda e essas três variáveis são as mais frequentes de

serem pedidas nas provas como determinantes de alteração na curva de demanda. Lógico, podem existir outras, mas essas aí seriam foram

os quatro maiores grupos.

Para que fique simples a compreensão, como a demanda representa o

consumidor, tudo que alterar a vida desse agente econômico, alterará a curva de demanda dele! Simples assim!

Antes de seguirmos adiante, vamos esclarecer os três outros fatores e detalhar como a renda afeta a vida do consumidor. Inicialmente,

vamos analisar os gostos os as preferências. Comecemos com uma pergunta bastante reflexiva: Nós nos vestimos hoje da mesma forma

que nos vestíamos há 10 anos? Possivelmente, não. Não, porque não

cabe, não porque a moda já passou, não porque você se mudou para um lugar mais frio como o Canadá! Então, o nosso padrão de consumo

é alterado não apenas porque o preço mudou, mas também porque nossas necessidades e desejos também mudaram! Assim, alterações

nos gostos e nas preferências modificam por demais o nosso padrão de consumo.

Um segundo fator que altera a demanda de um determinado consumidor são as suas expectativas sobre o futuro. Por exemplo,

imagine agora que você sabe que amanhã vai chover (no meu caso, nevar), será que você não mudará o seu consumo de guarda-chuvas

hoje? Possivelmente, sim. Nesse caso, a sua demanda mudou (ela será deslocada) não porque está chovendo agora, mas porque a sua

crença é que chova no dia seguinte. A nossa crença sobre o futuro é o que os economistas chamam de expectativas.

Vamos continuar analisando:

Existe uma outra variável que afeta o padrão de consumo de uma pessoa. Esse fator se chama preço dos bens relacionados. Vamos

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compreender melhor. Vamos analisar a demanda de uma pessoa por açúcar quando o preço de dois bens relacionados a ele são alterados

separadamente.

Imagine, inicialmente, que o preço do café aumente. Imagine ainda

que essa pessoa só compre açúcar para tomar café e só toma café adoçado. Nesse caso, como o preço do café aumentou, essa pessoa

comprará menos café, certo? Assim, como ela só toma café com açúcar, comprará menos açúcar também, não é isso? Logo, o aumento

do preço do café levará a uma redução na demanda pelo açúcar! Mais uma vez, veja que eu não falei em variação do preço do açúcar, hein?

Vamos mais: imagine agora que não foi o preço do café, mas o preço do adoçante que aumentou. Agora, com o aumento do preço do

adoçante, você passará a comprar mais açúcar, para poder compensar a falta do adoçante.

Nesse ponto, vale uma consideração: veja que nós

faremos movimentos de forma separada, ou seja, um fator variando de cada vez. Nada de variar tudo

na mesma hora, porque vira uma coisa incompreensível! Em economia, nós trabalhamos com

o que se denomina de estática comparativa. Nela, cada variável é alterada de forma isolada.

No caso acima, você deve ter notado uma coisa bem interessante:

quando o preço do café aumentou, a demanda por açúcar diminuiu enquanto que quando o preço do adoçante aumentou, a demanda por

açúcar também aumentou! Alguma explicação para isso??

Sim, e ela é bem simples! O café e o açúcar, assim como o feijão com

arroz ou o queijo e a goiabada são consumidos de forma conjunta, é o

que se chama de bens complementares. Já para o caso do açúcar e do adoçante, nós vamos consumir aquele que foi mais barato. Nesse

caso, os bens são denominados de bens substitutos! Essa classificação é absolutamente importante que você compreenda.

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Então, se falou em variação do preço dos bens relacionados, eu só sei para onde vai a demanda se eu souber qual a relação que existe entre

os bens em análise: se de substitutibilidade ou de complementaridade!

Compreendido?

Para finalizar a lista de itens que deslocam a demanda por alterar o

comportamento do consumidor, vamos falar com mais detalhe sobre uma variação da renda, iniciado no início dessa parte da aula.

Pergunta simples:

Se você tirasse na loteria, você consumiria mais de tudo?

Possivelmente, você pensou que sim, mas eu te direi que não! E a explicação para isso é bem objetiva:

Se você tirasse na loteria, você certamente viajaria mais vezes pela Europa ou compraria um carro melhor ou ainda iria a restaurantes

mais caros. Contudo, com o aumento da sua renda, você vai tomar menos ônibus ou comer menos carne de conserva! Logo, o aumento

da renda induz ao aumento no consumo de alguns bens e redução no consumo de outros.

Assim, quando consumo e renda variam no mesmo sentido, dizemos

que o bem é chamado de bem normal. São os bens que quando a renda aumenta, o consumo aumenta e quando a renda diminui o

consumo também diminui. Por outro lado, quando a renda e o consumo variam em sentidos contrários, o bem é chamado de bem

inferior.

Compreendido?

Graficamente, mudanças que promovem um crescimento da demanda para um mesmo preço deslocam a curva de demanda para

DIREITA. Dentre essas mudanças estão: aumento nos preços de bens substitutos, redução do preço de bens complementares,

crescimento da renda, alterações das preferências que promovem o consumo. Por outro lado, fatores que reduzem a

demanda para um mesmo preço deslocam a curva para ESQUERDA, por exemplo: uma redução dos preços de bens substitutos,

redução da renda, ou alterações nas preferências que reduzem

o consumo.

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Logicamente é muita informação, eu sei, eu sei, mas eu não quero que você decore! Você já tem muitas outras disciplinas em que é preciso

decorar conceitos. No meu caso, eu quero que você compreenda. A

princípio parece complicado, mas à medida que nós formos fazendo os exercícios juntos, prometo que a coisa vai ficar mais clara.

A figura abaixo mostra exemplos de deslocamento da curva de demanda. Considerando a curva do meio (D2) como inicial, um

aumento da demanda leva a curva para uma posição como a ocupada pela linha mais clara (D3) e uma redução da demanda leva a curva a

ocupar uma posição como a curva mais escura (D1).

Para compreender esse raciocínio é bastante simples: para um preço

de R$ 1,00, se a minha renda aumentar, eu consumirei mais, para qualquer nível de preços, ou seja, ao invés de consumir Q2, vou passar

a consumir Q3, dado que o bem é normal. Raciocínio inverso vale para a linha mais escura e a quantidade de Q1.

Figura 3 – Deslocamentos da Curva de Demanda

Uma mudança na quantidade demandada, a qualquer preço dado, é representada

graficamente pelo movimento da curva de demanda original para uma nova posição.

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Vamos para mais uns exercícios, começando pela CESGRANRIO?

Exercício 2

(CESGRANRIO, TCE/RO, Economista, 2007)

No gráfico acima aparece em traço cheio a curva de demanda por maçãs. Sendo as pêras um bem substituto para as maçãs,

um aumento de preço da pêra:

a) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição

como A B.

b) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como C D.

c) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição

como A D.

d) altera apenas a curva de oferta de maçãs.

e) não altera a posição da curva de demanda por maçãs.

Vamos começar! Apenas lembrando, resolveremos as questões da

Cesgranrio primeiro para que você compreenda a movimentação

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gráfica, ok? Posteriormente, vamos resolver as questões da Cespe também!

Primeiramente, vamos entender o que diz a questão:

Ela está analisando a demanda por maçãs, correto? Além disso, é importante que você compreenda que houve uma variação na vida do

consumidor: nesse caso, foi o preço da pêra, um bem relacionado, que aumentou. Além do mais, a pêra é um bem substituto da maçã.

Assim, o raciocínio para resolver é o seguinte: o preço da pêra aumentou, logo eu vou consumir menos pêra, confirma? Como a pêra

é um substituto da maçã, eu vou consumir menos maçã! Além disso, como não houve uma alteração do preço da maçã, não vou fazer com

que haja um deslocamento ao longo da curva, mas, da curva!

Por fim, como haverá um deslocamento da curva de demanda de maçã

no sentido de aumento do consumo, essa curva irá para a direita, ok?

Já que compreendemos todos os passos da questão, vamos verificar

item a item?

Para fazer diferente, vamos resolver da última para a primeira, ok?

Vejamos:

A alternativa (E) afirma que não altera a posição da curva de demanda por maçãs. Veja, essa alternativa estaria correta se

estivéssemos falando do impacto da variação do preço da gasolina na demanda por maçãs. Aí sim, essa altenativa estaria correta. Mas a

questão deixa bem claro que há sim uma relação entre maçã e pêra! Esses bens são substitutos! Assim, mesmo que você não soubesse

para onde vai a curva de demanda, você sabe que ela, de alguma forma, será a lterada!

Logo, a alternativa (E) é falsa!

E vamos subindo!

A letra (D), por sua vez, afirma que altera apenas a curva de oferta de maçãs. Nesse caso, você tenderia a pensar que é verdadeiro, mas

olhe que é uma alteração na OFERTA e não na demanda! Nós ainda não vimos o caso da oferta (vamos ver isso jájá) e, só antecipando,

ela não é alterada quando há variações no comportamento do

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consumidor, mas no comportamento da empresa! Nesse caso, como a questão fala no comportamento do consumidor (maçã e pêra são bens

substitutos para o consumidor), a letra (D) também é falsa.

A assertiva (C) diz que a variação no preço da pêra altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como AD. Vamos olhar no

gráfico mostrado acima?

Embora não tenha sido desenhada a curva, se você ligar os pontos A e

D, verificará que haverá uma mudança na inclinação da curva de demanda. Pelo que nós vimos, sempre que houver a alteração de um

fator que altera a demanda, haverá um deslocamento paralelo da curva, logo a alternativa está falsa! Compreendido?

A alternativa (B), por sua vez, afirma que alterações na no preço da pêra altera a curva de demanda por maçãs para uma posição

como CD. Observe que, diferentemente do que foi visto na assertiva anterior, a alternativa (B) mostra um deslocamento paralelo, o que de

fato é ocasionado quando há variações em outros fatores que alteram a demanda, que não o preço. Contudo, a alternativa (B) não é

verdadeira porque mostra um deslocamento paralelo para a esquerda!

Como maçãs e pêras são bens substitutos, uma vez que o preço da pêra aumenta, como vimos, haverá um deslocamento da demanda

para a direita, já que o consumidor tenderá a consumir mais maçãs frente a pêras.

Finalmente, a alternativa correta é a letra (A), ela afirma que altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como AB. No

gráfico é possível observar com a setinha vermelha que a alternativa (A) é correta! Um aumento no preço das pêras levará a um aumento

da demanda por maçãs, tendo em vista que esses bens são substitutos para o consumidor.

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GABARITO: (A)

Viu como as questões da Cesgranrio ajudam? Por mostrar os gráficos,

elas nos indicam como deve ser o movimento. Mais tarde você observará a importância disso quando for ver as questões da Cespe! É

logo menos!

Mais uma da Cesgranrio!

Exercício 3

(CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) Dos itens abaixo,

a curva de demanda só NÃO afeta e desloca:

a) a renda.

b) os gostos.

c) o preço dos insumos.

d) o preço dos bens.

e) o número de compradores.

Diferentemente da anterior, nessa questão nós não vamos encontrar gráficos! Mas essa aqui é especial porque ela pede os conceitos

fundamentais. Vamos ver juntos?

A alternativa (A) diz que a renda não desloca a curva de demanda! Será?

De acordo com o que vimos acima, a renda desloca a curva de demanda sim! Podendo mover para a direita ou para a esquerda! O

movimento da curva de demanda dependerá, entre outras coisas, do tipo de bem em questão. Se normal ou inferior. Logo, a letra (A) está

errada pois a renda afeta, sim, a curva de demanda.

Vamos mais:

A assertiva (B) diz que os gostos não alteram a curva de demanda!

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Ora, nós vimos logo acima que os gostos ou as preferências alteram sim a curva de demanda do consumidor. Dessa forma, a alternativa

(B) também não responde a alternativa. Basta lembrar de que quando

chove, suas preferências por uma sombrinha mundam!

Em seguida, a letra (C) afirma que os preços dos insumos não

alteram a curva de demanda. Nesse caso, essas sim é a alternativa que responde a questão. De fato, se você lembrar o conceito de

insumos: bens utilizados na produção de outros bens, observará que isso não gera um deslocamento da demanda dos consumidores, já que

afetará, como veremos posteriormente, a oferta das empresas!

Continuando, a alternativa (D) diz que os preços dos bens não

alteram a curva de demanda! Como você pode ver pela questão acima, esse fato não é verdade. Os preços dos outros bens podem

deslocar a demanda sim! Nesse caso, o movimento dependerá da relação que existe entre os bens: se de complementaridade ou se de

substitutibilidade!

Por fim, a letra (E) diz que o número de consumidores não desloca a

curva de demanda. Nesse caso, podemos considerar a alternativa de

duas formas: inicialmente, a questão não fala se a curva de demanda em análise é a curva de demanda individual ou se é a curva de

demanda de mercado. Se considerar a curva de demanda de mercado, como ela é dada pela soma das demandas individuais, um aumento no

número de consumidores, deslocará, sim, a curva de demanda de mercado. Por outro lado, quando se considera a demanda individual,

você tem que pensar o seguinte: para alguns bens, o fato de mais consumidores estarem comprando desse bem faz com que as pessoas

se sintam mais interessadas em consumi-lo. Um exemplo recente disso é o facebook. Por que as pessoas ingressam no FB? Simples,

porque elas sabem que cada vez mais pessoas entram na comunidade. Por outro lado, o que faz com que as pessoas tenham reduzido o seu

consumo de orkut? O fato inverso! As pessoas consomem menos orkut porque cada vez menos há interessados em ingressar nessa

comunidade! Compreendido? Logo, o número de compradores ou

consumidores afetará, sim, a curva de demanda individual e de mercado!

GABARITO: (C)

Vamos agora pegar pesado nas questões da Cespe? Começando pelas

facinhas...

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Exercício 4

(TJ/CE, Analista Judiciário, 2008) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por

isso, constitui um sólido fundamento à análise dos

agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A preocupação crescente com o meio ambiente tem conduzido ao uso de energias cada vez mais limpas e à

redução da demanda de petróleo, o que provoca um

deslocamento ao longo da curva de demanda por esse combustível.

Vamos lá.

Primeira coisa que deve ser compreendida quando se fala em questões da Cespe: você não terá desenhos dos gráficos, por isso, é preciso

abstrair as informações. Essa foi a justificativa para utilizar, primeiro, as questões da Cesgranrio, já que elas trazem os desenhos que

facilitam o entendimento.

Enfim, vejamos.

A questão fala sobre as energias limpas e o petróleo. veja que a questão analisa o que acontece com a curva de demanda do petróleo,

certo?

Nesse caso, a primeira pergunta que você deve fazer a si mesmo é:

“O preço do bem em questão foi alterado?” em caso afirmativo, se o

preço do bem analisado foi alterado, você já sabe que haverá um deslocamento ao longo da curva de demanda! Se isso não for

verdade, ou seja, se não houver variação no preço do bem em questão, a próxima pergunta que você deve fazer é: “qual dos

elementos do grande grupo de variáveis foi alterado?”

Gostos ou preferências?

Preços dos bens relacionados?

Renda?

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Expectativas?

Nesse caso, se um desses fatores for alterado, haverá um

deslocamento da curva de demanda!

Note que na questão, não se considera que houve uma variação no preço do petróleo, logo, você já sabe que não haverá um

deslocamento ao longo da curva de demanda desse combustível! Só por isso, você já saberia que a questão está incorreta!

Mas vamos compreender onde está o erro dela.

Observe que não houve uma alteração no preço da energia limpa.

Tampouco, houve alteração na renda ou nas expectativas para o futuro do consumidor. Na questão, os gostos ou expectativas foram

alterados! Veja que, segundo a questão, A preocupação crescente com o meio ambiente tem conduzido ao uso de energias

cada vez mais limpas veja que a preocupação das pessoas faz

parte das preferêncais delas! Assim, haverá um deslocamento da curva de demanda por petróleo para a esquerda porque as pessoas

passarão a consumir menos do combustível!

Graficamente, chamando D2 de demanda inicial e Q2 de quantidade

inicial de petróleo, teremos:

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GABARITO: FALSO

Vamos para mais uma questão igualzinha da Cespe?

Exercício 5

(Pref. Vitória/ES, Controlador de Recursos Municipais, 2008)

A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão,

constitui um fundamento sólido à análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a

seguir.

A descoberta de que o consumo de azeite de oliva

contribui para elevar os níveis do bom colesterol

desloca a curva de demanda por esse tipo de azeite para cima e para a direita.

E não é que é a mesma questão com uma historinha diferente??

Lembra dessa corujinha da aula passada?

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As provas de economia se resumem a conceitos! A historinha vai mudar, mas o conceito envolvido e a

mecânica de solução (quando for o caso) serão os

mesmos!

Pois é, ela ficará bem clara com a resolução da questão acima.

Vamos lá!

Pergunta número 1:

“Houve alteração do preço do bem em questão?” pela questão acima, você observa que não houve alteração no preço do bem analisado,

certo?

Na verdade, está bem claro o fator alterado: assim como na questão

anterior, nessa questão, a variável modificada foi a variável gostos ou

preferências! Basta analisar a primeira parte da alternativa: A

descoberta de que o consumo de azeite de oliva contribui

para elevar os níveis do bom colesterol. Veja que, em nenhum

momento se falou em renda ou em perspectivas para o futuro ou

ainda em preço do bem relacionado. Nesse caso, como nós sabemos que determinado bem faz bem a saúde, iremos consumir mais. Assim,

de acordo com o que a questão afirma, haverá um deslocamento da curva de demanda para a direita e para cima.

Para a direita e para cima??

Sim, para a direita e para cima! Para compreender isso basta lembrar da análise que fizemos acima, quando há uma variação na renda do

consumidor! No caso da questão, basta pensar que, para um mesmo preço, as pessoas passarão a consumir mais do azeite de oliva e uma

mesma quantidade será consumida por um preço maior, já que o benefício trazido, agora, também será maior!

Vamos ver no gráfico agora? Nesse caso, consideremos que a demanda inicial é a curva D1 e a quantidade incial é a quantidade Q1.

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GABARITO: VERDADEIRA

Mais uma no mesmo estilo?

Exercício 6

(Ministério da Saúde, Economia da Saúde, 2008) A

microeconomia, que analisa o comportamento dos agentes

econômicos individuais, constitui um instrumental importante na análise de questões ligadas à economia da

saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens de 51 a 65.

A descoberta de que ingerir peixes de água fria, como

truta, atum ou salmão, no mínimo uma vez por semana,

contribui para a prevenção de doenças coronárias e ataques cardíacos eleva a demanda desse tipo de

peixes, deslocando, assim, a curva de demanda de

mercado desses pescados para cima e para a direita.

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Veja que a questão 6 é EXATAMENTE IGUAL a questão 5! Sem tirar nem por!

Para não dizer que é 100% idêntica, a única coisa que se altera é a

gloriosa historinha!

Mas, nesse caso, assim como na questão anterior, A descoberta de

que ingerir peixes de água fria, como truta, atum ou salmão, no mínimo uma vez por semana, contribui para a

prevenção de doenças coronárias e ataques cardíacos

levará a uma alteração nos gostos dos consumidores. Dessa forma, como as pessoas preferem consumir mais do bem, haverá um

deslocamento da curva de demanda para a direita e para cima!

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 7

(CNPq, Analista Pleno I, 2004) A microeconomia estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos

agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A política recente das companhias aéreas de conceder

descontos substanciais nos vôos noturnos leva à

redução da demanda de passagens rodoviárias.

Vamos ver essa agora? Já fez a primeira pergunta mental?

“Houve alteração no preço do bem em questão?”

A primeira vista, você observa que houve uma alteração de preço, mas essa alteração é no preço do bem em questão? Veja o seguinte, qual é

a curva de demanda que está sendo analisada? A das passagens aéreas ou das passagens rodoviárias? A questão pede para ver uma

alteração na curva de demanda das passagens rodoviárias, não das

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passagens aéreas, não é isso?

Nesse caso, não haverá um deslocamento ao longo da curva de

demanda das passagens rodoviárias já que não houve uma alteração

do preços das mesmas, certo?

Além disso, existe um efeito na curva de demanda de passagens

rodoviárias que é oriunda de uma alteração na política das companhias aéreas. Como as companhias reduziram os preços das passagens

aéreas e tendo em vista que as passagens aéreas e rodoviárias são bens substitutos, haverá um aumento da quantidade demandada das

passagens aéreas em detrimento as passagens rodoviárias. Assim, haverá um deslocamento da curva de demanda das passagens

rodoviárias para a esquerda, mostrando uma redução da demanda!

Simples?

Só para concluir, a curva de demanda das passagens aéreas será deslocada para a esquerda por haver uma redução no preço de um

bem substituto! Assim, as pessoas procurarão sempre consumir aquele bem que ficou relativamente mais barato!

GABARITO: VERDADEIRA

Tranquilo?

Próxima questão, mesmo raciocínio!

(Cespe... eles adoram uma repetição!)

Exercício 8

(Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de

Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por

essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens

subseqüentes.

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Os avanços tecnológicos que culminaram na expansão

da comunicação em tempo real, por via eletrônica

(chats), deslocam a curva de demanda dos serviços de telefonia fixa e celular para baixo e para a esquerda,

atestando, assim, que esses serviços são bens

complementares.

Questão idêntica a anterior.

Em uma análise bem direta. Se você fala com uma pessoa pelo chat

do facebook você precisa ligar para essa pessoa para dizer a mesma coisa? Não, né? Então, de fato, um incremento na tecnologia fará com

que você utilize menos serviços de telefonia fixa e celular, deslocando a curva de demanda desses serviços para a esquerda!

Graficamente:

chamando D2 de demanda inicial e Q2 de quantidade inicial de

petróleo, teremos:

Até aqui, a questão está toda certinha. Para finalizar, a questão afirma

que: “atestando, assim, que esses serviços são bens

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complementares.”. E eis aí, o erro! Os chats e os serviços de

telefonia não são bens complementares, mas substitutos! Nesse caso, a alternativa é falsa!

GABARITO: FALSA

Pensando em bens substitutos e bens complementares, vamos ver a

próxima questão??

Essa, só para adiantar:

Exercício 9

(Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por

essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens

subseqüentes.

O gráfico que relaciona a demanda de determinado bem

com o preço de outro bem, que seja substituto ou

concorrente do primeiro, apresenta uma inclinação

crescente.

Essa é uma das questões mais interessantes que eu já vi a Cespe

postar. Para resolvê-la, vamos precisar de um pouco mais de criatividade. Vamos analisar?

Primeira coisa, ele pede para que você analise a demanda de um bem com o preço do seu substituto.

Ora, quando o preço da gasolina aumenta, por exemplo, haverá um aumento da quantidade demanda de álcool. Não é isso? Para ficar

mais fácil, vamos ver graficamente:

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Observe que em uma primeira situação nós temos que para um preço P1 da gasolina, as pessoas estarão demandando, Q1 unidades de

álcool, como é visto pelo ponto A, mostrado abaixo.

Imagine agora que haja um aumento no preço da gasolina, ou seja,

ao invés de P1, nós teremos um valor mais elevado, P2. Nesse caso, haverá um aumento da quantidade demandada de álcool, já que os

dois bens são substitutos. Assim, a quantidade demandada de álcool será uma quantidade Q2, maior que a quantidade original,

Q1. Esses dois aumentos são mostrados no gráfico abaixo:

A

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Agora, é tarefinha de criança! Basta apenas ligar os pontos, o que é mostrado no último gráfico da questão:

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Logo, a alternativa apresentada, está correta, já que a curva possui, de fato, uma inclinação positiva!

Vale notar um ponto aqui: o que a questão pede é muito mais um exercício matemático do que qualquer outra coisa.

Economicamente, não existe nenhum tipo de interpretação para o ponto solicitado!

GABARITO: VERDADEIRA

Entendido até aqui?

Antes de passarmos a analisar a questão da empresa e da curva de oferta, gostaria de explicar um ponto bastante frequente nas provas:

os efeitos renda e substituição, oriundos da variação do preço, também denominado de efeito preço. Esse ponto é bem importante

porque nos permite compreender melhor o bem de Giffen, que nós começamos a compreender no início da aula. Vamos ver?

Você lembra que quando o preço aumenta a quantidade demanda

diminui, não é? Explicando de forma mais técnica, existe uma relação entre um aumento do preço do bem, a troca por um substituto que

ficou relativamente mais barato e a perda do poder de compra pelo consumidor. Assim, podemos dizer que o comportamento do

consumidor com relação ao preço decorre da atuação conjunta de dois

efeitos: o efeito-renda e o efeito-substituição.

Vejamos como compreender esses efeitos: com o aumento do preço,

uma parte da redução da minha demanda por determinado bem quando o seu preço aumenta pode ser explicada pelo fato de que

haverá um estímulo para que eu busque outras alternativas para satisfazer minha necessidade pelo bem que teve o aumento de preço,

por exemplo. Assim, passarei a olhar de outra maneira os bens substitutos. Basta lembrar do caso do Sushi, mostrado inicialmente na

aula. Com o aumento do preço dos rodízios de sushi, você procurará ir mais vezes ao rodízio de carnes ou massas, por exemplo. Nesse caso,

para o consumidor, as carnes e massas são substitutos do sushi. Dizemos que rodízios de sushi, carnes e massas são substitutos no

consumo.

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Uma forma bem simples de verificar o efeito-substituição é a seguinte: você está no supermercado e observa que aquele bem que você

costumava comprar mais barato está, agora, mais caro. Você olha o

produto e pensa: “Por esse preço aqui, esse bem está muito caro para o que ele me traz. Prefiro comprar esse produto B, que é mais caro,

mas pelos menos é melhor e a diferença nem é tão grande assim, mesmo...”. Já aconteceu isso com você? Porque comigo, já.

O outro efeito que explica a redução do consumo de um bem é o efeito-renda. Esse efeito decorre da perda de poder aquisitivo

causada pelo aumento de preço de um bem que faz parte da cesta de compras do consumidor.

Para compreender melhor o efeito-renda, vale aqui um exemplozinho matemático. Digamos que eu gaste, semanalmente, R$ 63,00 em

rodízios de sushi (eu vou três vezes na semana e pago, em cada uma delas, R$ 21,00). Agora, considere que a minha renda semanal é de

R$ 200,00. Digamos agora que o preço do rodízio de sushi dobre, passando a ser R$ 42,00. Ao novo preço do rodízio de sushi, se eu,

como consumidor, quisesse adquirir a mesma quantidade de sushi que

eu demandava antes do aumento, eu teria que gastar o dobro de antes, ou seja, R$ 126,00, restando agora R$ 74,00 para os outros

bens e não R$ 137,00 como anteriormente, o que, consequentemente, me forçará a deixar de comprar vários itens. Dessa forma, o aumento

do preço do sushi faz com que haja um efeito de “empobrecimento” do consumidor. Ficou claro?

Um fato complicador ainda no que diz respeito ao efeito renda é que ele depende de cada tipo de bem: normal, inferior ou de Giffen. O

quadro abaixo apresenta uma explicação para como você precisará compreender o efeito renda, e assim, o efeito preço, para cada tipo de

bem. Vamos analisar?

Antes de começar, algumas explicações básicas:

O efeito preço, como o próprio nome diz, fala sobre a variação de preços. No nosso caso, vamos considerar sempre um aumento de

preços para poder ver a diferença entre os bens, certo? fica como

tarefa de casa ver as reduções!

Depois, vou colocar os sinais de (+) ou (-) nos efeitos renda e

substituição para que você compreenda se houve um aumento ou uma diminuição da quantidade demandada, certo?

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Ponto importante: a compreensão desse quadro é super chata, eu sei,

mas é extremamente importante no caso das provas da Cespe, ok?

Vamos lá, sem decorar!

1. Imagine, primeiramente, que o preço das laranjas aumente.

Nesse caso, você vai trocar laranja por um bem que ficou relativamente mais barato, digamos, a maçã (veja que o preço

da maçã aqui pouco importa). Assim, o efeito substituição será negativo, já que você reduzirá a quantidade demanda de laranja.

Isso é mostrado no quadro abaixo.

Imagine agora o seguinte: com um aumento do preço da

laranja, você ficou mais rico ou mais pobre? Veja, com um aumento de preço, seu poder de compra diminuiu já que você

agora precisa de mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens. Logo, para simplificar, diremos que você

ficou mais pobre, ok?

Continuando, agora que você ficou mais pobre você vai comprar

mais ou menos laranja? Como a laranja é, para a maioria das pessoas, um bem normal, nesse caso, você comprará menos

laranja, correto? Assim, colocaremos um (-) no efeito renda para

a laranja, ok?

Efeito preço Efeito

substituição

Efeito renda Tipo de bem

Aumento no

preço das laranjas (+)

(-) (-) Normal

O que podemos dizer sobre os efeitos renda e substituição para

o caso do bem normal? Podemos dizer que esses efeitos se reforçam! É exatamente assim que a Cespe analisa esse tipo de

questão! Se falou em bem normal, eu já sei que os dois efeitos atuam na mesma direção, ou seja quando o preço aumenta, por

exemplo, haverá uma redução da quantidade demandada do

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bem normal porque houve uma redução por parte do efeito substituição e outra por parte do efeito renda!

Vamos continuar: Imagine agora o que acontece com a sardinha

enlatada.

2. Digamos que o preço da sardinha enlatada aumente. Assim

como no caso anterior, você demandará menos sardinha porque comprará, por exemplo, carne em conserva! Assim, podemos

dizer que também para esse bem, o efeito substituição também será negativo, já que um aumento do preço induz as

pessoas a demandarem menos de determinado bem, substituindo-o.

Agora vamos pensar no poder de compra do consumidor: assim como no caso da laranja, com um aumento do preço, haverá

uma redução do poder de comprar do consumidor, certo?

Mas em que a sardinha enlatada é diferente da laranja? Em uma

simples explicação: para a maior parte das pessoas, a sardinha enlatada é um bem inferior! Ou seja, quando a renda diminui,

as pessoas usualmente consomem mais do bem!

Pois é, eu disse a você que não seria simples...

Veja, estamos falando do poder de compra dos consumidores! Logo, como o consumidor está mais pobre, ele tenderá a

consumir mais de determinado bem, logo o efeito renda será positivo, como mostrado no quadro abaixo:

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Efeito preço Efeito

substituição

Efeito renda Tipo de bem

Aumento no preço da sardinha

enlatada (+)

(-) (+) Inferior

Nesse caso, para os bens inferiores usuais, embora a demanda

aumente por causa do efeito renda, o efeito substituição se

sobrepõe ao efeito renda, logo, quando o preço de determinado bem aumenta, a demanda é reduzida! (embora diminua menos

que para o caso dos bens normais!)

RESUMINDO: Para o caso dos bens inferiores, diremos que

os efeitos renda e substituição não se reforçam, eles vão caminho no sentido contrário, prevalecendo o efeito

substituição!

Por fim, vamos lembrar do glorioso caso das Batatas inglesas na

Inglaterra da revolução industrial: os bens de Giffen

3. Imagine agora que houve um aumento de preços para as nossas

batatas inglesas. Nesse caso, assim como nos dois casos anteriores, as pessoas trocarão o bem que ficou relativamente

mais caro por outros que ficaram relativamente mais baratos, correto? Desta forma, assim como nos casos anteriores, o efeito

substituição das batatas inglesas possuirá um sinal contrário ao

efeito preço.

Continuando... de forma exatamente igual ao que acontece com

os bens inferiores, com o aumento dos preços, haverá uma redução do poder de compra dos consumidores. Assim, como o

bem de Giffen é um tipo de bem inferior, haverá um aumento da quantidade demandada das batatas. Dessa forma, o efeito

renda dos bens de Giffen também será positivo.

Ora, então, em que os bens de Giffen se diferem dos bens

inferiores?

A diferença está na intensidade dos efeitos renda e substituição.

Para o caso dos bens inferiores, prevalecerá o efeito substituição. Já no caso dos bens de Giffen, prevalece o

efeito renda. Assim, quando o preço aumenta, a quantidade

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demandada também aumentará! O quadro abaixo mostra esse efeito.

Efeito preço Efeito substituição

Efeito renda Tipo de bem

Aumento no

preço das batatas inglesas na

Inglaterra durante a revolução

industrial (+)

(-) (+) Bem de Giffen

Viu que o Bem de Giffen é chatinho? Pois é, é justamente por isso que a Cespe e as demais bancas adoram esse bem,

infelizmente.

O quadro abaixo mostra um resumo dos três tipos de bens!

Efeito preço Efeito substituição

Efeito renda Tipo de bem

Aumento no preço das

laranjas (+)

(-) (-) Normal

Aumento no preço da sardinha

enlatada (+)

(-) (+) Inferior

Aumento no preço das batatas inglesas na

Inglaterra durante a

revolução industrial (+)

(-) (+) Bem de Giffen

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Para que não restem dúvidas, vamos ver um exemplo numérico para

diferenciar bem os bens inferiores e de Giffen?

Continuando com a sardinha enlatada e as batatas inglessas...

Imagine que o preço da sardinha enlatada aumente. Nesse caso, do

lado do efeito substituição, haverá uma redução de, digamos 5 na quantidade demandada. Por outro lado, haverá um aumento de 3

devido ao efeito renda positivo. Assim, o efeito líquido será de -2. Logo, um aumento no preço leva a uma redução na quantidade

demandada do bem! Compreendido agora?

Vamos ver agora o caso das batatas: um aumento de preços levará a

uma redução na quantidade demandada devido ao efeito substituição. Assim, digamos que a redução seja de 3. O efeito renda, por sua vez,

foi positivo e de 5. Logo, para o caso dos bens de Giffen, com uma variação positiva do preço do bem, haverá, também, uma variação

positiva na quantidade demandada. Dessa forma, o bem de Giffen será o único tipo de bem a não respeitar a lei da demanda, já que possui

uma inclinação positiva! Mais fácil agora?

Uma coisa que você deve observar sempre no que diz

respeito ao efeito preço e ao efeito substituição é que eles SEMPRE possuirão sinais contrários, para

quaisquer tipos de bens! O sinal do efeito renda dependerá do tipo de bem. Para os bens normais, ele

será o mesmo do efeito substituição. Para os bens inferiores, ele será contrário, mas menor. No caso

dos bens de Giffen, ele também será contrário e ainda maior que o efeito substituição.

Resumindo:

“quando se verifica um aumento no preço de um bem ou serviço, isto tem como conseqüência uma redução na

quantidade demandada, que corresponde ao efeito total. Este efeito total resulta da soma do efeito-substituição e do efeito-

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renda”

Vamos praticar para ser feliz?

Exercício 10

(CESGRANRIO, MPE/RO, Economista 2005) Um bem normal ou superior é aquele cujo efeito-renda é:

a) indeterminado.

b) negativo.

c) inferior ao efeito-substituição.

d) positivo.

e) nulo.

E lá vamos nós com a Cesgranrio para começar!

Primeira coisa, vamos compreender o que é um bem superior: Ele é

o tipo de bem que quando o preço aumenta, a quantidade demandada diminui “muito” ou quando o preço diminui a

quantidade demandada aumenta “muito”. Por enquanto, esse “muito” ainda não está claro, pois você precisará entender

elasticidade primeiro antes de precisar esse valor, ok?

Para ser mais sintética ainda, vou dizer que o bem superior é um

tipo de bem normal. Um caso especial desse tipo de bem.

Analisando a questão, ela procura saber qual o efeito-renda para o

caso dos bens normais e dos bens superiores. Ora, como já vimos logo acima, o bem normal possui o efeito renda negativo quando o

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preço aumentava e, você deve ter observado que, quando o preço diminui, o efeito renda é positivo, levando assim a questão a um

ponto de confruência!

Mas, não se engane, a questão não está incorreta e eu vou explicar a razão disso quando formos responder item a item!

A alternativa (A) afima que o efeito renda é inderteminado! Como já vimos, quando o bem é normal, é possível, sim, precisar qual

será o valor do efeito renda. Logo, a alternativa (A) é incorreta.

A letra (B), por sua vez, diz que o efeito renda é negativo. Aqui,

vale uma explicadinha antes de prosseguirmos:

Veja que a variação da quantidade demandada oriunda do efeito

renda para o caso dos bens normais sempre de acordo com com o sentido da renda (ou o poder de compra). Por exemplo, se o poder

de compra diminui, o consumo diminui, se o poder de compra aumenta, o consumo aumenta. Logo, nesse caso, diremos que os

bens normais possuem efeito renda positivo, já que ele sempre seguirá o caminho da variação da renda.

Considerando tal fato, a letra (B) é falsa, ficando correta, por

antecipação, a assertiva (D).

Em seguida a alternativa (C) afirma que o efeito renda será

inferior ao efeito substituição para o caso dos bens normais. Como vimos anteriormente, não é possível afirmar isso já que os

dois efeitos vão no mesmo sentido. Tal alternativa poderia ser considerada positiva se estivéssemos analisando o caso dos bens

inferiores. Aí sim, seria possível afirmar isso.

Por fim, a letra (E) afirma que o efeito será nulo. Essa alternativa

não é correta nem para os bens normais, nem para os bens inferiores ou de Giffen. Esse “poderia” ser o caso dos bens

EXTREMAMENTE necessários, como os remédios. Mas eu disse: poderia, não há nada que indique, verdadeiramente que isso

acontecerá, certo?

GABARITO: (C)

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Exercício 11

(CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004, CESPE) A análise microeconômica estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa

razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se

seguem.

Se um bem inferior for também um bem de Giffen, então

um aumento do seu preço elevará, também, a quantidade

demandada desse produto.

Eis aí o nosso querido Bem de Giffen!

Tem o que dizer sobre essa alternativa? Não né? Agora que você já está careca de saber, o Bem de Giffen se caracteriza justamente por

ser uma exceção à lei da demanda, ou seja, para esse tipo de bem, a curva de demanda será positivamente inclinada, ou seja, um aumento

do preço leva a um aumento da quantidade demandada, exatamente como está posto na questão!

Ainda para reforçar o conteúdo, lembra que quando se falar em Bem de Giffen, esse comportamento é observado porque quando o preço

aumenta, o efeito substituição será sobreposto pelo efeito renda com sinal positivo, logo a quantidade demandada aumentará!

Tranquilo? Eis aí a compreensão do bem de Giffen sendo solicitada nas

provas!

GABARITO: FALSO

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Exercício 12

(Anatel, Especialista em Regulação, 2004) Ainda acerca dos aspectos apontados no texto, julgue os seguintes itens,

relativos a microeconomia.

O paradoxo de Giffen, que constitui uma exceção à regra geral da demanda, é consistente com a existência de uma

curva de demanda positivamente inclinada para

determinados bens.

Perguntas sobre?

A questão foi exatamente respondida no item anterior!

Apenas lembrando, as questões sobre bens de Giffen se resumirão (ainda bem) a explicações sobre a curva de demanda. Nunca se

questionará, por exemplo, sobre equilíbrio de mercado que envolva esse bem. Mais tarde, você compreenderá a razão disso.

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 13

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a

respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

O efeito substituição negativo é dominado pelo efeito

renda positivo caso haja aumento de preço de um bem de

Giffen.

E mais sobre o nosso bem mais querido! E olha só, exatamente o que nós vimos anteriormente e batemos na compreensão! É exatamente

assim que as bancas analisam! Como elas (felizmente) compreendem

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a complexidade do tipo do bem, sempre colocarão questões relativamente simples!

No caso da questão acima, foi exatamente o que nós vimos

anteriormente no exemplo: quando o preço aumenta, as pessoas passarão a demandar menos por causa do efeito substituição. Por

outro lado, passarão a demandar mais devido ao efeito renda. Para o caso do bem de Giffen, como analisamos, haverá uma sobreposição do

efeito renda sobre o efeito substituição, logo, a alternativa está rendondinha e verdadeira!

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 14

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a

respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

O efeito renda altera os preços relativos dos bens,

ocasionando, porém, a manutenção do poder aquisitivo do

consumidor.

E a coisa vai complicando!

Vamos lá.

A questão pergunta sobre o efeito renda e diz que ele altera os

preços relativos. Lembra quando a gente estava estudando efeito preço, desmembrando em efeito renda e efeito substituição?

Pois é, eu falei que um deles alterava a demanda porque deixava um bem relativamente mais caro que outro. Que efeito foi esse?

Foi o efeito substituição!

Só para fixar: falou-se em efeito substituição, vamos lembrar da alteração dos preços relativos!

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Falou-se em efeito renda, vamos lembrar de alteração no poder de compra.

Com isso em mente, e você resolve uma série de questões desse tipo!

No caso da questão acima, ela estaria perfeitamente correta se falasse sobre o efeito substituição já que, quando nós falamos em variação de

preço relativo, não falamos em nenhum momento em variação do poder de compra, logo, ele seria mantido para fins de análise. No caso

do efeito renda, deverá existir, necessariamente, uma alteração no poder aquisitivo do consumidor. Além disso, no caso do efeito renda,

não se considera a alteração dos preços relativos!

Logo, a alternativa está, falsa!

GABARITO: FALSO

Exercício 15

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a

respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

Aumento no preço de um bem normal implica que os

efeitos renda e substituição têm sinais opostos.

Eu li sinais? Olha aí a importância de compreender como eles

funcionam aqui! Ta vendo aí?

O que foi que nós vimos sobre os sinais?

Vamos relembrar com o quadro abaixo? Para facilitar a compreensão, deixei a parte dos bens normais destacada!

Efeito preço Efeito substituição

Efeito renda Tipo de bem

Aumento no

preço das

(-) (-) Normal

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laranjas (+)

Aumento no

preço da sardinha enlatada (+)

(-) (+) Inferior

Aumento no preço das batatas

inglesas na Inglaterra

durante a revolução industrial (+)

(-) (+) Bem de Giffen

E o que nós temos aqui? Olha só! Para o caso dos bens normais, os

sinais dos efeitos renda e substituição são exatamente IGUAIS! Logo, a alternativa é falsa! Aqui, vale notar que ela estaria correta SE falasse

dos bens inferiores ou ainda dos bens de Giffen! Como ela falou sobre

os bens normais, vamos ter que lembrar sempre que eles atuam no sentido de se intensificarem, não no sentido de se anularem, ok?

GABARITO: FALSO

E vamos para a última de demanda para finalmente começar a conversa sobre a curva de oferta? só para que você fique situado(a),

até aqui, já respondemos 31 itens, entre alternativas da Cesgranrio e itens propriamente ditos da Cespe! Vamos agora ao 32º!

Exercício 16

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a

respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

Para bens complementares, não existe efeito renda, e,

para bens substitutos perfeitos, não existe efeito substituição.

Vamos analisar a nossa última questão a respeito da curva de

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demanda e dos efeitos renda e substituição.

Veja só, a questão fala sobre bens complementares e bens substitutos.

Vamos ver. O item afirma que não existe efeito renda para os bens

complementares, ou seja, de acordo com a questão, se o preço do arroz aumentar, por exemplo, e considerando que o arroz é um bem

normal, não haverá uma redução do consumo, já que o arroz é complementar do feijão e o feijão nada sofreu. Fica complicado pensar

assim né? Porque praticamente todos os bens possuirão algum complementar: escova de dente e creme dental, queijo e goiabada,

café com açúcar, calça e cinto e por aí vai.

Logo, já de agora é possível dizer que a questão está incorreta.

Continuando, a questão afirmou que para os substitutos perfeitos, não existe efeito substituição. Nesse caso, mesmo que você não soubesse

sobre os bens complementares, é claro que você sabe sobre os bens substitutos. Ainda mais, a questão diz que eles são substitutos

PERFEITOS, ou seja, você trocaria de bem sem perder nenhum grau de bem estar. Exemplos disso são caneta preta ou caneta azul (caso

você não tenha nenhuma preferência exata, etc.)

Assim, quando se falar em substitutos perfeitos, nós teremos, sim, um forte efeito substituição! Logo, a questão é falsa!

GABARITO: FALSO

Agora que compreendemos tudo sobre o consumidor, está na hora de

pensar no outro lado da economia. Vamos falar sobre as empresas. Essas e as suas respectivas curvas de oferta é o que veremos a seguir!

3.3. Lei da Oferta

Da mesma forma que a lei da demanda estabelece um padrão de comportamento do consumidor perante o preço de um bem, a lei da

oferta também analisa o comportamento, agora da empresa, quando

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se depara com um diferente nível de preço. De acordo com a Lei da Oferta, um crescimento no preço de um bem aumenta o incentivo

para os produtores ofertá-lo no mercado, se tudo o mais que interfere no comportamento da empresa se mantém constante (sob a hipótese

de Ceteris Paribus). Para se observar a veracidade desse fato, basta considerar o que ocorreu na economia brasileira no início do século XX,

quando o país era o maior produtor mundial de café: com o aumento dos preços dessa mercadoria, os cafeicultores da época possuíam

incentivos para produzir ainda mais, elevando o número de hectares destinados a produção dessa cultura.

Assim como a lei da demanda estabelece a função de demanda, a lei da oferta, também define a função oferta que informa que quantidade

será produzida para cada preço:

Função Oferta: SQ S P

A curva de oferta representa essa relação positiva entre preço e quantidade ofertada.

Para compreender a formulação da curva de oferta, faremos um exercício similar ao realizado para construir a curva de demanda.

Comecemos por uma historinha:

No Brasil, Pernambuco (meu querido estado) é o maior produtor de mangas (inclusive as sem caroço) do país. Essas mangas são

diretamente enviadas para a Europa e lá concorrem com as mangas de Israel. Imagine que, por alguma razão, Israel entre em guerra com a

Palestina. Como nós vimos pela curva de possibilidade de produção na aula demonstrativa, ele não poderá continuar produzindo a mesma

quantidade de mangas eu usualmente fazia. Logo, haverá uma redução na quantidade de mangas que vai para a Europa. Com essa

quantidade menor no mercado europeu, haverá um aumento de preços, correto? O que acontecerá em Pernambuco, os produtores

aumentarão a sua produção! Logo, quando o preço (por alguma razão) aumenta, a quantidade ofertada também aumentará!

Graficamente, temos o seguinte:

O ponto A no gráfico mostra a quantidade inicialmente ofertada de

mangas por Pernambuco no mercado europeu:

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Em seguida, haverá um aumento no preço da manga no mercado

Europeu (mostrado pela setinha verde). Isso levará Pernambuco a aumentar a sua produção (setinha vermelha):

A

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Agora, novamente, é tarefinha de criança! Basta apenas ligar os

pontos, o que é mostrado no último gráfico e Voilà! Eis que temos a

curva de oferta dessa economia! Simples assim!

Figura 5 – Curva de Oferta

A curva de oferta representa a relação entre preço de um bem e a quantidade

ofertada desse bem.

A curva de oferta representa o comportamento das empresas. Assim,

aumentos nos preços levarão às empresas a oferecer mais produtos no

mercado, mostrando, desta forma, uma relação direta entre preços e quantidades. Vale reforçar aqui que, assim como no caso da demanda,

aumentos nos preços do bem em questão vão levar a movimentos ao longo da curva de oferta. Felizmente, para o caso

da oferta das empresas, nós não teremos exceções como o caso dos bens de Giffen para o consumidor \o/ Isso torna a análise de oferta

bem mais simples que a análise de demanda inicialmente observada.

Assim como existem fatores que deslocam a curva de demanda,

existirão fatores que deslocarão a curva de oferta. Esse fatores serão apresentados agora.

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3.4. Deslocamento da curva de oferta no mercado

Assim como para demanda, a quantidade ofertada de um determinado

bem não depende exclusivamente do seu preço. Mas, assim como no caso da demanda, não é apenas o preço que altera a quantidade

ofertada. Existirão outros fatores que alterarão a oferta das empresas. Por exemplo, uma questão essencial para uma empresa decidir a

quantidade que ofertará no mercado está relacionada aos seus custos de produção. Assim, se uma empresa consegue reduzir seus custos de

produção, ela pode disponibilizar no mercado uma mesma quantidade

com um menor preço.

Contudo, não são apenas os custos que alteram a oferta das

empresas. Outros fatores também gerarão o mesmo efeito. Abaixo, são mostrados os outros fatores que influenciam a oferta das

empresas:

Tecnologia;

Expectativas.

Assim, tecnologia, custos e expectativas são os três maiores

grupos de fatores que influenciam a oferta. Graficamente, representa-se essa situação através do deslocamento da curva de oferta para

baixo e para a direita, quando há um aumento da oferta (via redução de custos, ou avanços tecnológicos, por exemplo). Caso os custos de

produção aumentem ou exista uma retração tecnológica, a curva de oferta se desloca para cima.

No que diz respeito aos custos de produção de uma empresa, esses

podem crescer devido a um aumento no preço de um determinado insumo ou fator de produção, ou a um aumento nas taxas e impostos

cobrados. Por outro lado, os custos podem se reduzir devido a uma diminuição no preço dos insumos ou fatores de produção, redução dos

impostos e criação ou aumento de subsídios. É possível, ainda, que os custos se reduzam devido uma alteração na forma de se produzir o

bem, em outras palavras, devido a uma evolução tecnológica.

Os deslocamentos da curva de oferta são apresentados na figura

abaixo. Considerando a curva S2 como a curva de oferta inicial, a curva S3 representará um aumento na oferta, enquanto a curva S1

representará uma retração.

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Figura 6 – Deslocamentos da Curva de Oferta

Uma mudança na quantidade ofertada, a qualquer preço dado, é representada

graficamente pelo movimento da curva de oferta original para uma nova posição.

Antes de prosseguirmos, uma dúvida que pode ter surgido na sua

mente está ligada ao deslocamento da curva. Acima, eu disse que você deslocaria a curva de oferta para a direita e para baixo quando

houvesse um aumento da quantidade ofertada, não foi isso? Para clarear e exterminar as suas dúvidas, faço uma explicação simples:

Suponha que haja um avanço tecnológico em uma determinada firma. Nesse caso, ela poderá produzir mais unidades a um mesmo nível de

preço ou ainda produzir a mesma quantidade cobrando um preço bem menor. Graficamente, nós temos que o aumento da quantidade ao

mesmo nível de preços é mostrado pela setinha vermelha no gráfico abaixo, enquanto que a mesma produção a um preço menor é

mostrada pela setinha verde! Assim, não raro, você encontrará nas provas da Cespe que houve um deslocamento para baixo e para a

direita quando há um aumento da oferta. Fato contrário vale quando

se fala em redução da oferta, ok? Fica como tarefinha de casa!

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Nesse ponto que chegamos, você deve ter notado que, uma vez

compreendido todo o raciocínio sobre o comportamento do

consumidor, fica muito mais fácil entender o comportamento do empresário, porque os comportamentos são contrários!

Quando a questão falar em aumento da demanda, você

deverá lembrar que quando a demanda aumenta, ela vai para a direita e para cima! No caso de um aumento da

oferta, a curva irá para a direita e para baixo!

Para ficar mais simples ainda de compreender: falou-se em aumentos da demanda ou da oferta, as curvas irão para

a DIREITA! As reduções implicarão em movimentos para a ESQUERDA! Se vai para cima ou para baixo, com o

deslocamento paralelo, você observará isso!

FICA A DICA!

Vamos para os exercícios?

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Exercício 17

(CESGRANRIO, INEA, Economista, 2007) Uma empresa competitiva, ao produzir, causa dano ambiental (polui um curso

de água). Não é obrigada a pagar pelo dano, e a curva de oferta

do que produz é S0 conforme apresentado na figura abaixo.

Se fosse obrigada a pagar, sua curva de oferta teria uma

posição como

a) S1 b) S2

c) S3

d) S4 e) S0 mesmo

Eis aí a nossa primeira questão de deslocamentos! Seguindo a

metodologia empregada para o caso da demanda, feremos o mesmo procedimento para o caso da oferta.

Vamos analisar juntos.

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Veja, a questão diz que, inicialmente, a empresa não era obrigada a pagar pelo dano ambiental causado por ela. Essa situação é

representada pela curva S0.

Posteriormente, a questão diz que a emrpesa precisará pagar por esse dano. Caso isso seja verdade, o qua acontecerá com a curva

de oferta? Aliás, o que acontecerá com a empresa analisada? A questão falou em alteração no preço do bem? Não! Dessa forma, a

primeira coisa que sabemos é que não haverá um movimento ao longo da curva de oferta, mas da curva. Nesse caso, o que foi

alterado?

Tecnologia? Expectativas?

Custos de produção? Veja que não houve uma alteração no método de fabricação do

produto. Logo, não haverá uma alteração na teconologia. De forma similar, não houve uma alteração na expectativa da firma sobre o

futuro. Ela terá que pagar mais impostos agora e pronto! Logo, o fator que foi alterado foi a variável custos. Na situação em análise,

houve um aumento dos custos! Assim, qual curva de oferta será movimentada em que direção?

Vamos analisar graficamente para ficar mais fácil?

A alternativa (A) diz que a curva de oferta tomará uma posição

como S1, mais para a direita! Ora, essa posição não é possível, pois ela diz que a empresa produzirá mais ao mesmo nível de

preços ou ainda que a empresa produzirá a mesma quantidade a

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um preço menor. Com o aumento dos custos isso seria possível? Não né? Logo, a alternativa (A) é incorreta.

Vejamos agora a letra (B). Ela mostra um deslocamento para a

esquerda e para cima da curva de oferta. No gráfico abaixo:

Nesse caso, como mostrado pelas setinhas, o deslocamento da curva S0 para a posição como S2 indica que a empresa produzirá a

mesma quantidade por um preço maior ou ainda que a empresa

produzirá uma quantidade menor ao mesmo preço. Essas duas análises estão corretas já que estamos falando de aumento de

custos! Com os custos maiores, a empresa terá exatamente o comportamento descrito na curva S2. Logo, a assertiva (B) é a

assertiva correta!

Vamos analisar as alternativas restantes para fechar a questão? A

letra (C) está incorreta pois mostra um movimento da curva S0 para a curva S3. Nesse caso, como você pode observar, houve não

apenas um deslocamento, mas uma alteração da inclinação da curva de oferta! Em nenhuma hipótese pelo que foi visto até agora

essa situação é verdadeira. Apenas quando formos ver elasticidades (assunto da próxima aula, realocado para que você

não fique com um volume imenso de material nessa aula) é que veremos que é possível haver modificação da inclinação. De toda

forma, ela nunca será gerada por uma alteração nos custos.

Em seguida, a alternativa (D) mostra a nova curva de oferta com uma posição com S4! Como assim uma oferta negativamente

inclinada? Em nenhuma hipótese teremos oferta negativamente inclinada! Não para os casos aqui analisados para a PF. Isso só é

verificado em casos muito mais complexos que não serão vistos aqui!

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Finalmente, a letra (E) diz que não haverá um deslocamento da curva de oferta, o que nós vimos qu também não é verdadeiro.

Essa alternativa só seria verdadeira se estivéssemos considerando

variações em fatores que afetam a vida do consumidor. Nesse caso, de fato, não haveria deslocamentos da curva de oferta. Mas,

como os custos afetam a vida das empresas, a alternativa é falsa!

GABARITO: (B)

Exercício 18

(ANCINE, Cargo 1, Caderno Chaplin, Economia, Administração e Contábeis, 2005.) A respeito dos conceitos

microeconômicos e da economia da regulação, julgue os itens a seguir.

Quando, em face de uma desvalorização do real, o preço

dos equipamentos cinematográficos importados aumenta, a curva de oferta de películas se desloca para

baixo e para a direita.

Vamos lá resolver uma questãozinha da Cespe...

Lendo a questão, você pode observar que ela fala sobre preços e deslocamentos da curva de oferta. Será isso possível? Vamos dar

uma olhada com calma e verificar essa possibilidade.

Veja o seguinte, a questão está analisando a curva de oferta das

películas (dos filmes) quando há uma variação no preço dos equipamentos importandos oriunda de uma variação cambial.

Primeira coisa, nós vamos andar ao longo da curva de oferta ou a curva de oferta inteira?

Como se trata de um preço que não é o das películas, haverá um deslocamento da curva de oferta como um todo, seja para a direita,

seja para a esquerda. Logo, por enquanto, não podemos dizer se a questão está verdadeira ou falsa.

Relendo a questão, é possível notar que uma desvalorização do real aumentará o preço dos equipamentos importados. Será verdade

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isso? Para saber a veracidade desse fato, é preciso, inicialmente, que você entenda o que é uma desvalorização cambial. Nós temos

desvalorização cambial quando para comprar a mesma quantidade

de moeda estrangeira, nós precisaremos de uma quantidade maior de reais. Um exemplo não tão distante aconteceu na época da

eleição para o primeiro mandato do ex-presidente Lula. Nessa época, o dólar chegou a valer quase R$ 4,00! Logo, para comprar a

mesma quantidade de dólares, nós precisaríamos de uma quantidade maior de reais!

Assim, de fato, uma desvalorização no real leva a um aumento dos preços dos equipamentos cinematográficos, o que implicará em um

aumento dos custos das películas e gerará um deslocamento da curva de oferta para a esquerda e para cima!

Opa! Mas a questão fala em um deslocamento para baixo e para a direita? Então, a questão está falsa! Ela só seria verdadeira se

estivéssemos considerando uma valorização do real (ou seja, precisaríamos de uma quantidade menor de moeda doméstica para

comprar a mesma quantidade de moeda estrangeira!)

GABARITO: FALSO

Exercício 19

(CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico –

Economia, 2004) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por

essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os

itens que se seguem.

Na situação atual, se os sindicatos dos bancários

conseguirem negociar aumentos salariais reais, a curva

de oferta de serviços bancários se deslocará para cima e para a esquerda.

Eis aí o padrão de repetição da Cespe! Historinha diferente, mesma

compreensão! Vamos lá?

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A questão fala em aumentos salariais, correto? O que são os salários para as empresas? CUSTOS! Então, o raciocínio é

exatamente idêntico ao visto na questão anterior! Nesse caso, com

um aumento de salários, haverá um aumento dos custos das empresas (nesse caso, bancos) o que gerará um deslocamento da

curva de oferta para cima e para a esquerda! Exatamente como mostrado na questão!

Dúvidas?

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 20

(Senado Federal, Consultor legislativo – Economia, Agricultura,

2002) O modelo básico da oferta e da demanda é utilizado para analisar os mais variados problemas econômicos. Com base

nesse modelo, julgue os itens seguintes.

No Brasil, a redução do preço do petróleo e a recente valorização do real frente ao dólar deslocam a curva de

oferta de gasolina para cima e para a esquerda.

E mais uma no padrão Cespe.

Vamos analisar: a questão pede para que você analise um

deslocamento da curva de oferta da gasolina. Primeira pergunta: houve variação no preço no bem? Não! Em nenhum momento se

falou em variações no preço da gasolina. Logo, a hipótese de

deslocamento ao longo da curva fica rejeitada!

Além disso, a questão fala sobre variações no preço do petróleo e

valorização cambial. Vamos ver ponto a ponto? O que implica, para a curva de oferta da gasolina uma redução no preço do petróleo?

Ora, como o preço do petróleo entra como custo na produção da gasolina, uma redução no preço implicará em uma redução dos

custos empresariais! Assim, se apenas esse fator fosse analisado, teríamos um deslocamento da curva de oferta para a direita! Só

isso, já mostraria que a alternativa é falsa!

Mas vamos continuar analisando:

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A questão diz ainda que houve uma valorização do real! Exatamente o contrário do que vimos na questão passada! Nesse

caso, uma valorização do real frente ao dólar fará com que a

empresa precise de menos reais para comprar a mesma quantidade de dólares, o que implicará, em última instância em uma redução

de custos também! Assim, pelas duas direções, teremos efeitos que levam a curva de oferta não para cima e para a esquerda como

apontado no item, mas para a direita e para baixo!

Dessa forma,

GABARITO: FALSO

Exercício 21

(Basa, Técnico Científico, 2004) Em uma economia

descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema

de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado. A análise das interações entre

vendedores e compradores em uma economia de mercado

constitui o cerne do estudo dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A crescente onda de insegurança no Iraque conduz à

elevação do preço do barril do petróleo cru no mercado

internacional e aumenta o preço da gasolina,

provocando, no Brasil, um deslocamento ao longo da

curva de oferta desse combustível.

Mais uma no mesmo teor!

Vamos lá, historinha diferente, mesma conclusão!

Se o preço do barril de petróleo aumentar, o que acontecerá com a oferta da gasolina?

Ora, como vimos, o petróleo entra como um custo para a empresa produtora de gasolina. Nesse caso, não teremos um deslocamento

ao longo da curva de oferta, como anunciado no texto da questão,

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mas um deslocamento de toda a curva! Assim, tendo em vista o que já foi analisado acima, a questão é falsa!

Lembra sempre: só teremos um deslocamento ao longo da curva

de oferta se houver uma variação no preço do bem em análise, ok? Quaisquer outros preços que variarem levarão a movimentos da

curva de oferta!

GABARITO: FALSO

Exercício 22

(ANTAQ, Especialista em Regulação de Serviços de

Transportes Aquaviários, 2009) Com relação à aplicação dos

conceitos básicos de microeconomia, julgue os itens subsequentes.

Um servidor recém-nomeado da ANTAQ foi testado pelo

seu supervisor, que lhe pediu que desenhasse um

gráfico da curva de oferta de transportes aquaviários, demonstrando uma elevação na quantidade ofertada

decorrente do aumento de preço desse tipo de serviço.

Nessa situação hipotética, para atender corretamente à solicitação recebida, o referido servidor deve

apresentar um gráfico com deslocamento da curva de

oferta para a direita.

O tamanho dessa questão assusta, mas ela é super simples, vamos analisar?

Inicialmente, a historinha começa assim: Um servidor recém-nomeado da ANTAQ foi testado pelo seu supervisor, que

lhe pediu que desenhasse um gráfico da curva de oferta

de transportes aquaviários, demonstrando uma elevação na quantidade ofertada decorrente do

aumento de preço desse tipo de serviço. Até aqui, é

possível dizer o que foi solicitado pelo supervisor? Qual curva esbelece a relação entre a quantidade ofertada dado que houve

uma variação no preço DESSE TIPO DE SERVIÇO? A curva de

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oferta, não é? Então, na verdade, o que o supervisor está querendo é apenas que o seu funcionário desenhe uma curva de oferta!

Simplesmente isso!

Aí, a questão continua... Nessa situação hipotética, para atender corretamente à solicitação recebida, o referido

servidor deve apresentar um gráfico com deslocamento

da curva de oferta para a direita. Verdade isso? Não né?

Como vimos, o que o supervisor pede não é um deslocamento da

curva, mas apenas o desenho dela! Sem nenhum tipo de deslocamento! Simples dessa forma!

Dessa forma, o item é falso! Ele só estaria verdadeiro se ao invés de demonstrar a relação entre preço e quantidade ofertada do bem,

fosse solicitado o gráfico quando há uma redução nos custos ou um avanço tecnológico, por exemplo. Aí sim, a alternativa estaria

correta! Como isso não foi solicitado, a questão é FALSA.

GABARITO: FALSO

Agora que já compreendemos o lado do consumo e o lado da produção (ou oferta), precisamos entender quando, como e onde esses dois

agentes se encontram. E o mais impressionante: o que acontece nesse encontro! Vejamos o que é ponto de equilíbrio!

3.5. Ponto de Equilíbrio

Como vimos na aula demonstrativa, o local físico ou não onde existe a

interação de empresas e consumidores se chama mercado. Considera-se que um mercado está em equilíbrio quando a quantidade

demandada de um produto se iguala à quantidade ofertada, ou seja,

quando a economia encontra o seu ponto de equilíbrio. Como foi

visto acima, pelas equações da demanda e da oferta, a quantidade demandada e a ofertada de um bem dependem de seu preço. Então,

há um preço para o qual a quantidade de oferta se iguala a de demanda, esse é chamado de preço de equilíbrio, e a quantidade

associada é a quantidade de equilíbrio.

Graficamente, nós temos um equilíbrio de mercado (ou o ponto de

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equilíbrio) quando há o cruzamento entre a curva de oferta e a curva de demanda de determinado bem.

Figura 7 – Equilíbrio de Mercado

O equilíbrio econômico de mercado é um resultado quando a quantidade ofertada é

igual a quantidade demandada, considerando o número de produtores como dado.

O equilíbrio de mercado é uma situação onde, dado um determinado nível de preços, a quantidade demandada é idêntica a quantidade

ofertada. Nessa situação, não existem sobras ou excessos de produtos. Além disso, o equilíbrio de mercado é estável, ou seja, se

não existir mudanças no comportamento do consumidor e/ou do produtor, esse equilíbrio não será alterado.

O preço de equilíbrio é determinado igualando as funções demanda e oferta – ou seja, igualando as quantidades. Resolvendo essa equação,

encontra-se o preço de equilíbrio. Por exemplo, digamos que a função demanda de um bem seja dada por:

1000 50DQ P .

Ponto de equilíbrio

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E que a função oferta seja dada por:

200 30SQ P .

No equilíbrio a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada:

S DQ Q

200 30 1000 50P P

30 50 1000 200P P

80 800P

80010

80P .

Então, o preço de equilíbrio nesse mercado é igual a 10. Para

determinarmos a quantidade de equilíbrio, basta substituirmos esse preço na função demanda ou na função oferta (lembre-se que o

resultado deve ser igual para as duas, já que a quantidade deve ser a mesma):

200 30.10 200 300 500SQ

1000 50.10 1000 500 500DQ

A quantidade de equilíbrio é igual a 500.

Caso o preço que vigora no mercado seja maior que o preço de equilíbrio, a quantidade ofertada superaria a quantidade demandada,

pois com o aumento de preço existiria uma redução na quantidade demanda e um aumento da quantidade ofertada, assim, o mercado

apresentaria um excesso de oferta (ou escassez de demanda). Essa

situação é mostrada na figura abaixo. Caso contrário, se o preço de mercado for inferior ao preço de equilíbrio, então a quantidade

demandada será superior àquela ofertada pelas firmas, caracterizando um excesso de demanda (ou escassez de oferta).

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Figura 9 – Excesso de Oferta

Figura 10 – Excesso de Demanda

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Quando ocorre esse tipo de desequilíbrio, acredita-se que o próprio

mercado tende a corrigi-lo. No caso de um excesso de demanda, os

produtores perceberão que podem aumentar um pouco o preço e a quantidade produzida, e no caso de um excesso de oferta serão

obrigados a fazer o oposto. Essa confiança no livre ajustamento do mercado recebe o nome de Lei da Mão Invisível (formulada

inicialmente por Adam Smith).

Observe que, até aqui, consideramos que o ponto de equilíbrio não se

altera. E isso é verdade, se nenhuma variável que afeta a vida da empresa ou a vida do consumidor for alterada, esse ponto tende a se

perpetuar indefinidamente. A questão é que os fatores que afetam a vida do consumidor e/ou do produtor não são imutáveis. Para

compreender o que acontece nesses casos, precisamos compreender a dinâmica do mercado, último item da aula de hoje.

3.6. Dinâmica de mercado

Como vimos, alguns fatores podem modificar a quantidade demandada

ou ofertada de um bem para um mesmo nível de preço. Caso isso ocorra, observa-se uma mudança no equilíbrio, havendo um

ajustamento tanto na quantidade, como no nível de preços, isso porque o antigo equilíbrio passa a ser uma situação de excesso de

demanda ou de oferta.

Para que você compreenda melhor, vamos analisar um exemplo:

Considere que, no gráfico abaixo a economia está no seu equilíbrio

inicial no ponto A, mostrado abaixo. Suponha que, por alguma razão (seja aumento da renda, seja alteração dos gostos, etc) a demanda

aumente (deslocando a curva de demanda para direita, para uma posição como a curva tracejada), com tudo o mais constante, teremos

uma demanda maior que oferta, como mostrado pelo ponto B. como é possível observar, haverá um excesso de demanda ou uma escassez

de oferta. A pergunta que se faz é: Como atender a essa nova demanda? Ela só poderá ser satisfeita se houver um aumento dos

preços! É como se a empresa estivesse dizendo: querem consumir mais, terão que pagar mais por isso! Como você sabe, à medida que o

preço aumenta, os consumidores tendem a consumir menos. Isso é mostrado pela setinha subindo ao longo da nova curva de demanda e

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da curva de oferta. O novo ponto de equilíbrio é estabelecido no ponto C. Esse aumento de preços é necessário para que se incentive a

produção de mais unidades por parte das firmas.

Figura 11 – Aumento da Demanda.

Nesse gráfico, ocorre um aumento da demanda, decorrente, por exemplo, do

aumento na renda dos consumidores. Conforme analisamos anteriormente, para

qualquer preço os consumidores demandarão quantidades maiores. A seta indica a

direção da mudança. A oferta, por outro lado, permaneceu inalterada porque

nenhum dos fatores que podem provocar seu deslocamento (tecnologia, custos ou

expectativas) modificou-se. Assim, as conseqüências decorrentes do aumento da

demanda são o aumento da quantidade e no preço de equilíbrio. Deste modo, se

compararmos o Ponto de Equilíbrio Final (decorrente do aumento de demanda) com

o Ponto de Equilíbrio Inicial (anterior à mudança) verificamos que a quantidade de

equilíbrio final é maior que a quantidade de equilíbrio inicial e o preço de equilíbrio

final também é maior que o Preço de Equilíbrio Inicial.

De forma contrária, caso ocorra uma redução da demanda, se o preço for mantido inalterado, haverá um excesso de oferta, e, nesse caso, as

firmas desejariam vender mais do que a quantidade que a demanda desejaria comprar. Assim, para reequilibrar o mercado, haveria uma

redução tanto na quantidade ofertada e nos preços.

No caso de um aumento na oferta (curva de oferta se deslocando para

baixo), ou seja, se as firmas podem produzir mais a um mesmo preço,

A B

Excesso de demanda

C

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então o equilíbrio inicial também se transformaria em uma situação de excesso de oferta. A nova quantidade de equilíbrio seria maior,

refletindo a maior possibilidade de produção das firmas, mas com

menor preço – a demanda somente pode adquirir a quantidade adicional caso o preço se reduza. Nessa situação, é como se os

consumidores dissessem: querem vender mais? Nós só compramos por um preço menor!

Por fim, se a oferta se contrai, ou seja, as firmas precisam cobrar mais para produzir uma mesma quantidade (ou, de modo equivalente, elas

produzem menos a um mesmo preço), então o antigo equilíbrio se tornaria um excesso de demanda. Para que o novo equilíbrio seja

alcançado, o preço deve aumentar e a quantidade se reduzir. A figuras abaixo mostra a dinâmica de mercado quando há um aumento da

oferta.

Figura 12 – Aumento da oferta.

Nesse gráfico, ocorre um aumento na oferta, decorrente, por exemplo, da

descoberta de uma nova tecnologia de produção. Apenas para recordar, verifique

que, nesse caso, para qualquer preço, os produtores produzirão quantidades

maiores. A seta indica o sentido da mudança. A demanda, por outro lado,

permaneceu inalterada porque nenhum dos fatores que podem provocar o seu

deslocamento (como renda, preço de um bem relacionado, preferências ou

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expectativas) sofreu qualquer modificação. Veja como o aumento da oferta vai

resultar em um deslocamento na quantidade de equilíbrio, que, no entanto, será

acompanhado por uma queda no preço de equilíbrio. Deste modo, se compararmos o

Ponto de Equilíbrio Final (decorrente do aumento da oferta) com o Ponto de

Equilíbrio Inicial (anterior à mudança) verificamos que a quantidade de equilíbrio

final é maior que a quantidade de equilíbrio inicial e o preço de equilíbrio final é

menor que o preço de equilíbrio inicial.

Fica como trabalho de casa verificar, graficamente, o que ocorre

quando a demanda ou a oferta sofrem uma redução, ok?

Nas provas, normalmente, as bancas não cobram

a dinâmica de movimento, ou seja, não se dá importÂncia ao ponto B do gráfico que mostra o

deslocamento da demanda. Assim, as bancas querem saber o que existia antes e o que passou

a existir depois. É o que os economistas chamam de Estática Comparativa. Você tira uma “foto”

da economia antes e outra depois e compara o que aconteceu.

Vamos ver exercícios?

Exercício 23

(CESGRANRIO, Prefeitura Municipal de Manaus, Economista, 2005) Observe os Gráficos de Oferta e Demanda de Casquinhas

de Sorvete de Açaí, I, II e III, abaixo.

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Representa(m) uma situação de equilíbrio entre oferta e demanda, o ponto:

a) a, somente. b) b, somente.

c) c, somente. d) d, somente.

e) e, somente.

De todas as questões de economia que eu já vi, essa é, disparada, uma das mais fáceis!

Como é que eu penso em ponto de equilíbrio? Como a intersecção entre as curvas de demanda e de oferta. O ponto em que, para um

dado nível de preços, a quantidade ofertada é idêntica a quantidade demandada! Olhando para os gráficos, o que é possível perceber que a

única letrinha que aponta para o equilíbrio é a primeira alternativa, a letra (A).

Logo, a alternativa correta é a alternativa (A).

Mas vamos analisar as outras assertivas.

As letras (B) e (C), analisam os pontos b e c. Contudo, sozinhos, esses

pontos não indicam nada. Agora, se fizéssmos uma união entre os dois pontos, teríamos, no gráfico II a presença de um excesso de demanda.

Por fim, no gráfico III, as letras (D) e (E) estudam os pontos d e e. Assim como os pontos b e c, sozinhos, eles não representam

absolutamente nada. Para o caso desses pontos, a união entre eles

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mostra um execesso de oferta. Assim, as letras (B) a (E) estão incorreta.

GABARITO: A

Exercício 24

(CESGRANRIO, BNDES, Profissional Basico: Administração,

2009) Considere o gráfico abaixo, que mostra as curvas de demanda d) e de oferta (S) no mercado de laranjas. Suponha

que os consumidores considerem laranja um bem inferior e laranja e tangerina como bens substitutos.

Se o preço da tangerina aumentar, no gráfico do mercado de

laranjas apresentado acima, oa)

a) novo preço será maior que p1. b) nova quantidade negociada será menor que q1.

c) nova curva de demanda d) será como a tracejada no gráfico. d) posição da curva de oferta (S) será alterada.

e) posição da curva de demanda d) não será alterada.

Primeira coisa, veja duas informações dadas que podem ser úteis primeiro, a questão afirma que a laranja é um bem inferior e, logo em

seguida, afirma que laranja e tangerina são bens substitutos!

Logo em seguida, a questão afirma que houve um aumento no preço

das tangerinas.

Ora, a primeira informação é que laranjas e tangerinas são bens

substitutos. Se o preço da tangerina aumentou, os consumidores irão

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consumir menos tangerinas e mais laranjas, não é isso? Como está se falando em consumidores, haverá um deslocamento para a direita da

curva de demanda do consumidor, como mostrado no gráfico abaixo:

Vamos analisar agora item a item, começando pelo último?

A alternativa (E) afirma que não haverá o deslocamento da curva

de demanda! Ora, como já vimos, a curva de demanda será alterada

sim, indo para a posição tracejada mostrada no gráfico acima. Dessa forma, a alternativa está incorreta!

Em seguida e subindo, a letra (D) diz que posição da curva de oferta (S) será alterada. Como já vimos anteriormente, falou-se em

consumidor, estaremos falando, necessariamente, de curva de demanda. A curva de oferta não será alterada nessas circunstâncias!

A assertiva (C), por sua vez, indica que nova curva de demanda d) será como a tracejada no gráfico. Esse fato também não será

verdadeiro já que a curva tracejada mostra um deslocamento da curva de demanda para a esquerda. Esse fato só seria verdadeiro se

estivéssemos falando sobre uma redução da demanda, por exemplo, se o preço da tangerina diminuísse.

A letra (B) afirma que nova quantidade negociada será menor que q1, o que também está errado já que com o aumento do preço da

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tangerina, mais pessoas procurarão consumir laranjas! Logo, a quantidade de equilíbrio tenderá a aumentar!

Dessa forma, a alternativa correta é a letra (A) que indica que o preço

será maior que P1. Como as pessoas desejam consumir mais, isso só será possível de acontecer se o preço for maior do que o que prevalece

atualmente. Dessa forma, a letra (A) é a afirmativa correta.

GABARITO: A

E vamos lá para a Cespe?

Exercício 25

(ANVISA, Analista Administrativo – economia, 2004) A análise

microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um

fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Um aumento no preço do aço, utilizado pela indústria

automobilística, provoca um deslocamento ao longo da

curva de oferta da indústria automobilística elevando, assim, o preço desses produtos.

Vamos analisar pacientemente. Observe que, pelo que nós já vimos,

um aumento no preço do aço não levará a um movimento ao longo da curva de oferta da indústria automobilística já que o preço do aço

entra, para a industria automobilística como um custo. Logo, já a partir desse ponto, podemos dizer que a alternativa é falsa! Mas

vamos em frente para achar mais erros!

Veja que, em seguida, a questão afirma que um aumento no preço do aço levará a um aumento nos preços dos produtos da indústria

automobilística. De fato, nesse ponto, temos uma informação correta. Analisemos: com o aumento do preço do aço, haverá um

deslocamento da curva de oferta para a esquerda e para cima, conforme vemos no gráfico abaixo:

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Com o deslocamento da curva de oferta para a esquerda, de fato, o preço dos produtos da indústria automobilística tenderá a aumentar!

Assim, o único erro da questão é apontar que haverá um deslocamento ao longo da curva de oferta e não da curva de oferta!

GABARITO: FALSO

Exercício 26

(CNPq, Analista Pleno I, 2004) A microeconomia estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados

econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O agravamento recente da crise no Oriente Médio criou

expectativas de redução da produção mundial de petróleo, fato que desloca a curva de oferta de gasolina para baixo e

para a direita, contribuindo, assim, para aumentar o preço

de mercado desse produto.

E vamos lá para mais uma!

Veja que essa questão é bastante semelhante ao que foi visto

anteriormente! Como eu digo sempre, a Cespe adora se repetir!

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Vamos lá!

É possível observar que a questão fala em redução da produção mundial do petróleo! Logo, como consequência desse fato, pode-se

esperar que haja um aumento no preço desse bem. O que esse fato altera? A demanda ou a oferta? Nesse caso, teremos uma alteração da

curva de oferta, já que estamos falando de como o petróleo afeta a gasolina e, agora, nós já sabemos que haverá uma alteração nos

custos futuros da empresa! De toda forma, os custos não foram

alterados agora, assim, é possível afirmar que não os custos, mas as expectativas foram alteradas!

Nesse caso, como as empresas esperam que haja uma redução na produção do petróleo e um posterior aumento de preços, isso levará a

um deslocamento para a esquerda e para cima da curva de oferta da

gasolina hoje. Isso é mostrado graficamente abaixo.

Assim, com um deslocamento para a esquerda da curva de oferta, haverá uma redução da quantidade de equilíbrio e um aumento nos

preços no mercado. Mas, como a questão afirma que a curva será deslocada para a direita e para baixo, a alternativa é falsa!

GABARITO: FALSO

Exercício 27

(Basa, Técnico Científico, 2004) Em uma economia

descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema de preços

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para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado. A análise das interações entre vendedores e

compradores em uma economia de mercado constitui o cerne

do estudo dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O aumento da renda dos consumidores, ao contribuir para

expandir a demanda por serviços hoteleiros, pode levar ao

aumento dos preços e da quantidade demandada desses

serviços.

Vamos para a última da Cespe de hoje! Logo, logo, voltaremos para

ver as útimas três questões da Cesgranrio!

Agora estamos falando na curva de demanda!

Vamos ver! De acordo com a questão, a renda dos consumidores

aumentou, certo? Dado que os serviços hoteleiros ou ainda serviços de turismo de uma maneira geral são bens normais, um aumento da

renda tenderá a apontar para um aumento do consumo também, o que implicará em um deslocamento da curva de demanda para a

direita e para cima, conforme vemos no gráfico abaixo:

Dessa forma, um aumento na demanda provocado por um aumento da renda tente a levar a um aumento da quantidade demanda e a um

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aumento dos preços também! Assim, a alternativa analisada é verdadeira!

GABARITO: VERDADEIRA

Facinho? Vamos terminar com mais 15 itens, ou três questões da

cesgranrio para ver movimentação de gráfico no equilíbrio?

Exercício 28

(CESGRANRIO, BNDES, Profissional Basico: Administração,

2009) O gráfico abaixo mostra, em linhas cheias, as curvas da

demanda e da oferta no mercado de maçãs.

Considere que maçãs e pêras são bens substitutos para os consumidores. Se o preço da pêra aumentar e nenhum outro

determinante da demanda e da oferta de maçãs se alterar, pode-se afirmar que:

a) a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição como AB.

b) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD.

c) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para posições como AB e CD.

d) o preço da maçã tenderá a diminuir. e) não haverá alteração no mercado de maçãs.

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Essa questão é bem semelhante a primeira que nós fizemos juntos a respeito dos deslocamentos da demanda e da oferta. A única

diferença, aliás, é que podemos encontrar aqui também o

deslocamento da oferta também!

Então, como vimos anteriormente, se o preço da pêra aumentar, as

pessoas passarão a consumir menos pêras e mais maçãs! Logo a curva de demanda se alterará para a direita e para cima, como mostrado

pela linha AB, o que nos leva a letra (A) como alternativa correta.

Vamos ver por que as demais estão incorretas?

A alternativa (B) diz que a curva de oferta será deslocada! Mas como a curva de oferta será deslocada se estamos falando em variações que

afetam diretamente a vida do consumidor? Como vimos várias vezes, apenas tecnologia, custos e expectativas afetam a curva de oferta!

Gostos, preços dos bens relacionados, renda e expectativas afetam a curva de demanda! Logo, a alternativa (B) não pode ser verdadeira.

Em seguida a alternativa (C) diz que as duas curvas serão deslocadas, o que também não é verdade porque a curva de oferta não pode ser

deslocada quando as variáveis que afetam a demanda são alteradas!

A letra (D) diz que o preço da maçã tende a diminuir. Como nós vimos, o preço da maçã tenderá a aumentar já que mais pessoas

procurarão consumir esse produto.

Finalmente, a assertiva (E) diz que não haverá alteração no mercado

das maçãs, o que não é verdade já que as pêras possuem relação com as maçãs dadas pelo consumidor!

Logo, a lternativa correta é a letra (A)

GABARITO: A

Aqui, vale uma informação importante: Na letra (D) nós vimos que o aumento no preço da pêra vai levar a um aumento na demanda por

maçãs, o que implicará, em última instância, em um aumento no preço das maçãs também, certo? Nessa altura, você poderia me perguntar:

mas, com o aumento no preço das maçãs, as pessoas passarão a consumir mais pêras e isso se tornaria um movimento pendular, não

é?

Eu respondo: é possível que sim, mas, isso não irá nos interessar!

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Sempre que se falar nos movimentos das curvas, nós vamos lembrar dos primeiros movimentos, daqueles que são diretamente causados

por alterações nas variáveis. O resto dos movimentos, por ser

incertos, não serão interesse de nosso estudo, tá?

Exercício 29

(CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) O gráfico acima

representa uma curva de oferta e demanda que se encontra na posição:

a) em equilíbrio.

b) com escassez de demanda. c) com excesso de oferta.

d) com excesso de demanda. e) com escassez de demanda e oferta.

Vamos lá para a penúltima questão do dia!

O que está acontecendo no ponto em análise? Veja que, nesse ponto,

ao preço de $ 1,5, as pessoas estão querendo consumir 10 unidades enquanto as empresas desejam produzir apenas 6. Nesse caso, haverá

uma falta de produtos, o que nós denominamos, anteriormente, de excesso de demanda e que aqui eu gostaria também de adicionar

como sendo uma escassez de oferta. Dessa forma, sem fazer muita ginástica, a alternativa correta é a letra (D).

A alternativa (A) é incorreta por afirmar que o mercado está em equilíbrio quando, na verdade, não está. A letra (B), por sua vez, diz

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que existe uma escassez de demanda. Como já vimos não existe uma escassez de demanda, mas um excesso!

A assertiva (C), em seguida, diz que haverá um excesso de oferta.

Como acabamos de ver, não há um excesso de oferta, mas uma escassez dela. Por fim, a alternativa (E) diz que há escassez de oferta

e de demanda, mas tal fato não é verdadeiro já que existe apenas escassez de oferta e não de demanda!

GABARITO: D

Compreendido?

Vamos para a última?

Exercício 30

(CESGRANRIO, TCE/RO, Economista, 2007)

O gráfico acima mostra as curvas de demanda e de oferta no mercado competitivo de soja. Um aumento do preço de

fertilizantes agrícolas vai provocar:

a) uma quantidade de equilíbrio final no mercado de soja superior à

quantidade de equilíbrio inicial q0. b) um preço de equilíbrio final de soja inferior ao preço de equilíbrio

inicial p0. c) um deslocamento da curva de demanda por soja.

d) um deslocamento da curva de oferta de soja.

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e) aumento na oferta de farelo de soja.

Vamos lá para o último com os pés nas costas?

Veja que a banca pediu para dizer o que vai acontecer quando houve um aumento no preço dos fertilizantes agrícolas! Como já vimos, os

preços dos fertilizantes agrícolas irão afetar os custos das empresas, aumentando-os. Logo, haverá um deslocamento da curva de oferta!

Para a direita ou para a esquerda? Para a esquerda! Já que com o aumento dos custos eu só vou conseguir produzir se receber um preço

maior por isso! Graficamente:

Vamos ver as alternativas agora?

A letra (A) afirma que uma quantidade de equilíbrio final no mercado de soja superior à quantidade de equilíbrio inicial q0.

Como vimos, no gráfico, a alternativa não é verdadeira já que haverá uma redução da quantidade de equilíbrio.

Da mesma forma, a letra (B) também não é verdadeira já que afirma que haverá um preço de equilíbrio final de soja inferior ao preço

de equilíbrio inicial p0. Com o aumento do preço dos insumos que fazem parte do custo das empresas, não haverá uma redução do

preço, mas um aumento.

A letra (C) diz que haverá um deslocamento da curva de demanda por soja. Já vimos que isso não é verdade já que o preço dos insumos

não afeta diretamente a vida do consumidor, mas apenas da empresa!

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Em seguida, a letra (D) diz que haverá um deslocamento na curva de oferta das empresas e essa é a alternativa correta! Para ela ficar ainda

melhor, poderíamos completar dizendo que o deslocamento é para a

esquerda e para cima, levando a uma redução da quantidade de equilíbrio e a um aumento do preço.

Por fim (ufa), a alternativa (E) diz que haverá um aumento na oferta de farelo de soja! Veja, se haverá uma redução na oferta se soja, seria

possível aumentar a produção do farelo de soja? Não, né, já que com o aumento do preço da soja, haverá um aumento nos custos de

produção do farelo também, o que levará a uma redução da produção!

Compreendido??

GABARITO: D

E, antes de terminar!!!

Você deve ter observado e ficado com dúvida também sobre o porquê

diz respeito ao não efeito sobre da renda do consumidor sobre a oferta de bens, por exemplo. Nesse caso, eu vou explicar. Veja, quando há

um aumento na renda, isso vai, como vimos várias vezes, afetar DIRETAMENTE a vida do consumidor, deslocando a curva de demanda.

Isso não quer dizer que a empresa não seja afetada, mas o efeito sobre ela não será direto e ocorrerá via mercado! Logo, há, sim, uma

relação entre renda e quantidade ofertada, mas essa relação é INDIRETA!

***

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Pessoal,

Terminamos aqui a nossa primeira aula! Foram nada menos que 70

itens sendo respondidos. E isso é só o começo! Ainda teremos beemmm mais pela frente!

Na aula que vem conversaremos sobre a teoria do consumidor!

Até a próxima segunda.

Abração

Amanda

Exercícios

Exercício 31

(CESGRANRIO, Casa da Moeda, Analista de Finanças, 2005) A

curva de demanda do mercado é dada pela:

a) soma das demandas individuais multiplicada pelos preços dos bens.

b) soma das demandas individuais dos bens superiores.

c) soma das demandas individuais.

d) soma das demandas individuais dos bens inferiores e

subtração das demandas individuais dos bens superiores.

e) subtração das demandas individuais dos bens inferiores e

soma das demandas individuais dos bens superiores.

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Exercício 32

(CESGRANRIO, TCE/RO, Economista, 2007)

No gráfico acima aparece em traço cheio a curva de demanda por maçãs. Sendo as pêras um bem substituto para as maçãs,

um aumento de preço da pêra:

a) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição

como A B.

b) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como C D.

c) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição

como A D.

d) altera apenas a curva de oferta de maçãs.

e) não altera a posição da curva de demanda por maçãs.

Exercício 33

(CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) Dos itens abaixo, a curva de demanda só NÃO afeta e desloca:

a) a renda.

b) os gostos.

c) o preço dos insumos.

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d) o preço dos bens.

e) o número de compradores.

Exercício 34

(TJ/CE, Analista Judiciário, 2008) A microeconomia estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por isso, constitui um sólido fundamento à análise dos

agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A preocupação crescente com o meio ambiente tem conduzido ao uso de energias cada vez mais limpas e à

redução da demanda de petróleo, o que provoca um

deslocamento ao longo da curva de demanda por esse combustível.

Exercício 35

(Pref. Vitória/ES, Controlador de Recursos Municipais, 2008)

A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão,

constitui um fundamento sólido à análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a

seguir.

A descoberta de que o consumo de azeite de oliva

contribui para elevar os níveis do bom colesterol

desloca a curva de demanda por esse tipo de azeite para cima e para a direita.

Exercício 36

(Ministério da Saúde, Economia da Saúde, 2008) A microeconomia, que analisa o comportamento dos agentes

econômicos individuais, constitui um instrumental importante na análise de questões ligadas à economia da

saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens de 51 a 65.

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A descoberta de que ingerir peixes de água fria, como

truta, atum ou salmão, no mínimo uma vez por semana, contribui para a prevenção de doenças coronárias e

ataques cardíacos eleva a demanda desse tipo de

peixes, deslocando, assim, a curva de demanda de mercado desses pescados para cima e para a direita.

Exercício 37

(CNPq, Analista Pleno I, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por

essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a

seguir.

A política recente das companhias aéreas de conceder

descontos substanciais nos vôos noturnos leva à redução da demanda de passagens rodoviárias.

Exercício 38

(Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos

agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens

subseqüentes.

Os avanços tecnológicos que culminaram na expansão

da comunicação em tempo real, por via eletrônica (chats), deslocam a curva de demanda dos serviços de

telefonia fixa e celular para baixo e para a esquerda,

atestando, assim, que esses serviços são bens complementares.

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Exercício 39

(Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos

agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes.

O gráfico que relaciona a demanda de determinado bem com o preço de outro bem, que seja substituto ou

concorrente do primeiro, apresenta uma inclinação

crescente.

Exercício 40

(CESGRANRIO, MPE/RO, Economista 2005) Um bem normal ou

superior é aquele cujo efeito-renda é:

a) indeterminado.

b) negativo.

c) inferior ao efeito-substituição.

d) positivo.

e) nulo.

Exercício 41

(CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004, CESPE) A análise microeconômica estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes

agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

Se um bem inferior for também um bem de Giffen, então um aumento do seu preço elevará, também, a quantidade

demandada desse produto.

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Exercício 42

(Anatel, Especialista em Regulação, 2004) Ainda acerca dos aspectos apontados no texto, julgue os seguintes itens,

relativos a microeconomia.

O paradoxo de Giffen, que constitui uma exceção à regra

geral da demanda, é consistente com a existência de uma

curva de demanda positivamente inclinada para

determinados bens.

Exercício 43

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

O efeito substituição negativo é dominado pelo efeito renda positivo caso haja aumento de preço de um bem de

Giffen.

Exercício 44

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

O efeito renda altera os preços relativos dos bens, ocasionando, porém, a manutenção do poder aquisitivo do

consumidor.

Exercício 45

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

Aumento no preço de um bem normal implica que os efeitos renda e substituição têm sinais opostos.

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Exercício 46

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

Para bens complementares, não existe efeito renda, e, para bens substitutos perfeitos, não existe efeito

substituição.

Exercício 47 (CESGRANRIO, INEA, Economista, 2007) Uma empresa competitiva, ao produzir, causa dano ambiental (polui um curso

de água). Não é obrigada a pagar pelo dano, e a curva de oferta do que produz é S0 conforme apresentado na figura abaixo.

Se fosse obrigada a pagar, sua curva de oferta teria uma posição como

a) S1

b) S2

c) S3 d) S4

e) S0 mesmo

Exercício 48 (ANCINE, Cargo 1, Caderno Chaplin, Economia,

Administração e Contábeis, 2005.) A respeito dos conceitos

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microeconômicos e da economia da regulação, julgue os itens a seguir.

Quando, em face de uma desvalorização do real, o preço

dos equipamentos cinematográficos importados aumenta, a curva de oferta de películas se desloca para

baixo e para a direita.

Exercício 49 (CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004) A análise microeconômica estuda o

comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos

grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

Na situação atual, se os sindicatos dos bancários conseguirem negociar aumentos salariais reais, a curva

de oferta de serviços bancários se deslocará para cima

e para a esquerda.

Exercício 50

(Senado Federal, Consultor legislativo – Economia, Agricultura,

2002) O modelo básico da oferta e da demanda é utilizado para analisar os mais variados problemas econômicos. Com base

nesse modelo, julgue os itens seguintes.

No Brasil, a redução do preço do petróleo e a recente

valorização do real frente ao dólar deslocam a curva de

oferta de gasolina para cima e para a esquerda.

Exercício 51 (Basa, Técnico Científico, 2004) Em uma economia

descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema

de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado. A análise das interações entre

vendedores e compradores em uma economia de mercado

constitui o cerne do estudo dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

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A crescente onda de insegurança no Iraque conduz à

elevação do preço do barril do petróleo cru no mercado

internacional e aumenta o preço da gasolina, provocando, no Brasil, um deslocamento ao longo da

curva de oferta desse combustível.

Exercício 52 (ANTAQ, Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários, 2009) Com relação à aplicação dos

conceitos básicos de microeconomia, julgue os itens subsequentes.

Um servidor recém-nomeado da ANTAQ foi testado pelo

seu supervisor, que lhe pediu que desenhasse um

gráfico da curva de oferta de transportes aquaviários, demonstrando uma elevação na quantidade ofertada

decorrente do aumento de preço desse tipo de serviço.

Nessa situação hipotética, para atender corretamente à solicitação recebida, o referido servidor deve

apresentar um gráfico com deslocamento da curva de

oferta para a direita.

Exercício 53 (CESGRANRIO, Prefeitura Municipal de Manaus, Economista,

2005) Observe os Gráficos de Oferta e Demanda de Casquinhas de Sorvete de Açaí, I, II e III, abaixo.

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Representa(m) uma situação de equilíbrio entre oferta e

demanda, o ponto:

a) a, somente. b) b, somente.

c) c, somente. d) d, somente.

e) e, somente.

Exercício 54 (CESGRANRIO, BNDES, Profissional Basico: Administração,

2009) Considere o gráfico abaixo, que mostra as curvas de demanda d) e de oferta (S) no mercado de laranjas. Suponha

que os consumidores considerem laranja um bem inferior e laranja e tangerina como bens substitutos.

Se o preço da tangerina aumentar, no gráfico do mercado de

laranjas apresentado acima, oa)

a) novo preço será maior que p1. b) nova quantidade negociada será menor que q1.

c) nova curva de demanda d) será como a tracejada no gráfico. d) posição da curva de oferta (S) será alterada.

e) posição da curva de demanda d) não será alterada.

Exercício 55 (ANVISA, Analista Administrativo – economia, 2004) A análise

microeconômica estuda o comportamento individual dos

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agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados

econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Um aumento no preço do aço, utilizado pela indústria

automobilística, provoca um deslocamento ao longo da curva de oferta da indústria automobilística elevando,

assim, o preço desses produtos.

Exercício 56 (CNPq, Analista Pleno I, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa

razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O agravamento recente da crise no Oriente Médio criou

expectativas de redução da produção mundial de petróleo,

fato que desloca a curva de oferta de gasolina para baixo e para a direita, contribuindo, assim, para aumentar o preço

de mercado desse produto.

Exercício 57 (Basa, Técnico Científico, 2004) Em uma economia

descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes

econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de

mercado. A análise das interações entre vendedores e compradores em uma economia de mercado constitui o cerne

do estudo dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O aumento da renda dos consumidores, ao contribuir para

expandir a demanda por serviços hoteleiros, pode levar ao

aumento dos preços e da quantidade demandada desses serviços.

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Exercício 58 (CESGRANRIO, BNDES, Profissional Basico: Administração, 2009) O gráfico abaixo mostra, em linhas cheias, as curvas da

demanda e da oferta no mercado de maçãs.

Considere que maçãs e pêras são bens substitutos para os consumidores. Se o preço da pêra aumentar e nenhum outro

determinante da demanda e da oferta de maçãs se alterar, pode-se afirmar que:

a) a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição

como AB.

b) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD.

c) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para posições como AB e CD.

d) o preço da maçã tenderá a diminuir. e) não haverá alteração no mercado de maçãs.

Exercício 59 (CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) O gráfico acima representa uma curva de oferta e demanda que se encontra na

posição:

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a) em equilíbrio. b) com escassez de demanda.

c) com excesso de oferta. d) com excesso de demanda.

e) com escassez de demanda e oferta.

Exercício 60 (CESGRANRIO, TCE/RO, Economista, 2007)

O gráfico acima mostra as curvas de demanda e de oferta no

mercado competitivo de soja. Um aumento do preço de fertilizantes agrícolas vai provocar:

a) uma quantidade de equilíbrio final no mercado de soja superior à

quantidade de equilíbrio inicial q0.

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b) um preço de equilíbrio final de soja inferior ao preço de equilíbrio inicial p0.

c) um deslocamento da curva de demanda por soja.

d) um deslocamento da curva de oferta de soja. e) aumento na oferta de farelo de soja.

GABARITO

1. C

2. A 3. C

4. FALSO 5. VERDADEIRA

6. VERDADEIRA 7. VERDADEIRA

8. FALSO 9. VERDADEIRA

10. C 11. FALSO

12. VERDADEIRA 13. VERDADEIRA

14. FALSO

15. FALSO 16. FALSO

17. B 18. FALSO

19. VERDADEIRA 20. FALSO

21. FALSO 22. FALSO

23. A 24. A

25. FALSO 26. FALSO

27. VERDADEIRA 28. A

29. D

30. D