Parte I 1ª Versão Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Acção de Formação 07 08

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Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Estreito de Câmara de Lobos Acção de Formação Formadores: Professora Sílvia Mendonça 1

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Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Estreito de Câmara de

Lobos

Acção de Formação

Formadores: Professora Sílvia Mendonça Professor Luís Pereira

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Objectivos Específicos• Contribuir para a formação profissional; • Qualificar e diversificar a formação cultural e artística;• Preservar e valorizar o património artístico e cultural; • Consolidar o sentido de apreciação estética do mundo;

- Compreender a pluralidade dos pontos de vista • Evidenciar uma atitude crítica enquanto receptor de objectos

artísticos;- Formular hipóteses explicativas

• Compreender o objecto artístico como documento/testemunho do seu tempo histórico;

- Construir sínteses estruturadas • Enquadrar a especificidade do discurso e das categorias analíticas

de cada área artística na análise conjuntural do tempo e do espaço;

- Interpretar o diálogo passado – presente • Identificar os elementos estruturantes que caracterizam a

singularidade da cultura de cada época; - Identificar factos, cronologias e quadros espaciais

• Utilizar diversos recursos na pesquisa e comunicação de informação;

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Conteúdos Educação/Modos do (e) Ver.• A Obra de Arte como objecto estético; a diversidade da

produção; • A Obra de Arte como objecto histórico, significado e

importância do património histórico – artístico. A Formação das Artes. • A Arte Grega, Romana e Egípcia.• As Artes paleocristã, bizantina, germânica e muçulmana.• A Arte do final do Império Romano até o século X. Arte da Alta Idade Média • A Arte Românica: A Arquitectura, a Escultura e a Pintura• A Arte Gótica: A Arquitectura, a Escultura e a Pintura • Os Precursores: Itália e Flandres• O Quattrocento em Itália: A pintura, a arquitectura e a

escultura• A Europa e o Renascimento • O Maneirismo

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Conteúdos As Artes do Absolutismo e Catolicismo • O Barroco: A pintura, a escultura e arquitectura • O Rococó: A pintura, escultura e arquitectura O Academismo e sua negação • O Neoclássico e o Realismo • Impressionismo, Simbolismo e Expressionismo. • Arte Nova.• Fauves e Expressionistas I • Futurismo e Arte Naif. • O Cubismo • Arte comprometida e Arte empenhada. • De Dada ao Surrealismo. A informática como metodologia do ensino • Word, Excel, Power point ao nível da aplicação • Photoshop, Corel photo-paint e paint ao nível do tratamento de

imagem • Câmara fotográfica, scanner, datashow • Organização de trabalhos ao nível informático

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A Obra de Arte• “… a arte é uma função essencial do homem,

indispensável ao indivíduo e às sociedades e que se lhes impôs como uma necessidade desde as origens pré-históricas. A Arte e o homem são indissociáveis. Não há arte sem homem, mas talvez igualmente não haja homem sem arte. Por ela, o homem exprime-se mais completamente, portanto, compreende-se e realiza-se melhor. Por ela, o mundo torna-se mais inteligível e acessível, mais familiar. É o meio de um perpétuo intercâmbio com aquilo que nos rodeia, uma espécie de respiração da alma bastante parecida com a física, de que o nosso corpo não pode prescindir. O ser isolado ou a civilização que não têm acesso à arte estão ameaçados por uma imperceptível asfixia espiritual, por uma perturbação moral.”…

René Huyghe, Sentido e Destino da Arte I, Colecção Arte & Comunicação, nº31, Edições 70, Lisboa. 1986, página 11

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A Obra de Arte• (…) “A obra de arte, pelo que nos mostra, pelo que

assim nos sugere, introduz e desenvolve em nós certos sentimentos, certos sonhos, certas tendências. O seu poder insinuante obriga-nos a viver, em parte, da vida nela depositada pelo seu criador. Este poder não foi desconhecido, mais ou menos intuitivamente, dos condutores de sociedades. …”

Por isso:• “ … a obra de arte afeiçoa, modela os corações e os

espíritos, marca-os com o seu cunho. Age como um condensador de vida interior que comunica aos homens a sua carga. Mas também é muito verdade afirmar que, por uma acção corolária, os liberta, ao mesmo tempo, de certas tensões interiores.”

René Huyghe, Sentido e Destino da Arte I, Colecção Arte & Comunicação, nº31, Edições 70, Lisboa. 1986, páginas 20 e 21

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A Obra de ArteA obra de arte não pode ser entendida apenas no seu sentido restrito ou denotativo, mas também tem de ser vista no sistema alargado ou conotativo. Partindo de uma característica comum às obras de arte dos vários campos artísticos de todos os tempos e das mais diversas linguagens e tendências estéticas, podemos tentar construir uma definição base e dizer que a obra de arte é um produto da criação artística concebido para ser entendido esteticamente. A obra de arte é concebida pelo homem para comunicar e a percepção e o juízo estéticos são as formas de conhecimento e apreciação. Um juízo estético é sempre, naturalmente, um juízo de valor. Por isso, gostar ou não gostar de uma obra arte é sempre lícito em termos individuais. Mas este juízo individual não pode informar a atribuição do valor estético e histórico real.

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A Obra de Arte

Compreender essa obra de arte por via da percepção estética é o primeiro passo de um processo mais complexo que passa pelo conhecimento de aspectos inerentes à obra e ao seu contexto e que nos levarão a um entendimento mais fundamentado. A partir deste entendimento, poderemos então ajuizar e avaliar a importância dessa obra no percurso histórico - artístico. Originalidade, intencionalidade, comunicabilidade e artisticidade são qualidades inerentes à obra de arte, quer ela se insira no campo da literatura, da música ou das artes visuais, ou seja das artes plásticas e das artes do espaço e do movimento.

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A Obra de Arte• Ao conceber e realizar uma obra de arte, o artista faz

uma apresentação do mundo. Ele dá-nos a sua visão profunda da realidade individual e social. Não se trata duma representação do mundo, por mais narrativa que seja a obra criada, mas sim duma apresentação onde todas as dimensões se cruzam. O espectador liga-se à obra de arte por via estética e não utilitária ou pragmática, exclusivamente. Os artistas muitas vezes ao pronunciarem-se sobre a sua obra informam-nos sobre o processo de criação e sobre alguns aspectos que gostariam de ver ligados à fruição artística:

“Gostaria de chegar a tal ponto que ninguém fosse capaz de dizer como tinham surgido os meus quadros.”

Picasso “Para compreender o invisível é necessário penetrar

profundamente no visível. O meu objectivo de sempre é tornar visível o invisível através da realidade.”

Max Beckman

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A Obra de Arte“Os grandes criadores procuram as suas formas, não na névoa do

passado, mas sondando o centro de gravidade real e mais profundo da sua época.”

Franz Marc “Não há regras estéticas fixas. O artista vai criando a obra, seguindo

a sua natureza, o seu instinto. Ele próprio se detém surpreendido diante dela e com ele os outros.”

Emil Nolde“Pintar é uma colisão violenta de vários mundos, que dentro e fora

da luta recíproca estão destinados a criar o novo Mundo. Cada obra nasce assim tecnicamente como nasce o cosmos – por meio de catástrofes, que do caótico ruído dos instrumentos, acabam por formar uma sinfonia chamada música das esferas. A criação da obra é criação de um mundo.”

Kandinsky ‘Os meus quadros são alegorias e não cópias. As formas e as cores

não são belas em si. Belas são as que foram produzidas por uma vontade espiritual. Há algo de misterioso por detrás dos homens e das coisas, das cores e das molduras, que liga tudo com a vida e com o fenómeno concreto – a obra que eu procuro.”

in Textos de Documentos Para a Compreensão da Pintura Moderna, W. Hess. Kirchner

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A Obra de Arte

• “… . As artes foram descritas de maneira muito diferentes, mas não é habitual pensá-las como exprimindo ou transmitindo conhecimento humano. No entanto tenciono dizer nestas conferências que as artes são um importante veículo de conhecimento e, especialmente, extraímos delas uma compreensão da experiência humana e, através dela, os valores humanos, que, no meu entender, a transforma num dos modos fundamentais do conhecimento humano.”

Jacob Bronowski, Arte e Conhecimento, ver imaginar, criar. Colecção Arte & Comunicação, nº21, Edições 70, Lisboa. 1983, página 77

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A Obra de Arte• Os “sistemas” antigos e tradicionais das Artes. O Trivium e o

Quadriviun. Classificação pela natureza das matérias-primas estruturais; pela especificidade dos modos de apreensão; em relação ao tempo e ao espaço; pela natureza das temáticas (Artes do real e do irreal ou imaginário – Malraux) ou simbólicas (religiosas e profanas), pela “nobreza”, “dignidade”, “riqueza” ou raridade dos materiais; classificações de base geográficas, geo - cultural, étnica ou política; por níveis ou estratos sócio - culturais (Arte erudita e não - erudita ou popular); por épocas históricas; e por “escolas” ou tendências estéticas. Artes “maiores” e Artes “menores”. Sentidos “puros ou espirituais” e sentidos “impuros ou carnais”. Apreciação dos critérios de Platão, Tomás de Aquino, M. Nédoneele. Guyau e Ettienne Souriau; e das opiniões de D. Huisman. As posições contemporâneas. Artes do espectáculo e Artes de massas; Artes solitárias. Produção em série e criações únicas. Arte culta. Arte popular (rural e urbana). “Folclore” e costumes tradicionais. O sério e o frívolo e o satírico.

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Elaboração de uma Ficha Técnica

1. Deve referir-se: ao autor da obra nome, local e data de nascimento, data da morte; ao título da obra; à data (ano) em que se realizou; às suas dimensões; à proveniência ou lugar onde se encontra actualmente (museu, colecção); à técnica utilizada; ao género. Caso estes dados não estejam acessíveis ou completos, podem ser recolhidos em livros e enciclopédias, na Internet ou através de outras fontes (desde que credíveis). A técnica corresponde aos materiais e suportes utilizados. Bem como ao modo como são aplicados. De acordo, com a técnica utilizada podemos dizer que se trata de pintura, escultura, gravura, fotografia ou outros processos artísticos. Cada área comporta os seus próprios códigos, o que nos permite sermos mais precisos: pintura a óleo, aguarela, desenho a carvão, colagem, técnica mista, escultura em mármore, em madeira, em gesso, em metal, emulsão de prata. Impressão off set. filme de 35 mm, etc.

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Elaboração de uma Ficha TécnicaQuanto ao género, podemos considerar algumas das suas principais

categorias: Arte sacra: imagens de santos, personagens bíblicas ou episódios

religiosos. Género mitológico: mitologia grega, romana ou de outras civilizações. Género histórico: obras cujo sujeito se refere a acontecimentos ou

personagens históricos. Retrato: pode ser de carácter privado ou oficial. Este último costuma ser

encomendado e pode ter um valor propagandístico. Cenas do quotidiano: quando aparecem figuras retratadas em

ambientes reais, realizando tarefas ou cumprindo hábitos do dia-a-dia.

Natureza-morta: composição “encenada” de frutas, legumes, flores, objectos do quotidiano, instrumentos musicais, etc.

Paisagem: quando o conteúdo principal é a Natureza e as suas paisagens.

Alegoria: composição de figuras e objectos com significados simbólicos. Abstracto: composição não figurativa ou não representativa. Arte conceptual: quando a ideia é mais importante do que a sua

materialização.

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Elaboração de uma Ficha Técnica2 LEITURA DESCRITIVA OU DENOTATIVA

Descrição do tipo de obra e elementos que a constituem Se se trata de pintura, escultura, fotografia, gravura instalações ou outras linguagens; o sou estado de conservação, os materiais e técnicas utilizados; elementos da linguagem visual e plástica predominantes (forma, tamanho, cor, textura); a sua estrutura compositiva (simetria ou assimetria, peso, equilíbrio, ritmos ... ).

Descrição detalhada do género e do tema Se é uma obra figurativa ou abstracta a temática que retrata (religiosa, mitológica, histórica, paisagística, etc.); a figura representada (pessoa, animal, objecto, paisagem … ); ponto do vista, o enquadramento, a iluminação, etc.

Identificação do estilo, movimento ou tendência a que pertence

Escola ou tendência artística, influência ou relação com outros artistas.

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Elaboração de uma Ficha Técnica

3 LEITURA INTERPRETATIVA OU CONOTATIVAIdentificação de emoções e sentimentos despertados

pela obra Pelo tema, pelos elementos da linguagem,

pelos materiais e técnicas, pela estrutura compositiva, pela expressão …

Ideias e significados simbólicos que transmite Relação com outros temas, associação de

ideias, presença de símbolos reconhecíveis ou convencionados …

A obra como reflexo de uma procura ou de inovação Análise do percurso do artista no seu tempo,

utilização de novos meios, técnicas e expressões, elementos originais ou vanguardistas.

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Elaboração de uma Ficha Técnica

4 IDENTIFICAÇÃO DE REFERÊNCIAS É muito importante conhecer as

referências de uma obra, sejam as que reflectem o seu tempo, sejam as que reflectem outras épocas. A influência e a reinterpretação de modelos antigos são muito frequentes na história da arte e muitos artistas revelam, no seu trabalho, a obra dos seus antecessores, professores ou mentores.

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Elaboração de uma Ficha Técnica

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Elaboração de uma Ficha Técnica

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Elaboração de uma Ficha Técnica

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Elaboração de uma Ficha Técnica

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Elaboração de uma Ficha Técnica

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Elaboração de uma Ficha Técnica

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Elaboração de uma Ficha Técnica

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A Tripla MimesisA interpretação faz parte da nossa existência quotidiana. Nem sempre nos damos conta de que nossas escolhas e decisões se fazem a partir de interpretações. Elas se processam ao longo do dia, dos anos e da vida, de uma maneira absolutamente natural. Mas o que é a intrepretação? Esta é a nossa questão. Questionar radica no que há de mais profundo em nós. Nele sabemos e não sabemos, queremos e não queremos. O caminho da interpretação é a interpretação do caminho como o não-querer e o não-saber de toda questão. Se já soubéssemos o que desejamos na interepretação, não questionaríamos. Existir é interpretar a questão. Mas o que é a interpretação para que nela se dê a questão? A interpretação, o questionar e o que somos estão assim profundamente interligados. Por isso, quando tomamos como tema a interpretação, é em nossa própria existência que estamos pensando.

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A Tripla Mimesis• Tanto Platão quanto Aristóteles viam, na mimesis, a

representação da natureza. Contudo, para Platão toda a criação era uma imitação, até mesmo a criação divina era uma imitação da natureza verdadeira (o mundo das ideias). Sendo assim, a representação artística do mundo criado por Deus (o mundo físico) seria uma imitação de segunda mão. Ou seja, para Platão mimesis é imitação.

• Já Aristóteles via o drama como sendo a “imitação de uma acção”, que na tragédia teria o efeito catártico. Como rejeita o mundo das ideias, ele valoriza a arte como representação do mundo. Esses conceitos estão no seu mais conhecido trabalho, a Poética. Ou seja, para Aristóteles mimesis é representação.

• Mimesis ou mimese, simplificando, significa imitação ou representação em grego.

• Realizar diz-se em grego: poiein. De poiein se originaram as palavras poeta, poema e poiesis.

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A Tripla Mimesis

Os modos de perceber ou fruir. A “Estética da Recepção”

A Tripla mimesis ou simbolização de Paul Ricoeur:

Pré – Figuração: Concepção do real pelo autor.

Configuração: Referência ou transposição para a obra.

Refiguração: Resultante da experiência do receptor, operada pela que a obra transporta

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A Obra de Arte• “ … .O traço característico de todas as culturas

humanas é a produção de artefactos (obras de arte); e é isso que realmente queremos dizer quando dizemos que o espírito humano é criativo. Os artefactos começaram como simples utensílios de pedra, dos quais alguns têm, pelo menos, várias centenas de milhares de anos. O que caracteriza estes artefactos e alguns mais tardios é a mensagem dupla que lemos em todos eles, …”

(…)“… .Assim, o artefacto é uma invenção que traz consigo o

seu próprio projecto – quando olhamos para ele vemos, por um lado, a sua utilização e, por outro, a sua feitura e aumenta a nossa cultura nos dois sentidos. Este poder duplo do artefacto é inerente a todas as coisas que foram feitas ao longo da história até aos nossos dias.”

Jacob Bronowski, Arte e Conhecimento, ver imaginar, criar. Colecção Arte & Comunicação, nº21, Edições 70, Lisboa. 1983, página 84

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A Obra de Arte

• “… a obra de arte não é algo para que se possa olhar passivamente. Isso deve levá-los a fazer duas perguntas diferentes. Uma é: o que é que ele estava a tentar fazer? E a outra: porque é que o fez dessa maneira? Ora, eu afirmo que esses dois aspectos da obra de arte – o poema, o quadro, a estátua, um edifício – estão já presentes no artefacto mais primitivo. Os seres humanos conseguiram desenvolver as suas culturas a um ritmo prodigioso precisamente porque tudo o que fizeram continha esta pergunta dupla e, com ela, uma explicação dupla.”

Jacob Bronowski, Arte e Conhecimento, ver imaginar, criar. Colecção Arte & Comunicação, nº21, Edições 70, Lisboa. 1983, página 86

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A Obra de Arte• Cada obra de arte tem a sua organização material e

formal e a sua expressão própria de acordo com o programa que a rege e que pretende pôr em prática. Por isso, pode dizer-se que a arte tem como fim supremo o belo. Toda a obra de arte se posiciona de modo a atingir determinados conceitos de beleza, quer eles tenham uma expressão mais tradicional, quer eles se enquadrem no domínio da crítica aos códigos estabelecidos e optem até pelo belo - horrendo. Ela é concebida para ser fruída esteticamente.

• O valor artístico de uma obra de arte depende do grau de desenvolvimento e de invenção em relação ao seu programa estético formal e à sua dimensão histórico - cultural. Toda a obra de arte se revela como estrutura, ou seja como conjunto de elementos e de aspectos inter-ligados que exprimem a sua materialidade visual. A forma e a técnica são interdependentes, porque uma veicula e possibilita a outra.

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A Obra de ArteEmbora possamos estabelecer definições de arte, são os próprios artistas quem melhor nos pode orientar, embora muitas vezes eles estejam em caminho bem diferentes:

”A arte é metafísica. “ Franz Marc

“Arte é harmonia. A harmonia por sua vez é uma unidade de contrastes e de semelhanças no tom, na cor, na linha.”

P. Signac “A arte é o homem adicionado à natureza que ele traz à luz

e à realidade, à verdade, um significado a que o artista dá expressão.”

Van Gogh “Todos nós sabemos que a arte não é a verdade. A arte é

uma mentira que nos ensina a compreender a verdade, pelo menos aquela verdade que nos, como homens, somos capazes de compreender.”

in Textos de Documentos Para a Compreensão da Pintura Moderna, W. Hess. Picasso

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Esquema de Comunicação

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• Emissor: O emissor é a empresa de vestuário Benetton através do designer e do fotógrafo que o executaram.

• Receptor: O receptor é o público que vê o cartaz na rua ou reproduzido em outros suportes.

• Mensagem: A mensagem é o conteúdo da fotografia e do texto. A primeira leitura do conteúdo deste cartaz transmite-nos um conceito anti - racista, de fraternidade entre humanos, através do gesto simbólico representado pela expressividade do beijo dado por um rapaz branco a uma rapariga negra. A segunda leitura, que inclui a referência ao texto United Colors of Benetton”, diz-nos que é a conhecida marca de vestuário quem promove a mensagem anti-racista. Percebemos então que utiliza também a mensagem para se promover, de uma forma não directa (apelando aos seus produtos) mas por associação ao conceito humanista.

• Código: O código é a linguagem do design gráfico e da publicidade. Neste caso, a fotografia colorida, o enquadramento e a expressividade visual dos modelos retratados, a simbólica da cor e do texto do logótipo.

• Canal: O canal é o cartaz impresso. • Contexto: O contexto é a sociedade contemporânea,

nomeadamente a cultura ocidental que discute o Racismo e os Direitos do Homem.

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• Emissor: o emissor é o pintor Vasco Fernandes, mais conhecido por Grão Vasco pintor renascentista português que viveu e trabalhou em Viseu há cerca de 500 anos.

• Receptor: O receptor é o público que vê a pintura, hoje no Museu Grão Vasco de Viseu. No entanto, os primeiros receptores foram os contemporâneos do pintor, nomeadamente o encomendante da obra – o bispo D. Miguel da Silva – que a mandou executar para a catedral de Viseu.

• Mensagem: A mensagem é o conteúdo do quadro. Nesta pintura, o conteúdo é o retrato, do apóstolo S. Pedro com cenas alusivas a momentos da sua vida. Embora S. Pedro fosse um pobre pescador, Grão Vasco retratou-o como sendo um imperador, sentado num trono majestoso e ricamente vestido. Pretendeu dessa forma simbolizar a sua posição de chefe espiritual da Igreja cristã.

• Código: o código é a linguagem visual da pintura. Neste caso, as características da pintura do Renascimento: a representação realista do espaço e da profundidade (fazendo uso das leis da perspectiva), a representação de volumes, da cor e da luz.

• Canal: O canal é a pintura a óleo sobre madeira. • Contexto: O contexto é a sociedade portuguesa e o meio

religioso da época.

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O Significante e significado numa imagemNuma imagem, o significante é a representação de

uma coisa material, que existe na realidade. Uma pomba ou um mocho, por exemplo, representam apenas duas aves com as suas características próprias. Numa pintura, escultura, cartaz, etc., o significante é o conjunto de elementos da composição dessa obra. São geralmente fáceis de descrever e de identificar.

O significado representa uma ideia, um raciocínio, um pensamento sobre uma coisa.

Por exemplo. A paz simbolizada por uma pomba ou a sabedoria representada pelo mocho. Numa obra de pintura, de escultura, num cartaz, o significado é o conjunto de ideias, emoções e sentimentos que cada espectador consegue captar.

O significante é objectivo e refere-se a objectos ou coisas exteriores ao sujeito; pelo contrário, o significado é subjectivo porque se refere ao que pensam os sujeitos.

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O Significado e o Significante

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A Obra de Arte como Objecto Estético e Histórico

“A Arte não é apenas o domínio das satisfações fáceis e imaginárias, ela informa - nos sobre actividades fundamentais. Imensos aspectos da vida actual, assim como do passado, manifestam-se em sectores que dependem da arte. Sem falar do problema da arquitectura – que constitui uma das actividades mais universais e determinantes do homem, … Em suma, existe um pensamento plástico como existe um pensamento matemático ou um pensamento político e é essa forma de pensamento que até hoje foi mal estudado.”

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A Obra de Arte como Objecto Estético e Histórico(…)

“As conclusões que se podem tirar, para o conhecimento do passado e do presente, de uma abordagem estética da vida, transformam e completam, portanto, as concepções dedutíveis de um conhecimento puramente sociológico – no sentido actual da expressão – ou histórico, económico, político, geofísico do mundo que nos cerca. Uma Sociologia da arte implica pois fundamentalmente um método para o deciframento sistemático não só das obras de arte que se apresentam como tais, mas igualmente de inúmeros sectores de actividade. Ela supõe, uma vez mais, o reconhecimento de um pensamento plástico ou estético tão fundamental como as outras formas, mais bem estudadas até agora, das actividades primeiras do homem.”

Pierre Francastel, A Realidade Figurativa, trad. Fronteiras, S. Paulo, 1974, págs. 3-4

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Níveis de Representação das Imagens

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A Retórica Visual

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Arte Egípcia, Grega e Romana

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A Formação Das Artes A Arte Cristã

Nascida no seio do Império Romano, sofrendo inicialmente uma fase clandestina, face às perseguições de que era vítima, a arte cristã conhecerá um notável impulso criador a partir do século IV, quando o imperador Constantino legaliza o Cristianismo e o transforma, depois, em religião oficial do Estado.

Se as formas arquitectónicas, indispensáveis ao culto, evoluem de tipologias romanas, a maior revolução ocorre a nível iconográfico, com a constituição de novos repertórios, entretanto indispensáveis a uma nova fé.

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Uma Nova Iconografia

“Nas catacumbas, cujas origens parecem ser orientais, dominam inicialmente os motivos e temas tradicionais, com exclusão dos pagãos. O Bom Pastor, símbolo de Cristo, que salva a alma do fiel, é um pastor que leva uma ovelha sobre os ombros ou que está rodeado do seu rebanho. É um tema frequente da arte profana contemporânea. Outras figuras conservam, não só a forma mas também o significado dos modelos pagãos. Amor e Psique são imagens das almas do outro mundo; as quatro estações, o símbolo da renovação da Natureza, para cristãos e não - cristãos. Eram escassas as que apresentavam um simbolismo mais refinado. O pavão real, ave de luxo, representa, para uns e outros, um lugar de permanência, cheio de amenidade, que se deseja vir a ser o de quem morre. Plantas e flores foram também adoptadas pelos cristãos. ( … )

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Uma Nova Iconografia

Algumas das pinturas mais antigas das catacumbas romanas não são de um estilo ilusionista, com uma ligeireza de toque e com uma elegância de desenho que recordam as melhores pinturas de Pompeia e Roma. Mas as cenas figurativas reduzem-se às personagens e aos acessórios indispensáveis, não se procurando nenhum feito paisagístico. Os elementos do sistema decorativo são extraordinariamente simples. Tectos e paredes estão divididos por bandas vermelhos, pardas ou verdes, em forma de festões. Entre estas bandas dispõem-se grinaldas, ramos de flores e plantas.”

Henri Stern, «EI arte Cristiano desde las catacumbas a Bizancio, “ EI Arte y el Hombre, vai. II, trad. Espanhola, Barcelona, Ed. Planeta, 1978, págs. 11-14. &

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A Arte Paleocristã Dá-se o nome de arte paleocristã às expressões

artísticas dos primeiros cristãos. Essas manifestações decorreram ao longo de cerca de três séculos, do ano 200 ao século VI da nossa Era, correspondendo ao período de expansão do cristianismo, primeiro na clandestinidade, e depois, após o Édito de Constantino, em 313, já oficializado.

A extraordinária dispersão geográfica da arte paleocristã (do Próximo Oriente assírio ao Ocidente europeu) forneceu-lhe uma grande diversidade regional, facto que, no entanto, não impediu a subsistência de traços estruturais comuns:

a) o uso, embora já em degradação, dos modelos estilísticos da Roma clássica (herdeira, por sua vez, das velhas tradições mediterrânicas);

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A Arte Paleocristã

b) a assimilação de novas formas técnicas e estéticas oriundas sobretudo das zonas periféricas do Império, com destaque para as províncias do Oriente (Egipto copta e Ásia Menor);

c) e a subordinação a um novo espírito e a uma nova temática: a do cristianismo que impôs toda uma iconografia retirada das Sagradas Escrituras (O Velho e Novo Testamento, as Vidas de Santos, os Textos Apócrifos, etc.) e um sentido doutrinal e pastoral às artes decorativas (o que não impediu a sobrevivência de alguns temas pagãos),

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A Arte Paleocristã• Na Arquitectura, o principal esforço centrou-se na procura

de uma tipologia para o templo cristão. Este, ao contrário do seu congénere clássico, pretendia ser, simultaneamente, morada de Deus, recinto de culto e local de encontro e reunião da comunidade dos fiéis, o que, à partida, impôs novas exigências funcionais e de espaço.

As primeiras igrejas construídas obedeceram a dois modelos principais:

• o de planta basilical, em cruz latina, com cinco ou três naves separadas por arcadas e /ou colunatas e cobertas por tectos de armação de madeira.

• o de planta centrada, de influência helenística e oriental, com formas circulares, octogonais ou em cruz grega, e coberturas em cúpula e meias cúpulas. Em ambos os modelos sobressai a preocupação em destacar as linhas cruciformes, cuja simbologia se havia já começado a definir.

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A Arte PaleocristãA importância que a religião ia assumindo na

vida das comunidades reflectiu-se no aparecimento de complexos arquitectónicos de certa envergadura que incluíam uma ou duas igrejas (às vezes ligadas por átrios) e um baptistério; ou uma igreja associada ao mausoléu de um santo ou de um bispo. Os baptistérios, tal como os mausoléus, adoptaram preferencialmente a planta centrada, com uma das portas orientada a leste e outra a poente, e com enormes cúpulas sobre a sala central. Exteriormente pobres, as primitivas igrejas cristãs animavam-se internamente pela decoração pictórica, a fresco ou em mosaicos, de belas e vivas cores.

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A Arte PaleocristãO seu modelo mais

característico – o da basílica de três naves, com a nave central destacada das laterais pelas dimensões e pela iluminação, orientada no terreno no sentido leste - oeste, com abside coberta com meia cúpula só começou impor-se como dominante durante o século V, no Ocidente, influenciando decisivamente toda a evolução artística seguinte, até ao românico.

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A Arte Paleocristã

• Na Escultura e em todos estes trabalhos é notória a regressão técnica e uma nova expressão formal:

as figuras humanas são pouco trabalhadas em relevo, encontrando-se definidas sobretudo pelo contorno, este mais gravado que modelado. Apresentavam-se sempre frontalmente sobre o fundo, ostentando menos organicidade e uma certa desarticulação anatómica: cabeças e olhos grandes, verticalidade, posições e gestos formais, vestes de finos pregueados que, no entanto, perderam o sentido plástico de outrora;

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A Arte Paleocristãas composições, quase sempre muito simples, seguiram

as regras da decoração geométrica: as personagens eram colocadas em simetria ou em alinhamento rítmico feito pela isocefalia (isto é, pela colocação à mesma altura das cabeças das figuras). As cenas eram tratadas em poucos planos, sobre cenários espaciais abstractos ou mal definidos, quase sem perspectiva;

nos temas predominaram os religiosos, narrativos uns, simbólicos outros. Para as figuras sacras mais representadas, começaram a definir - se tipologias individuais. O caso mais notório é o da figura de Cristo , que, por influência bizantina, começou a ser representado como um homem maduro, de cabelo comprido e barba, ao contrário da imagem imberbe dos primeiros registos.

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A Arte Paleocristã• A Pintura

Embora hoje muito danificada, a pintura foi a arte figurativa mais usada no período paleocristão. Iniciou-se nos nichos sepulcrais das catacumbas, onde se definiram técnicas, composições, temáticas e simbologias. Daí passou para a decoração das igrejas, preenchendo o interior das ábsides maiores e das cúpulas da cobertura, com frescos de cores suaves em que as figuras e ornamentos vegetais se inscreviam em áreas geométricas demarcadas por finas linhas de cor. As composições eram planas e lineares, mantendo-se, tal como na escultura, a tendência para o abandono da profundidade espacial; para a simplificação dos corpos; e para um aumento da expressividade em detrimento do realismo visual (olhos grandes e penetrantes, gestos formais e simbólicos)

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A Arte Paleocristã

Esta última característica acentuou a espiritualidade e transcendência das figuras e dos temas. Estes reproduziram com mais frequência cenas do Novo Testamento como o baptismo de Cristo (alusão à conversão), Cristo como Bom Pastor, Cristo rodeado pelos Apóstolos ou pelos quatro Evangelistas, acompanhados ou representados pelos seus símbolos animais – o tetramorfo -, Cristo em ascensão.

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A Arte Paleocristã

Para além dos frescos, merece igual referência:

• a pintura nos livros (os códices); • e o mosaico de tradição helenístico - romana. A

partir do século V, este começou a substituir os frescos, nas igrejas, pela sua maior durabilidade e pelo seu efeito brilhante e colorido. Empregou-se como revestimento das ábsides e cúpulas, e também noutras paredes e pavimento.

A arte paleocristã constituiu uma etapa importante para a formação e posterior definição da arte cristã do Ocidente medieval.

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A Arte Paleocristã

Ágape (em grego "αγάπη", transliterado para o latim “agape"), é uma das diversas palavras gregas para o amor. 76

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A Iconografia paleocristã

As imagens representam os conteúdos dogmáticos da fé cristã.

A Arte Paleocristã

“A Pintura pode ser para os iletrados o mesmo que a escrita é para os que sabem ler.”Gregório O Grande

Pintura da catacumba de Priscila

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A Arte Paleocristã

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BASÍLICA DE SANTA SABINA (ROMA) VISTA INTERIOR

A Igreja desenvolve – se em torno de um eixo longitudinal, desde a entrada até o altar. Assim,a “acção humana” dos edificios romanos, identifica - se com “o

caminho até Deus”.

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Arte Paleocristã

Catacumbas de São Calisto 85

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Catacumba Paleocristã

Arte Paleocristã

Capela da Catacumba de

Santa Priscila em Roma

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Arte Paleocristã

O termo arte paleocristã, ou paleocristianismo, não designa propriamente um estilo, referindo-se antes a todo o tipo de formas artísticas produzidas por ou para cristãos, durante a vigência do império romano do ocidente. 87

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Arte Paleocristã

O desenho do Peixe apenas serviu para trazer à memória o nome em grego, ICHTUS (que por sua vez, por um novo hiato, evoca, graças a um acróstico, a Cristo: “Iesous Christós Theou Uiós Sóter” . Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.

Crismón

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A ARTE BIZANTINA

• A ARTE BIZANTINA Bizâncio (Constantinopla), fundada por

Constantino e consagrada em 330, iria ser, nos primeiros séculos da nossa Era, o centro de uma nova cultura, ao mesmo tempo que Roma sucumbia. A cultura bizantina, baseada no cristianismo ortodoxo, tornar-se-ia protagonista de um esplendor que teve origem no universo estilístico do Oriente. Foi aqui que se fundiram as correntes de pensamento do helenismo, do judaísmo e do cristianismo.

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A ARTE BIZANTINA

A arte bizantina, herdeira de um passado rico, sintetiza as fontes estéticas - artísticas do Egipto, sobretudo de Alexandria, da Síria e da Pérsia. A cidade de Constantinopla uniu duas culturas antagónicas, a pagã, de cunho imperial, e a cristã, e foi concebida e orientada como a cidade de Jerusalém, possuindo estruturas e edifícios com essa dupla influência.

A arquitectura teve um lugar de destaque, operando-se nela importantes inovações. Foi herdeira do arco, da abóbada e da cúpula, oriundas do Irão, da antiga Síria e da Caldeia. Mas, também, do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais, originário da Arménia.

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A ARTE BIZANTINA

Foi no reinado de Justiniano, século VI, que se definiu, com clareza, o estilo a que chamamos bizantino, sendo o seu monumento mais famoso Santa Sofia de Constantinopla.Como quase todos os monumentos construídos em Bizâncio, esta igreja foi obra da vontade de um imperador absoluto, que nela consolidou a pompa e ritual hieráticos, exaltação da sua majestade suprema.

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A ARTE BIZANTINA

Em Santa Sofia (Hagia Sofia) foram usados métodos e recursos construtivos engenhosos. Para a sua concepção e realização o imperador, homem de grande perspicácia, soube chamar até si os dois estudiosos mais eminentes do seu tempo, Antémio de Tralles, considerado “o príncipe de todos os arquitectos e engenheiros”, e Isidoro de Mileto, matemático conhecido pela sua “singular inteligência”. Assim conseguiu edificar a igreja mais invulgar; de todo o Oriente.

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A ARTE BIZANTINA

Outros exemplos desta primeira fase de desenvolvimento da arquitectura bizantina foram as igrejas de Santa Irene de Constantinopla e dos Santos Sérgio e Baco. A Ocidente, durante o mesmo período, foi a cidade de Ravena, na Itália, que possuiu as mais belas construções desta arte. É o caso do mausoléu de Gala Placídia, com planta cruciforme, construído no tempo de Honório, filho de Teodósio e dedicado a sua irmã. A cidade de Ravena, junto ao Adriático, capital de um importante exarcado bizantino tomado aos bárbaros, enriqueceu e encheu-se de maravilhosos monumentos, como os de Santo Apolinário, o Novo e São Vital.

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A ARTE BIZANTINA

É nesta última igreja que se encontram os mais célebres mosaicos do Império bizantino, testemunho do esplendor da corte de Justiniano e Teodora.

Após um período conturbado, de invasões e lutas internas, das quais se destaca a iconoclastia, Bizâncio voltou a adquirir nova fase de magnificência, sob a dinastia macedónia. A arquitectura é mais complexa e abandona a construção de cúpulas sobre pendentes, que permitiam espaços muito amplos.

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A ARTE BIZANTINANa Arquitectura a manutenção das tipologias

Basílica de Planta rectangular e Basílica de Planta centrada e

com eixo longitudinal cúpula central

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A ARTE BIZANTINA

A cúpula é originária da Ásia Menor, cujos povos, que sempre se distinguiam como arquitectos, recorreram ao expediente de suspendê-la sobre uma construção quadrada ou pousaram-na directamente em construções circulares. Os persas imaginaram outra alternativa, colocando sobre a base quadrada uma cúpula octogonal. A solução encontrada pelos persas para a colocação de cúpula sobre uma construção quadrada foi o abandono da forma circular para base e a adopção da forma octogonal, sobre a qual se erguia a cúpula, já não totalmente redonda, mas facetada em oito "triângulos" curvos.

  

  

   

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A ARTE BIZANTINA

Cúpula persa Cúpula bizantina

Os arquitectos bizantinos mantiveram o formato arredondado não colocando o tambor (grande arco circular sobre o qual se assenta a cúpula) directamente sobre a base quadrada: em cada um de seus lados ergueram um arco, sobre os quatro arcos colocaram um tambor e, sobre este, com simplicidade e segurança, a cúpula. Os arquitectos bizantinos conseguiram apor a uma construção quadrada uma cúpula arredondada, com o uso do sistema de pendentes, "triângulos" curvilíneos formados dos intervalos entre os arcos e que constituíam a base sobre a qual era colocado o tambor.

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A ARTE BIZANTINA

A planta de eixo central, ou de cruz grega (quatro braços iguais), se impôs como consequência natural da utilização da cúpula. Os pesos e forças que se distribuíam por igual na cúpula exigiam elementos de sustentação também distribuídos por igual, e essa disposição ocorria menos facilmente na planta rectangular ou de cruz latina, com braços desiguais.

Igreja de São Sérgio e São Baco - Constantinopla

Igreja dos Santos ApóstolosTessalónica, Grécia

Igreja de Santa Irene

Istambul

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A ARTE BIZANTINA

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A ARTE BIZANTINA

Basílica de Santo Apolinário, o Novo

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A ARTE BIZANTINA

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A ARTE BIZANTINA

Basílica dedicada à 2ª Pessoa da Santíssima Trindade; A “Santa Sabedoria” ou a “Sabedoria Divina” ( Hagia Sofia)

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A ARTE BIZANTINA

Reconstituição da Basílica de Santa Sofia sem os acrescentos da época Turca

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A ARTE BIZANTINA

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A ARTE BIZANTINA

Planta da Basílica de Santa Sofia em Cruz Grega inscrita e Cúpula Central.

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A ARTE BIZANTINAExterior da

Basílica deSanta Sofia com

Cúpulase contrafortes

(compensações de equilíbrio).

Corte Transversal da Basílica onde se podem observar os sistemas de Cúpulas e semi – cúpulas e quarto de cúpulas que servem de contraforte.

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A ARTE BIZANTINA

Vista interior do sistema de Cúpula e semi – cúpula e contrafortes.

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A ARTE BIZANTINA

Santa Sofia o seu Interior

A Cúpula dista do solo 55 metros e o seu diâmetro é de 31 metros

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A ARTE BIZANTINA

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A ARTE BIZANTINA

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A ARTE BIZANTINA

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A ARTE BIZANTINA

Igreja de São Vital de Ravena

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A ARTE BIZANTINA

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A ARTE BIZANTINA

Interior de São Vital Abside de São Vital com mosaicos

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A ARTE BIZANTINA

Pormenor da Ábside de São Vital coberta com mosaicos

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A ARTE BIZANTINA

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A ARTE BIZANTINA

Mosaicos de São Vital

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A ARTE BIZANTINA

Capitel de São Vital

Capitel de Santa Sofia

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A ARTE BIZANTINA

O Mosaico Bizantino, é a arte do esplendor, expressão artística mais essencial a Bizâncio, que recobre as paredes das igrejas e emociona o espectador com a sua riqueza e brilhos cromáticos.

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A ARTE BIZANTINAO Mosaico

Esta arte parietal, cujos motivos são sempre de inspiração bíblica ou votivos, possui uma representação esquemática, decorativa, sem preocupações de volume, modelação ou ilusão de profundidade. Têm uma função decorativa de valores e cores convencionais. Diz – se que o mosaico é a arte de criar pinturas; incrustando em qualquer material aderente como o cimento e outros; fragmentos de pedra, vidros, cerâmica o qualquer outro material de similares características. O vocábulo grego mousa, significa, musa e diz – se, embora não se possa localizar a sua verdadeira fonte, que de ela provém a palavra latina musivus, porquê para os romanos era tão apreciada a arte de fazer mosaicos, que supunham que só poderia ser feito por musas ou por pessoas favorecidas por estas. Portanto a Musivaria é a arte do mosaico.

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A ARTE BIZANTINA

Após a legalização do cristianismo pelo imperador Constantino e sua posterior adopção como religião oficial do império por Teodósio I, a arte cristã começou a mudar, não somente em qualidade e sofisticação, como também em natureza, pelo fato dos cristãos estarem livres pela primeira vez para exprimir sua fé sem as restrições judaicas dos primeiros tempos ou das religiões pagãs do império, que os perseguiram. Pinturas de mártires e seus feitos começaram a aparecer, e a habilidade de imitar a vida causou efeitos duradouros nos novos senhores da fé imperial. É dessa época a primeira representação mencionada da mãe de Jesus, em cerca de 460, quando a esposa de Teodósio II enviou uma imagem da Mãe de Deus de Jerusalém, supostamente pintada por São Lucas.

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A ARTE BIZANTINASimbologia das cores

As cores são produto da composição da luz e tem na iconografia uma linguagem própria, são portadores de uma linguagem mística transcendente. Nos ícones, as cores são usadas pelo artista para separar o céu de nossa experiência terrena. Aí está a beleza inefável que nos permite compreender a simbologia dos ícones.Os pintores não podem usar livremente as cores, nem dar-lhes tonalidades diversas, como tão pouco podem obscurecê-las com sombras, pois devem seguir as cores que estão previamente determinadas. O segundo Concílio de Nicea estabeleceu que "somente o aspecto técnico da obra depende do pintor, todo seu plano, sua disposição depende dos santos padres". E é por isso que estabeleceram manuais para a execução das obras pictóricas. Essa concepção também explica porque os padres consideravam os pintores apenas como trabalhadores manuais, sem nenhum génio ou criatividade do intelecto.

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A ARTE BIZANTINA

O Simbolismo das Cores

Em primeiro lugar, antes de falar sobre as cores das imagens, é necessário tratar da luz, pois, ao contrário, da pintura ocidental moderna e contemporânea onde a luz vem de um lugar específico, na pintura bizantina são as figuras que estão imersas na luz

O brancoO branco não é propriamente uma

cor, e sim a soma de todas as cores, é a própria luz. É a cor da "Nova Vida". Em um ícone retratando a ressurreição, a túnica de Cristo é dessa cor. Os primeiros cristãos ao baptizar-se usavam vestimentas brancas como símbolo de seu novo nascimento, de uma nova vida transcendente.

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A ARTE BIZANTINAO dourado

O homem, desde suas origens, tem admirado a luz dourada do sol, presumindo que esta provinha da divindade, pois na natureza não é possível facilmente encontrar essa cor. Nos ícones, todos os fundos estão cobertos desta cor, o que se consegue aplicando folhas de ouro, que são polidas até alcançar o máximo brilho. Na iconografia bizantina representa a luz de Deus e, por isso, qualquer figura representada dessa forma, está repleta da luz divina. É presente nos mantos e túnicas, nas representações de Jesus, Maria, e, também, as vestes de alguns arcanjos e santos, elaboradas em cor dourada para indicar a proximidade dos personagens em relação a Deus. 

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A ARTE BIZANTINAO negro

É a contra parte do branco, pois indica ausência total de luz, a ausência total de cor. O negro representa o nada, o caos, a morte, pois sem luz não há vida. Nos ícones, esta cor aparece nas figuras de condenados e demónios e em representações do "Juízo Final", pois para eles a vida eterna se extinguiu.

O vermelhoEsta cor foi amplamente utilizada pelos iconógrafos nos

mantos e túnicas de Cristo e dos mártires. Simboliza o sangue do sacrifício, assim como também o amor, pois o amor é a causa principal do sacrifício. Ao contrário do branco, que significa o intangível, o vermelho é a cor que representa o humano; relacionada portanto à plenitude da vida terrena. Na iconografia Jesus veste uma túnica vermelha pois é o "Filho do Homem" preparado para o sacrifício.

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A ARTE BIZANTINA

A púrpuraEste corante, extraído de um crustáceo do Mar Vermelho, era utilizado para tingir as mais finas sedas. A partir do "Código Justiniano" seu uso ficou reservado ao imperador, seus familiares mais próximos, os "augustos", para alguns outros reis. Portanto, nos ícones essa cor se fez representativa do poder imperial. É utilizado unicamente nos mantos e túnicas do Pantocrátor, e da Virgem o Teothokos, representando que Cristo (e por extensão sua Mãe) detém o poder divino. Como Cristo é também o Sumo-sacerdote da Igreja, simboliza também o sacerdócio.

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A ARTE BIZANTINA

O azulTodas as antigas culturas fizeram do azul uma cor

relacionada com a divindade. Os egípcios a ligaram à verdade, portanto com os deuses. Nas paredes de suas tumbas e templos pode-se observar pinturas de sacerdotes nessa cor. A máscara funerária de Tutankhamon está decorada com franjas de lápis-lazúli, para que assim fosse identificado como um dos deuses.

É natural que em Bizâncio fosse estabelecida como a cor própria de Deus e das pessoas para as quais transmite a sua santidade.

Michel Quenot, em sua obra "O Ícone" declara: "o azul oferece uma transparência que se verifica através da água, do ar e do cristal. O olhar penetra até o infinito e chega a Deus".

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A ARTE BIZANTINA

O verdeÉ a cor resultante da combinação do azul

e do amarelo. O verde é a cor da natureza, a cor da vida sobre a terra, do renascimento e da chegada da primavera.

A iconografia lhe outorga um significado de renovação espiritual. Nos ícones há vários exemplos de sua utilização: as túnicas e mantos dos profetas, a túnica de São João Batista, etc, pois foram eles que anunciaram a vinda de Cristo.

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A ARTE BIZANTINA

O castanhoEsta cor é também produto da combinação de

várias outras como o vermelho, o azul, o branco e o negro. É a cor da terra. Portanto, na iconografia essa cor aparece no rosto de diversas figuras para recordar que "vieste do pó e ao pó retornarás". Significa também humildade, pois esta palavra vem do latim "humus", que significa terra. É por esse motivo que o hábito dos monges tem essa cor.

Ouro, branco, negro, vermelho, púrpura, azul, verde e castanho são as únicas cores que podem ser usadas na pintura dos ícones. O uso de outras combinações de cores estava fora de toda regra iconográfica, pois não contém nenhuma simbologia.

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A ARTE BIZANTINARepresentações das Virgem Bizantinas

Quando se trata da figura da Virgem colocam - se as letras MP OY, a abreviatura de "Mãe de Deus".

BLOCHERNITISSAApresenta um manto sobre sua cabeça e os braços estendidos para cima, indicando sua missão de intercessora e suplicante.PANAGHIARepresenta Maria como a Toda Santa. Nesta representação Maria e o Menino Jesus ostentam coroas, e ele aponta em direcção à Maria indicando a sua santidade

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A ARTE BIZANTINA

TEOTOKOSRepresentada junto com Jesus menino, que tem em suas mãos um pergaminho ou o Livro da Lei.KIRIOTISSAA Virgem, representada como um trono de sabedoria, e tendo o Jesus Menino sentado em suas pernas. A Virgem o aponta como o caminho da salvação. Aqui, mais uma vez, temos a adopção de uma representação presente na mitologia pagã. Dessa vez, há uma apropriação da mitologia egípcia, em que Ísis é assim também representada. O colo de Ísis é o trono simbólico onde o faraó se assenta.

~ Nossa Senhora do Perpétuo Socorro ~

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A ARTE BIZANTINAHODIGITRIA

Sozinha e de pé, representa Maria, enquanto a condutora de almas. Hodigitria significa aquela que indica o caminho. Tem um dos pés à frente como se indicasse o movimento da caminhada. É interessante a "transferência de função" entre as figuras da religiosidade cristã e a de outras religiões consideradas pagãs, pois essa função de "condutor de almas" é atribuída na mitologia grega à figura de Hermes, deus dos viajantes e comerciantes. Representado com um cajado, simbolizando a caminhada, Hermes é também conhecido como o deus de ligeiros pés, pois ostenta asas neles.

GLICOFILUSARepresenta a Virgem com o Menino Jesus nos

braços, encostado em seu rosto, sendo que ela o acaricia. É também conhecida como "Madona amorosa", ou do doce amor, pois a imagem representa uma cena bastante terna entre a mãe e seu filho.

GALACTOTROFUSARepresenta a Virgem amamentando o Menino

Jesus.

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A ARTE BIZANTINA

O Pantocrátor

A este tipo de imagem de Cristo é dado o nome genérico de "Pantocrátor" tão rico de significados. O termo grego, traduzido geralmente por "Omnipotente", mas que é melhor traduzir pela expressão "Omni - regente", ou "Aquele que tudo rege", é um termo que se encontra já na literatura pagã. É encontrado na versão grega dos Setenta que o retoma para traduzir a expressão "Sabaoth", conferindo-lhe o significado de Deus "Dominador de todas as potências terrestres e celestes".

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A ARTE BIZANTINA

Segundo os cânones pictóricos, o Pantocrator é representado quase sempre em busto, mas pode ser também em meio busto ou de corpo inteiro; neste último caso ele está, a maioria das vezes, sentado no trono e rodeado, às vezes, pelas hierarquias celestes, que sublinham sua majestade divina.  Caracteriza-se pela auréola crucífera; pela mão direita que abençoa "à maneira grega"; e pela esquerda que segura um livro aberto ou fechado, ou mesmo um rolo. Quando o livro está aberto, o versículo evangélico que nele aparece é, a maioria das vezes: "Eu sou a luz do mundo". Mas podem também aparecer outros versículos previstos nos manuais de pintura e deixados à escolha do hagiógrafo ou do comitente.

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A ARTE BIZANTINA

A Mão que AbençoaA bênção é chamada "à maneira grega", na qual os

dedos aparecem em posições bem precisas com significado simbólico, sobre o qual se detêm os manuais de pintura. O de Dionísio de Furná assim descreve a posição dos dedos da mão direita que abençoa e o sentido simbólico: "Quando fazes uma mão que abençoa, não unas os três dedos juntos, mas une o polegar com o anelar apenas; o dedo chamado indicador e o médio formam o nome IC: com efeito, o indicador forma o I; o dedo médio curvado forma o C; o polegar e o anelar que se unem obliquamente e o mínimo que está ao lado, formam o nome XC; de facto a obliquidade do mínimo, estando ao lado do anelar, forma a letra X; o mesmo mínimo, que tem forma curva, indica justamente por isso o C; por meio dos dedos, portanto, se forma o nome XC e por esse motivo, pela divina providência do Criador de todas as coisas, os dedos da mão humana foram modelados assim e não foram demais ou de menos, mas em quantidade suficiente para formar este nome". O clero bizantino abençoa ainda segundo o modo acima descrito.

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A ARTE BIZANTINAO simbolismo das letras

Muitos ícones trazem a inscrição ICXC, forma grega abreviada de Cristo. Também Ø O N, significando ‘’aquele que é’’, aparece nas auréolas. Maria é frequentemente identificada com MP OU, madre partena.No caminho para a capela na qual São Filipe orava, em Monte Spaccato, percebem-se algumas inscrições reproduzidas na pedra ao lado do atalho: círculos com a inscrição YHS. Elas foram reproduzidas pelo próprio São Bernardo, pois era sua missão proclamar o Nome de Jesus, e foi daquela forma que ele abreviou o Nome Santo, embora outros o tenham substituído pela forma mais familiar IHS. O nome “Jesus Cristo” foi-nos dado em grego, e pode ser escrito em letras maiúsculas gregas deste modo: IHCOYC XPICTOC Durante séculos, a forma padrão de abreviar este nome foi usar simplesmente a primeira e a última letras, IC XC, como se encontra na maioria dos ícones orientais.

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A ARTE BIZANTINAConsiderações sobre o Ícone

• Ícone, termo derivado do grego εἰκών, (eikon, imagem), no campo da arte pictórica religiosa identifica uma representação sacra pintada sobre um painel de madeira.

• O ícone é a representação da mensagem cristã descrita por palavras nos Evangelhos. Trata - se de uma criação bizantina do século V, quando da oferta de uma representação da Virgem, atribuída pela tradição a São Lucas.

• Aquando da queda de Constantinopla em 1453, foi a população dos Balcãs que contribuiu para difundir e incrementar a produção desta representação sacra, sendo na Rússia o local onde assume um significado particular e de grande importância. O simbolismo e a tradição não englobam somente o aspecto pictórico, mas também aquele relativo à preparação espiritual e aos materiais utilizados.

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A ARTE BIZANTINAConsiderações sobre o Ícone

• O ícone era pintado sobre um painel de madeira, geralmente larice ou abeto. Sobre a superfície aplainada era feito o desenho e começava-se a pintura pela aplicação do dourado, geralmente nas bordas, detalhes das roupas, fundo e resplendores ou coroas. Logo se pintavam as roupas, construções e a paisagem de fundo. A última etapa era a aplicação do branco puro na face e mãos. O efeito tridimensional era alcançado misturando ocre ao branco e aplicando essa tinta mais escura nas maçãs do rosto, nariz e testa. Uma fina camada de verniz avermelhado dava o subtil acabamento final a lábios, face e ponta do nariz. Um verniz castanho era usado no cabelo, barbas e detalhes dos olhos.

• A produção de ícones religiosos era considerada uma arte nobre, que necessitava grande preparação técnica e espiritual. O pintor precisava se purificar de corpo e alma para conseguir a perfeição, achava-se que o divino operava pela mão do pintor, então era inoportuno assinar a obra.

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A ARTE BIZANTINAConsiderações sobre o Ícone

• Foram os exageros no culto às imagens (e principalmente questões políticas) que deram origem a discussões teológicas, aproximadamente no começo do século VIII. O Imperador Leão III lançou um decreto que proibia o uso de imagens nos templos. Os iconoclastas, ou destruidores de imagens, como eram conhecidos os que condenavam o uso de ícones nos cultos, promoveram perseguições às imagens nas igrejas e com isso muitas imagens foram destruídas. Encontraram a resistência do Papa (que naquela época era Gregório III) e dos seus fiéis (que, aliás, também foram perseguidos).

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A ARTE BIZANTINA

• Não foram os rumos destas batalhas que estão em questão, mas para dar uma ideia de sua intensidade, os iconoclastas chegaram a por em dúvida o próprio culto à Virgem e aos santos, mesmo sem imagens. Os adeptos do culto aos ícones, por sua vez, rejeitaram o César ~ papismo, afirmando a independência da Igreja para com o Imperador. Isso batia de frente com o ideal do regime político de Bizâncio. Com um breve intervalo de triunfo da iconofilia (787-813) devido à Imperatriz Irene, a iconoclastia prolongou-se até o ano 843, quando Teodora restabeleceu definitivamente o culto às imagens.

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A ARTE BIZANTINA

Muito rapidamente, determinadas características de Cristo e dos santos foram estabelecidas como modelo para descrições futuras. Dois bons exemplos são as figuras de Pedro e Paulo.Pedro, o Apóstolo, por exemplo, é mostrado ligeiramente calvo, com cabelos anelados cinzentos e uma barba. Já Paulo é mostrado mais calvo na parte dianteira com cabelos castanhos rectos, com barba, pescoço mais grosso e, às vezes, com um pouco de barriga. Estas imagens tiveram origem mais precisamente em Roma, onde as pessoas conheciam os dois Apóstolos e suas respectivas aparências físicas. Um exemplo de um ícone de São Pedro e São Paulo é mostrado na figura ao lado.

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A ARTE BIZANTINA

Arcanjo Gabriel

Natividade Ascensão de

Jesus

Arcanjo Miguel

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A ARTE BIZANTINA

A Criação de Adão

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Arte Românica• Entre meados do século IX e do século X, após a

morte de Carlos Magno, gera-se uma nova civilização europeia, apoiada socialmente no regime feudal, e na qual nasce, se desenvolve e se expande o Românico.

• Em termos arquitectónicos, o Românico está associado à expansão das ordens monásticas pelo Ocidente, particularmente da Ordem de Cluny que, nomeadamente em Portugal, a norte do Douro, está igualmente associada o povoamento do território e ao fomento agrícola. A igreja-mãe dos clunicenses, dedicada a S. Pedro, será o protótipo da nova linguagem arquitectónica: acentuação da expressividade construtiva e estética dos muros de Suporte, espaço das naves tripartido.

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Arte Românica

• Arquitectura Românica conhecerá, depois, variantes regionais, oscilando a sua planimetria entre a igreja de plano radial e a de plano escalonado.

• Também em Portugal foi dominante a arquitectura dos clunicenses, disseminando as suas pequenas igrejas de mosteiros pelo Norte do País, geralmente com uma só nave, edifícios de forte pendor defensivo, face à realidade política do País; mas são também os pressupostos religiosos e estéticos do românico que presidem à construção das grandes sés: Braga, Porto, Lamego, Coimbra e Lisboa.

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Arte RomânicaA ARQUITECTURA

• A arquitectura românica, na sua plena expressão, é oriunda da absorção de várias influências, que alimentaram a sua essência mais profunda. Os artistas românicos recriaram e reelaboraram os conhecimentos absorvidos em várias fontes:

as da Antiguidade pagã, que nunca rejeitaram;

as do Oriente, nomeadamente do brilho e esplendor da arte bizantina;

as dos povos bárbaros e da Irlanda, trazidas pelas grandes invasões.

• Com estes conhecimentos modelaram, pacientemente, um estilo próprio, de acordo com o espírito da sua época e da sua religião.147

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Arte Românica• Após um século de experiência e elaboração, o românico

culminou, neste período – meados do século Xl a finais do século XII -, numa arte amadurecida, estruturalmente flexível, que se espalhou por toda a Europa, em inúmeras variantes regionais. Alguns historiadores contaram mais de cem escolas “espalhadas por vários países da Europa, sobretudo em França, na Itália, em Espanha, em Inglaterra, na Alemanha e em Portugal, o que atesta a sua riqueza, e variedade locais.

• Apesar da sua variedade, o românico constituiu, ao mesmo tempo, o primeiro estilo internacional da Idade Média, ultrapassando as fronteiras políticas. Nesta época, toda a civilização europeia se moveu, em sincronia, em nome de uma renovação arquitectónica que foi, também, a expressão mais veemente da fé.

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• A religião e, segundo alguns historiadores, também o temor religioso, o medo do Juízo Final predito para o Ano Mil, movimentou os fiéis nas peregrinações aos lugares santos: Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela. Estas manifestações colectivas de acção de graças são verdadeiros hinos de renovada esperança no segundo milénio, fomentadas e protagonizadas pelos monges que também retiraram delas vantagens económicas, aumentando o poderio das ordens religiosas. Os mosteiros, centros difusores da religiosidade da época, adquiriam maior importância quando possuíam relíquias de santos, tornando-se, eles próprios, lugares de peregrinação. As cruzadas, empreendidas por uma nobreza belicosa, corporizaram o ideal cavaleiresco da Idade Média. Com as cruzadas, Cristo foi tomado como herói na cruz e a Virgem como Senhora entronizada, aos quais os nobres tributaram homenagem.

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Arte Românica• O sistema político feudal e a religião constituíram os dois

pólos dinamizadores da arte na sociedade medieval. A arte serviu a majestade do poder, temporal ou religioso, e foi feita para a glória de ambos. Mas é, em primeiro lugar, uma arte monástica, criada à sombra dos mosteiros e das ordens religiosas, sobretudo, da abadia de Cluny , expressão máxima do poder dos beneditinos no século Xl, e da ordem heróica dos Templários, fundada por São Bernardo, que reuniu em torno de si tudo o que a Idade Média mais admirava: a coragem do cavaleiro e a austeridade do monge. Em segundo lugar, foi também a manifestação da superioridade social da aristocracia. O mosteiro e o castelo construídos, por vezes, “lado a lado”, serviram o renascimento da vida urbana, convertendo-se a catedral no símbolo da cidade. Cidade, castelo e mosteiro foram os três focos civilizacionais e os núcleos tradicionais da cultura, a partir do século XI.

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Igreja Abacial de Cluny

(1088 – 1130)

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Arte RomânicaCULTURA ARTÍSTICA

O termo «Românico» foi inventado por M. de Gerville em 1823, por analogia com o fenómeno das línguas românicas. Em termos de História da Arte, o românico designa a arte europeia dos séculos XI e XII, de cerca de 1000 a 1200. Ao contrário das expressões artísticas da Alta Idade Média, o novo estilo caracteriza-se por uma grande homogeneidade plástica, formal e conceptual. A este propósito refira-se a arquitectura românica dos caminhos de Santiago que, desde França e Cluny até à Galiza, apresenta soluções tipológicas muito idênticas.

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As igrejas eram construções grandiosas, pensadas para acomodar multidões de peregrinos que visitavam as relíquias de santos e santas: as pessoas entravam por uma nave lateral, passavam pelo transepto – em si mesmo uma estrutura paleocristã que foi, inventada para acolher numerosas pessoas que adoravam as relíquias , caminhavam pelo deambulatório, onde prestavam culto a esses objectos sagrados colocados nas várias capelas radiantes e faziam o percurso, inverso, pela outra nave lateral, em direcção à porta principal do templo.

Saint Sernin, Tolouse

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Arte Românica

Interior da catedral de Pisa Baptistério, catedral e Torre de Pisa

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Arte RomânicaCatedral de Durham

Estruturalmente, a arquitectura românica é definida por edifícios em pedra, senão na sua totalidade pelo menos ao nível das paredes, cujos principais elementos de suporte são o arco de volta perfeita, as abóbadas de canhão e de arestas, o muro e o contraforte. São estes dois últimos que suportam toda a estrutura do templo, caracterizado, igualmente, pela impraticabilidade de grandes janelas e aberturas nos muros, do que resultava uma ambiência pouco luminosa envolta em penumbra, mas, por isso mesmo, repleta de misticismo e mistério.

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Arte Românica

A arte do românico foi, em grande parte, um fenómeno estético. Santo Agostinho (354-430), o seu principal “criador”, concebia a beleza como a medida e o número, a harmonia e o ritmo, a igualdade e o contraste. Segundo ele, tanto a beleza dos corpos como a das almas contribuía para a beleza do mundo. Sobrepondo-se a toda e qualquer beleza corporal estava a beleza espiritual, e acima desta a de Deus: «a beleza na sua essência». Em suma, um quadro de referentes que nos remete para a estética idealista de Platão.

São Miguel de Hildescheim

São Miniato al Monte, Florença

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Arte RomânicaEm termos de cultura artística, a arte Românica, bem como a da Antiguidade empregou, sobretudo na arquitectura (mas também na música), regras numéricas e geométricas, das quais se destacou o célebre «sistema alternado», segundo o qual a um tramo quadrado da nave central correspondem dois da nave lateral; ou ainda o ritmo alternado de suportes entre pilares e colunas ou entre cheios e vazios. Para além da arquitectura, foi a escultura a expressão narrativa mais importante do românico

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Arte Români

ca

Formalmente, a escultura românica recebeu múltiplas influências que se podem sistematizar do seguinte forma: do Oriente cristão, da Síria, da Arménia e da Geórgia, vieram as ideias da decoração em pedra, da simetria rigorosa, da ornamentação pormenorizada e do uso da rosácea; do Islão, o geometrismo e o tratamento filigranado da plástica; da Irlanda, os motivos celtas do entrelaçado, das grelhas e dos labirintos; dos povos bárbaros, o geometrismo e o zoomorfismo; e da Antiguidade Clássica o motivo das figuras sob arcos, sobrevivência, afinal, da estátua isolada. Múltiplas influências que reflectem uma complexidade formal e conceptual, que se pautava por uma mundividência românica, um certo espectáculo da teatralidade do Mundo, dentro do palco de Deus.

Eva, na catedral de Autun.

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Arte RomânicaPRINCÍPIOS DA ESCULTURA ROMÂNICA, SEGUNDO HENRI FOCILLON

O autor, na sua obra «L’Art dês Sculpteurs Romains»(1964), desenvolve quatro leis comuns a toda a escultura românica:

1.ª, Lei do Primado da Arquitectura – a escultura e a decoração românicas submetem-se totalmente à arquitectura dos edifícios, localizando-se em determinados pontos sensíveis (capitéis, lintéis, tímpanos, arquivoltas e pilares).

2.ª: Lei do Enquadramento – a escultura e a superfície decorada deformam-se de acordo com as exigências dos seus próprios limites (por exemplo, as figuras são alongadas nos tímpanos e pilares, e curtas nos Iintéis e capitéis).

3.ª: Lei do Maior Número de Contactos – também se pode designar por «Horror ao Vazio». Figuras, pormenores e certos tipos de movimento preenchem todo o espaço disponível.

4.ª: Leis do Formalismo Interno - formas primordiais geram outras por uma espécie de analogia lógica da metamorfose. Isto é, em termos compositivos (linhas implícitas, triângulos ou outras figuras geométricas) tendem a criar novas formas, por simetria ou por analogia.

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Arte RomânicaSt. Foy, Conques, France

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Arte RomânicaSanta Maria

Maggiore, Roma

Sainte-Foy, Conques, França

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Arte Românica

Tímpano

Arquivoltas

Lintel

Jamba

Colunas

JambaMainel

Aduelas

Portal de Igreja Românica

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“Gislebertus hoc fecit”Arte

Românica

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Arte Românica• Articulação em planta

A estrutura da igreja mais comum no românico está ligada às rotas de peregrinação, que permitiram a unidade e diversidade formais desta arquitectura, impedindo a monotonia. Simultaneamente, permitiram o enriquecimento da linguagem iconográfica utilizada, tornando-a universal. Apesar da sua grande variedade, a mais comum possui uma planta de tipo basilical, em cruz latina, com três a cinco naves, mais esporadicamente sete, sendo a principal mais alta e mais larga que as laterais.O comprimento da igreja não é arbitrário, mas um múltiplo da largura da nave central, tal como a largura da nave lateral é reduzida a um submúltiplo daquela. A métrica espacial é fundamental para a definição do estilo românico.

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Arte RomânicaAs naves são atravessadas, no lado nascente, por uma outra, o transepto, que pode ser simples ou tripartido como o corpo da igreja. Mas algumas variantes da igreja-tipo possuem um duplo transepto. Nesta espécie de nave atravessada situam-se um ou dois absidíolos que, por vezes, eram colocados no alinhamento das naves laterais. No cruzamento da nave principal com o transepto encontra-se o cruzeiro encimado pela torre lanterna ou zimbório, que faz parte do sistema de iluminação e arejamento da igreja. No mesmo alinhamento da nave principal, após o cruzeiro, situa-se a ábside principal com o altar-mor. Devido ao aumento do culto, foi necessário construir um maior número de altares onde se celebra vários ofícios ao mesmo tempo. Para tal, foi edificado o deambulatório, espécie de corredor ou nave curvilínea que prolonga as naves laterais e contorna, em semicírculo, o altar-mor. Contém, geralmente, de três a cinco absidíolos que formam, conjuntamente com a abside e o deambulatório, a charola.

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Arte Românica Esta disposição permitia que um maior número de peregrinos assistisse aos ofícios religiosos prestando-se, igualmente, ao andamento das procissões e das vias-sacras. Além disso, reservava uma parte exclusivamente dedicada à comunidade clerical, o coro. As igrejas de peregrinação possuíam ainda a cripta, que Se situava abaixo da cabeceira ou charola. Este era o local da catedral onde se depositavam e veneravam os restos mortais ou as relíquias dos santos, e onde se realizavam cerimónias religiosas comemorativas. Em alguns casos, a igreja românica é precedida por um nártex ou por um átrio, como em Santiago de Compostela e Santo Ambrósio, respectivamente. O nártex serve de vestíbulo à catedral e constitui uma reminiscência das primitivas basílicas cristãs. Destinava – se a abrigar os catecúmenos (não baptizados), os energúmenos (possuídos do demónio) e os penitentes. Já o átrio era um recinto aberto, espécie de pátio quadrangular rodeado por quatro alas abobadadas e colunadas.

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Arte RomânicaConsoante as regiões, as igrejas podiam possuir, ainda, uma ou duas torres sineiras a ladearem a fachada principal. Em Itália foi vulgar um “campanille”; na Normandia, foram usadas duas torres, mas, na Ale manha, a sua arquitectura mais peculiar utilizou várias torres distribuídas pelas fachadas ocidental e oriental.

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Arte RomânicaA ICONOGRAFIA PROFANA As imagens não religiosas são muito frequentes na época românica. Os capitéis representam, muitas vezes, cenas da vida quotidiana, trabalhos dos homens, fábulas, cenas mitológicas, animais, etc.

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Arte RomânicaOS GRANDES TEMAS DA PINTURA ROMÂNICA

Os frescos românicos giram em torno de grandes temas iconográficos. Um deles troto da manifestação doutrinal, da apresentação dos grandes princípios da religião, especialmente a representação das três pessoas da Trindade, a representação da Virgem e a representação do corte celestial. Dentre da representação das três pessoas da Trindade, é usual a representação de Deus Pai com uma mão abençoando; a do Filho através do Pantocrátor ou Cristo Julgador, dentro da mandorla ou amêndoa mística (resplendor divino), sentado, abençoando com três dedos (em alusão à Trindade), e rodeado pelo Tetramorfos ou símbolo dos Quatro Evangelistas, por meio dos quais Jesus se manifestou ao Mundo; o espírito Santo é representado por meio de uma pomba branca de asas abertas.

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Arte RomânicaOS GRANDES TEMAS DA PINTURA

ROMÂNICA Os frescos românicos giram em torno de grandes temas iconográficos. Um deles trata da manifestação doutrinal, da apresentação dos grandes princípios da religião, especialmente a representação das três pessoas da Trindade, a representação da Virgem e a representação do corte celestial. Dentre da representação das três pessoas da Trindade, é usual a representação de Deus Pai com uma mão abençoando; a do Filho através do Pantocrátor ou Cristo Julgador, dentro da mandorla ou amêndoa mística (resplendor divino), sentado, abençoando com três dedos (em alusão à Trindade), e rodeado pelo Tetramorfos ou símbolo dos Quatro Evangelistas, por meio dos quais Jesus se manifestou ao Mundo; o espírito Santo é representado por meio de uma pomba branca de asas abertas.

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Arte Românica

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Arte Românic

a As representações da Virgem mostram-na na sua qualidade de Mãe de Deus, tendo o Menino entronizado no seu regaço ou seguro nos seus braços. A primeira denomina·se Divina Majestade e a segunda Caminho de Salvação. Em ambos os casos, pode encontrar-se inscrita numa mandorla segura por anjos. ( … )

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Arte Românica

Um outro tema é constituído por narrações contando temas do Antigo e do Novo Testamento, vidas de santos e episódios apocalípticos. ( … ) 201

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Arte Românica

Também importantes são as representações da vida de santos, que cumprem uma função de exemplo para quem os contempla sobre o modo como conduzir as suas vidas dentro dos princípios morais e religiosos do cristianismo. Podem ser por vezes, muito extensas, mostrando todos os episódios da vida do santo e os seus sofrimentos; podem também estar reduzidas as cenas mais significativas da ‘lida do santo em , questão. No geral, este tipo de narração tende a ser muito popular e apropriado para as pequenas Igrejas rurais. Os temas apocalípticos, sobretudo os do Juízo Final, são também populares. Encontram-se habitualmente representados nas paredes próximas da saída, pretendendo-se que, quando o fiel deixa o templo, tenho bem presente) que acontecerá num futuro imprevisível, devendo, por isso, manter firme a conduta prometida durante as suas orações.

F. de Olaguer-Feliú, La Pintura Românica, Barcelona, 1989, págs. 3-6.

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Arte RomânicaNa diversidade formal e técnica da pintura românica coexistem aspectos comuns que a tornaram facilmente identificável como um estilo:•A prevalência do desenho cujas linhas estruturantes se mantêm visíveis através da pintura;•A falta de rigor anatómico nas figuras, geralmente deformadas pela acentuação dos traços expressivos, enquanto outros se anulavam;•As posições demasiados formalizadas e desarticuladas, feitas por linhas angulosas;•A tendência para a estilização e esquematização geométrica dos rostos e corpos, que não respeitam as proporções nem perspectiva;•As cores aplicadas a cheio, quase sem matizados ou sombreados, acentuando o carácter plano e bidimensional da pintura;•A exiguidade dos cenários, geralmente abstractos ou simbólicos e dos enquadramentos feitos por elementos arquitectónicos simples(como arcos ou portas)

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Arte Românica

•As composições elaboradas segundo esquemas geométricos complexos e desordenados, embora prevaleçam os rectângulos e os círculos;•O elevado sentido de ritmo, marcado pela repetição, na horizontal, de determinados grupos de figuras ou modelos;•As cenas contadas em bandas ou faixas, dispostas da esquerda para a direita e de cima para baixo, ajustadas para caberem nos seus suportes arquitectónicos e separadas por frisos com motivos geométricos e naturalistas de raiz tardo - romana ou germânica.Estas características retiram realismo às representações pictóricas do românico, conferindo – lhe antes um elevado poder simbólico e um carácter sobrenatural que acentuava o seu sentido pastoral e doutrinário.

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Arte RomânicaTapeçaria de Bayeux

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Arte RomânicaA ILUMINURA

A iluminura é, essencialmente, a arte de decorar um texto – página, rolo ou volume, seja à pena, seja a pincel, podendo enriquecer-se a decoração com o brilho do ouro ou da prata. Cada iluminado constitui, portanto, espécie única. A palavra sugere colorações vivas e figurinhas miniaturais mas, por vezes, a decoração é apenas monocromática, não raro a negro, como em certas grisalhas, e há grandes páginas completamente pintadas que equivalem, em superfície, a pequenos quadros de cavalete. É mais comum a iluminura sobre papiro e papel, ilustrando até livros impressos. De origem oriental, porventura faraónico, o iluminura difundiu-se pelo Mediterrâneo, tendo sido muito cultivada na Grécia e em Roma, como arte de pincel, em quadros e figuras monumentais, quase de fresco, arte esta que influiu no técnico usada de fazer uma base engessada sobre à qual era pintado o tema da ilustração.

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Arte RomânicaA Igreja Católica veio a adoptar esta arte só pelo século IV I primeiro apenas em livros de teologia, com o fim de aclarar, esclarecer, iluminare aqueles passos que ficariam mais obscuros, ajudando assim a imagem plástica a compreendê-los. Passa em breve aos livros de culto, para marcar o início dos sermões, de actos solenes ou comemorações. A decoração podia corresponder ao assunto, por imagens de expressão directa e facilmente compreensível, ou s por expressão de símbolos, como se vê em iluminados merovíngios. É frequente que a atenção do artista se fixe na inicial, chegando esta a ocupar a página inteira, de que há belos exemplos na iluminura irlandesa, originalíssima no jogo labiríntico de entrelaçados e de ornamentos geométricos, contorcidos e laminados os animais e as figuras humanas. Possuindo raízes múltiplas, célticas e bizantinas, sassânidas e coptas, perdura a sua influência em toda a iluminura europeia. Com o renascimento carolíngio, retoma a iluminura o vocabulário clássico – a figura humana dignificada, a flora antiga, o ouro, a prata, os fundos púrpuras; outro tanto propicia o renascimento otoniano na Alemanha. (…)

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Arte Românica

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Arte Românica

Página inicial do Apocalipse segundo S. João da Sé de Urgell, Espanha, finais do século X.

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Arte GóticaA Arquitectura Gótica• Novas técnicas construtivas • Uma nova concepção do espaço e da luz SUMÁRIO• Correspondendo a uma nova vivência religiosa, a

arquitectura gótica obedece a princípios construtivos e estéticos diferenciados relativamente à arquitectura românica.

• No plano construtivo, a conjugação entre o cruzamento de ogiva e os arcobotantes, no exterior, favoreceu a constituição de um «esqueleto» ou sistema de forças que permite uma nova altimetria, uma acentuação da verticalidade e urna nova articulação do espaço interno.

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Arte Gótica

• A planimetria consagra definitivamente o plano em cruz latina, com as três naves cada vez mais compridas.

• Uma das consequências mais notáveis desse novo sistema é a crescente, utilização de vitrais coloridos que transfiguram, por via da luz e da cor, o espaço das naves.

• Expandindo-se a toda a Europa, graças, em grande parte, à própria expansão dos cistercienses, o Gótico encontrou algumas resistências programáticas em regiões, como em Portugal, de grande tradição românica.

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Arte Gótica

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Arte GóticaEscultura Gótica• Integração arquitectónica • A procura do naturalismo SUMÁRIO • A escultura gótica mantém, em grande parte, uma relação com a

arquitectura idêntica à manifestada durante o período românico. • No entanto, regista-se uma evolução que afecta a sua composição e

expressividade. Nomeadamente, é de assinalar um aumento da escala de representação, bem como uma maior atenção prestada ao referente, seja à Natureza, seja ao corpo humano, em especial, ao rosto. Globalmente, a escultura, através da acentuação do seu carácter, procura captar e reproduzir a imensa variedade do real.

• Essa aproximação progressiva à cultura humanista é naturalmente facilitada em Itália, devido à tradição clássica aí existente e que, mesmo ao longo da Idade Média, nunca deixou de estar presente nas opções artísticas.

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Arte GóticaA Pintura Gótica• A arte da luz e da cor.• O vidro e o pergaminho SUMÁRIO • No período gótico, a anterior pintura mural, muito

utilizada no românico, é substituída pelo vitral. Esta técnica, cuja essência é simultaneamente arquitectónica (preencher vastas janelas que resultavam da própria estrutura do edifício gótico) e pictórica, cria múltiplas leituras e dinâmicas visuais no interior do edifício gótico, graças aos vários reflexos e projecções de cor que se vão sucedendo ao longo do dia em função da trajectória do Sol. E, portanto, uma pintura viva, fluorescente, espécie de néon diurno. Embora de carácter um tanto “artificial”, esta arte, além de um poderoso elemento visual, foi um privilegiado veículo narrativo nas catedrais.

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Arte GóticaComo não podia deixar de ser, o vitral, com a sua vertente ilustrativa e enciclopédica, foi imaginado pela primeira vez por Suger em Saint Denis. O pendor narrativo na iluminura atingiu talvez a sua máxima expressão com Jean Pucelle e os irmãos Limbourg. Com estes artistas, a arte da ilustração gótica abriria o caminho para o realismo da pintura no renascimento.

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Legenda:

A – Nave Central B – Nave LateralC – PilarD – Arco em Ogiva ou Quebrado E - Abóbada de ogivasF - Fecho da Abóbada G - Contra Forte H – Arcobotante I - Vitral

A Arquitectura

Gótica

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A Arquitectura GóticaNa arquitectura, a arte gótica caracterizou-se

por: • Verticalidade (a catedral de Amiens, par

exemplo, mede 145 metros, sensivelmente o mesmo que a pirâmide de Quéops).  

• Luz (filtrada pelos vitrais deslumbrantes).  • Arco quebrado ou arco gótico (substitui o

arco de volta inteira do estilo românico e confere ao edifício a sensação de elevação).

• Abóbada de cruzamento de ogivas (o cruzamento de arcos diagonais de suporte - as ogivas - permite descarregar o peso não sobre as paredes, como acontecia no estilo românico, mas sobre os pilares, possibilitando a construção de paredes mais finas e pre enchidas por vitrais, sem afectar a segurança do edifício. Ao estilo gótico também se chama, par isso, arquitectura ogival).  

• Arcobotante (elemento arquitectónico de apoio e reforço das paredes, composto pelo estribo e pelos arcos e par vezes encimado pelo pináculo).

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A Arquitectura Gótica

Deambulatório

Capela Radiante

Planta da Catedral de Amiens

Presbitério

Transepto

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A PLANTA DA CATEDRAL GÓTICA

Planta basilical Planta de salão

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A PLANTA DA CATEDRAL GÓTICA

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A Arquitectura GóticaAlçado e Secção de uma catedral gótica

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A Arquitectura Gótica

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A Arquitectura

Gótica

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A Arquitectura Gótica

ArcoToral

Arcos Cruzeiros

Arcos Formeiros

Abóbada de Cruzamento de Ogivas Sexpartida

Abóbada de Cruzamento de Ogivas Simples

Arcos Cruzeiros

Arcos Torais

Arcos Formeiro

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A Arquitectura Gótica

Abóbada de terceletes

Abóbada Estrelada

Abóbada de Cruzamento

de Ogivas

da Catedral de Chatre

s(Nave

Central)234

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A Arquitectura

GóticaPináculo

Arcobotantes

Nave Centra

l

Contraforte

Nave Lateral

Contraforte e Arcobotantes do final do século XIII

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A Arquitectura Gótica

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A Arquitectura Gótica

Notre Dame Paris

Catedral de Chatres

Catedral de Reims

Catedral de Amiens

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A Arquitect

ura Gótica

Ábside

Cruzeiro

Transepto Coro

Contraforte

Nave Central

Trifório

Clerestório

Rosácea

JambaPortal

Nave Lateral

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A Arquitectura Gótica

Gabletes

Pináculo

Colunas

Arquivoltas

Tímpano

Mainel

LintelColun

as AdossadasJamba

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A Arquitectura Gótica

Vitral

Trifório

Gablete

Pretil

Rosácea

Mainel

Jamba

Tímpano

Arquivoltas

Gablete

O Portal Gótico

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A Arquitectura Gótica

Rosácea Gablete241

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A Arquitectura Gótica

RosáceaRosácea

GableteGablete

PortalPortal

ArcobotantesArcobotantes

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A Arquitectura Gótica

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A Arquitectura Gótica

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A Arquitectura Gótica

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A Arquitectura Gótica

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A Escultura Gótica

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ARCOS GÓTICOS mais característicos

Arquitectura gótica: elementos constructivos

arcos góticos quebrados ou em ogiva

arco contra - curvado

arco abatido

Janelões Góticos

Gárgulas

Capíteis

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A Arquitectura GóticaO Vitral

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A Arquitectura Gótica

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A Arquitectura

Gótica

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A Pintura Gótica

Rogier van der Weyden, Deposição (A Descida da Cruz), c. 1435. 220 x 260 cm.

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A Pintura Gótica

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A Pintura GóticaHubert e Jan van Eyck - Políptico do

Cordeiro Místico (1432)

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A Pintura Gótica

Entre as outras pinturas de Jan van Eyck, as mais conhecidas são talvez o Retrato de Amolfini e Sua mulher. O retrato dos Arnolfini, representando marido e mulher no quarto nupcial, está cheio de espírito narrativo e simbolismo, fonte de inúmeras controvérsias dos historiadores de arte. Todos os objectos que rodeiam as duas figuras centrais são executados com uma minúcia incomparável. A análise psicológica dos protagonistas é uma das mais penetrantes da história da pintura. Toda a obra é uma eloquente página dos costumes flamengos do século XV. A composição faz sentir a terceira dimensão da profundidade e do espaço com um relevo único paro o época, e, talvez, em toda a História da pintura. As mesmas qualidades de penetração psicológica, de estudo minucioso das feições de cada figura, de perspectiva «côncava)) de profundidade, de espaço, de luz e atmosfera.

Jan van Eyck. “OS Esponsais dos Arnolfmi». 1434. 82 x 60 cm.

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A Pintura Gótica

Deus Pai como Arquitecto, ilustração de uma Bíblia moralisée, de meados do sec. XIII. 34x25 cm

Página seguinte dedicada a Rainha Branca de Castela e ao Rei Luís IX

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A Pintura Gótica

Cenni di Peppo, dito Cimabue, Virgem em Majestade (1280 -1285)

Duccio de Buoninsegna, Virgem em Majestade(1308 – 1311)

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A Pintura Gótica

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Giotto, Nossa Senhora e o Menino, talvez de 1320/30 85x62cm

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Os Precursores: Itália e Flandres

Giotto, O Beijo de Judas, c.1305 – 06. 200x185 cm.260

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Os Precursores: Itália e FlandresA Perspectiva

A Cidade Ideal, (pormenor).Estudo atribuído a Piero della Francesca

Cristo Morto, Andrea Mantegna (c.1490)

Paolo Ucello, estudo em perspectiva, de um cálice.

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Os Precursores: Itália e Flandres

Filippo Brunelleschi, O Sacrifício de Isaac (1401 – 1402) Bronze dourado

Lorenzo Ghiberti, pormenor de um dos painéis de A Porta do Paraíso,(porta oeste do Baptistério de Florença, 1425 – 1452). Bonze dourado

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Os Precursores: Itália e Flandres

Donatello, David(1425 –

1430)263

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Os Precursores: Itália e Flandres

Masaccio, O Pagamento do Tributo (c. 1425) Fresco(pormenor) Masaccio, Cristo

Crucificado(1426) Fresco(pormenor)

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Os Precursores: Itália e Flandres

Piero della Francesca, O Baptismo de Cristo, (c. 1440 – 1445). Têmpera sobre madeira.

Piero della Francesca, A Descoberta da Verdadeira Cruz e Encontro de Salomão com a Rainha do Sabá (após 1458) Fresco.

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Os Precursores: Itália e Flandres

Giotto, A Deposição de Cristo, c. de 1304 – 13. 230x200 cm

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Os Precursores: Itália e Flandres

Piero della FrancescaA Virgem e os Santos, com Federigo da Montefeltro.Retábulo de Brera (c. 1470)

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