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PATOLOGIA EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Gessivânia Carneiro Gonçalves 1 Carlos Francisco Minari Junior 2 Resumo: Na prática, os fatores agressivos de diferentes intensidades fazem a tarefa de decidir corretamente a escolha de materiais, técnicas de fabricação e procedimentos de execução, uma vez que essas decisões afetarão a estrutura ao longo de sua vida útil. As análises e recomendações para a Engenharia Civil quanto às patologias em concreto armado serão contempladas neste estudo. Para fabricar um concreto durável que suporte a exposição a determinadas condições ambientais e que esteja protegido contra a corrosão durante sua vida útil e que, em última instância, tenham uma durabilidade garantida, os seguintes fatores devem ser considerados. A durabilidade de uma estrutura de concreto é a sua capacidade de suportar durante a vida útil para a qual foi projetada, mesmo identificadas as patologias construtivas, as condições físicas às quais está exposta e que podem causar sua degradação como consequência de efeitos diferentes das cargas e tensões consideradas na análise estrutural. Uma estratégia deve ser considerada capaz de considerar todos os fatores de degradação em cada uma das fases da estrutura: projeto, execução e uso. Palavras-chave. Concreto armado. Engenharia Civil. Patologias construtivas. PATHOLOGY IN ARMED CONCRETE STRUCTURES Abstract: In practice, many aggressive factors of different intensities seem to do the task of correctly deciding the choice of materials, manufacturing techniques and execution procedures, since these decisions will affect the structure throughout its useful life. The analyzes and recommendations for Civil Engineering regarding reinforced concrete pathologies are contemplated in this study. Thus, to manufacture a durable concrete that withstands exposure to certain environmental conditions and is protected against corrosion during its useful life and that, ultimately, have a guaranteed durability, the following factors must be considered. The durability of a concrete structure is its ability to withstand during the useful life for which it was designed, even when the construction pathologies are identified, the physical conditions to which it is exposed and which can cause its degradation as a consequence of different effects of the loads and stresses considered in the structural analysis. To achieve this objective, a strategy must be considered capable of considering all the factors of degradation in each of the phases of the structure: design, execution and use. Keywords: Reinforced concrete; Constructive pathologies; civil Engineering 1 Graduanda do Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara-SP. E-mail: [email protected] 2 Orientador. Docente Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara- SP. E-mail: [email protected]

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PATOLOGIA EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Gessivânia Carneiro Gonçalves1

Carlos Francisco Minari Junior2

Resumo: Na prática, os fatores agressivos de diferentes intensidades fazem a tarefa de decidir

corretamente a escolha de materiais, técnicas de fabricação e procedimentos de execução, uma vez que

essas decisões afetarão a estrutura ao longo de sua vida útil. As análises e recomendações para a

Engenharia Civil quanto às patologias em concreto armado serão contempladas neste estudo. Para fabricar um concreto durável que suporte a exposição a determinadas condições ambientais e que esteja

protegido contra a corrosão durante sua vida útil e que, em última instância, tenham uma durabilidade

garantida, os seguintes fatores devem ser considerados. A durabilidade de uma estrutura de concreto é a sua capacidade de suportar durante a vida útil para a qual foi projetada, mesmo identificadas as

patologias construtivas, as condições físicas às quais está exposta e que podem causar sua degradação

como consequência de efeitos diferentes das cargas e tensões consideradas na análise estrutural. Uma estratégia deve ser considerada capaz de considerar todos os fatores de degradação em cada uma das

fases da estrutura: projeto, execução e uso.

Palavras-chave. Concreto armado. Engenharia Civil. Patologias construtivas.

PATHOLOGY IN ARMED CONCRETE STRUCTURES

Abstract: In practice, many aggressive factors of different intensities seem to do the task of correctly

deciding the choice of materials, manufacturing techniques and execution procedures, since these

decisions will affect the structure throughout its useful life. The analyzes and recommendations for Civil Engineering regarding reinforced concrete pathologies are contemplated in this study. Thus, to

manufacture a durable concrete that withstands exposure to certain environmental conditions and is

protected against corrosion during its useful life and that, ultimately, have a guaranteed durability, the

following factors must be considered. The durability of a concrete structure is its ability to withstand during the useful life for which it was designed, even when the construction pathologies are identified,

the physical conditions to which it is exposed and which can cause its degradation as a consequence of

different effects of the loads and stresses considered in the structural analysis. To achieve this objective, a strategy must be considered capable of considering all the factors of degradation in each of the phases

of the structure: design, execution and use.

Keywords: Reinforced concrete; Constructive pathologies; civil Engineering

1 Graduanda do Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara-SP. E-mail: [email protected] 2 Orientador. Docente Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara-SP. E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO

Atualmente, o uso de concreto em estruturas excedeu em muito o uso de outros

materiais, como aço ou madeira. Isto é devido ao seu baixo custo benefício e sua capacidade de

se moldar às necessidades do construtor; o que permite obter formas muito diferentes e

arrojadas, impensáveis com outros materiais, como o aço e madeira. No entanto, o concreto

armado tem dois materiais muito diferentes, embora de forma muito fácil para penetrar, não

mais que uma dificuldade de execução (GOMES, 2018).

O objetivo geral deste estudo é realizar uma revisão bibliográfica sobre as patologias,

as quais ocorrem e afetam as estruturas de concreto armado na construção civil. Além disso, os

objetivos específicos são: discorrer sobre as patologias mais frequentes que ocorrem em

concreto armado; estudar a sintomatologia nas estruturas da construção civil constituídas por

concreto armado; observar os principais elementos das fissuras e deformações caracterizadas

por estas patologias.

Logo, este trabalho se justifica, pois, não deve ser considerado o concreto armado como

um material homogêneo, compacto e inerte com o meio circundante, uma vez que é um sistema

heterogêneo consistindo de diferentes componentes (cimento, água, inertes, aditivos, aço, etc.),

com porosidade e cercada por um meio capaz de reagir com alguns de seus componentes. Além

de ter que suportar ao longo de sua vida um conjunto de esforços e solicitações. Portanto, se em

todas as fases que compõem a vida de qualquer estrutura de concreto armado (design, mão-de-

obra, o uso) não é considerado, a durabilidade desta estrutura será prejudicada por o provável

ataque de substâncias agressivas, ou simplesmente por não ser capaz de suportar o que foi

projetado (NEVES, 2010).

Diante deste contexto, o problema de pesquisa abordado é: quais são e o que causam as

principais patologias de concreto armado? Portanto, este trabalho não tem a essência de

delimitar e identificar como estas patologias podem ser resolvidas, embora se aborde de forma

suplementar para explicar todo o contexto. A hipótese é de que as patologias podem ser

identificadas partindo da sintomatologia de cada estrutura que está sendo estudada.

Para isso, este estudo teve por natureza qualitativa e a pesquisa bibliográfica como

método de pesquisa, onde foi realizada uma busca em trabalhos e documentos nas bases

científicas, onde se encontraram disponíveis os principais periódicos de artigos publicados no

Brasil. Com isso, as principais vantagens da pesquisa bibliográfica se consolidam e mostram-

se na medida em que possibilitam a explicação de diversos fenômenos das mais diversas formas

possíveis (GIL, 2013; MICHEL, 2009).

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Por fim, os dados tiveram abordagem qualitativa, sendo sistematizados e apresentado,

sendo trazidos a este trabalho as informações mais importâncias e pertinentes dos autores

pesquisados, como Cardoso e Gaspar (2018), Gomes (2018) e Neves e Sanches (2010).

(SANCHES, 2013)

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 Influência das patologias do concreto armado

A construção civil exerce um papel fundamental para a sociedade, sendo amplamente

necessária para a evolução e bem-estar social. Compreende-se que na engenharia civil, o fator

imprescindível, seja a segurança, sendo a base fundamental para qualquer construção de

edificações, contudo, todos os diversos problemas e situações que são contrários a este conceito

devem ser solucionados. As patologias causadas por erros de construção e pelo tempo, atuam

como um empecilho em qualquer edificação, fornecendo inúmeros prejuízos e danos a obra

(GOMES, 2018).

Assim, a relação entre as construções modernas e o método como o mesmo e abordado

por uma grande comunidade, ressalta a importância de compreender e estudar um problema

comum, nas obras, tanto urbanas como rurais, onde, as patologias agem de maneira crescente,

impossibilitando a real segurança de pessoas naquele determinado lugar. Portanto, é de

fundamental importância o conhecimento sobre problemas em construções, como a patologia,

bem como seus processos de evolução destrutivo e correção (PAIVA, 2011).

Neste contexto, na construção civil existe a necessidade de entender as patologias

provenientes de fundações superficiais e profundas, que são de fundamental importância para

a segurança da construção de uma determinada estrutura. O emprego incorreto de determinados

elementos na construção civil atua diretamente sobre as patologias em fundações, estimulando

consequências financeiras e estruturais de uma construção em andamento ou já concluída.

Alguns problemas são de falso ajuste devido à rápida hidratação do gesso, retração por

calor excessivo de hidratação (depende de A C3), retração hidráulica, excesso de A C3 que

conduz a uma baixa resistência aos ciclos de congelação e descongelação e ao ataque por

sulfatos, excesso de cal livre: é expansivo, produzindo rachaduras no concreto, excesso de

calcário liberado na hidratação, excesso de magnésia que produz efeitos similares da cal

liberada, mas ainda mais prejudicial, e também reações com agregados, pois os álcalis de

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cimento podem reagir com agregados silicosos, dando origem a compostos expansivos

(ALVES, PEREIRA e ARAUJO, 2018).

Em geral, a água para a mistura do cimento precisa ser potável, recomendando-se a

água do mar apenas para misturas de concreto em massa. Isto porque a resistência diminui em

cerca de 15% e a eflorescência irá normalmente aparecer. Para concreto armado, não deve ser

usado, pois, o excesso de íons de cloro favorece a corrosão do reforço. Normalmente, a água de

cura exige melhor qualidade do que a necessária para a concretagem. Problemas patológicos

tangem substâncias nocivas dissolvidas na água que produzem corrosão química do concreto e

excesso de água, o que reduz bastante a resistência final do concreto (ANDADE, 2017).

Igualmente a uma boa qualidade da execução, a chapa de recepção de cimento atual

define uma série de cimentos com diferentes categorias de adições (escória, polainas, cinza

volante ou enchimento de calcário). É necessário considerar que, em geral, eles têm maior

retração, exigem melhor cura e seu endurecimento é mais lento, de modo que exigem um

controle cuidadoso a partir do final do assentamento. Recomendações genéricas é que o cimento

da menor resistência possível deve ser usado para o concreto que é necessário, uma vez que

dará menos problemas patológicos (EL DEBIS e TAKEIA, 2009). Além disso o cimento

mínimo deve ser usado para o concreto que é requerido, uma vez que altas doses dão problemas

de retração. E se houver sulfatos, especialmente no Levante, deve ser usado cimento resistente

a sulfatos.

1.2 Aditivos e materiais utilizados na mistura do concreto armado

Os aditivos são produtos que adicionados ao concreto melhoram suas propriedades de

forma permanente. Alguns aditivos em excesso podem modificar seu comportamento na

direção oposta. Isso ocorre localmente, por isso é muito importante que eles sejam distribuídos

uniformemente por toda a mistura.

Ou seja, os aditivos com menos problemas são geralmente os plastificantes, enquanto

os mais problemáticos são os aceleradores de ajuste, que podem até mesmo acelerar os

processos de corrosão. Patologias do concreto reforçado entendido na totalidade produzem

problemas de resistência e durabilidade. Eles se referem aos processos de compactação e

corrosão no concreto. As patologias do concreto dependem de quatro fatores: razão árido-

cimento, dosagem de cimento, relação água-cimento e ar ocluído (ANDADE, 2017).

Neste sentido, a respeito da influência da relação cilindro-traseiro as granulometrias

adequadas são os déficits são particularmente ruins em diâmetros entre 0,08 e 2,5 mm. e aqueles

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que contêm excessos de frações finas. Uma granulometria incorreta pode ser reduzida com mais

cimento. É necessário ter um cuidado especial com a disposição construtiva, uma vez que

ocorrerão maiores retrações. O agregado deve ser compatível com as distâncias entre reforços,

entre cofragem e entre cofragem e reforço (SOUZA e RIPPER, 1998).

De acordo com Silva e Monteiro (2016), é conveniente usar a quantidade mínima

possível de cimento, compatível com a resistência que você deseja obter. É preferível usar

menos cimento e usar uma granulometria correta e uma relação água-cimento adequada, pois

isso causa influência na relação água-cimento: (Mínimo teórico w/c = 0,18. Mínimo real w/c =

0,30 ÷ 0,40). Isto porque o concreto com maior porosidade nem resistência, maior retração e

consequentemente maior risco de ataque. Os grandes valores de w/c penalizam fortemente a

curva de endurecimento do concreto à igualdade do resto das características.

Também, o ar corroído faz parte do concreto em uma proporção de 2 a 5%. Este diminui

a compactação e a resistência do concreto. Pode ser benéfico aumentar a durabilidade contra

ciclos de congelamento e descongelamento. Aditivos de sopro podem ser usados. Eles podem

dar problemas (controle muito cuidadoso). Em troca, eles permitem reduzir a relação de

cimento da água e permitem melhorar o comportamento contra a geada e líquidos agressivos

(ALVES, PEREIRA e ARAUJO, 2018).

Importante destacar que um mecanismo importante para a corrosão é a difusão de

elétrons, que são essenciais como um eletrólito. Os íons de cloro difundem-se em particular

através de poros cheios de água. O concreto é molhado superficialmente e quando seco os sais

de cloro são fixos nos poros. Ao molhar novamente a concentração de íons de cloro aumenta e

o processo aumenta progressivamente, dependendo principalmente da permeabilidade do

revestimento (EL DEBIS e TAKEIA, 2009).

Além destes fatores expressos, o processo de corrosão é um processo eletrolítico em que

é necessária a presença de íons de oxigênio, umidade, de cloro que atuam como eletrólitos e

destruição da camada de passivação, porque se houver o processo de quimicamente impossível.

Se algum desses fatores não existir, a corrosão é impossível. Para a avaliação da temperatura

atingida durante as variações de cor fogo, indicadas frequentemente utilizadas, apesar de terem

um sabor subjetiva torna difícil a determinação precisa da temperatura (só são válidas para os

agregados siliciosos). Vale como uma estimativa inicial e depois é usado para medir a

resistência por amostras de teste. Uma superfície de concreto afetada por um incêndio não pode

ser analisada por teste esclerométrico, sem confiabilidade (ALVES, PEREIRA e ARAUJO,

2018).

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1.3 Patologias mais comuns e sua evolução

A construção com vigas planas, com peças muito finas, com menor grau de

embutimento e com maior peso nos pisos, levam às flechas, tanto instâncias diferidas que são

muito superiores às estruturas tradicionais de uma estrutura de concreto para cobrir uma enorme

gravidade. Por um lado, o craqueamento típico em partições, que geralmente não dá mais

problemas do que o puramente estético e, por outro, as torções que os pisos podem produzir nas

vigas extremas (SILVA e MONTEIRO, 2016). As patologias têm sido normais desde sempre,

mas nos últimos tempos o problema se agravou, já que a construção moderna tende a estruturas

muito flexíveis, que favorecem o excesso de deformações (EL DEBIS e TAKEIA, 2009).

O craqueamento produzido por assentos é uma parte substancial das patologias

observadas e, em geral, envolvem problemas difíceis e caros para resolver. Isso e a própria

incerteza de trabalhar com um material como o terreno, cujas propriedades não são bem

conhecidas, tornam este assunto de especial dificuldade. O terreno é como é, e a obrigação do

técnico é descobrir suas características (EL DEBIS e TAKEIA, 2009). A responsabilidade pelo

surgimento de lesões só deve ser atribuída à estrutura, que não tem conseguido se adaptar às

características do terreno real. Geralmente, a ação consistirá em uma intervenção na estrutura

ou fundação, com muito poucas intervenções de consolidação no terreno (SILVA e

MONTEIRO, 2016).

As causas das desagregações são geralmente ataques químicos, especialmente sulfatos

e cloretos. O processo é lento e geralmente começa com uma mudança na coloração, seguida

pela formação de rachaduras intertravadas que aumentam progressivamente. Então a superfície

é enrolada, até que desce e desintegra a massa do concreto (PINHEIRO, 2018). Para conter este

tipo de ataque, é aconselhável usar concretos muito compactos e cimento com pouco teor de

aluminato tricálcico em meios agressivos. Em qualquer caso, é um fenômeno difícil de evitar.

É melhor isolar o concreto do ambiente agressivo com barreiras de asfalto, epóxi etc. (EL

DEBIS e TAKEIA, 2009),

As desintegrações são rupturas que são produzidas a partir do interior do concreto por

forças internas que produzem fortes trações, que o concreto não consegue resistir.

Desagregações podem ocorrer por razões muito diferentes. Assim, a corrosão de reforços ou

deformações muito fortes, que produzem desintegração da superfície do concreto. Fenômenos

de desintegração também podem ocorrer ao congelar a água que penetrou nas cavidades

internas (SOUZA e RIPPER, 1998). Um caso que pode ser grave é o congelamento da água que

pode ter sido depositada nas bainhas de pré-esforço na fase de construção (GOMES, 2018).

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Além da sintomatologia descrita, outros fenômenos patológicos são produzidos no

concreto que são importantes do ponto de vista estético, mas que, em princípio, não

comprometem a segurança da estrutura. Estes podem ser mudanças de cor - Produzido pelo

efeito de cloretos, vários aditivos ou agentes desmoldantes e eflorescências - Produzido por

vários sais solúveis que podem estar contidos na água de mistura ou cura e que cristalizam na

superfície do concreto.

Ressalta-se que todos os edifícios que têm fissuras produzem insegurança e preocupação

para os usuários. São as fissuras ou rachaduras que mostram diferentes configurações: vertical,

inclinado ou horizontal. Podem ser estáticas (mortas), que não mudam com o tempo ou

dinâmicas (vivas) que mudam as características permanentemente, conforme Figura 1.

Figura1– Fissuras em concreto armado

Fonte: Santos (2019, p. 40)

As falhas na fundação causam danos no edifício que se manifestam com o aparecimento

de lesões visíveis a olho nu (assentos, deslocamentos horizontais e giros). As principais causas,

que serão desenvolvidas a seguir, são erros de projeto, defeitos na execução, falta de qualidade

e durabilidade dos materiais, variações nas hipóteses do projeto ou condições ambientais,

fundações em terrenos instáveis ou declínios generalizados (SANCHES, 2013).

A mecânica dos solos também pode influenciar nas patologias do concreto armado. Isto

porque a falta de informação ou má interpretação dos resultados de EG pode levar a conclusões

errôneas sobre características do solo, a ignorância de possíveis circunstâncias negativas

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(existência de falsa empresa, heterogeneidade, terra agressivo) ou riscos especiais geotécnicos

presentes (argilas expansivas, solos colapsáveis, recheios antrópicos, solos moles, etc.)

portanto, um desenho incorreto da fundação ou uma má escolha do nível da fundação

(REBELLO, 2018).

Para projetar adequadamente uma fundação, é necessário ter um conhecimento do solo

que permita, com as características do edifício e do ambiente, escolher o sistema mais

conveniente em cada caso. Para fazer isso, um Estudo Geotécnico (EG) completo deve ser

realizado no próprio local, mesmo que haja informação disponível sobre o terreno adjacente,

pois pode haver variações significativas em relação ao próprio edifício (MILITITSKY,

CONSOLI e SCHAID, 2015). Os resultados do EG também devem ser interpretados

corretamente. Erros do projeto são erros na concepção, projeto ou cálculo do projeto que, por

serem previsíveis, se o risco de causar danos é levado em conta é minimizado.

Os erros são raros, mas não inexistentes, podendo ocorrer a qualquer momento durante

o processo, tanto no estabelecimento dos dados iniciais do problema como no próprio cálculo

ou na interpretação dos resultados (NEVES, 2010). Estes erros podem ocorrer na avaliação das

ações ou no estabelecimento de hipóteses de carga, na estimação das características geotécnicas

do terreno, na predição de entradas ou inadequação dos pressupostos assumidos no cálculo com

a realidade, na estimação das ações sobre as fundações e o cálculo dos esforços, na estimativa

da capacidade de carga, nas dimensões da fundação e / ou escolha das fundações, na definição

de soluções construtivas e na estimativa da influência dos elementos das fundações do próprio

edifício e do edifício com os adjacentes (GOMES, 2018).

A quantidade de fissuras que podem ocorrer é muito grande. Todos têm as causas, as

origens e especialmente todas são produzidas por alguma força especial. Interpretá-los é uma

leitura necessária para conhecer o comportamento de todo o edifício. Em geral, e especialmente

em edifícios leves, as fissuras são causadas pelos movimentos do solo. Esses movimentos

produzem patologias que podem ser classificadas como diretos e indiretos (CARDOSO e

GASPAR, 2018).

Os movimentos diretos são produzidos nos elementos de suporte dos edifícios, nas

fundações. Não são observados porque são subterrâneos. E os movimentos indiretos ocorrem

nas paredes ou elementos estruturais do edifício e são causados pelos movimentos do solo -

sistema de fundação. Lesões retas nas fundações são muito raras. Se o piso não falhar, as bases

suportam as cargas com folga, pois são dimensionadas de forma conservadora. Mas se o solo é

instável e se move, o sistema de piso cimento edifício mostra uma série de situações que causam

lesões e falhas nos elementos de construção.

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Por flexão, de ruptura dúctil, este é o caso de uma base, mas devido a deformações

excessivas do aço, o concreto racha além dos limites estabelecidos. Pode até entrar em ruptura

de maneira dúctil, quando o aço entra no período de fluência. Por flexão, pelo esgotamento do

concreto é apresentado em bases sobrescritas, com fortes quantidades de aço. É o concreto que

falha no topo e é uma falha repentina com poucas deformações anteriores (REBELLO, 2018).

Exemplificando, a patologia por corte em geral, é apresentado em bases retangular, onde

o diâmetro do cone de punção é superior ao lado menor da base. Nestes casos, é o corte

que produz rachaduras ou quebra. Em bases esguias de baixa altura, o cone de ruptura é

formado e produz o efeito de perfuração. Outra patologia é um fracasso devido a deficiências

entre a adesão do aço ao concreto. As fundações têm cargas reativas muito fortes que causam

grandes acelerações nos momentos fletores e as aderências entre o concreto e o aço são mais

demandadas. (CARDOSO e GASPAR, 2018).

2 RESULTADOS

2.1 Sintomatologia para identificação das patologias

Outra forma de identificar as patologias é por meio da sintomatologia, que é o conjunto

de sintomas que uma estrutura pode apresentar e que pode ser indicativo de uma falha, tanto

em sua segurança quanto em sua durabilidade. Estruturas de concreto armado podem apresentar

muitas categorias de problemas, muitas vezes excedendo os limites simples de falhas resistentes

(SILVA e MONTEIRO, 2016). Fenômenos como a corrosão ou degradação química pode ser

ainda mais perigoso e difícil de reparar uma falha na armadura, o que geralmente é que parece

mais grave (ANDADE, 2017).

Assim, os controles de fissuração são produzidos por secagem superficial do concreto

em um estado plástico. Principais causas Ar seco e / ou luz solar. Aparecem nas primeiras horas

de concretagem e geralmente formando grupos. Os ninhos de crack são às vezes formados ao

redor de áreas com concentrações pontuais de cimento (SOUZA e RIPPER, 1998). E em geral

as fissuras afogadas não têm importância estrutural, e só devem ser consideradas se puderem

facilitar a corrosão do reforço ou devido a problemas estéticos. O concreto para estabelecer

diminuições no volume. Se a estrutura tiver sua diminuição de dimensões álibi, ela poderá ser

quebrada. Movimento coarted: ele pode rachar a estrutura romperá a área mais fraca

(ANDADE, 2017).

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Quando diante de uma forma de patologia no concreto armado, o avaliador deve seguir

alguns passos básicos para identificar e estabelecer as formas de intervenção se for possível,

conforme o fluxograma propôs para a resolução e investigação das patologias existentes no

concreto armado; Figura 2.

Figura 2 – Processo para identificação das patologias em concreto armado

Fonte: Elaborado pelo Autor (2020), com base em Paiva (2011), Andrade (2017), El Debis e Takeia (2009) e

Milititsky, Consoli e Schaid (2015).

Não vale a pena que o desenho e a escolha dos materiais que constituem o concreto seja

os mais indicados se depois no processo de execução o máximo cuidado não for colocado

(PINHEIRO, 2018).

Às vezes é muito difícil distinguir a origem da retração ou efeitos térmicos (ROCHA e

OLIVEIRA, 2017). Eles são regulares, com largura praticamente constante e geralmente se

estabilizam muito rapidamente, então quando o técnico intervém, eles geralmente estão mortos.

As características são: sua forma depende da montagem do elemento, altas quantidades fissuras

e juntas finas, quantidades baixas fissuras grossas e separadas, eles não costumam ter risco

estrutural, mas durabilidade. Quanto às soluções encontra-se: junções de retração especialmente

em grandes elementos de superfície, como paredes ou pavimentos, armadura de pele em

elementos lineares, para o reparo de uma estrutura danificada pode-se recorrer a técnicas de

cicatrização das fissuras se forem finas, ou à injeção com resina epóxi se forem espessas.

Definição da Conduta

Definição da Conduta

Definição da Conduta

Diagnóstico

Subsídio

Subsídio

Subsídio

Problema

Vistoria do local

Diagnóstico

Ensaios em Laboratório

Diagnóstico

Alternativas de intervenção

Decisão de terapia

Resolução do problema

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Neste contexto, a dormência é o efeito oposto à retração. Assim como o concreto que se

fixa no ar diminui em volume (retração), o concreto que forja submerso na água aumenta em

volume (dormência). Os efeitos são semelhantes, mas opostos aos da retração, mas, na prática

as patologias devidas à dormência são quase inexistentes (SANCHES, 2013). Gorduras de calor

podem ser produzidos pelo gradiente de temperatura produzido no concreto devido à sua baixa

condutividade. Solução: uma boa cura. Outros efeitos térmicos são fortes variações de

temperatura, aponte fontes de calor, como chaminés ou caldeiras, impulsos produzidos pelo

congelamento de água, etc., e sua sintomatologia é muito semelhante à da retração, que às vezes

é muito difícil de distinguir (ROCHA e OLIVEIRA, 2017).

Nos estudos conduzidos por Alves, Pereira e Araújo (2019), pode-se identificar uma

maior incidência de patologias do tipo de exposição de armadura, seguidos de infiltração ou

humidade, fissuras e trincas e deterioração do concreto.

O gráfico desenvolvido pelo estudo para demonstra a incidência destes tipos de

patologias encontradas nas obras, conforme Figura 3.

Figura 3 – Incidência de manifestações patológicas em concreto armado

Fonte: Alves, Pereira e Araújo (2018)

Como se vê, a deterioração e degradação do concreto aparece com a maior incidência,

e embora as fissuras sejam aquelas que possuem a menor incidência são aquelas que causam o

maior alarme e geralmente correspondem às patologias mais graves, pois indicam que o

concreto está atingindo ou ultrapassou sua capacidade resistente. No entanto, o craqueamento

não é em si uma indicação alarmante. Tipicamente, os elementos de serviço de estado e de facto

o estudo de deformação flectida partes de concreto tem dois estados que diferem entre si em

que a peça se desloca desde um primeiro estado, sem rachaduras um segundo estado fissurado,

sem implicar problemas patológicos (CARDOSO e GASPAR, 2018).

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Por essa razão, é conveniente estudar a evolução do craqueamento de uma peça de

concreto para verificar se ela corresponde ou não a uma situação de alarme. No que se segue,

pode-se dar um critério puramente indicativo, mas é importante notar que o mesmo tipo de

rachaduras podem ser produzidos por diferentes causas e também rachaduras raramente se

comportam como dizem os livros, já que muitas vezes há outros fatores que distorcem

resultados como em quase toda a experiência e o olho clínico são essenciais para um diagnóstico

correto. Apesar disso, um pequeno estudo do comportamento normal dos diferentes pedaços de

concreto diante de demandas excessivas é conveniente, pois sempre dará algumas diretrizes

(SILVA e MONTEIRO, 2016).

Eles ocorrem principalmente em pilares. São especialmente perigosos devido à sua

evolução, geralmente rápida e devido à importância destes elementos estruturais. Muitas vezes

é muito difícil identificá-los. Compensação de compressão de estribos, corte de curvatura de

compressão (EL DEBIS e TAKEIA, 2009). Ainda, as fissuras de torção se parecem com o

estresse de cisalhamento, portanto, podem confundir-se com eles. O critério principal é

distinguir no caso de fendas de cisalhamento se são inclinadas no mesmo sentido sobre as duas

faces opostas ao passo que torção estão inclinadas em direções opostas (SILVA e MONTEIRO,

2016).

As más disposições da armadura podem dar origem a patologias extremamente graves.

Existem vários casos em que o deslocamento acidental da armadura no local, muitas vezes por

simples pisoteio provoca redução borda utilizável e, assim, reduzindo drasticamente a

capacidade de resistência da parte mostrada. Outros casos que podem ser muito sérios são

aqueles produzidos pela mudança de cercas em pilares que podem levar ao colapso através de

reforços comprimidos. (GOMES, 2018).

Quando o aço corroído aumenta em volume em uma proporção de 10 vezes

aproximadamente, ele age como uma cunha interna que faz a cobertura de concreto pular.

Logicamente, esse efeito ocorrerá ao longo dos reforços e, normalmente, essas rachaduras

manchadas de ferrugem aparecerão, portanto, essa patologia é muito fácil de detectar (SOUZA

e RIPPER, 1998). As primeiras armaduras a corroer são as da armadura principal e em estágio

avançado as cercas. É neste momento em que a patologia começa a ser perigosa em pilares,

uma vez que eles podem resistir à armadura principal (EL DEBIS e TAKEIA, 2009).

Em geral, as patologias para a corrosão não são urgentes, no sentido de que um ataque

muito severo é necessário para que a perda de seção do reforço se torne perigosa. Geralmente

o reparo pode ser feito com calma e depois de um estudo completo para detectar as causas. No

entanto, é conveniente lembrar que essa patologia não se fixa e que se deve agir

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necessariamente, mesmo sem pressa. É melhor evitar esse problema usando concreto compacto,

com revestimentos e cimentos adequados com alto teor de calcário, se o ambiente for agressivo.

Uma vez que a patologia é produzida, o concreto danificado deve ser higienizado e reconstruído

com um concreto ou argamassa adequado, protegendo a superfície com um produto especial

(EL DEBIS e TAKEIA, 2009).

2.2 Manifestações patológicas em concreto armado

Vale lembrar que o concreto é um material básico com PH ≈ 13, portanto, pode ser

atacado por ácidos com PH <7: soluções concentradas de ácido sulfúrico, nítrico, clorídrico,

hidro fluorídrico etc. Isto porque as águas ácidas vêm de correntes contaminadas por indústrias,

também tem que considerar o esgoto as águas de esgotos ou poços negros. O ataque ocorre se

sob a ação bacteriana, o gás sulfídrico, dissolvido na água, é transformado em ácido sulfúrico.

É a mais comum de todas as patologias, pois qualquer dano ao concreto, individualmente ou

em conjunto, pode causar corrosão no aço.

O efeito produzido pela corrosão no concreto armado é a perda de resistência mecânica

do aço e a quebra do concreto pela expansão do óxido. Para minimizar o risco de corrosão,

recomenda-se uso de revestimento adequado de aço concreto compactado por vibração, e

dosagem adequada de concreto (CARDOSO e GASPAR, 2018).

Já os solos franco-arenosos, ao contrário das argilas, são estáveis contra variações de

umidade. O único cuidado é que, por serem solos não coesos e soltos, as correntes subterrâneas

os arrastam, provocando a erosão, mesmo sob as fundações. Os solos totalmente granulares não

apresentam assentamentos lentos em função do tempo, já que a liquidação é instantânea quando

a carga é aplicada e o nível do lençol freático não é importante. Os grãos, ao contrário das

argilas, estão em contato uns com os outros e podem conter água nos espaços vazios (NEVES,

2010).

A lavagem do solo é causada por uma das seguintes situações: terrenos com encostas -

a erosão pode ser produzida na parte superior do terreno e gerar canais subterrâneos onde as

partículas finas são lavadas. Além de perdas de tubulações de água-os canos de água potável

estão sob pressão, qualquer perda provoca a lavagem instantânea do solo ao redor.

Também existem as rupturas de tubulações de esgoto, com a combinação mais

desfavorável que pode ocorrer em solos siltosos, é a perda de um cano de água e a quebra de

um duto pluvial ou esgoto. Estes, por agirem por gravidade, permitem, em caso de quebra, a

entrada de líquidos que arrastam finas partículas de solo (RODRIGUES, 2017). As principais

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manifestações que são encontradas em concreto armado e, também, as suas mais prováveis

causas para prosseguir na investigação encontram-se a baixo, conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Principais manifestações patológicas e suas causas

Manifestação patológica Causa

Ferrugem

Desplacamento do cobrimento

Manchas de corrosão

Fissuras no concreto

Agentes agressivos (CO2, sulfatos)

Ninhos de concretagem Elevada altura de lançamento do

concreto

Excesso de armadura

Adensamento inadequado

Trabalhabilidade inadequada

Fissuras

Trincas

Sobrecarga

Carência de armadura

Problemas de fundação

Retração

Eflorescência |Porosidade excessiva

Presença de água em abundância

Cal livre presente no cimento

Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) com base em Cardoso e Gaspar (2018); Sanches (2013) e Souza e Ripper

(1998).

Todas estas patologias anteriormente descritas têm origens diferentes; um se deve à

interação de esforços entre o piso e as cargas do edifício e o outro é devido à deterioração do

concreto e à corrosão dos reforços. E pode ocorrerem por diversas razões. Quanto a patologia

por flexão, do tipo quebradiça, é uma pausa instantânea, sem aviso e, portanto, perigosa. O

reforço da base está abaixo da regulação mínima e quando o concreto passa do Estado I (sem

rachaduras) para o Estado II (fissurado), os esforços de tração do concreto são transferidos para

o aço, não tem capacidade para suportar. É uma quebra idêntica à das bases desarmadas

(GOMES, 2018).

Em algumas construções o concreto das bases pode ser de menor qualidade que o

restante da estrutura. Geralmente isso se deve ao processamento inicial deficiente e o outro

devido à deterioração em um ambiente agressivo. Isso pode ocorrer por má qualidade inicial do

concreto. Algumas das razões para a má qualidade do concreto das fundações são falta de

controle e inspeção durante a concretagem, escavações mal inclinadas com deslizamentos de

terra que se misturam com a massa do concreto, presença de água por lençóis freáticos muito

altos, dificuldades para a transferência e localização do concreto em determinadas

profundidades, deterioração por meios agressivos (CARDOSO e GASPAR, 2018).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O concreto armado que sofre ações físicas estará sujeito a desgaste da superfície que

pode levar a uma quebra ou perda de integridade. Este fenômeno se manifesta de diversas

maneiras. A fim de evitar os efeitos deste ataque, é fundamental que na fase de projeto sejam

conhecidas as condições, tanto de serviço como ambientais, às quais o concreto será submetido.

Já que dependendo deles terá que escolher o tipo de cimento, agregados, granulometria,

relação A / C (aço e concreto), grau de consolidação, cura e proteção que o concreto terá. Mas,

infelizmente o concreto que é feito não é ideal para o ambiente onde ele vai desenvolver sua

função, sendo, portanto, esgotado desde o nascimento.

É o desgaste de uma superfície produzida por fricção ou atrito causado por fenômenos

como tráfego de veículos, ou tráfego de pedestres em pavimentos, ou o impacto, ou

escorregamento de materiais de escorregamentos. Esse desgaste também pode ser produzido

pela ação de partículas pesadas na água que circula em alta velocidade, como é o caso de pilhas

de pontes, reservatórios, barragens e outras obras hidráulicas etc.

Os processos de construção devem ser mantidos, tanto quanto possível, dentro das

margens e especificações que foram ditadas na fase de planejamento e determinação do projeto.

Embora devido à grande variedade de sistemas de construção para estruturas de concreto,

reforçadas ou protendidas, o cuidado específico e a necessidade de experiência prévia e controle

de qualidade ocupam um lugar central ao tomar precauções para alcançar a qualidade

especificada.

É preciso compreender em qual contexto o concreto armado com a patologia está

inserido. Por exemplo, não projetar ou verificar se a piscina esta cheia tem defeitos e

deformações previamente ou se é estável e está em boas condições para executar o processo de

esvaziamento são algumas das situações que surgem no local e que eles podem ser evitados

com muita facilidade. Uma simples inspeção desses elementos antes de realizar o esvaziamento

é a solução mais apropriada neste caso. Da mesma forma, após o esvaziamento, o tempo

apropriado deve ser tomado para desmontá-lo de tal forma que não seja executado de forma

inadequada ou prematura.

Há também desvantagens de dimensionar a estrutura quando as tolerâncias fornecidas

no projeto não foram respeitadas. Isto causa sérios problemas de estabilidade devido à mudança

na geometria do elemento, ou mudanças em sua inércia, que afetam o comportamento da

estrutura devido à mudança no centro de massa que foi dado ao elemento.

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Desta forma, este trabalho procurou identificar as principais patologias em concreto

armado, assim como suas causas, através de análises técnicas no intuito de evidenciar situações,

as quais podem ser evitadas, na busca de obter estruturas saudáveis para atender à sustentação

das edificações e resistentes às condições físicas, as quais estão expostas. Isto posto, esta

combinação vem corroborar com o conceito de durabilidade das estruturas e a vida útil do

projeto.

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