patologias

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TECNOLOGIA DA EDIFICAÇÃO PROFESSOR ANDERSON CLARO PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES ACADÊMICAS: BRUNA MAIDEL FRANCIELLE ALMEIDA JULIA LIDANI SANDRA REGINA FLACH Florianópolis, junho de 2009.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

TECNOLOGIA DA EDIFICAÇÃO

PROFESSOR ANDERSON CLARO

PATOLOGIAS DAS

EDIFICAÇÕESACADÊMICAS: BRUNA MAIDEL

FRANCIELLE ALMEIDA

JULIA LIDANI

SANDRA REGINA FLACH

Florianópolis, junho de 2009.

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Introdução

Definindo Patologia: É todas as manifestações cuja ocorrência no ciclo de vida

da edificação, venha prejudicar o desempenho esperado do edifício e suas

partes (subsistemas, elementos e componentes). Assim a patologia pode

ocorrer na estrutura, na vedação, nos componentes de abastecimento (dutos

elétricos, hidráulicos).

Então a patologia estuda: Manifestação, mecanismo de ocorrência, causa,

natureza, origens e conseqüências.

Assim se busca peças que tenha durabilidade (aumentando o custo-benefício

do produto usado): produto com vida útil a cima do esperado, mas com a

manutenção recomendada pelo fabricante. Assim para se ter durabilidade

alguns fatores são relevantes:

• à durabilidade dos materiais e componentes utilizados;

• às condições de exposição a que está submetido (ao entorno);

• às condições de uso;

• às ações de manutenção realizadas.

A utilização da estrutura estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à

ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos,

assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer

dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em

reservatórios, canais, tanques.

A utilização da estrutura estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à

ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos,

assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer

dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em

reservatórios, canais, tanques.

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Causas de Patologia

• Mau projeto;

• Erro de execução;

• Uso inadequado (usado para fins diferentes dos calculados em

projeto);

• Falta de manutenção.

Agentes causadores

• Mecânicos: Abalos sísmicos, alterações no terreno, sobrecarga

na estrutura.

• Químicos: Ação do sal do mar, poluição do ar, água na estrutura,

variação de temperatura, umidade relativa do ar,radiação solar

incidente, chuva.

• Biológicos:Fungos, bactérias, fungos.

• Físicos (do material): escolha errada, incorreto dimensionamento.

Como detectar problemas patológicos

Etapa de levantamento de subsídios

• Vistoria do local;

• Determinação da existência e da gravidade do problema

patológico;

• Caracterização do “objeto” sujeito à manifestação patológica;

• Definição e comparação com o desempenho esperado;

• Definição de medidas de segurança;

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Investigação com pessoas envolvidas (processo produção, vizinhos, usuários);

• Exames complementares;

• Ensaios laboratoriais;

• Ensaios no local (destrutivos ou não).

Pesquisa

• Bibliográfica, tecnológica ou científica.

• Geração de hipóteses efetivas que visam esclarecer as origens,

causas e mecanismos de ocorrência que estejam promovendo

uma queda, de desempenho de um dado elemento, componente

ou subsistema;

• Necessidade ou não de intervir no problema patológico;

• Alternativas de intervenção e definição da terapia a ser indicada.

Através do prognóstico levantam-se as alternativas de

intervenção, que são escolhidas;

• Grau de incerteza sobre os efeitos.

*As patologias geralmente apresentam manifestações externas

características.*

PATOLOGIAS NO CONCRETO

Mau projeto

Os causadores de patologia em um mau projeto são normalmente o uso

inadequado

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Dos materiais para o lugar ou para a função, como por exemplo a

utilização de madeira em um terreno de grande umidade, causando o

apodrecimento do material.

Existe ainda o uso do material em lugar inadequado, ou seja sem o

raciocínio correto das possíveis intempéries que podem levar o material a se

deteriorar antes de seu prazo natural, exemplo: uma parede de tijolos

diretamente exposta ao sol durante um grande período do ano sem tecnologia

para suportar essa característica.

Não se deve esquecer ainda dos erros de desenho, que acabam por

confundir os executores, muitas vezes pela falta de informações, ou ate mesmo

por especificações erradas em plantas, como exemplo disso esta a

impermeabilização incorreta de lajes de cobertura que resultam em absorção

de água pela estrutura.

Execução Má impermeabilização: ocorre mais tarde a infiltração de água da chuva

ou outros elementos que acabam por reduzir a resistência do concreto. Se

forem tomadas algumas providencias no inicio do processo de degradação

ainda é possível inverter a situação, o que se deve fazer é secar o concreto

afetado e passar mais uma camada de impermeabilizante.

Concreto permeável (muita areia)- Pouca pega (liga): Se o concreto não

estiver em sua composição correta, o concreto pode, por exemplo, esfarelar no

uso de muita areia. Nestes casos a medida a se tomar é trocar todo o concreto

já que não existe medida de inversão na composição do concreto, essa medida

de segurança é de extrema importância já que o concreto de baixa pega se

esfarela e em pouco tempo não tem mais resistência e rompe. Podendo causar

risco a vida dos usuários.

Pouco cobrimento de armaduras: essa patologia pode acontecer

devido a vários problemas do concreto, porem se ocorrer descascamento ate a

armadura a possibilidade do ferro enferrujar ou receber alguma outra patologia

é muito grande. Alem disso a redução da área de atuação do concreto pode

prejudicar a resistência dos sistemas sustentados. A ação correta a ser

adotada é repor com alguma argamassa a parte corroída do concreto, porem

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sabe-se que dificilmente esta reposição atendera ao requisito de sustentação

da parte retira.

Recalque das fundações: em alguns casos a fundação pode ter sido

feita em um terreno de pouca resistência, de areia ou argila por exemplo,

causando danos em toda a estrutura do prédio, já que um rebaixamento na

sustentação do prédio causa uma serie de danos, como rachaduras nas juntas

de vigas e pilares e também trincas de vedações. Existem alguns possíveis

métodos de solucionar esse problema inferior mas eles demandam uma grande

quantidade de trabalho em manutenção e também custo, como é o caso da

injeção de água congelada para fixar os pilares, contudo a inversão nas

estruturas já prejudicadas é inviável, o que se pode nesse caso fazer é tentar

esconder as rachaduras superficiais com revestimentos em argamassa ou

outros materiais.

Flechas excessivas das peças estruturais: quando existem fissuras

visíveis em pecas estruturais, como vigas e pilares, causados por vibrações no

terreno, na estrutura ou ainda outros fatores de excussão ou dimensionamento

de estruturas, nesse caso dependendo das causas e da dimensão da fissura

(flecha), o edifício não corre riscos, contudo ainda assim merecem atenção e

controle permanente por parte da manutenção.

Rigidez Inadequada: Ocorre em situações onde o material

utilizado não consegue chegar a parâmetros mínimos de desempenho a rigidez

das estruturas, como é o caso do edifício Palace 2 que utilizou Areia

salinificada, ocorrendo uma expansão da mesma na presença de água, com

isso deixando o concreto com pouca resistência a compressão e suscetível a

rompimentos. Aqui, a inversão do processo também é dificultosa, visto que não

se pode modificar a composição química dos agentes estruturais do edifício, a

não ser pela sua completa substituição.

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Edifício Palace 2, construído pela empresa do deputado Sérgio Naya, que desabou em 1998

por ter sido construído com areia de praia.

Uso de material inadequado

Esse erro pode acontecer tanto na fase de projetação ou ainda de

execução, como o material adequado a função não foi utilizado a estrutura não

consegue ser eficaz, sendo necessário a sua substituição para a correção da

patologia.

Manutenção O que se pode colocar aqui é que todos os materiais tem um período de

utilidade, assim, se deixar-se de fazer a correta manutenção e utilização dos

mesmos, e ainda não se utilizar as corretas cargas dimensionadas na estrutura

os erros de utilização e manutenção, podem sobrecarregar as estruturas,

diminuir a sua resistência, e certamente deixarão o edifício com um aspecto de

velho e mal cuidado, visto que as patologias normalmente são visíveis ou

deixam alguns sinais de seu aparecimento. Porem, o descaso com a

manutenção do ambiente construído é um fator constante em nossas cidades,

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assim deixando-as com uma aparência indesejada aos olhos humanos.

Infiltração: o edifício tem material de baixa resistência e então que o

revestimento (inadequação da argamassa de revestimento) com a presença de

água aumente o volume e provoque tensões inadequadas que fazem-na cair.

(ARGAMASSA)

Corrosão de armadura: Fenômeno de natureza eletroquímica, que acelera na

presença de agentes internos ou externos do concreto. (ex: Íons de Cloreto- do

mar, afetam a película protetora da armadura-- diminui a alcalinidade do

concreto, afetam na carbonatação do concreto, esse que depende de como o

concreto foi lançado, adensado e curado, bem como a condição do ambiente e

sua umidade), se o grau de corrosão das armaduras e superior a 13% existe

perda da ductibilidade do material

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FAU- USP, imagens internas do Edifício e da imensa cobertura onde as infiltrações pingam,

formando estalactites no teto, e manchas horrorosas no piso. Essas infiltrações são causadas

pela má conservação do prédio, assim os materiais tiveram seu desempenho durante seu

período de uso, e após, necessitavam de uma manutenção que possivelmente impedisse a

infiltração de água na estrutura. Contudo, com a sua não execução o problema se agravou e

agora possivelmente a ação mais adequada seja substituir os materiais afetados, já que

reverter tal situação torna-se impossível.

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Principais elementos da construção onde cada patologia ocorre:

Infiltração: Impermeabilização de lajes teto de garagem e de reservatório de água;

Paredes que não conseguem resistir a deformação das estruturas;

Fissuras longitudinais em pilares( pela corrosão da armadura);

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Maneiras de determinar quando o concreto não esta adequado na sua fase de

preparação(Mole):

• Agregados separados dos segregados, e da massa do concreto;

• Em uma linha horizontal o concreto na fica parelho naturalmente;

• Borbulhamento de água e acumulo de água próximo a superfície das

estacas (exsudação).

Fase de Endurecimento:

• No topo se tem agregado de baixa resistência, com pouco agregado

grosso (segregação);

• Na superfície do corpo de teste se observa grande numero de poros;

• Caminhos laterais (provavelmente p a subida de água no concreto mole)

(efeito parede- o agregado grosso não fica nas superfícies- formando

nas laterais que cobrem a ferragem uma argamassa de baixa resistência

e porosa).

Excesso de fator agregante:

A causa vital do problema é o excesso de água no traço do concreto,

sendo viável apenas p fins de manuseio, mas não para a curva granulométrica,

agregação e densidade do concreto.

Má qualidade do concreto:

Por que os fabricantes deixam? Pois a norma tolera o concreto de baixa

qualidade então a tecnologia colocada sobre o concreto não tem tão grande

valor de melhoramento. Com isso o Brasil tem uma grande defasagem na

tecnologia do concreto em relação à Europa.

Fase de uso:

A baixa aderência do concreto (descasque) se da principalmente em

áreas de grande abrasão, causadas pelo trafico intenso de veículos, Como

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garagens, em se nota a consumição do concreto, isso se da devido ao uso de

proporções incorretas dos elementos no traço do concreto,

As principais causas são exsudação no concreto, onde parte da água

utilizada na mistura migra para a superfície- implicando nesta região elevado

fator água/cimento e, conseqüentemente, menor resistência à abrasão, baixo

teor de cimento, areia contaminada com matéria orgânica que inibe a

hidratação do cimento, excesso de água de amassamento, falta de cura,

aplicação do concreto vencido, excesso de desempeno (falta de prumagem),

aplicação do concreto sobre base absorvente ou ressecada, água de

amassamento contaminada inibindo as reações do cimento e excesso de

vibração.

E para se evitar que o problema continue a causar transtornos basta que

se sigam as instruções de correto uso, como preparação da superfície, que

deve estar limpa e regularizada, não pode estar muito quente, de preferência

levemente umedecida e deve ser uma base sólida e firme; correta preparação

do concreto, sem uso de cimento de baixa aderência ou agregados com alto

teor de dejetos orgânicos (hidratam o concreto em excesso).

Foram colhidas uma serie de pesquisas que demonstram quais são as

principais causas de Patologias na Construção Civil, contudo, elas variam

significativamente de acordo com o local em analise. Desta maneira a pesquisa

feita na França detecta como principal causador de Patologias o mau Projeto,

que resulta em malefícios ao edifício quando ele já tem algum tempo de uso( a

partir de quatro anos), já em João Pessoa- PA, a principal causa acontece na

fase de execução do projeto, que muitas vezes não recebe o tratamento

adequado a cada situação ou que ainda não se respeita o tempo necessário

para a secagem, ou cura, dos materiais. Ainda se encontra uma pesquisa de

caráter mais genérico que faz uma media de todas as ocorrências mais

freqüentes no Brasil, chegando a resultados próximos dos encontrados nos

edifícios de João Pessoa. Contudo, esses dados são apenas estatísticos,

assim não podendo ser levados com certezas absolutas, já que os edifícios

analisados podem ser apenas de uma determinada classe social, ou ainda

levar em consideração padrões diferentes entre si.

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Manifestações patológicas

(empreendimentos acima US$200.000,00)

França (1992-1995)

1) Principais responsáveis

• Construtoras: 50% direta e 35% indiretamente (as construtoras fazem

projeto)

• Projetistas: 46%

• Empreendedor: 18%

• Fabricantes de materiais: 13%

2) Época em que ocorrem

• 5% durante a obra

• 22% no primeiro ano

• 59% até o quarto ano

3) Principais manifestações

• 22% no revestimento exterior

• (46% na cerâmica)

• 18% na estrutura (43% em lajes sobre aterro)

• 15% nas fachadas (dos quais 22% em isolantes e outros 22% em

fachadas cortinas)

4) Origem da disfunção que levou ao aparecimento da patologia

• Projeto: 55%

• Execução: 31%

• Materiais: 11%

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Análise feita em edifícios com patologias aparentes em edifícios de João

Pessoa- PA.

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Principais Patologias do Concreto

Corrosão do concreto

Pode-se definir corrosão como a interação destrutiva de um material

com o ambiente, seja por reação química, ou eletroquímica. Basicamente, são

dois os processos principais de corrosão que podem sofrer as armaduras de

aço para concreto armado: a oxidação e a corrosão propriamente dita.

Por oxidação entende-se o ataque provocado por uma reação gás-metal,

com formação de uma película de óxido. Este tipo de corrosão é extremamente

lento à temperatura ambiente e não provoca deterioração substancial das

superfícies metálicas, salvo se existirem gases extremamente agressivos na

atmosfera.

Por corrosão entende-se o ataque eletroquímico que ocorre em meio

aquoso. A corrosão acontece quando é formada uma película de eletrólito

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sobre a superfície dos fios ou barras de aço. Esta película é causada pela

presença de umidade no concreto, salvo situações especiais e muito raras, tais

como dentro de estufas ou sob ação de elevadas temperaturas (> 80°C) e em

ambientes de baixa umidade relativa (U.R.< 50%). Este tipo de corrosão é

também responsável pelo ataque que sofrem as armaduras quando ainda

armazenadas no canteiro. É melhor e mais simples preveni-la do que tentar

saná-la depois de iniciado o processo.

Uma das grandes vantagens do concreto armado é que ele pode, por

natureza e desde que bem executado, proteger a armadura da corrosão. Essa

proteção baseia-se no impedimento da formação de células eletroquímicas,

através de proteção física e proteção química.

Assim, apenas se o concreto for de má qualidade e ma

impermeabilização é que o processo de corrosão cria condições de aumento

da taxa de ataque. O fenômeno é relacionado ao fato dos produtos da corrosão

do ferro e do aço terem um volume específico maior do que o próprio aço. O

aumento do volume dos produtos da corrosão causa tensões que podem

resultar na fissura do concreto.

As fissuras do concreto facilitam o acesso do meio corrosivo a aceleram

o processo.

Quando as fissuras atingem a superfície externa do concreto, os produtos da

corrosão podem ser removidos. Mais graves são os ataques em concreto

protendido. Neste caso o processo de corrosão pode levar a perda da

resistência e eventualmente colapso.

Causas: A presença de íons de cloro é uma das principais causas da

corrosão do aço no concreto.

Os íons são provenientes de contaminantes externos ou dissolução de sais,

bem como a maresia pode provocar o excesso de sal no ar e

conseqüentemente a sua penetração no concreto.

Outra causa pouco conhecida de íons que levam o concreto a se romper

é a poluição do ar por meio da contaminação de CO2 de grandes cidades,

assim se acumulado em locais fechados por um determinado período de

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tempo, o gás presente no escapamento dos carros pode prejudica a vida útil do

concreto.

Medidas Preventivas

As tentativas de proteção são em geral dirigidas para os revestimentos

do aço (galvanização, pintura, etc...). Outras medidas preventivas como a

redução da permeabilidade do concreto, o aumento da profundidade de

cobertura de concreto ou a eliminação dos íons de cloro pelo uso de seladores

são aplicáveis. As medidas preventivas tem algum grau de sucesso, mas não

comparável à proteção catódica. A proteção catódica é um

método de combate a corrosão que consiste na transformação da estrutura

para proteger o catodo de uma célula eletroquímica ou eletrolítica, que é de

dificil execussão.

Corrosão de armaduras – É o fenômeno mais típico de estruturas de

concreto expostas à maresia. Trata-se de um processo eletroquímico no qual

há um ânodo e um cátodo. A água presente no concreto serve de eletrólito.

Assim, qualquer diferença de potencial entre pontos pode gerar uma corrente,

iniciando a corrosão. Geralmente o problema manifesta-se pela diminuição da

seção de armadura e fissuração do concreto, mas, eventualmente, podem

surgir manchas avermelhadas produzidas pelos óxidos de ferro. As causas são

variadas, entre as quais destacam-se insuficiência do cobrimento da armadura

ou má qualidade do concreto e presença de cloretos. A partir das tensões

provocadas pelo aumento da corrosão, outros problemas podem surgir.

Primeiramente fissuras, que ocorrem porque os produtos da corrosão ocupam

espaço maior que o aço original. Depois, outras patologias também podem

afetar a estrutura, como as desagregações.

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Flecha no concreto

Existem dois tipos principais de flecha em vigas de concreto, são elas: a

causada por oscilações na estrutura do edifício, na sua fundação; e a causada

pelo excesso de peso na estrutura ou a má qualidade do material utilizado.

Assim, a visibilidade de cada uma dessas fissuras é diferente, porem a medida

de recuperação para isso é o reforço de tal peça estrutural, o que em alguns

casos não é possível, bem refazer o revestimento sobre a rachadura muitas

vezes não esconde a marca de rachadura.

No primeiro caso, o de vibrações, como as de tremores de terra, devem

ser especificadas soluções já no período de projeto das estruturas, já que é

possível prever alguns movimentos de terra em determinadas regiões, porem

se acontecer rebaixamento de parte do terreno por sua baixa resistência, a

dificuldade de prever é maior, porem as normas técnicas determinam que se

calcule fundações com um coeficiente de menor capacidade a compressão do

que o encontrado para o terreno. Com isso se previne grande parte das

possíveis flechas e fissuras em vigas. Contudo, vale lembrar que as estruturas

e também vedações devem, em parte, trabalhar, assim gerando pequenas

fissuras em suas peças. O que determina o grau de risco causado por essa

fissura é o seu tamanho e o seu posicionamento na estrutura. As ocasionadas

na vedação são meras decorrências do movimento das estruturas.

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No segundo caso, o de grandes flechas das vigas, devidas à

deformação lenta (fluência) do concreto na zona comprimida pela flexão. No

início da obra, essa deformação exagerada ainda não aconteceu.

Com o passar do tempo, a flecha da viga do piso vai aumentando até

que as portas sobre as vigas soltem do trilho superior e caiam. Para evitar a

“flecha lenta”, usar armadura de compressão (armadura dupla Sugestão):

• Se for usada uma armadura de compressão igual à armadura de tração, fica

eliminada a deformação lenta. Essa deformação lenta ocorreria no concreto da

zona comprimida pela flexão.

• Limitar a tensão no aço, em serviço, para as cargas permanentes.

Fissuras e desagregações – A NBR 6118 determina valores máximos

para fissuração. Em ambientes onde se enquadram os expostos à maresia, a

abertura das fissuras na superfície de estruturas de concreto armado não deve

passar de 0,3 mm. Já em locais com respingos de maré (CAA IV) a abertura

máxima aceitável é de 0,2 mm. Associada à fissuração está a desagregação,

que é a própria separação física de placas de concreto armado não deve

passar de 0,3 mm.

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Já em locais com respingos de maré (CAA IV) a abertura máxima

aceitável é de 0,2 mm. Associada à fissuração está a desagregação, que é a

própria separação física de placas de concreto. A conseqüência principal é a

perda da capacidade de resistência aos esforços solicitados.

Fungos e excesso de água

Esses problemas acontecem devido à má impermeabilização da

estrutura, rompimentos de tubulações hidráulicas, ou uso de materiais

inadequados em áreas de grande umidade, pouca ventilação ou falta de sol.

Dessa maneira a umidificação do concreto e mais tarde o aparecimento de

fungos pode vir a ocasionar o rompimento do material, com sua perda de

capacidade resistiva. Se a infiltração for descoberta em sua fase inicial é

possível reverter a situação, por meio da secagem do material e refazendo sua

impermeabilização. Como essa patologia causa incômodos e desconforto aos

usuários, podendo ate chegar a causar doenças ao homem. Assim, ela

normalmente é combatida e solucionada assim que visível.

As características dessa doença tem semelhança com as ocasionadas

pelo mesmo motivo em outros materiais, como madeira e tijolo.

Carbonatação – Com o tempo, a alta alcalinidade nas superfícies

expostas das estruturas de concreto pode ser reduzida, o que ocorre

principalmente pela ação de gases ácidos, como CO2, o SO2 e o H2S,

encontrados na atmosfera. O processo ocorre lentamente, segundo a reação

principal Ca(OH)2 + C02 →CaCO3 + H20. O pH de precipitação do CaCO3 é

cerca de 9,4 (em temperatura ambiente), o que altera as condições de

estabilidade química da película passivadora do aço. É, portanto, um fenômeno

ligado à permeabilidade aos gases e, por isso, demanda cuidado quanto à

composição do concreto.

Expansão – Na fabricação do cimento, o gesso utilizado reage com

parte do aluminato tricálcico formando etringita. Outra parte do aluminato fica

livre para reagir caso, posteriormente, encontre sulfatos, presentes em

agregados e na água do mar, com as quais o concreto vai entrar em contato,

produzindo mais etringita. Como isso ocorre em uma fase em que o concreto já

está endurecido, efeitos patológicos aparecerão na forma de rachaduras,

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fissuras e, posterior desintegração do concreto. Observa-se a formação e

cristalização em um poro do concreto de trissulfoaluminato de cálcio (etringita

expansiva).

Anexos

Vale lembrar que todos os materiais usados na construção civil são

possíveis receptores para problemas patológicos, assim vários materiais aqui

não citados podem causar sérios danos a construção se não mantidos com

uma manutenção periódica, dentre eles estão os materiais elétricos,

hidráulicos, dentre outros.

Classes de agressividade na estrutura de concreto

Em vigor desde março deste ano, a última revisão da NBR 6118:2003,

que determina requisitos de projeto de estruturas de concreto, traz como

principal inovação a introdução de classes de agressividade ambiental (CAA).

Ao todo são quatro níveis, que vão de ambientes menos agressivos para locais

com agressividade muito alta, em uma escala de I a IV. São esses graus de

agressividade que irão determinar, por exemplo, qual a classe de concreto a

ser utilizada, a relação água–cimento adotada, o cobrimento nominal, além de

exigências relativas à fissuração. As estruturas expostas à maresia

enquadram-se nas classes III, de forma indireta, ou IV, quando chegam a

receber respingos de maré.

1. Pode-se admitir um microclima com classe de agressividade um nível mais

brando para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas

ou áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou

ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).

2. Pode-se admitir um nível de agressividade mais branda em: obras em

regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%,

Page 22: patologias

partes da estrutura protegidas de chuvas em ambientes predominantemente

secos ou em regiões onde chove raramente.

3. Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia,

branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes,

indústrias químicas.

PATOLOGIAS DAS CONSTRUÇÕES METÁLICAS

Projetar uma estrutura significa resolver integralmente os seguintes

aspectos: segurança, funcionalidade e durabilidade, todos eles igualmente

prioritários. As falhas ou acidentes estruturais podem ter suas origens em

qualquer uma das atividades inerentes ao processo de construção.

Na construção metálica podem se definir as seguintes etapas: concepção

estrutural (projeto, detalhamento e dimensionamento), fabricação, montagem,

utilização e manutenção.

Pode-se visualizar as falhas como uma conseqüência de ações humanas,

como: a falta de capacitação técnica do pessoal envolvido no processo de

construção, em todas suas etapas, utilização de materiais de baixa qualidade,

de causas naturais ligadas ao envelhecimento dos materiais componentes das

estruturas (por exemplo, corrosão) e de ações externas ambientais.

Nas estruturas metálicas pode-se citar como causas e conseqüências

principais as seguintes:

• Falhas de projeto e de detalhamento, que podem causar danos e

deterioração da estrutura até o comprometimento precoce e alto risco de

colapso da estrutura em serviço.

• Falhas nos processos e detalhes construtivos, podendo originar desde

redução da durabilidade da obra até risco de colapso durante a construção.

Page 23: patologias

• Qualidade ou utilização inadequada dos materiais, originando desde

deterioração precoce até redução na vida útil da estrutura.

• Falhas de manutenção ou ausência de manutenção preventiva, derivando

numa possível degradação acelerada da estrutura, podendo comprometer a

sua segurança.

• Utilização indevida da estrutura, originado danos e redução da vida útil, com

comprometimento da segurança estrutural.

Em cada etapa de uma obra, pode-se verificar a existência de ocorrências

de falhas, porém a etapa de projeto ainda é a maior fonte delas. Em geral, as

falhas no projeto (considerando dentro do projeto: o cálculo, detalhamento, as

plantas executivas e construtivas, e as plantas de montagem) são as principais

responsáveis pelos danos localizados e pela degradação precoce de uma

estrutura.

A falta de um bom detalhamento impede e dificulta a manutenção. Segundo

MESEGUER (1991), a origem das falhas em edificações é distribuída

conforme:

Os dados são valores médios de vários países europeus, e demonstram que é na etapa de

desenvolvimento do projeto onde se geram a maior quantidade de fontes das falhas em

estruturas metálicas.

Page 24: patologias

A estrutura metálica possui uma metodologia construtiva própria e não

ter conhecimento dessa tecnologia implica adotar-se uma solução que pode ser

incompatível com o sistema estrutural. Esse tipo de construção requer

conhecimento das potencialidades e das limitações de todos os sistemas

complementares interligados na obra e, além disso, exige uma grande atenção

no planejamento e na interação de cada uma de suas etapas, desde a

concepção de projeto até a montagem e finalização da obra (Sales, 2001). A

interação do projeto estrutural metálico com os demais projetos é um ponto

extremamente importante, pois a estrutura metálica não se adapta a improvisos

de última hora, o que pode causar uma série de transtornos durante a

construção (Castro, 1999). Nesse sistema construtivo, a compatibilização dos

vários projetos que constituem uma obra civil e a coordenação e o

planejamento interativos das etapas de projeto e execução são fundamentais

para o sucesso final do empreendimento.

A viabilidade das estruturas metálicas no mercado está diretamente

ligada ao sucesso de sua associação com os sistemas de fechamento e à

filosofia adotada nos processos de projeto e de execução dos edifícios. É a

partir do bom casamento dos dois sistemas, fechamentos e estrutura, que pode

se chegar a uma concepção realmente industrializada e eficiente da obra, já

que todas as outras etapas complementares de uma construção devem se

basear e se adaptar a essas etapas.

Os projetos, sua compatibilização, assim como o planejamento dos

processos de concepção e de execução da obra, ganharam importância vital

na nova filosofia construtiva que se delineia no cenário nacional. A visão

sistêmica da construção exige uma abordagem multidisciplinar e integrada de

todos os projetos e etapas constituintes.

Dessa forma, a construção metálica e industrializada pode ser vista

como uma promessa de solução racional e viável para as necessidades da

construção no país, desde que profissionais e mercado se habilitem para a

modernização necessária.

Page 25: patologias

A estrutura metálica, embora seja mais antiga que o concreto, voltou a

ser empregada em maior escala, pela construção civil brasileira, apenas em

meados dos anos 80. Destarte, os investimentos em estruturas metálicas nos

últimos anos revelam um crescimento de mais de 50% na participação do aço

na construção civil entre 1999 e 2004, conforme dados do Centro Brasileiro de

Construção em Aço.

Entretanto, sua utilização continua a ser problemática por vários fatores,

dentre eles destacam-se a produção nacional em escala insuficiente e custos

não competitivos para panos, lajes, paredes internas, vedações e juntas.

Patologias em estruturas de aço

Dentre as diversas patologias que podem afetar uma estrutura de aço, a

mais comum é a corrosão, que se manifesta nos detalhes construtivos e,

principalmente, nas ligações de solda. A corrosão pode ser evitada com um

esquema de pintura adequada, executada para evitar que as demais fases da

obra possam danificá-la.

Nestas estruturas, os detalhes devem ser minuciosamente estudados

para evitar problemas de acesso, acúmulo de sujeira e umidade. Esquemas de

pintura englobam o preparo da superfície, a aplicação de uma tinta de fundo

para aderência das demais camadas, uma camada intermediária responsável

pelo desempenho do sistema e, se for o caso, uma tinta de acabamento

utilizada para proteção e/ou identificação dos esquemas de pintura. A maioria

das patologias em pinturas pode ser relacionada a deficiências no preparo de

superfície. O estado da superfície determina o método de preparo, que pode

ser manual, mecânico ou por jateamento.

Escovamento e lixamento podem ser executados manualmente, com

escovas rotativas ou agulhadeiras. O processo remove o produto de corrosão e

é muito empregado em áreas menores e de difícil acesso, sendo contra-

indicado para preparo de peças novas, por não formar a rugosidade necessária

para adesão da tinta de fundo.

Tal rugosidade é obtida com jateamento abrasivo. O uso de areia nesse

procedimento foi proibido pelo potencial de provocar silicose, doença bonso-

Page 26: patologias

respiratória. Outros abrasivos, como a granalha de aço, esferas de vidro e

hidróxido de alumínio são muito caros para aplicação em campo, onde se

perde material. A alternativa mais viável para o jateamento parece ser a

chamada escória de cobre, rejeito do processo de fundição do cobre.

As patologias mais comuns em estruturas de aço

• Corrosão localizada: causada por deficiência de drenagem das águas pluviais

e deficiências de detalhes construtivos, permitindo o acúmulo de umidade e de

agentes agressivos.

• Corrosão generalizada: causada pela ausência de proteção contra o processo

de corrosão.

• Deformações excessivas: causadas por sobrecargas ou efeitos térmicos não

previstos no projeto original, ou ainda, deficiências na disposição de

travejamentos.

• Flambagem local ou global: causadas pelo uso de modelos estruturais

incorretos para verificação da estabilidade, ou deficiências no enrijecimento

local de chapas, ou efeitos de imperfeições geométricas não consideradas no

projeto e cálculo.

• Fratura e propagação de fraturas: Falhas estas iniciadas por concentração de

tensões, devido a detalhes de projeto inadequados, defeitos de solda, ou

variações de tensão não previstas no projeto.

Definição de possíveis causas

O sistema de manutenção preventiva, atualmente utilizado, corresponde

basicamente em limpeza por lixamento e escovação manual com posterior

aplicação de tinta alquídica de acabamento na estrutura, na cor definida no

caderno de especificações da empresa.

Outro agravante diz respeito as falhas de projeto e/ou de execução com

pintura sobre capa de laminação, áreas de solda não preparadas devidamente,

ou áreas de difícil acesso, para manutenção preventiva.

Page 27: patologias

Apenas o lixamento e aplicação de material não solucionam as

manifestações patológicas existentes, promovendo, assim, o agravando do

problema e gerando custos que num curto espaço de tempo se tornam

maiores, quando comparado com o custo único de uma intervenção correta.

Os produtos químicos, que vem sendo utilizados no sistema de

tratamento das indústrias, se tornam bastantes nocivos às estruturas metálicas,

necessitando da aplicação de um acabamento de proteção que resista por

maior tempo a esse ambiente agressivo, permitindo, futuramente, apenas

manutenções preventivas em tempos mais longos dos que os executados

atualmente.

A manutenção preventiva em estruturas galvanizadas geralmente não se

executa, a não ser que ocorra a oxidação do aço carbono (oxidação vermelha).

Normalmente, o que se verifica, com grande freqüência, é o surgimento de

oxidação branca, proveniente da corrosão natural dos materiais.

Segundo as normas, esse tipo de corrosão não é critério de reprovação,

pois se a peça possuir camada de zinco, não haverá problemas. No processo

de galvanização existe um processo de passivação, que tem a função de evitar

a corrosão branca por um determinado período de tempo. A deterioração da

galvanização, seja por retrabalhos na peça, soldas e remoção da camada de

zinco e outros, causam a corrosão no aço carbono.

A galvanização em áreas de ambiente agressivo somente é plena com a

aplicação de um acabamento sobre a peça ou na utilização de aço resistente a

corrosão, que garantirá a proteção da galvanização ou, na falta desta, terá

maior vida útil. O acompanhamento da estrutura no aparecimento de

patologias, a correta especificação de preparo de superfície e recuperação

contribuirá para a garantia da qualidade da galvanização da peça ao longo do

tempo.

As falhas de projeto, execução ou de fabricação (como manchas e

escamação nas peças) relacionadas com o processo de zincagem, devido ao

pré-tratamento ineficiente, ou limpeza da peça no processo de decapagem ou

na fluxagem (Cloreto Duplo), poderá influir na vida útil da peça se a camada de

zinco não atingir a espessura correta, conforme especificação da NBR 6323.

Page 28: patologias

Análise das patologias

De forma geral, as patologias das estruturas podem ser divididas em três

categorias, conforme destacado abaixo:

Adquiridas: São patologias estruturais provenientes da ação de

elementos externos, como a poluição atmosférica, umidade, gases ou líquidos

corrosivos e vibrações excessivas provocadas pelo uso indevido da estrutura.

Resultam, em geral, de problemas relacionados com a falta de preparo inicial

da estrutura ou com a falta de manutenção. A corrosão é a mais visível.

Transmitidas: Originárias de vícios ou desconhecimento técnico do

pessoal de fabricação ou montagem da estrutura. São, por esse motivo,

transmitidas de obra para obra. É o caso, por exemplo, de soldadores que não

se preocupam em retirar a pintura dos pontos de solda, ignorando que a

carbonização da tinta prejudica a qualidade do serviço. Estão inclusos,

também, os casos de falta de prumo.

Atávicas: São patologias resultantes de má concepção de projeto, erros

de cálculo, escolhas de perfilados ou chapas de espessuras inadequadas ou,

ainda, do uso de tipos de aço com resistência diferente das consideradas no

projeto. Não são fáceis de reparar, costumam exigir reforços, adições,

escoramentos etc.

Patologias provenientes de sais solúveis

Para limpeza de estruturas contaminadas com sais solúveis torna-se

necessário:

• Reduzir o pH da superfície metálica para valores inferiores a 7, de

modo a facilitar a quebra das ligações químicas;

• A limpeza química deve ser feita com produtos passíveis de serem

diluídos em água que, por si só, contém cerca de 600 ppm de cloretos,

neutralizando-os de imediato;

• Impedir a presença de qualquer tipo resíduo na superfície, que interfira

com a adesão das tintas/revestimentos;

Page 29: patologias

• É desejável que, após o hidrojateamento com areia, se faça outro

hidrojateamento, com produto químico removedor de sais específico,

utilizando energia mecânica superior a 20 MPa de modo a penetrar

profundamente nos vales e cumes (visão ao microscópio) existentes na

superfície do aço. A água e a areia utilizados na primeira limpeza

deverão ser checadas contra presença de cloretos.

Patologias em aço carbono e aços galvanizados

Neste caso, tanto para uma nova aplicação, como para recuperação de

estruturas corroídas, a inspeção deve analisar:

• O estado da estrutura em relação à intensidade da corrosão e a

aparência da pintura aplicada;

• A análise da agressividade do meio de exposição vai fornecer

diretrizes necessárias para escolha do sistema de

recuperação/proteção;

A eficiência da pintura depende de três fatores importantes:

• Qualidade da tinta;

• Preparo adequado da superfície;

• Aplicação dos produtos.

Tão logo a superfície esteja limpa e o perfil de rugosidade concluído,

deve ser feita a aplicação da tinta de fundo. O primer tem de ser adequado ao

substrato e ao método de preparo da superfície. O acabamento será realizado

quando a peça for instalada no local definitivo de uso. É importante observar

que os lados dos perfis podem ficar expostos, encobertos ou protegidos pela

alvenaria e voltados para o lado interno da construção.

A exposição às variações climáticas dá guarida para a cobertura com

tinta de poliuretano, resistente aos raios ultravioletas. As peças localizadas no

Page 30: patologias

interior da construção, desde que livres de agressividades significativas, podem

ser protegidas apenas com esmalte sintético (tintas alquídicas).

Em qualquer caso, é recomendável atentar para infiltração de água e

vazamentos de tubulações. Ao recuperar uma estrutura é interessante checar

vedações das junções de alvenaria com as peças metálicas. Nenhum

componente está livre de sofrer cortes, pancadas, riscos ou soldagens, nesses

casos, e para constatar falhas de execução, as manutenções periódicas

facilitam e tornam menos onerosas as correções, que devem, sempre que

possível, repetir o sistema de pintura.

A má execução dessas etapas acarreta patologias, toda tinta, em maior

ou menor intensidade, absorve água. Então, se a limpeza não for bem-feita, a

absorção de água resultará em inchamento da sujeira aderida e ocorrerá

empolamento – formação de bolhas na pintura.

Outros tipos de sujeira, como óleos, impedem a aderência completa e,

assim, ocorre em certos trechos o destacamento da tinta. Em ambos os casos

são necessários repetir o trabalho. Ensaios de aderência e medições da

espessura das camadas são procedimentos que permitem o acompanhamento

da execução, é recomendável que as camadas tenham cores diferentes para

facilitar a identificação das tintas aplicadas.

Nas estruturas com manifestações patológicas, a recuperação deve ser

feita consoante procedimentos listados abaixo:

• Lavar com água e tensoativo (detergente biodegradáveis) usando

escova de náilon ou manta não tecida;

• Enxaguar com água limpa;

• Deixar secar naturalmente ou usar ar comprimido;

• Limpar com escova de arame de aço ou com lixadeira (disco de

escova);

Page 31: patologias

• Remover a poeira, utilizando-se escovas de pêlo ou ar

comprimido;

• Aplicar a tinta de fundo;

• Aplicar a tinta de acabamento (poliuretânica ou epóxi).

Pintura sobre aço galvanizado

Por serem fáceis de achar, as tintas alquídicas ou primers sintéticos são

muito freqüentemente especificados para aplicação em estruturas de aço

galvanizado. É comum que, meses após a aplicação, comecem a apresentar

destacamento.

Os óleos vegetais que compõem as resinas contêm ácidos graxos. Os

ácidos reagem em contato com os produtos de corrosão do zinco, que tem

caráter alcalino. Assim, é formado sabão de zinco (reação de saponificação).

Com alta permeabilidade, após algum tempo, a tinta está aderida não ao

substrato, mas sobre os produtos de corrosão – óxidos, hidróxidos e sabões de

zinco. Como são solúveis, esses produtos ocasionam o surgimento de bolhas,

agravando ainda mais o destacamento.

O envelhecimento precoce da camada alquídica é outro efeito negativo

da má utilização dessas tintas sobre o zinco. Ao perder aderência e

flexibilidade, ocorre o fissuramento, aumentando ainda mais a penetração de

água na interface metal-tinta.

O uso de tinta epóxi-isocianato, epóxi amina evita tais patologias. Além

de se ligar quimicamente ao metal, é insaponificável e oferece base de

aderência para sistemas de pintura alquídicos, acrílicos, a linha do epóxi e

poliuretanos, dentre outros.

Há obras (nesse sistema) com mais de 20 anos sem destacamento de

pintura. A manutenção do aço zincado depende do estado evolutivo da

corrosão. Aquele que apresenta apenas corrosão leve pode ser recuperado

com lavagem com água e tensoativo, escovação e aplicação de tinta epóxi-

isocianato.

Page 32: patologias

Casos de Estudo

Falha no gabarito de Furação

Apresenta-se problemas de ajuste nos parafusos, a furação da viga principal foi feita conforme

plantas executivas, enquanto na viga secundária um dos furos foi deslocado para cima 12 mm.

Foi constatado, neste caso, que o erro foi de fabricação, já que nas dimensões e detalhes de

projeto, o gabarito de furação das vigas era coincidente.

Este tipo de falha poderia ser evitada com um maior controle dimensional de produção na

fábrica.

Furos não previstos nos projetos

Tais aberturas foram executadas para permitir a

passagem de tubulações elétricas, não previstas no

projeto original.

Neste caso deveria ser avaliada a influência dessas

aberturas na resistência do perfil da coluna,

principalmente, sendo que tais aberturas reduzem as abas

das mesas do perfil.

Falta de Parafusos nas conexões

Page 33: patologias

Neste caso, as furações foram conferidas conforme plantas, e constatou-se um erro de projeto,

pois os gabaritos de furação da viga e da coluna não coincidiam.

Uma revisão das plantas na fábrica poderia ter evitado a falha.

Porém a falha foi produzida no detalhamento do projeto.

Sub-dimensionamento de Elementos

Pode-se afirmar que no dimensionamento desse elemento não foram consideradas todas as

possibilidades de carregamento, e não foi realizada uma revisão de flambagem no elemento

global e seus componentes. O uso correto de normas ou especificações reconhecidas, além da

consideração de todos os estados limites possíveis, teria permitido na etapa de projeto evitar

este tipo de falha.

Incompatibilidade de projetos estruturais de concreto e metal

Page 34: patologias

Este é um dos problemas mais comuns na execução de projetos de estrutura metálica: a

incompatibilidade dos projetos de estrutura metálica com os de concreto (em galpões, esta

falha acontece nas bases de colunas). A solução dada foi complementar o apoio de concreto.

É evidente que deve existir uma interação entre os projetistas de obras metálicas e de obras

de concreto, ou ao menos quem projeta as bases de acordo com os dados do projeto metálico

deveria se ajustar às dimensões fornecidas no projeto da estrutura metálica.

Falta de Concordância em emendas

Este tipo de falha gera excentricidades na transmissão de esforços, no caso de tais esforços

serem de compressão a redução na capacidade resistente do banzo é evidente, já que

aparecem esforços adicionais de flexão.

Esta falha ocorreu durante a produção das peças componentes da treliça. Uma operação de

pré-montagem, poderia ter evitado a falha, assim como, um controle dimensional.

Em alguns casos, faz-se necessária uma verificação de concordância entre as peças a serem

montadas no canteiro de obra.

Detalhamentos Incompatíveis

Page 35: patologias

É bom lembrar que as conexões são pontos críticos no desempenho de um sistema estrutural,

e as modificações realizadas no canteiro para ajustar as coincidências entre elementos e

ligações podem gerar pontos indesejáveis de fontes de falhas súbitas.

Manchas de ferrugem na fachada

Page 36: patologias

Imagens de patologias na ponte Hercílio Luz

Ferrugem no olhal dos cabos tensores

Corrosão no tabuleiro da ponte

Page 37: patologias

Alguns cuidados que visam evitar ou minimizar a ocorrência das anomalias

constatadas:

• Avaliar se a proposta do projeto contempla as normas vigentes, se o

escritório tem conhecimento técnico no porte da obra e se já executou

projetos anteriores, se cumpre prazos e se pode arcar com falhas e

atrasos possíveis na entrega do projeto, e não se fixar somente no

preço.

• Analisar previamente a habilidade tecnológica do fornecedor,

capacidade de equipamentos, organização e adequação pessoal.

• Para escolha do fornecedor, não se fixar apenas no preço e sim na

qualidade e importância das obras anteriores realizadas. Também é

prudente inspecionar suas instalações industriais.

• Cuidar da orientação e eficiência da manutenção, verificando se

contemplam garantias pós-entrega dos serviços.

• Observar os testes de proteção superficial e das soldas.

• Certificar-se da existência e presença do engenheiro e

acompanhamento da produção e montagem.

Os casos de falhas localizadas ou globais em estruturas metálicas podem

levar estas ao colapso ao atingir algum dos estados limites de resistência, ou

ainda, estado limite de utilização, provocando perdas humanas ou perdas

econômicas importantes.

O sucesso de uma obra em estrutura metálica inicia-se na sua concepção e

no desenvolver de seu projeto detalhado para fabricação e montagem. As

empresas que trabalham em estruturas metálicas sejam estas de projeto,

fabricação ou montagem, devem prever revisões de projetos conscientes e

minuciosas no que diz respeito aos detalhes e conjuntos, em geral.

Já, especificamente nas fábricas, devem existir controles rigorosos das

plantas executivas, assim como, controle dimensional, sendo recomendável

efetuar pré-montagens para assegurar o mínimo de falhas possíveis na

montagem definitiva.

Page 38: patologias

PATOLOGIA DA MADEIRA

O uso da madeira pelo homem como sistema construtor remete às

origens da edificação, tanto como elemento estrutural e como acabamento. A

madeira é constituída por uma estrutura tubular de condutas paralelas

formadas com base na lenhina e celulosa, o que lhe confere uma reação

mecânica ótima no sentido das fibras.

Oferece ainda boa resistência à compressão e excelente resistência à

tração, é um material flexível, pode ser cortado e moldada de varias formas,

com fácil união por colagem ou embutido. Porém possui algumas

desvantagens já que é uma material anisotrópico,ou seja suas propriedades

mecânicas dependem da disposição de suas fibras, tem composição irregular,

e é vulnerável a agentes bióticos e abióticos causadores das principais

patologias.

Após a Segunda Guerra Mundial começaram a desenvolver-se as

técnicas mais exatas de avaliação das patologias estruturais, através de um

trabalho de investigação nos fenômenos que induzem à degradação da

madeira, condicionam a sua reação perante o fogo e perante determinados

esforços mecânicos.No período compreendido entre 1930-1950, com o

desenvolvimento das resinas sintéticas, inicia-se o uso da madeira laminada

prensada que hoje é já uma das variantes construções mais comuns.

O tempo por si só , não produz depreciação das características da

madeira. Embora seja comum encontrar peças de madeira em serviço com

maior ou menor grau de deterioração, são igualmente conhecidos numerosos

exemplos de estruturas ou artefatos de madeira em bom estado, apesar de

contarem várias centenas ou mesmo milhares de anos, em consequência de

uma exposição a condições ambientais particulares que não favoreceram a sua

deterioração.

Page 39: patologias

Portanto , a degradação de elementos de madeira resulta da ação de

agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos aos quais este material é

sujeito ao longo da sua vida.

Importa, no entanto, salientar que são os agentes biológicos a causa

mais freqüente de deterioração das estruturas de madeira, sendo mesmo os

responsáveis pela maioria das situações de rotura parcial ou total das

estruturas. Destacam-se, pela sua importância (em meio terrestre), os

seguintes: fungos de podridão, térmitas e carunchos – sobretudo o caruncho

grande.

Patologias geradas por agentes abióticos

• Danos causados pela água

A água, em contacto com a madeira penetra através das fibras,

saturando os poros tubulares e quando alcança graus de umidade entre 25-

35% produz o empolamento da mesma. Afeta o cerne e só em algumas

ocasiões o borne, criando as condições propícias para o aparecimento de

fungos de apodrecimento e para manter as condições de habitat de insetos

xilófagos, fundamentalmente térmitas e carcoma. A perda por secagem desta

umidade produz quebras na madeira com o conseqüente aparecimento de

brechas, fendilhamento e fissuras.

• Danos causados pela umidade

Uma habitual fonte de problemas para a madeira reside no contato com a

água ou umidade ambiente elevada. No entanto somente a retenção da

umidade, não degrada a madeira mas potencializa o risco de degradação deste

material por determinados agentes biológicos, já que estes só atacam a

madeira quando o seu teor em água atinge determinados valores.

Especificamente, quando a madeira permanece em condições de umidade

elevada por períodos longos, pode ser atacada por fungos ou por térmitas

subterrâneas que dela se alimentam.

Apesar das variações de umidade ambiente, e a conseqüente alteração do

teor em água da madeira, provocarem variações dimensionais e de resistência

mecânica das peças (as dimensões aumentam e a resistência diminui para um

Page 40: patologias

acréscimo de teor em água), trata-se de um efeito reversível. Ou seja, embora

os ciclos de secagem e umedecimento poderem conduzir ao desenvolvimento

de fendas e empenos, geralmente sem implicações para a resistência

mecânica, a madeira recupera as dimensões e a resistência inicial quando o

seu teor em água volta ao valor inicial. Porém a umidade elevada também

amplia os fenômenos de fluência da madeira, provocando grandes e graves

deformações sob a ação de cargas.

• Danos causados pelo carregamento

Também as condições de carga afetam a estrutura. Pois elementos

estruturais que tenham estado sujeitos a esforços muito elevados (próximos da

respectiva tensão de ruptura), poderão sofrer danos internos capazes de

reduzir a sua capacidade de carga. A introdução de esforços inadequados

devidos a modificações intencionais (adaptações, alteração de áreas) ou

acidentais (cedência de apoios, etc) do funcionamento estrutural tem sido uma

freqüente causa de danos.

• Danos produzidos pelo sol

Este tipo de ataque é causado pela ação dos raios ultravioletas sobre a

lignina, atacando a madeira mais branda do borne e produzindo o

desfibramento superficial com o conseqüente aparecimento de crista (período

de Outono/Inverno), vales (Primavera) e manchas de tons cinzentos causadas

pela foto/degradação. Estes danos afetam elementos vistos e só têm

transcendência estética.

• Danos produzidos por variações de temperatura.A madeira suporta bem as mudanças de temperatura sempre e quando sejam

lentas e progressivas, já que se assim não for poderiam causar fendas ou

fissuras, dando origem a vias de entrada de umidade favorecendo o

aparecimento de fungos e insetos xilófagos.

Patologias geradas por agentes Bióticos

Page 41: patologias

• Danos causados por fungos.Os fungos, só por si mesmo não atacam diretamente a madeira, mas geram

umas substâncias fibrosas “hifas”, que se introduzem pelas fissuras da madeira

degradando-a. Dentro da classe dos fungos distinguimos os cromógenos, que

embora possam afetam ligeiramente a capacidade resistente da madeira, mas

o principal efeito é o aparecimento de manchas azuladas que atuam nas

madeiras submetidas a temperaturas baixas. Outros tipos de fungos mais

perigosos são os do apodrecimento/putrefação, que afetam as capacidades

mecânicas da madeira, destruindo a estrutura das fibras. O seu excelente

desenvolvimento dá-se com graus de umidade entre 35 e 60% e ambiente

ácido.A ainda putrefação branca (frondosas) ou castanha (coníferas)

dependendo da lesão causada, distinguiremos entre fibrosas, corrosivas e

cúbicas, sendo estas últimas as mais danosas.

• Danos produzidos por insetos xilófagos.Os insetos xilófagos constituem os agentes bióticos mais freqüentes nas

madeiras de edificação afetadas pela degradação. Estes atacam a madeira na

sua fase de larva, enquanto decorre o seu desenvolvimento e crescimento,

habitualmente quando chegam à idade adulta perfuram a madeira e saem para

o exterior, não voltando à madeira até porem ovos que iniciam um novo ciclo

vital.

Os isópteros (térmitas, conhecidas como cupim) constituem um caso

excepcional, já que não têm fase larva ao chegar a adultos não abandonam a

madeira, tornando-se mais difícil a sua detecção.

De seguida, destacamos as principais espécies de xilófagos:

Térmitas (Cupim)

Page 42: patologias

O cupim nas construções é motivo de grande preocupação e de

prejuízos importantes. Madeira preservada é uma solução

inteligente para evitá-lo – e a outros organismos xilófagos – com a

melhor relação custo/benefício do mercado.

Em outros países, são chamados de térmita, espécime dos isópteros.

Quer dizer, inseto de quatro asas membranosas iguais e um poderoso aparelho

bucal para mastigar, do tipo social, organizado.Existem cerca de duas mil

espécies de cupins , que são insetos biodegradores,

Dessa variedade enorme de espécies, poucas causam prejuízos ao

homem infestando suas casas, devorando móveis e livros.Destacam-se os

cupins de madeira seca e os cupins subterrâneos os mais terríveis. Sua

crescente proliferação nas cidade são conseqüência dos desequilíbrios

ecológicos causados pelo homem, o qual elimina os predadores naturais

desse insento, e o oferecem alimento abundante com técnicas de construção

que não prevêem tratamento de madeiras.

Os cupins de madeira seca formam seus ninhos dentro de uma única

peça de madeira. Um móvel, por exemplo. Ali o casal real e os outros cupins e

permanecem até acabar o alimento. Dentre as peças mais comumente

atacadas pelo cupim de madeira seca, destacamos o batente de portas e

janelas (que ficam fixo, sem movimento, em contato com a parede), móveis e

armários embutidos, rodapés e forros de madeira.

Já o cupim subterrâneo esconde seu ninho debaixo da terra,criando

túneis enormes por onde se deslocam os operários que vão buscar comida

longe, às vezes até mais de cem metros de distância do ninho. Atacam sempre

no sentido das fibras, mediante galerias de secção constante, deixando finas

lâminas entre elas. Atacam todo o tipo de madeiras, exceto o teixo.

Page 43: patologias

O pó granulado, geralmente encontrado próximo as peças atingidas é o

excremento do cupim, e sinal da infestação. Atraves dele pode-se diferenciá-

lo da broca, um outro inseto que também degrada madeira. O pó bem fino,

como talco, geralmente é de broca. Aquele mais granulado é, geralmente, do

cupim de madeira seca. Já o pó do cupim subterrâneo mal aparece. Cupim

subterrâneo recicla as próprias fezes, fazendo as paredes dos túneis por onde

se deslocam sendo difícil de notar sua proliferação.

Os cupins são insetos sociais utilizam um sistema hormonal – os

chamados feromônios – para dizer se há muito ou pouco alimento, ataques

sofridos, etc. Logo para elimina-los é preciso atingir o casal real,ou ocorrerá

uma nova infestação virá com toda a força. A melhor resposta é informação,

madeira preservada e tratada.

Relógio a morte (Xestobium rufovillosum):

O seu âmbito geográfico localiza-se nas regiões nórdicas. O seu ataque

está associado à existência de fungos xilófagos. Necessita de bastante

umidade e temperaturas baixas e só ataca madeiras mediante o tracejado de

galerias irregulares de secção circular.

Ergates faber L:

Cerambicido de tamanho grande que necessita de umidade em altas

temperaturas (50 a 75%) e a temperatura (25%) para proliferar. Ataca as

coníferas especialmente situadas no exterior (postes e vigas isentas), sendo

resistente aos tratamentos com que se impregnam habitualmente estes

compartimentos.

Técnicas de proteção, intervenção e reparação

Os tratamentos preventivos e curativos utilizados mais freqüentemente

para prevenir ou evitar os ataques dos agentes destruidores da madeira.Estes

produtos são denominados de forma comum velaturas cuja característica

principal é a de proteger a madeira contra diversos tipos de ataques que

possam sofrer sem formar película sobre a superfície tratada.Entre os produtos

Page 44: patologias

mais utilizados são:

Protetores naturais: São substâncias que provêm da dilatação da hulha. Entre

as vantagens mais importantes destacamos a sua grande capacidade de

fixação e proteção perante agentes xilófagos. O seu maior inconveniente é o

mau cheiro destas substâncias e a dificuldade na sua aplicação, sendo

recomendável o uso de autoclave.

Protetores hidrossolúveis: Substâncias a partir de sais de diferentes metais

(zinco, cobre, cromo, etc.) com funções fungicidas e fixadoras na madeira. São

a melhor solução protetora perante elementos de madeira em contacto com os

solos ou elementos temporariamente úmidos. A sua principal vantagem está no

fato permitir a posterior pintura da madeira ainda que provoquem

empolamentos e retrações no momento da aplicação, e posteriormente na

secagem devido ao uso de água enquanto dissolvente.

Protetores orgânicos ou oleosos: São formulações complexas nas que se

dão matérias ativa sintéticas e dissolventes orgânicos. Dependendo do uso que

lhe for dado, podem-se classificar-se em:

• Preventivos curativos: Também conhecidos como fundos protetores.

Aplicam-se em madeiras novas e têm uma função principalmente

fungicida e um pouco menos inseticida. A sua aplicação pode ser

mediante pincelado ou imersão.

• Preventivos decorativos: São produtos oleosos para acabamento de

madeiras a poro aberto. A sua ação fungicida e inseticida é menor que a

dos fundos protetores, mas incorpora pigmentos minerais resistentes à

foto degradação.

• Protetores curativos: Usa-se para combater os ataques de organismos

xilófagos. Estes são de fácil aplicação e grande capacidade de

penetração, mas um pouco mais caros que os anteriores dependendo

do tipo de tratamento.

Tratamentos específicos perante diferentes agentes

Page 45: patologias

Tratamento perante a umidade: Em janelas, portas exteriores maciças,

marcos, cortinas:Impregnação por imersão, pintada com soluções oleosas

repelentes à umidade, antes de proceder à aplicação de pinturas e vernizes.

Em soalhos e revestimentos, aplica-se uma película de parafinas, ceras

ou produtos impermeabilizantes, antes de proceder ao lustre das superfícies.

Em caso de soalhos de madeira colocados sobre argamassa é fundamental

esperar que a mistura esteja adequadamente seca, para evitar o re-

umedecimento da madeira.

Em estruturas de coberturas, tabiques e teto, bem como a madeira serrada

(dentada) com superfícies transversais expostas ao meio: Impregnação similar

das janelas e portas exteriores, com aplicação de produtos selantes nos

extremos (cabeçais), devido a que a perda e absorção da umidade é máxima

no sentido das fibras.

Tratamento perante a ação do fogo: Para poder conseguir uma proteção

eficaz e intrínseca contra o fogo na madeira, a solução mais utilizada é a

aplicação de vernizes à base de resinas especiais e borracha c/ cloro, bem

como pinturas com agentes ativo que na presença da chama empolam/

incham, formando uma espuma carbonizada que isola a superfície coberta.

Tratamento perante a ação do sol: Os mais eficazes são os que incorporam

óxidos metálicos que refletem a radiação ultravioleta do sol, responsável pelo

aparecimento de fissuras na madeira

Tratamento perante o ataque de xilófagos: No caso de térmitas e carcomas

freqüentemente utilizam-se produtos a base de aldrín, heptacloro, ou

compostos de sais de pentaclorofenol, com inseticida de contacto (DDT,

dieldrin.) que se aplicam, mediante impregnação e injeção entre o elemento de

madeira e a parede, bem como nas cabeças das vigas e perímetro de

pavimento.

Page 46: patologias

PATOLOGIAS EM CERÂMICA

O uso de revestimentos cerâmicos no Brasil passa por uma fase de

rápido crescimento. De acordo com os dados da Associação Nacional de

Fabricantes de Cerâmica (2004), o Brasil é segundo colocado em consumo

mundial, perdendo apenas para China. Consumiu aproximadamente 1,6

bilhões de metros quadrados de placas cerâmicas, assim superando países

economicamente fortes, como os EUA, e países tradicionais no uso destes

revestimentos, como Espanha e Itália. Já como produtor, o Brasil também

ocupa papel de destaque mundial, é o quarto colocado em volume produzido.

A qualidade das placas cerâmicas produzidas no Brasil está associada à

normalização brasileira em exercício desde 1997, ao custo relativamente

acessível, aos avanços tecnológicos nos estudos dos materiais e técnicas

construtivas e pelo interesse dos fabricantes em colocar no mercado uma

maior variedade de possibilidades no uso dos revestimentos cerâmicos.

Esses componentes possuem cada vez mais variedade de formatos,

cores e texturas que possibilitam uma gama de composições estéticas, dessa

forma elevando a qualidade dos edifícios.

Segundo PEIXOTO(1992), não existe outro material que seja usado em

fachada que possa apresentar a riqueza de composições e durabilidade do

revestimento cerâmico, com um custo tão acessível.

Contudo, observa-se que mesmo com os avanços tecnológicos na

fabricação e as inúmeras vantagens no uso de placas cerâmicas, e incidência

de patologias em sistemas de revestimentos cerâmicos não são raras.

Dentre as patologias mais encontradas estão os destacamentos de

placas cerâmicas, que geram alto custo na recuperação, degradação do imóvel

Page 47: patologias

e riscos de acidentes; Eflorescência que é caracterizada pelo feito de lixiviação,

que transporta os sais solúveis até a superfície, provocando deteriorização do

sistema; Trincas e Fissuras, de acordo com SABBATINI, BARROS(1990) trinca

é a ruptura total do corpo cerâmicos em duas ou mais partes após a sua

fixação, cuja abertura possui dimensões superiores a 0,05mm. O gretamento

por sua vez, é definido como sendo a fissuração (abertura de 0,05 a 0,1mm da

camada de esmalte superficial da placa cerâmica, entretanto o gretamento

pode ocorrer no momento da fabricação da placa cerâmica e neste caso é

considerado um defeito de fabricação e não uma patologia.

Cerâmica na atualidade

A cerâmica, que é praticamente tão antiga quanto a descoberta do fogo,

mesmo utilizando os antigos métodos artesanais, pode produzir artigos de

excelente qualidade. Nos últimos anos, acompanhando a evolução industrial, a

indústria cerâmica adotou a produção em massa, garantida pela indústria de

equipamentos, e a introdução de técnicas de gestão, incluindo o controle de

matérias-primas, dos processos e dos produtos fabricados.

A Indústria Cerâmica na atualidade pode ser subdivida em setores que

possuem características bastante individualizadas e com níveis de avanço

tecnológico distintos.

Cerâmica Vermelha

Compreende aqueles materiais com coloração avermelhada

empregados na construção civil (tijolos, blocos, telhas, elementos vazados,

lajes, tubos cerâmicos e argilas expandidas) e também utensílios de uso

doméstico e de adorno. As lajotas muitas vezes são enquadradas neste grupo,

porém o mais correto é em Materiais de Revestimento.

Cerâmica Branca

Page 48: patologias

Este grupo é bastante diversificado, compreendendo materiais

constituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea

transparente e incolor e que eram assim agrupados pela cor branca da massa,

necessária por razões estéticas e/ou técnicas. Com o advento dos vidrados

opacificados, muitos dos produtos enquadrados neste grupo passaram a ser

fabricados, sem prejuízo das características para uma dada aplicação, com

matérias-primas com certo grau de impurezas, responsáveis pela coloração.

Dessa forma é mais adequado subdividir este grupo em:

• louça sanitária

• louça de mesa

• isoladores elétricos para alta e baixa tensão

• cerâmica artística (decorativa e utilitária).

• cerâmica técnica para fins diversos, tais como: químico, elétrico, térmico e

mecânico.

Materiais Refratários

Este grupo compreende uma diversidade de produtos, que têm como

finalidade suportar temperaturas elevadas nas condições específicas de

processo e de operação dos equipamentos industriais, que em geral envolvem

esforços mecânicos, ataques químicos, variações bruscas de temperatura e

outras solicitações. Para suportar estas solicitações e em função da natureza

das mesmas, foram desenvolvidos inúmeros tipos de produtos, a partir de

diferentes matérias-primas ou mistura destas. Dessa forma, podemos

classificar os produtos refratários quanto à matéria-prima ou componente

químico principal em: sílica, sílico-aluminoso, aluminoso, mulita,

magnesianocromítico, cromítico-magnesiano, carbeto de silício, grafita,

carbono, zircônia, zirconita, espinélio e outros.

Page 49: patologias

Isolantes Térmicos

Os produtos deste segmento podem ser classificados em:

• refratários isolantes que se enquadram no segmento de refratários,

isolantes térmicos não refratários, compreendendo produtos como

vermiculita

• expandida, sílica diatomácea, diatomito, silicato de cálcio, lã de vidro e lã

de rocha, que são obtidos por processos distintos ao do item a) e que

podem ser utilizados, dependendo do tipo de produto até 1100ºC.

• fibras ou lãs cerâmicas que apresentam características físicas

semelhantes às citadas no item b), porém apresentam composições tais

como sílica, sílica-alumina, alumina e zircônia, que dependendo do tipo,

podem chegar a temperaturas de utilização de 2000º C ou mais.

Fritas e Corantes

Estes dois produtos são importantes matérias-primas para diversos

segmentos cerâmicos que requerem determinados acabamentos.

Frita (ou vidrado fritado) é um vidro moído, fabricado por indústrias

especializadas a partir da fusão da mistura de diferentes matérias-primas. É

aplicado na superfície do corpo cerâmico que, após a queima, adquire aspecto

vítreo. Este acabamento tem por finalidade aprimorar a estética, tornar a peça

impermeável, aumentar a resistência mecânica e melhorar ou proporcionar

outras características.

Corantes constituem-se de óxidos puros ou pigmentos inorgânicos

sintéticos obtidos a partir da mistura de óxidos ou de seus compostos. Os

pigmentos são fabricados por empresas especializadas, inclusive por muitas

das que produzem fritas, cuja obtenção envolve a mistura das matérias-primas,

calcinação e moagem. Os corantes são adicionados aos esmaltes

(vidrados) ou aos corpos cerâmicos para conferir-lhes colorações das mais

diversas tonalidades e efeitos especiais.

Page 50: patologias

Abrasivos Parte da indústria de abrasivos, por utilizarem matérias-primas e processos

semelhantes aos da cerâmica, constituem-se num segmento cerâmico. Entre

os produtos mais conhecidos podemos citar o óxido de alumínio eletrofundido e

o carbeto de silício.

Vidro, Cimento e Cal São três importantes segmentos cerâmicos e que, por suas

particularidades, são muitas vezes considerados à parte da cerâmica.

Cerâmica de Alta Tecnologia/Cerâmica Avançada

O aprofundamento dos conhecimentos da ciência dos materiais

proporcionou ao homem o desenvolvimento de novas tecnologias e

aprimoramento das existentes nas mais diferentes áreas, como aeroespacial,

eletrônica, nuclear e muitas outras e que passaram a exigir materiais com

qualidade excepcionalmente elevada. Tais materiais passaram a ser

desenvolvidos a partir de matérias-primas sintéticas de altíssima pureza e por

meio de processos rigorosamente controlados. Estes produtos, que podem

apresentar os mais diferentes formatos, são fabricados pelo chamado

segmento cerâmico de alta tecnologia ou cerâmica avançada. Eles são

classificados, de acordo com suas funções, em: eletroeletrônicos, magnéticos,

ópticos, químicos, térmicos, mecânicos, biológicos e nucleares. Os produtos

deste segmento são de uso intenso e a cada dia tende a se ampliar. Como

alguns exemplos, podemos citar: naves espaciais, satélites, usinas nucleares,

materiais para implantes em seres humanos, aparelhos de som e de vídeo,

suporte de catalisadores para automóveis, sensores (umidade, gases e outros),

ferramentas de corte, brinquedos, acendedor de fogão, etc.

Page 51: patologias

Conceitos básicos sobre patologias

O conhecimento sobre as patologias das edificações é indispensável em

maior ou menor grau, para todos que trabalham na construção (VERÇOZA,

1991). Procura-se hoje construir cada vez mais com o máximo de economia,

mas mantendo a qualidade do produto a ser usado, para realmente saber até

onde um determinado material é confiável. De acordo com Edward Grunau, os

problemas patológicos podem estar distribuídos em relação à origem do

processo construtivo, de acordo com a tabela 7.

Principais causas de patologias (VERÇOZA, 1991)

Segundo os pesquisadores Antonio Carmona e Artur Marega as patologias em

edifícios tem causas específicas e podem ser classificadas segundo a tabela:

Defeitos que causam patologias (VERÇOZA, 1991)

Os problemas patológicos ocasionados por manutenção inadequada, ou

mesmo por ausência total de manutenção, têm sua origem no

desconhecimento técnico, incompetência ou desleixos dos responsáveis

(SOUZA; RIPPER,1998).

Existem problemas que ocorrem nas fachadas, dentre eles os que estão

relacionados à patologia nos destacamentos de placas cerâmicas, onde é feito

o seu assentamento para proteger o local de agentes que possam causar

danos às fachadas, mas em alguns casos ocorrem deteriorações nas placas ou

Page 52: patologias

a sua vida útil já esgotou, necessitando de uma manutenção. Em alguns casos

pode-se encontrar danos causados por problemas de umidade e infiltrações

nas fachadas, ocorrendo o aparecimento de manchas e bolor entre outros

problemas a serem citados no decorrer do trabalho. A causa mais freqüente

para o aparecimento desta patologia é a capilaridade, onde a umidade sobe

pelo solo, passa pelo interior da alvenaria e atinge a pintura da fachada

(VERÇOZA, 1991).

Patologias freqüentes em cerâmica

• Patologias quanto as eflorescências

Nota-se já a algum tempo que o quadro patológico da eflorescência tem

como elemento determinante a presença e a ação da água. Não é exagero

afirmar que sem água não haveria eflorescência (FIORITO, A.J.S.I 1984).

No caso de revestimentos cerâmicos assentados em situações onde não

tomaram medidas preventivas quanto à impermeabilização pode ocorrer a

passagem de água provocada pela absorção ou facilitada por uma maior

permeabilidade, ou pela soma dos dois fatores, tal fluxo de água poderá

introduzir substâncias agressivas do solo na rede capilar do concreto e

argamassa, ou dissolver e tranportar certos sais solúveis que podem estar

presentes no concreto, na argamassa ou no próprio material cerâmico, trazidos

à superficie, tais sais podem se apresentar como depósitos esbranquiçados

nos poros abertos mais superficiais do revestimento, caso as condições

cerâmicas proporcionem excelente evaporação. Caso o fluxo tenha vazão

superior à capacidade de evaporação , notar-se-ão bolsas de solução

concentrada de sais que apresentarão alta viscosidade, este é o caso notado

em revestimentos esmaltados.(FIORITO, A.J.S.I 1984).

Uemoto (1988) distingue três tipos de eflorescência, as de Tipo I, II e III.

O Tipo I é o mais comum e caracteriza-se por um depósito de sal branco,

pulverulento, muito solúvel em água. Pode ocorrer em superfícies de alvenaria

aparente, revestimentos de argamassa, juntas de assentamentos, regiões

próximas a esquadrias mal vedadas, ladrilhos cerâmicos, juntas de ladrilhos

cerâmicos e azulejos. Tipo II caracteriza-se pela aparição de um depósito de

cor branca com aspecto de escorrimento, muito aderente e pouco solúvel em

Page 53: patologias

água. Esse depósito, quando em contato com o ácido clorídrico, apresenta

efervescência. Esses sais formam-se em regiões próximas a elementos de

concreto ou sobre sua superfície e, às vezes, sobre superfícies de alvenaria. A

eflorescência do Tipo III manifesta-se como um depósito de sal branco entre

juntas de alvenaria aparente, que se apresentam fissuradas devido à

expansão decorrente da hidratação do sulfato de cálcio existente no tijolo ou da

reação tijolo-cimento.

Para tentar conter as eflorescências deve-se evitar principalmete

vazamentos em paredes e utilizar rejuntes impermeáveis, estas são maneiras

de evitar essa patologia, que pode ter origem em vazamentos de canos,

umidade dos terrenos ou penetração inicial por meio de rejuntes mal

executados.

Page 54: patologias

Eflorescência

• Patologias quanto as trincas, gretamento e fissuras

São fissuras na superfície esmaltada resultantes da diferença de dilatação

entre o biscoito e o esmalte. Nesse caso, o ideal é que a massa dilate menos

do que o esmalte (Cláudio Vicente Mitidieri Filho Cetac-IPT)

Estas patologias aparecem por causa da perda de integridade da superfície

da placa cerâmica, que pode ficar limitada a um defeito estético (no caso de

gretamento), ou pode evoluirpara um destacamento (no caso de trincas). As

trincas são rupturas no corpo da placa cerâmica provocadas por esforços

mecânicos, que causam a separação das placas em partes, com aberturas

superiores a 1 mm. As fissuras são rompimentos nas placas cerâmicas, com

aberturas inferiores a 1 mm e que não causam a ruptura total das placas.

O gretamento é uma série de aberturas inferiores a 1 mm e que ocorrem na

superfície esmaltada das placas, dando a ela uma aparência de teia de

aranha. Variações de temperatura também podem provocar o aparecimento de

fissuras nos revestimentos, devidas às movimentações diferenciais que

ocorrem entre esses e as bases (THOMAZ, 1989)

Ausência de detalhes construtivos (juntas de movimentação)

Estas patologias ocorrem normalmente nos primeiros e últimos andares

do edifício, geralmente pela falta de especificação de juntas de movimentação

e detalhes construtivos adequados. A inclusão destes elementos no projeto de

Page 55: patologias

revestimento e o uso da argamassas bem dosadas ou colantes podem evitar o

aparecimento de fissuras.

• Patologias quanto bolor

O termo bolor ou mofo é entendido como a colonização por diversas

populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se

inclusive as argamassa inorgânicas (SHIRAKAWA, 1995). O termo

emboloramento, de acordo com Allucci (1988) constitui-se numa

“alteração observável macroscopicamente na superfície de diferentes

materiais, sendo uma conseqüência do desenvolvimento de microorganismos

pertencentes ao grupo dos fungos”. O desenvolvimento de fungos em

revestimentos externos causa alteração estética formando manchas escuras

indesejáveis em tonalidades preta, marrom e verde, ou ocasionalmente,

manchas claras esbranquiçadas ou amareladas (SHIRAKAWA, 1995).

Ataque de bolor

• Deterioração das juntas

Page 56: patologias

Este problema, apesar de afetar diretamente as argamassas de

preenchimento das juntas de assentamento (rejuntes) e de movimentação,

compromete o desempenho dos revestimentos cerâmicos como um todo, já

que estes componentes são responsáveis pela estanqueidade do revestimento

cerâmico e pela capacidade de absorver deformações. Os sinais de que está

ocorrendo uma deterioração das juntas são: perda de estanqueidade

da junta e envelhecimento do material de preenchimento. A perda da

estanqueidade pode iniciar-se logo após a sua execução, através de

procedimentos de limpeza inadequados. Estes procedimentos de limpeza

podem causar deterioração de parte do material aplicado (uso de ácidos e

bases concentrados), que, somados ataques de agentes atmosféricos

agressivos e/ou solicitações mecânicas por movimentações estruturais, podem

causar fissuração (ou mesmo trincas) bem como infiltração de água.

Deterioração das juntas

• Patologias quanto a expansão por umidade (EPU)

Trata-se de uma propriedade dos materiais cerâmicos que tendem a inchar-

se, em maior ou menor grau com o decorrer do tempo, essa expansão

associada à ausência de juntas adequadas resultará fatalmente no

descolamento do revestimento por flambagem, ou greteamento e fissuras do

esmalte.(FIORITO, A.J.S.I 1984).

Page 57: patologias

Segundo o manual de revestimentos da PINI as indústrias cerâmicas, uma

vez implantadas as novas especificações de revestimentos cerâmicos deverão

informar aos consumidores o valor da “expansào por umidade” de seus

produtos. Isto facilitará a tomada de decisões quanto a largura das juntas de

assentamento por parte dos construtores.

A utilização de argamassas rígidas, para fixar revestimentos cerâmicos, por

por um lado é adequada se levarmos em consideraçào que ela inibirá em parte

a expansão das peças, diminuirá o risco de descolamento por flambagem, mas

por outro lado, as peças impedidas de se expandir entram em compressão.

Como essa compressão atinge valores elevados, poderá causar trincas no

esmalte e consequante deterioração do revestimento. A utilização de

argamassas elásticas não impedirá a expansão das peças, mas exigira que se

usem juntas de assentamento mais largas adequadamente dimensionadas

para absorver tal expansão, neste caso as juntas de movimentação serão

absolutamente indispensáveis. (FIORITO, A.J.S.I 1984).

Dentro do sistema de revestimento, considerado como base (chapisco,

emboço, argamassa adesiva e as placas), estas últimas representam a parte

que efetivamente apresenta maiores problemas de deslocamentos e/ou

quedas. Em relação ao conjunto, segundo o comitê, as placas são os

componentes mais estáveis e com menor número de variáveis a serem

controladas. Se a placa cerâmica sofrer uma expansão por umidade (EPU) de

0,6 mm/m (limite recomendado na NBR 13818/1997), normalmente 20 a 30%

dessa expansão ocorrerá na primeira semana de saída do forno. O aumento

restante, se existir, ocorrerá paulatinamente ao longo de 40 meses ou mais. Em

contrapartida, choques térmicos na fachada possuem a mesma ordem de

grandeza da EPU teórica e ocorrem, rapidamente, dezenas de vezes em

apenas um mês, contribuindo sensivelmente para a fadiga do conjunto. Além

disso, a umidade que teoricamente causa a EPU provoca também a dilatação

higroscópica do emboço, só que este valor está próximo de 1 mm/m e pode ser

cíclico e rápido em casos de secagem/umedecimento. Inúmeros trabalhos

internacionais a respeito de EPU, inclusive do CSIRO (Commonwealth

Scientific and Industrial Research Organisation), um dos mais respeitados

Institutos de Pesquisa em Cerâmica no mundo, concluem claramente que a

Page 58: patologias

EPU é uma incógnita mundial e sua determinação é muito influenciada pela

agressividade do próprio ensaio.

Conclusão

Existem vários riscos possíveis a se ocorrer em uma edificação, contudo

a medida mais eficaz a se tomar para que estas não comprometam a vida útil

Page 59: patologias

do seu edifício é a prevenção, portanto cabe aos projetistas o bom senso de

conhecer os possíveis fatores causadores de patologias em cada tipo de

material e em cada local de analise.

Aos executores o bom senso de que o ambiente construído é feito para

que o homem possa tirar o maximo de proveito dele e que portanto ele deve

ser executado com o melhor potencial de trabalho e conhecimento técnico

possível e de material também, assim valendo a pena dedicar-se na construção

de uma obra com a pega certa do concreto ou ainda a impermeabilização das

lajes.

Aos usuários cabe a consciência de que patologias não deixam de ser

fatores causados pela natureza, intempéries, clima, sistemas vivos ou outros e

que portanto interferir no ambiente natural com o seu “espaço habitável” é

necessário a sobrevivência humana, mas que esse pode ser feito de maneira

adequada, aproveitando-os para as tarefas nele planejadas, conhecendo suas

capacidades, sabendo como cuidar desses ambientes e os manter com o

Maximo de durabilidade possível.

Tecnologia e técnica para fazer isso existe, o que na maior parte das

vezes causa danos ao ambiente construído é o desconhecimento ou a

hipocrisia do homem em relação a sua interferência no mundo.

Portanto a tarefa de reduzir danos aos nossos edifícios, muitas vezes

irreconciliáveis ou ainda de custo muito alto, cabe a todos, sejam projetistas,

construtores ou usuários do espaço.

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