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Patrícia Cruzeiro Verzeloni de Mendonça
A importância da gestão ambiental nas indústrias e a utilização
do marketing ecológico como estratégia do negócio
Lorena 2013
Patrícia Cruzeiro Verzeloni de Mendonça
A importância da gestão ambiental nas indústrias e a utilização
do marketing ecológico como estratégia do negócio
Monografia apresentada à Escola de
Engenharia de Lorena da Universidade
de São Paulo para obtenção da
Graduação em Engenharia Industrial
Química.
Área de concentração: Gestão
Ambiental
Orientador: Prof. Alexandre Eliseu
Stourdze Visconti
Lorena 2013
AGRADECIMENTOS À minha família, por sempre me apoiar e estar ao meu lado, tanto nos momentos
tristes, como nos momentos felizes.
Ao Prof. Alexandre Eliseu Stourdze Visconti, pela atenção, paciência e apoio durante
o processo de realização da monografia.
Ao Ricardo Alexandre Batista, por estar sempre ao meu lado, me ajudando nos
momentos difíceis.
À Escola de Engenharia de Lorena – EEL/USP, pela oportunidade de realização do
curso superior de Engenharia Industrial Química.
Ao Prof. Dr. Marco Antônio Pereira, por me apoiar e estar sempre ao meu lado
durante a graduação, tornando-se um grande amigo e conselheiro.
À todos os professores da Escola de Engenharia de Lorena – EEL/USP, que
participaram da minha caminhada ao longo dos anos na faculdade, me
desenvolvendo acadêmica e pessoalmente.
Resumo MENDONÇA, P. C. V. A importância da gestão ambiental nas indústrias e a
utilização do marketing ecológico como estratégia do negócio.2013.Monografia
– Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013.
Atualmente, o tema meio ambiente e sua preservação tem sido tema de diversas
discussões. Não foi sempre que o homem teve uma postura consciente em relação à
preservação do meio ambiente. Foi necessário um longo período até que este
percebesse que os recursos disponíveis na natureza, muitas vezes, são provenientes
de fontes finitas e que devem ser explorados e utilizados de forma racional.
As indústrias, ao longo da história, contribuíram em grande parte com os danos
causados ao meio ambiente e o homem, aos poucos, foi percebendo a importância
da preocupação com as questões ambientais. Dessa forma, percebeu-se a
necessidade da criação de normas e leis ambientais que controlassem e
monitorassem as indústrias quanto à postura correta de conscientização. Neste
contexto, pode-se perceber o surgimento de um novo perfil de consumidor, que
percebe a importância de se criar um modelo de vida que respeite o meio ambiente.
Assim, as indústrias vêm procurando cada vez mais conhecer seu consumidor e
suas expectativas. Se preocupam em cumprir as exigências legais, aperfeiçoar seus
processos, adotar uma gestão de resíduos eficaz e promover a reciclagem. Assim,
reduzem custos, aumentam o lucro e melhoram a sua imagem perante um
consumidor mais preocupado com as questões ambientais e um mercado cada vez
mais competitivo.
Este trabalho tem como objetivo o estudo da importância da gestão ambiental
adotado pelas indústrias. Ademais, será realizada uma análise de como as empresas
se adaptam ao perfil do consumidor ecologicamente correto, através da adoção de
um modelo sustentável e do “marketing ecológico” como alternativa estratégica do
negócio.
Palavras-chave: Gestão Ambiental. Sustentabilidade. Meio ambiente. Marketing
ecológico.
Abstract
MENDONÇA, P. C. V. The importance of environmental management in
industries and the use of green marketing as a business
strategy.2013.Monograph – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São
Paulo, Lorena, 2013.
Nowadays, environment and its preservation has been subject of many discussions. It
was not always the man had a conscious stance regarding the preservation of the
environment. It took a long time until human being realized that the resources
available in nature often come from finite sources and should be explored and used
rationally.
Industries, throughout history, have contributed largely to the damage caused to the
environment and humans slowly began to realize the importance of concern for
environmental issues. Thus, humans realized the need to create standards and
environmental laws to control industries as the correct posture awareness. In this
context, it is possible to find the emergence of a new consumer profile, who realizes
the importance of creating a lifestyle that respects the environment.
Thus, the industries are trying to know their consumer and their expectations.
Industries are trying to be in compliance with the legal requirements, trying to improve
their processes, adopt an effective waste management and promote recycling. This
way, they can reduce costs, increase profits and improve their image in front of a
costumer who is more concerned about environmental issues and a market
increasingly competitive.
This work aims to study the importance of environmental management adopted by
industries. Moreover, it will be done an analysis of how companies adapt to this new
consumer profile, environmentally friendly, through the adoption of a sustainable and
"green marketing" as a strategic alternative business.
Keywords: Environmental management. Sustainability. Environment. Green
Marketing.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 13
2.1 Modelos de produção: artesanal, em massa e enxuta ..................................... 13
2.2 Sustentabilidade ............................................................................................... 16
2.2.1 Desenvolvimento sustentável ....................................................................... 17
2.2.2 Química verde ............................................................................................... 18
2.3 Meio ambiente .................................................................................................. 19
2.4 Recursos naturais ............................................................................................ 21
2.4.1 A diferença entre conservar e preservar ....................................................... 22
2.5 Impacto ambiental ............................................................................................ 23
2.6 Geração de resíduos ........................................................................................ 24
2.6.1 Reciclagem ................................................................................................... 25
2.7 Questões ambientais ........................................................................................ 29
2.7.1 Legislação ambiental .................................................................................... 29
2.7.2 Órgãos ambientais ........................................................................................ 30
2.7.3 Regulamentação ambiental .......................................................................... 32
2.7.4 Leis ambientais ............................................................................................. 32
2.7.5 Conscientização das questões ambientais ................................................... 33
2.7.6 Gestão ambiental .......................................................................................... 36
2.7.7 Autorregulamentação .................................................................................... 37
2.7.8 Sistema de Gestão Ambiental (SGA) ............................................................ 38
2.7.9 Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA) .............................................. 41
2.8 Gestão ambiental como vantagem competitiva ................................................ 41
2.8.1 Vantagens da adoção de um SGA ................................................................ 41
2.8.2 Marketing ecológico ...................................................................................... 42
3 OBJETIVO ........................................................................................................... 45
4 METODOLOGIA .................................................................................................. 46
5 DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO ............................................................... 47
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 53
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Modelo de produção artesanal .................................................................. 13
Figura 2 - Modelo de produção em massa ................................................................. 14
Figura 3 - Modelo de produção enxuta ...................................................................... 15
Figura 4 - Esquematização do modelo de sustentabilidade ....................................... 17
Figura 5 - Recursos naturais renováveis .................................................................... 21
Figura 6 - Recursos naturais não renováveis ............................................................. 22
Figura 7 (a) - Impacto ambiental - Aterro sanitário a céu aberto ................................ 24
Figura 7 (b) - Impacto ambiental - Contaminação de ave em águas poluídas .......... 24
Figura 8 - Reciclagem em São Paulo ......................................................................... 26
Figura 9 - Reciclagem - Cores e classificações dos tipos de resíduos ...................... 28
Figura 10 - Reservatórios de resíduos para coleta seletiva ....................................... 29
Figura 11 - Influências na tomada de decisão............................................................ 38
Figura 12 - Modelo de um Sistema de Gestão Ambiental .......................................... 40
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Analogia entre metabolismo de ecossistema e sistema industrial ............ 20
Tabela 2 - Tempo de decomposição de diferentes materiais ..................................... 27
Tabela 3 - Padrões de postura ambiental apresentado pelas empresas ................... 35
11
1. INTRODUÇÃO
O tema meio ambiente e sua preservação vem sendo, ultimamente, pauta de
discussões em todo o mundo. O homem percebeu a importância de preservar o meio
ambiente, amenizar os danos causados no passado, de modo que as próximas
gerações também possam desfrutar dos recursos naturais disponíveis na natureza.
Porém, não foi sempre que o homem teve esta postura de conscientização
ambiental. Na busca por meios de se amenizar os danos causados ao meio
ambiente, a conscientização por parte das indústrias foi de grande importância, uma
vez que elas são causadoras de grande parcela dos impactos ambientais causados
ao meio ambiente, pois utilizam os recursos naturais para transformá-los em suas
matérias-primas.
Antes da Revolução Industrial, os produtos utilizados pela população eram
confeccionados por artesãos, onde todo o processo era manual e feito apenas com
algumas ferramentas, em pequenas oficinas. Pequenas quantidades de resíduos
eram geradas e devido à reduzida demanda de produção da época, os produtos
tinham um alto custo e apenas uma pequena parcela da população podia comprá-
los.
A partir do advento Revolução Industrial, houve uma brusca alteração no
modelo de produção. Neste novo modelo, os produtos eram fabricados de maneira
sistemática, com produção em massa e, com isso, oferecidos a preços mais baixos.
Desse modo, a maior parte da população tinha acesso aos bens industrializados.
As indústrias tinham a natureza como fonte de suas matérias-primas, mas não
imaginavam que aquela fonte poderia ser finita. Deste então, houve uma acentuada
degradação do meio ambiente, que coincidiu com o acelerado crescimento do
volume de produção. Desmatamento desenfreado para instalação das fábricas e
descarte inadequado de resíduos sólidos, líquidos e gasosos gerados fizeram parte
deste cenário jamais visto pela população.
O tempo foi passando e o homem começou a se preocupar e questionar sobre
a abundância dos recursos naturais disponíveis e, aos poucos, foi sendo
12
desenvolvida a conscientização da exploração da natureza, agora, já como recurso
finito.
Aos poucos, maior parte da população começou a perceber a importância de
se criar um modelo de vida que respeitasse o meio ambiente, já pensando a longo
prazo. Foi surgindo, então, uma nova cultura de pensamento, que foi se
desenvolvendo e que hoje a conhecemos como sustentabilidade.
À medida que as pessoas foram tendo preocupação com o meio ambiente, as
indústrias precisaram se adequar a esta nova cultura. Começou-se a explorar a
natureza de forma mais consciente, com menos desperdícios e a adotar modelos de
tratamentos de resíduos eficazes.
Os gestores das empresas tiveram, então, que se adequar ao novo cenário,
onde a preocupação com a exploração consciente dos recursos naturais envolvidos
na cadeia de produção também deveria fazer parte da estratégia de seus negócios.
É claro que, em paralelo a isso, diversas normas e leis ambientais se fizeram
necessárias para o controle e monitoramento das indústrias quanto à postura correta
de conscientização do meio ambiente.Porém, além das leis ambientais, percebeu-se
um crescente interesse por parte da população em utilizar produtos provenientes de
empresas que seguissem um modelo sustentável. Isto gerou uma mudança no
cenário industrial, onde as empresas buscaram alternativas para se mostrarem
“verdes”, “ecologicamente corretas” frente a esse novo perfil de consumidor. E,
assim, continuaram a prosperar seus negócios num mercado que se mostra a cada
dia mais competitivo. Esta nova tendência mostra que as empresas precisam atender
às expectativas do consumidor para se consolidarem no mercado.
Desta forma, algumas empresas adotam um modelo de gestão ambiental,
onde se busca otimização de suas práticas sustentáveis visando a melhoria
contínua, além de um modelo econômico que as tornem mais competitivas. As
empresas buscam estas práticas de forma estratégica, de modo que proporcione
além de redução de custos, também um “marketing ecológico”, que é uma alternativa
do mercado onde se busca atender às expectativas do novo perfil de consumidor
consciente das questões ambientais e, para isso, adéquam seu modelo estratégico a
este cenário atual vivido na indústria.
13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Modelos de produção: artesanal, em massa e enxuta
O homem, por um longo período de sua existência, viveu num contexto onde
os bens de consumo eram obtidos através de um modelo de produção artesanal.
Neste modelo, os produtos eram fabricados em pequenas oficinas com o auxílio de
apenas algumas ferramentas. Por se tratar de um modelo altamente personalizado,
buscava-se atender às especificações dos clientes e eram produzidos, geralmente,
produtos em quantidade unitária. Desta forma, devido ao alto valor agregado ao
produto, apenas uma pequena parcela da sociedade tinha acesso a esses bens.
(LIKER; MEIER, 2009).
Figura 1: Modelo de produção artesanal, em uma alfaiataria.
Fonte: Portal História no Interior, 2013.
A partir da Revolução Industrial, o modelo de produção artesanal foi sendo
substituído por um modelo onde se buscava produzir a maior quantidade possível
para se conseguir o menor preço para o consumidor, de forma a atender maior parte
14
da população. Esse modelo adotado ficou conhecido como produção em massa.
Com custos mais baixos, maior parcela da população tinha acesso aos bens
industrializados e, como consequência, houve um aumento do volume de produção
para que fossem atendidas as demandas da sociedade. Neste modelo, grandes
quantidades de produtos eram disponíveis ao consumidor, porém, por se tratar de
produtos padronizados (característica da produção em massa), com o tempo, esses
produtos começaram a não atender plenamente às expectativas do consumidor.
Neste período, como consequência do grande volume de produção e da falta de
conscientização da população, houve, então, um excessivo desgaste do meio
ambiente devido à grande geração de resíduos e ao seu descarte inadequado e,
ainda, à extração não consciente dos recursos naturais (WOMACK; JONES; ROOS,
2004).
Figura 2: Modelo de produção em massa, em uma indústria de tecelagem.
Fonte: Portal Revolução Industrial dos Mlks, 2013.
Surge, então, a necessidade de um novo modelo, onde se buscava um
intermediário entre os benefícios da produção artesanal e a produção em massa. Da
produção artesanal, foi resgatado o objetivo de atender às expectativas do
15
consumidor, disponibilizando à ele mais opções referentes a um determinado
produto. Em relação à produção em massa, foi resgatado o modelo de produção
sistemática, porém, otimizando a utilização da mão de obra e os recursos envolvidos
na cadeia de produção. Este novo modelo ficou conhecido como produção enxuta,
onde se buscou otimizar processos, atender às expectativas do consumidor, reduzir
custos e aumentar a produtividade, com qualidade (WOMACK; JONES; ROOS,
2004).
Figura 3: Modelo de produção enxuta, em uma fábrica de automóveis.
Fonte: Portal Revolução Industrial dos Mlks, 2013.
Deste modo, no modelo de produção enxuta, observa-se uma constante busca
pela melhoria do processo, redução de desperdícios, consumo consciente de
recursos naturais, podendo, assim, oferecer produtos de maior qualidade por um
preço menor. Além disso, neste modelo, a indústria procura conhecer seu cliente,
conhecer suas expectativas e para poder proporcionar maior satisfação ao cliente
(LIKER; MEIER, 2009).
16
2.2 Sustentabilidade
O termo “sustentabilidade” se refere ao uso consciente dos recursos
disponíveis na natureza, utilizados para o desenvolvimento social e econômico da
sociedade. Num modelo sustentável, se busca reduzir os impactos ambientais:
redução de geração de resíduos, descarte apropriado de resíduos, redução de
desperdícios, política de reciclagem, entre outros. Também, busca-se o
desenvolvimento e conscientização da população que vive e está em contato com o
meio ambiente (MILLER JR., 2012).
Em um modelo sustentável, há uma mudança na cultura de pensamento, onde
se procura usufruir dos recursos naturais de maneira a causar os menores impactos
possíveis (amenizar a depredação da natureza). Deste modo, um modelo sustentável
exercita uma cultura de pensamento a longo prazo, buscando respeitar o meio
ambiente e o manter preservado, proporcionando menores impactos ambientais e,
possivelmente, uma melhor qualidade de vida às gerações atuais e futuras (MILLER
JR., 2012).
É certo que não foi sempre que o homem teve uma postura sustentável. Por
muito tempo a natureza sofreu impactos ambientais negativos e severos, decorrentes
da falta de conhecimento e conscientização do homem (SÁNCHEZ, 2008).
A cultura de sustentabilidade surge justamente para contornar estes
problemas, amenizando os impactos causados e prevenindo que novos danos sejam
causados. A sustentabilidade é assim conhecida como: a combinação consciente
entre desenvolvimento social e econômico, alinhados à preservação e utilização
consciente do meio ambiente (SÁNCHEZ, 2008).
17
Figura 4: Esquematização do modelo de sustentabilidade: combinação e equilíbrio entre economia, sociedade e meio ambiente.
Fonte: Portal Ser Pensador, 2013.
2.2.1 Desenvolvimento Sustentável
Define-se desenvolvimento sustentável como sendo: “o desenvolvimento
capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade
de atender as necessidades das futuras gerações” (Portal WWF, 2013).
Para se atingir o desenvolvimento sustentável, é preciso que haja um
equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental, de forma que se
reconheça a importância dos recursos naturais disponíveis na natureza e que estes
sejam utilizados de forma racional. Também é importante que haja incentivo à
redução do uso de matérias primas e produtos e o aumento da reutilização e
reciclagem de resíduos gerados (MILLER JR., 2012).
Desta forma, o conceito de desenvolvimento sustentável representa uma nova
forma de desenvolvimento econômico e social, que leva em conta o meio ambiente
(Portal WWF, 2013).
18
2.2.2 Química verde
Conforme a sociedade foi se conscientizando ao longo da história, surgiu o
conceito de sustentabilidade, onde se busca desenvolvimento econômico aliado de
forma sinérgica ao desenvolvimento social e ambiental. Desta forma, a Química tem
papel importante para o desenvolvimento de práticas e modelos que proporcionem
produtos e processos mais eficientes, mais aprimorados, que diminuam ou eliminem
a utilização de substâncias perigosas. Também, pode-se perceber um enorme
esforço para o desenvolvimento de produtos e processos que reduzam ou eliminem
a geração de substâncias tóxicas, nocivas ao meio ambiente (BAZITO, 2011).
Desta forma, a Química Verde surge como um novo modelo de pensamento,
onde se busca aliar as técnicas e conceitos da Química com sua utilização voltada
ao desenvolvimento sustentável. Áreas como Química, Engenharia Química e outras
ciências relacionadas estão cada vez mais dedicando esforços para o
desenvolvimento de processos e produtos que sejam menos impactantes ao meio
ambiente, mais sustentáveis e economicamente viáveis (BAZITO, 2011).
As empresas percebem cada vez mais que o aprimoramento de seus
processos, voltado à Química Verde, proporciona muitos benefícios. Isso pode ser
percebido facilmente, pois processos desenvolvidos com conceitos de Química
Verde proporcionam menor geração de resíduos e, consequentemente, menor
volume de resíduos a serem devidamente tratados, redução de desperdícios, menor
gasto de energia em seus processos, entre diversos outros fatores que são
descobertos a cada dia. Todos estes fatores impactam significativamente na redução
de custos das empresas que adotam esta postura “verde” (BAZITO, 2011).
Desta forma, pode-se considerar a Química Verde como uma nova forma de
se pensar em química e meio ambiente, que não é considerada uma tendência
passageira mas sim, uma maneira inteligente de repensar e fazer química, ou seja,
surge de modo a fazer com que profissionais e empresas repensem no seu papel
para o desenvolvimento sustentável do planeta (ALMEIDA; GIANNETTI, 2006).
19
2.3 Meio ambiente
Segundo Sánchez (2008), o desenvolvimento da ciência leva a humanidade a
um conhecimento cada vez mais aprofundado a respeito da natureza. Isso exigiu que
fosse necessária uma grande gama de especializações, uma vez que quando se
trata do assunto meio ambiente, este envolve equipes multidisciplinares, ou seja, a
participação de diversos tipos de especialistas.
O meio ambiente é a fonte dos recursos naturais essenciais à sobrevivência
dos seres vivos e, também, o meio de vida dos seres vivos. Desse modo, depende
da manutenção dos seres que o habitam para que sejam preservadas suas
características (MILLER JR., 2012).
Pode-se também dizer que o meio ambiente envolve a terra, ar, água, os
seres que o habitam, toda matéria orgânica e inorgânica e as camadas da atmosfera
(MILLER JR., 2012).
Segundo Theys (1993apud SÁNCHEZ, 2008), existem três formas de
conceituar o meio ambiente. Seriam estas: uma visão objetiva, uma subjetiva e outra
denominada de antropocêntrica.
Na visão objetiva, Theys (1993 apud SÁNCHEZ, 2008) define meio ambiente
como: “uma coleção de objetos naturais em diferentes escalas e níveis de
organização (do organismo à biosfera), e as relações entre eles (ciclos, redes,
cadeias tróficas)”. Desta forma, essa visão mostra que nenhuma espécie seria mais
importante do que a outra.
Já a visão subjetiva, Theys (1993apud SÁNCHEZ, 2008) define o meio
ambiente como sendo: “um sistema de relações entre o homem e o meio.” Esta visão
tem o meio ambiente como objeto de conflito, uma vez que o homem se apropria dos
recursos naturais existentes no meio e que são necessários para a manutenção e
sobrevivência dos seres vivos.
Ainda segundo Theys (1993apud SÁNCHEZ, 2008), a visão antropocêntrica
seria: “cada indivíduo, cada grupo social e cada sociedade, seleciona, entre os
elementos do meio e entre os tipos de relações, aquelas que lhe importam.” Desta
forma, esta visão mostra que o ambiente pode sofrer diferentes impactos,
20
dependendo do objetivo que se busca, também por parte do homem, seus valores,
suas crenças e sua percepção.
O meio ambiente é constituídos por diversos ecossistemas onde diferentes
elementos interagem em um determinado ambiente. Sistemas industriais também
estão em constante interação com o meio ambiente e, por isso, podem ser
analogamente comparados a um ecossistema. Assim como em ecossistemas, que
possuem produtores, consumidores e decompositores, as indústrias também
possuem constituintes similares. Os produtores são as atividades para obtenção das
matérias primas, muitas vezes, provenientes diretamente de fontes renováveis. Os
consumidores são representados por todo o sistema industrial da empresa e os
decompositores são representados pelas atividades de reciclagem e tratamento de
resíduos e descarte apropriado dos mesmos. Estes três aspectos precisam estar em
sintonia para que as industrias e o meio o qual estas estão inseridas possam ser
ambos beneficiados (ALMEIDA; GIANNETTI, 2006).
Tabela 1: Comparação entre metabolismo de um ecossistema e “metabolismo”
de sistema industrial (ALMEIDA; GIANNETTI, 2006).
ECOSSISTEMA SISTEMA INDUSTRIAL
Organismo Empresa
Reprodução Produção
População Parque Industrial
Proximidade produtor/reciclador Distância variável entre produtor e reciclador
Ciclo fechado de matéria Ciclo aberto
Alto índice de reciclagem Reciclagem Incipiente
Regulado pela quantidade de reservas de material Regulado pela demanda de produto
Concentração e reúso de resíduos Dissipação de resíduos
Competição por recursos disponíveis Competição por recursos disponíveis
Interage com o ambiente Modifica o ambiente
Assim, fica evidente que o assunto meio ambiente deve ser tratado como
multidisciplinar, pois é analisado por muitas abordagens e deve ser considerado por
diferentes aspectos, que podem estar direta ou indiretamente relacionados a ele
(CUNHA; GUERRA, 2009).
21
2.4 Recursos naturais
São considerados recursos naturais os elementos encontrados na natureza e
que são utilizados pelo homem para o desenvolvimento de sua civilização e
sobrevivência. Esses recursos surgem na natureza de forma direta, sem
necessidade de intervenção do homem. São eles, os elementos disponíveis no meio
ambiente como: água, ar, rochas e minerais e o solo (SÁNCHEZ, 2008).
O homem, ao longo da história, sempre necessitou dos recursos naturais para
sua sobrevivência. Através do conhecimento das técnicas de utilização dos mesmos,
a humanidade pôde-se desenvolver-se e criar um estilo de vida que fosse mais
adequado às suas necessidades e expectativas (SÁNCHEZ, 2008).
Os recursos naturais podem ser classificados em dois tipos: os renováveis e
os não renováveis. Classificam-se como recursos naturais renováveis aqueles
recursos que não se esgotam, ou seja, que são capazes de se renovar, regenerar,
desde que a exploração feita pelo homem não seja excessiva. Como exemplo de
recursos renováveis, podem ser citados a energia solar, a água e o ar (MILLER JR,
2012).
Figura 5: Recursos naturais renováveis: água, vento e energia solar.
Fonte: Portal Meio Ambiente Cultura Mix, 2013.
22
Já os recursos naturais não renováveis são aqueles que se encontram
disponíveis na natureza em quantidades limitadas e demoram muito tempo para
poderem ser regenerados. Podem ser citados como exemplo de recursos não
renováveis, o petróleo, o carvão mineral e o minério de ferro (MILLER JR., 2012).
Figura 6: A figura acima apresenta exemplos de recursos naturais não renováveis: urânio, petróleo, minerais e rochas.
Fonte: Portal Meio Ambiente Cultura Mix, 2013.
Tanto os recursos naturais renováveis quanto os não renováveis dependem da
utilização e exploração consciente do homem para poderem ser mantidos
disponíveis na natureza. Assim, se faz necessária uma política de mudança de
cultura e conscientização da população e empresas para que as gerações futuras
não sofram com a escassez de determinados recursos naturais (SÁNCHEZ, 2008).
2.4.1 A diferença entre conservar e preservar
Conservar e preservar são conceitos distintos que muitas vezes são
confundidos quando relacionados ao meio ambiente. As palavras conservação e
preservação apresentam diferentes interações entre o homem e a natureza
23
(SÁNCHEZ, 2008).
Entende-se por conservação, a utilização racional dos recursos naturais, de
forma a garantir a existência destes para as gerações atuais e futuras. Desta forma,
o ato de conservar permite a utilização dos recursos naturais disponíveis na natureza
de forma sustentável, ou seja, garante sua existência para as futuras gerações
(CUNHA; GUERRA, 2009).
O termo “preservar” se refere à proteção da natureza, de forma que se evite a
perda de biodiversidade (espécies, ecossistema ou biomas) e se garanta a
disponibilidade dos recursos naturais. Desta forma, ao se preservar, busca-se manter
não apenas a existência, mas também a integridade de algo que se queira preservar
(CUNHA; GUERRA, 2009).
Assim, a preservação se faz necessária quando há risco de perda e a
conservação é necessária quando se quer manter a existência de determinado
recurso natural (SÁNCHEZ, 2008).
2.5 Impacto ambiental
O termo “impacto ambiental” é comumente utilizado para definir algum dano
causado à natureza. O termo pode ser definido como uma mudança que tenha
ocorrido em um determinado lugar e período e que tenha afetado algum parâmetro
ambiental. Isso resultaria em um comportamento diferente ao que se observaria se
esta mudança não tivesse acontecido (SÁNCHEZ, 2008).
Segundo a norma ISO 14001 de1996, o termo “impacto ambiental” é definido
como: “Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte,
no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização”.
Segundo a resolução número 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA (1996), é considerado como impacto ambiental qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas causadas ao meio ambiente por qualquer
forma de matéria ou energia que seja resultado de uma atividade causada pelo
homem.
24
Figura 7 (a): Impacto ambiental causado pelo
descarte inadequado de materiais.
Fonte: Portal Boletim Eco, 2013.
Figura 7 (b): Após derramamento de
petróleo em plataforma petrolífera, ave é
contaminada em águas poluídas.
Fonte: Portal Boletim Eco, 2013.
Deste modo, define-se impacto ambiental como resultado de uma ação
humana e, para que sejam evitados ou, ao menos, amenizados os impactos
ambientais, faz-se necessário a elaboração de leis regulamentadoras que protejam a
integridade dos ecossistemas e que fiscalizem quanto à obediência de suas
exigências mínimas para a manutenção da natureza (CUNHA; GUERRA, 2009).
2.6 Geração de resíduos
Classificam-se como resíduos todos aqueles materiais provenientes de
processos e atividades industriais, hospitalares, comerciais, de serviços e, ainda, de
atividades domiciliares. Esses materiais podem ser plásticos, metais, papéis, vidros,
produtos químicos, esgoto, entre outros diversos tipos (MILLER JR., 2012).
Os resíduos gerados podem ser classificados como sendo líquidos, sólidos e
gasosos. Para cada tipo de resíduo, deve-se ter uma finalidade ou descarte
adequado. Os resíduos sólidos apresentam uma grande diversidade. Com o auxílio
de uma gestão de resíduos adequada e eficiente, os resíduos sólidos são em grande
quantidade destinados à reciclagem. Como exemplos, são classificados como
resíduos sólidos: plásticos, papéis, vidros, metais e embalagens em geral
25
(SÁNCHEZ, 2008).
Os resíduos líquidos, também conhecidos como efluentes residuais, são
geralmente provenientes de processos e atividades industriais e atividades
domésticas. São líquidos gerados, geralmente, em grande volume e, por isso, se faz
necessário uma gestão de tratamento deste tipo de resíduo. Em muitas indústrias,
são adotadas as chamadas Estações de Tratamento de Efluentes (ETE), que são
estações com a finalidade de tratar este resíduo líquido de forma a manter a
integridade do local onde ocorrerá o descarte, evitando, assim, a poluição e
contaminação do solo e da água, geralmente, de rios e lagos (SÁNCHEZ, 2008).
Os resíduos gasosos são provenientes, por exemplo, de etapas de processos
industriais, queima de combustíveis fósseis e volatilização de substâncias químicas.
Deve-se dar a devida atenção à esse tipo de resíduo, com políticas de purificação,
lavagem e redução de emissão de gases, que podem provocar a poluição do ar
atmosférico se descartado à atmosfera inadequadamente (SÁNCHEZ, 2008).
2.6.1 Reciclagem
O termo “reciclagem” é usado para definir o ato de utilizar materiais já foram
utilizados e transformá-los em novos produtos a serem utilizados pelo homem. Esta
transformação de materiais que já utilizados se faz necessária devido ao grande
volume de resíduos gerados e ao estilo de vida da sociedade atual (CUNHA;
GUERRA, 2009).
26
Figura 8: Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe) apontam um aumento na geração de resíduos (“lixo”) em São Paulo em
2010. Apesar de políticas de conscientização terem sido realizadas, fica evidente a
necessidade de esforços para conscientizar a população quanto à questão ambiental.
Fonte: Portal Abrelpe, 2013.
O processo de reciclagem, além da preservação do meio ambiente, possibilita
a geração de empregos, redução de exploração de recursos naturais (devido ao
reaproveitamento do que já foi extraído) e a possível geração de riquezas, já que
grande parte do material reciclado pode ser comercializada (DONAIRE, 2012).
O incentivo à reciclagem é muito importante para o desenvolvimento
sustentável, uma vez que o tempo de decomposição de resíduos varia muito,
dependo da classificação do material. O tempo para decomposição de certos
materiais, se descartados de forma inapropriada, pode ser muito longo (SÁNCHEZ,
2008).
27
Tabela 2: Tempo de decomposição de diferentes materiais.
Fonte: Portal Recicle Vidas, 2013.
Tempo de decomposição de diferentes materiais
Material Tempo
Papel 3 a 6 meses
Palito de madeira 6 meses
Pano 6 meses a 1 ano
Fralda descartável biodegradável 1 ano
Toco de cigarro 20 meses
Chiclete 5 anos
Isopor 8 anos
Lata de aço 10 anos
Nylon Mais de 30 anos
Copo de plástico 50 anos
Embalagem longa vida Até 100 anos
Plástico 100 anos
Tampas de garrafa 150 anos
Fralda descartável comum 450 anos
Pneus 600 anos
Vidro Indeterminado
De acordo com a resolução número 275 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA (2001): “considera-se que a reciclagem de resíduos deve ser
incentivada, facilitada e expandida, para reduzir o consumo de matérias-primas,
recursos naturais não renováveis, energia e água”. Ainda, de acordo com esta
resolução, é importante o incentivo de programas para a conscientização da
população quanto à preservação do meio ambiente. Utiliza-se a coleta seletiva como
alternativa para maior aproveitamento dos resíduos gerados e maior proporção de
material reciclado. Para tal, é recomendada a adoção do código de cores para fins de
coleta seletiva, de modo a facilitar o manuseio e tratamento destes resíduos.
Os padrões de cores estabelecidos pela resolução 275 do CONAMA (2001)
sugerem a separação dos resíduos conforme diferentes classificações. A figura a
seguir ilustra as cores e classificação dos materiais, todas de acordo com a
resolução:
28
Figura 9: Cores e classificações dos tipos de materiais.
Fonte: Portal Tekplast, 2013.
Seguindo a classificação quanto ao tipo de material, é comum a presença de
reservatórios de coleta distribuídos nos centros urbanos, parques, em instituições
públicas (escolas, hospitais) e em instituições privadas. A oportunidade de
reaproveitamento dos materiais é benéfica ao meio ambiente e à sociedade, gerando
empregos e oportunidades de negócio (CUNHA; GUERRA, 2009).
29
Figura 10: Política de reciclagem: Reservatórios de resíduos para coleta seletiva
encontrados, facilmente, nos centros urbanos. Compartimentos de separação de resíduos
por categoria – primeiro passo para uma reciclagem eficaz.
Fonte: Portal Info Jovem, 2013.
2.7 Questões ambientais
2.7.1 Legislação ambiental
No final da década de 60, houve um crescimento da conscientização da
população nos países industrializados e, também, dos países em desenvolvimento
quanto à questões relacionadas à preservação do meio ambiente. Isso ocorreu
devido à observação da rápida degradação do maio ambiente e da necessidade do
envolvimento da população em questões que afetavam a todos pertencentes àquele
meio. Essa conscientização, fez com que a população começasse a exigir de seus
governos providências para que se considerassem as questões ambientais em seus
planos de desenvolvimento a médio e longo prazo (CUNHA; GUERRA, 2010).
“No Brasil, a realização dos Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e a
apresentação do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) foram
regulamentados, a nível federal, pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA)” (CUNHA; GUERRA, 2010).
30
Desta forma, para fins de licenciamento de qualquer atividade que possa
causar qualquer impacto ambiental, os Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) deverão ser submetidos à aprovação do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA) e do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). Assim, a primeira etapa para o
desenvolvimento de qualquer que seja o empreendimento é o processo de
licenciamento, seja no âmbito municipal, estadual ou federal e os órgãos ambientais
têm papel fundamental para garantir que as organizações obedeçam as exigências
legais para o desenvolvimento sustentável e, cabe também à estes órgãos monitorar
se estas exigências estão sendo devidamente cumpridas (Cunha; Guerra, 2010).
2.7.2 Órgãos ambientais
São os órgãos reguladores ambientais os responsáveis pela criação das
normas e padrões para se manter o equilíbrio ecológico (Portal MMA, 2013).
Toda empresa necessita se submeter às normas e padrões referentes à
utilização do meio ambiente e qualquer interação relacionada a este. Cabe aos
órgãos nacionais o estabelecimento das normas e padrões. Aos órgãos estaduais e
municipais, cabe a responsabilidade de propor normas complementares relacionadas
à qualidade ambiental (Portal MMA, 2013).
Abaixo, estão descritos os principais órgãos reguladores ambientais e suas
responsabilidades e elementos de avaliação dos aspectos ambientais.
SISNAMA
“O sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) estabelece um conjunto
articulado de órgãos, entidades, regras e práticas responsáveis pela proteção e
melhoria da qualidade ambiental” (Portal MMA, 2013).
É de sua responsabilidade coordenar os Órgãos e entidades que o
constituem, observando o acesso da opinião pública às informações relativas às
agressões ao meio ambiente e às ações de proteção ambiental. (Portal MMA, 2013).
31
CONAMA
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo e
deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). Sua principal
responsabilidade é definir normas e critérios para o licenciamento de atividades que
possam causar danos ambientais, levando sempre em conta o uso racional dos
recursos ambientais (Portal MMA, 2013).
IBAMA
“O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) é uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público,
autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente”
(Portal IBAMA, 2013).
Sua responsabilidade é de proteger o meio ambiente e assegurar que os
recursos naturais sejam utilizados de maneira sustentável (Portal IBAMA, 2013).
MMA
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem como missão promover o
desenvolvimento de princípios e estratégias para o conhecimento, a conservação,
proteção e recuperação do meio ambiente. Também, visa promover a utilização
racional e sustentável dos recursos naturais e o desenvolvimento sustentável na
implementação de políticas públicas, de forma democrática, à todos os níveis de
governo e sociedade (Portal MMA, 2013).
AIA, EIA e RIMA
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um conjunto de procedimentos que
visa assegurar que seja realizado um exame sistemático dos impactos ambientais de
uma ação proposta, por exemplo, um projeto ou programa, desde seu início. Os
resultados desta avaliação são apresentados ao público e aos responsáveis pelas
tomadas de decisões, e por eles serão considerados (Portal MMA, 2013).
32
O estudo de Impacto Ambiental (EIA) é parte integrante do processo de
realizado pela AIA. Tem por finalidade a execução, por equipe com profissionais de
diversas áreas, de tarefas técnicas e científicas cujos objetivos são as análises
sistemáticas das consequências que podem ser causadas ao meio ambiente devido
à implementação de determinado projeto.
Finalmente, o relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é o documento onde são
apresentados os resultados da avaliação de impacto ambiental. Este documento é
constituinte do processo de avaliação de impacto ambiental e deve esclarecer muito
bem todos os elementos da proposta (Portal MMA, 2013).
2.7.3 Regulamentação ambiental
Segundo Porter e Linde (1999 apud BARBIERI, 2011), “regulamentações
ambientais adequadas podem estimular o surgimento de inovações que reduzam os
custos ambientais e permitem o uso mais eficiente de recursos”. Muitos autores
consideram a regulamentação necessária, pois as pressões criadas fazem com que
as empresas busquem alternativas tecnológicas e procurem por áreas potenciais que
possam desenvolver melhorias em relação às suas práticas ambientais. Também,
incentiva as organizações a perceber que é preciso se adequar às normas
ambientais para que a empresa possa ganhar posição de destaque no mercado
(BARBIERI, 2011). Desta forma, Barbieri (2011) conclui que “a proteção ambiental
pode ser um importante fator de competitividade das empresas e dos países”.
2.7.4 Leis ambientais
As leis ambientais são importantes, pois permitem que o país se desenvolva
de forma mais sustentável. As empresas precisam se adequar às leis ambientais
para obterem suas licenças de funcionamento (Portal MMA, 2013).
A seguir, são destacadas algumas regulamentações ambientais brasileiras
(Portal MMA, 2013).
33
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
Esta política prevê redução na geração de resíduos, através de práticas mais
sustentáveis, incentivo à reciclagem e a reutilização dos resíduos sólidos gerados e o
seu descarte adequado, quando necessário. Esta política se aplica a todos os
geradores de resíduos: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o
cidadão e a qualquer entidade ou organização que possa vir a gerar resíduos sólidos
(Portal MMA, 2013).
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estipula metas importantes para
eliminação dos “lixões”, impõe que organizações elaborem planos para
gerenciamento de seus resíduos sólidos e, desta forma, as ferramentas da Política
Nacional de Resíduos Sólidos ajudarão o Brasil a alcançar o índice de reciclagem de
resíduos de 20% em 2015 (Portal MMA, 2013).
Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH)
A Política Nacional de Recursos Hídricos orienta a gestão das águas no Brasil.
Esta política define diretrizes voltadas para a melhoria da oferta de água e gerencia
as demandas para que seja possível o desenvolvimento sustentável do país (Portal
MMA, 2013).
Esta política possui como um dos seus objetivos específicos “a percepção da
conservação da água como valor socioambiental relevante” (Portal MMA, 2013).
2.7.5 Conscientização das questões ambientais
Para Seiffert (2011), a postura ambiental da empresa está, em parte,
relacionada à cultura organizacional. Assim, as organizações podem apresentar
diferentes posturas às quais Seiffert às relaciona em três principais estágios.
O primeiro estágio, seria uma postura passiva, na qual a organização não
cumpre a regulamentação ambiental apropriada porque considera que o investimento
em regulamentação desta natureza pode causar prejuízos à organização. Empresas
34
que estão enquadradas nesta classificação se tornam alvo constante de fiscalização
e ficam sujeitas à multas que podem ser muito prejudiciais aos negócios,
dependendo da natureza da infração. Também, esta postura favorece a perda de
mercado por minimização de sua imagem perante o consumidor. Todos estes fatores
influenciam para o mau desempenho do negócio, provando que investimentos em
proteção ambiental não são custos irrelevantes.
O segundo estágio, apresenta uma postura reativa, ou seja, as organizações
que apresentam esta postura buscam atender às exigências legais quando estas
forem solicitadas pela fiscalização ambiental. Neste estágio, busca-se o mínimo de
investimentos em questões de proteção ambiental e o seu adiamento, quando
possível. Como consequência deste modelo, a organização estará também sujeita à
multas em relação ao seu mau desempenho em proteção ambiental e pode sofrer
com perdas de mercado por expor ao consumidor o seu baixo comprometimento com
as questões ambientais. Apresenta, ainda, um risco moderado em relação à custos
financeiros por multas, quando não atendidas as exigências da legislação ambiental.
O terceiro estágio descrito por Seiffert (2011) apresenta uma postura
proativa. Empresas que adotam este tipo de postura atendem a legislação ambiental
e se antecipam de potenciais riscos calculados. Atuam em um sistema de prevenção
e não de remediação, como percebido nos estágios anteriores. Empresas desta
natureza têm consciência de que é mais rentável para seus negócios investir na
regulamentação ambiental para que não sejam necessários maiores custos
posteriormente e, para isso, muitas vezes adotam um sistema de gestão ambiental
que lhes permite calcular e gerenciar riscos, além de buscar melhoria contínua em
seus processos, sempre envolvendo todas as partes interessadas. Como benefício
desta postura, estas empresas reduzem suas chances de serem punidas por órgãos
regulamentadores, possuem maior eficiência em suas cadeias produtivas, maior
lucratividade em seus negócios, atraem mais investidores e podem melhorar sua
imagem perante o consumidor (SEIFFERT, 2011).
As diferentes posturas citadas por Seiffert (2011) estão relacionadas na tabela
3 a seguir.
35
Tabela 3: Padrões de postura ambiental apresentado pelas empresas.
Apresentação de seus estágios, paradigmas e consequências do modelo adotado
(SEIFFERT, 2011).
Estágio Paradigmas Consequências
Passivo
-Não cumpre a regulamentação ambiental aplicável. -Considera que questões ambientais reduzem o lucro do empreendimento. -Nãorealiza investimentos para controlar seus aspectos ambientais.
-Torna-se alvo permanente da fiscalização; -Está sujeita à multas e penalidades legais; -Apresenta conflitos com as partes interessadas; -Grande potencial de perda de mercado; -Seu "mau comportamento" pode ser explorado pelos concorrentes; -Baixa atratividade a investidores e financiadores; -Elevado potencial de aquisição de passivos legais (civil, trabalhista); -Elevado potencial de aquisição de passivos ambientais; -Risco de acidentes com graves consequências econômicas e financeiras.
Reativo
-Busca cumprir a lei quando exigido pela fiscalização ambiental. -Tenta postergar ao máximo os investimentos em controle ambiental.
-Está sujeita à multas e penalidades legais; -Baixo potencial de exposição legal; -Maior exposição aos concorrentes; -Potencial moderado de perda de mercado; -Menor potencial de aquisição de passivos legais (civil, trabalhista); -Menor potencial de aquisição de passivos ambientais; -Risco moderado de acidentes com graves consequências econômicas e financeiras.
Proativo
-Sabe que é melhor e mais barato “fazer direito desde o início para não ter que consertar depois”; -Gerencia riscos, identifica inadimplências legais e as corrige; -Possui um Sistema de Gestão Ambiental integrado às funções corporativas.
-Relacionamento de parceria com o órgãos ambientais; -Gerenciamento dos riscos ambientais; -Menores chances para multas e penalidades; -Racionalização dos investimentos, resultando em maior lucratividade; -Melhores resultados operacionais (conservação de matéria e energia); -Maior aceitação de seus produtos pelo mercado (credibilidade); -Ampliação de sua participação no mercado; -Maior satisfação dos empregados; -Atrai investidores e acionistas; -O acesso à financiamentos é favorecido; -Seguros Patrimoniais a preços reduzidos.
Tachizawa (2011), defende que as empresas precisam estar atentas ao novo
perfil de consumidor, que está a cada dia mais interessado em interagir com
organizações éticas, que estejam preocupadas em atender as exigências ambientais
e que atuem de forma ecologicamente correta. Segundo Tachizawa (2011), para se
ter um bom desempenho ambiental, os gestores das organizações precisam
36
conscientizar todos os funcionários, de modo que haja uma renovação na cultura de
pensamento da organização, como um todo. Uma organização será efetivamente
eficiente quando alinhadas as suas necessidades às da sociedade a qual ela está
inserida. Partindo do raciocínio de que uma organização se mantém no mercado a
partir das necessidades sociais, as empresas precisam de adequar ao novo cenário
de conscientização ambiental, repensar seu papel na sociedade e seu desempenho
econômico sócio-ambiental.
2.7.6 Gestão ambiental
Gestão ambiental é um sistema de administração empresarial que possui a
cultura de sustentabilidade para desenvolvimento de seus negócios. Desta forma, um
sistema de gestão ambiental visa diminuir impactos na natureza, através de
utilização consciente dos recursos naturais, redução de resíduos gerados,
aprimoramento dos processos, entre muitos outros fatores, ou seja, busca boas
práticas de preservação da natureza. Também, busca alternativas para promover a
reutilização de materiais como, por exemplo, através da reciclagem de seus resíduos
gerados, o que pode, inclusive, gerar retorno financeiro à empresa que o adota de
forma eficaz (DONAIRE, 2012).
Como benefício da adoção de um sistema de gestão ambiental, observa-se
uma redução de desperdícios e, consequentemente, redução de custos e retorno
financeiro através da reciclagem, melhoria de sua imagem perante comunidades
vizinhas e melhoria de sua imagem perante o mercado (DONAIRE, 2012).
As empresas que adotam um sistema de gestão ambiental, geralmente,
buscam parceria com outras empresas que seguem a mesma filosofia, ou seja,
empresas que buscam desenvolver seus negócios de maneira sustentável (ROMM,
2004). Por exemplo, organizações de grande porte possuem, muitas vezes, seus
próprios sistemas de tratamento de resíduos (sólidos, líquidos e∕ou gasosos), o que
pode lhes proporcionar retorno financeiro, através da possibilidade de reutilização de
materiais que no passado eram considerados apenas como “lixo” e que eram
descartados, muitas vezes, indevidamente. Já empresas menores, podem trabalhar
37
em parceria com instituições e, até mesmo outras empresas, para reaproveitamento
de seus resíduos e descarte apropriado dos mesmos.Desta forma, com a adoção do
sistema de gestão ambiental, a empresa procura, além de cumprir as leis ambientais,
também buscar as melhores práticas que causem o menor impacto ambiental
possível, visando sempre preservar o meio ambiente e se estabelecer no mercado
(SEIFFERT, 2011).
Segundo Tachizawa (2011), “Gestão de negócios sem consciência ambiental
provocará perdas de mercados” e isso é o que “força” as organizações a buscarem
alternativas que as mantenham competitivas frente à concorrência.
2.7.7 Autorregulamentação
Segundo Barbieri (2011), órgãos regulamentadores ambientais tendem a ser
rígidos quanto às exigências legais. Isso se deve à crescente conscientização da
sociedade ao que se diz respeito à preservação e uso consciente do recursos
naturais. Isto obriga as empresas a adotarem medidas eficientes para, além de
evitarem gastos com multas e processos judiciais, mostrarem uma imagem favorável
ao consumidor, cada vez mais consciente.
Uma nova tendência é a pro atividade das organizações em considerarem o
meio ambiente em suas tomadas de decisão, ou seja, buscarem soluções
sustentáveis e serem proativas quanto às questões ambientais (SEIFFERT, 2011).
Organizações de diferentes setores estão procurando mostrar seu
desempenho ambiental eficaz através de um sistema que as permita avaliar seus
aspectos relacionados ao meio ambiente, de forma que possam obter indicadores
importantes, que serão ferramentas para análises e tomadas de decisão. O objetivo
não é apenas atingir o que é exigido por lei, mas alcançar metas estabelecidas pela
própria organização, buscando sempre melhoria contínua (ABNT NBR ISO 14001).
Esta atitude não surge de forma espontânea, mas da necessidade da
organização se manter no mercado a partir do atendimento dos anseios do governo
e da sociedade, ou seja, a pro atividade surge a partir de necessidades e particulares
da empresa (BARBIERI, 2011).
38
O importante na implementação de um sistema de autorregulamentação é que
a alta direção esteja comprometida com esta decisão e que ela seja capaz de
transmitir este comprometimento e nova cultura de pensamento a todos os membros
da organização, ou seja, além de seus funcionários, também seus clientes,
fornecedores e acionistas (SEIFFERT, 2011).
Figura 11: Influências na tomada de decisão sobre questões ambientais nas empresas (BARBIERI, 2011).
Para que sejam atendidas as exigências de órgão regulamentadores e que a
empresa apresente pro atividade em questões ambientais, adota-se um Sistema de
Gestão Ambiental (SGA), que é uma ferramenta que possibilita à organização o
controle, manutenção, avaliação de desempenho e captura de oportunidades de
melhorias dos assuntos ligados às questões ambientais as quais a empresa está
relacionada, ou seja, fornece uma visão estruturada para planejar e implementar
medidas de proteção ambiental (ALMEIDA; GIANNETTI, 2006).
2.7.8 Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
Assim como um sistema de gestão dos negócios financeiros, que permite à
organização avaliar regularmente seu desempenho financeiro, o Sistema de Gestão
39
Ambiental (SGA) auxilia no controle ambiental das operações da empresa e permite,
através de sua análise, que a organização possa realizar um planejamento a longo
prazo, de melhorias de seus aspectos relacionados ao meio ambiente (ALMEIDA;
GIANNETTI, 2006).
Segundo Donaire (1999 apud SEIFFERT, 2011), “se as organizações
pretendem sobreviver a longo prazo, devem atender a essas aspirações e realizar o
que a sociedade delas espera”. Desta forma, uma organização só existirá se ela,
assim como suas práticas, forem aceitas pelos consumidores e pela sociedade a
qual ela está inserida (SEIFFERT, 2011).
Assim, a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental vai além da realização
de ações ambientais pontuais. É necessário que diretrizes sejam estabelecidas, que
sejam definidos objetivos claros, que haja padronização dos procedimentos a serem
adotados e que os resultados obtidos sejam avaliados, de forma que possibilite à
organização utilizar os resultados das análises em suas tomadas de decisão
(BARBIERI, 2011).
Para que os objetivos da organização sejam atingidos, deve-se ter o
comprometimento de todas as partes interessadas e, principalmente, da alta direção,
para que haja eficácia nos resultados esperados (SEFFERT, 2011).
Um sistema de Gestão Ambiental pode ser adotado pela organização,
independente de seu tipo e tamanho. Os objetivos e investimentos a serem aplicados
dependerão da natureza da organização e de suas atividades relacionadas ao meio
ambiente (ABNT NBR ISO 14001).
A partir de modelos propostos para autorregulamentação, atualmente, pode-se
encontrar como uma das principais ferramentas para o SGA os modelo propostos
pela International Organization for Standardization (ISO)(as normas da família ISO
14000), que são modelos de SGA baseados no ciclo de melhoria contínua (planejar–
fazer – checar – agir) (BARBIERI, 2011). Trata-se de procedimentos padronizados
que auxiliam as empresas a implementarem um sistema de gerenciamento ambiental
que seja verdadeiramente eficiente (GIANNETTI; ALMEIDA, 2006).
A organização que decide adotar um sistema de gestão ambiental deve,
primeiramente, estabelecer sua posição atual com relação ao meio ambiente através
40
de uma análise crítica. Desta forma, a empresa pode definir quais são as interações
que ela possui com o meio ambiente e em que condições estes aspectos se
encontram. Devem ser identificados os aspectos ambientais significativos associados
às atividades, produtos e serviços da empresa. Esta análise crítica auxilia a empresa
estabelecer objetivos específicos e mais eficazes (ABNT NBR ISO 14001).
Figura 12: Modelo de um Sistema de Gestão Ambiental proposto pela ISO 14001 (ABNT
NBR ISO 14001).
Um fator muito importante em relação a adoção de um Sistema de Gestão
Ambiental é a preocupação e comprometimento da organização com a melhoria
contínua. Para que este comprometimento seja comprovado, as empresas ficam
sujeitas à auditorias periódicas, as quais verificam se a empresa que adotou o
modelo está seguindo as metas e planos estabelecidos e se está sendo
41
implementado de forma eficaz (BARBIERI, 2011).
Também, com a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental, a organização
deve apresentar o cumprimento da legislação e regulamentos, revisão de seus
objetivos e metas sempre que pertinente, ações documentadas, implementação e
comunicação a todos os envolvidos da empresa e os resultados obtidos, assim como
o desempenho do sistema, deve exposto publicamente (BARBIERI, 2011).
2.7.9 Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA)
Os indicadores são parte importante para uma gestão ambiental eficaz. São
eles que apontarão à Alta Administração os rumos que o sistema de gerenciamento
ambiental está tomando. Neste contexto, os indicadores são ferramentas
fundamentais na avaliação de desempenho da organização e, consequentemente,
para as melhores tomadas de decisão. (TACHIZAWA, 2011).
Os indicadores apresentam resultados quantitativos e∕ou qualitativos sobre os
aspectos os quais a organização tem interesse em avaliar. São importantes pois,
além de serem utilizados para a avaliação da eficiência do modelo adotado, também
são utilizados como comparativos em relação a períodos anteriores. Estes
indicadores são apresentados publicamente e de forma voluntária em formato de
relatórios de sustentabilidade, que podem ser encontrados em sites governamentais
ou, até mesmo, no próprio site da empresa (GIANNETTI; ALMEIDA, 2006).
2.8 Gestão ambiental como vantagem competitiva
2.8.1 Vantagens da adoção de um SGA
Os benefícios da adoção de um Sistema de Gestão Ambiental são diversos.
Cada vez mais empresas vêm percebendo a importância e os benefícios de se
adotar um SGA. Ele permite à organização utilizar de forma mais eficiente os
recursos naturais e auxilia na redução de geração de resíduos, através de práticas
42
mais sustentáveis e otimização de processos. Também, permite à organização
melhorar sua imagem frente ao consumidor, investidores e acionistas e,
principalmente, aumenta os lucros da empresa, decorrente da adoção de operações
e processos mais eficientes e redução de multas e processos judiciais relacionados
ao descumprimento da legislação ambiental (GIANNETTI; ALMEIDA, 2006).
Segundo Tachizawa (2011), a adoção deste tipo de sistema de consciência
ambiental amplia fronteiras e permite que a empresa possa realiar parcerias com
outras empresas e fornecedores que também tenham este tipo de visão. Também,
Tachizawa evidencia que atualmente, há uma tendência crescente por parte dos
consumidores de uma postura rígida quanto às questões ambientais. Estes
consumidores procuram interagir com organizações éticas, que apresentam
comprometimento com o meio ambiente e que tenham boa imagem institucional no
mercado.
Segundo Barbieri (2011), com a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental
eficaz, além do aumento da lucratividade em relação à redução de desperdícios e
otimização de processos, existe a possibilidade de aproximação com consumidores
que preferem comprar produtos e serviços que sejam provenientes de processos que
respeitem a natureza, ou seja, é um fator importante e estratégico das organizações.
A adoção eficiente de um SGA pode melhorar a imagem institucional, aproximar e
melhor o relacionamento com consumidores, comunidades e grupos ambientalistas
ativistas. Também, proporciona ganhos de novos mercados e melhor relação com
autoridades públicas. Todos estes fatores resultam em vantagens competitivas frente
à concorrência.
2.8.2 Marketing ecológico
Segundo Donaire (2012): “A atividade de marketing compreende uma série de
atividades que têm como objetivo viabilizar a chegada do produto ao consumidor
final”.
Atualmente, observa-se uma crescente preocupação em relação aos fatores
ambientais na avaliação da estratégia de marketing das organizações. Isso ocorre
43
porque, além das leis ambientais estarem a cada dia mais rigorosas, observa-se uma
crescente conscientização da sociedade e dos consumidores sobre questões
ambientais. Essa mudança de perfil do consumidor, agora mais consciente em
relação à utilização dos recursos naturais, gera novas oportunidades de
comercialização de bens e serviços que devem ser avaliadas para que possa ser
garantida a competitividade da empresa frente ao mercado e preservada a sua
imagem de responsabilidade social. (DONAIRE, 2012)
Segundo Seiffert (2011): os “mercados verdes” representam oportunidades de
negócios onde a consciência ecológica está presente”. Por exemplo,
independentemente de sua natureza, os resíduos gerados, podendo ser utilizados
como insumos ou matérias-primas no mesmo ou em outros processos, passam a ter
valor econômico considerável para a empresa.
Segundo Tachizawa (2011), atualmente: “multiplicam-se no mercado as novas
gerações de produtos e de empresários “ecologicamente corretos” “. As empresas,
além de cumprirem as leis ambientais, estão interessadas em conhecer seus
consumidores, suas expectativas, captar oportunidades de redução de custos
(através gestão de resíduos, reciclagem), podendo, assim, se estabelecer no
mercado. Desta forma, buscam como alternativa uma imagem sustentável, para se
sobressaírem frente à concorrência e se adequarem ao novo perfil de consumidor
(TACHIZAWA, 2011).
As empresas buscam não somente utilizar matérias-primas de maneira
racional e sustentável, preservando o meio ambiente e otimizar seus processos. Elas
também buscam por parcerias com Organizações Não Governamentais (ONG’s), que
também tratam da causa ambiental, buscam fornecedores também preocupados com
o meio ambiente e procuram por práticas de gestão de resíduos cada vez mais
viáveis economicamente. Tudo isso, influencia na aceitação do seu produto no
mercado, perante um consumidor cada dia mais preocupado com a preservação do
meio ambiente (TACHIZAWA, 2011).
As iniciativas sustentáveis adotadas pelas empresas se fazem necessárias
atualmente, pois os consumidores buscam cada vez mais por produtos provenientes
de empresas preocupadas com a conscientização ambiental e, muitas vezes, estão
44
dispostos a pagar um valor um pouco mais elevado por estes produtos (GIANNETTI;
ALMEIDA, 2006).
As empresas buscam levar sua imagem sustentável ao consumidor através de
campanhas, promoções, embalagens, de modo que o cliente final tenha acesso às
informações relacionadas ao bom desempenho ambiental da empresa. Isto é comum
atualmente e este tipo de marketing verde começa a ser uma tendência,
principalmente, entre empresas de grande e médio porte (GIANNETTI; ALMEIDA,
2006).
As metas de marketing ecológico devem ser estabelecidas de forma objetiva,
assim como devem ser estabelecidas as metas para uma gestão ambiental eficaz.
Ao se definir metas, a empresa deve ser objetiva, pois assim poderá obter resultados
qualitativos e quantitativos, dentro de prazos pré-estabelecidos. Desta forma, a
empresa que busca ser competitiva deve entender suas deficiências e encará-las
como oportunidades de melhoria e diferenciação frente à concorrência (SEFFERT,
2011).
Desta forma, para se ter uma gestão ambiental eficaz e, consequentemente,
um marketing ecológico que atinja o consumidor preocupado com as questões
ambientais e atenda às suas expectativas as empresas precisam estar dispostas a
encarar metas desafiadoras e, assim, poderão inovar e, é a partir da inovação, que
as empresas se sobressaem no mercado frente à acirrada concorrência
(GIANNETTI; ALMEIDA, 2006).
45
3. OBJETIVO
Este trabalho teve como objetivo o estudo da importância da gestão ambiental
adotada pelas indústrias. Buscou-se entender por que a adoção de um modelo de
gestão ambiental de forma eficaz se faz necessário nos dias atuais e como as
empresas têm se adequado ao mercado, através da adoção de um modelo
sustentável e da utilização do “marketing ecológico” como alternativa estratégica do
negócio.
Ainda, buscou-se entender o motivo pelo qual empresas adotam um modelo
de gestão ambiental e quais são os benefícios que atraem as empresas a adotar
uma postura mais sustentável.
46
4. METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho, foi realizado um estudo sobre a importância
da gestão ambiental nas indústrias e como estas utilizam o marketing ecológico
como estratégia do negócio.
Para atingir os resultados deste trabalho, foi realizado um levantamento de
informações em literatura atual e pertinente ao objetivo da monografia.
Buscou-se na literatura, os estudos mais recentes que abordam as questões
ambientais no contexto industrial e, a partir deste levantamento de informações,
buscou-se compreender como as questões ambientais estão envolvidas atualmente
nas tomadas de decisão das empresas e como isto impacta no meio ambiente.
Para complementar o entendimento a respeito do assunto, realizou-se uma
visita ao departamento responsável por projetos de sustentabilidade da empresa
Johnson & Johnson, na cidade de São José dos Campos.
Nesta visita, buscou-se entender como funciona a gestão ambiental em uma
empresa de grande porte e os benefícios que um modelo de gestão ambiental
proporciona à empresa, quando aplicado de forma eficaz. Algumas perguntas foram
feitas aos funcionários da empresa para se obter um melhor entendimento de como
um sistema de gestão ambiental é aplicado na prática.
Buscou-se conhecer a opinião dos funcionários a respeito do modelo de
gestão ambiental adotado pela empresa. Os funcionários foram questionados quanto
ao desempenho ambiental dos diferentes departamentos, como são definidos os
indicadores de desempenho ambiental dos diferentes departamentos, como todos os
funcionários estão comprometidos com a melhoria contínua e sua satisfação e
comprometimento em relação ao sistema de gestão ambiental e às iniciativas
sustentáveis adotadas pela empresa.
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5. DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO
Conforme consultado na literatura, diversos autores levantam questões
relacionadas a preocupação do homem sobre a melhor utilização do meio ambiente
e recursos naturais. Pode-se observar que a preocupação com questões
relacionadas ao meio ambiente se inicia de forma mais intensificada após período da
Revolução Industrial, quando houve depredação acentuada do meio ambiente,
utilização dos recursos naturais de forma abusiva e descarte inapropriado dos
resíduos gerados.
Conforme indicado pelos autores consultados para este trabalho, as indústrias
foram responsáveis por grande parte dos impactos negativos que ocorreram ao meio
ambiente. Elas têm papel fundamental na busca por soluções e alternativas que
convertam ou amenizem este cenário.
A nova tendência é entender como pode ser revertido este cenário de
depredação da natureza e como as indústrias, que têm papel fundamental para
preservação do meio ambiente, podem aumentar sua capacidade de produção,
manter-se no mercado frente a forte concorrência, atender a demanda dos
consumidores sem agredir o espaço o qual estão inseridas.
Muitas mudanças já vêm acontecendo, o que pode ser observado pela
quantidade de empresas que já adotam algum sistema de gestão ambiental de forma
eficaz. Devido à rigorosa regulamentação ambiental que as empresas são
submetidas, estas buscam cada vez mais estarem em conformidade com a
legislação, uma vez que o descumprimento da mesma ocasionará em custos
inesperados e desnecessários aos seus processos.
Desta maneira, vem sendo cada vez mais comum empresas de diferentes
setores buscarem melhoria contínua em seus processos, não apenas em aspectos
que estão diretamente relacionados a seus processos produtivos mas, também,
todos os aspectos que possam lhes causar qualquer tipo de dano ao seu
desempenho econômico.
Neste contexto, a visita realizada à empresa Johnson & Johnson proporcionou
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entender como é desenvolvido um modelo de gestão ambiental de forma eficaz em
uma empresa química de grande porte. A empresa possui uma central própria de
tratamento de resíduos que possibilita o gerenciamento de todos os resíduos sólidos
gerados no parque industrial. Também, possui um sistema de tratamento de
efluentes, além do desenvolvimento de diversas iniciativas sustentáveis.
Pôde-se perceber que todas as iniciativas da empresa Johnson & Johnson,
apresar de serem sustentáveis, têm como objetivo principal a redução de custos,
ganhos de receitas com a venda de materiais recicláveis, além de proporcionarem o
atendimento da legislação ambietal e oportunidades de melhorias para a empresa.
Durante à visita à empresa, os funcionários foram questionados quanto à
alguns aspectos relacionados ao modelo de gestão ambiental adotado.
Quando questionados a respeito de como o sistema de gestão ambiental
impacta no dia a dia da empresa, os funcionários responderam que todos precisam
estar bastante alinhados aos aspectos ambientais que a empresa se compromete em
melhorar. Para isso, alguns funcionários participam de treinamento para realização
de auditorias internas, que têm a finalidade de preparar o ambiente para as
certificações e, também, capturar oportunidades de melhorias.
Segundo os funcionários, pelo fato de o parque industrial de São José dos
Campos ser muito grande e possuir muitos departamentos, cada departamento
possui um representante para realizar as auditorias internas e estes representantes
têm a responsabilidade de repassar todas as informações pertinentes às questões
ambientais aos demais funcionários. Desta forma, todos os funcionários podem ser
alinhados quanto ao modelo de gestão ambiental adotado pela empresa e é
responsabilidade de cada membro da empresa garantir que estejam sendo
realizadas as melhores práticas e, sempre que identificarem uma oportunidade de
melhoria, comunicarem os líderes responsáveis.
Quando questionados a respeito dos indicadores de desempenho ambiental,
os funcionários responderam que cada departamento possui indicadores diferentes,
que estão diretamente relacionados com a atuação do departamento e sua interação
com o meio ambiente. As informações de cada indicador adotado pelo departamento
são enviados à um único departamento que é responsável por compilar estas
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informações e publicá-las em formato de relatório de sustentabilidade. Estes dados
compilados são de grande importância para comparação com períodos anteriores,
avaliação de desempenho da gestão atual e, consequentemente, tomadas de
decisão mais eficazes.
Quando questionados a respeito da satisfação em se trabalhar em uma
empresa que se preocupa com o meio ambiente, os funcionários responderam que
se sentem satisfeitos, pois seu bom desempenho reflete diretamente na comunidade
local, seja por proporcionarem um ambiente mais agradável e seguro, seja por serem
reconhecidos por fazerem parte de iniciativas importantes para o desenvolvimento
sustentável da região. Os funcionários se mostraram motivados e comprometidos
com as iniciativas sustentáveis da empresa.
A visita à empresa Johnson & Johnson também proporcionou conhecer a
Central de Reciclagem de Resíduos da mesma. A Central de Reciclagem de
Resíduos da empresa, atualmente, recicla mais de 80% de todo o resíduo sólido
gerado no parque industrial de São José dos Campos. Isto gera oportunidades de
desenvolvimento de parcerias com empresas menores da região. Também, gera
novas oportunidades de empregos e garante a destinação adequada da grande
quantidade de resíduos gerada todos os dias pela empresa.
A conversa com profissionais da área teve como objetivo conhecer o
funcionamento de um modelo de gestão ambiental adotado por indústrias químicas
de grande porte e conhecer como este modelo vem se mostrando viável, eficiente e
importante, além de conhecer os possíveis benefícios que um modelo sustentável
pode trazer às empresas que o adotam.
A consulta à literatura, a conversa com funcionários e a visita à Central de
Reciclagem de Resíduos da empresa Johnson & Johnson foram ferramentas muito
importantes para que pudessem ser desenvolvidas e realizadas as considerações
finais a respeito do tema abordado.
Verificou-se que, apesar de a necessidade de uma postura ambiental para o
desenvolvimento sustentável do planeta, o principal objetivo das empresas ao
adotarem uma postura sustentável é o seu desenvolvimento econômico.
Desta forma, pôde-se verificar que as empresas, apesar de se mostrarem
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sustentáveis, têm como principal objetivo principal se estabelecerem no mercado.
Assim, adotam uma postura de consciência ambiental com o objetivo de se
estabelecerem no mercado, ganharem maior atuação, atenderem a legislação
ambiental e as expectativas de seus clientes, reduzirem custos e aumentarem o
lucro.
Apesar de as expectativas de empresas e comunidades serem diferentes,
verificou-se que ambas são mutuamente beneficiadas com a adoção de um modelo
de gestão ambiental eficaz nas indústrias, pois para a comunidade, a gestão
ambiental proporciona a possibilidade de melhoria na qualidade de vida,
desenvolvimento sustentável, além de novas oportunidades de emprego. Para a
empresa que adota o modelo de gestão ambiental, este proporciona oportunidades
de redução de custos, oportunidades de obtenção de receita, melhoria em
relacionamentos estratégicos, além da possibilidade de ganho de novos mercados.
Assim, aspectos ambientais são considerados nas tomadas de decisão e, em
muitos casos, considerados como oportunidades de melhoria para os negócios da
empresa.
Com a nova tendência de autorregulamentação as empresas buscam
oportunidades dentro de seus processos que lhes permitam melhorar seu
desempenho ambiental, de forma eficiente, buscando sempre melhoria contínua,
necessitando para isto o comprometimento de todos os funcionários e,
principalmente, da alta direção da empresa. As empresas entendem que a adoção de
um sistema de gestão ambiental será uma vantagem competitiva que, atualmente, é
um diferencial de mercado, mas que futuramente será indispensável para
manutenção das mesmas no mercado.
O papel do Engenheiro Químico nas questões ambientais na indústria
Cabe ao profissional envolvido nos processos da empresa, buscar as
melhores alternativas e soluções para obtenção dos melhores resultados,
maximizando a eficiência do uso de recursos renováveis, reduzindo a geração de
resíduos e tratando os mesmos de forma adequada. A redução de geração de
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resíduos ao ambiente entre muitas outras iniciativas visam melhorar o desempenho
ambiental da empresa através da implantação de operações e processos mais
eficientes de forma a aumentar lucros e melhorar a imagem da empresa frente a
seus consumidores e comunidades vizinhas.
Neste contexto, o engenheiro químico tem papel fundamental no
desenvolvimento de novas práticas sustentáveis, pois este detém de conhecimento
que o permite compreender as necessidades da sociedade e buscar as melhores
práticas disponíveis no mercado, também ajudando no desenvolvimento de novas
práticas, ainda desconhecidas ou em fase de pesquisa.
A busca pelo desenvolvimento de melhorias para a sociedade pode e deve ser
realizada por todos que a compõem e, cabe aos engenheiros químicos, assim como
a todos os profissionais que detém conhecimento específico, a utilização deste
conhecimento para obtenção de práticas que promovam a construção de um
ambiente e condições melhores para as gerações atuais e futuras.
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6. CONCLUSÃO
Este trabalho possibilitou entender a importância da adoção de um modelo de
gestão ambiental de forma eficaz. A crescente cobrança dos consumidores e
população, em geral, pelas melhores práticas das empresas, respeitando a natureza,
faz com que a legislação ambiental seja cada vez mais rígida, o que provoca uma
preocupação aos grandes empresários sobre as questões ambientais em suas
tomadas de decisão,
As empresas, hoje, entendem que a adoção de práticas sustentáveis através
de um modelo de gestão ambiental pode proporcionar diversas oportunidades de
melhoria em seus processos, relacionamentos estratégicos, redução de custos e
ganhos de novos mercados. A vantagem competitiva é, então, o principal fator que
leva as empresas a adotarem uma gestão ambiental eficaz. Apesar de o interesse de
empresas e comunidades serem diferentes, ambas são beneficiadas quando
indústrias adotam um sistema de gestão ambiental de forma eficaz e contribuem com
o desenvolvimento sustentável do planeta.
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