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III Seminário Linguagem e Identidades: múltiplos olhares 1 ESTUDO DE CASO DE UM JOVEM COM SUDEZ NA ESCOLA COMPLEXO EDUCACIONAL EDSON LOBÃO (CEGEL) Ana Paula Almeida Ferreira * Claudia Araujo da Paz ** Resumo Este artigo é o resultado de um estudo de caso realizado em uma escola estadual localizada na cidade de São Luís, no estado do Maranhão, que visa analisar através de um relato os diferentes aspectos da situação de um aluno com surdez na Educação especial tendo em vista a atual Política da Educação especial na perspectiva Educação Inclusiva. A partir do estudo deste caso foi elaborado um plano de AEE, com indicações de procedimentos adequados e de recursos pedagógicos que propiciem a aprendizagem do referente aluno. A pesquisa se fundamentou em María del Pilar Gonzáliz e Juana Morales Díaz (2007); no documento do Ministério da Educação que trata sobre o ensino Bilíngue e outros documentos que abordam sobre o Atendimento Educacional Especializado. Palavras-chave: Deficiência Auditiva; Atendimento Educacional Especializado; Estudo de caso; Plano de AEE Abstract This article is the result of a case study in a state school located in the city of Sao Luis,in Maranhao, which aims to analyze through an account of the different aspects of the situation of a deaf student in special education with the corresponding students for thedemands of school learning on principles of inclusive education and the ESA * Graduanda do Curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Maranhão ** Graduanda do Curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Maranhão

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III Seminário Linguagem e Identidades: múltiplos olhares1

ESTUDO DE CASO DE UM JOVEM COM SUDEZ NA ESCOLA COMPLEXO EDUCACIONAL EDSON LOBÃO (CEGEL)

Ana Paula Almeida Ferreira *

Claudia Araujo da Paz **

Resumo

Este artigo é o resultado de um estudo de caso realizado em uma escola estadual localizada na cidade de São Luís, no estado do Maranhão, que visa analisar através de um relato os diferentes aspectos da situação de um aluno com surdez na Educação especial tendo em vista a atual Política da Educação especial na perspectiva Educação Inclusiva. A partir do estudo deste caso foi elaborado um plano de AEE, com indicações de procedimentos adequados e de recursos pedagógicos que propiciem a aprendizagem do referente aluno. A pesquisa se fundamentou em María del Pilar Gonzáliz e Juana Morales Díaz (2007); no documento do Ministério da Educação que trata sobre o ensino Bilíngue e outros documentos que abordam sobre o Atendimento Educacional Especializado.

Palavras-chave: Deficiência Auditiva; Atendimento Educacional Especializado; Estudo de caso; Plano de AEE

Abstract

This article is the result of a case study in a state school located in the city of Sao Luis,in Maranhao, which aims to analyze through an account of the different aspects of the situation of a deaf student in special education with the corresponding students for thedemands of school learning on principles of inclusive education and the ESA educational Service specialist). And from the analysis of this case was a plan of ESA,with indications of appropriate procedures and teaching resources that facilitate student learning featured in the elaborate affair. The research was based on Gonzáliz María del Pilar Morales and Juana Díaz; the document from the Ministry of Education which focuses on teaching Bilíngue and other documents that discuss about the specialized educational services that supported the research.

Keywords: Hearing; specialized educational services; Case study; Plan AEE

* Graduanda do Curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Maranhão** Graduanda do Curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Maranhão

Introdução

Este artigo apresenta o Plano de AEE como resultado de um estudo de caso

realizado em uma sala de atendimento educacional especializado envolvendo um aluno

com deficiência auditiva. As análises privilegiaram os fundamentos teórico-metodológicos

do documento do Ministério da Educação “A educação Especial na Perspectiva da Inclusão

escolar: abordagem bilíngüe na escolarização de pessoas com surdez”, o qual trata do

cotidiano pedagógico para o Atendimento Educacional Especializado para pessoas com

surdez, numa perspectiva inclusiva.

Na escola da rede estadual de ensino almejou-se perceber através do estudo de

caso o atendimento educacional especializado de um aluno com surdez para a partir daí

elaborar um plano de AEE voltado para este caso. É importante destacar que este estudo só

é possível com base em documentos que tratam sobre o atendimento educacional

especializado, sendo um dos principais a Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva de Educação Inclusiva/2008, a qual enfatiza que as atividades desenvolvidas

no AEE diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas

à escolarização, esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos

com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.

Outro documento legal que podemos destacar é em relação ao Decreto

6.571/2008, que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado e Resolução

nº04/2009, que aborda sobre Diretrizes Operacionais para o AEE na Educação Básica,

modalidade educação Especial.

Em suma, as informações acima tentam mostrar como o trabalho foi construído à

luz dos documentos citados, dessa forma, a pesquisa se constituiu a partir de um estudo de

caso, a partir deste elaboramos um Plano de AEE voltado para o aludo com surdez do caso

relatado.

2 Referencial Teórico

2.1 Deficiência Auditiva

O desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano são interesses de grandes

estudiosos de grandes estudiosos e em sua maioria enfatizam a importância do

desenvolvimento auditivo como um dos principais sentidos para a vida da criança. Neste

sentido, González e Díaz afirmam que:

A criança se encontra imersa em um mundo em que grande parte dos estímulos chega através do sistema auditivo. Desde o berço já recebe informação e, pouco a pouco, aprende a discriminar os diferentes sons por seu tom, intensidade e timbre, conseguindo distinguir e diferenciar as pessoas que a rodeiam. Quando a alguma interferência em seu funcionamento auditivo, a perda de estímulos a levará, por volta dos 6 meses, a não produzir o balbucio, pois ela não recebe o feedback. Portanto, nesses casos é necessário conseguir um detecção e um diagnóstico o mais prematuro possível coma finalidade de intervir para não ocorrer nenhum tipo de alteração no desenvolvimento da criança. (GONZÁLIS e DÍAZ, 2007, p. 119)

A deficiência auditiva perpassa por diversos campos de pesquisa como na

psicologia, educação, audiologia, medicina entre outros, em que cada um desses

contribuem com respostas a partir de suas concepções como a psicologia se preocupa com

o cognitivo, afetivo e social, já a educação enfatiza a aprendizagem do aluno com surdez

na sala de aula, enquanto a medicina diagnóstica o déficit auditivo. Sendo que neste

trabalho abordaremos a deficiência no âmbito educacional.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma criança é surda quando

não percebe os sons nem mesmo com a ajuda de amplificadores. Dessa forma, as autoras

Gonzáles e Díaz classificam as crianças com déficit auditivo em hipoacústico (são crianças

com audição deficiente, mas com a ajuda de uma prótese auditiva podem desenvolver uma

vida normal) e surdos profundos (crianças que tem perda auditiva total; as informações não

chegam até elas em nível auditivo, embora tenham uma boa amplificação, por isso as

informações são recebidas pelo âmbito visual).

Com relação à classificação dos diferentes tipos de deficiência auditiva Gonzális e

Díaz destacam M. Valmaseda (1995) e A. Marchese (1995), que estabeleçam três formas

básicas de ordenação. A primeira é natureza, a qual se refere à quantidade de audição que a

criança perdeu. A segunda trata a localização da parte do mecanismo do ouvido que a lesão

afeta, a partir da qual se pode classificar a deficiência. E a última é o momento da audição.

As causas para a surdez podem ser de diversas formas segundo GONZÁLIS e

DÍAZ Apud MARCHESI (2007), são elas:

a) Surdez de transmissão: em primeiro lugar estariam as ocorridas no ouvido externo,

como as malformações que afetam o conduto auditivo, que pode estar deformado, ser

menor ou, em alguma circunstância, inclusive, não ter o pavilhão auditivo; nesse último

caso, seria utilizada intervenção cirúrgica, mas isso não é o mais freqüente. (...)

Também ocorrem traumatismos e inflamações no ouvido externo, que podem ser de

vários tipos, de caso leves até os mais severos, assim como tampões de cera.

b) Surdez de percepção ou neurossensorial: Ocorre no ouvido interno, este tipo de surdez

se deve a causas genéticas ou processos infecciosos e malformações congênitas, entre as

quais se encontram as pré-natais, com alterações no embrião que estão relacionadas a

uma doença infecciosa da mãe durante o segundo ou terceiro mês de gravidez, como a

rubéola, ou simplesmente herdada (genética); perinatais, produzidas durante o período

do parto, costumam ser hipóxias, ocorridas durante o nascimento e devidas à falta de

oxigênio; pós-natais, entre as quais se encontram doenças infecciosas, como a encefalite

e a meningite, sendo que esta última pode provocar alterações no ouvido interno por vir

acompanhada de febre alta.

c) Surdez genética: Ocorre nas crianças que têm pais ou algum membro da família surdo;

em seu histórico família, podem existir problemas de consanguinidade.

d) Surdez por causas desconhecidas: Acontece durante toda a vida, podendo ser

determinada por envelhecimento, por traumatismos acústicos, etc.

O diagnóstico é realizado da seguinte forma de acordo com GONZÁLIS e

DÍAZ (2007):

Para realizar o diagnóstico começamos por uma avaliação audiológica a fim de detectar o grau de perda auditiva; além disso, podemos confirmar o resíduo auditivo para ver se, mediante uma prótese, conseguimos um determinado nível de audição. Posteriormente, um especialista analisa os aspectos comunicativos e lingüísticos. Por meio dessa avaliação, sabemos como o sujeito se comunica, que modalidade emprega e seu tipo de estrutura. (GONZÁLIS e DÍAZ, 2007, p. 125)

Neste trabalho iremos focar a questão da educação, dessa forma, não podemos

deixar de destacar o enfoque da educação no contexto da deficiência auditiva. Nesse

sentido, é importante que seja diagnosticado o mais cedo possível a perda da surdez no

indivíduo, para que este possa se desenvolver da melhor forma possível e adequada no

decorrer de sua vida. Com isso as autoras González e Díaz (2007) afirmam que “(...)

importantes deficiências auditivas podem precisar de amplas modificações curriculares a

fim de compensarem as desvantagens educacionais que os acompanham.”

2.2 Educação e Ensino Bilíngue para Surdos

O atendimento educacional especializado para pessoas com surdez, tem como

objetivo estabelecer a compreensão e o reconhecimento do potencial e das capacidades

individuais, no processo de ensino-aprendizagem, no qual será de ajuda também no seu

desenvolvimento pleno.

Segundo o Decreto 5.626, de dezembro de 2005, a pessoa com surdez tem direito

a uma educação que garanta a sua formação, em Língua Brasileira de Sinais e a Língua

Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, constitua línguas de instituição, e

que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando

para o desenvolvimento de todo o processo educativo.

Com base nesse decreto, podemos dizer que ao elaboramos um Plano de AEE,

deve se levar em consideração as habilidades e as necessidades educacionais específicas

desse aluno com deficiência auditiva e também as dificuldades que o mesmo encontra no

processo de escolarização. Lembrando que o docente da sala regular e do AEE, devem

trabalhar em conjunto para que o aluno venha aprender a aprender através do processo do

bilingüismo, ou seja, as metodologias e os recursos didáticos utilizados por ambos os

professores deverão estar articulados para que realmente ocorra essa aprendizagem desse

aluno.

Podemos dizer que o aprendizado através do bilingüismo se dá envolvendo dois

momentos didáticos que são: o AEE em Libras, o AEE do ensino de Libras e o AEE de

Língua Portuguesa.

Dessa forma, as três formas de Atendimento propiciam ao aluno participar das

aulas na sala regular interagindo com o professor e os colegas acerca dos conteúdos

trabalhados. Notamos que essa parceria entre os mestres do AEE e da sala regular vem

contribuir na hora de organizar o planejamento, pois irá proporcionar uma organização

didática bem estruturada que contribuirá para aquisição dos conteúdos curriculares,

possibilitando o alunado com surdez estabelecer e ampliar seu conhecimento acerca dos

temas desenvolvidos em Língua Portuguesa e em Libras.

Já o atendimento educacional especializado de Língua Portuguesa prioriza o

ensino da língua portuguesa escrita para os alunos com surdez, fundamenta-se na

concepção bilíngüe ( Libras e Português escrito), pois a partir do momento em que o aluno

com surdez é matriculado numa sala regular, o professor que irá receber esse discente

deverá usar o bilingüismo para que esse aluno tenha êxito no seu processo de

aprendizagem. Mas para que isso aconteça o professor da sala regular na prática deverá

utilizar recursos como expressão corporal, contextualização de situações vividas, signos

lingüísticos, desenho, escrita de diferentes gêneros textuais, linguagens lúdicas, etc., mas

para que aconteça a apropriação da escrita, docente da sala regular deve se articular com o

professor do AEE, pois através das suas experiências e suas práticas ambos possam

organizar sua aula para que seu aluno com surdez desenvolva competência lingüística,

sendo capaz de ler e escrever em língua portuguesa.

3. Resultados da pesquisa

O estudo de caso foi realizado na disciplina de Educação Especial do curso de

pedagogia, no segundo semestre de 2010. A referida escola foi indicada pela professora

que ministrou a disciplina, pois a mesma afirmou que a escola possui uma experiência

significativa em relação à surdez, foco do nosso trabalho. Dessa forma, nos apresentamos à

escola e levamos um documento com pedido de autorização para realizar a pesquisa.

3.1. Relato do Estudo de Caso

A escola Complexo Educacional Edson Lobão (CEGEL), em se tratando de

educação especial, na sua trajetória histórica vem realizando um trabalho significativo com

alunos com deficiência visual e auditiva. Diante disso, nós, através do estudo de caso,

observamos a situação real de um aluno com deficiência auditiva.

Marcos da Silva Rodrigues (nome fictício por questões éticas), um adolescente

com 15 anos de idade, aparentemente normal, uma vez que o mesmo não apresentava

nenhuma deformidade física. Marcos é totalmente igual a qualquer outro adolescente da

sua idade, mesmo sabendo que ele apresenta uma diferença, a deficiência auditiva.

Com relação à participação da família de Marcos nos foi relatado pela diretora

adjunta, que os pais participam em parte no processo ensino-aprendizagem do aluno, pois

eles se entram presentes apenas em reuniões e eventos ocorridos na escola, além do mais,

há falta de conhecimentos sobre a deficiência do filho.

Marcos encontra-se inserido em uma sala regular do 1º ano do 2º grau, em que na

relação com os colegas de classe não encontra dificuldades, pois pela sua faixa etária usa a

mesma linguagem, ou seja, a linguagem dos jovens. Os professores da sala regular têm a

ajuda de intérpretes para facilitar a compreensão de Marcos durante as aulas. Observamos

que a aprendizagem de Marcos é igual a um aluno comum com algumas dificuldades na

aprendizagem, onde uma das maiores dificuldades é a aprendizagem da língua culta.

Para auxiliar no processo ensino-aprendizagem de Marcos, a escola possui a sala

de recursos multifuncionais. Mas, o aluno não freqüenta regularmente a sala de recursos,

somente quando tem dificuldade em realizar tarefas como provas e trabalhos,

principalmente na disciplina de língua portuguesa. Em se tratando do espaço físico da sala

de recursos, a professora nos relatou que um dos motivos da ausência de Marcos e de

outros alunos com NEE é pela falta da estrutura física e recursos didáticos para facilitar a

aprendizagem deste público.

Diante do exposto, podemos observar que a escola tenta fornecer um ensino de

qualidade para Marcos, mesmo com dificuldades. A maior dificuldade encontrada pela

escola é a comunicação, pois os segmentos da escola não possuem o domínio da linguagem

dos surdos.

3.2 Plano de Atendimento Educacional Especializado de um aluno com surdez

A. Dados de identificação

NOME: Marcos

IDADE: 15 anos

SÉRIE: 1° ano do 2° grau

TURMA: 105

TURNO: matutino

ESCOLA: U. E. B. Helena Antipoff

PROFESSOR DA SALA REGULAR: Andréa

PORFESSOR DO AEE: Claudia da Paz

B. Plano de AEE

1. Resumo do caso construído

Marcos, um adolescente com 15 anos de idade, com deficiência auditiva,

encontra-se inserido em uma sala regular do 1º ano do 2º grau. Percebemos que a maior

dificuldade encontrada pelo aluno, professores e funcionários da mesma é a comunicação,

mas na sala de aula comum os docentes têm a ajuda de intérpretes para facilitar a

compreensão de Marcos durante as aulas.

Para auxiliar no processo ensino-aprendizagem de Marcos, a escola possui a sala

de recursos multifuncionais. Sua freqüência a esta sala é irregular.

Diante do exposto, podemos observar que escola tenta fornecer um ensino de qualidade para Marcos, mesmo com dificuldade na realização do mesmo.

2. Problema

Identificação do problema

Tipo de problema Quem está envolvido na resolução do problema

Escolar

Comunicação, linguagem,

aprendizagem, acessibilidade, formação

continuada e falta de articulação

(professor da sala regular e professor da

sala de AEE)

Gestor, Coordenador

pedagógico, professor da sala

regular, professor da sala de

AEE e funcionários.

3. Síntese a partir da relação dos problemas identificados e que dizem respeito à

intervenção do AEE.

De acordo com os problemas citados percebemos que é de suma importância que

haja uma relação harmônica entre corpo escolar, principalmente entre professor da sala de

AEE e os professores da sala comum, para proporcionar uma aprendizagem significativa a

este público, pois percebemos que a maior dificuldade na aprendizagem é com a

comunicação. Dessa forma, para que o aluno tenha uma formação de boa qualidade, o

professor deve mudar a sua prática, mas que isso ocorra o professor ter formação

continuada.

Outro ponto relevante é a falta do material didático para auxiliar no processo

ensino-aprendizagem, mas a escola não dispõe dos recursos necessários que atendam a

demanda.

4. Identificação das potencialidades e dificuldades do aluno:

POTENCIALIDADES DIFICULDADES

Idade-série Comunicação

AEE Material didático

Intérprete

5. Solução do problema

A. Resolução do problema

A comunidade escolar no primeiro momento deve estar ciente das dificuldades

desses alunos para em conjunto buscar soluções para que ocorra o processo de socialização

deste público, como a conscientização e capacitação dos funcionários proporcionando um

bom relacionamento entre ambos.

No processo de inclusão escolar não deve ser trabalhado apenas a socialização,

mas também o processo cognitivo do aluno, que recai na prática do professor, pois o

mesmo deve se adaptar e aperfeiçoar as suas técnicas (prática e avaliação) e buscar

recursos e materiais diversificados para que o aluno se desenvolva no processo de

aprendizagem, entretanto, para que isso aconteça o docente deve ter o compromisso

técnico e político com vista a atender este novo público. E o professor da sala de recursos

multifuncional deve promover a acessibilidade dos alunos com surdez trabalhando o

conhecimento escolar em duas línguas (LIBRAS e Língua portuguesa), facilitando a

participação ativa e o desenvolvimento do seu potencial cognitivo, afetivo, social e

lingüístico com os demais alunos da sala regular. Dessa forma, os professores (o da sala

regular e o da AEE) devem trabalhar em conjunto para que ocorra êxito no processo

ensino-aprendizagem do aluno.

B. Identificação das ações necessárias e do que já existe.

AÇÕES NECESSÁRIAS RELAÇÃO DO QUE JÁ

EXISTE DISPONÍVEL

Formação continuada/ capacitação Sala de recursos multifuncional

Material didático Intérprete

Conhecimentos línguas de sinais e

LIBRAS

C. Ações desenvolvidas para atender às necessidades do aluno.

1)

NECESSIDADES PROFISSIOINAIS E

PARCERIAS

ALUNO Comunicação CAS (Coordenação de

Apoio Pedagógico para a

pessoa com Surdez),

Intérprete, professor do

AEE e Fonoaudiólogo

ESCOLA Comunicação, espaço

adequado para AEE

CAS, Intérprete, professor

itinerante, professor do

AEE e coordenador

pedagogo

FAMÍLIA Conscientização e

comunicação

CAS, psicólogo, professor

do AEE, coordenador

pedagógico e gestor.

2) Objetivos

2.1 Aprender os conhecimentos essenciais da aprendizagem através da abordagem

bilíngüe.

3) Organização do atendimento:

Tempo previsto para o desenvolvimento do plano: 6 (seis) meses

Freqüência: Duas vezes por semana (todas segundas e quartas-feiras )

Tempo de atendimento: 3 (horas) por dia

Composição do atendimento: Coletivo

4. Atividades a serem desenvolvidas:

Para fases iniciais de aprendizado da Língua Portuguesa:

Aula-passeio;

Sessão de filmes.

Para a leitura:

Leitura de ícones, sinais, índices, símbolos e signos linguísticos;

Leitura visual de imagens;

Leitura de texto escrito: texto - frases - palavras - sílabas - letras;

Interpretação/compreensão por meio do desenho;

Interpretação/compreensão por meio da escrita: aplicação das condições de produção

dos gêneros textuais e discursivos.

Para a escrita:

Do desenho à palavra - da palavra ao desenho;

Da frase ao desenho - do desenho à frase;

Do texto ao desenho - do desenho ao texto;

Escrita de diferentes gêneros textuais.

Para descoberta da escrita:

linguagens lúdicas:

Brincadeiras;

Jogos interativos;

Testes-problema;

Jogos eletrônicos;

Informática;

Livros.

5. Materiais a serem utilizados:

Acervo textual, DVD’s, TV’s, dicionários, jogos, cartazes, computador,jornais,

revistas.

6. Materiais equipamentos que estão disponíveis e os que precisam ser adquiridos:

Listas dos materiais disponíveis na escola: computador, livros, cartazes, jornais e

revistas.

Listas dos materiais que devem ser comprados: TV, DVD, computador.

7. Parcerias necessárias para o aprimoramento do atendimento e da produção dos

matérias:

CAS- fornecendo formação e capacitação para o coro escolar e a família.

Intérprete- para facilitar a comunicação do professor e o aluno em sala de aula.

Fonoaudiólogo- para saber o grau de surdez do aluno.

Psicólogo - trabalhar na conscientização da família sobre a deficiência do filho.

Coordenador pedagogo- para auxiliar a prática do professor em sala regular.

Professor da sala de AEE- para complementar e suplementar a aprendizagem do aluno na

sua inserção na sala regular.

7.1. Trabalho do grupo:

Os profissionais deveriam fazer um auto-estudo em grupo sendo realizado mensalmente,

com o objetivo de pesquisar e trocar experiências, aprimorando o desenvolvimento do

aluno no processo de aprendizagem.

7.2. Instituições e secretária que podem colaborar:

O CAS oferecendo cursos de capacitação; a própria escola e a Secretária de educação

oferecendo formação continuada tendo como temática Educação especial na perspectiva de

inclusão escolar.

8. Profissionais da escola que receberão orientação do professor de AEE:

Professor de sala de aula;

Professor de educação física;

Colegas de turma;

Gestor;

Equipe pedagógica;

Funcionários.

9. Resultados esperados

Aprendizagem deste aluno no ensino bilíngue

B. Avaliação dos resultados

1. Indicação de formas de registros:

O plano será avaliado durante todo o processo de desenvolvimento, onde serão

analisados os pontos positivos, negativos e as possíveis mudanças que poderão ocorrer.

Serão descritos através do caderno de acompanhamento o uso do serviço e do recurso

em sala de aula durante o AEE, constando todas as mudança observadas em relação ao

aluno no contexto escolar.

2. Resultados obtidos diante dos objetivos do Plano de AEE

A partir das anotações e observações realizadas durante o processo de desenvolvimento

analisaremos se o nosso objetivo foi alcançado. Caso o objetivo não tenha êxito

buscaremos elaborar novas alternativas para obter nossa meta.

Conclusão

A partir da realidade analisada, foi possível observar como está funcionando o

Atendimento educacional especializado para alunos surdos, sendo importante lembrar que

este é apenas um estudo de caso, mas que a partir do relato do caso foi elaborado um plano

de AEE voltado para o estudante da pesquisa, para assim tentar atender as suas

necessidades.

Com esse trabalho foi observada a importância em se fazer um estudo individual

com cada aluno da educação especial, para a partir de então elaborar um plano de AEE que

se adéqüe às necessidades encontradas.

Constatamos que o aluno da pesquisa não recebe nenhum estímulo para freqüentar

o AEE, pois só freqüenta quando tem dificuldades ou para estudar para realizar alguma

atividade avaliativa. Neste sentido, notamos a falta que esse aluno tem de um apoio em

seus estudos, principalmente no ensino de Língua Portuguesa.

Em suma, este trabalho vem mostrar como se encontra um aluno com deficiência

incluso no ensino regular, que não freqüenta o AEE. E a partir desse estudo foi elaborado

um plano de AEE de acordo com as necessidades encontradas no estudo de caso.

Referências

BRASIL. A educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem

bilíngüe na escolarização de pessoas com surdez. Secretaria de Educação Especial -

MEC/SEESP, 2010.

________. DECRETO Nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamento as Leis nos

10.048, 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que

específica, e 10.098, de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos

para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiências ou com

mobilidade reduzida, e dá outras providências.

________. DECRETO 6.571, de 17 dezembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento

educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto Nº 6. 253, de 13 de novembro.

MEC/ SEESP, 2008.

________. Resolução Nº 4, de 2 de outro de 2009. Institui as Diretrizes Operacionais para

o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, na modalidade Educação

Especial. CNE/CEB, 2009.

GONZÁLEZ, Eugenio e DÍAZ, Juana Molares. Deficiência Auditiva: Avaliação e

Intervenção.In: GONZÁLEZ, Eugênio. Necessidades educacionais especiais. Tradução:

Dais Vaz de Moraes. Porto Alegre: Artmed, 2007.